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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO SOL NASCENTE

DEPARTAMENTO DE SAÚDE
LICENCIATURA EM CARDIOPNEUMOLOG A

TRABALHO COLECTIVO DE ÉTICA E DEONTOLOGIA

Desafios da ét ca na era d g tal


responsabilidade, transparência e
privacidade

.....Turma: C
.....Período: Vespertino
......Nivé 1° Ano

Docente: Msc Alfredo


Justino

1
Huambo, 2025

2
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO SOL NASCENTE
DEPARTAMENTO DE SAÚDE
LICENCIATURA EM CARDIOPNEUMOLOG A

TRABALHO COLECTIVO DE ÉTICA E DEONTOLOGIA

Desafios da ét ca na era d g tal


responsabilidade, transparência e
privacidade

Turma: C
Período:
Vespertino N vél:
1° Ano

Docente: Msc Alfredo


Justino

Huambo, 2025
3
Lista de Integrantes:
1. Garcia Belmiro D Jamba 202400611
2. Joaquim Muhongo 202400489
3. Luciano CH.Capitamolo 202400691
4. Moisés Segunda Kumandala Lucamba 202400498
5. Neidy Gouveth Quibela cavalo 202400513
6. Paulina Kakunde 202400939

4
Resumo
Na era digital, a ética enfrenta desafios urgentes relacionados ao
uso responsável da tecnologia, à transparência nos processos
digitais e à proteção da privacidade. A crescente influência de
algoritmos, inteligência artificial e redes sociais exige que
empresas, governos e indivíduos atuem com responsabilidade
diante de impactos sociais e morais. A transparência torna-se
fundamental para garantir que as decisões tecnológicas sejam
compreensíveis e justas, enquanto a privacidade,
constantemente ameaçada pela coleta de dados, demanda
regulamentações sólidas e respeito aos direitos dos usuários.
Como destaca o sociólogo Zygmunt Bauman: “A tecnologia dá
poder, mas não diz como usá-lo. Esse é o papel da ética.” Repensar
valores éticos no ambiente digital é, portanto, essencial para a
construção de uma sociedade mais justa, segura e consciente.
Palavras-chave: Ética, Responsabilidade, Transparência, Privacidade e
Tecnologia.

Abstract
In the digital age, ethics faces urgent challenges related to the
responsible use of technology, transparency in digital processes,
and the protection of privacy. The growing influence of algorithms,
artificial intelligence, and social media requires companies,
governments, and individuals to act responsibly in the face of social
and moral impacts. Transparency becomes essential to ensure that
technological decisions are understandable and fair, while privacy
—constantly threatened by data collection—demands strong
regulations and respect for users’ rights. As the sociologist
Zygmunt Bauman points out: “Technology gives power, but does
not tell us how to use it. That is the role of ethics.” Rethinking
ethical values in the digital environment is therefore essential for
building a more just, safe, and conscious society.
Keywords: Ethics, Responsibility, Transparency, Privacy, and
Technology.

5
Súmario

Introdução

................................................................................................................................................

06

Justificativa.....................................................................................................................07

Objectivos..........................................................................................................................08

Objectivo geral..........................................................................................................08

Objectivos específicos............................................................................................08

Ética no Uso de Tecnologias Digitais..................................................................10

Impactos da Falta de Transparência no Uso de Dados............................11

Prejuízo à Confiança e Relações Comerciais........................................11

Risco de Manipulação e Discriminação.....................................................11

Violação da Privacidade e Abuso de Dados Pessoais...............................12

Desigualdade de Acesso e Exclusão Digital...........................................12

Erosão da Autonomia e Liberdade Individual........................................12

Impactos Legais e Reputacionais para as Empresas...........................14

O Princípio da Autonomia e o Consentimento Informado....................14

Privacidade versus Segurança: O Dilema Ético...........................................15

A Privacidade no Uso de Dados Sensíveis: Respeito ao Direito


Fundamental......................................................................................................................15

A Transparência como Princípio Ético Fundamental..................................16

O Uso de Tecnologia e a Questão da Liberdade Pessoal............................16

Regulamentações Legais: Proteção e Responsabilidade.......................17

Conclusão...........................................................................................................................18

Referencias bibliograficas........................................................................................19

6
Introdução

A era digital trouxe avanços tecnológicos sem precedentes,


transformando a forma como nos comunicamos, trabalhamos e
interagimos com o mundo. No entanto, esses progressos também
apresentam desafios éticos complexos, especialmente no que diz
respeito à responsabilidade, transparência e privacidade. A rápida
evolução da inteligência artificial, do big data e das plataformas
digitais exige uma reflexão crítica sobre como equilibrar inovação e
direitos fundamentais.

