Estudos de Geoturismo:
1. Definição e conceito(s) de Geoturismo
- Origem, características e dimensões estratégicas
- Perspectivas internacionais
2. A base conceptual do geoturismo:
- Definições de geodiversidade, geossítios, geopatrimónio e geoconservação.
- A importância da geodiversidade para a sociedade: serviços geossistémicos
- Interesses e valores do geopatrimónio
3. O(s) valor(es) do geopatrimónio
- Geopatrimónio e o Património Cultural
- Geoturismo Urbano
4. Geopatrimónio e Geoconservação:
- Base conceptual e metodologia dos inventários e avaliação quantitativa dos geossítios.
- Geoheritage and Geoconservation: What, Why, and How?
5. Geoconservação: inventariação, avaliação e classificação de geossítios.
6. Geoconservação, áreas protegidas e os Geoparques:
- Estratégias e instrumentos de Conservação da Natureza: a Rede Nacional de Áreas Protegidas
e os Monumentos Naturais.
- Geoparques Mundiais da UNESCO.
7. Geoparques Mundiais da UNESCO:
- Objetivos e características.
- Rede Mundial de Geoparques.
8. Rede Nacional de Geoparques:
- Características, estratégias de promoção turística e desenvolvimento da economia local
sustentável.
9. Rede Nacional de Geoparques (continuação):
- Características, estratégias interpretativas (acessíveis e inclusivas) e de promoção
geoturística.
- Perfil do Geoturista.
10.Oferta geoturística:
- Estruturação do Produto Geoturístico, Estratégicas interpretativas e educativas.
- Tendências, impactos, oportunidades e desafios.
❖ Contextualização:
● O geoturismo é uma actividade que se baseia na geodiversidade. Porém, nem todas as
definições de geoturismo se relacionam, de modo inequívoco, com a geodiversidade. Em
2001, a National Geographic Society (NGS) e a Travel Industry Association dos Estados
Unidos da América elaboraram um estudo – The Geotourism Study – sobre os hábitos
turísticos dos norte americanos (Stueve et al., 2002). Neste relatório, geoturismo é
definido como um tipo de turismo que mantém ou reforça as principais características
do local a ser visitado, concretamente o seu ambiente, cultura, estética, património, sem
esquecer o bem-estar dos seus residentes. Este conceito é também discutido em
Buckley (2003) e Hose (2000). Enquanto que o primeiro assume geoturismo nos
mesmos termos da NGS embora relacionando-o com o ecoturismo, Hose assume um
conceito mais directamente relacionado com os aspectos geológicos dos destinos
turísticos. Para Hose (2000) geoturismo consiste na disponibilização de serviços e
meios interpretativos que promovem o valor e o benefício social de geossítios
geológicos e geomorfológicos, assegurando simultaneamente a sua conservação para
uso de estudantes e turistas. De acordo com a NGS, o geoturismo procura minimizar o
impacte cultural e ambiental sobre as comunidades que recebem os fluxos turísticos,
inserindose no conceito mais alargado de turismo sustentável80, que é caracterizado
por:
● Respeitar os destinos turísticos pela aplicação de estratégias de gestão de modo a
evitar modificações nos habitats naturais, no património cultural e paisagístico e na
cultura local;
● Conservar os recursos e minimizar a poluição, o lixo, o consumo energético e o uso de
água;
● Respeitar a cultura local e as tradições;
● Promover a qualidade em detrimento da quantidade; o sucesso é medido não em termos
do número de turistas mas sim por outros dados como a duração da estadia, a
distribuição do dinheiro gasto e a qualidade da experiência quer para os turistas como
para os seus anfitriões.
● o geoturismo apresenta algumas vantagens relativamente ao ecoturismo “tradicional”:
● não está restrito a variações sazonais tornando-o atractivo ao longo de todo o ano;
● não está dependente dos hábitos da fauna;
● pode desviar turistas de locais sobrelotados;
● pode complementar a oferta em zonas turísticas;
● pode promover o artesanato com motivos ligados à geodiversidade local.
● As paisagens naturais possuem uma posição central em muitos destinos turísticos.
● A estética das formações geológicas atraem visitantes.
● Muitos dos fenómenos geológicos e geomorfológicos que ocorrem no nosso planeta
são desvalorizados e mal compreendidos pela sociedade em geral. Isso porque a
informação dada aos visitantes são com linguagem especializada (difícil) e não são
criativas (não engajam o público).
● Entender os processos geológicos é compreender a história e evolução da Terra. Assim,
é possível educar a população e fazer projeções futuras.
❖ Geoturismo e conservação da Natureza.
● Muitos dos geossítios existentes no mundo que possuem grande valor científico estão
sendo ameaçados ou destruídos (parcialmente ou totalmente) pela atividade humana ou
até mesmo pelo desgaste natural.
● O que são ameaças para esses geossítios? Indústrias extrativas, exploração económica,
perda da biodiversidade, incêndios florestais, urbanização…
● Essa destruição acontece por causa do desconhecimento diante da população sobre o
valor desses locais. Se as pessoas não têm consciência do que está sendo perdido, não
desenvolvem a percepção de protegê-lo.
● Por isso, o Geoturismo se torna extremamente importante, pois é uma forma de educar a
população por meio do turismo. Dessa forma, há a preservação da integridade do
geopatrimônio.
1. Definição de Geoturismo:
Sob auspícios da UNESCO, decorreu no Arouca Geopark (Portugal) a necessidade de definir
Geoturismo.
❖ Declaração de Arouca (2011): “Deve ser definido como o turismo que sustenta e
incrementa a identidade de um território, considerando a sua geologia, ambiente, cultura,
valores estéticos, patrimônio e bem estar dos residentes”.
❖ O turismo geológico é uma ferramenta fundamental para a conservação, divulgação e
valorização do passado da Terra, incluindo sua dinâmica e os seus mecanismos,
permitindo que os visitantes entendam o passado de 4.600 milhões de anos. Dessa
forma, podem analisar o presente com outra perspectiva e projetar possíveis futuros
para a Terra e a Humanidade.
❖ A valorização do Patrimônio deve procurar ser inovadora e privilegiar a utilização de
novas tecnologias de informação (de preferência para melhorar o conteúdo de painéis
interpretativos).
❖ A disponibilização da informação deverá ser acessível e inteligível para o público em
geral, vertida em poucos conceitos básicos e apresentados de forma clara (muitas vezes
a informação do patrimônio geológico está em uma linguagem extremamente
especializada, de difícil compreensão para visitantes, o que os faz perder interesse).
2. A origem do Geoturismo:
❖ No século XVIII e XIX, turistas britânicos visitavam paisagens naturais (como cavernas e
montanhas), motivados por interesse estético e científico.
❖ Por mais que esse tipo de turismo já existisse, o termo “geoturismo” só foi utilizado em
1990.
❖ A Inglaterra possui uma longa tradição de valorizar paisagens físicas (vales, falésias,
formação rochosa) e isso influenciou os primeiros passos para o turismo geológico.
❖ O geoturismo nasce como uma forma de “interpretação geológica para o público”.
Exemplo: Cheddar Gorge (um cânion no Reino Unido) é citado como um dos primeiros
lugares onde turismo e geologia se juntaram com a intenção educativa.
❖ Nos anos de 1980 e 1990, Thomas Hose, participou de ações educativas que traduziam
a linguagem científica para uma linguagem acessível, a fim de criar materiais de
visitação e roteiros educativos em geossítios. Isso nos mostra a importância dos
interpretadores, que transformam conhecimento geológico em experiências turísticas
compreensíveis.
❖ Definição de Geoturismo por Thomas Hose: “Uma forma de turismo baseada em
paisagens e patrimônios geológicos, com foco para a interpretação do público e na
valorização do lugar”.
❖ O geoturismo deve promover: Apreciação pública nos geossítios, educação informal,
conservação geológica e desenvolvimento econômico de forma sustentável.
