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Trab - Climatog - Elias.

O documento analisa os efeitos das mudanças climáticas na província de Sofala, destacando a dinâmica climática local e as causas das alterações climáticas, tanto naturais quanto humanas. Os impactos discutidos incluem cheias, ciclones e secas, que afetam severamente a economia, a saúde e a segurança alimentar da região. A pesquisa foi realizada através de uma revisão bibliográfica, visando contribuir para a compreensão dos desafios enfrentados pela província em relação às mudanças climáticas.
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O documento analisa os efeitos das mudanças climáticas na província de Sofala, destacando a dinâmica climática local e as causas das alterações climáticas, tanto naturais quanto humanas. Os impactos discutidos incluem cheias, ciclones e secas, que afetam severamente a economia, a saúde e a segurança alimentar da região. A pesquisa foi realizada através de uma revisão bibliográfica, visando contribuir para a compreensão dos desafios enfrentados pela província em relação às mudanças climáticas.
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Universidade Aberta Isced (UnISCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA PROVÍNCIA DE SOFALA

Elias Micheque: Código: 61230810

DOA, Setembro de 2023


Universidade Aberta Isced ( UniSCED)

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA PROVÍNCIA DE SOFALA

Trabalho de campo de caracter


avaliativo, a ser submetido na
Coordenação do Curso de Licenciatura,
em Ensino de Geografia da UniSCED,
1º ano.

Tutor:

Elias Micheque: Código: 61230810

DOA, Setembro de 2023


1. Introdução.............................................................................................................................1

1.1. Objectivos..........................................................................................................................2

1.2. Metodologias.....................................................................................................................2

2. Revisão da literatura............................................................................................................3

2.1. A Dinâmica do Clima na Província de Sofala .................................................................3

2.2. Causas das mudanças climáticas ..................................................................................5

2.2.1. Factor natural.................................................................................................................6

2.2.2. Factores humanos.........................................................................................................6

2.3. Efeitos das mudanças climáticas....................................................................................6

2.3.1. Efeitos das cheias..........................................................................................................7

2.3.2. Efeitos dos ciclones.......................................................................................................9

2.3.3. Efeitos da seca.............................................................................................................10

Conclusão...............................................................................................................................12

Bibliografia..............................................................................................................................13
1. Introdução

Nos últimos anos, o planeta Terra tem vindo a ser ameaçado por vagas de calor intenso,
inundações, secas, ciclones severos e o aumento do nível do mar, por conta das mudanças
climáticas que o planeta vem assistindo.

As consequências das mudanças climáticas criam prejuízos nefastos para os principais sectores
econômicos e sociais. As alterações climáticas são um dos grandes desafios que a sociedade
enfrenta na busca pelo desenvolvimento sustentável. As consequências das mudanças
climáticas afectam não apenas o bem-estar humano e os ecossistemas, mas também os
padrões de consumo e de produção. A preocupação com os efeitos das mudanças climáticas na
vida do planeta tem ganhado cada vez mais espaço nos estudos acadêmicos, nas políticas
governamentais, nas ações dos sectores público e privado e em iniciativas de organizações não
governamentais, enfim, da sociedade como um todo. O maior interesse pelas consequências
das alterações no clima aumentou com a intensificação dos fenômenos naturais, como ondas
de calor, secas, furacões, enchentes e aumento do nível do mar.
O crescimento da concentração na atmosfera de Gases de Efeito Estufa (GEE), resultantes
principalmente da queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás natural),
desmatamento e actividade industrial tem aumentado a temperatura do planeta e
consequentemente causado as mudanças climáticas no mundo. O nosso país em geral e a
província de Sofala em particular não é livre deste fenômeno.

Foi por propósito de abordar os efeitos das mudanças climáticas na província de Sofala que este
trabalho foi elaborado.

1.1. Objectivos
Segundo Piletti (2004, p.65), objectivo é a descrição clara do que se pretende alcançar como
resultado da nossa actividade.

Sendo assim, para este trabalho foram definidos os seguintes objectivos:

1.1.1. Objectivo geral

• Abordar sobre os efeitos das mudanças climáticas na província de Sofala

1.1.2. Objectivos específicos

• Caracterizar a dinâmica climática da província de Sofala


• Identificar e descrever os efeitos naturais e antrópicos das mudanças climáticas

1.2. Metodologia

De acordo com Oliveira (1997, p.57), metodologia é um conjunto de métodos ou caminhos que
são percorridos na busca do conhecimento. São regras que permitem procurar e desenvolver o
conhecimento científico.

