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SALVADOR
2018
MARIA AVANI NASCIMENTO PAIM
SALVADOR
2018
Sistema de Biblioteca
Ficha Catalográfica - Produzida pela Biblioteca Edivaldo Machado Boaventura
PAIM, Maria Avani Nascimento. O currículo dos cursos de letras da UNEB campus
v: reflexões sobre a formação de professores para a Educação de Jovens e Adultos / Maria
Avani Nascimento Paim. -- Salvador, 2018. fls 163.
Orientadora: Érica Valéria Alves
Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Educação.
Campus I. Programa de Pós-Graduação em Educação de Jovens e Adultos - MPEJA, 2018.
1. Educação de Jovens e Adultos. Currículo. Formação Docente. I. Alves, Érica Valéria II.
Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Educação. Campus I.
CDD: 370
AGRADECIMENTOS
RESUMO
RESUMEN
El currículo se nos presenta como un elemento constitutivo del escenario educativo visto que el
proceso pedagógico y epistemológico del saber está determinado por las acciones curriculares y
por los sujetos involucrados en este escenario. A partir de esta comprensión de currículo este
estudio que versa sobre El Currículo de los cursos de Letras de la UNEB, Campus V: reflexiones
sobre la formación de los profesores para la Educación de Jóvenes y Adultos ha sido guiado por
los siguientes cuestionamientos: Cuáles las acciones desarrolladas en los currículos de los cursos
de licenciatura en letras Vernáculas, Español e Inglés que corroboran en el proceso formativo de
los educandos para la docencia en la EJA? En la búsqueda de elementos aclaradores para la
cuestión presentada establecemos como objetivo general Investigar las reflexiones y acciones
propuestas en el currículo de los cursos de Licenciatura en Letras del DCH, Campus V, UNEB,
que corroboran en la formación de sus educandos para la docencia en la EJA. Para el desarrollo
de esta investigación optamos por una pesquisa cualitativa basada en los escritos de Chizzotti
(2006) y la elección por una investigación colaborativa basada en los estudios de Ibiapina (2005,
2008, 2016). La técnica elegida fue el grupo focal, por las reflexiones críticas planteadas a partir
del diálogo y de la interacción entre los partícipes e investigador en favor de un objetivo común,
conducido por un proceso de análisis, interpretación y acción con el fin de contribuir con posibles
transformaciones de la realidad educativa investigada. Utilizamos como dispositivos de colecta
de datos la Observación Participada, El diario de Campo y la realización de talleres de Formación
ofrecidos a los docentes y educandos de los cursos de letras, durante los cuales ocurrieron los
encuentros del grupo focal. Como aportes teóricos nos apoyamos en autores como Paulo Freire
(1987, 1996); Arroyo (2016, 2017); Barcelos (2006, 2012); Haddad e Di Pierro (2000, 2015);
Macedo (2009, 2014); Tardif; Lessard (2005) entre otros. A partir de las reflexiones realizadas
con los datos colectados, observamos que existe una omisión en el currículo de los cursos de
letras del Campos V en lo que se refiere a la formación de los futuros profesores para la docencia
en la EJA. Como producto final, basada en las narrativas de los sujetos colaboradores de la
investigación, colectivamente, propusimos insertar elementos curriculares que contemplen una
acción más definida y direccionada a la formación del educador para la docencia en la EJA como
también la introducción de discusiones más frecuentes en el Campus sobre esta modalidad de
enseñanza a través de talleres de formación, charlas guiadas, seminarios y otros.
INTRODUÇÃO
Esse modo de compreender a formação está ligado ao perfil das necessidades que
emergem na sociedade atual, retrata um processo de reflexão na ação, transcendendo a ação de
treinar ou cultivar ações repetitivas, eleva a condição do sujeito a constructo do seu ser
potencializador de ações, sempre com vistas à compreensão de cidadania e atuação em um
contexto social, político e cultural.
ensino. Como tal, é necessário que o profissional de Educação conheça e seja preparado também
para atuar nesta modalidade.
[...] boa parte das dificuldades encontradas no trabalho com EJA, relatadas pelos colegas
professores e professoras, não decorrem de uma especificidade desta modalidade – a
Educação de Jovens e Adultos – mas, sim, são resultantes de lacunas de nossa formação
geral como profissionais da educação. (BARCELOS, 2012, p. 33)
Desta forma, é necessário repensar as ações que são desenvolvidas nos cursos de
formação de professores, em especial, àquelas relativas à formação do educador para a atuação na
Educação de Jovens e Adultos. Neste sentido, percebemos o currículo como um elemento
constitutivo deste processo e concordamos com Macedo (2007) quando o autor coloca que o
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Neste sentido, traçamos um diálogo com autores que refletem sobre a EJA e a formação
dos educadores para esta modalidade de ensino como Arroyo (2006), Barcelos (2006), Haddad e
Di Pierro (2000), Leôncio Soares (2008), Paulo Freire (1987; 1996) entre outros.
Utilizamos uma abordagem qualitativa de pesquisa com base nos escritos de Chizzotti
(2006) que designa pesquisa qualitativa os estudos que interpretam o sentido do objeto
pesquisado a partir do significado que as pessoas atribuem ao que falam e fazem. Neste contexto
optamos por traçar uma metodologia pautada na pesquisa colaborativa que, em educação, de
acordo com Ibiapina (2016, p. 42) “pode ser classificada como colaborativa quando há interação
entre pesquisador e docentes, que conjuntamente produzem conhecimentos sobre as práticas
educativas orientadas pela reflexão crítica”.
É neste sentido que a proposta metodológica escolhida para esta investigação pautou-se
em uma abordagem qualitativa uma vez que a pesquisadora está inserida em seu campo de
estudo, a Universidade do Estado da Bahia, Campus V, localizada na cidade de Santo Antônio de
Jesus, ambiente do qual faz parte como docente de Estágio Curricular Supervisionado do curso de
Licenciatura em Língua Espanhola há 15 anos e se encontra envolvida em um processo de
interação social e profissional neste lócus com os sujeitos partícipes da pesquisa, docentes e
discentes do referido curso, vivenciando e partilhando do processo de formação de futuros
professores. Desta inserção advêm os questionamentos acerca da formação desses discentes para
atuação na EJA, as observações participadas, as vozes dos sujeitos e os registros que subsidiaram
a análise e interpretação do fenômeno investigado.
Neste contexto, para o desenvolvimento deste estudo optamos pela pesquisa colaborativa
por esta constituir-se em uma ativa e representativa interação entre os sujeitos envolvidos em prol
de um objetivo comum, que é o de investigar os currículos dos cursos de Licenciatura em Letras
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Vernáculas, Espanhol e inglês e as ações propostas e desenvolvidas a partir dos currículos destes
cursos para a formação inicial do educador da EJA, conduzido por um processo de análise,
interpretação e ação que venha a contribuir com possíveis transformações da realidade educativa
investigada, de maneira que todos os atores participantes sejam protagonistas na construção dos
resultados e do produto advindo da investigação.
A pesquisa ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e
realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema
coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Para Ibiapina (2016, p. 42) a pesquisa em educação pode ser classificada como
colaborativa quando há interação entre pesquisador e docentes, que conjuntamente produzem
conhecimentos sobre as práticas educativas orientadas pela reflexão crítica. No entendimento da
autora (2008), há três condições essenciais para o desenvolvimento desse tipo de pesquisa, quais
sejam: “a colaboração, círculos reflexivos, e a coprodução de conhecimentos entre pesquisadores
e professores”.
A reflexividade realizada com base teórica (cultura objetiva) possibilita condições, por
ter um poder formativo, de fazer com que se possa ressignificar as práticas (cultura
subjetiva) conduzindo as análises compreensivas dos contextos histórico, social, cultural,
organizacional e profissional, nos quais se dá a atividade de ser professor, para neles
intervir, transformando-os.
Desta forma, destacamos a reflexão crítica como instrumento deste estudo colaborativo
relacionado à formação docente dos alunos dos cursos de Licenciatura em Letras Vernáculas,
Espanhol e Inglês e a realidade de atuação profissional destes na EJA, a partir dos seus atos de
23
1
Utilizaremos neste trabalho o conceito de atos de currículo colocado por Macedo qual (2013p.429), segundo o “ os
atos de currículo, dentro da sua perspectiva construcionista, se configuram através de ações situadas de atores sociais
que, portando e criando sentidos e significados, ... se atualizam como possibilidades de alteração de toda e qualquer
cena curricular.”
24
2
Os projetos dos referidos cursos, assim como suas ementas e afins podem ser consultados em:
25
Para Macedo (2014, p. 157) “um dispositivo tem a capacidade de reunir, num conjunto,
tecnologias, atividades, vontades e escolhas [...] o dispositivo organiza as práticas, dá-lhes
potência, orientação”. Segundo Foucault (2000) dispositivo é um conjunto heterogêneo composto
por elementos como discursos, enunciados, organizações arquitetônicas, o dito e não dito. Para o
autor, “O dispositivo é a rede que se pode tecer entre estes elementos” (Foucault, 2000 apud
Marcello, 2004). Neste sentido, fazemos uso do termo dispositivo neste capítulo como indicativo
dos elementos, a saber: a observação, o diário de campo, o grupo focal e as oficinas de formação
utilizados para tecer o desenvolvimento desta investigação.
