A aprendizagem
Nos seres humanos, o processo de aprendizagem é uma atividade individual.
que se desenvolve em um contexto social e cultural como resultado de processos
cognitivos individuais, através dos quais se assimilam e interiorizam novas
informações derivadas de fatos, conceitos, procedimentos etc., a partir de
eles constroem novas representações mentais significativas e funcionais
(conhecimentos), que depois podem ser aplicados em situações diferentes das
contextos onde se aprenderam.
O aprendizado quase sempre é relacionado ao termo educação, por isso
seu estudo foi abordado por disciplinas como a psicologia educacional e a
pedagogia, mesmas que através de suas investigações têm trazido dados muito
importantes que ajudam a entender o tão importante processo de aprender. De
tal modo que no presente se menciona a análise dos aspectos mais
importantes acerca do já mencionado processo segundo as perspectivas de Anita Woolfolk.
A compreensão da aprendizagem
Ainda agora o termo aprendizagem não é algo unificado e isso se deve a que
tem sido abordado por diferentes disciplinas e, obviamente, por diferentes enfoque
de modo que surgiram diferentes concepções.
As primeiras explicações sobre a aprendizagem foram dadas na antiguidade por
figuras ilustres como Aristóteles que explicava a aprendizagem como uma forma
de reminiscência, que ocorria ao mesmo tempo que coisas semelhantes,
constantes e contínuas, ou seja, todo o saber é inerente ao ser humano desde
que nasce pois é um saber adquirido em um mundo inteligível assim que o único que
ao longo de sua vida é lembrar o que já foi aprendido.
Posteriormente, nos anos vinte, o fisiologista russo Iván Pavlov descobre o
condicionamento clássico que consiste no emparelhamento de estímulos neutros
que trazem como consequência uma resposta emocional ou fisiológica que de certa
forma comprovava a teoria da lei de continuidade de Aristóteles (embora não de
manera plena pois o termo mente era descartado, já que a mente não é nem
observable nem medível).
Tomando como referência a Pablov e a Tondicke B.F. Skinner desenvolve seu
teoria do condicionamento operante que consiste na execução de condutas
que operam sobre o ambiente, esse tipo de condicionamento é o mais aplicado
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na sala de aula, pois o comportamento da criança é condicionado por reforço ou
castigo é dizer, se a criança fizer a tarefa sairá para o intervalo ( que é a ação de
reforço para um comportamento desejado), se não o fizer não sairá (é uma
ação punitiva por uma ação indesejada.
Teoria do aprendizado social
Segundo Albert Bandura, as teorias comportamentais tradicionais oferecem uma
visão limitada para explicar o complexo processo de aprendizagem, portanto ele se
foca na inclusão dos processos cognitivos e desenvolve a teoria
cognitiva social que considera que os fatores internos são tão importantes
como os externos e que os acontecimentos ambientais, os fatores
pessoais e os comportamentos interagem no processo de aprendizagem.
Também propõe uma distinção entre a aprendizagem ativa (na qual se
aprende fazendo) e o vigário (no qual se aprende observando os outros)
pois eu acreditava no poderoso efeito que têm o moldagem e a imitação sobre
a aprendizagem, de tal maneira que para que se dê a aprendizagem vicária ou
observacional têm que ser cumpridas quatro momentos importantes: a) prestar
atenção, b) reter a informação ou as impressões, c) gerar comportamentos e d)
estar motivados para repeti-las, só passando por estes momentos se pode dar
um verdadeiro aprendizado.
Agora, esse aprendizado observacional - que pode ocorrer através do
moldagem ou reforço - pode apresentar cinco resultados possíveis (que
podem ser aplicados pelo professor na sala de aula): ensinar novos comportamentos e
atitudes -por meio do modelamento-, promover comportamentos prévios, modificar
inibeções - seja para fortalecê-las ou debilitá-las - direcionar a atenção e despertar
emoções. Por exemplo uma forma muito comum de aprendizagem vicária u
observacional é aquele que ocorre nas crianças quando imitam seus pais que
são justamente seu modelo.