Segundo Floridi (2018), a ética digital deve guiar-se pelo


princípio da responsabilidade, garantindo que os
desenvolvedores e usuários de tecnologia assumam as
consequências de suas ações no ciberespaço. Já para Zuboff
(2019), a falta de transparência nas práticas de coleta e uso de
dados por grandes corporações configura um "capitalismo de
vigilância", ameaçando a autonomia individual. Além disso,
como alerta Nissenbaum (2010), a privacidade na era digital não
se resume à proteção de dados, mas à preservação da
contextual integrity, ou seja, a adequação do fluxo de
informações aos contextos sociais específicos.

Diante dessas questões, é urgente debater como construir um


ambiente digital ético, onde inovação e direitos humanos
coexistam de forma harmoniosa. Este trabalho busca explorar
esses desafios, analisando os limites e as possibilidades da ética
na era digital.

7
Just ficat va

O tema referido foi escolhido por causa do impacto das


tecnologias no campo da saúde. Os pacientes têm os seus dados
na maioria das vezes não autorizados a serem explorados. O risco
de vazamento da privacidade dos pacientes pode comprometer a
confiança no sistema de saúde e gerar impacto negativo, como
baixa credibilidade.

Transparência é fundamental na ética da era digital,


especialmente em sectores como saúde. Na coleta e uso de
dados, os hospitais coletam grandes quantidades de
informações pessoais.

A desinformação e disseminação de fake news pode


influenciar nas decisões éticas e clínicas.

8
Objectivos

Object vo Geral

 Analisar os desafios éticos da era digital em responsabilidade,


transparência e privacidade.

Object vos Específicos:

* Identificar os princípios éticos para o uso de tecnologias


digitais.

* Avaliar os impactos da falta de transparência no uso de dados.

* Discutir os limites da privacidade no contexto digital.

9
Fundamentação teórica

Os desafios éticos impostos pela era digital concentram-se


em três eixos principais: responsabilidade, transparência e
privacidade. Esses conceitos tornaram- se centrais no debate sobre
o desenvolvimento tecnológico contemporâneo, especialmente
diante do avanço de sistemas de inteligência artificial, big data e
plataformas digitais.

No que se refere à responsabilidade digital, Floridi (2018)


defende que a ética na era digital deve ser pautada pelo princípio
da responsabilidade compartilhada, onde desenvolvedores,
empresas, usuários e governos assumem conjuntamente as
consequências do uso de tecnologias. Essa perspectiva é
reforçada por O'Neil (2016), que alerta para os riscos dos vieses
algorítmicos e sua capacidade de perpetuar desigualdades
sociais quando não adequadamente monitorados.

Quanto à transparência, Zuboff (2019) identifica o


surgimento do chamado capitalismo de vigilância, sistema no
qual dados pessoais são coletados e comercializados em larga
escala, frequentemente sem o conhecimento ou consentimento
efetivo dos usuários. Mittelstadt et al. (2016) complementam
essa análise ao destacar a importância da transparência
algorítmica como mecanismo fundamental para garantir
accountability em sistemas que influenciam decisões críticas na
sociedade.

No campo da privacidade, Nissenbaum (2010) propõe o


conceito de integridade contextual, argumentando que a proteção
de dados deve considerar os contextos sociais específicos em que
as informações são compartilhadas. Solove (2013) amplia essa
discussão ao analisar como a hiperconectividade tem
reconfigurado as noções tradicionais de privacidade, exigindo
novas abordagens regulatórias como o GDPR (UE, 2016), que busca
equilibrar inovação tecnológica e proteção de direitos
fundamentais.

10
Essa discussão teórica revela a necessidade de estruturas de
governança digital que harmonizem desenvolvimento tecnológico
e proteção ética, garantindo que os avanços na área digital não
ocorram em detrimento de valores fundamentais da sociedade.

11
É ca no Uso de Tecnologias Dig tais

Quando falamos sobre os desafios éticos da era digital, é


importante compreender que o avanço das tecnologias traz
consigo uma série de questões morais e sociais que exigem
reflexão. A ética digital não se limita a evitar danos ou violações
de direitos, mas envolve uma responsabilidade ativa na construção
de um futuro digital mais justo e humano. No campo da ética
digital, alguns princípios essenciais orientam o uso das
tecnologias e são fundamentais para mitigar os impactos
negativos que a digitalização pode causar.