Pautada em uma pesquisa de abordagem qualitativa a pesquisadora se insere no campo da
investigação, de modo a participar de forma interativa das vivências e experiências dos
a-http://www.uneb.br/prograd/files/2014/07/Letras-Lingua-Portuguesa-e-Literaturas-Santo-Antonio-de-Jesus-
Campus-V.pdf b-http://www.uneb.br/prograd/files/2014/07/Letras-Lingua-Inglesa-e-Literaturas-Santo-Antonio-de-
Jesus-Campus-V.pdf c-http://www.uneb.br/prograd/files/2014/07/Letras-Lingua-Espanhola-e-Literaturas-Santo-
Antonio-de-Jesus-Campus-V.pdf.
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professores e alunos partícipes deste estudo com vistas a identificar o lugar da EJA nos currículos
dos cursos de Licenciatura em Letras Vernáculas, Letras, Espanhol e Letras, Inglês do DCH da
UNEB, Campus V e as ações desenvolvidas a partir destes currículos que contribuem para a
formação e atuação dos futuros docentes em turmas da EJA.
Neste cenário de interação e inter-relação, entre situações e sujeitos, utilizamos a pesquisa
colaborativa que possibilita ao pesquisador estar imerso no cenário da investigação em um
processo dialógico com os partícipes, na tentativa de compreender as crenças, ideologias e
anseios que aparecem em seus atos de currículo e se constituem como elementos determinantes
na formação do educador. Compreendendo a pesquisa colaborativa utilizada nesta pesquisa como
vertente da pesquisa-ação, Thiollent (1985) nos diz que:
coletados com o objetivo de identificar quais os elementos presentes no currículo dos cursos de
Licenciatura em Letras da UNEB, Campus V, que corroboram no processo formativo dos
discentes para o exercício da docência na Educação de Jovens e Adultos.
A segunda fase da pesquisa deu-se a partir das observações realizadas durante os
momentos em que a pesquisadora esteve inserida no campo de estudo, em contato direto com
seus interlocutores e seu cotidiano. Uma vez que o lócus da pesquisa é também o seu campo de
atuação profissional, fazendo parte da realidade por ela investigada, esta inserção não só a
aproximou da realidade observada, mas, fez com ela se sentisse na posição do investigado e
assim se aproximasse de uma compreensão mais real do seu modo de pensar e agir. Conforme
Minayo (2009, p.70):
O observador, no caso, fica em relação direta com seus interlocutores no espaço social
da pesquisa, na medida do possível, participando da vida social deles, no seu cenário
cultural, mas com a finalidade de colher dados e compreender o contexto da pesquisa.
Por isso, o observador faz parte do contexto sob sua observação e, sem dúvida, modifica
esse contexto, pois, interfere nele, assim como é modificado pessoalmente.
Não se trata de uma temática sugerida por um pesquisador e seu objeto de pesquisa
academicamente forjado na sua solidão pesquisante ou do seu grupo de pesquisa. A
centralidade está nos processos que vão reger o interesse pelos depoimentos e os tipos de
consenso e tensões generativas que surgem da com-versação implementada pelo grupo
sobre determinados pontos, a partir dos seus pertencimentos e etnométodos 3.
Desta forma, o grupo focal foi pensado como um instrumento de coleta de dados durante
o qual os sujeitos partícipes da pesquisa, de forma coletiva e colaborativa, se desafiam a
problematizar conceitos relacionados à Educação de Jovens e Adultos, ao currículo dos cursos e a
formação do professor para atuar na EJA refletindo em torno dos interesses e necessidades
próprias do coletivo. Esse espaço, conforme Ibiapina (2008, p. 97), é “[...] o contexto, o ambiente
propício à reflexão, o lócus de promoção da reflexividade”.
3
O conceito de etnométodo é central à teoria etnometodológica. Trata-se da razão prática dos atores sociais ao, no
cotiano da vida, produzirem para todos os fins práticos descritibilidades, inteligibilidades, analisibilidades e
sistematicidades, visando compreender e interferir na vida de todos os dias. Está na origem da afirmação
garfinkeliana de que “nenhum ator social é um idiota cultural”. (GARFINKEL, 1976).
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Quadro 01 OFICINA I
TEMA Conceituação básica sobre a Educação de Jovens e Adultos
Conteúdo Percurso Histórico da EJA no Brasil:
• Período Colonial
• Período Imperial
• Período Republicano
• Educação Popular e a EJA
• A Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA)
• Movimentos de Educação e Cultura Popular
• Período Militar e o Mobral
• Paulo Freire e suas contribuições para a EJA antes e após o fim do
Regime Militar
Processo de desenvolvimento Exposição do conteúdo, debates e reflexões promovidos pela
pesquisadora.
Carga Horária: 04 horas
Público: Docentes e Discentes do Componente Estágio Curricular
Supervisionado I dos Cursos de Licenciatura em Letras Vernáculas,
Espanhol e Inglês.
Local de Aplicação UNEB, DCH Campus V
Aplicação Abril de 2018
Fonte: Dados produzidos pela pesquisadora, 2018.
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Quadro 02 OFICINA II
TEMA As Leis e normas que amparam a EJA e a sua oferta dentro dos
sistemas de ensino brasileiro
Conteúdo As Consituições Brasileiras: 1934 e 1988
A Lei 5692/71
A LDBN 9394/96
Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA
CONFITEAS
As Resoluções CNE/CEB nº 2/2010 e CNE/CEB nº6/2012
Processo de desenvolvimento Exposição do conteúdo, debates e reflexões promovidos pela
pesquisadora.
Carga Horária: 04 horas
Público: Docentes e Discentes do Componente Estágio Curricular
Supervisionado I dos Cursos de Licenciatura em Letras Vernáculas,
Espanhol e Inglês.
Local de Aplicação UNEB, DCH Campus V
Aplicação Setembro de 2018
Fonte: Dados produzidos pela pesquisadora, 2018.
Quadro 04 OFICINA IV
TEMA O Educador da EJA e sua formação
Conteúdo Quem é o Educador da EJA
Qual a formação desse educador
O Currículo dos cursos de Licenciatura em Letras da UNEB e a
formação do professor para a docência na EJA
Processo de desenvolvimento Exposição do conteúdo, debates e reflexões promovidos pela
pesquisadora.
Carga Horária: 04 horas
Público: Docentes e Discentes do Componente Estágio Curricular
Supervisionado I dos Cursos de Licenciatura em Letras Vernáculas,
Espanhol e Inglês.
Local de Aplicação UNEB, DCH Campus V
Aplicação Outubro de 2018
Fonte: Dados produzidos pela pesquisadora, 2018.
Para a autora a AC é uma técnica que pode ser utilizada na aplicação de diversos tipos de
discursos ou formas de comunicação como textos, documentos ou parte destes, registros
realizados a partir de observações, transcrição de entrevistas, diálogos ou narrações, meios de
expressões a partir dos quais busca-se categorizar as unidades do texto ou textos que serão
utilizados. Para Chizzotti (2006, p. 117) a opção por categorias é importante para que se possa
alcançar os objetivos pretendidos e por isso devem ser pertinentes e claramente definidas.
Assim, como forma de sistematizar os resultados de nossa investigação o material
coletado foi categorizado a partir dos objetivos específicos traçados nesta pesquisa, levando em
consideração as três etapas previstas na utilização da AC segundo Bardin (2011): a pré-análise;
exploração do material; tratamento dos resultados e interpretação.
Neste sentido, a pré-análise constituiu-se na etapa de organização metodológica, escolha
do tipo de pesquisa e instrumentos de coleta de dados, além do levantamento, estudo do
referencial teórico e dos projetos dos cursos de Licenciatura em Letras do DCH, Campus V da
UNEB. A segunda etapa constituiu-se na exploração dos materiais coletados, o registro das vozes
dos partícipes da pesquisa e a transcrição dos seus discursos, inseridas nos capítulos III, IV e V.
Cada capítulo representa uma categoria definida a partir de cada um dos objetivos específicos
trilhados para a pesquisa.
Seguindo o que nos coloca Chizzotti (2006), que o pesquisador deve penetrar nas ideias,
mentalidade, valores e intenções do produtor da comunicação para compreender sua mensagem,
após a decomposição das informações por categorias tentamos identificar no interior de cada uma
delas as relações existentes para que pudéssemos desvendar os significados existentes e a
necessidade de possíveis inferências. A última etapa, tratamento dos resultados e interpretação,
33
Art. 179. A inviolabilidade dos direitos civis, e Políticos dos cidadãos Brasileiros, que
tem por base a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela
Constituição do Império, pela maneira seguinte.
método próprio ele não só alfabetizou centenas de cidadãos como também orientou e formou
grupos de estudantes de todo o país para que utilizassem o seu método em diversos estados
brasileiros. Freire tornou-se um marco não apenas por alfabetizar centenas de cidadãos com um
método próprio e eficiente, mas, principalmente, porque a partir de uma educação
conscientizadora contribuía para que os sujeitos se libertassem do modo de alienação imposto
pela elite e pelos governantes, incentivava a construção de um pensamento crítico, de valorização
da cultura popular e de uma sociedade mais livre e democrática. Para Freire (1987, p. 12)
“Alfabetizar-se não é aprender a repetir palavras, mas a dizer a sua palavra, criadora de cultura”.