Autorregulação, modificação cognitivo-comportamental e
autoinstrução
Uma característica muito importante para a aprendizagem dos estudantes é
o automanejo, que é uma capacidade que consiste na utilização dos
princípios da aprendizagem comportamental para mudar o próprio comportamento, ou seja, é
a capacidade de educar a si mesmos; para alcançar essa auto-gestão é
é importante que o professor estimule seus alunos a participarem no
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estabelecimento de metas concretas e também que permita que os alunos
as tornem públicas, após o estabelecimento o estudante deve seguir um
registrar e avaliar seu processo de mudança comportamental, esse processo servirá para
ter sucesso em seu processo de aprendizado. Outras formas de mudar o próprio
a conduta é a auto-instrução que consiste em falar consigo mesmo durante os
passos de uma tarefa.
Agora bem, estas são ferramentas que devem ser utilizadas de maneira ética,
com metas definidas e estratégias de acordo com o grupo e os sujeitos de aprendizagem.
Teorias cognitivas da aprendizagem
Elementos da corrente cognitiva
É a partir dos estudos realizados na segunda guerra mundial que a
a corrente cognitiva está em seu grande auge, pois já não importava que
fôssemos capazes de responder a um estímulo fura por reforço ou por
castigo ± enfoque conductista- senão que começaram a importar a forma como
os seres humanos planejávamos nossas respostas, nos servíamos de
ferramentas para poder lembrar o material aprendido, ou seja, começou a
importa muito a forma como o conhecimento é apresentado em nossa mente e
se lembra.
E havia uma diferença marcante entre o que a teoria propunha
conductual pois esta se concentrava na aprendizagem como um processo gerado
a partir da tentativa e erro e além disso pretendia gerar leis aplicáveis ao
comportamento de vários sujeitos, em contrapartida o cognitivismo considera que
o indivíduo aprende ativamente, busca informação, a organiza e a utiliza para
a resolução de problemas, de maneira que se foca nas tentativas ativas de
a mente humana por dar sentido ao mundo.
De tal maneira que se entende que a aprendizagem não é um acontecimento
isolado o particular sino que se ve influenciado por distintos fatores como as
crença, as expectativas, os sentimentos e as situações.
Este aprendizado resulta no conhecimento que pode ser geral -
conhecimento coloquial, que é útil para diversas situações - ou específico ± que
é conhecimento especializado, útil em situações específicas concretas.
Também pode ser conhecimento declarativo, procedimental ou condicional, o
primeiro se refere ao conhecimento que é manifestado em palavras, por meio de
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conferências, livros, etc., o segundo refere-se a ao conhecimento que se
demonstrates when performing a task, in knowing how to do something and the third consists
em saber como e por que são utilizados tanto o conhecimento declarativo como o
procedimental.
O modelo de processamento da informação da memória
As teorias de processamento da informação usam como analogia a
computador no sentido de que assim como ela, a mente humana recebe
informação, a registra, a armazena e a recupera, embora realmente os
os processos da mente humana são muito mais complexos e menos previsíveis.
Mesmo assim, a mente humana passa por um processo mais ou menos parecido e começa com a
recepção da informação na memória sensorial através dos bombardeios
de estímulos do meio como imagens, sons, odores etc., esses estímulos
são captados por nossos receptores ±através dos sentidos - em forma de
impressões muito breves, pois embora a memória sensorial tenha um grande
capacidade para conter informações só a mantém por períodos muito curtos.
Para que esta parte do processo seja realizada é necessária a percepção,
qual é o significado que acrescentamos à informação processada que recebemos de
os sentidos, pois os seres humanos tendemos a organizar as informações
sensorial em esquemas ou relações, ou seja, tendemos a unificar a informação
para encontrar um sentido, agora bem, essa percepção pode ser realizada de
maneira ascendente - que observa traços centrais independentes que depois se
um padrão reconhecível, geral ou descendente ±que se baseia em uma
observação do contexto e os padrões que se espera que ocorram nesse
situação- .
Outro aspecto muito importante é a atenção que nos permite selecionar
determinada informação e concentrar-nos nela, embora seja muito limitada pois
isso nos permite concentrar em uma coisa de cada vez.
Posteriormente, quando a informação já foi transformada em códigos
sensoriales ± imagens, sons, etc. - passa a ser processada pela memória de
trabalho que retém de cinco a nove elementos de informação durante cerca de 20
trinta segundos, embora possa ser ampliado com a revisão de manutenção, a
elaboração ± na qual se associa com algum conhecimento prévio- e o
agrupamento ± no qual elementos de informação se reúnem em unidades
coerentes maiores- . O esquecimento na memória de trabalho ocorre por
decaimento e a interferência.
