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OL 10 - Cap. 58 e 59 - Adolescentes

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58 c

a
s
Q

A Ressurreição de Lázaro * t

o
z
r

E ntre os mais fiéis discí-


pulos de Cristo estava
Lázaro de Betânia, e o Salvador tinha
Enquanto Cristo ensinava Suas
maravilhosas lições, Maria se sentava
a Seus pés, como uma ouvinte reve-
u

d
d
grande amor por ele. Foi por Lázaro rente e dedicada. Em uma ocasião, s
que Cristo realizou o maior dos Seus na primeira visita de Cristo a Betâ- t
milagres. O Salvador ama toda a fa- nia, Marta estava preparando uma d
mília humana, mas está ligado a al- refeição. Ela se dirigiu a Jesus, di- n
guns por laços especialmente ternos. zendo: “Senhor, não Te importas que E
Era na casa de Lázaro que Jesus minha irmã tenha me deixado sozi- p
costumava descansar. O Salvador não nha com o serviço? Dize-lhe que me q
tinha um lar para chamar de Seu. ajude!” Jesus respondeu com palavras
Quando Se sentia carente do compa- brandas e pacientes: “Marta! Marta! E
nheirismo humano, Ele Se satisfazia Você está preocupada e inquieta v
em poder escapar para aquele tranquilo com muitas coisas; todavia apenas p
refúgio. Ali, era sempre bem-vindo e en- uma é necessária. Maria escolheu a o
contrava amizade pura e santa. boa parte, e esta não lhe será tirada” c
À medida que as multidões se- (Lc 10:40-42). Maria estava armaze- a
guiam a Cristo pelos campos abertos, nando em sua mente as palavras vin- r
Ele ia lhes mostrando as belezas do das dos lábios do Salvador, palavras b
mundo natural. Mas eles eram lentos que, para ela, eram mais preciosas do fi
para entender, e na casa de Lázaro, que a joias mais caras do mundo. d
em Betânia, Cristo encontrava des- Marta precisava de menos preo- g
canso dos cansativos conflitos da cupação com as coisas passageiras e
vida pública. Ali não era preciso que mais com as que duram para sempre. n
Ele falasse por parábolas. A causa de Cristo precisa de Martas, c
*
Este capítulo é baseado em Lucas 10:38-42; João 11:1-44. E

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A Ressurreição de Lázaro 305

com seu zelo pelo trabalho religioso em morte; é para a glória de Deus,
ativo, mas é preciso que elas primeiro para que o Filho de Deus seja glori-
se sentem, com Maria, aos pés de Jesus. ficado por meio dela” (Jo 11:4). Por
Que a diligência e a energia sejam san- dois dias, Jesus ficou no lugar onde
tificadas pela graça de Cristo. estava. Essa demora era um mistério
A tristeza entrou no tranquilo lar para os discípulos, pois a forte afeição
onde Jesus estivera descansando. Lá- que Ele tinha pela família de Betânia
zaro foi acometido de uma doença era bem conhecida.
repentina e suas irmãs mandaram Durante dois dias, Cristo pare-
um recado para o Salvador dizendo: cia ter Se esquecido do recado re-
s “Senhor, aquele a quem amas está cebido. Os discípulos pensaram em
a doente”. Elas viram a violência da João Batista. Com o poder de reali-
- doença que atacara seu irmão, mas zar milagres, por que teria Jesus per-

O Libertador (Desejado)
o, sabiam que Cristo havia demons- mitido que João definhasse na prisão
- trado que podia curar todos os tipos e sofresse morte tão violenta? Os fa-
a de enfermidades. Não fizeram ne- riseus apresentaram essa pergunta
- nhuma exigência urgente de que como argumento contra a afirmação
e Ele viesse imediatamente. Achavam, de Cristo de que Ele era o Filho de
i- porém, que Ele estaria com elas assim Deus. O Salvador havia alertado Seus
e que chegasse a Betânia. discípulos sobre provações, perdas e
s Elas esperaram ansiosamente. perseguição. Será que Ele os abando-
a! Enquanto existisse uma centelha de naria na provação? Todos estavam

