Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Engenharia Mecânica
Laboratório de Cinemática e Dinâmica
Prof. - Ivo Aparecido Goulart
Disciplina: EM42F Turma: M21
Atividade 7 - Propagação de Erros e Densidade
Nomes: Alex Gregorio Santos Silva
Gabriel Lopes Bertolini
João Henrique Bermudes da silva
Kaue Peres Zanette
Maria Laura Morais Araujo
Yasmin Katlyn Pereira Bezerra
Cornélio Procópio
2025
1. TÍTULO: PROPAGAÇÃO DE ERROS E DENSIDADE
2. OBJETIVO
O objetivo do presente relatório é identificar e familiarizar com a teoria de
propagação de erros. Através da explanação dos conceitos e princípios fundamentais,
busca-se capacitar o entendimento de como as incertezas em medições individuais se
propagam e afetam o resultado final de cálculos ou experimentos, permitindo uma análise
mais precisa da confiabilidade dos dados.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O conceito de propagação de erros baseia-se no princípio de que toda medição
experimental possui incertezas, sejam elas provenientes de erros aleatórios (variações
imprevisíveis) ou sistemáticos (causas constantes). O valor verdadeiro de uma grandeza
é, na maioria dos casos, desconhecido, e por isso, a medida é representada por um
intervalo de valores.
Tal teoria fornece ferramentas matemáticas para quantificar como essas
incertezas se propagam através de cálculos, afetando a incerteza final de grandezas
derivadas. No caso da densidade, que é uma grandeza indireta calculada a partir da
massa e do volume (medidas diretas), a propagação de erros é essencial para determinar
sua incerteza, considerando as incertezas inerentes às medições de massa e volume.
Essa análise permite avaliar a confiabilidade dos resultados e a precisão do experimento.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 ESTÁGIOS DO EXPERIMENTO
Os instrumentos utilizados neste experimento incluíram: um corpo de prova
cilíndrico para realização das medições; uma régua utilizada como instrumento de medida
inicial para o experimento; paquímetro como um segundo instrumento de medição;
balança eletrônica para estabelecer a grandeza de massa do corpo de prova .
Para iniciar o experimento, teve-se de aferir a espessura, o diâmetro e a massa
do corpo de prova cilíndrico, utilizando a régua e a balança eletrônica. Assim, os dados
foram registrados no TÓPICO RESULTADOS. Além desses valores, os desvios padrões
das mesmas também foram registrados para o cálculo posterior da propagação de erros.
2
Em sequência, utilizando as relações do TÓPICO APLICAÇÃO EQUACIONAL o
volume e a densidade do corpo de prova cilíndrico foram estabelecidos, junto ao seus
desvios padrões ‘propagados’.
Em conclusão, as grandezas de espessura e diâmetro foram regravadas com a
ferramenta paquímetro (mais precisa se comparada com a régua convencional). Logo, o
volume e a densidade com seus desvios padrões foram restabelecidos a fim de
comparação.
4.2 APLICAÇÃO EQUACIONAL
Para o presente experimento foi necessário estabelecer a priori o valor de π
genericamente como 3, 141593 e, a partir disso, calcular o seu volume manipulando a
fórmula a seguir:
𝐷 2
2
𝑉 = 𝐵.ℎ ⇒ 𝑉 = π.𝑟 .𝐸 ⇒ 𝑉 = π.
2
( ) 2
.𝐸 ⇒ 𝑉=
π . 𝐷 .𝐸
4
Equação 1. Fórmula manipulada do volume.
Sendo, na equação anterior, volume (𝑉), diâmetro (𝐷) e espessura (𝐸).
Nessa linha, a incerteza propagada na grandeza derivada, ou seja, o desvio
padrão do volume, pode ser fundamentado pela manipulação equacional seguinte:
𝑑𝑉 2 𝑑𝑉 2
σ𝑉 = ( ) 𝑑𝐷
. σ𝐷
2
+ ( ) 𝑑𝐸
. σ𝐸
2
2
π.𝐷.𝐸 2
( ) .σ
2
σ𝑉 = ( 2
.)σ𝐷
2
+
π.𝐷
4
2
𝐸
2
π.𝐷.𝐸 2
( )
2
σ𝑉 = ( 2.𝐷
2.𝐷
. 2
. σ𝐷
2
) +
𝐸
𝐸
.