❖ Elementos fundamentais do Geoturismo:
Interpretação: Tornar a informação geológica acessível ao
visitante
Experiência no local: Caminhadas, Trilhas, Mirantes, Atividades
imersivas
Educação informal: Aprender de forma prática, inovadora,
imersiva e criativa
Conservação: Proteger os geossítios
Valorização local: Comunidade local envolvida
❖ Thomas Hose reconhece que, nem todo lugar que possui uma rocha é considerado
geoturismo. Para ser geoturismo deve incluir todos os elementos fundamentais.
3. Os 3G`s: Geodiversidade, Geopatrimônio, Geoconservação:
❖ Geodiversidade é o estudo da natureza biótica, composta de variedades de ambientes e
processos biológicos que dão origem a paisagens, rochas, fósseis, solos, águas que
fornecem o desenvolvimento da vida na Terra, tendo como principais valores a cultura, a
economia, a ciência, a educação e o turismo.
❖ Definição de Murray Gray (2004): "Geodiversidade é a diversidade de características
geológicas (rochas, minerais, fósseis), geomorfológicas (formas de relevo, depósitos,
processos), hidrológicas (água superficial e subterrânea) e pedológicas (solos). Inclui
suas associações, relações, propriedades, interpretações e sistemas."
❖ Definição de José Brilha: “A Geodiversidade consiste na variedade de ambientes
geológicos, fenómenos e processos ativos que dão origem a paisagens, rochas,
minerais, fósseis, solos e outros depósitos superficiais que são o suporte para a vida na
Terra”.
❖ Variedade de elementos naturais que existem numa determinada paisagem.
❖ Diferença entre geodiversidade e biodiversidade:
● Geodiversidade: abiótico (não vivo).
● Biodiversidade: biótico (vivo).
❖ A importância da Geodiversidade:
● São os bens e funções dos ecossistemas que beneficiam a sociedade.
● Os serviços geossistémicos podem ser reconhecidos como os bens e funções
associados à geodiversidade.
● Podem ser classificados em 5 tipos de serviços:
● 1. Serviço de regulação.
● 2. Serviço de suporte.
● 3. Serviço de provisão.
● 4. Serviços culturais.
● 5. Serviços de conhecimento.
❖ Esses serviços referem-se aos benefícios que os geossistemas (sistemas da Terra como
solo, água, rochas, clima) proporcionam à humanidade, direta ou indiretamente. A ideia é
semelhante aos serviços ecossistémicos, mas com foco nos elementos físicos e
geológicos da Terra.
❖ Serviços de Regulação:
São benefícios intangíveis que os geossistemas oferecem ao manter o equilíbrio natural da
Terra.
Exemplos:
● Clima: Influência dos oceanos e da atmosfera na temperatura e nos padrões climáticos.
● Regulação dos ciclos naturais: Como a formação do solo e o ciclo da água.
● Controlo de desastres naturais: Como cheias, inundações ou avanço do mar em zonas
costeiras.
● Qualidade e quantidade da água: Os solos e rochas ajudam a filtrar, armazenar e regular
a água doce.
❖ Serviços de Suporte
São funções básicas e essenciais que os geossistemas desempenham para sustentar vida e
atividade humana.
Exemplos:
● Formação do solo (pedologia): Essencial para a agricultura e florestas.
● Habitat e biodiversidade: As características físicas do solo, relevo e rochas influenciam
onde e como os seres vivos vivem.
● Base para construções humanas: A terra como suporte físico (infraestruturas, cidades).
● Armazenamento e enterro: De materiais naturais, fósseis ou resíduos.
❖ Serviços de Provisão
São os recursos naturais que obtemos diretamente dos geossistemas – muitos com valor
económico direto.
Exemplos:
● Comida e água: Como água de nascentes e sais minerais essenciais.
● Combustíveis: Carvão, petróleo, gás natural.
● Materiais de construção: Pedra, areia, argila.
● Minerais industriais: Ferro, cobre, lítio.
● Produtos ornamentais: Cristais, pedras preciosas.
● Fósseis: Usados em estudos científicos e museus, com valor cultural e educativo.
❖ Serviços Culturais
São os benefícios intangíveis relacionados com a experiência humana da natureza e da
geodiversidade.
Exemplos:
● Beleza cénica: Montanhas, falésias, formações geológicas marcantes.
● (Geo)turismo e lazer: Parques naturais, trilhos, cavernas, praias.
● Valor espiritual e cultural: Locais sagrados ou com história ancestral ligada ao território.
● Inspiração artística e bem-estar: A natureza estimula a criatividade e melhora a saúde
mental.
● Conexão entre geodiversidade, biodiversidade e saúde humana: Ter contato com
ambientes naturais ajuda a prevenir doenças e promove bem-estar físico e mental.
❖ Serviços de Conhecimento
São os benefícios relacionados com a ciência, educação e tecnologia baseados no estudo da
Terra.
Exemplos:
● Reconstrução da História da Terra: Estudo de fósseis, rochas, camadas geológicas.
● Entendimento dos processos naturais: Como se formam montanhas, terremotos,
vulcões.
● Tecnologia e datação: Desenvolvimento de técnicas como o carbono-14.
● Monitorização e previsão: Detecção de riscos naturais, mudanças climáticas.
● Educação e emprego: Formação de geólogos, engenheiros, ambientalistas, etc.
❖ Conservação da Geodiversidade:
● Para algo ser conservado, é preciso lhe atribuir valor. Contudo, a geodiversidade possui
valores intrínsecos, culturais, estéticos, econômicos, funcionais, científicos e
educativos.
Valor Intrínseco É subjetivo, vai depender da perspectiva
filosóficas e religiosas de uma sociedade
Valor Cultural É a relação da geodiversidade com o
desenvolvimento e relações humanas
construídas. Ex: Castelos construídos em
relevos altos, produção de artesanato
(cerâmica ligada à Argila em abundância na
região), arquitetura (rochas em abundância
para a construção)...
Valor Estético Está relacionado com a contemplação e
beleza da geodiversidade
Valor Econômico Está relacionado ao valor que aquele
elemento geológico pode ter. Seja por
exploração de minerais no solo que darão
combustível e energia a sociedade ou até
mesmo rochas preciosas para a venda
comercial.
Valor Funcional: Está relacionado ao valor da função da
geodiversidade, podendo ser “in situ” ou para
questões externas. Ex: Utilizar materiais
geológicos para construir cidades, ou
elementos geológicos como habitat natural.
Valor Científico Estudo científico da Terra
Valor Educacional Relacionado ao processo educativo que pode
oferecer em visitas escolares e afins.
❖ Ameaças à Geodiversidade:
● Exploração de recursos geológicos:
A extração de recursos minerais, por mais que seja importante para a sociedade, quando feita de
forma abusiva e descuidada, acaba por ter um impacto negativo à geodiversidade. Pode
danificar ou destruir formações ou estruturas rochosas. Ex: Destruição de Cones Vulcânicos dos
Açores. Além disso, podem causar desgastes e erosões a longo prazo. Ex: A exploração da areia
em zonas costeiras, pode fazer com que aquele local tenha uma erosão acelerada. Contudo, há
pontos positivos, a exploração desses recursos muitas vezes levam a descobertas.
● Desenvolvimento de obras:
As obras destroem os elementos geológicos, causando interferência climática.
● Desflorestação:
O desmatamento de árvores faz com que uma região perca sua “camada protetora” e
consequentemente, acelera os processos erosivos do solo.
● Atividades Recreativas e Turismo:
O desenvolvimento do Turismo em massa pode prejudicar a geodiversidade. Isso acontece
quando recebem mais visitas do que aquele geossítio aguenta. Por exemplo, visita a grutas
(pode pressionar e degradar a estrutura). Outro exemplo é a construção de grandes resorts no
Algarve, mesmo com a escassez de água doce.
Além disso, outro aspecto negativo é a recolha de elementos geológicos em visitas a geossítios.