39441
a vida em seu irmão, elas orariam e es- bastante perturbados.
s perariam pela chegada de Jesus. Mas Depois de esperar durante dois
a o mensageiro voltou sem Ele. Trouxe, dias, Jesus disse: “Vamos voltar para
a” contudo, o recado: “Essa doença não a Judeia”. Se Jesus estava indo para a Bruna
Designer

- acabará em morte”, e elas se agarra- Judeia, por que tinha que esperar por
n- ram à esperança de que Lázaro so- dois dias, questionaram os discípu- Editor Texto

s breviveria. Quando ele morreu, elas los. Mas a preocupação com Cristo e
o ficaram amargamente decepciona- com eles mesmos passou a dominar C.Qualidade

das, mas sentiram a sustentadora a mente deles. Eles não podiam ver
- graça de Cristo. nada, a não ser perigo no caminho que Depto. Arte

e Quando Cristo ouviu o recado, estavam por trilhar. “Mestre”, eles dis-
e. não deu o sinal de tristeza que os dis- seram, “há pouco os judeus tentaram
s, cípulos esperavam que Ele mostrasse. apedrejar-Te, e assim mesmo vais vol-
Ele disse: “Essa doença não acabará tar para lá?” Jesus respondeu: “O dia

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306 O Libertador
não tem doze horas?” “Eu estou sob a mas os Seus discípulos pensaram que
direção do Meu Pai. Enquanto Eu fizer Ele estava falando simplesmente do d
a vontade dEle, Minha vida estará em sono” (v. 12, 13). Cristo descreve a ç
segurança. Eu entrei na última parte morte como um sono para Seus fi lhos is
do Meu dia, mas enquanto houver um crentes. A vida deles está escondida m
pouco de tempo, estarei seguro”. com Cristo em Deus, e até que soe a f
“Quem anda de dia não tropeça, última trombeta, os que morrem dor- c
pois vê a luz deste mundo” (v. 7-9). A luz mirão nEle (ver 1Co 15:51-54). a
do Espírito guiador de Cristo dá ao que “Então lhes disse claramente: ‘Lá- S
faz a vontade de Deus uma compreen- zaro morreu, e para o bem de vocês a
são clara do seu dever e o conduz até estou contente por não ter estado lá, e
que termine o trabalho. “Quando anda para que vocês creiam. Mas, vamos p
de noite, tropeça, pois nele não há luz” até ele’” (v. 14, 15). r
(v. 10). O que anda no caminho de sua Os discípulos ficaram pasmos
própria escolha tropeçará. Onde quer com as palavras de Cristo quando Ele s
que esteja, não estará seguro. disse: “Lázaro morreu, [...] estou con- m
“Depois de dizer isso, prosseguiu tente por não ter estado lá”. Teria o m
dizendo-lhes: ‘Nosso amigo Lázaro Salvador, de Sua própria escolha, evi- p
adormeceu, mas vou até lá para tado o lar dos Seus amigos em sofri- a
acordá-lo’” (v. 11). Pensando no perigo mento? Mas Cristo viu toda a cena, e c
que o Mestre estava para enfrentar Sua graça foi um apoio para as irmãs t
indo a Jerusalém, os discípulos quase enlutadas. Jesus testemunhou a dor fi
tinham se esquecido da família enlu- do coração despedaçado das duas
tada de Betânia. Mas não foi assim irmãs, à medida que seu irmão lu- q
com Cristo. Os discípulos foram ten- tava com a morte. Cristo não tinha p
tados a pensar que Jesus não sentia o que pensar somente naquelas que- c
terno amor por Lázaro e suas irmãs ridas pessoas de Betânia. Ele tinha e
que eles achavam que Ele sentia. que levar em consideração o treina- a
As palavras “Nosso amigo Lázaro mento dos Seus discípulos. Eles de- n
adormeceu” despertaram o senti- viam ser Seus representantes para o p
mento correto na mente deles. Cristo mundo. Foi por amor a eles que per- n
não tinha Se esquecido de Seus ami- mitiu que Lázaro morresse. Se Ele d
gos em sofrimento. o tivesse curado da doença, o mila- v
“Seus discípulos responderam: gre que é a evidência mais positiva p
‘Senhor, se ele dorme, vai melho- do caráter divino de Cristo não teria
rar’. Jesus tinha falado de sua morte, acontecido. d

