0% acharam este documento útil (0 voto)
20 visualizações8 páginas

Patologia Do Cocreto

O documento aborda as patologias do concreto, destacando a importância da análise cuidadosa das manifestações e causas antes de escolher o tratamento adequado. As patologias podem ser congênitas ou adquiridas, e o diagnóstico correto é crucial para evitar intervenções inadequadas. O texto também discute os sinais de alerta, as origens das patologias e os métodos de reparo, enfatizando a necessidade de inspeções específicas para identificar danos ocultos.

Enviado por

carvanese
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
20 visualizações8 páginas

Patologia Do Cocreto

O documento aborda as patologias do concreto, destacando a importância da análise cuidadosa das manifestações e causas antes de escolher o tratamento adequado. As patologias podem ser congênitas ou adquiridas, e o diagnóstico correto é crucial para evitar intervenções inadequadas. O texto também discute os sinais de alerta, as origens das patologias e os métodos de reparo, enfatizando a necessidade de inspeções específicas para identificar danos ocultos.

Enviado por

carvanese
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 8

Patologias do concreto

Das manifestações às causas, as patologias do concreto


exigem análise cuidadosa antes da escolha do tratamento
ideal

Publicado em: 24/10/2012Atualizado em: 28/02/2023


Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Material não inerte, o concreto armado está sujeito a alterações ao longo do


tempo, em função de interações entre os elementos que o constituem (cimento,
areia, brita, água e aço), com os aditivos e com agentes externos, como ácidos,
bases, sais, gases, vapores e micro-organismos. “Muitas vezes, dessas interações
resultam anomalias que podem comprometer o desempenho da estrutura,
provocar efeitos estéticos indesejáveis ou causar desconforto psicológico nos
usuários”, diz o engenheiro Élvio Piancastelli, professor da Universidade Federal
de Minas Gerais.
Veja também: Tubo de concreto para esgoto preço
De acordo com o especialista só quando o desempenho da estrutura está
ameaçado ou comprometido é que ficam caracterizadas as ‘enfermidades’ do
concreto ou da estrutura, que podem ser congênitas – nascem com a estrutura –
ou são adquiridas ao longo de sua vida, devido à ação direta de inúmeros agentes
externos, incluindo usuários, ou ainda fenômenos físicos, entre eles, choques,
terremotos, incêndios, enchentes, explosões, recalques e variações de
temperatura.
Veja também:
Compra de concreto exige conhecimento de normas técnicas e concreteiras
Tubo de concreto para águas pluviais
Faça a qualificação de fornecedores com mais facilidade usando nossa Matriz de
Qualificação gratuita. Baixe já!

RELAÇÃO SINTOMA X CAUSA


O professor ensina que é a partir dos sintomas que se inicia todo o processo de
averiguação das causas e origem do fenômeno patológico, fundamental para o
correto diagnóstico. O ideal, diz, é que as patologias do concreto armado sejam
evitadas ou, então, tratadas para que não ocorra perda da estrutura ou de peças
estruturais. “Nos últimos anos as normas vêm incorporando essas medidas mais
intensamente – critérios de durabilidade –, que se fundamentam
predominantemente nos mecanismos de deterioração do concreto (expansão e
corrosão) e do aço (corrosão)”, observa, lembrando que tais critérios somados às
demais recomendações para projeto e execução das estruturas constituem as
principais medidas da profilaxia.
A fase mais importante desse processo é a do diagnóstico que, se for equivocado,
implicará intervenções inócuas, dificultando estudos futuros, além do inútil gasto de
dinheiro. Nas fases iniciais do estudo será preciso trabalhar com hipóteses,
verificando sua veracidade. “Na realidade, nunca há certeza, mas sim redução no
número de dúvidas. A eficácia do tratamento ou da solução só poderá ser
confirmada pela resposta satisfatória da estrutura ao tratamento”, explica.

SINAIS DE ALERTA
Para identificar as causas das patologias do concreto é preciso observar suas
manifestações que ocorrem normalmente nas partes externas das estruturas. No
entanto, existem partes externas que não são normalmente visualizadas, como as
total ou parcialmente enterradas (fundações, arrimos, piscinas); as faces internas
das juntas de dilatação; e as do interior de galerias e reservatórios. “Nesses locais,
os chamados danos ocultos só são detectados se forem programadas e
executadas inspeções específicas”, afirma.
Fique de olho!