Podemos ter por exemplo, uma visita de estudos a qual um aluno achou que seria interessante
levar fósseis para casa. Ou até mesmo, levar conchinhas da praia cara a casa. Além das
recolhas desses elementos, há o grafite em rochas e estruturas.
❖ Definição de Geoconservação:
● A necessidade de conservar um geossítio é igual a soma dos seus valores + as ameaças
que o mesmo enfrenta.
● “A Geoconservação tem como objectivo a preservação da diversidade natural (ou
geodiversidade) de significativos aspectos e processos geológicos (substrato),
geomorfológicos (formas de paisagem) e de solo, mantendo a evolução natural
(velocidade e intensidade) desses aspectos e processos”.
❖ Geopatrimônio: Representa os elementos da geodiversidade que possuem valor
científico, cultural, educativo e turístico.
● É de extrema importância a necessidade de identificar, mapear e proteger esses
locais, a fim de evitar a sua degradação.
❖ Geoconservação: É a prática de preservar o patrimônio geológico para as gerações
futuras.
● Envolve medidas como criação de geoparques (reconhecidos pela Unesco),
desenvolvimentos de políticas de proteção e educação ambiental para visitantes
e comunidade local.
❖ O Geoturismo não se baseia apenas no contemplativo, mas também no educativo. É
essencial fornecer informações claras (por placas, guias, aplicativos, folders…) que
explique a formação daquele geossítio e sua importância.
4. Definição, Características e Perspectivas Internacionais:
❖ No início, o geoturismo era visto como um tipo de turismo inserido dentro da vertente de
Ecoturismo.
❖ Dowling and Newsome (2006): Após uma década, era visto como um nicho na área de
turismo natural, baseado em observações de áreas naturais, geologia e paisagens.
❖ Dowling and Newsome (2010): 4 anos depois, o conceito de geoturismo foi ampliado. A
perspectiva é que era um tipo de turismo que poderia ser feito de forma independente ou
guiado. Além de que, não se limitava apenas em áreas naturais, também pode existir em
áreas urbanas, portanto que tenha interesse geológico.
❖ Diferença de ecoturismo para geoturismo: O ecoturismo tem como objetivo principal
áreas naturais, ou seja, patrimônio natural (ecossistemas, flora, fauna). Assim como a
sua conservação tem foco na biodiversidade e nos elementos bióticos (vivos). Em
contrapartida, o geoturismo possui como objetivo principal o patrimônio geológico
(formações rochosas, relevos, fósseis…) e de educar a sociedade para essas
transformações ao longo dos anos, assim como a importância para a sua conservação.
❖ A primeira definição do geoturismo surgiu na década de 1990, a partir dos estudos de
Thomas Hose.
❖ Thomas Hose (1995): "O fornecimento de facilidades interpretativas e serviços para
permitir que os turistas adquiram conhecimento e compreensão da geologia e
geomorfologia de um local, indo além do mero apreço estético."
❖ Em relação às perspectivas internacionais, a Europa e a Austrália adotavam uma
visão geológica (focada nos elementos da geologia), enquanto a National
Geographic Society (EUA) propôs uma definição mais ampla: "Geoturismo é o
turismo que sustenta ou melhora o caráter geográfico de um lugar — seu ambiente,
cultura, estética, patrimônio e o bem-estar de seus residentes." (Tourtellot, 2000)
● Essa abordagem incorpora dimensão cultural, sustentabilidade e identidade
do lugar.
● Exemplo: Um Geoparque não só explica formações rochosas, mas também
como a geologia influenciou a agricultura, a arquitetura e o folclore local.
❖ Comparação entre a abordagem geológica e a abordagem geográfica:
● Caráter Geográfico: Procura realçar o sentido, a identificar a integridade do lugar,
através da valorização e integração na prática geoturística de todas as
características geográficas locais, naturais (flora e fauna) e histórico - culturais.
Critério Abordagem Geológica Abordagem Geográfica
Foco Principal Geologia e Geomorfologia Geologia + Cultura +
Sustentabilidade
Objetivo Educação Geológica e Desenvolvimento Regional
Conservação Integrado
Exemplos Visitas a vulcões, fósseis, Rotas Turísticas que
cavernas combinam geologia, história
e gastronomia
Principais Defensores Hose, Dowling e Newsome National Geographic,
Unesco
❖ Modelo GTP (Geologia - Turismo - Proteção) - Dowling (2011):
● É um ciclo de 3 etapas para desenvolver geoturismo de forma sustentável.
● GTP
● 1. Geologia (base científica) - identificação de geossítios (locais com valor geológico).
● 2. Turismo - desenvolver produtos turísticos (trilhas, caminhadas, museus…)
● 3. Proteção (sustentabilidade) - planos estratégicos para evitar a degradação, educação
ambiental dos visitantes.
❖ Abordagem 3G - são os três pilares essenciais para a existência do geoturismo de
qualidade - Hose (2012)
● Geodiversidade
● Geopatrimônio
● Geoconservação
❖ Modelo ABC - Dowling (2013) -O modelo ABC representa uma estrutura conceitual
usada especialmente em Geoparques Mundiais da UNESCO para articular três
dimensões fundamentais de um território:
❖ O desafio do geoturismo está em como alcançar a compreensão das interconexões
mútuas entre o Patrimônio geológico/geomorfológico, biológico e natural.
Abiotic Elementos geológicos e Rochas, solos, cavernas,
geomorfológicos (substrato fósseis, rios subterrâneos
físico)
Biotic Ecossistemas, biodiversidade Vegetação endêmica em
e a fauna/flora associados ao solo basáltico, fauna de
substrato geológico cavernas
Cultural Elementos humanos e Tradições, mineração,
históricos ligados à arquitetura, religião, mitos
geodiversidade locais
❖ Geopatrimônio:
❖ Gray (2013): “ O Patrimônio geológico refere-se aos elementos da geodiversidade com
valor científico, educativo, cultural ou estético relevante.
❖ Brilha (2016): “O Patrimônio Geológico é o subconjunto da geodiversidade com valor
excecional que justifica a sua conservação.
❖ Critérios de Valorização - Brilha (2018):
● Raridade (Ex. Vulcão dos Capelinhos - Açores)
● Representatividade (Ex. Grutas de Mira de Aire - Cársico)
● Valor Educativo (Ex. Pegadas de Dinossauros de Ourém)
❖ Geoconservação:
❖ Gray (2013): “A Geoconservação envolve a proteção e a Gestão do Patrimônio Geológico
para preservar o seu valor científico, cultural e ecológico”.
❖ Métodos de Conservação Nacionais:
● Proteção legal: Rede Natura 2000; Decreto de lei número 142/2008 (proteção do
patrimônio geologico)
● Inventários: ProGEO Portugal - métodos de avaliação de geossítios).
● Geoturismo: Geoparques (Naturtejo, Arouca).
5. Os Valores do Geopatrimônio:
❖ O valor do geopatrimônio é definido de acordo com a importância dos geossítios para
diferentes áreas do conhecimento e da sociedade.
❖ Brilha (2005): O Geopatrimônio ganha valor por múltiplos critérios - científico, educativo,
cultural, estético, recreativo e econômico.
❖ Murray Gray conceitua em base de serviços: intrínseco, regulação, suporte, provisão,
cultural e conhecimento.
Tipo de Valor Definição
Científico Permite compreender processos geológicos
passados ou atuais
Educativo Pode ser usado como ferramenta de ensino
formal e informal
Estético Impacta visualmente, proporciona
contemplação
Cultural Relaciona-se a história, a religião, à arte, às
tradições locais
Economico/Turistico Gera receita via turismo e economia local
Simbólico/Identitário Reflete a identidade de uma comunidade,
elemento do patrimônio imaterial
Regulador e de Suporte Relacionado ao papel da geodiversidade e no
equilíbrio ambiental
❖ Relação entre Geologia e Cultura:
● O Geopatrimonio e o Patrimônio cultural são profundamente entrelaçados e propõe 4
níveis ligação:
● 1. Espacial - Patrimônios geológicos e culturais dividem o mesmo espaço físico.