Responsabi dade: A responsabilidade no contexto digital


envolve tanto as empresas de tecnologia quanto os usuários.
As organizações que desenvolvem produtos e serviços digitais
precisam garantir que suas tecnologias não apenas
funcionem adequadamente, mas também que cumpram sua
função sem prejudicar os direitos dos indivíduos. Além disso,
é importante que as decisões automatizadas, tomadas por
algoritmos, sejam passíveis de responsabilidade, evitando
que sistemas falhos ou preconceituosos causem danos. Como
afirmou Luciano Floridi, filósofo da tecnologia, "A ética digital
não é apenas uma questão de não causar danos, mas de
buscar ativamente o bem comum por meio das tecnologias".
Isso implica que a responsabilidade vai além de evitar erros;
ela se estende à criação de tecnologias que promovam o
bem-estar coletivo.

Transparência: Em um mundo onde os algoritmos


determinam aspectos importantes da nossa vida, como o
conteúdo que consumimos nas redes sociais ou até mesmo
decisões financeiras, a transparência é um princípio essencial.
Isso significa que as empresas devem ser claras sobre como
seus algoritmos funcionam, quais dados são coletados e como
são utilizados. Quando a opacidade prevalece, o risco de
manipulação aumenta. A transparência é uma forma de
garantir que o poder da tecnologia seja utilizado de forma
12
justa e acessível a todos. De acordo com o filósofo Zygmunt
Bauman, "A transparência não é um luxo, mas uma condição
essencial para uma sociedade justa."

13
Privacidade: A privacidade é um dos direitos mais vulneráveis
na era digital, dado o volume de dados pessoais coletados por
empresas e governos. A proteção da privacidade exige que os
indivíduos possam controlar suas informações e decidir
quando e como compartilhá-las. No entanto, muitas vezes, a
coleta de dados ocorre sem o consentimento explícito dos
usuários, o que coloca em risco a liberdade e a autonomia de
cada pessoa. A privacidade deve ser encarada como um
princípio fundamental, essencial para a dignidade humana.
Como bem alerta o filósofo Shoshana Zuboff, "A privacidade
não é apenas a proteção contra a vigilância, mas uma defesa
da liberdade e da autonomia humana em um mundo
digitalizado."

Justiça: A justiça, no contexto digital, envolve garantir que as


tecnologias não reforcem ou perpetuem desigualdades
sociais, como discriminação racial, de gênero ou
socioeconômica. A justiça digital exige que todas as
pessoas, independentemente de sua origem ou status,
tenham acesso equitativo às oportunidades oferecidas
pelas tecnologias. Além disso, a justiça deve assegurar que
as tecnologias sejam utilizadas de maneira a beneficiar o
maior número de pessoas possível, sem causar danos a
grupos vulneráveis.

Segurança: Em um mundo interconectado, a segurança dos


sistemas digitais não é apenas uma questão técnica, mas
também ética. Garantir que os dados pessoais dos usuários
sejam protegidos contra invasões e vazamentos é uma
responsabilidade moral das empresas. A segurança digital
deve ser vista como um compromisso com a proteção da
privacidade e a integridade dos indivíduos, evitando danos
irreparáveis.

Sustentabilidade: Com o aumento da digitalização, o


impacto ambiental das tecnologias também se torna uma
preocupação ética. O desenvolvimento e o uso de
14
tecnologias digitais devem considerar sua pegada
ecológica e buscar práticas que minimizem o impacto
ambiental, como o uso responsável de recursos naturais e
a promoção de práticas sustentáveis na produção de
dispositivos e infraestrutura tecnológica.

15
Impactos da Falta de Transparência no Uso de Dados

A falta de transparência no uso de dados é um dos maiores


desafios éticos enfrentados pela sociedade na era digital.
Quando as empresas, plataformas ou governos utilizam dados
pessoais sem fornecer informações claras sobre como esses
dados são coletados, armazenados, compartilhados ou usados,
uma série de impactos negativos podem surgir, afetando não
apenas os indivíduos, mas também a confiança nas tecnologias
digitais como um todo. Vamos avaliar esses impactos sob
diferentes perspectivas:

Prejuízo à Confiança e Relações Comerciais

A transparência é fundamental para estabelecer confiança


entre as plataformas digitais e seus usuários. Quando as empresas
não explicam de maneira clara e acessível como os dados dos
usuários são tratados, cria-se um ambiente de desconfiança.
Usuários podem se sentir inseguros ao usar plataformas que não
explicam como suas informações estão sendo utilizadas, o que
pode afetar a adesão a novos serviços ou a continuidade no uso de
plataformas existentes. A falta de confiança pode levar à fuga de
consumidores, prejudicando os negócios. Como afirma a
especialista em privacidade Shoshana Zuboff, "A confiança não é
um dado fixo, mas um reflexo da maneira como lidamos com os
dados pessoais. A transparência é a chave para gerar essa
confiança."