As manifestações a seguir podem indicar a existência de patologias do concreto.

 Fissuras e Trincas
 Desagregação
 Erosão e Desgaste
 Disgregação (Desplacamento ou Esfoliação)
 Segregação
 Manchas
 Eflorescência
 Calcinação
 Flechas Exageradas
 Perda de Aderência Entre Concretos (nas juntas de concretagem)
 Porosidade
 Permeabilidade

“Vale ressaltar que algumas enfermidades são erroneamente consideradas


sintomas, como o caso clássico da corrosão das armaduras, que caracteriza a
enfermidade ‘falta de homogeneidade’, e cujos sintomas são fissuras e
disgregação do concreto”, diz Piancastelli.
As fissuras e trincas são os sintomas mais frequentes de problemas nas estruturas
e com causas muito variadas: “A sua posição em relação à peça estrutural, a
abertura, a direção, e sua forma de evolução (com relação à direção e à abertura),
dão indicações das causas prováveis. Fissuras são também ocorrências inerentes
ao concreto armado, visto que as seções são dimensionadas nos Estágios II
(seção fissurada) ou III (ruptura), não sendo, portanto, sempre, manifestação
patológica. Sob esse aspecto, a diferenciação entre manifestação patológica, ou
não, é feita em função das aberturas e das causas”.
Veja também:
Cabo Estanhado
Poseidon
Retroescavadeira 3CX

FISSURAS ATIVAS OU INATIVAS


De acordo com Piancastelli para a especificação do tratamento ideal é essencial
verificar se a fissura analisada é ativa (viva ou instável) – fissuras que apresentam
variação de abertura –, ou inativa (morta ou estável) – aquelas que não
apresentam variação de abertura.
Como verificar:

A checagem pode ser feita com a utilização de ‘selos’ rígidos (gesso ou plaquetas
de vidro coladas), que se rompem caso a fissura apresente variação de abertura,
ou por meio da medição direta (fissurômetro) dessa variação. Para dar tratamento
correto à fissura também é importante identificar o agente causador.
Agente causador não atuante – a fissura pode ser considerada estável
Agente causador atuante – a fissura pode ser considerada instável
A seguir, o engenheiro elenca algumas das causas que geram fissuras:
Material Causa Sintoma
 Assentamento plástico
 Movimentação das formas
No concreto
 Dessecação superficial Fissuras
fresco
 Vibrações

 Retração hidráulica
 Variações térmicas
 Esforços solicitantes excessivos,
principalmente flexão e cisalhamento
No concreto
 Concentração de tensões Fissuras
endurecido
 Recalques de fundação
 Corrosão de armaduras
 Retração hidráulica

Origens

A origem de uma patologia está relacionada com a etapa da vida da estrutura em


que foi criada a predisposição para que agentes desencadeassem seu processo
de formação. Conheça as origens das enfermidades do concreto:

 Defeitos de projeto
 Defeitos de execução
 Erosão e Desgaste
 Má qualidade dos materiais ou uso inadequado
 Sinistros ou causas fortuitas (incêndios, inundações, acidentes etc.)
 Uso inadequado da estrutura
 Manutenção imprópria
 Outras, incluindo origens desconhecidas

No Brasil, as principais causas das patologias estão relacionadas à execução. A


segunda maior causa são os projetos que pecam por má avaliação de cargas;
erros no modelo estrutural; erros na definição da rigidez dos elementos estruturais;
falta de drenagem; ausência de impermeabilização; e deficiências no detalhamento
das armaduras.