● 2. Conceitual - Ambos os Patrimônios carregam significados simbólicos e identitários.
● 3. Causal - O geológico determina o cultural.
● 4. Temático - Se fundem em narrativas.
“A herança geológica e a cultural não são esferas isoladas, mas dimensões complementares de
um mesmo território.”
(Pijet-Migoń & Pijet-Migoń, 2022)
❖ Geoturismo: Turismo Sustentável: Objetivos:
● Desenvolver maior consciência e compreensão das contribuições significativas que o
geoturismo pode trazer para o meio ambiente, as comunidades locais e para a
economia.
● Promover a equidade no geo-desenvolvimento.
● Melhorar a qualidade de vida da comunidade local.
● Oferecer elevada qualidade de experiência geoturistica para os visitantes.
● Manter a qualidade do geopatrimónio.
❖ 5G`s:
● Geossítio – ocorrência de um ou mais elementos da geodiversidade (aflorantes quer em
resultado da acção de processos naturais quer devido à intervenção humana), bem
delimitado geograficamente e que apresente valor singular do ponto de vista científico,
pedagógico, cultural, turístico, ou outro;
● Geodiversidade
● Geoconservação - tem como objectivo a conservação e gestão do Património Geológico
e processos naturais a ele associados
● Geopatrimônio - é definido pelo conjunto dos geossítios inventariados e caracterizados
numa dada área ou região.
● Geopark
● Possuem relações entre si: Geodiversidade - Geopatrimonio - Geoconservação -
Geoparques - Geoturismo.
❖ Geossítio: locais com valor científico elevado.
❖ Sítios de geodiversidade: possuem valor educativo, turístico ou cultural, mas não
científico relevante. Ex: paisagens, locais para ensino.
5. Geoconservação; Inventariação e Geossítios:
❖ O inventário é o primeiro passo para proteger e gerir os geossítios e a geodiversidade.
❖ Como fazer - Etapas:
● 1. Definir um objetivo (científico, educativo ou turístico).
● 2. Coletar dados (revisão bibliográfica, consultar especialistas).
● 3. Trabalho de Campo (identificar e avaliar o local).
● 4. Avaliação quantitativa e qualitativa.
● 5. Organizar as propriedades de conservação e uso.
❖ Avaliação Quantitativa:
A. Valor Científico (SV) - só para geossítios.
1. Representatividade (peso de 30%)
2. Localidade - Chave (20%)
3. Conhecimento Científico (5%)
4. Integridade (15%)
5. Diversidade Geológica (5%)
6. Raridade (15%)
7. Limitações de Uso (10%)
B. Valor Educacional (PEU) - para geodiversidade
1. Potencial Didático
2. Diversidade Geológica
3. Acessibilidade
4. Segurança
5. Logística
6. Associação com outros valores.
C. Valor Turístico (PTU):
1. Beleza Cênica
2. Potencial Interpretativo
3. Acessibilidade
4. Unicidade
5. Proximidade de Áreas Recreativas
❖ Avaliação de Risco de Degradação (DR):
1. Risco de Deterioração dos elementos
2. Proximidade de ameaças (industria; cidades)
3. Proteção Legal
4. Acessibilidade (+ fácil, + risco)
5. Densidade Populacional
❖ Valor cultural do geopatrimónio:
● Como os processos geológicos e o geopatrimónio afetam a cultura?
O Geopatrimônio influencia a cultura através da interação entre o meio físico e as atividades
humanas. Ex: Formas de relevo usadas para construção de castelos.
● Como a cultura afeta a perceção e a gestão do geopatrimónio?
A cultura determina como o geopatrimônio é valorizado, protegido ou negligenciado.
● Como a cultura e o geopatrimónio são integrados?
O valor cultural surge quando há interligação entre o meio físico e o desenvolvimento urbano.
❖ O valor cultural é conferido a determinado local quando se reconhece uma forte
interdependência entre o desenvolvimento social, económico, cultural, espiritual
(religioso) e/ou entre modos de vida e o meio físico envolvente.
❖ Valorização:
● Importância do geossítio/geopatrimónio enquanto suporte determinante das atividades
humanas.
● Resultado das interações impostas pelas sociedades (interferência do homem no meio) .
❖ Paisagens culturais.
● Geopatrimónio pode agregar valores culturais significativos.
● Diversas conexões:
● Áreas naturais (geossítios)
● Áreas urbanas
● Paisagens culturais
● Utilização de recursos (minas pedreiras)
● Património intangível (identidade)
● Ligações com desastres naturais
● Ligações com a história da ciência
● Ligações com a arte e artesanato.
❖ Áreas naturais - Formas de relevo
● As formas de relevo, pela sua posição, usualmente, mais proeminente na paisagem,
agregam elevado valor cultural associado à presença de estruturas e edifícios
tipicamente defensivos (castelos), santuários e templos.
❖ Geomorfossítios: áreas montanhosas, relevos escarpados, “inselbergs”, pinálculos
solitários…
Obs: Em alguns casos, o valor cultural aumenta quanto mais exótico ou mais inacessível for o
local. As particularidades do relevo, podem assim realçar ou até mesmo ampliar o valor de um
sítio histórico.
A maior parte do património cultural ou das paisagens culturais inclui aspetos naturais
considerados indissociáveis, onde até mesmo as formas de relevo menos espetaculares
ganham significado ao serem acompanhantes de importantes sítios históricos ou
arqueológicos. Ex. Predjama Castle, Eslovénia.
❖ Geopatrimónio de significado misto (Natural - cultural)
● Exemplos de arte rupestre
● Vestígios arqueológicos
● Comprovada utilização como abrigo, necrópole (rituais fúnebres) ou esconderijo.
● Sua importância para a arqueologia e para a história humana
● Uso espiritual (cultos e crenças sobrenaturais) e/ou militar das grutas.
● Salvaguarda: O valor duplo, globalmente excecional, envolvendo tanto geopatrimónio
quanto património cultural, é determinado em propriedades mistas do Património
Mundial da UNESCO.
❖ Geopatrimónio urbano e pedras patrimoniais:
● Geomorfologia urbana: os padrões de relevo influenciam a localização e o crescimento
de cidades e vilas (planejamento da cidade ajustado à topografia natural) Ex. Rio de
Janeiro.
● Pedras patrimoniais: rochas usadas em monumentos históricos (ex: "Pedra Patrimonial da
UNESCO").
❖ Geoturismo
● In-situ: Geossítios, geoparques, áreas protegidas (ex: Pedreiras de Calcário, Cantanhede).
● Ex-situ: GeoMuseus, centros de interpretação (ex: Museu da Pedra, Cantanhede).
● Geoturismo urbano: valorização do património edificado (ex: Igreja de Santa Cruz, Coimbra).
❖ Exemplos de Valor cultural:
● Casa do Penedo, Localizada na Serra de Fefe, Conselho de Fefe - Recentemente
considerada a casa mais estranha do mundo.
● A origem dos Trulli de Alberobello - pequenas casas, onde as casas são feitas de
argamassa e tijolos normais, porém o telhado é feito de pedras soltas desmontáveis.
● As aldeias pretas, vermelhas e amarelas de Segóvia - a Rota da Cor
● Calçada portuguesa - símbolo nacional
❖ Relação com desastres naturais - Aprender com o passado:
● Desastres naturais passados e atuais podem ser considerados oportunidades para
aprender sobre a magnitude dos processos naturais e entender melhor o papel dos
fatores humanos, especialmente a exposição ao risco.
● Dark Tourism: Turismo envolvendo viagens a lugares historicamente associados à morte
e à tragédia. O valor de aprender com os erros do passado deve compensar dúvidas e
dilemas morais, se for feito de forma correta.
● Há muitos elementos, trilhos, rotas educacionais e museus, que ilustram o valor de
preservar algumas evidências de eventos pouco frequentes mas catastróficos.