Risco de Manipulação e Discriminação

A falta de transparência também pode abrir portas para


práticas manipulativas ou discriminatórias. Algoritmos utilizados
por plataformas de mídia social, motores de busca ou sistemas de
recomendação, por exemplo, podem favorecer certos tipos de
conteúdo ou mesmo influenciar comportamentos sem o
conhecimento dos usuários. Sem entender como esses algoritmos
funcionam ou quais dados estão sendo usados para gerar tais
decisões, os indivíduos se tornam vulneráveis a manipulações sutis,
16
como em campanhas de desinformação ou influências políticas. Em
um exemplo notório, a Cambridge Analytica usou dados de milhões
de usuários do Facebook sem o devido consentimento para
influenciar eleições. O impacto negativo da falta de transparência
nesse caso foi devastador, comprometendo a integridade do
processo democrático.

17
Violação da Privacidade e Abuso de Dados Pessoais

A falta de clareza sobre a coleta e uso de dados também pode


resultar em violações graves de privacidade. Dados pessoais
sensíveis, como informações financeiras, de saúde ou de
localização, podem ser utilizados sem a devida proteção ou
autorização, levando ao uso indevido dessas informações, como
para fins de publicidade direcionada ou até mesmo para crimes
como o roubo de identidade. O uso inadequado dos dados dos
consumidores sem o seu consentimento explícito coloca em risco
os direitos fundamentais à privacidade, conforme garantido por
legislações como o GDPR (Regulamento Geral de Proteção de
Dados) na União Europeia. A privacidade digital é uma extensão
dos direitos humanos, e seu abuso tem sérias repercussões legais e
sociais.

Desigualdade de Acesso e Exclusão Digital

A falta de transparência pode contribuir para a exclusão


digital de certos grupos sociais. Quando os dados são utilizados de
forma desigual, com base em algoritmos opacos que favorecem
alguns grupos em detrimento de outros, pode-se criar uma
"sociedade digital de castas". Por exemplo, sistemas de crédito e
seguros que utilizam dados pessoais para determinar a
elegibilidade de indivíduos podem acabar discriminando
populações vulneráveis, como minorias étnicas, mulheres ou
pessoas de baixa renda, sem que essas decisões sejam explicadas
ou compreendidas. A falta de transparência nesses processos
impede que os indivíduos compreendam as razões pelas quais
foram excluídos ou prejudicados, perpetuando desigualdades
existentes.

Erosão da Autonomia e Liberdade Individual

A falta de transparência no uso de dados pode afetar a


autonomia dos indivíduos. Sem saber como suas informações estão
sendo utilizadas, os usuários não conseguem tomar decisões
informadas sobre suas próprias vidas digitais. Por exemplo, uma
18
pessoa pode ser alvo de uma segmentação publicitária sem saber
que seus dados estão sendo vendidos para terceiros. Além disso, a
manipulação dos dados pode interferir nas decisões pessoais,
como na escolha de produtos ou até mesmo em escolhas políticas,
sem que o indivíduo tenha total consciência da influência que está
sendo exercida sobre ele. Isso compromete a liberdade de decisão,
base essencial para uma sociedade democrática.

19
Impactos Legais e Reputacionais para as Empresas

Empresas que não adotam práticas transparentes no uso de


dados podem enfrentar sérias consequências legais e
reputacionais. Muitas jurisdições, como a União Europeia com o
GDPR, impõem pesadas sanções financeiras a empresas que
violam as regras de proteção de dados ou falham em fornecer
transparência sobre como os dados dos usuários são processados.
Além disso, a falta de transparência pode resultar em danos à
reputação da marca, o que pode ter efeitos duradouros na lealdade
dos consumidores e na viabilidade do negócio.

Limites da Privacidade no Contexto Digital à Luz da É ica

No cenário digital contemporâneo, a privacidade se tornou


um dos direitos mais desafiados pela evolução tecnológica. A
ética, enquanto disciplina que trata dos princípios de conduta
moral, desempenha um papel crucial ao abordar os limites da
privacidade no contexto digital, onde as fronteiras entre o direito
individual à proteção dos dados e as necessidades coletivas de
segurança e inovação são frequentemente contestadas. Vamos
examinar como a ética discute e define os limites da privacidade
digital, levando em consideração as implicações para os
indivíduos e para a sociedade.

