Recomendações para
Monitoramento Sanitário de
Ungulados
em Unidades de Conservação
Por que auxiliar no monitoramento sanitário
de ungulados em Unidades de Conservação?
Populações de animais selvagens estão sujeitas
a diversas enfermidades que ocorrem naturalmente e
funcionam como método de controle interno das
populações. Porém, atividades antrópicas ao redor de
unidades de conservação, como criações de animais
domésticos e uso de defensivos agrícolas podem
causar altos índices de mortalidade em animais
selvagens.
Para os pesquisadores que trabalham com
conservação é muito difícil avaliar os impactos que
essas enfermidades causam em animais de vida livre.
Muitos são esquivos e raramente são encontrados
doentes ou mortos para que se possa avaliar o animal
e coletar amostras.
Por esse motivo, animais encontrados mortos
com suspeita de alguma doença ou que são avistados
com sinais clínicos são muito valiosos para o estudo do
impacto das patologias em animais silvestres.
Recomenda-se que esses casos sejam informados aos
programas de conservação das respectivas espécies o
mais rápido possível. De posse desta informação, os
programas terão possibilidade de orientar pessoas que
estão no local de como proceder nestes casos.
Este manual tem o objetivo de auxiliar na
tomada de decisões pelos gestores de UCs ou qualquer
pessoa que esteja à frente de casos que podem auxiliar
na avaliação sanitária dessas espécies.
O que fazer caso encontre um animal doente
ou morto?
O primeiro passo é, se possível, anotar o local em que
esse animal foi avistado, identificando a localização
exata (ponto de GPS), tirar fotos e fazer vídeos para
que sejam encaminhados aos pesquisadores
responsáveis. Em seguida entre em contato com os
pesquisadores responsáveis pelo projeto de
conservação da espécie.
Aqui está a lista das equipes a serem contatadas
nessas situações:
Caso encontre um cervídeo (veado, cervo) com suspeita de
doença:
Prof. José Maurício Barbanti Duarte
e-mail:
[email protected]Tel: (16) 3209 7501, 99172-5119
Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos
(NUPECCE)
Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”
(UNESP)
Endereço: Via de acesso Professor
Paulo Donato Castellane s/n,
CEP: 14884-900. Jaboticabal – SP.
Site: www.fcav.unesp.br/nupecce
Caso encontre porcos selvagens (catetos ou queixadas)
com sinais de doenças:
Marcello Schiavo Nardi
e-mail:
[email protected]Cel: (11) 999376454
Cibele Biondo
Universidade Federal do ABC (UFABC)
e-mail: [email protected]
cel: (11) 96495-1801
Caso encontre uma anta com sinais de doença:
Patrícia Medici
Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira
(INCAB), Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ)
Presidente, IUCN SSC Tapir Specialist Group (TSG)
e-mail: [email protected]
Cel: (67) 99965-6960
Recomendações gerais para encontro de
animais vivos
Caso sejam encontrados animais vivos porém com
sinais clínicos de alguma enfermidade como por
exemplo, lesões em boca e cascos, incoordenação,
desorientação, edemas (inchaços) em região de cabeça,
inicialmente tire fotos e grave vídeos e anote o ponto de
GPS se possível.
Entre em contato com a equipe responsável pelo
monitoramento da espécie em questão e espere
orientações.
As orientações podem envolver captura desse animal
(em situações menos complicadas) ou até mesmo
contactar um veterinário para que seja feita eutanásia.
Recomendações gerais para animais
encontrados mortos com suspeita de alguma
enfermidade
Em caso de animais encontrados mortos com suspeita de
alguma enfermidade o ideal levar a carcaça até um
freezer -20° e congelar o animal inteiro. Porém, em
algumas situações, dependendo do tamanho do animal,
isso pode não ser possível.
Fig 1: Exemplo de freezer para armazenamento de
carcaças.
Caso congelar a carcaça inteira não seja uma opção entre
em contato com a equipe técnica responsável. Em
algumas situações é possível que seja recomendado fazer
a coleta de amostras a campo, já que o grau de
decomposição interfere muito nos resultados dos exames.
Caso seja indicado, após contato com a equipe, que a
coleta de amostras seja realizada, o ideal é que o
procedimento seja realizado por um veterinário ou
biólogo.
Para isso são necessárias o uso de EPIs como luvas
descartáveis ou de borracha e máscaras.
As amostras coletadas devem ter aproximadamente 1 cm
de diâmetro e ser de diversos órgãos (fígado, rim,
intestino, baço, cérebro) ou do tecido indicado pela equipe
técnica.
As amostras devem ser coletadas em duplicatas sendo
um fragmento colocado em um frasco com formol
tamponado a 10% e outro armazenado congelado.
Sua colaboração é extremamente importante para o
monitoramento sanitário dos ungulados selvagens.
Conhecendo melhor quais as doenças afetam as
populações de vida livre e o impacto que elas causam,
podemos detectar a origem da enfermidade e tomar
medidas para minimizar ou prevenir sua ocorrência.