● Ex: Pompéia, a cidade soterrada pelo Vesúvio; Resgate de 12 crianças na gruta de Tham
Hhao Lusang Cave, Vulcão dos Capelinhos na ilha do Faial, Portugal, foi criado o centro
de interpretação dos Capelinhos; Centro do terremoto de Lisboa QUAKE
❖ Património intangível:
● Tradições orais e culturais, conhecimentos e habilidades.
● Toponímia
● Crenças
● Eventos lendários ou históricos (ex. batalhas)
● Lendas
● Ligações com a arte, literatura e o artesanato
Obs: A diversidade de valores torna o sítio mais atraente e permite a implantação de várias
ferramentas inovadores em geoeducação.
❖ Geopatrimónio e Geoconservação:
Patrimônio Mundial Natural da Unesco:
● Grand Canyon
● A calçada dos Gigantes
● As grutas de Škocjan na Eslovénia
● …
Por que é necessária a geoconservação?
R: A Geoconservação é necessária para preservar a geodiversidade. A Geodiversidade é todo o
conjunto de elementos abióticos (como fósseis, minerais, rochas, processos geológicos..) que
deram vida à Terra, ou seja, a biodiversidade (elementos bióticos). Dito isso, a vida na Terra
depende da Geodiversidade, como por exemplo, atualmente precisamos de minerais extraídos
do solo para ter energia, combustível, dentre outros. Contudo, caso não haja uma
conscientização e uma preservação desses minerais, ou seja, se são retirados em excesso,
terão consequências maléficas para os seres humanos e a vida na Terra. Com isso, a
geoconservação se torna essencial.
Pesquisar o primeiro geoparque a ser geoconservado, Estados Unidos
❖ Ameaças à geodiversidade e ao geopatrimónio
● O aspeto robusto da maior parte das rochas confere aos objetos naturais uma aparência
de resistência e durabilidade.
● São recursos naturais não renováveis - frágeis e vulneráveis
● A maior parte das ameaças advém, direta ou indiretamente, da atividade humana (as
mesmas ameaças da biodiversidade)
❖ A geodiversidade encontra-se ameaçada a diversas escalas e em graus distintos:
● Desde a degradação da paisagem natural
● À destruição circunscrita a um pequeno afloramento (ex. destruição de fósseis)
● Causas naturais e mudanças climáticas
● Exploração de recursos geológicos (janelas de observação, depósito de resíduos)
● Florestação, desflorestação e agricultura
● Desenvolvimento de obras e infraestruturas (ex A1 – PNSAC) vias de comunicação,
barragens, edifícios/equipamentos
● Atividades militares
● Atividades recreativas e turísticas (ex Sesimbra, Pegadas de dinossauro da pedreira do
Avelino. Antes da sua classificação e valorização como Monumento Natural (1997)
● Colheita de amostras geológicas para fins não científicos
● Vandalismo
❖ Geopatrimónio
● Carga simbólica: Bens inestimáveis e insubstituíveis de toda a humanidade,
testemunhos herdados que constituem a identidade e a memória coletiva da
Humanidade.
● A conservação para o proveito de toda a humanidade
❖ A Conservação da Geodiversidade em Portugal:
● As primeiras preocupações com a Proteção da Natureza foram em 1911. Neste ano, foi
criada a Associação Protetora da Árvore, uma pequena organização privada que tinha o
objetivo de proteger algumas espécies de árvores notáveis.
● Francisco Flores (1939), foi o primeiro autor importante da Proteção da Natureza em
Portugal. Afirmava que Portugal estava completamente parado no que dizia respeito às
iniciativas de Protecção da Natureza e defendia a necessidade de se mudarem as
mentalidades, quer dos políticos como das populações. Para o autor, “A Protecção da
Natureza não é contra a economia. O que ela não pode nunca admitir é que, por causa
do lucro particular, egoísta e fútil, se prive um país, para o futuro, de qualquer parcela
insubstituível das suas riquezas minerais”.
● Em 1948 foi criada a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), sob a liderança de Baeta
Neves. Trata-se da primeira associação realmente dedicada à Conservação da Natureza
em Portugal, a primeira do género na Península Ibérica e que, ainda hoje, se encontra
ativa.
● Por mais que já tivesse sido criada algumas associações e leis sobre a preservação da
natureza, ainda pouco se falava sobre a geologia. O foco durante muitos anos foi para a
biodiversidade e os biólogos. No entanto, em 1970, a população se conscientiza da
importância da geologia e há a publicação do Decreto-Lei n.º 18/71, de 8 de Maio, que
consagrou a criação do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).
● Estas associações, apesar de muito intervenientes no que diz respeito a políticas
ambientais, não se revelam particularmente sensíveis aos valores geológicos que fazem
parte do património natural. Entre 1987 e 1994 foram inscritas cento e trinta e duas
novas associações de defesa do ambiente no Registo Nacional; nenhuma delas se
dedica, em exclusivo, à defesa do Património Geológico.
● Contudo, até 1970 não houve nenhuma base legal sobre a proteção da natureza,
demonstrando o atraso de Portugal perante o assunto.
❖ ProGea: Associação Europeia para a Conservação do Património Geológico – foi criado
em 2000, congregando geólogos da maior parte das instituições geológicas
portuguesas.
❖ A UNESCO adotou em 1972 a Conservação do Património Mundial, Cultural e Natural,
que tem por objetivo proteger os bens patrimoniais dotados de um valor universal
excecional.
❖ A Declaração de Digne (França, 1991)
● Primeiro simpósio Internacional sobre a Proteção do Património Geológico
● Declaração Internacional dos Direitos à Memória da Terra
● Sensibilizar o público sobre a necessidade de preservar e valorizar o geopatrimónio
❖ 2025 - Património Mundial da Unesco
● 17 locais nacionais portugueses declarados património mundial da UNESCO
❖ Paisagens únicas e peculiares:
● 1995 – paisagem cultural de Sintra
● 1996 – Paisagem de cultura da Vinha da Ilha de Pico
● 2001 – Alto Douro Vinhateiro
❖ Geoconservação
● Geoconservação tem sido definida como “a conservação da geodiversidade devido aos
seus valores intrinsecos, ecológicos e (geo) patrimoniais”.
● A geoconservação concentra-se na proteção e conservação dos melhores exemplos de
determinados fósseis, formações rochosas e minerais e de certas formas de relevo.
● Compreende um conjunto de ações que promovem a conservação, a preservação, a
valorização e a promoção da geodiversidade e do geopatrimónio.
❖ Conservação é diferente de preservação:
● Preservação: visa a integração e à perenidade de algo. Refere-se a proteção integral, a
“intocabilidade”. Compreende a proteção da natureza, independentemente do interesse
utilitário e do valor económico que possa conter. A preservação se faz necessária
quando há risco de perda de biodiversidade, seja de uma espécie, um ecossistema ou de
um bioma como um todo.
● Conservação: Proteção dos recursos naturais, com a utilização racional, garantindo sua
sustentabilidade e existência para as futuras gerações. Permite o uso sustentável e
assume um significado de salvar a natureza para algum fim ou integrando o ser humano.
● Representam relacionamentos diferentes do ser humano com a natureza. Uma protege a
natureza em si, a outra desafia o homem a viver com ela. Ambas são importantes.
❖ Estratégias de geoconservação:
1. Inventariação
2. Quantificação ou avaliação
3. Classificação
4. Conservação
5. Valorização
6. Divulgação
7. Monitorização
1. Inventariação, quantificação e avaliação
● Implica a caracterização e a quantificação do interesse, relevância e vulnerabilidade do
geopatrimónio.
● Com base nos critérios mais objetivos e no conhecimento científico, a identificação dos
melhores geossítios a serem protegidos deve ser feita pela comunidade geocientífica.