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A Ressurreição de Lázaro 307

e Se Cristo estivesse no quarto do com a notícia de que Ele estava ali,


o doente, a morte não poderia ter lan- mas que ficaria num lugar tranquilo
a çado seu dardo contra Lázaro. Foi por não muito longe. O espalhafato que
s isso que Cristo ficou longe. Ele per- os judeus faziam quando morriam
a mitiu que as irmãs, com todo o so- amigos ou parentes não estava em
a frimento, vissem seu irmão sendo harmonia com o espírito de Cristo.
r- colocado na tumba. Ele sofreu cada Ele já tinha ouvido os gritos dos pran-
agonia da tristeza que elas sofreram. teadores e não queria Se encontrar
á- Sua demora não significava que Ele com as irmãs naquele cenário de con-
s as amava menos. Ele sabia que, por fusão. Alguns dos mais acirrados ini-
á, elas, por Lázaro, para Ele mesmo e migos de Cristo estavam entre os
s por Seus discípulos, havia uma vitó- pranteadores. Cristo sabia de seus
ria a ser conquistada. planos e, assim, não Se deu a conhe-

O Libertador (Desejado)
s A todos os que estão procurando cer imediatamente.
e sentir a mão guiadora de Deus, o mo- O recado foi dado a Marta de ma-
n- mento de maior desânimo é justa- neira tão discreta que nem Maria
o mente quando a ajuda divina está ouviu. Marta saiu ao encontro do
i- próxima. Eles olharão para trás, para Senhor, mas Maria ficou em casa,
i- a parte mais escura do caminho, e fi- quieta em sua dor.
e carão agradecidos. Deus vai tirá-los de O coração de Marta estava per-
s toda tentação e prova com uma fé mais turbado com emoções conflitantes.
r firme e uma experiência mais rica. No rosto expressivo de Cristo ela viu a

39441
s Cristo tinha demorado a fim de mesma ternura e amor de sempre, mas
- que, ressuscitando Lázaro da morte, pensou no irmão a quem tanto amara.
a pudesse dar para o Seu teimoso e des- Com dor em seu coração por Cristo não
- crente povo outra evidência de que Ele ter vindo antes, ela disse: “Senhor, se es- Bruna
Designer

a era verdadeiramente “a ressurreição e tivesses aqui meu irmão não teria mor-
- a vida”. Ele não estava disposto a re- rido”. Repetidas vezes as irmãs haviam Editor Texto

- nunciar a toda esperança depositada pronunciado essas palavras.


o pelo povo de Israel, e estava determi- Marta não tinha nenhum desejo C.Qualidade

r- nado a dar-lhes mais uma evidência de revisitar o passado, mas olhando


e de que era o único que poderia trazer para o rosto de Jesus, ela acrescentou: Depto. Arte

- vida e imortalidade. Essa foi a razão “Mas sei que, mesmo agora, Deus Te
a para a Sua demora em ir a Betânia. dará tudo o que pedires”.
a Ao chegar a Betânia, Jesus man- Jesus procurou lhe animar: “O seu
dou um mensageiro para as irmãs irmão vai ressuscitar”. Sua resposta

