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Texto Hermeneutica de Nietzsche

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Texto Hermenêutica de Nietsche: Fichamento

Da hermenêutica de Nietzsche a uma epistemologia compreensiva da comunicação: “Não há


fatos, mas somente interpretações” de: Dimas Antônio Künsch, José Eugenio de Oliveira
Menezes2, Mauro Araujo de Sousa3;

O desafio dos autores, neste texto, é propor uma conversa de modo ensaístico no âmbito das
preocupações em torno do que nomeamos compreensão como método, Hermenêutica como
uma epistemologia da compreensão;

 Em resumo, o texto está dizendo que essa visão de mundo, que separa tudo em
opostos, virou uma espécie de herança que o meio acadêmico carrega até hoje,
moldando tanto os pensamentos quanto as práticas acadêmicas.
 Costumamos, de fato, como bem mostra a experiência, antes brigar em defesa de
nossas posições teórico-epistemológicas que sustentar um debate de tipo mais ou
menos civilizado em torno de interesses comuns frente a um mundo que nos convoca
e provoca para o estudo, a pesquisa, a geração de conhecimento;
 a academia se encontra envolta nessa malha metafísica de matriz dualista e sobre o
quanto Nietzsche chama a atenção para isso. “A crença fundamental dos metafísicos é
a crença nas oposições de valores”, escreve Nietzsche;
 Esse olhar não se limita só às outras ciências tradicionais, mas também leva em conta
as práticas sociais, políticas e até os saberes que não são reconhecidos oficialmente
pela ciência, como saberes populares, culturais, tradicionais ou experiências do dia a
dia.

o 354 de A gaia ciência: trata-se de um ponto de partida indispensável em qualquer


espécie de consideração sobre o tema de Nietzsche e a comunicação.

 o ensaio, no melhor de seus sentidos, se propõe como um texto conversacional,


dialógico, aberto. Sem um começo e um fim definidos e menos ainda definitivos,
distanciando-se de um pensamento fundado na ideia de universais e de essências e
renunciando, também, à ideia de verdade entendida como um ponto final sobre os
fenômenos e sobre a realidade,

Na pagina 17, uma parte importante: Mas como isso seria possível em uma dimensão
hermenêutica em que não há propriamente sujeito? Para o filósofo do Zaratustra (ou
daquele que anuncia o “alémdo-homem”). O corpo pensa. Quando ele diz que “o corpo
pensa”, ele está querendo quebrar aquela velha separação entre corpo e mente. O
pensar, o sentir, o desejar… tudo acontece no e pelo corpo.

Em outras palavras: não somos uma mente que habita um corpo — somos o próprio
corpo pensando, sentindo e vivendo.

 Sempre de acordo com o modo nietzscheano de pensar o mundo e a vida, é antes de


qualquer coisa a necessidade que nos advém da nossa fragilidade corpórea que nos fez
pessoas de comunicação no universo das possibilidades da nossa consciência. Essa
fragilidade se nos apresenta, inclusive, na relação com outras espécies animais, que
também se comunicam a seu modo entre si; Ou seja, a comunicação surge da vida,
do corpo, da necessidade de se manter vivo, e não simplesmente da razão ou da
consciência.
 Pag. 17 O corpo nos fez sentirmo-nos sujeitos de nós mesmos por meio da consciência
formada em nós pelo próprio corpo. Nessa linha de leitura, então, não há sujeito ou,
como poderíamos talvez dizer de maneira mais correta: não há um “sujeito em si”,
uma vez que, para Nietzsche, não há nada “em si”. A consciência e o “eu” são efeitos
do corpo, não algo separado dele.
Não somos um ser fixo — somos um processo vivo, em constante transformação.
 Pag 17, nas palavras de Nietzsche: Nietzsche explica que o que vira pensamento
consciente é só uma parte muito pequena desse todo — e, na verdade, nem é a
melhor parte.
 O desenvolvimento da linguagem e o desenvolvimento da consciência caminham
juntos. Nietzsche também lembra que outros modos de comunicação — como o
olhar, o toque, o gesto — também são fundamentais para essa construção da
consciência.

p.18- Interpretação e compreensão:

Mais ainda, nosso paradigma científico “procede pela transformação da relação eu/tu
em relação sujeito objeto”, escreve Santos (1989, p. 34), “uma relação feita de
distância,O sujeito (pesquisador) se coloca como alguém que observa de fora, controla e
subordina o objeto (o que está sendo estudado), que é visto como algo passivo, sem voz,
sem criatividade e sem responsabilidade.

Em resumo: a crítica aqui é que esse modelo científico cria uma relação fria, distante e
hierárquica, onde o sujeito domina o objeto, ao invés de haver uma interação mais
horizontal, dialógica e respeitosa com aquilo que se estuda.