1- Definir a área de estudo
2- Reconhecimento geral da área de estudo
3- Selecionar o método a usar
Antes de iniciar um inventário, os objetos devem ser claramente definidos tendo em conta:
● O tema – o assunto ou tema a ser investigado
● O valor – relacionado ao uso potencial dos sítios e pode ser científico, educacional e ou
de turismo
● A escala
● O uso
Etapa 1
● Levantamento bibliográfico
● Consultas especialistas
● Trabalho de campo
● Identificação de geossítios potenciais
❖ Como funciona?
Tem de ser feito em toda a área de estudo, depois de ser feito um reconhecimento geral da
mesma. Desta forma, reconhecendo a ocorrência, é possível definir a tipologia dos geossítios
que serão analisados.
Obs: Não interessa inventariar todos os afloramentos de um granito que existam numa área de
estudo, apenas aqueles que apresentem características de excepção.
Durante a inventariação, cada geossítio deve ser devidamente assinalado numa carta
topográfica ou geológica, se possível com recurso ao receptor de GPS. Para cada local, deve ser
feito um registro fotográfico e um estudo de campo. Para este efeito, sugere-se a utilização de
uma ficha de caracterização, que pode ser adaptada a partir da ficha disponível pela ProGeo. A
inventariação feita, deve ser complementada com bibliografia especializada da área de estudo.
❖ Inventariação
● Património Cársio - Espeleológico Grutas dos principais maciços calcários portugueses
● Património Natural com interesse turístico - Sub-região Baixo Mondego.
● 17 miradouros com vista panorâmica (Penedo da Saudade, Miradouro do Vale do
Inferno, Penedo da Meditação)
● Formas cársicas (Vale das Buracas do Camilo – Soure, Tufos de Condeixa e Vale do...)
● Formas litorais
● Matas e vales de interesse turístico
● Património Geológico e Geomorfológico do Parque Natural da Serra da Estrela (livro guia
que agrega e caracteriza geossítios de maior interesse científico)
❖ António Galopim de Carvalho “O pai da geoconservação em Portugal”
● Década de 90 (1996) – A primeira iniciativa de geoconservação
● Com a proteção e classificação do sítio paleontológico da Pedreira da Galinha
● “Geomonumentos” vs “geossítios”
● Caracteriza um geomonumento como sendo uma ocorrência geológica
● Dificuldade em quantificar, ou mesmo definir, conceitos como monumentalidade,
grandiosidade, raridade ou beleza.
❖ Inventariação - tentativa(s) de Inventário Nacional do Geopatrimónio
● 1973 – Liga para a proteção da Natureza – Boletim informativo
● Até o início de 2000: existiam apenas inventários incompletos e não sistemáticos do
patrimônio geológico nacional e regional.
● 2001 - 1ª contribuição para a sistematização do conhecimento do património geológico
português
● Fundada em 1961 - União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS)
❖ ProGeo
1989 – International Association for the Conservation of Geological Herritage
1993 – European Association for the Conservation of the Geological Herritage (ProGeo)
2000 – Grupo Português ProGeo – Portugal
2001 – O inventário do património geológico portugês
● Projeto liderado pela Universidade do Minho
● 326 geossítios com relevância científica internacional e nacional
● Identificados a partir de 27 categorias geológicas de relevância internacional e nacional.
❖ Primeiro inventário do Património nacional Português
● Metodologia:
● A identificação de grandes temas ou categorias geológicas que caracterizam o país.
● Geoformas graníticas, vulcânicas, cársicas, residuais, fluviais, litorais, tectónicas, glaciais
e periglaciais.
● A identificação de características temáticas que correspondem aos principais temas que
melhor representam a evolução geológica do território português.
● Ficha de caracterização ProGeo (recolha detalhada de informação. Deve ser feito um
registo fotográfico (terem noção a escala) e uma caracterização no campo.
● 43% dos geossítios inventariados em Portugal são geomorfossítios, o que demonstra a
importância deste tipo de património geológico no património nacional português.
❖ Problema das Escalas
xxx
Tipos de locais de interesse geomorfológico, em função da dimensão e visualização
● Local isolado
● Área
● Local panorâmico
1. Escala local – afloramentos. Pequenas ocorrências, no geral de extensão decamétrica
(praia do Talheiro, Pedreira do Aveiro)
2. Escala intermédia - Sítios. À escala hectométrica, o visitante circula no seu interior (Vale
das Buracas, Nascentes do Alviela)
3. Escala Geral – Paisagens. À escala quilométrica, observa-se a partir de um ou mais
miradouros (Portas do Riódão, Praia Concha de São Martinho do Porto)
❖ Conceito de Património Geomorfológico
● Elementos geomorfológicos
● Formas e depósitos, bem como as suas associações e articulações
● Desenvolvidos à várias escalas
● A que se atribui o valor
● Científico, pedagógico, estético, cultural, ecológico e económico
❖ 2. Quantificação e avaliação
Após a inventariação, cada geossítio deve ser sujeito a um processo de quantificação do seu
valor ou relevância com vista ao estabelecimento de uma seriação de todos os geossítios. O
processo de quantificação de geossítios é raramente efetuado, isso porque é muito complicado
introduzir uma medida que justifique o porquê o Geossítio A é mais importante que o Geossítio
B. O cálculo da relevância deve integrar diversos critérios que tenham em conta as
características intrínsecas de cada geossítio, o seu uso potencial e o nível de proteção
necessária. Com a seriação pretende-se estabelecer prioridades nas acções de Geoconservação
a efectuar.
Avaliação quantitativa - Património geomorfológico
● Valor geomorfológico (VG = VC + VA)
● Valor Científico (VC)
● Valores Adicionais (VA)
● Valor de Uso (VU)
● Valor de Preservação e de Conservação (VPC)
● Valor Global do Geomorfossítio: V. Geomorfológico + V. de Uso + V. Conservação
● Valor de gestão (VGt = VUs + VPr)
● Valor de preservação (VPr)
Avaliação e seriação
A comparação dos resultados obtidos para os diferentes locais de interesse geomorfológico
inventariados constitui...
3. Classificação
Qual é o seu principal valor?
Integração do geopatrimónio em planos de ação internacionais, nacionais, regionais e locais.
Relevância
● Internacional/Universal
● Nacional
● Regional
● Local
Considerando que o geopatrimónio é justificado apenas pelo valor científico, a relevância do
geopatrimónio só pode ser internacional ou nacional porque não há “ciência local”
Site ProGEO-PT (encontrar as fichas de caracterização do património geológico de relevância
Nacional)
LNEG - “Inventários de Sítios com Interesse Geológico”
2003 – 2024: Inventário de 131 geossítios
2025: O novo Inventário Nacional de Património Geológico já está disponível na sessão de
Bases de Dados do Geoportal do Laboratório Nacional e Energia e Geologia.
❖ Geopatrimónio de Relevância Internacional Universal
● 200 geossítios reconhecidos com valor universal em todo o mundo
● Portugal tem quatro dos principais sítios geológicos do mundo
● A jazida de trilobites gigantes de Canelas (Auroca)
● O vulcão dos Capelinhos (Ilha do Faial)
● A discordância angular da Ponta do Telheiro (Vila do Bispo)
● Pedreira do Galinha, Pegadas de dinossauro
❖ Geoconservação e a legislação
A questão fundamental para a geoconservação é a existência de leis que garantam a proteção
de geossítios.
❖ Classificação e conservação - Quais os mecanismos de proteção efetiva?
As áreas protegidas:
❖ A UICN – União Internacional para a Conservação da Natureza define a área protegida
como:
Conservação e legislação nacional
Até 19970 - não houve em Portugal base legal consagrada a Conservação da Natureza
1990 - Foi criado o Ministério do Ambiente e Recursos Naturais
1993 - o Decreto de Lei nº 19/93, de 23 de Janeiro estabeleceu as normas relativas à Rede
Nacional de Áreas Protegidas
2008 - O processo de criação de áreas Protegidas é, atualmente, regulado pelo Decreto-lei nº
142/2008, de 24 de julho – integrado os conceitos de geossítio
● Estabelece o regime jurídico da conservação da natureza e da biosfera
● Na ausência de legislação específica no âmbito da geoconservação, diversos geossítios,
sobretudo cavidades cársicas, foram (e estão) classificados como património cultural,
nas figuras de “Imóvel de Interesse Público” e de “Imóvel de Interesse Municipal”
● Considerados pelo Regime Jurídico de Conservação da Natureza e da Biodiversidade um
valor natural, tal como os elementos da biodiversidade e as paisagens, os geossítios não
têm consagrado a nível nacional um regime específico de classificação.