π.𝐷
4
. σ𝐸
2
2 2
( ) ( )
2 2
2 π.𝐷 .𝐸 2 1 π.𝐷 .𝐸 2
σ𝑉 = 𝐷
. 4
. σ𝐷 + 𝐸
. 4
. σ𝐸
2
π.𝐷 .𝐸
Sabendo que 𝑉= 4
3
2 2
σ𝑉 = ( 2
𝐷 )
. 𝑉 . σ𝐷 +
2
( 1
𝐸 )
. 𝑉 . σ𝐸
2
2σ𝐷 2 σ𝐸 2
σ𝑉 = 𝑉.
2
( ) + 𝑉 .( )
𝐷
2
𝐸
σ𝑉 =
2
𝑉.
(( 2σ𝐷 2
𝐷 ) +( ) ) σ𝐸 2
𝐸
2σ𝐷 2 σ𝐸 2
σ𝑉 = 𝑉. ( ) +( )𝐷 𝐸
Em sequência foi calculada a densidade do corpo de prova cilíndrico com a
seguinte equação:
𝑚
ρ= 𝑉
Equação 2. Fórmula da densidade.
Sendo, na equação anterior, densidade (ρ), massa (𝑚) e volume (𝑉).
Nessa linha, a incerteza propagada na grandeza derivada, ou seja, o desvio
padrão da densidade, foi fundamentado pela manipulação equacional seguinte:
𝑑ρ 2 𝑑ρ 2
σρ = ( ) 𝑑𝑉
. σ𝑉
2
+ ( ) 𝑑𝑚
. σ𝑚
2
2
σρ = ( ) −𝑚
𝑉
2 . σ𝑉 +
2
( ) 1 2
𝑉
. σ𝑚
2
−𝑚 2 1 2
σρ = ( 1
𝑉
. 𝑉
. σ𝑉)
2
+ ( 𝑚
𝑚
. 𝑉
.)σ𝑚
2
𝑚 2 𝑚 2
σρ = ( −1
𝑉
. 𝑉
. σ𝑉
2
) + ( 1
𝑚
. 𝑉
.)σ𝑚
2
4
𝑚
Sabendo que ρ= 𝑉
2 2
σρ = ( −1
𝑉 )
. ρ . σ𝑉 +
2
( 1
𝑚 )
. ρ . σ𝑚
2
− σ𝑉 2 2
σρ = ρ .
2
( ) + ρ .( )
𝑉
2 σ𝑚
𝑚
− σ𝑉 2 2
σρ = ρ . ( ) +( )
𝑉
σ𝑚
𝑚
Portanto, utilizando as equações manipuladas simplificadas foi possível calcular
os desvios padrões de volume e densidade para a régua e para o paquímetro mais
facilmente. Tendo assim a percepção da propagação dos erros nas grandezas derivadas.
5. RESULTADOS
5.1 PROPAGAÇÃO DE ERROS COM A RÉGUA MILIMÉTRICA
A partir da aferição das dimensões relativas do corpo de prova utilizando a régua
milimétrica e a balança eletrônica, aplicada na massa, foi possível estabelecer suas
grandezas, junto aos seus desvios padrões (retirados dos instrumentos), como:
𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 (𝐸) = (1, 65 ± 0, 05) 𝑐𝑚
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 (𝐷) = (11, 00 ± 0, 05) 𝑐𝑚
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 (𝑚) = (1266 ± 1) 𝑔
Por conseguinte, o volume do objeto foi calculado referenciando a EQUAÇÃO 1
do TÓPICO APLICAÇÃO EQUACIONAL, logo:
2 2
π . 𝐷 .𝐸 3,141593 . (11,00) . 1,65 3
𝑉= 4
⇒ 𝑉= 4
⇒ 𝑉 ≈ 156, 8047606 𝑐𝑚
Em paralelo, o desvio padrão para o volume pode ser escrito seguindo sua
equação simplificada disponível no mesmo tópico citado anteriormente.
5
2σ𝐷 2 σ𝐸 2
σ𝑉 = 𝑉. ( ) ( )
𝐷
+ 𝐸
⇒ σ𝑉 = 156, 8047606 . ( 2 . 0,05 2
11,00 ) +( ) 0,05 2
1,65
3
⇒ σ𝑉 ≈ 4, 960878069 𝑐𝑚
Em congruência, a grandeza do volume, utilizando a régua milimétrica, pode ser
estabelecida como:
3
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝑉) = (157 ± 5) 𝑐𝑚
Para o próximo passo, a densidade do objeto foi criada seguindo a EQUAÇÃO 2
do TÓPICO APLICAÇÃO EQUACIONAL como sendo:
𝑚 1266 3
ρ= 𝑉
⇒ ρ= 156,8047606
⇒ ρ ≈ 8, 073734465 𝑔/𝑐𝑚
Em paralelo, o desvio padrão para a densidade pode ser escrito seguindo sua
equação simplificada disponível no mesmo tópico referenciado.