Nietzsche entende que o dualismo — essa separação entre sujeito e objeto, corpo e mente,
razão e emoção, verdadeiro e falso — não é algo natural, nem dado. É uma construção
humana, que nasce da tendência de atribuir valores às coisas. Ou seja, quando o ser humano
interpreta o mundo, ele o faz sempre a partir de uma determinada perspectiva, e nesse ato ele
já está avaliando, separando, hierarquizando. Critica de Nietzsche a pequena razão (intelecto,
racionalidade); que é tradicionalmente separada da grande razão (corpo, para Nietzsche a
grande razão esta no corpo;) critica profunda de Nietzsche a forma como o ser humano
separou (tradicionalmente o corpo do intelecto);

p.19O que Nietzsche defende: Cumpre-nos inicialmente indicar apenas o quanto


o campo da Hermenêutica, a instância máxima das interpretações na Filosofia, pode
estar repleto de equívocos, quando estudada a partir de uma visão de mundo
nietzschiana. (passagem da p. 19 do texto)

 Que haja abertura para o diálogo entre diferentes perspectivas.


 Que a dúvida e o questionamento sejam constantes, para evitar o dogmatismo.
 Isso não é relativismo (achar que nada vale), mas sim uma forma mais honesta
de lidar com o conhecimento, entendendo que não há fatos absolutos, só
interpretações.
 O filósofo de Zaratustra está propondo uma abertura angular, uma visão que enxergue
mais longe e possibilite um voo maior em termos hermenêuticos, já que, como consta
no título deste texto, há somente inter pretações, em vez de fatos, fenômenos, dados
do real (passagem do texto, p.19)
 Busca pela verdade: Para Nietzsche, a verdade é uma invenção poética, um hábito
social que esquecemos que inventamos, e que serve para manter a ordem e a
convivência, mas não corresponde a uma essência fixa da realidade.

p.20 - Juntando a isso o fato de que, para Nietzsche, verdade é “convenção”, torna-se difícil
estabelecer o que é a verdade enquanto garantia parcial ou, pior ainda, suprema. Mas o
mundo acadêmico – e sempre frisando que não somente a academia – age como se assim não
fosse, habituado, como está, a tomar como ponto de partida verdades prontas para construir
outras verdades (trecho do texto, p.20)

Nietzsche não é, em momento algum, como poderia parecer, contra o estabelecimento de


verdades, (...) Todavia, o tipo humano parece mesmo necessitar sempre de verdades, de
ancoradouros, de pontos de apoio ou de “muletas”.(trecho do texto p.20);

p.20 Verdade: Para Nietzsche não existe realidade pura, Tudo o que sentimos, pensamos
e percebemos é fruto da dinâmica entre nossos impulsos e instintos. Nossa realidade
é feita de pulsões, desejos, medos, paixões e A própria ideia de desenvolver um
método científico, filosófico ou racional é uma invenção da consciência. E a
consciência, para Nietzsche, não é superior aos instintos — é uma extensão deles,
uma artimanha para sobreviver e se adaptar. Afetos que moldam tudo: nossas
percepções, nossos pensamentos e nossas crenças.

Verdade objetiva: Ela é sempre um recorte da realidade, uma interpretação


construída a partir de certos métodos, critérios e interesses. Trecho do texto: Para o
filósofo, em suma, “quem” interpreta são os afetos, e estes são relações de forças e,
portanto, vonta des de potência ou vontade de poder, isto é, aquilo que na força e
impulsiona para mais força. “[...] É a vontade de potência ou de poder que
interpreta”p.20.

p.21 “A avaliação tem a ver com a perspectiva sob a qual se avalia” (trecho do texto);

P.21 - Nietzsche rompe com a ideia de um positivismo: Nietzsche rompe com essa ideia.
Para ele, não existem fatos puros, mas apenas interpretações. Porque tudo no mundo é fluxo,
transformação, embate de forças; Nós acreditamos que existe um “eu” que percebe, que
pensa, que interpreta... mas, na visão dele, esse “eu” não é algo dado, essencial ou natural. É
também uma invenção, uma espécie de ficção útil;

Então, a busca de um sentido para o mundo enquanto paradigma não se faz valer, uma vez
que inúmeras são as interpre tações, inúmeras as perspectivas, e, sendo assim, novamente o
que interpreta tudo são as nossas necessidades e instintos e a nosso desejo por dominação;

A prática do perspectivismo se impõe como uma condição para a fuga do positivismo e para o
exercício da dialogia interna (inter- e transdis ciplinaridade) e externa (ecologia de saberes) ao
campo científico.
Para Nietsche a ciência é dura, por isso propõe uma Gaia Ciência, uma ciência leve;

p.22- 6. Perspectividade e compreensão


A chamada “objetividade” na ciência, para Nietzsche, só é possível quando
conseguimos olhar um mesmo problema por múltiplas perspectivas, ou seja, com o
“maior número de olhos possíveis”. Esse processo envolve necessariamente o conflito
de interpretações, que não é uma guerra, mas uma troca de forças que enriquece o
entendimento. Conhecer = interpretar com muitos olhares → isso gera uma
objetividade possível, mas nunca absoluta.
A importância dos afetos:
Sentir é fundamental para pensar. É preciso olhar de diferentes pontos de vista e
sentir de diferentes maneiras para alcançar uma compreensão mais ampla e profunda.