As discussões alavancadas no II congresso de Educação de Adultos em 1958, as
campanhas e os diversos movimentos de cultura popular surgidos nesta época como o
Movimento de Cultura Popular (MCP) criado em recife, De pé no chão também se aprende a ler,
em Natal, e os Centros Populares de Cultura (CPCs) criados pela União Nacional dos Estudantes
(UNE) fizeram reverberar por todo o país a necessidade de imprimir mudanças na educação de
adultos de ordem pedagógica, cultural, social e política a fim de que a cultura da massa popular
viesse a ser valorizada, conhecida e reconhecida e o cidadão pudesse adquirir, através dela, a
consciência dos seus direitos e de sua capacidade de atuar na construção de uma sociedade
democrática e libertária. Para Freire (1980)
[...] preparar para a democracia não pode significar somente converter o analfabeto em
eleitor, condicionando-o às alternativas de um esquema de poder já existente. Uma
educação deve preparar, ao mesmo tempo, para um juízo crítico das alternativas
propostas pela elite, e dar possibilidades de escolher o próprio caminho. (FREIRE, 1980,
p. 20)
Preparar o cidadão para a cidadania, principalmente aquele jovem e adulto que pertencia à
classe popular, trabalhadora, não fazia parte das prioridades do sistema político da nação
brasileira neste momento, pelo contrário, esse sistema impedia essa formação crítica a fim de
evitar que isto pudesse criar uma conscientização política na população carente que iria
certamente, fomentar os movimentos de luta a favor dos direitos básicos, incluindo educação de
qualidade para todos independente de classe social, idade, gênero, raça ou religião.
Neste contexto, em dezembro de 1961, foi sancionada a Primeira Lei de diretrizes e Bases
da Educação Nacional, LDB, Lei de nº 4.024/61 que reconheceu a educação como um direito de
todos, porém, não fazia, ainda, referência direta a educação de adultos, traz no texto do art.27
que poderiam ser formadas classes especiais ou cursos supletivos para aqueles que se iniciassem
39
no primário depois dos 7 anos e no art. 99 concedia aos maiores de 16 anos a obtenção do
certificado de conclusão mediante exame de madureza. Este exame, que foi mudando de
nomenclatura ao longo dos anos, mas segue até os dias atuais, foi e continua sendo uma forma de
dar uma certificação escolar àqueles que não tiveram acesso à educação na idade regular sem, no
entanto, oferecer a possibilidade de um avanço intelectual capaz de desenvolver uma
conscientização política, social e cultural.
A luta contra a erradicação do analfabetismo e uma educação de jovens e adultos baseada
nos ideais de uma sociedade mais justa, igualitária e democrática pregada por Freire e pelos
movimentos de cultura popular foi censurada e reprimida com o advento da ditadura no Brasil,
imposta pelo golpe militar de 1964, que não queria a expansão de uma população alfabetizada e
consciente de seus direitos.
O Brasil era um país com uma das piores taxas de analfabetismo do mundo neste período,
quase 40% da população com mais de 15 anos não sabia ler e escrever. O analfabeto era
considerado uma vergonha para o desenvolvimento da nação. “Para o ministro da Educação
Moniz de Aragão. Erradicar o analfabetismo era uma exigência do pudor nacional, uma
necessidade para que o Brasil pudesse ser ouvido no concerto das Nações” (PAIVA, 1987, p.
205). Por pressão da UNESCO que cobrava dos países membros o compromisso com a educação,
novos movimentos surgiram em prol da educação dos jovens e adultos iletrados, entre eles, o
Movimento Brasileiro de Alfabetização, MOBRAL criado pela Lei 5.379/1967 e o Ensino
Supletivo pela Lei 5.692/1971.
O MOBRAL foi um movimento do Ministério de Educação e Cultura, MEC, criado pela
Lei 5.379/1967 que aprovou o Plano de alfabetização funcional e educação continuada de
adolescentes e adultos com o objetivo de promover a obrigatoriedade do ensino na faixa etária de
7 a 14 anos, assistência imediata aos analfabetos com idade entre 10 e 14 anos que deviam ser
matriculados em escolas primárias por meio de classes especiais e horários adequados e a
alfabetização funcional e educação continuada para os analfabetos de 15 anos ou mais por meio
de cursos especiais, com duração prevista de 9 meses.4(BRASIL, 1967).
Ao contrário do que era pregado nas campanhas de alfabetização de jovens e adultos antes
do período militar, tratava-se de uma alfabetização opressora, um programa que não se
preocupava com a formação do homem que vivia às margens da sociedade nem com as
4
Grifo da autora
40
Segundo Freitag (1992), este não foi o primeiro programa de alfabetização de adultos,
mas, o primeiro movimento no qual o governo assumiu um caráter ideológico explícito tendo
como objetivo elevar a força de trabalho e promover os valores do capitalismo autoritário.
Em agosto de 1971 foi sancionada a Lei de nº 5.692 que reformou as diretrizes e bases
para o ensino de 1º e 2º graus trazendo em seu texto, pela primeira vez em documento legal, um
capítulo direcionado a educação de jovens e adultos, denominado de Ensino Supletivo. De acordo
com o art. 24 deste capítulo o ensino supletivo tinha como finalidade “suprir a escolarização
regular para os adolescentes e adultos que não a tenham seguido ou concluído na idade própria. ”.
No que se refere aos docentes para atuar no Ensino Supletivo, de acordo com o art. 32 da
lei “terão preparo adequado às características especiais desse tipo de ensino”. Entretanto, se a
educação dos jovens e adultos com a finalidade de prepará-los intelectualmente e politicamente
não se constituía uma premissa dos sistemas governamentais a formação do educador também
não fazia parte desse rol de interesses, ficando assim delegados aos profissionais que já atuavam
em turmas de alfabetização de crianças a função de alfabetizar os adultos, que acabavam
utilizando as mesmas metodologias, técnicas e materiais didáticos disponibilizados para esse fim.
Até então, também não existia um currículo próprio destinado à escolarização dos jovens e
adultos que se preocupasse e contemplasse as suas diversidades e especificidades.
Com a 5692/71 percebeu-se um avanço na educação das pessoas jovens e adultas por sua
“institucionalização” através da reforma da LDB, mas, o que não podemos considerar é que isso
tenha atendido aos anseios de ascensão pessoal e social da classe popular e trabalhadora neste
período, uma vez que o caráter político e ideológico do sistema capitalista continuou sendo o
mesmo: recuperar o atraso escolar, formar mão de obra para o trabalho, além de oferecer exames
de aceleração que dariam acesso a outros níveis de ensino regular, mas, que pouco se
41
educação de jovens e adultos da união para os municípios. Em dezembro de 1996 foi sancionada
a nova LDB, 9.394/96, na qual a EJA passa a ser definitivamente institucionalizada ao ser
inserida no Capítulo II, Da Educação Básica, Seção V “Da Educação de Jovens e Adultos” como
uma modalidade da Educação Básica. Sem dúvida, grande avanço para a educação de jovens e
adultos, entretanto, mais uma vez, esta não se caracterizou como uma mudança na efetiva
funcionalidade da EJA para as políticas educacionais. Mostra disso foi a sanção da lei 9.424/96
que dispunha sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério – FUNDEF, cujos recursos foram destinados ao ensino fundamental e
consideradas as matrículas dos alunos regulares da 1ª a 8ª série, excluindo aqueles que estavam
matriculados no ensino supletivo, deixando a EJA mais uma vez às margens das políticas
públicas educacionais, sem investimento orçamentário que garantisse aos sujeitos desta
modalidade uma educação com mais qualidade.
Para Rummert e Ventura (2007) houve também um destaque dado à Educação
Profissional na Nova LDB e, principalmente, o decreto de nº 2.208/97, revogado em 2004 pelo
Decreto 5.154/2004. Segundo as autoras esse decreto contribuiu para a descaracterização da EJA,
principalmente quando deliberou a promoção da educação profissional em níveis independentes,
I básico, II técnico, III tecnólogo, dos quais a oferta para o nível básico acontecia independente
de escolarização prévia. Essa formatação de acesso ao sistema educativo com vistas a uma
formação profissional que não exigia uma formação inicial desencadeou uma nova identidade da
EJA que passou a apresentar-se ainda mais heterogênea e fragmentada.
Ainda segundo as autoras, essas modificações estruturais na EJA não modificaram a sua
“marca histórica” que sempre foi a de alfabetizar e inserir na escola os jovens e adultos que
estavam fora do sistema educativo priorizando a “redução dos indicadores de baixa escolaridade
e não à efetiva socialização das bases do conhecimento”. (RUMMERT; VENTURA, 2007, p.
33).
O que percebemos é que o avanço no campo da institucionalização da EJA não significou
um avanço real em sua oferta, estrutura e organização pedagógica que deveriam contar com a
garantia e apoio das políticas públicas educacionais para a sua execução. O período
compreendido entre os anos de 1996 e 2001, segundo estatísticas do IBGE, apresenta um
pequeno declínio nas taxa de analfabetismo entre as pessoas a partir de 15 anos, 14,6% e 12,4%
respectivamente, entretanto, não representou um ganho significativo baseado nos pressupostos de
43
uma sociedade democrática que deve ter como premissa a igualdade de direito a todos os
cidadãos e a promoção de uma educação de qualidade que conduza o indivíduo à inserção social
e ao desenvolvimento das competências exigidas no novo cenário econômico e político do país.
No percurso histórico da EJA com vistas a sua promoção e incentivo, as Conferências
Internacionais de Educação de Adultos, CONFITEA, desde 1949, quando aconteceu a primeira
na Dinamarca, até o ano de 2009 na quinta em Belém/ Brasil, tem se constituído como um dos
mais importantes fórum de discussões e tem se tornado um espaço influente de reflexões e lutas a
favor desta modalidade de ensino e do enfrentamento em torno dos desafios surgidos para a sua
manutenção e a promoção de uma educação de qualidade preocupada em promover o
desenvolvimento humano e social dos jovens e adultos. Entre os documentos extraídos das
CONFITEAs, a Declaração de Hamburgo construída na V, ocorrida em 1997, diz que:
A educação de adultos torna-se mais que um direito: é a chave para o século XXI. É
tanta consequência do exercício da cidadania como condição para uma plena
participação na sociedade. É um poderoso conceito para a promoção do
desenvolvimento socioeconômico e científico, além de ser um requisito fundamental
para a construção de um mundo onde a violência cede lugar ao diálogo e à cultura de paz
baseada na justiça. A aprendizagem de adultos pode modelar a identidade do cidadão e
dar um significado à sua vida. A aprendizagem ao longo da vida implica repensar um
conteúdo que reflita certos fatores, como idade, gênero, deficiências, idioma, cultura e
disparidades econômicas. (UNESCO/CONFITEA apud IRELAND, T. D; SPEZIA, C.H.