INCIDÊNCIA NO BRASIL
REPAROS PARA PEQUENOS DANOS
Danos que não comprometem o desempenho estrutural do elemento ou o fazem
de forma pouco significativa podem receber reparos. Élvio Piancastelli ensina que
para o bom desempenho é fundamental que o substrato (superfícies de concreto e
aço) seja convenientemente tratado. “São duas as finalidades básicas do
tratamento: retirar todo material deteriorado ou contaminado e propiciar as
melhores condições de aderência entre o substrato e o material de reparo”, diz,
indicando os procedimentos que podem ser utilizados:

 Escarificação manual (talhadeira, ponteiro, marreta)


 Escarificação mecânica (martelete, rompedor, fresa)
 Escovamento manual (escova de aço)
 Lixamento manual ou elétrico (lixas para concreto e aço, lixadeira elétrica)
 Hidrodemolição (equipamento específico)
 Jateamento de areia (equipamento específico)
 Jateamento de água e areia (equipamento específico)
 Queima controlada com chama (maçarico)
 Corte de concreto (disco de corte)
 Jateamento de ar comprimido (equipamento específico)
 Jateamento de água fria ou quente (equipamento específico)
 Jateamento de vapor (equipamento específico)
 Lavagem com soluções ácidas
 Lavagem com soluções alcalinas (solução de ‘soda cáustica’)
 Aplicação de removedores de óleos e graxas
 Aplicação de removedores de gordura e ácido úrico - suor (álcool
isopropílico, acetona)
 Umedecimento ou saturação da superfície do concreto com água
(aspersão, pano ou areia molhados)

“Na retirada do concreto deteriorado ou contaminado, deve-se cuidar para que o


contorno das aberturas seja bem definido e suas faces laterais apresentem
ângulos que favoreçam a aderência, facilitem a aplicação e garantam a espessura
mínima do material de reparo”, explica. Em qualquer caso, a superfície do concreto
velho que entrará em contato com o material de reparo deverá ser apicoada para a
retirada da nata de cimento superficial. Essa superfície deverá estar seca ou úmida
(saturada com superfície seca), em função do material a ser utilizado.

Reparos mais comuns:


Reparos São aqueles que não ultrapassam a espessura da camada de
superficiais cobrimento das armaduras. “Eles são exigidos em função de
disgregações, desagregações, segregações, porosidades ou
contaminações que atingem o concreto de cobrimento das
armaduras”, explica.
Reparos Referem-se àqueles cujas profundidades ultrapassam a camada
profundos de cobrimento das armaduras. “Esse tipo de reparo geralmente
surge devido à ocorrência de segregações, ninhos, ou presença
de corpos estranhos ao concreto”, acrescenta.
Reparos São feitos em função de disgregações, desagregações,
superficiais segregações, erosões, desgastes, contaminações ou calcinações
de grandes que atingem grandes áreas do concreto de cobrimento das
áreas armaduras.
Reparos Exigem análise do funcionamento do sistema de proteção do aço
devidos à dentro da massa de concreto. “Para tanto, é necessário verificar
corrosão de as relações existentes entre o pH do concreto e o potencial de
armaduras corrosão (potencial eletroquímico) do aço. Essas relações foram
estudadas por Pourbaix e são mostradas no diagrama que leva o
seu nome”, indica.

FATORES QUE PROVOCAM CORROSÃO


“A corrosão pode ocorrer por despassivação da armadura em função da
diminuição do pH do concreto, devido à reação entre o hidróxido de cálcio a ele
inerente e o CO2 que nele penetra, no fenômeno denominado carbonatação,
facilmente detectado pelo teste de fenolftaleina. Acontece, também, pela presença
de cloretos”, explica Piancastelli.
As intervenções que o professor indica são bastante eficazes, entretanto, por
serem bastante invasivas, exigem cuidadosa avaliação do seu impacto sobre o
comportamento estrutural do elemento tratado. O escoramento da estrutura é,
praticamente, inevitável. “A filosofia do tratamento, no caso de ataque de cloretos,
consiste no isolamento das barras da armadura, impedindo seu contato com o
concreto contaminado”, diz, acrescentando que pode ser feito com a aplicação de
polímeros inibidores de corrosão ou com inibidores de corrosão adicionados ao
concreto ou argamassa.
O professor lembra que a proteção catódica é teoricamente a maneira mais
eficiente que se tem para prevenir ou interromper um processo corrosivo. “O
método consiste em abaixar o potencial de corrosão das armaduras (zona de
imunidade do Diagrama de Pourbaix), introduzindo-se corrente elétrica no circuito
formado por todas as barras da armadura e metal instalado na superfície do
concreto. Dessa forma, as armaduras passam a fazer parte da região de cátodo
(região não sujeita à corrosão). A proteção catódica pode ser feita por ânodos de
sacrifício ou por corrente impressa. Qualquer uma dessas duas técnicas exige
manutenção constante por profissionais especializados”, diz.
Confira também:
Cimento branco
Cimentos Impermeabilizantes
Argamassas para Impermeabilização