− σ𝑉 2 2
( ) ( ) σ𝑚 2 2
σρ = ρ . 𝑉
+ 𝑚
⇒ σρ = 8, 073734465 . ( − 4,960878069
156,8047606 ) ( +
1
1266 )
3
⇒ σρ ≈ 0, 2555106979 𝑔/𝑐𝑚
Em congruência, a grandeza de densidade, aplicando a régua milimétrica, foi
estabelecida como:
3
𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (ρ) = (8, 1 ± 0, 3) 𝑔/𝑐𝑚
5.2 PROPAGAÇÃO DE ERROS COM O PAQUÍMETRO
Realizando as mesmas etapas do tópico anterior sob o corpo de prova, a medição
com o paquímetro resultou em:
𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 (𝐸) = (1, 755 ± 0, 005) 𝑐𝑚
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 (𝐷) = (10, 995 ± 0, 005) 𝑐𝑚
A partir disso, o volume do objeto foi calculado seguindo a EQUAÇÃO 1 do
TÓPICO APLICAÇÃO EQUACIONAL como sendo:
6
2 2
π . 𝐷 .𝐸 3,141593 . (10,995) . 1,755 3
𝑉= 4
⇒ 𝑉= 4
⇒ 𝑉 ≈ 166, 6316587 𝑐𝑚
Em paralelo, o desvio padrão para o volume pode ser escrito seguindo sua
equação simplificada disponível no mesmo tópico referenciado anteriormente.
2σ𝐷 2 σ𝐸 2
σ𝑉 = 𝑉. ( ) ( )𝐷
+ 𝐸
⇒ σ𝑉 = 166, 6316587 . ( 2 . 0,005 2
10,995 ) ( +
0,005 2
1,755 )
3
⇒ σ𝑉 ≈ 0, 4983377479 𝑐𝑚
Em congruência, a grandeza do volume utilizando a régua milimétrica pode ser
estabelecida como:
3
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 (𝑉) = (166, 6 ± 0, 5) 𝑐𝑚
Para o próximo passo, a densidade do objeto foi criada seguindo a EQUAÇÃO 2
do TÓPICO APLICAÇÃO EQUACIONAL como sendo:
𝑚 1266 3
ρ= 𝑉
⇒ ρ= 166,6316587
⇒ ρ ≈ 7, 597595858 𝑔/𝑐𝑚
Em paralelo, o desvio padrão para a densidade pode ser escrito seguindo sua
equação simplificada disponível no mesmo tópico referenciado.
− σ𝑉 2 2
( ) ( ) σ𝑚 2 2
σρ = ρ . 𝑉
+ 𝑚
⇒ σρ = 7, 597595858 . ( − 0,4983377479
166,6316587 ) ( +
1
1266)
3
⇒ σρ ≈ 0, 02350095031 𝑔/𝑐𝑚
Em congruência, a grandeza de densidade aplicando a régua milimétrica pode ser
estabelecida como:
3
𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (ρ) = (7, 60 ± 0, 02) 𝑔/𝑐𝑚
6. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Com base nos experimentos realizados, este relatório demonstrou a importância
da teoria de propagação de erros na determinação da confiabilidade de grandezas
derivadas, como volume e densidade. A comparação dos resultados obtidos com a régua
7
milimétrica e o paquímetro evidenciou a influência da precisão do instrumento de medição
na incerteza final das grandezas calculadas. Observou-se que o uso do paquímetro, um
instrumento de maior precisão, resultou em desvios padrões significativamente menores
(aproximadamente 10 vezes) tanto para o volume quanto para a densidade.
A aplicação das equações de propagação de erros permitiu quantificar essas
incertezas e expressar os resultados de forma mais completa, reforçando a ideia de que
nenhuma medição é exata e que a compreensão desse conceito é fundamental para uma
análise rigorosa e para a tomada de decisões embasadas em dados científicos. Em suma,
o experimento atingiu seu objetivo de familiarizar o leitor com a teoria de propagação de
erros, ressaltando sua relevância prática na avaliação da qualidade e confiabilidade de
resultados em diversas áreas do conhecimento.
7. BIBLIOGRAFIA
JURAITIS, K. R.; DOMICIANO, J. B. Introdução ao Laboratório de Física
Experimental: métodos de obtenção, registro e análise de dados experimentais.
EDUEL, 2005.
VUOLO, J. H. Fundamentos da Teoria de Erros. 2. ed. São Paulo: Blucher, 1991.