2014, p. 215)
(PBA) que apresentou como objetivos criar oportunidades e promover uma educação de
qualidade aos jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso ou permanência ao ensino
fundamental, mobilizou gestores educacionais e municipais e implementou políticas de formação.
Entretanto, o PBA não foi um programa que ofereceu aos jovens e adultos um ganho significativo
em termos de qualidade de ensino e aquisição de conhecimentos, pois, segundo Castelli Jr:
Foi desenhado como ação setorial, nos moldes das campanhas de alfabetização de massa
do passado, com curta duração e baixo custo, estruturando-se em paralelo aos sistemas
de ensino, improvisando alfabetizadores que recebem modesta ajuda de custo, escassa
orientação e supervisão, e são responsáveis por recrutar os candidatos a compor as
turmas.
(CATELLI JR, 2014 apud HADDAD; DI PIERRO, 2015, p. 207)
Como podemos observar do que nos fala o autor supracitado, apesar dos avanços e
conquistas a EJA mantinha ainda em sua estrutura problemas de investimento dos órgãos
públicos e financiamento orçamentário que percorreram a sua trajetória e se mantém até os dias
atuais, desencadeando um funcionamento pedagógico precário uma vez que não eram
disponibilizados materiais didáticos adequados elaborados a partir de um currículo próprio,
pensado e construído para um público tão diversificado e com tantas especificidades.
Ainda neste governo, em 2005 foi criado o Projovem com o objetivo de oferecer aos
estudantes de 15 a 29 anos a reintegração escolar, qualificação profissional e desenvolvimento
humano em quatro modalidades: Projovem Adolescente; Projovem Urbano; Projovem Campo e
Projovem trabalhador.
Em âmbito federal, em 2006 foi instituído o Programa Nacional de Integração da
Educação Profissional à Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos –
PROEJA que visa abranger a formação inicial e continuada de trabalhadores e educação
profissional técnica de nível médio, considerando as características dos jovens e adultos
atendidos, podendo articular-se ao ensino fundamental e médio com o objetivo de elevar o nível
de escolaridade do trabalhador e ao ensino médio, integrado com este ou concomitantemente.
(BRASIL, 2006).
Segundo a Avaliação do Plano Nacional de Educação 2001-2008 (BRASIL, 2009), no ano
de 2006 a EJA passou a ser incluída no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) com previsões de que em três anos
todas as matrículas dos alunos deste ensino fossem contempladas. Para Haddad e Di Pierro
45
(2015) apesar da inclusão da EJA no Fundef não ter se mantido de forma progressiva os recursos
disponibilizados foram maiores que os já mantidos até então.
Ao longo de sua trajetória, como vimos, ações, campanhas e alguns programas nas esferas
municipais, estaduais e federais, assim como em termos institucional e legal têm marcado alguns
avanços no campo da EJA. Pudemos observar: a Constituição de 1934 quando se colocou a
educação como um direito de todos, a de 1988 quando a garantia e obrigatoriedade do ensino
fundamental é extensiva aos que foram excluídos da escola, a LDB/96 que incluiu a EJA como
modalidade de ensino da Educação Básica nas etapas do ensino fundamental e médio, a emenda
Constitucional de Nº 59 que reformulou o texto do Art.2018 apresentando a obrigatoriedade e
garantia de um ensino público gratuito dos 4 aos 17 anos e podemos citar ainda o Decreto Nº
7.626/2011 que instituiu o Plano Estratégico de Educação no âmbito do Sistema Prisional (Peesp)
“com a finalidade de ampliar e qualificar a oferta de educação nos estabelecimentos penais”.
(BRASIL, 2011).
Entretanto, apesar dos programas de desenvolvimento educacional e ações legais
institucionalizadas em torno da EJA, principalmente na última década, as estatísticas têm
demonstrado que as taxas de alfabetização dos brasileiros acima de 15 anos caíram menos de 4%
entre o período de 2005 e 2015, segundo a Pesquisa Nacional por amostra de Domicílio-Pnad
/IBGE e cerca de 13 milhões de pessoas jovens e adultas ainda estão em situação de
analfabetismo. Ainda de acordo com a Pnad em 2015, 52% dos brasileiros de 25 anos ou mais
tem apenas o ensino fundamental completo. Outro dado que tem chamado atenção é o fato de que
entre 2014 e 2015 as matrículas na EJA caíram 2,81%.5
Desde a sua constituição a EJA apresenta algumas especificidades que se constituem em
grandes desafios no desenvolvimento e execução dos programas de alfabetização e da educação
inicial e continuada dos sujeitos que estão inseridos neste contexto, como a diversidade
encontrada nas salas de aula compostas por indivíduos com diferenças de idade, gênero, grau de
instrução, renda, raça, religião. Outro problema que está presente na caminhada da EJA são os
investimentos das políticas públicas que estão sempre colocando-a as margens das prioridades
educacionais, dando pouca relevância aos problemas reais que estão presentes nas estruturas das
escolas, nos materiais didáticos, nos currículos e na formação dos professores que atuam nesta
modalidade de ensino.
5
www.todospelaeducacao.org.br. Último acesso em 19/06/2018
46
As estatísticas revelam que muito ainda necessita ser feito de modo que a oferta da
educação de jovens e adultos venha a realizar-se de forma mais consistente e representativa para
os indivíduos que compõem os numerários do analfabetismo total ou funcional no país. Faz-se
necessário compreender e conduzir os elementos constituintes desta modalidade para além de
uma educação que deve ser oferecida apenas como um direito constitucional, mas que tenha
como principal finalidade a promoção de uma educação que atenda aos interesses e anseios dos
sujeitos e principalmente a sua inserção e reconhecimento social, assim como a liberdade de
divulgar a sua cultura e participar da vida política e econômica do país sem repressões ou
preconceitos.
Na promoção de uma educação que atenda as demandas dos sujeitos da EJA e a fim de
que venha a realizar-se de forma mais consistente é importante pensar em uma estrutura
curricular para esta modalidade que se preocupe com um processo de ensino e aprendizagem que
leve em consideração todas as suas especificidades. Neste sentido o currículo torna-se um
elemento essencial e deve ser construído não como um amontoado de disciplinas fragmentadas,
mas, que tenha como elemento condutor os sujeitos e suas necessidades.
Para Macedo (2013), o currículo é considerado pelo senso comum educacional como um
documento através do qual a formação é organizada e através dele organiza-se os conhecimentos,
os métodos e as atividades em disciplinas ou matérias. Essa conceituação dada pelo senso comum
é uma forma tradicional de definir o currículo e está muito relacionada a forma como Bobbitt o
percebe, como uma especificação precisa de objetivos, procedimentos e métodos para a obtenção
de resultados que possam ser precisamente mensurados e, neste sentido, o currículo é organizado
a partir de norma, padrões. De acordo com Bobbitt “a educação, tal como a usina de fabricação
47
de aço, é um processo de moldagem”. (SILVA, 2017, p. 24). Para este autor, os sistemas
educacionais deveriam funcionar tal como as indústrias.
Essa configuração tradicional dada ao currículo escolar por Bobbitt está relacionada à
maneira de perceber o conhecimento como algo a ser consumido e as escolas como espaço de
instrução com o objetivo único de repassar um conjunto de habilidades comuns aos estudantes e
instrumentalizá-los para uma sociedade industrial e capitalista. Sob a ótica marxista este é o
reflexo do capitalismo em torno da educação e o currículo um elemento de reprodução das
classes dominantes e, consequentemente, das desigualdades sociais. Desta forma, constitui-se o
currículo como um instrumento político e ideológico vinculado às estruturas de classe e de poder.
Para os críticos do currículo tradicional o que importa não são as técnicas que serão
determinadas pelo currículo, mas, compreender o que ele pode desenvolver e proporcionar no
âmbito de toda a sociedade. De acordo com Macedo (2013, p.38) “É aí que o ângulo muda e se
reconfigura, e a atenção da teoria crítica volta-se para compreender o que o currículo faz com as
pessoas e as instituições e não apenas como se faz currículo”. Ainda de acordo com o autor, neste
sentido, o currículo se caracteriza como uma edificação dos sujeitos sociais, suas intenções,
sentidos e poderes.
De acordo com os críticos da teoria tradicional, o currículo não pode ser concebido como
algo estático, isolado e descontextualizado. No processo de organização e construção do
conhecimento escolar ele precisa ser um elemento histórico, social, político e cultural para que
48
seja capaz de promover o desenvolvimento crítico e politizado de todos os sujeitos sociais que
compõem o universo escolar. Para autores da teoria crítica do currículo como Freire (1987) que
percebe o currículo como elemento de libertação e emancipação, a acumulação e a categorização
dos conteúdos são elementos para uma “educação bancária”, o tipo de educação onde o sujeito é
totalmente passivo, recebe tudo que lhe é transmitido como verdade absoluta, atuando apenas
como uma caixa de depósito. Ao contrário, para os críticos os conhecimentos devem ser algo
ativo e dialético através dos quais as pessoas possam produzir significados sociais e as escolas
agentes de socialização constituídas por ações coletivas que devem percorrer e transitar por todos
os âmbitos de sua organização. (SILVA, 2017)
[...] examinar criticamente não apenas como um estudante adquire maior conhecimento
(questão dominante em nosso campo preocupado com a eficiência), mas “por que e
como aspectos particulares da cultura coletiva são apresentados na escola como
conhecimento factual e objetivo” De que maneira concreta o conhecimento oficial pode
representar configurações ideológicas dos interesses dominantes em uma sociedade?