Para a elaboração deste trabalho recorreu - se a pesquisa bibliográfica de obras que abordaram
sobre esta temática dos efeitos das mudanças climáticas na província de Sofala . Depois da
leitura e análise da informação contida nas obras, passou-se a seleção da informação
pertinente para a produção deste trabalho. Seguindo depois para a digitação e formatação do
trabalho segundo as normas APA.

2. Revisão da literatura
2.1. A Dinâmica do Clima na Província de Sofala

Segundo o INDE (2022), "Clima é o conjunto de condições meteorológicas com características


semelhantes e se repetem durante um longo período de tempo, geralmente 30 anos, numa
determinada região".

Factores relacionados à localização geográfica em zona intertropical de faixa costeira, vale


depressionário equatorial, correntes quentes do canal de Moçambique, células anticiclônicas
tropicais e respectivas frentes frias polares do Antártico associadas ao panorama de relevos
baixos, planálticos e montanhosos exercem influência temporal e espacial sobre a disposição
climática da província.

Assim, a provincia de Sofala apresenta o clima predominantemente tropical húmido, com uma
temperatura média anual que varia entre 24º e 25ºC e é caracterizado por duas épocas, uma
chuvosa e quente com temperatura média de 30ºC (Novembro a Abril) e outra fresca e seca,
com a temperatura média entre 24 e 26ºC (Maio a Outubro). A humidade relativa oscilando em
64% de média nos meses mais secos e 83% para os meses chuvosos.
Em Sofala, a distribuição irregular das precipitações e temperaturas determinada pela interação
dos factores do clima de escala nacional e local como de elementos climáticos temperatura,
precipitação, humidade e evapotranspiração condicionam a ocorrência do clima tropical,
caracterizado fundamentalmente pela ausência da estação fria e sua subdivisão em húmido nas
áreas costeiras e maior parte do interior, tropical seco nas extremidades Noroeste e Sudoeste,
bem como, tropical modificado por altitude em terras altas do interior da província.
Regiões litorais de clima tropical húmido ocupadas pela cidade da Beira, Dondo, distritos de
Muanza, parte de Cheringoma e Marromeu apresentam precipitações médias anuais com
valores entre 1200 a 1400 mm, as regiões posicionadas mais para o interior da província,
especificamente distritos do Búzi, Chibabava, Nhamatanda, Maringue, parte de Gorongosa,
Marromeu até Caia registram precipitações médias entre 800 à 1000 mm/ano em grande parte
de suas regiões administrativas.

As terras montanhosas de clima modificado por altitudes, nos planaltos e maciço de Gorongosa
registram-se as maiores precipitações, médias entre 1400-1800 mm/ano. As regiões situadas
nos extremos norte, em Chemba e sul em Machanga e Chibabava têm precipitações mais baixa
da província, médias iguais ou inferiores a 600 mm/ano.

Embora em Sofala haja registro de ocorrência de precipitação em todos os meses do ano, duas
estações são nitidamente diferenciadas: uma estação quente e chuvosa e outra estação seca e
fresca. A estação quente e chuvosa tem duração que compreende os meses de Novembro a
Abril, prolongando-se por vezes até Maio, sendo caracterizado por precipitações chuvosas
contínuas, grande número de trovoadas, ocorrência de ciclones tropicais carregados de ventos
fortes e tempestuosos posicionados sobre o canal de Moçambique.

A costa moçambicana, particularmente de Sofala é atingida duas a três vezes em média ao ano
por ciclones, que causam danos generalizados, dentre várias consequências, a perda de vidas
humanas e infraestruturas constituindo-se em sério perigo a navegação marítima e aérea,
geralmente sua ciclogênese ocorre na Zona de Convergência Intertropical – ZCIT.
A ZCIT é a faixa de encontro dos ventos alísios procedentes do hemisfério norte e com os do
hemisfério sul, que se caracterizam por uma acentuada instabilidade atmosférica, que favorece
o desenvolvimento de intensas correntes ascendentes, formação de nuvens convectivas que
ocasionam intensas precipitações, aguaceiros acompanhados de relâmpagos e trovões
distribuídos ao longo da amplitude de deslocamento do seu posicionamento, que oscila entre
os paralelos 20° ao sul e ao norte. Em Sofala, este fenômeno ocorre entre os meses de
Dezembro a Março.
A estação seca e fresca compreende os meses de Maio a Outubro, quando a região está sob
influência dos anticiclones subtropicais da zona oceânica subpolar do sul, ocorrem
frequentemente noites mais frias e com tendência à formação de nevoeiros matinais ou nuvens
baixas stratocumulus. A condição de nebulosidade é designada de “escuridão anticiclônica”.
Anticiclones são grandes sistemas meteorológicos que transportam o ar marítimo frio,
caracterizados por centro de alta pressão com superfície da concavidade isobárica voltada para
baixo, uma região central de subsidência de ar isenta de ventos ascendentes causadores de
nuvens e tempestades, geralmente manifestam período de bom de tempo, com céu limpo e
ventos fracos a moderados, segundo Ayoade (1996).
2.2. Causas das Mudanças Climáticas