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308 O Libertador
tencionava levar Marta a pensar na “E depois de dizer isso, foi para c
ressurreição dos justos e que, assim, casa e, chamando à parte Maria, dis- q
ela pudesse ver na ressurreição de se-lhe: ‘O Mestre está aqui e está lá
Lázaro um compromisso com a res- chamando você’” (v. 28). Ela passou D
surreição de todos os justos mortos. o recado o mais discretamente pos- f
Marta respondeu: “Eu sei que ele sível, pois os sacerdotes e líderes reli- t
vai ressuscitar na ressurreição, no giosos estavam prontos para prender e
último dia”. Buscando dar uma di- Jesus assim que pudessem. Os gritos c
reção genuína a sua fé, Jesus decla- dos pranteadores evitou que os de- t
rou: “Eu sou a ressurreição e a vida” mais ouvissem as palavras de Marta. e
(Jo 11:25). Em Cristo está a vida – ori- Quando Maria ouviu a mensa- O
ginal, que não provém nem deriva de gem, ela se levantou rapidamente e p
outra. “Quem tem o Filho, tem a vida” saiu da sala. Os pranteadores pensa-
(1Jo 5:12). Jesus disse: “Aquele que crê ram que ela tinha ido até a sepultura p
em Mim, ainda que morra, viverá; e para ali chorar a morte do irmão, e a p
quem vive e crê em Mim, não mor- seguiram. Ao chegar ao lugar onde t
rerá eternamente. Você crê nisso?” Jesus estava esperando, ela disse com t
(Jo 11:25, 26). Nessa declaração, lábios trêmulos: “Senhor, se estivesses V
Cristo tinha os olhos voltados para o aqui meu irmão não teria morrido” m
tempo da Sua segunda vinda, quando (v. 32). Os clamores dos pranteado- f
os justos mortos ressuscitarão incor- res eram dolorosos para ela, pois o q
ruptíveis e os justos vivos serão tras- que mais queria era trocar algumas p
ladados para o Céu sem provar a palavras a sós com Jesus. ç
morte. A ressurreição de Lázaro re- “Ao ver chorando Maria e os judeus s
presentava a ressurreição de todos os que a acompanhavam, Jesus agitou-Se ç
justos mortos. Por Sua palavra e Suas no espírito e perturbou-Se” (v. 33). Ele t
obras, Jesus manifestava Seu direito viu que, para muitos dos ali presentes, a
e poder de dar vida eterna. o que parecia dor era apenas um show.
Às palavras do Salvador – “Você Alguns dos que demonstravam uma d
crê nisso?” – Marta respondeu: “Sim, tristeza fingida planejavam a morte p
Senhor, eu tenho crido que Tu és o não somente do Operador de Milagres, t
Cristo, o Filho de Deus que devia vir mas também daquele que estava para A
ao mundo” (v. 27). Ela confessou sua ser ressuscitado. “Onde o colocaram?”, m
fé na divindade de Jesus e a confiança Ele perguntou. “Vem e vê, Senhor”. o
de que Ele era capaz de fazer tudo o Juntos, foram até a sepultura. Muita q
que Lhe agradasse. gente gostava de Lázaro, e suas irmãs c

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A Ressurreição de Lázaro 309

a choravam com dor no coração en- Essa declaração, feita antes de Jesus
s- quanto seus amigos misturavam suas ressuscitar Lázaro, não deixou mar-
á lágrimas com as das irmãs enlutadas. gem para os inimigos de Cristo di-
u Diante dessa angústia humana e do zerem que Ele havia planejado uma
- fato de que os amigos, desolados, pran- fraude. Quando Cristo ressuscitou a
i- teavam o morto, enquanto ali mesmo fi lha de Jairo, Ele disse: “A criança não
r estava o Salvador do mundo, “Jesus está morta, mas dorme” (Mc 5:39).
s chorou” (v. 35). O Filho de Deus havia Por ela ter ressuscitado imediata-
- tomado sobre Si a natureza humana mente após sua morte, os fariseus
a. e Se comoveu pela tristeza humana. declararam que a menina não tinha
- O sofrimento sempre despertava em- morrido e que o próprio Cristo dis-
e patia em Seu terno e piedoso coração. sera que ela apenas estava dormindo.
a- Jesus chorou não apenas por em- Tentaram fazer parecer que os mi-

O Libertador (Desejado)
a patia a Maria e Marta. Cristo chorou lagres de Jesus não eram genuínos.
a porque o peso da dor dos séculos es- Mas, nesse caso, ninguém podia
e tava sobre Ele. Viu os terríveis resul- negar que Lázaro estava morto.
m tados da desobediência à lei de Deus. Quando o Senhor está para reali-
s Viu que o conflito entre o bem e o zar uma obra, Satanás instiga alguém
” mal tinha sido constante. Viu o so- para fazer objeções. Marta não que-
- frimento, a dor, as lágrimas e a morte ria que vissem o corpo em decomposi-
o que iriam afligir a família humana ção. Sua fé não havia compreendido o
s por todos os séculos e em todas as na- verdadeiro significado da promessa de