Como é que as escolas legitimam estes padrões limitados e parciais do saber como
verdades inquestionáveis? (APPLE, 1975, apud GIROUX, 1997, p. 56)
Apesar dos estudos e discussões na área do currículo escolar persiste ainda uma conotação
muito tradicional relacionado ao termo que deságua na prescrição de um documento escrito, o
currículo oficial, formal, construído tal qual uma receita na qual se colocam uma série de
prescrições destinadas cada uma às áreas ou disciplinas e para as quais devem ser prescritos os
saberes a serem transmitidos, distribuídos por nível escolar, predeterminados pelos documentos
oficiais que orientam o sistema educativo. O espaço escolar ainda é percebido como uma esfera
fechada que obedece a determinadas normas, modificável apenas e quando os resultados
quantitativos desejados não são satisfatórios.
experiências sociais que nos cercam, que invadem as escolas nas vidas das crianças e dos
adolescentes, dos jovens e adultos, dos próprios docentes. ”
Nessa dinâmica de organização do currículo escolar existem alguns elementos que surgem
por trás de determinadas intenções e comportamentos e que não estão explícitos ou descritos no
currículo oficial, é o que se denomina de currículo oculto. De acordo com Silva (2017, p. 78) “O
currículo oculto é constituído por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte
do currículo oficial, explícito, contribuem de forma implícita, para aprendizagens sociais
relevantes.” Segundo o autor, apesar de não existir propriamente uma teoria do currículo oculto
este atraiu uma atenção especial dos críticos ao perceberem que as crianças e jovens aprendem
com as exigências de adaptação que estão implícitas no processo de socialização a que são
submetidas no espaço escolar, a exemplo das regras e normas que se estabelecem e através das
quais, indiretamente, são repassados conhecimentos relacionados à obediência, a autoridade, as
relações de poder, dominação e subordinação e, consequentemente, as divisões de classes.
Críticos como Freire e Giroux apontam para um currículo que apresente a emancipação e
a libertação como princípios norteadores de um processo pedagógico no qual os sujeitos alvo
desse processo sejam participantes ativos na construção de seus próprios significados sociais e
uma conscientização política que os torne capazes de identificar as ações presentes nas
instituições escolares, como as que estão implícitas no currículo oculto, que tentam controlar e
reproduzir uma sociedade homogeneizadora, hierárquica, dominante e segregadora. Concordando
com Silva (2017, p.80) ao referir-se ao currículo oculto “O que está implícito na noção de
currículo oculto é a ideia de que se conseguirmos desocultá-lo, ele se tornará menos eficaz.
Supostamente, é essa consciência que vai possibilitar alguma mudança”.
50
a realidade concreta dos atores curriculares e o currículo seja um conjunto de valores que dê
significado e contribua para a construção social, cultural e política do cidadão. (BRASIL, 2015).
Com um currículo voltado para uma área específica, os cursos de formação inicial do
professor apresentam uma estrutura totalmente disciplinar com vistas à preparação de um
profissional para ministrar o conteúdo da disciplina relacionada ao curso. Assim também ocorre
nas formações continuadas, especializações e capacitações onde sempre se busca uma relação
específica à área ou disciplina do curso com a qual trabalham: metodologias aplicadas ao ensino
da disciplina, materiais didáticos para usar na aprendizagem dos conteúdos da disciplina,
métodos e técnicas para a aprendizagem de tal área/disciplina. Um verdadeiro ostracismo
disciplinar.
Nacional Comum Curricular”, ou seja, os docentes devem ser preparados com base no que irão
ensinar em sua área de conhecimento nos níveis de ensino. De acordo com o Art. 62 a formação
mínima exigida é em nível superior, em curso de licenciatura plena para a educação infantil,
ensino fundamental e médio. No que se refere à formação do educador da EJA, ainda que seja
uma modalidade institucionalizada da educação básica a LDBN não dispõe de nenhuma
orientação curricular específica, embora apresente tantas especificidades, ficando a cargo das
licenciaturas prepará-lo seguindo as mesmas orientações para a formação do professor do ensino
fundamental e médio regulares.
Neste contexto, não se pode pensar o conhecimento como uma sequenciação de conteúdos
desarticulados e os alunos como meros destinatários do que ensinar e aprender. O conhecimento
deve ser um instrumento de desenvolvimento social e político e o currículo um dispositivo
organizado a partir dos atos de currículo constituídos a partir de conhecimentos específicos das
diversas áreas do saber, e, sobretudo, dos saberes próprios dos sujeitos e do contexto onde estão
inseridos, de suas práticas sociais e culturais.
Foi pensando em um processo pedagógico que partisse do contexto social, político e
cultural dos indivíduos que o Professor Paulo Freire, na década de 60, alfabetizou centenas de
jovens e adultos. Seu método de alfabetização partia de um processo dialógico entre educador e
educando, não era um saber imposto, fabricado, a partir do qual o aluno aprendia pela
memorização, ao contrário, partia-se do universo vocabular dos alunos extraído de suas práticas
sociais. O conhecimento só pode ser validado no momento em que os sujeitos são capazes de
percebê-lo em uso, relacioná-los, compará-los, argumentá-los e revalorizá-los, utilizando-os
como um instrumento de libertação e não de opressão.
Entende-se que todas as mudanças educacionais são reflexos dos avanços advindos do
contexto histórico, social, político e econômico que demandam formação e ressignificação da
identidade do profissional da educação no contexto da sociedade atual. Entretanto, apesar das
mudanças propostas e realizadas, essa discussão ainda é bastante controversa e de difícil solução.
Todos os processos configuradores da sociedade, incluindo a organização do sistema de ensino e
a formação do profissional da educação, estão em estreita e recíproca relação e se influenciam
mutuamente.
O que a história retrata sobre a trajetória do professor é que viveram, durante muito tempo
(séculos, talvez), a serviço de comunidades eclesiásticas, que agiam de acordo com as virtudes,
com a religião pregada nos monastérios fundamentada na obediência e na vocação. Do século XX
até os dias atuais, “eles se tornaram um corpo estatal e tiveram que se submeter e se colocar a
serviço das missões que lhes eram/são confiadas pelas autoridades públicas estatais. Assim, os
56
professores sempre estiveram sob o comando de poderes maiores e mais fortes que eles”
(TARDIF, 2005. p. 243).
No campo legislativo e institucionalizado da formação docente ou preparação do
profissional da educação, as Escolas Normais são as primeiras instituições criadas com
este objetivo. A primeira foi instalada em Paris em 1975 e ao longo do século XIX
países da Europa e da América foram criando as Escolas Normais com objetivo de
preparar os professores para o exercício da docência e, a princípio mais com caráter
científico sem uma aparente preocupação com a formação didático-pedagógico dos
educadores. O Brasil segue a tendência dos demais países e também recorre às escolas
normais para preparar os profissionais da educação. (SAVIANI, 2005).
1933, Fernando de Azevedo inaugurou o Instituto de Educação de São Paulo. Ambos seguiam a
mesma estrutura curricular para a Escola de Professores que, de acordo com a Exposição de
motivos que acompanha o Decreto de nº 3810 de 19 de março de 1932, constituiu-se em um
curso geral e introdutório com disciplinas que visavam a uma preparação técnica, comum a todos
os programas; os cursos de especialização direcionados à formação do professor de acordo com o
nível de ensino escolhido; o curso de resumos composto por uma sistematização dos
conhecimentos mais gerias da educação, baseados em uma visão social e filosófica do trabalho
docente e o curso prático. Este último era realizado a partir do segundo trimestre do curso nas
escolas laboratórios em três etapas: inicialmente observação do ensino, depois coparticipação ou
experimentação no ensino e por último a participação com a regência regular de classes nas
escolas que serviam de laboratório. De acordo com Tanuri (2000, p. 74) “Com isso, a
preocupação central do currículo da escola normal desloca-se dos “conteúdos” a serem ensinados
para os métodos e processos de ensino, valorizando-se as chamadas “Ciências da Educação””.
Em 1934 e 1935 os Institutos de Educação de São Paulo e do Distrito Federal,
respectivamente, foram elevados ao nível universitário. Anísio Teixeira criou a Universidade do
Distrito Federal na qual foi incorporada a Escola de Professores que passou a ser Escola de
Educação e em São Paulo foi criada a USP.
A partir do decreto lei nº 1.190 de 04 de abril de 1939, que se estendeu para todo o Brasil,
nasceu então a Faculdade de filosofia da Universidade do Brasil, eleita como referência na
criação de outras escolas de nível superior e foram instituídos os cursos de Pedagogia com o
objetivo de formar os professores das Escolas Normais e o Curso de Licenciatura que formariam
os professores das disciplinas específicas na Universidade do Brasil e na Universidade de São
Paulo, oferecidos em quatro anos, dos quais os três primeiros eram compostos pelas disciplinas
específicas, e o último ano de formação didático (SAVIANI, 2009).