Antes mesmo de apresentar os efeitos das mudanças climáticas na província, é pertinente


apresentarmos as causas das mudanças climáticas.

Não tem sido fácil identificar com rigor as principais causas das mudanças climáticas a nível
planetário, devido a multiplicidades de factores que actuam e a cadeia de impactos
provenientes dos factores causadores. Contudo, feita uma análise mais generalizada, conclui-se
que, em última instância as causas devem-se ao aumento global da temperatura causado pelo
efeito de estufa.

Apesar de ser um problema global, eles variam espacialmente em função dos diferentes níveis
de desenvolvimento dos países, sendo as suas causas nos países mais desenvolvidos, ligados a
industrialização, e, nos subdesenvolvidos ligados a gestão de recursos agroflorestais e uso do
solos. (MICOA, 2005).

Assim, são apontadas como causas ou factores das mudanças climáticas as seguintes:

2.2.1. Factor natural

• A seca

2.2.2. Factor humanos

•Desflorestamento, práticas agrícolas inapropriadas, procura de lenha e carvão nos grandes


centros urbanos, exploração florestal selectiva, falta de envolvimento das comunidades, fraca
capacidade instituicional, fraco envolvimento das comunidades na gestão de recursos florestais,
fraca demarcação da áreas florestais, falta de planos de maneio florestal, queimadas, erosão
dos solos e emissão de gases industriais e produção de energia.
2.3. Efeitos das mudanças climáticas

Para países como Moçambique e, sobretudo na província de Sofala em particular, com um fraco
nível de desenvolvimento económico, o impacto das mudanças climáticas sobre organismos
vivos, recursos naturais e no ambiente físico - natural no âmbito geral torna-se bastante severo.
A severidade dos impactos deve-se fundamentalmente a dois factores decisivos de acordo com
MICOA (2005), nomeadamente:
• Debilidade económica e de infra-estrutura, e;
• Localização geográfica do país (exposição ao oceano Índico, existência de áreas áridas e semi-
áridas, localização a jusantes de grandes rios africanos).
Os sectores com maior incidência dos impactos das mudanças climáticas são:
• Agricultura; Pecuária; Florestas; Recursos hidrológicos e Saúde.
✓ Impactos Directos
Os impactos posteriormente apresentados contextualizam-se nas experiências vividas em
Moçambique nos impactos advindos dos eventos extremos locais mais frequentes como
consequência de mudanças climáticas, particularmente as cheias, secas e ocorrência de ciclones
tropicais. De seguida descrevem - se os impactos das mudanças climáticas sobre os sectores
económicos e sociais, segundo a informação do relatório do (MICOA, 2005):

2.3.1. Impacto das Cheias

Para além das cheias causarem problemas humanitários imediatos, elas abrandam o
crescimento económico a longo termo. Os impactos na economia local e nacional incluem a
redução do rendimento familiar, redução da actividade económica, redução da produção
agrícola, inflação.

✓ Impacto na Saúde humana


Desalojamentos em massa podem levar a um aumento da incidência de doenças. A evacuação
para os centros de acomodação como resultado da perda de habitação é particularmente
perigoso na perspectiva de doenças contagiosas. A alta densidade populacional nos centros
urbanos e um saneamento deficitário concorrem de certa forma para a transmissão de
doenças.
Em cheias intensas, as mortes por afogamento ultrapassam as lesões. Para aquelas pessoas que
sobrevivem das águas das cheias, há uma grande probabilidade de fracturas provocadas pelas
correntes de água pela presença de detritos. Para além das lesões, o risco de eclosão de
doenças respiratórias e hipotermia aumenta com uma prolongada exposição às águas. As
cheias também trazem a ameaça de doenças transportadas por água e vectores (transmitidas
por animais e insectos), especialmente malária, disenteria e diarreias.