● Geossítios abrangidos por proteção local:
Classificados Monumentos Naturais
Integrados em outras áreas protegidas da Rede Nacional áreas Protegidas
❖ Portugal possui 10 monumentos naturais
● Monumento Natural Nacional – 7
1990 Jazida de Pegadas Jurássicas
1996 – Pedreira do Galinha Interesse geológico e paleontológico
1997 – Carenque
1997 – Lagosteiros 2005
1997 – Pedra da Mua
1997 – Pedreira do Avelino
2000 Interesse geomorfológico e paisagístico
2007 – Cabo Mondego
2009 – Portas do Ródão - Epigenia
2010
2019 - Canhão Cársico de Ota
2020
2022 – Pedras Parideiras
2024 – Livraria do Mondego
❖ A grande vantagem da classificação pelo Decreto-Lei 142/2008 é que agora existe uma
proteção legal do sítio não apenas um reconhecimento científico e educativo na
singularidade.
❖ É possível materializar a recomendação que emana dos estudos do Programa
Internacional de Geociências
❖ A classificação na figura MONUMENTO NATURAL possibilita:
● A proteção e a preservação dos valores naturais e adoção de medidas de gestão que
garantam integridade das suas características e nas zonas imediatamente circundantes
● Criar oportunidades para a investigação, educação e apreciação pública.
03 JUl Comunicação nº 2122 – aviso – proposta de classificação
2021 – A rede de Monumentos Naturais da Região Autónoma da Madeira
❖ Geoparques mundiais da UNESCO
● Os geoparques promovem e valorizam a sua imagem através do geopatrimónio de
relevância internacional, sendo essenciais para a consolidação do conhecimento das
ciências da terra, em consonância com outros valores locais.
● Os geoparques mundiais são consolidados internacionalmente
Não existe nenhum Estatuto Legal vinculado ao selo Geoparque Mundial da UNESCO
● “Geoparque Global da UNESCO” não é uma designação legislativa
● Não implica restrições a nenhuma atividade económica dentro de um Geoparque Global
da Unesco
❖ Valorização e divulgação do Património Geológico:
● Uma estratégia de Geoconservação deve integrar a vertente de valorização e divulgação
do geopatrimônio. Estes geossítios são ideais para ser integrados em percursos e
roteiros turísticos, assim como em ações de educação geocientífica e/ou ambiental.
● Entende-se por valorização o conjunto das ações de informação e interpretação que vão
ajudar o público a reconhecer o valor dos geossítios. São exemplos deste tipo de ações
a produção de painéis informativos e/ou interpretativos que são colocados,
estrategicamente, perto de cada geossítio. São ainda estratégias de valorização a
utilização de meios electrónicos, como a produção de páginas de internet.
● Os diferentes produtos de valorização devem ser dirigidos a audiências distintas, desde
o público em geral ao mais especializado, sem esquecer o público escolar. A produção
destes materiais deve ser extremamente cuidada, quer no que diz respeito ao tipo de
linguagem usada, quer ao nível dos conhecimentos geológicos que são veiculados
● Devem ser respeitados quatro princípios básicos da comunicação:
Captar a atenção do destinatário;
Tornar a informação agradável;
Tornar a comunicação relevante para a audiência;
Estruturar a comunicação
❖ Monitorização
● Por fim, deve ser feita uma monitorização do geossítio regularmente. Dessa forma,
podemos entender se este continua a ser acessível, se precisa de reformas, se precisa
reforçar a segurança, se continua a ser atrativo e quantos visitantes possuem.
❖ Geoparque:
● A construção de um Geoparque pode constituir um importante instrumento na
concretização do desenvolvimento sustentável.
● Um geoparque é uma área em que se conjuga a Geoconservação e o desenvolvimento
económico sustentável das populações que a habitam. Procura-se estimular a criação
de actividades económicas suportadas na geodiversidade da região, com o
envolvimento empenhado das comunidades locais.
● Para a UNESCO, um geoparque é um território com limites bem definidos e com uma
área suficientemente alargada de modo a permitir um desenvolvimento sócio-económico
local, cultural e ambientalmente sustentável. O geoparque deverá contar com geossítios
de especial relevância científica ou estética, de ocorrência rara, associados a valores
arqueológicos, ecológicos, históricos ou culturais.
❖ Rede Europeia de Geoparques-REG (2000) - Iniciativa da Unesco em conjunto com
países europeus. O objetivo é estimular a troca de experiências entre países diferentes,
aproveitando, ao mesmo tempo, os instrumentos financeiros disponibilizados pela União
Europeia. Um Geoparque Europeu deve promover a Geoconservação no seu território e a
educação geológica tanto do público como dos estudantes, criando bases para o
desenvolvimento sustentável das populações integradas na área de influência do
Geoparque.
● Primeira candidatura portuguesa: Geoparque Naturtejo.
● Rede Global de Geoparques– RGG: Criada em Fevereiro de 2004, pretende promover a
conservação de um ambiente são e fomentar a educação em Geociências e o
desenvolvimento econômico sustentável local. Agora com um apoio mais formal da
UNESCO, foi inicialmente formada por oito geoparques chineses e pelos dezessete
europeus que, na altura, constituíam a REG. Actualmente, a RGG conta com trinta e cinco
geoparques, com predomínio dos representantes europeus.
Num geoparque a geoconservação é feita por via da geoeducação, da interpretação da
geodiversidade.
❖ Um geoparque não é:
Um parque temático ou um parque de diversão
Um parque natural
Um parque com sítios geológicos
Apenas rochas
Não visa a restrição mas sim a fruição de geopatrimónios.
Um Geoparque Mundial da UNESCO não é apenas sobre geologia
● O propósito de um Geoparque Global da Unesco é explorar, desenvolver e celebrar os
vínculos entre geopatrimónio e todos os outros aspetos dos patrimónios naturais,
culturais e intangíveis da área.
❖ O que é um geoparque?
● É um território que celebra os 4 600 milhões de anos do planeta Terra
● É um território de promoção e da sua relação com todo o património natural, cultural e
imaterial
● É uma ferramenta de desenvolvimento territorial
● É um destino sustentável
● É um território vivo e ativo
❖ Geoparque de acordo com a UNESCO
● São áreas geográficas únicas, com limites bem definidos, onde sítios e paisagens de
importância geológica internacional são geridos numa conceção holística de proteção,
educação e desenvolvimento sustentável.
● Devem abranger um determinado número de geossítios de especial importância
científica, raridade e beleza, que seja representativo da identidade de uma região ou
território.
❖ 3 pilares da Geoconservação:
1. A geoconservação tem como objetivo salvaguardar o património geológico de uma dada
região para as gerações futuras
2. A geoeducação pretende promover o estudo das geociências junto das escolas, assim
como do público em geral
3. O geoturismo estimula a criação de atividades econômicas suportadas na
geodiversidade da região, envolvendo... Promover a melhoria da acessibilidade e
informações
Completar
❖ Geoparques: usa e promove o seu geopatrimónio, em conexão com todos os outros
aspetos do património natural e cultural da região para:
● Aumentar a conscientização sobre a importância do geopatrimónio na história da Terra e
na sociedade atual.
● Para incrementar a compreensão de problemas ambientais.
● Sobretudo para benefícios sociais e económicos para as comunidades locais por meio
do geoturismo e da educação.