Interessante observar que a organização e estrutura dos primeiros cursos de formação
docente de nível superior, os cursos de Pedagogia e Licenciatura, criados pelas Universidades do
Brasil e São Paulo, seguidos por todo o território brasileiro, apresentavam um currículo mais
centrado e mais preocupado com uma formação cultural ou específica e menos pedagógica, como
os das Escolas Normais, que fora tão criticado e tantas vezes reformado, e excluem as escolas
laboratório, incluídas para melhor e mais adequada formação do professor na qual o aluno se
58
anos e carga horária de 2200 horas estariam habilitados os docentes para ministrar aulas até a 4ª
série e com uma duração de quatro anos e carga horária de 2.900 horas o docente poderia
ministrar classes até a 6º série. O currículo dessas escolas era composto por disciplinas de base
comum e disciplinas de caráter diversificado. Os docentes das séries finais do 1º grau e do 2º grau
seriam habilitados pelas Licenciaturas curta ou plena, em nível superior.
Com as reformas propostas pela LDB 5692/71, entre elas a regulamentação do MOBRAL
e do Ensino Supletivo, destinados aos jovens e adultos sem escolarização, muitos centros
educacionais foram criados para atender ao objetivo de alfabetizar ou certificar os jovens que
nunca frequentaram uma escola ou se afastou dela antes de concluir os estudos. Entretanto, os
docentes que ministravam as aulas de alfabetização ou escolarização dos jovens e adultos não
possuíam uma formação inicial e específica para atender aos sujeitos pertencentes a um grupo de
pessoas que apresentavam uma grande diversidade social, de raça, gênero, religião, características
próprias que, certamente, eram percebidas, mas, ignoradas.
No que se refere à habilitação ou formação do docente da EJA, apesar das mudanças,
permaneceu um vazio total de formação inicial para o profissional da educação que iria trabalhar
com os jovens e adultos. Surgiram, neste contexto, algumas orientações e capacitações de pessoas
para atuar como docentes dos cursos de alfabetização de adultos oferecidos de maneira insipiente
e aligeirada. Os professores alfabetizadores dos jovens e adultos que tinham alguma formação
inicial eram aqueles preparados e habilitados para alfabetizar crianças ou habilitados em alguma
área específica, professores improvisados e que por isso improvisavam uma metodologia ou
simplesmente faziam a transferência de metodologias próprias da alfabetização de crianças para a
alfabetização de adultos, ainda que percebessem que estavam trabalhando com sujeitos que
apresentavam especificidades e características bem diferentes dos alunos da educação infantil.
A nova Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB de nº 9.394/1996, LDBN,
trouxe novos encaminhamentos para o sistema educativo brasileiro. A introdução da EJA como
modalidade da Educação Básica, uma grande conquista em termos institucional para a educação
de jovens e adultos, e, no âmbito da formação dos profissionais da educação vem dando novos
direcionamentos desde sua promulgação. De acordo com o Título VI que trata Dos Profissionais
da Educação, parágrafo único do artigo 61 e o artigo 62:
60
Infere-se, baseado no que colocam as autoras acima, que para uma adequada formação do
educador é necessário a adoção de objetivos bem estruturados voltados não apenas para técnicas
que coloquem os atores curriculares como meros executores de decisões alheias, mas que os
reconheçam aptos para decidirem, agirem e implementarem novos conhecimentos que os
conduza a uma renovada teoria. Teorias que formem e informem sobre a prática de ensinar
fundamentadas em suas experiências e vivências, que envolva à docência e todo o conteúdo
ligado ao desenvolvimento da consciência profissional acoplada aos saberes e às crenças sobre
sua própria prática – a de sala de aula – enfatizando a colaboração que o docente, a partir dos atos
de currículo, pode promover para transformar os currículos, a organização do ensino, os projetos
educacionais e as diversas maneiras de gerir sua práxis pedagógica. De acordo com Arroyo:
Destacar que há uma produção de saberes do próprio trabalho nos obriga a auscultar e
captar esses saberes e incluí-los nos currículos. Preparar os docentes e educandos para
fazer esse exercício de entender e se enriquecer com os saberes das situações de trabalho
61
que vivem e viverão. Um papel que cabe aos cursos de formação de educadores e
docentes. (ARROYO, 2016, p. 111)
A utilização de uma ação interdisciplinar numa estreita relação entre a teoria e a prática e
a busca por um conhecimento produtivo em estrita vinculação entre conteúdos científicos,
pedagógicos e experienciais deve ser uma constante na vida do profissional de educação. A
ressignificação da identidade do professor no contexto complexo da sociedade atual é
indispensável, assim como exige dele posturas éticas e políticas. Por isso, é necessário que o
profissional da educação se aproprie não só de saberes teóricos e técnicos, mas, dos modos de
agir. Com relação a isso, vejamos o que diz Pimenta; Anastasiou (2007):
Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina,
ensina alguma coisa a alguém. (...) quando vivemos a autenticidade exigida pela prática
de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica,
gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a Boniteza deve achar-se de mãos
dadas com a docência e com a seriedade (FREIRE, 1996, p. 23-24).
De acordo com o autor, nem sempre quem exerce a docência conhece a realidade de
uma escola da educação básica, são técnicos que nunca trabalharam em uma sala de aula do
ensino fundamental ou médio. Outro aspecto da formação do professor que é citada por Tardif
(2005) é o fato de que os alunos passam anos assistindo a aulas, passam por um estágio curricular
e, finalmente, começam a trabalhar sozinhos, sem o preparo prático necessário, sem que se
realize com eles um trabalho relativo às crenças e à cognição social e afetiva, para serem
processadas em suas práticas como professores no futuro.
É neste contexto que se percebe o educador da EJA, aquele que passa anos em um curso
de licenciatura, que apresenta um currículo totalmente fechado e voltado para a aplicabilidade
dos conteúdos de uma área específica nos níveis “regulares” da educação básica, para um grupo
de alunos nivelados de acordo com a idade permitida para cada nível em conformidade com o
sistema educativo. As discussões e reflexões em torno da formação do educador da EJA não se
constituem uma premissa nos cursos de licenciatura, trata-se de um tema colocado no cantinho do
esquecimento.
De acordo com Soares (2008), não existem diretrizes ou programas próprios destinados à
formação inicial do educador da EJA. Dantas et. Al (2017) reforça a ausência de uma formação
inicial obrigatória específica para a EJA em seu texto e coloca este como um aspecto relevante
para essa modalidade, observando que a formação desse educador acontece mesmo é a partir de
sua prática em sala de aula, “de sua visão pessoal, de sua experiência na carreira, de sua visão de
mundo e de sociedade, da troca de informações e das interlocuções com os demais colegas de
profissão...”. (DANTAS, 2016, p.141).
6
Refere-se á docimasia inquérito acerca das aptidões morais dos candidatos a uma função pública, entre os antigos
gregos (Cf. Novo dicionário de Aurélio, 1998, p. 489).
64
Neste contexto foi criada a primeira instituição de ensino superior, a Universidade de São
Paulo (USP), organizada pelo Decreto nº 19.851/1931 segundo o qual seria necessário a criação
de uma Faculdade de Educação Ciências e Letras, que, além dos fins específicos de fomento à
investigação científica seria responsável pela formação do profissional do magistério de nível
secundário, como um dos requisitos para a constituição da universidade, conforme observamos
no referido decreto:
Art. 1º - O ensino universitário tem como finalidade elevar o nível da cultura geral;
estimular a investigação científica em quaisquer domínios dos conhecimentos humanos,
habilitar ao exercício de atividades que requerem preparo técnico e científico superior,
concorrer, enfim, pela educação do indivíduo e da coletividade pela harmonia de
objetivos entre professores e estudantes e pelo aproveitamento de todas as atividades,
para a grandeza da Nação e para o aperfeiçoamento da Humanidade.
Art. 5º - A constituição de uma universidade brasileira deverá atender às seguintes
exigências:
I – Congregar em unidade universitária pelo menos três dos seguintes institutos do
ensino superior: Faculdade de Direito, Faculdade de Medicina, Escola de engenharia e
Faculdade de Educação Ciências e Letras. (BRASIL, 1931)
Nasce junto com a USP a primeira Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) com
o objetivo de preparar trabalhadores intelectuais, fomentar a pesquisa científica e formar
professores. Na FFCL os cursos foram distribuídos em três secções: a Secção de Filosofia, a
Secção de Ciências e a Secção de Letras. Os Cursos aí inseridos pertenciam ao campo das
ciências humanas ou humanidades, área do conhecimento que está implicada com o complexo
estudo do homem e suas relações sociais. Neste sentido, os cursos oferecidos na FFCL deveriam
corroborar na promoção de uma formação acadêmica e científica, mas, que ultrapassasse os
limites do profissional, do tecnicismo, objetivando o aperfeiçoamento da humanidade através de
uma formação integral do homem como ser social, cultural, ético e político fomentando a
construção de um sujeito consciente de seus direitos e deveres enquanto cidadão do mundo e para
o mundo, com capacidade de inserção em todos os âmbitos da sociedade.
De acordo com o Decreto Nº 6.283 de 25 de janeiro de 1934, Art. 6º os cursos da FFCL-
USP seriam ministrados ao longo de três anos e aos estudantes lhes seria conferido o título de
licenciado após conclusão do curso escolhido entre os oferecidos em uma das três secções:
Filosofia (Filosofia); Ciências (matemática, física, química, história natural, geografia e história,
ciências sociais); Letras (Letras Clássicas, Letras Neolatinas, Letras Anglo-Germânicas).
Para aqueles que se interessavam pelo magistério seria necessário fazer um curso de
formação pedagógica durante o período de um ano oferecido pelo Instituto de Educação que se
manteve durante algum tempo como anexo vinculado à universidade. Após a conclusão deste
66
curso os licenciados estariam aptos a seguir a carreira do magistério como professores de nível
secundário e para o qual lhes seriam concedidos uma licença para lecionar. Em 1938, o Instituto
de Educação foi desvinculado da USP e em substituição a este foi criada a seção de Educação na
FFCL-USP que passou a oferecer a formação pedagógica necessária para quem quisesse adquirir
a licença para o magistério.