Depois que a informação foi captada pela memória sensorial e
processada pela memória de trabalho passa para a memória de longo prazo (MLP) que
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funciona como banco de informação, pois nela se armazena a informação
bem aprendida e, ao contrário da memória de trabalho, na qual a informação
entra relativamente rápido, de maneira pouco duradoura e é limitada, a
a informação na MLP leva um processo mais lento, requer maior esforço e é
de capacidade ilimitada. Na MLP, a informação é armazenada na forma de
imagens, unidades verbais ou ambas, o que explica que possamos lembrar
escenas.
A memória de longo prazo pode ser classificada como semântica - que é a
memória para os significados-, episódica ± que mantém informações de lugares
e momentos específicos - e procedural ± que é a lembrança de como fazer as
coisas-.
Armazenamento e recuperação da informação da
memória a longo prazo
A informação da memória de longo prazo é recuperada por meio da
difusão da ativação, ou seja, quando uma memória é ativada por novas
dados relacionados como quando uma criança sente o cheiro quando sua mãe prepara sua sopa
favorita e lembre-se de outras ocasiões em que a comeu, da mesma forma que eu pude
dar-se o caso de que a criança não lembre bem da ocasião anterior, mas lembra
certos momentos significativos, daí surge o caráter impreciso do
memória, ou seja, esse importante processo pode ser exato, parcialmente exato
o inexacto. Esta exatidão para a recuperação depende de sua elaboração ( que
é o ato de adicionar um significado que relacione a nova informação com
conhecimentos prévios), sua organização (que é a ordem lógica que tem nas
relacione)s e seu contexto (o quadro emocional ou físico associado com um
acontecimento).
Assim como na memória de trabalho, o esquecimento é consequência da
interferência e o decaimento. Para Craik e Lockhart a lembrança da
a informação depende de quão profundamente foi processada.
Uma teoria alternativa da memória é o conexionismo, que diz que o
o conhecimento é armazenado em padrões de conexões entre unidades básicas
de processamento no cérebro, ou seja, toda a informação que já temos
O processo está distribuído em nossa rede neural.
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Metacognição, regulação e diferenças individuais.
Segundo Donald Meichenbaum e seus colegas, a Metacognição éa
consciência que as pessoas têm sobre seu sistema cognitivo e sobre su
funcionamento, ou seja, o conhecimento sobre a sua forma de aprender.
A meta-cognição abrange três tipos de conhecimentos, o declarativo (saber
que fazer), o procedimental (saber como fazer), e o conhecimento condicional
(saber como usar as estratégias).
O conhecimento metacognitivo permite regular o pensamento e o
aprendizagem por meio do planejamento, da supervisão e da avaliação, estes
habilidades se desenvolvem de maneira distinta em cada pessoa e começam a
adquirir-se entre os cinco e sete anos.
O conhecimento especializado: alguns princípios básicos
Desenvolvimento do conhecimento declarativo
Para desenvolver o conhecimento declarativo é necessário integrar as novas
ideias com as informações aprendidas previamente para assim lograr entender, por
Olá, as pessoas aprendemos melhor quando temos uma base de informação.
suficientemente ampla em determinado tema, por exemplo, é mais fácil
compreender que um vírus é formado por ARN e fosfolipídios, quando temos
referências do que é um vírus e o que são os fosfolipídios, mas quando não temos
uma base de informação prévia é necessário recorrer a técnicas como a
memorização mecânica, que consiste em informação similar através de sua
repetição sem que necessariamente se entenda seu significado, a maior parte de
as vezes esse tipo de memorização não leva a um verdadeiro aprendizado pois ao
não ser assimilado o significado da informação, ela se perde, embora haja a
possibilidade de que essa informação possa passar para a memória de longo prazo
sempre e quando se tratar de uma prática distribuída e com um processamento mais
profundo.