❖ Geoparque Estrela Mundial da Unesco
● 9 municípios
● Área: 2216 km2 e cerca de 150 mil habitantes
● Serra da Estrela: confere identidade e coesão territorial
● 147 geossítios - 3 relevância internacional
● Paisagem resultante do modelo glaçar
● Principais interesses geológicos: Glaciarismo e Periglaciares
Vale glaciar do rio Zêzere é um dos maiores da Europa com 13 km de extensão
Perfil em U, é uma forma perfeita
● Programas educativos 22/23
● Percursos interpretativos - Passadiços do Mondego 2024
Tipo de percurso:
Distância:
Pensar na mobilidade reduzida, idosos, deficientes, pessoas com bebês
❖ Geoparque Oeste
● 6 municípios na região Centro de Portugal
● Área total: 1154 km2
● População: 212 103 habitantes
● 72 km de costa atlântica
● 2 chancelas UNESCO: Caldas da Rainha - cidade UNESCO, Berlengas reserva da Biosfera
● 80 geossítios neste geoparque, alguns não têm a localização divulgada, muitas vezes
para preservação dos possíveis danos do turismo
Dinossauros
● 12 novas espécies para a ciência
● 1 dos maiores ninhos de dinossauros do mundo
● 4 ninhos de dinossauros muito bem conservados e mais antigos do mundo
● O ovo de crocodilo mais antigo do mundo
Ponta do Trovão
● Programas turísticos
● 60 programas turísticos
● + 10 promotores
● 24 parceiros envolvidos
● Mesas interpretativas
● 36 mesas interpretativas nos geossítios
● Acessíveis, inclusivas e interpretativas, tem sinalização acessível no espaço do
estacionamento. A maquete é tátil, informação em braille - QR code - Audioguia
❖ Rede Nacional e mundial de geoparques
● É uma rede dinâmica
● Os membros comprometem-se a trabalhar juntos, trocar ideias sobre melhores práticas
e se unir em projetos comuns para elevar os padrões de qualidade de todos os produtos
e práticas de um geoparque global da UNESCO
❖ Contexto geoturísticos
● A criação de “geomarcas” e geoprodutos”
● Criação de diferentes tipos de produtos e de serviços comerciais inovadores
❖ Geoprodutos
Um serviço comercial ou artigo manufaturado inspirado na geodiversidade
Representação simbólica do geopatrimónio
Podem ser:
● Artesanato e merchadising
● Produtos alimentares, cosmética e outros
● Equipamentos turísticos - restaurantes e similares, alojamentos, pontos de venda
● Serviços relacionados ao turismo - empresas de turismo e outros serviços turísticos
❖ Relações do geoturismo com outros segmentos de turismo
● Turismo de aventura
● Turismo cultural
● Ecoturismo
Geoparques e geopatrimónio podem ser atrativos:
durante todo o ano (não sazonal)
para públicos diversificados
Descrevemos uma forma de turismo pelas motivações que levam os visitantes a realizar a
viagem e nas características do destino visitado.
❖ Geoturistas
❖ Traços do Perfil Geoturista Médio:
● Não planeja suas visitas, na maior parte das vezes é casual.
● Não possui experiência de trabalho em campo e não consegue ler mapas.
● Possui mais de 30 anos e viaja com um grupo pequeno de amigos ou familiares.
● Apresenta capacidade de leitura média.
● Possui escolaridade média.
● Não está familiarizado com termos de Geoconservação.
● Não perde mais de 2 minutos a observar os painéis interpretativos
● Aprecia atividades de interpretação a qual pode interagir diretamente
● Aprecia visitas guiadas
❖ Características sociodemográficas
● Nível de educação/interesse pelas geociências
❖ Motivação e interesses
❖ Hábitos, atitudes e comportamentos
❖ Duração da visita (tempo)
● Visitante: Turista, excursionista
❖ Contexto da visita (organização)
● Os geoturistas podem incluir viajantes independentes e grupos de turistas, que podem
vistitar áreas urbanas/construídas.
❖ Características sócio-demográficas
Adultos com elevado nível de educação, nível sociocultural elevado: Visitantes nacionais;
Consciência e preocupações ambientais - Programas de educação ambiental
Público escolar (idade <18 anos) - Programas educativos
Género
Idade
Escolaridade
Profissão
Rendimento Líquido Mensal
Perfil demográfico do geoturista:
10% séniors
75% adultos
15% crianças - contexto de visitas escolares
60% individual
15% grupo organizado
Interesses e motivações
● busca de fuga
● busca de conhecimento
● busca de novidade
● busca de socialização
Tipos de geoturistas com base no nível de interesse e conhecimentos sobre geociências - Hose
1. Geoturista especializado - indivíduos envolvidos intelectualmente com a temática das
geociências
2. Geoturista ocasional - curiosos, visitam geossítios ocasionalmente por recreação, prazer
e estímulo intelectual
Nível de interesse em conhecimento sobre geociências - Hose 2008:
Grupo educacional
Grupo recreativo
Expectativas (2018)
Geoturista casual:
● procuram novas experiências turísticas
● geralmente visitantes ocasionais e espectadores
● Desejo: entretenimento e novas interpretações
● Atraído pelas montanhas pelo estético
● Aproveitar as oportunidades de fotos e participar de passeios
● Conhecimento: baixo interesse em ler apresentações
Típico de geoturista (Dedicado)
● buscam oportunidades de conhecimento
● Desejo: informação geocientífica e novidades
● Objetivo: aumentar o seu conhecimento
● Buscam experiências autênticas e significativas
Teste-
1. Os 5G´s; estabelecer relações entre esses conceitos.
Os 5G´s do geoturismo são:
1. Geodiversidade - é a diversidade das características geológicas (como rochas, fósseis,
minerais…) e geomorfológicas (relevos, processos), hidrológicas (águas, rios) e
pedológicas (solo).
2. Geopatrimônio - são os elementos da geodiversidade excepcionais, que constituem valor
histórico, cultural e estético.
3. Geoconservação - se relaciona com a preservação e proteção dos elementos
geológicos.
4. Geoparques - são espaços a qual se inserem os geopatrimonios, cujo o objetivo é a
educação e informação.
5. Geoturismo - é o tipo de turismo que integra e sustenta a identidade de um geossítio, a
fim de valorizar e compreender as características e processos geológicos. Mais do que a
observação da geologia, é o aprendizado da cultura, desenvolvimento e sustentabilidade
do geossítio.
Todos esses elementos possuem interligação entre si e dependem um dos outros. A
geodiversidade é o elemento que fornece vida á Terra, que moldou cidades e suas respectivas
identidades. Dentro da geodiversidade temos os geopatrimonios, o elemento de valor. Os
geopatrimonios não existem sem a geoconservação. Sem a geoconservação não podemos ter
geoparques, cujo o objetivo é desenvolver atividades imersivas de forma sustentável ao valorizar
e perceber os geopatrimonios. E por fim, sem nenhum desses elementos, não há como existir
geoturismo.
2. Dentre os vários processo de conservação, destaca-se a importancia do processo de
avaliação e classificação, desenvolva:
Para que um elemento seja conservado, é necessário lhe atribuir valor. Dito isso, avaliar e
classificar um geopatrimonio; geossítio não é uma tarefa fácil. Visto que, é muito complicado
decidirmos o porque que um é mais importante que outro. Entretanto, há alguns critérios de
avaliação que podemos definir de acordo com a ProGeo, são determinantes: 1. Valorização
estética 2. Valorização Funcional. 3. Valorização Intrínseca 4. Valorização Cultural 5. Valorização
Economica 6. Valorização Educacional e científica.
3. Pontos fortes do Geoturismo: Ajuda no desenvolvimento sustentável, tem como objetivo a
educação informal, conscientiza a comunidade dos processos geológicos, é um turismo feito de
forma sustentável, valoriza o geopatrimonio.
Desafios: Exploração, Desmatamento, ignorância da população, vandalismo, falta de incentivo
financeiro pelas entidades governamentais, atrair público interessado.
Oportunidades: atualizar informações para serem imersivas, inovadoras e tecnológicas.