O primeiro curso de Letras da FFCL-USP foi organizado em dois cursos: Letras Clássicas
e de Português e Línguas Estrangeiras. Ambos apresentavam a mesma estrutura curricular
segundo o decreto nº 6.283/1934, deveria ter duração de três anos, composto por algumas
disciplinas que foram assim distribuídas: 1º ano – Linguística, Filosofia Comparada, Língua e
Literatura Grega; 2º ano – Língua e Literatura Grega, Língua e Literatura Latina, Filologia
Portuguesa; 3º ano – Língua e Literatura Latina, Literatura Luso-brasileira, Técnica e Crítica
Literária. O que os diferenciava seria o estudo direcionado à língua estrangeira: francês, inglês ou
alemão. (BRASIL, 1934).
O curso complementar de formação pedagógica para os interessados em seguir na carreira
do magistério, oferecido inicialmente no instituto de educação anexo à USP e depois substituído
pela secção de Educação, deveria ser cumprido após o término do 3º ano da seção, ou
concomitante com este, e apresentava a seguinte estrutura curricular:
Desde o decreto que estruturou a organização das universidades no Brasil e a criação das
primeiras FFCL, em 1934 foram implementadas algumas modificações. No Rio de Janeiro, o
Decreto lei nº 1.190/1939 reorganiza a FFCL que passou a ser denominada de Faculdade
Nacional de Filosofia- FNF na qual foi criada uma seção de Pedagogia e um curso ordinário de
Didática destinado à formação para o magistério e constituído os cursos de Letras clássicas,
Letras Neolatinas e Letras Anglo-Germânicas que em conformidade com os Art. 16 a 18 do
67
referido decreto apresentavam uma estrutura curricular composta pelas disciplinas abaixo
descritas. (BRASIL, 1939).
.
Quadro 05 Do curso de Letras Clássicas
Primeira série Segunda série Terceira série
1. Língua latina. 1. Língua latina. 1. Língua latina.
2. Língua grega. 2. Língua grega. 2. Língua grega.
3. Língua portuguesa. 3. Língua portuguesa. 3. Língua portuguesa.
4. Literatura portuguesa. 4. Literatura grega. 4. Literatura grega.
5. Literatura brasileira. 5. Literatura latina. 5. Literatura latina.
6. Filologia
Outro fator que chama a atenção é a forma tradicional e cartesiana da organização curricular,
mais aplicada para o desenvolvimento técnico e cientifico no qual as disciplinas específicas e
didáticas estão dispostas de maneira isoladas, não dialogam entre si. Também não são
apresentadas propostas para o uso prático e social das linguagens.
Como proposta para a preparação do professor do ensino secundário, observamos um
interesse e preocupação com a práxis docente nos documentos dos primeiros cursos de letras no
momento em que há a obrigatoriedade da inserção de um colégio onde os professores poderiam
experienciar a prática docente em salas de aula laboratórios, com o uso dos conteúdos específicos
in loco. Porém, apesar da intenção na articulação entre a teoria e a prática parecem ter sido
pensadas de maneira desarticulada. Primeiro as disciplinas específicas são cursadas durante três
anos sem articulação alguma com as do curso de formação pedagógica e didática que são
oferecidas apenas no quarto e último ano do curso. Dessa forma, não havia uma interação entre
os dois eixos do curso: formação específica e formação pedagógica, assim como também se
distanciavam do contexto escolar e dos principais envolvidos nesse processo educativo: os alunos
a quem se destinava o ensino.
Nesta perspectiva não formavam o professor para ensinar as línguas e literaturas de língua
materna ou língua estrangeira em um nível de ensino, secundário ou outro, oferecendo-lhes
ferramentas para que ele fosse capaz de conhecer e reconhecer os seus alunos e adequar as suas
aulas e os conteúdos da área de acordo com o nível da turma, as vivencias e experiências dos seus
respectivos alunos. Primeiro preparavam o profissional de letras, todos os conteúdos da área de
língua materna ou estrangeira de forma técnica e científica, o bacharel. Depois lhes apresentavam
algumas disciplinas pedagógicas com vistas a ensinar como ser professor, também de forma
técnica, culminando com uma experiência prática em um ginásio laboratório de ensino.
Sendo assim, com o surgimento dos primeiros cursos de formação de professores de letras
em nível superior não podemos minimizar ou excluir a intencionalidade positiva de sua inserção
no sistema de ensino, mas, sabemos que muitos são os fatores de disputas políticas e sociais que
existiram por trás das regulamentações dispostas nos documentos que normatizam o ensino,
principalmente o ensino público, que deixa aflorar o caráter hegemônico das classes sociais e das
políticas dominantes.
Desde a criação da primeira FFCL em 1934, na qual estava vinculado o curso de letras,
muitas mudanças e reformulações fizeram parte do cenário educacional. Os anos 60 e a
70
promulgação da LDBN, Lei 4.024/1961 trouxeram algumas orientações para o sistema educativo
brasileiro, entre eles a criação do Conselho Federal de Educação (CFE) e do Conselho Estadual
de Educação (CEE) que passaram a estabelecer as diretrizes curriculares para os cursos
superiores. Entre outras determinações o CFE, fixou a duração dos cursos de licenciatura,
incluindo o de letras, em hora-aula com uma carga horária de 180 dias letivos. Em 1971 o CFE,
através do parecer nº 895/71 determinou a carga horária de 1220 horas para uma Licenciatura
Curta que habilitava o professor a atuar no ensino de 1º grau e a Licenciatura Plena entre 2200 e
2500 horas e habilitava ao exercício do magistério no 1º e 2º graus. (BRASIL, 2001).
Com o advento da nova LDBN 9.394 de 1996 o CFE passa a ser Conselho Nacional de
Educação (CNE), as licenciaturas curtas são extintas, a licenciatura plena passa ser a formação
mínima para o exercício do magistério, os dias letivos passam a ser 200 e a organização dos
currículos dos cursos em nível superior deve ser guiada pelas diretrizes pertinentes. As Diretrizes
Curriculares Nacionais dos Cursos de Letras (DCNCL) são aprovadas pelo parecer CNE
492/2001 e trazem uma proposta baseada nos desafios da educação superior frente às constantes
mudanças que vêm passando o mercado de trabalho na sociedade contemporânea e tomando a
universidade como um espaço de intervenção e transformação social. Os princípios norteadores
das DCNCL são a flexibilidade na organização do curso de Letras e a conscientização da
Diversidade / heterogeneidade do conhecimento do aluno. O colegiado de graduação do curso
passa a ser o responsável pela concepção e acompanhamento da diversidade curricular que a
Instituição de Ensino Superior implantar. (BRASIL, 2001).
Conforme as DCNCL o profissional do curso de Letras deve apresentar domínio do uso
oral e escrito da língua ou das línguas objeto de estudo quanto a sua estrutura, funcionamento,
aspectos linguísticos, culturais e literários e ser capaz de refletir criticamente sobre temas e
questões relacionadas a estes aspectos, ter consciência de sua inserção na sociedade e a sua
relação com o outro. Com vistas à formação de profissionais na modalidade de Licenciatura ou
Bacharelado para atuar como professores, pesquisadores críticos literários, tradutores, intérpretes,
revisores de textos, roteiristas, secretários, assessores culturais, de acordo com o parecer CNE
492/2001 o curso de Letras deve contribuir para o desenvolvimento das seguintes competências e
habilidades:
Infere-se a partir do exposto acima que os professores dos cursos de Letras devem obter
uma formação que os prepare para atuar em todas as etapas e modalidades da educação básica,
Educação Infantil, Ensino fundamental, Ensino médio, EJA, Educação Especial e Educação
Profissional. O artigo supracitado traz como princípios também a formação do profissional do
magistério como um compromisso social, político e ético, preocupado em contribuir para o
desenvolvimento de uma educação que promova a emancipação dos indivíduos e grupos sociais a
partir de um ensino de qualidade que deve acontecer de forma integrada com a educação básica
promovendo uma articulação entre teoria e prática a partir das relações sociais entre os sistemas
educativos e a sociedade de forma geral. (BRASIL, 2015).
De acordo com o Art. 8º das DCN o egresso do curso de formação inicial do professor em
nível superior, o licenciado em letras, curso alvo de nossos estudos, deve estar apto a
compreender o seu papel no processo de ensino e aprendizagem dos alunos da educação básica,
inclusive daqueles que não tiveram acesso ao ensino na idade própria, o público da educação de
jovens e adultos, promover a aprendizagem e o desenvolvimento dos indivíduos levando em
conta as diferentes fases do desenvolvimento humano nas etapas e modalidades da educação
básica e identificar as questões advindas de problemas socioculturais a fim de evitar exclusões
sociais, culturais, religiosas, de gênero entre outras.
Ainda de acordo com o capítulo supracitado, deve ser garantido nos currículos, conteúdo
específico da área do conhecimento, conteúdos relacionados aos fundamentos da educação,
formação em área pública e gestão da educação, direitos humanos, diversidade étnico-racial, de
gênero, sexual, religiosa, Libras, educação especial, e direitos educacionais de adolescentes e
jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.