39441
ções. Os problemas da raça pecadora Jesus. Cristo reprovou Marta da ma-
s se mostraram pesados em Seu cora- neira mais gentil possível: “Não lhe
e ção, e Suas lágrimas rolaram, incon- falei que, se você cresse, veria a glória
e tidas, em Seu desejo de aliviar todas de Deus?” (Jo 11:40). “Eu dou a Minha Bruna
Designer

s, as aflições da raça humana. palavra: impossibilidades naturais não


w. Lázaro fora colocado dentro podem impedir a obra do Onipotente”. Editor Texto

a de uma caverna, e uma enorme A descrença não é humildade. A crença


e pedra havia sido levada até a en- inquestionável na palavra de Cristo é C.Qualidade

s, trada. “Tirem a pedra”, Cristo disse. a verdadeira humildade, a verdadeira


a Achando que Ele só queria ver o entrega de si mesmo. Depto. Arte

”, morto, Marta se opôs, dizendo que “Tirem a pedra”. Cristo poderia ter
”. o corpo tinha sido sepultado fazia ordenado aos anjos que estavam ao
a quatro dias e a decomposição já havia Seu lado que removessem a pedra, mas
s começado a produzir seus efeitos. Ele queria mostrar que a humanidade

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deve cooperar com a divindade. Não se resplandecia com a glória de Deus, o
requisita ao poder divino aquilo que o povo viu a certeza de Seu poder. Todos
poder humano pode fazer. os olhos estavam fixos na caverna,
Os que estavam por perto obede- cada ouvido tratando de escutar o
ceram à ordem de Jesus e afastaram menor ruído. Com intenso interesse,
a pedra. Tudo era feito aberta e deli- todos esperavam pela evidência que
beradamente. Todos viram que não comprovaria a afirmação de Cristo de
havia fraude. Viram o corpo sem vida, que era o Filho de Deus, ou essa espe-
frio e imóvel de Lázaro. Surpresos e rança se extinguiria para sempre.
com grande expectativa, as pessoas Houve uma agitação na tumba
se juntaram em torno da tumba, es- silenciosa e, então, aquele que estava
perando para ver o que ia acontecer. morto se pôs de pé na porta da sepul-
Uma santa solenidade envolvia tura. As ataduras impediam seus mo-
a todos ali. Cristo Se aproximou da vimentos, e Cristo disse aos perplexos
tumba. Elevando os olhos ao Céu, espectadores: “Tirem as faixas dele e J
disse: “Pai, Eu Te agradeço porque deixem-no ir” (v. 44). Outra vez foi de- c
Me ouviste” (v. 41). Os inimigos de monstrado que a humanidade deve o
Cristo O haviam acusado de blasfê- trabalhar pela humanidade. Depois c
mia por Ele ter afirmado que era o de ser liberto daquelas faixas, Lázaro p
Filho de Deus. ficou diante da multidão, não como m
Cristo cuidou de deixar claro que alguém degradado pela doença, mas D
não atuava independentemente do como um homem no auge da vida. F
Pai. Era mediante a fé e a oração que Seus olhos brilhavam com inteligên- d
Ele realizava Seus milagres. Cristo cia e amor por seu Salvador. Em ado- c
queria que todos conhecessem Sua re- ração, ele se prostrou aos pés de Jesus. e
lação com o Pai. “Pai, Eu Te agradeço No começo, os espectadores fica- u
porque Me ouviste. Eu sei que sempre ram mudos de espanto; depois, houve
Me ouves, mas disse isso por causa do uma alegria indescritível. As irmãs re- r
povo que está aqui, para que creia que ceberam o irmão de volta à vida como m
Tu Me enviaste” (v. 41, 42). Ali os dis- um presente de Deus. Então, com lá- m
cípulos e o povo veriam que a afirma- grimas de alegria, expressaram sua m
ção de Cristo não era uma mentira. gratidão ao Salvador. Mas, enquanto t
“Depois de dizer isso, Jesus bra- todos se regozijavam nessa reunião, P
dou em alta voz: ‘Lázaro, venha para Jesus Se retirou dali com toda a dis- m
fora!’” (v. 43). A divindade brilhou atra- crição. Ao procurarem pelo Doador p
vés da humanidade. Em Seu rosto, que da vida, já não O encontraram. *