REPAROS EM FISSURAS
Nos reparos de fissuras, deve ser determinado se elas são ativas ou inativas. As
fissuras causadas por retração hidráulica, recalques estabilizados e juntas de
concretagem mal executadas podem ser tratadas como inativas. “Em muitos
casos, devidas a esforços excessivos, principalmente se forem efetuadas
intervenções de reforço, podem ser entendidas como inativas. Já as fissuras ativas
funcionam como ‘juntas naturais’ da estrutura, devendo, portanto, ser tratadas
como tal. As causadas por variação de temperatura são o exemplo típico”, diz Élvio
Piancastelli, acrescentando que a regra geral é: “se o agente causador da fissura
não mais atua, ela pode ser tratada como inativa, caso contrário, como ativa”. Por
outro lado, considerado apenas o aspecto de comportamento do reparo, qualquer
fissura pode ser tratada como ativa.
Reparos nas inativas – implicam na restauração da monoliticidade do concreto.
Consistem, portanto, na aplicação de produtos (adesivos) capazes de promover a
aderência entre os concretos de suas duas faces. Isto pode ser feito por gravidade
ou por injeção sob pressão (ar comprimido), conforme o caso.
Reparos nas ativas (ou inativas com monoliticidade não exigida) – feitos por
juntas de dilatação. “Para impedir a penetração de materiais que impeçam sua
livre movimentação (pó, areia, brita etc.) ou que sejam deletérios ao concreto
(água, óleos, fuligens etc.), as ‘novas juntas’ devem ser vedadas com mastiques
ou outros materiais elásticos”, sugere.
Reparos especiais – são aqueles nos quais é inviável a execução de técnicas
padronizadas. Nesses casos, são empregadas combinações de técnicas, algumas
delas com adaptações. Procedimentos alternativos são também utilizados.
Pintura
“Com o objetivo de uniformizar a cor da estrutura, após o reparo, pode ser feita a
pintura estética à base de tinta pva, acrílica, epoxídica ou cimentícia, utilizando ou
não argamassa de estucamento. No caso de intervenções devidas à corrosão de
armaduras, é recomendável a aplicação de pinturas que visem proteger o concreto
contra penetração de água e gases”, diz o professor, que continua: “é importante
salientar que elementos estruturais, que possam receber umidade por uma ou
mais de suas faces, só devem receber pinturas ou revestimentos nas demais
faces, se forem permeáveis ao vapor d’água. Caso tal regra não seja observada,
estará criada situação favorável para acelerado processo de oxidação de
armaduras”.
Polimento
O polimento do concreto, recurso protetor e estético, raramente é adotado por
engenheiros e arquitetos. No entanto, é um bom mecanismo de proteção, pois
reduz a área de absorção pela diminuição da área desenvolvida da superfície
exposta do concreto, e reduz o tempo de absorção, pelo aumento da velocidade
de escorrimento da água. O tratamento é extremamente otimizado, quando, antes
do polimento do concreto, são aplicados em sua superfície produtos
impermeabilizantes que atuam obturando os capilares do concreto, através de
formações cristalinas insolúveis. “Com um simples, mas adequado tratamento, o
concreto convencional pode se tornar um ‘granito raro e impermeável’”.
Redação AECweb / e-Construmarket

COLABOROU PARA ESTA MATÉRIA

Élvio Mosci Piancastelli – É engenheiro civil graduado pela Universidade


Federal de Minas Gerais UFMG em 1977, com especialização em Estruturas pela
Escola de Engenharia da UFMG concluída 1987 e mestrado em Engenharia de
Estruturas pela Escola de Engenharia da UFMG finalizado em 1997. É professor
adjunto do Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia
da UFMG (graduação e pós-graduação) e consultor nas áreas de Estruturas de
Concreto Armado, Estruturas de Fundação e Contenção, e Patologia,
Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto.

Você também pode gostar