Numa situação de cheias intensas, quando as águas não baixam rapidamente, podendo levar
semanas ou meses, as populações podem ser obrigadas a beber água contaminada proveniente
de águas estagnadas por ausência de abastecimento de água potável.
✓ Impacto na habitação
A perda de casas e outras propriedades são a maior dificuldades das famílias durante a
ocorrência deste tipo de desastre. Em Moçambique, como em muitos países, as pessoas são
relutantes a abandonar as suas casas temendo que as suas propriedades sejam roubadas. Daí
que as mortes podem ocorrer uma vez que as pessoas recusam retirar-se das zonas de risco a
tempo.
Programas de alívio e de reabilitação tornam-se mais críticos quando as casas são destruídas,
exigindo-se assim a providência de alojamento alternativo.

✓ Impacto nas vias de acesso


O acesso aos mercados depende das infra-estruturas. As estradas transitáveis e linhas férreas
em funcionamento são vitais à circulação de pessoas e bens e prestação de serviços. Quando as
vias de transporte são cortadas, os preços dos produtos alimentares existentes sobem. A
procura aumenta enquanto que a disponibilidade dos produtos diminui.
✓ Impacto na segurança alimentar
A perda de culturas em cheias intensas resulta tanto de "afogamento" por falta de oxigénio nas
plantas ou de as culturas serem varridas pelas correntes de água. Para além disso, poderão
ocorrer igualmente algumas perdas de reservas alimentares nas áreas submersas - cereais e
outros produtos correrem o risco de apodrecimento mesmo que tenham permanecido na água
por pouco tempo. Os outros impactos das cheias incluem a perda de animais por afogamento,
perda do rendimento ou equipamento e infra-estrutura agrícola.

2.3.2. Impacto dos Ciclones


Os ventos fortes, chuvas intensas e vagas marítimas provocados pelos ciclones causam
potencial perda de vidas, destruição de bens das famílias, comunicações e infra-estruturas.

✓ Impacto na Infra-estrutura
As infra-estruturas podem ser danificadas ou destruídas pelo vento e pelas cheias provenientes
do ciclone. Pontes, vias férreas, aeroportos, estradas e portos sãovulneráveis a ventos
ciclónicos. Os aterros para canais de água e diques protectores das estradas geralmente sofrem
com chuvas intensas conduzindo a interrupção de circulaçãode automóveis e locomotivas.
As infra-estruturas ao longo da costa para pesca de pequena escala e turismo costeiro podem
ser severamente afectadas por ventos fortes e vagas marítimas. O pior cenáriopossível ocorre
quando um ciclone intenso atravessa a linha costeira durante ou perto duma maré alta. A acção
das ondas no topo da vaga de tempestade pode levantar o nível das águas na costa e pode
demolir estruturas vulneráveis.

✓ Impacto no Acesso aos Alimentos


O impacto de um ciclone de categoria 3 no acesso a alimentos, depende muito do mês em que
o ciclone ocorre. Se o ciclone ocorrer em Janeiro, a maior parte das culturas ainda se
encontram nos campos, e susceptível à danos. Culturas altas ou com folhas grandes como o
milho e a mandioca, são mais vulneráveis aos ventos, enquanto amendoim e batata-doce
sofrem mais com as chuvas intensas e cheias. Nas áreas onde as colheitascomeçam em Janeiro,
as pessoas começam a colher as culturas que sobrevivem imediatamente após o ciclone.
A Zona Costeira pode experimentar uma escassez alimentar aguda no mês seguinte ao ciclone
severo de Janeiro, até que se possam colher as culturas para o sustento do mês de Fevereiro.
Em relação a Zona Semi-Àrida do Interior verificam-se a ocorrência de défices no meio do ano
mais precisamente a partir de Julho para frente.
✓Impacto no Rendimento e na Despesa
Nos 12 meses posteriores a um ciclone severo, a receita total das famílias pobres pode baixar
mas a redução de algumas fontes de receita poderá ser balançada por ganhos provenientes de
outras fontes.
As famílias pobres das Zonas Semi-Áridas do Interior de Moçambique (zonas com déficit de
produção agrícola) normalmente têm dificuldades financeiras para acarretar despesasde
reparação da casa ou para substituir bens perdidos, nem têm dinheiro para comprar os
alimentos de que precisam para cobrir o seu défice alimentar. As famílias pobres nesta Zona
Semi-Àrida do Interior vão sofrer para cobrir as suas necessidades mínimas, e serão
consideravelmente incapazes de recuperar os seus meios de subsistência sem assistência.