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o
s
59
a,
o
e,
e
e
Sacerdotes e Líderes
-

a
Religiosos Tramam *

a
l-
-
A notícia da ressurreição Os saduceus não estavam tão

39441 O Libertador (Desejado)


s de Lázaro logo chegou a cheios de ódio para com Cristo como
e Jerusalém. Espiões rapidamente se en- os fariseus, porém agora eles esta-
- carregaram de fornecer os fatos para vam absolutamente assustados. Eles
e os líderes judeus. Eles imediatamente não acreditavam na ressurreição dos
s convocaram uma reunião do Sinédrio mortos. Na mente deles, era impossí-
o para decidir o que fazer. Esse poderoso vel que um corpo morto pudesse ser
o milagre foi a suprema prova dada por trazido à vida. Mas bastaram poucas
s Deus de que Ele havia enviado o Seu palavras de Cristo para ficar demons-
a. Filho ao mundo para salvá-lo. Foi uma trado que eles eram ignorantes tanto
n- demonstração de poder divino sufi- sobre as Escrituras quanto sobre o
- ciente para convencer cada mente que poder de Deus. Como poderiam eles
s. estava sob o controle da razão e de afastar as pessoas dAquele que con-
a- uma consciência esclarecida. seguiu tirar da sepultura alguém que Bruna
Designer

e No entanto, os sacerdotes só fica- estivera morto? Não podiam negar


- ram mais enfurecidos por esse novo o milagre, nem sabiam como con- Editor Texto

o milagre. Jesus havia ressuscitado o trabalançar o seu efeito. Depois da


á- morto à luz do dia e diante de uma ressureição de Lázaro, os saduceus C.Qualidade

a multidão de testemunhas. Nenhum decidiram que somente a morte de


o truque podia explicar tal evidência. Jesus poderia deter Suas destemidas Depto. Arte

o, Por essa razão os sacerdotes estavam denúncias contra eles.


s- mais decididos que nunca a pôr um Os fariseus acreditavam na res-
r ponto final no trabalho de Cristo. surreição e não podiam deixar de
* Este capítulo é baseado em João 11:47-54.

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312 O Libertador
enxergar naquele milagre uma prova no ódio a Cristo, preferiam ser caute- t
de que o Messias estava entre eles. En- losos, temendo que os romanos os pri- N
tretanto, desde o começo, odiaram-nO vassem de suas altas posições. c
por haver retirado o manto que ocul- e
tava a deformidade moral deles. Como o Espírito Santo lí
A religião pura que Ele ensinava con- Tentou Ajudá-los fi
denara suas alegações de piedade. Eles Nesse conselho, reunido para pla- n
tinham sede de vingança por causa nejar a morte de Cristo, a Testemunha q
de Suas contundentes repreensões. que tinha ouvido as orgulhosas pa- g
Várias vezes tentaram apedrejá-Lo, lavras de Nabucodonosor e presen- “
mas Ele Se afastava calmamente. ciado a festa idólatra de Belsazar e
Para incitar os romanos contra estava agora impressionando os lí- d
Jesus, os fariseus afirmaram que Ele deres religiosos quanto à obra que v
estava tentando enfraquecer a autori- estavam fazendo. Eventos da vida a
dade romana. Com todo tipo de acu- de Cristo surgiram diante deles com u
sação falsa, tentaram eliminar Sua tal clareza que ficaram assustados. u
influência sobre as pessoas, mas essas Lembraram-se de quando Jesus, aos in
tentativas fracassaram. As multidões 12 anos de idade, de pé diante dos
que testemunharam Seus feitos e ou- letrados doutores da lei, fez pergun- C
viram Seus ensinamentos puros sa- tas que os deixaram maravilhados. p
biam que aquelas obras não podiam O milagre que Jesus acabara de rea- q
ser de um transgressor do sábado ou lizar deu testemunho de que Ele não h
de um blasfemo. Em desespero, os ju- era outro senão o Filho de Deus. n
deus finalmente decretaram que qual- Confusos e perturbados, os líderes J
quer um que professasse fé em Jesus perguntaram: “O que estamos fa- a
deveria ser expulso da sinagoga. zendo?” Havia uma divisão dentro m
Assim, fariseus e saduceus esta- do conselho. d
vam mais unidos do que nunca, tor- Estando o conselho em grande
nando-se um em sua oposição a Cristo. confusão, Caifás, o sumo sacerdote, m
Nesse tempo, o Sinédrio não era se levantou. Orgulhoso e cruel, ar- p
uma assembleia legalizada. Sua exis- rogante e intolerante, ele falou com S
tência era apenas tolerada. Alguns grande autoridade e segurança: d
dos seus membros questionaram se “Vocês não sabem nada! Será que o
era sábio matar Jesus. Temiam que não entendem que para vocês é me- d
isso pudesse provocar uma revolta. Os lhor que morra apenas um homem a
saduceus, unidos com os sacerdotes pelo povo do que deixar que o país s