O Princípio da Autonomia e o Consentimento Informado

O princípio da autonomia, fundamental na ética, defende que


os indivíduos devem ser livres para tomar decisões informadas
sobre sua vida e seus dados pessoais. No entanto, no contexto
digital, a autonomia é frequentemente ameaçada pela falta de
transparência nos processos de coleta e uso de dados. Muitos
usuários aceitam termos e condições sem compreender
plenamente como suas informações estão sendo tratadas, o que
gera um dilema ético significativo.

Limite ét co da privacidade: O consentimento informado é o


pilar que garante que as pessoas possam exercer sua autonomia

20
de forma plena. A ética exige que as empresas sejam
transparentes e claras quanto ao uso de dados, permitindo que os
indivíduos compreendam as implicações de compartilhar suas
informações. Quando a privacidade é violada sem o consentimento
explícito do usuário, isso é considerado uma violação do princípio
ético da autonomia.

21
Privacidade versus Segurança: O Di ema Ét co

O uso de dados pessoais por governos e empresas


frequentemente entra em conflito com o direito à privacidade,
principalmente quando a segurança pública é colocada em jogo. As
autoridades podem justificar a vigilância em massa e a coleta de
dados como uma maneira de prevenir crimes, como terrorismo ou
fraudes financeiras. No entanto, a ética questiona até que ponto
essa coleta de dados pode ser justificada sem infringir as
liberdades individuais.

Limite ético da privacidade: A ética exige um equilíbrio entre


a segurança coletiva e os direitos individuais. A vigilância em
massa, por exemplo, pode ser vista como uma ameaça à
privacidade e à liberdade, já que pessoas podem ser monitoradas
sem um motivo específico, resultando em um controle excessivo
sobre a sociedade. No entanto, em situações emergenciais ou em
defesa de segurança pública, o uso dos dados deve ser
rigorosamente limitado e justificado, com o menor impacto possível
na privacidade dos indivíduos. A ética questiona se a proteção da
sociedade pode ser alcançada sem comprometer o direito à
privacidade e à liberdade individual.

A Privacidade no Uso de Dados Sensíveis: Respeito ao Direito


Fundamental

Em termos éticos, certos tipos de dados, como informações


sobre saúde, crenças religiosas ou orientação sexual, são
classificados como dados sensíveis, e sua coleta exige um
tratamento ético mais rigoroso. Quando esses dados são utilizados
para fins comerciais ou políticos, a violação da privacidade pode ter
consequências profundas, como discriminação, manipulação ou
marginalização de grupos vulneráveis.

Limite ét co da privacidade: O tratamento de dados sensíveis


exige consentimento explícito e informado. A ética considera que
esses dados não devem ser usados de maneira que comprometam
a dignidade humana ou violam direitos fundamentais. O princípio

22
ético da justiça também entra em jogo aqui, já que o uso indevido
desses dados pode resultar em discriminação injusta, favorecendo
ou prejudicando determinadas pessoas com base em
características pessoais.

23
A Transparência como Princípio Ét co Fundamental

A transparência é um princípio ético essencial para garantir


que os indivíduos saibam como seus dados estão sendo utilizados.
Sem transparência, o uso dos dados torna-se uma área cinza, onde
a manipulação de informações pode ocorrer sem que os usuários
tenham plena consciência. Esse comportamento não só
compromete a privacidade, mas também mina a confiança nas
plataformas digitais e nas instituições que as operam.

Limite ét co da privacidade: A ética exige que as empresas,


plataformas e governos sejam claros e honestos sobre como os
dados são coletados, processados e compartilhados. A falta de
transparência pode ser vista como uma violação dos direitos dos
indivíduos e de sua autonomia, uma vez que impede que eles
tomem decisões informadas sobre a utilização de suas informações
pessoais.

O Uso de Tecnolog a e a Questão da Liberdade Pessoal

Em um mundo digital, a coleta de dados pessoais e sua


análise por meio de tecnologias como inteligência artificial (IA) e
big data podem resultar em decisões automatizadas que afetam a
vida das pessoas sem que elas tenham controle sobre o processo.
A ética questiona o impacto dessas tecnologias sobre a liberdade
do indivíduo e sua capacidade de agir de forma autônoma. A
manipulação de comportamentos por meio de algoritmos, como em
campanhas de desinformação ou publicidade direcionada, é um
exemplo de como a privacidade pode ser comprometida para
atender a interesses comerciais ou políticos.