2.3.3. Impacto da Seca


Num cenário de ocorrência de uma seca em Moçambique, as zonas Áridas e Semi-áridas, como
o sudoeste (província de Gaza) e nordeste (Província de Tete) têm maior probabilidade de ser
afectada mais severamente do que as zonas costeiras. O efeito da seca na produção agrícola
varia por cultura, sendo o milho a cultura mais afectada e a mandioca a menos afectada.
A falta de água e pasto podem causar a perda de gado, sobretudo bovino e aves domésticas. A
escassez de capim e caniço/palha reduz a receita das famílias pobres que dependem da venda
de produtos naturais. Uma seca severa significa que as famílias mais ricas não vão precisar dos
serviços de sacha e colheita prestados pelas famílias mais pobres. Uma vez que as famílias mais
ricas têm menos receitas extras, podem reduzir a sua habitual compra de bebidas alcoólicas,
carnes e outros bens de luxo, em detrimento das famílias mais pobres que normalmente
vendem tais produtos. Adicionalmente, a seca e a falta de água muitas vezes resultam em
aumentos de doenças o que aumenta os custos de cuidados sanitários.
• Impacto na Zona Litoral
As famílias pobres têm suficiente receita extra para cobrir uma parte do seu défice alimentar
através de compras no mercado. Porém, isso implica desviar os fundos previstos para outros
fins, para comprar alimentos, reduzindo consideravelmente as condições de vida durante o ano
da seca. Nesta zona, é crucial que os preços de alimentos básicos no mercado sejam
monitorados.
As análises feitas à escala provincial, constatam que os preços tendem a ser o dobro do normal
durante a seca severa. Com o aumento dos preços do milho, a capacidade de compra declina,
portanto, um aumento dramático pode perigar a habilidade dos pobres da zona costeira de
responderem as suas necessidades.
• Impacto na Zona Árida e Semi-árida do Interior
O poder de compra das famílias pobres nestas zonas é extremamente baixo. O problema básico
não tem a ver somente com a seca em si. As famílias pobres obtêm a maior parte da sua receita
de fontes tais como o fabrico de bebidas alcoólicas e da venda de produtos naturais (ex. capim,
estacas, etc.).
Uma escassez de matérias-primas induzida pela seca vai tender a baixar as receitas derivadas
destas fontes num ano de seca, e pode haver uma redução da procura local de tais produtos,
com o declínio da receita. Também reduzem as oportunidades de trabalho agrícola (colheita,
por exemplo) e a perda da criação de animais (especialmente aves) vai de igual forma reduzir a
receita derivada da venda de gado e aves.

Conclusão

Da abordagem feita ao longo deste trabalho sobre as mudanças climáticas, suas causas e
consequências, podemos concluir que as mudanças climáticas nos trazem desafios que vão
além da redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). O desafio da adaptação se torna
cada vez mais dramático na medida em que avançamos o “farol vermelho” do aumento da
temperatura média global. Em grande parte, sua urgência está associada com a nossa
incapacidade de agir efectivamente não só para minimizar os impactos nefastos deste
fenômeno, mas também, para sua mitigação. Está se discutindo sobre as mudanças climáticas
já há bastante tempo. Entretanto, não há acções concretas que vislumbram o sucesso na
mitigação do fenômeno. A excessiva actividade industrial, queimadas florestais,
desflorestamento, transportes marítimos, terrestres, têm conhecido avanços significativos,
tanto nos países desenvolvidos como nos países subdesenvolvidos. É preciso que haja um
compromisso por parte dos estados e repensar nas estratégias adequadas que possam trazer
resultados significativos no cambate a este fenômeno.

Bibliografia

INDE. (2022). Ficha de Apoio à Aprendizagem de Geografia - 7ª Classe. MINEDH, Maputo.

MICOA. (2005). Avaliação da Vulnerabilidade as Mudanças Climáticas, Maputo.

Piletti, C. (2004). Pedagogia Geral. 23ª edição, SP

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