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Sacerdotes e Líderes Religiosos Tramam 313

- todo seja destruído?” (Jo 11:49, 50, incentivado os pecadores a irem dire-
i- NTLH). Mesmo que Jesus fosse ino- tamente a Deus, como um Pai mise-
cente, Ele devia sair do caminho. Ele ricordioso, para Lhe contar de suas
estava diminuindo a autoridade dos necessidades. Ele Se recusara a reco-
líderes, e se o povo perdesse a con- nhecer a teologia das escolas rabíni-
fiança em seus chefes, o poder da cas. Havia desmascarado as práticas
a- nação estaria destruído. Depois da- maléficas dos sacerdotes, causando
a quele milagre, era possível que os se- dano irreparável à sua influência.
- guidores de Jesus se amotinassem. Com exceção de uns poucos que
- “Os romanos, então, virão”, disse não se atreveram a falar o que tinham
r ele, “e fecharão nosso templo e nos na cabeça, o Sinédrio recebeu as pala-
- destruirão como nação. O que é a vras de Caifás como se fossem pala-
e vida desse Galileu comparada com vras de Deus. Houve um sentimento

O Libertador (Desejado)
a a nação? Eliminá-Lo não seria fazer de alívio no conselho; cessaram as
m um serviço para Deus? É melhor que discórdias. Eles resolveram condenar
s. um homem pereça do que uma nação Cristo à morte na primeira oportu-
s inteira seja destruída”. nidade favorável. Aqueles sacerdotes
s A política recomendada por e líderes religiosos já se encontravam
- Caifás se baseava em um princí- totalmente sob o controle de Satanás,
s. pio pagão. A vaga consciência de mas, de tão enganados que estavam,
a- que alguém devia morrer pela raça sentiam-se contentes consigo mes-
o humana levara ao sacrifício de huma- mos. Consideravam-se como patrio-

39441
s. nos. Assim, mediante o sacrifício de tas buscando salvar a nação.
s Jesus, Caifás estava propondo salvar Para evitar que o povo se infla-
- a nação culpada não da transgressão, masse e usasse com eles a violên-
o mas na transgressão, a fim de que pu- cia que planejavam contra Jesus, o Bruna
Designer

desse continuar em pecado. conselho adiou a divulgação da sen-


e Nessa reunião do conselho, os ini- tença que já haviam pronunciado. Editor Texto

e, migos de Cristo experimentaram um O Salvador sabia que em breve eles


r- profundo senso de culpa. O Espírito realizariam suas intenções, mas C.Qualidade

m Santo havia impressionado a mente não era Sua função apressar a crise.
a: deles. Mas Satanás os fez lembrar as Assim, deixou a região, levando con- Depto. Arte

e ofensas que haviam sofrido por causa sigo Seus discípulos.


- de Cristo. Quão pouco Ele prestigiara Jesus agora já tinha dedicado três
m a justiça deles! Sem dar atenção às anos de trabalho público ao mundo.
s suas formalidades e rituais, Ele tinha Todos conheciam Sua abnegação,

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314 O Libertador
bondade desinteressada, pureza e povo por cuja salvação tanto tinha
devoção. Esse curto período, no en- trabalhado. Aquele que interrompeu
tanto, foi tudo o que o mundo pôde o sono da morte e manteve a atenção
suportar da presença do Redentor. de milhares às Suas palavras de sabe-
Aquele que sempre foi tocado pelo doria não conseguiu alcançar o cora-
sofrimento humano, que curou o ção dos que estavam blindados pelo
enfermo, alimentou o faminto e con- preconceito e pelo ódio e que obsti-
fortou o triste foi expulso dentre o nadamente rejeitaram a luz.

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