Limite ét co da privacidade: A ética exige que as tecnologias


respeitem o direito de cada indivíduo de tomar decisões
livremente, sem serem manipulados por dados ou algoritmos. Isso
significa que os algoritmos devem ser transparentes e auditáveis,
para que os indivíduos possam entender como suas informações
estão sendo usadas e como suas decisões estão sendo moldadas.

24
Regu amentações Legais: Proteção e Responsabilidade

No campo digital, as regulações legais, como o


Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) da União
Europeia, surgem como mecanismos para proteger a privacidade.
No entanto, as leis precisam ser constantemente atualizadas para
acompanhar os avanços tecnológicos. A ética exige que os
reguladores e legisladores criem regras claras e eficazes para
proteger os direitos de privacidade, enquanto as empresas
devem ser responsabilizadas pelo uso inadequado de dados.

Limite ético da privacidade: A ética exige que as leis sobre


privacidade sejam justas e proporcionais, oferecendo proteção
eficaz sem comprometer o avanço tecnológico e a inovação.
Além disso, os indivíduos devem ser capacitados para entender
e controlar como suas informações são coletadas e utilizadas,
garantindo que sua privacidade seja respeitada de acordo com
os princípios éticos universais de justiça e autonomia.

25
Conclusão:

A era digital trouxe uma transformação significativa nas


relações sociais, econômicas e políticas, especialmente em relação
ao uso de tecnologias e à gestão de dados. No entanto, esses
avanços geram desafios éticos essenciais, particularmente em três
áreas cruciais: responsabilidade, transparência e privacidade.

Primeiramente, a responsabilidade no uso da tecnologia


digital deve ser um princípio norteador de todas as ações no
ambiente digital, tanto por parte de indivíduos quanto de
organizações e governos. A falta de responsabilidade no
tratamento de dados pode resultar em abusos, prejudicando
direitos fundamentais e exacerbando problemas sociais, como a
manipulação de dados e discriminação algorítmica. A
transparência também se destaca como um fator essencial para
a construção de uma sociedade digital justa e confiável. A
opacidade no uso de dados pessoais compromete a confiança dos
usuários e limita sua capacidade de fazer escolhas informadas.
A ética exige que as organizações sejam claras e acessíveis em
suas práticas de coleta e uso de dados, permitindo que o
consentimento dos indivíduos seja dado de maneira verdadeira e
compreensível.

Em relação à privacidade, o avanço da tecnologia digital


coloca os direitos individuais sob risco devido à coleta em massa
de dados pessoais, muitas vezes sem o devido consentimento ou
conhecimento dos envolvidos. A ética digital exige que o direito à
privacidade seja rigorosamente protegido, considerando as
implicações sociais e individuais de qualquer forma de
monitoramento ou coleta de dados, especialmente quando
realizado sem a devida transparência e consentimento.

Em suma, os desafios éticos na era digital são vastos e


complexos, exigindo uma reflexão contínua sobre como as
tecnologias estão sendo usadas e regulamentadas. A ética digital
não deve ser vista apenas como uma obrigação legal, mas como

26
um compromisso moral em prol de um mundo digital mais justo e
humano. A responsabilidade, a transparência e a privacidade
devem ser os pilares que sustentam o desenvolvimento
tecnológico, garantindo que as inovações digitais sirvam ao bem
comum sem sacrificar os direitos individuais.

27
Referencias bibliograficas

FLORIDI, Luciano.The Ethics of Information. Oxford University Press,


2013.

ZUBOFF, Shoshana.The Age of Surveillance Capitalism: The Fight


for a Human Future at the New Frontier of Power. PublicAffairs,
2019.

NISSENBAUM, Helen. Privacy in Context: Technology, Policy, and the


Integrity of Social Life. Stanford University Press, 2010.

TADDEI, Renzo; REIS, Tiago (Orgs.).Ética, Tecnologia e Sociedade:


Desafios

MANTELERO, Alessandro."The EU and the Ethical Governance of AI


and Robotics: Balancing Risks and Innovation". *Computer Law &
Security Review*, v. 38, 2020.

BINNERS, H.; ZIMMERMANN, V.* "Ethical Challenges in the Digital


Era: AI, Big Data, and Privacy". *Journal of Ethics and Information
Technology*, v. 22, 2020.

28

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