AFETO: Perspectivismo Sentir é fundamental para pensar. É preciso olhar de


diferentes pontos de vista e sentir de diferentes maneiras para alcançar uma
compreensão mais ampla e profunda. Nietzsche critica a fragmentação do saber;
Quanto mais perspectivas são mobilizadas, maior a chance de se aproximar de uma
“objetividade” possível; O perspectivismo se opõe à separação rígida entre disciplinas,
saberes e modos de conhecer. Separar razão, corpo, afetos e experiências são, na
visão nietzschiana, uma “doença do espírito”,
O perspectivismo, evita o sectarismo acadêmico: O saber vira um “território”
protegido, onde quem pensa diferente é descartado, desqualificado ou não é ouvido.

Pistas para uma Comunicação


p.22: 7

compreensiva
- Princípios como o da incerteza e da complementaridade dos opostos, que
invariavelmente se fazem presentes nas conversas com Nietzsche, merecem uma
atenção especial, porque muito caros ao método da compreensão. São saberes, ou
melhor, perspectivas. São olhares, que, como acreditamos, podem se associar a outros
olhares na busca por uma maior compreensão. Múltiplas perspectivas.

SEGUEM AS “PISTAS”: p. 22 p uma


comunicação compreensiva;
A) O antigo pode ser amigo do novo:
*promover um diálogo entre teorias antigas e teorias novas;
* Muitas vezes, o que realmente importa não são tanto as respostas, mas sim as
perguntas que deram origem às teorias.
*conflito produtivo entre teorias, seja por meio de concordâncias, discordâncias
ou complementações, gera mais aprendizado do que a atitude arrogante de quem
acha que o novo é sempre superior só por ser novo — uma visão típica do
positivismo ingênuo, que acredita cegamente no progresso linear e na
superioridade do presente sobre o passado.

B) A fraqueza pode ser uma força:


- O texto defende que, por ser uma área das ciências humanas e sociais, marcada
pela pluralidade, diálogos interdisciplinares e objetos diversos, a busca por rigidez
e delimitações acaba gerando mais angústia do que soluções.
até quando a Comunicação continuará preocupada em erguer muros para se
diferenciar, em vez de construir pontes que favoreçam trocas com outros saberes,
adotando uma visão mais aberta, perspectivista e hermenêutica — como propõe
Nietzsche?

C) Um saber compreensivo que promove a compreensão: Pensar de modo


compreensivo a epistemologia da Comunicação, como nos parece, significa situá-
la no horizonte possível de uma comunicação entre as distintas áreas de
conhecimento umas com as outras, disciplinas, teorias etc., etc., e destas com
outros saberes – os saberes comuns, os mitos, as religiões, as artes etc. –

Conclusão: A proposta é construir uma epistemologia mais ampla, sem


hierarquias, que valorize diferentes formas de saber — científicos e não científicos
— no campo mais vasto da cultura humana.p.24

O filósofo Vilém Flusser já apontava esse caminho, defendendo uma Teoria da


Comunicação como ponto de cruzamento entre os saberes científicos e
humanísticos, capaz de promover um conhecimento mais integrado, crítico e
humanista, contrário à lógica tecnocrática. p.24

O reconhecimento dos conflitos e das diferenças entre os saberes, convidando ao


diálogo, à reflexão conjunta e à construção compartilhada de sentidos sobre a
vida.

É, sim, e de novo, o convite para nos sentarmos ao redor do fogo e colocarmos em


dia as nossas conversas sobre a difícil arte, trágica e cômica, de administrar a vida.
Uma conversa-ensaio.p.24.

Aula dia 24/06 –


Slide sobre o texto: Hermenêutica e Pesquisa em Educação
Hermenêutica, compreensão e diálogo;
Muitas Nuances, sempre que se tratar
Hermenêutica como método?
Diltey, Ciências naturais e humanas;
Não tomemos a nossa própria interpretação como aquela que precisa ser
defendida; A entrada muito “abusada” daquilo que já se propõe a pensar, pode
fragilizar o projeto;
Tese, que precisa esse ponto de criatividade, esse ponto de criação (exemplo do
Bruno) é isso que dá a tese a sua ineditibilidade (Profa Lucia); Dou conta de
Romper, quando levanto todos os elementos; Quebrar o espelho que mostra
apenas 1 parte do real; Olhar para o real com os olhos do pesquisador, ele não
pode silenciar o real; permitir que esse contexto fale da sua própria linguagem;

Ler os textos: sem matar os textos

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