Outra forma de aprender novas informações são os mnemônicos que são
procedimentos sistemáticos para melhorar a memória, por exemplo o método de
os loci que consistem na associação de objetos e fatos com lugares conhecidos,
Outro tipo de mnemônicos são os do tipo gancho, que são sistemas de associação.
de fatos e objetos com palavras-chave, também estão os mnemônicos do tipo
anagramas, sílabas e cadeias os dois primeiros consistem em utilizar a primeira
letra de cada palavra para formar uma nova que possa ser lembrada e a segunda
consiste na associação de um elemento de uma série com o seguinte.
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Tornar-se um especialista: o desenvolvimento do conhecimento procedural e
condicional.
Para poder chegar a ser um especialista, além de possuir o conhecimento
declarativo sobre a área, é necessário que este seja processualizado, ou seja
se tem que aplicar em rotinas realizáveis de maneira automática, por exemplo um
mecânico além de saber teoricamente que peças constituem um automóvel
você tem que saber onde estão, como são e qual é sua função para assim poder dar
solução para os problemas que surgirem. Mas para que o mecânico chegue a
Ser um especialista é necessário que tenha desenvolvido habilidades básicas automáticas.
(são aquelas habilidades que se aplicam sem ter consciência disso) que se
adquirem em diferentes etapas, a primeira é a etapa cognitiva na qual nós
baseamos no conhecimento declarativo e em estratégias gerais de resolução de
problemas, ou seja, fazê-lo pela 'primeira vez', por exemplo, quando vamos montar
uma barraca e precisamos ler o manual para saber como fazer isso.
A segunda etapa é a associativa na qual os passos de um procedimento se
agrupan ou combinam em unidades maiores, por exemplo, percebemos que
como é o procedimento lógico para montar a loja pelo que não nos é
é necessário ler as instruções. A etapa final é a autônoma em que o
o procedimento se aperfeiçoa e é realizado de maneira automática, por exemplo
quando já instalamos uma barraca várias vezes, então o
fazemos de maneira automática.
Cognitivismo e aprendizagem situada: questionamento dos modelos
de processamento simbólico.
Das correntes que atualmente questionam a teoria do processamento do
informação sobre o construtivismo e a aprendizagem situada.
O construtivismo se fundamenta nas pesquisas de Piaget, Vygotsky,
Bruner e Dewey, entre muitos outros, de tal maneira que há distintas
concepções de construtivismo como o construtivismo exógeno, endógeno e
dialético (Moshman 1982), o primeiro considera o conhecimento como a
reconstrução das estruturas que realmente se encontram no
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mundo externo ou seja, a informação é assimilada como uma representação
real das coisas. O segundo destaca que os indivíduos constroem seu próprio
conhecimento ao transformar e reorganizar as estruturas cognoscitivas que já
possuem, o resultado esperado desse tipo de aprendizagem é a compreensão.
O terceiro sitúa a fonte do conhecimento na relação entre os
estudantes e o ambiente pois se concebe a aprendizagem como a construção
social do conhecimento, que se materializa por meio da inter-relação dos
aprendizes com o ambiente de tal maneira que o conhecimento reflete o mundo
externo tamizado e influenciado pela cultura, a linguagem, o modelamento, as
crenças, o ensino direto e as relações com os outros.
A aprendizagem situada refere-se a uma construção colaborativa do
conhecimento e os valores socialmente definidos, portanto é difícil aplicá-los
em ambientes diferentes, o que explicaria por que os alunos muitas vezes não
são capazes de aplicar seus conhecimentos fora do âmbito acadêmico.
De todo o que foi dito anteriormente, posso dizer que a aprendizagem é um processo muito
complexo que envolve muito mais do que a memorização e que por isso tem
sido abordado desde diferentes perspectivas, obtendo delas distintos
enfoques que a mi punto de vista más que defender una idea absoluta se
complementam-se entre si, pois realmente todas elas têm certa veracidade, mas
cada uma por separado é incompleta, agora bem eu acho que as diretrizes de cada
uma das teorias mencionadas anteriormente pode ser aplicada na sala de aula, claro está
que devem ser aplicadas em momentos pertinentes, e não de maneira absoluta
senão, mas sim avaliando quão úteis podem ser para alcançar a cumprir a
O APRENDIZADO.
Bibliografia
Woolfolk Anita. E. (1999), psicologia educacional, Pearson educação, México, pp
11-16, 204-207, 225-286.