Observamos que as DCN trazem em seu texto uma proposta curricular para a formação
docente dos licenciados pautada na preocupação com o desenvolvimento de umas práxis docente
articulada com a educação básica de forma que venha a contribuir com a construção da cidadania,
possibilitando o crescimento intelectual, político, social, cultural e profissional dos sujeitos,
consequentemente a sua inserção na sociedade de forma mais justa e igualitária. Entretanto,
passar da intencionalidade presente no texto para as ações reais e concretizáveis requer o
enfrentamento de muitas disputas que habitam no campo político do sistema educativo. Em
relação à formação inicial do docente o Art. 10 da Resolução Nº 2/2015 nos diz que:
Art. 10. A formação inicial destina-se àqueles que pretendem exercer o magistério da
educação básica em suas etapas e modalidades de educação e em outras áreas nas quais
sejam previstos conhecimentos pedagógicos, compreendendo a articulação entre estudos
teórico-práticos, investigação e reflexão crítica, aproveitamento da formação e
experiências anteriores em instituições de ensino. (BRASIL, 2015, p. 9).
O artigo diz que os Licenciados em Letras e em todas as demais áreas devem ter uma
formação que os habilite a carreira do magistério nas diversas etapas da educação básica assim
como também nas modalidades de ensino, e neste contexto se insere a EJA, o que está
apresentado em consonância com o Título V da LDBN Dos Níveis e das Modalidades de
74
Educação e Ensino que apresenta a Educação Básica, suas etapas (Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Médio) e modalidades (Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial,
Educação Profissional). Podemos observar que existem muitos outros artigos na LDBN nos quais
é atribuída à formação inicial dos profissionais da educação a função de atender as diversas
etapas e modalidades da educação básica, assim como se prevê essa formação nos Art. 2º e 3º das
DCN fazendo-nos inferir que não há uma omissão total relacionada à formação do docente para
atender as demandas da EJA nos documentos oficiais que regulamentam o sistema de ensino
brasileiro.
Entretanto, embora percebamos uma articulação entre os documentos que regem,
normatizam e orientam a construção da estrutura curricular dos cursos de licenciatura visto que
apresentam um discurso comum quanto à formação do docente da educação básica e à
necessidade de que sejam preparados para atuar nas diversas modalidades, consequentemente na
EJA, nos questionamos se na construção curricular dos cursos de letras são contemplados em sua
estrutura elementos curriculares que discutam e reflitam todas as modalidades da educação
básica, em especial a EJA, uma vez que quem determina o que será incluído nos campos de
conhecimento são as IES representadas por seus colegiados e seus atores curriculantes.
75
7
Multicamp é uma universidade geograficamente dispersa; mas economicamente eficiente. Uma administração
complexa, com uma sede, interligando-se com os vários campi. A UNEB é um projeto que se inicia a partir dessa
ideia. (BOAVENTURA, 1998 apud FIALHO, 2005)
8
http://www.uneb.br/files/2009/10/REGIMENTO-GERAL-DA-UNEB-2012.pdf último acesso 28/06/2018
76
beneficiando uma grande parcela da população baiana com a oferta de mais de 150 opções de
cursos com habilitação nas modalidades presencial e Educação a Distância (EaD), através de seus
cursos regulares de graduação, programas especiais e projetos de extensão além dos cursos em
nível de pós-graduação lato sensu e stricto sensu (mestrados e doutorados)9.
A UNEB oferece cursos de graduação que pertencem à área de formação de professores,
Pedagogia e Licenciaturas, que visam preparar o profissional para a docência e a pesquisa e
cursos de Bacharelado com vistas a graduar os profissionais que exercerão atividades técnicas em
diversas áreas do conhecimento. Embora venha passando por mudanças desde a sua
institucionalização até os dias atuais e conte hoje com uma oferta de cursos em áreas bem
diversificadas, a UNEB mantém as características iniciais de sua organização com um
predomínio maior na oferta de cursos na área de Licenciaturas.
No contexto dos cursos de Licenciaturas na modalidade presencial, inserem-se os cursos
na área de Letras, 27 ao todo, assim distribuídos: dezesseis cursos de Letras, Língua Portuguesa e
Literaturas; oito cursos de Letras, Língua Inglesa e Literaturas; dois cursos de Letras, Língua
Espanhola e Literaturas e um curso de Letras, Língua Francesa e Literaturas. Neste cenário estão
situados os Cursos de Licenciatura em Letras, Língua Portuguesa e Literaturas (LPL), Letras,
Língua Inglesa e Literaturas (LIL) e Letras, Língua Espanhola e Literaturas (LEL) do
Departamento de Ciências Humanas – DCH, Campus V, situado na cidade de Santo Antônio de
Jesus, região do recôncavo baiano que fazem parte do corpus de estudo desta pesquisa.
O Departamento de Ciências Humanas-DCH, Campus V originou-se da Faculdade de
Formação de Professores do município de Santo Antônio de Jesus que foi criada em 1980 e
oferecia o Curso de Artes Plásticas – Licenciatura de 1º Grau, quando, em 1983 transformou-se
em uma unidade da UNEB e no ano de 1984 foram autorizados a funcionar o curso de Letras e
Estudos Sociais, ambos de licenciatura curta. Em 1993 o Curso de Letras foi convertido em
Licenciatura Plena, reconhecido pela Portaria Ministerial nº 743, de 25 de julho de 1997. Neste
mesmo ano as unidades universitárias da UNEB passaram a adotar o sistema Departamental
criado por área de conhecimento e a Faculdade de Formação de Professores de Santo Antônio de
Jesus, com a aprovação do Decreto Estadual nº 7.223, de 10 de setembro de 1998, passou a
denominar-se Departamento de Ciências Humanas.
9
http://www.uneb.br/institucional/a-universidade/último acesso 28/06/2018
77
10
Projeto de Reconhecimento do Curso de Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas –
Licenciatura. Disponível em: https://portal.uneb.br/santoantoniodejesus/cursos/letras-lingua-
portuguesa/?post_id=3321
79
SEMESTRE
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º TOTAL
EIXO
CH CH CH CH CH CH CH CH CH
NATUREZA CIENTÍFICO-
NATUREZA
EIXO DE CONTEÚDOS
CURRICULARES DE
CIENTIFIC
O-
225 180 225 225 285 255 210 45
CULTURAL
CULTURAL
(CNCC)
1.800
COMPONENTE
ADICIONAL
- 45 - - - 30 - 75
EIXO DE FORMAÇÃO
PRÁTICA
DOCENTE
ESTÁGIO
CURRICULAR
- - - - 105 105 105 105 420
SUPERVISIONAD
O (ES)
INTERDISCIPLINAR
SEMINÁRIO
EIXO
INTERDISCIPLINA
R DE PESQUISA
105 90 105 45 45 45 30 - 465
(EI)
ATIVIDADES
ACADÊMICO-CIENTÍFICO- 200 200
CULTURAIS (AACC)
TOTAL GERAL 420 420 435 405 435 435 345 225 3.320
Fonte: Projeto de Reconhecimento do Curso de Letras com Habilitação em Língua Portuguesa – DCH-Campus V
11
Ibdem, p. 132.
80
suas aulas e a aplicabilidade dos conteúdos referentes à sua área de estudo sem indicação de
relação com os níveis e modalidades de ensino e seus sujeitos. Observamos que em uma das
ementas há a sugestão de uma discussão sobre o conceito de Educação e Políticas Públicas, mas,
aparentemente de forma muito geral e ampla.
No que concerne à formação do educador e aos componentes de PP há uma ausência de
discussão sobre os documentos oficiais que orientam o planejamento educacional, como a
LDBEN, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), as Orientações Curriculares Nacionais
Ensino Médio (OCEM), as Diretrizes Curriculares da Educação Básica e, principalmente, sobre a
modalidade da Educação de Jovens e Adultos. Muitos estudos e orientações sobre planejamento,
técnicas e métodos aplicados ao ensino de língua e literatura portuguesa sem articulação com o
contexto educacional e os sujeitos a quem serão destinados. De acordo com Pimenta e Lima
(2004) os currículos de formação apresentam-se como um “aglomerado de disciplinas entre si”
sem articulação com a realidade e o campo de atuação dos futuros formandos.
Esta é uma análise do que se encontra nas ementas e nos conteúdos programáticos do
Projeto do Curso, sabemos que todo planejamento é flexível e que os atos de currículos podem
modificar e direcionar a proposta para diversas vertentes, assim como inserir todos estes pontos
de ausência observados. Poderíamos considerar que nas propostas de conteúdos que envolvem
planejamento e as situações de ensino e aprendizagem sejam realizadas de forma articulada aos
níveis e modalidades de ensino da Educação Básica, ou seja, espera-se que haja uma articulação
entre planejamento dos conteúdos específicos e teóricos da área de estudo com o cenário
educacional e os atores integrantes deste cenário. Entretanto, nas ementas, nos conteúdos ou
referências elencadas no ementário do projeto do curso de LPL essa articulação não fica clara,
também não encontramos nada que faça referência à Educação de Jovens e Adultos ou aos
sujeitos que a integram.
83
demandas sociais, políticas, econômicos e culturais no qual este está inserido. Entretanto, traz
uma lacuna uma vez que não atende à formação do professor para a docência na EJA.
Se observarmos o texto do projeto de reconhecimento do referido curso, encontraremos
alguns quadros demonstrativos de matrículas da Educação Básica nas etapas regular, especial e
EJA, nas redes municipal, estadual e privada na região de Santo Antônio de Jesus, inferindo que
há uma demanda de alunos e uma consequente oferta de matrículas em todas as redes nos níveis
fundamental, médio e na EJA. Este quadro é um indicativo da relevância do curso de LPL para o
município e região circunvizinha uma vez que grande parte dos docentes que atua nas instituições
de ensino dessa região é oriunda deste curso.
A partir da concepção de que o curso de LPL tem por finalidade formar professores de
língua portuguesa para atuar na Educação Básica, inferimos que o licenciado deve estar
preparado para o exercício do magistério em todos os níveis e modalidades da Educação Básica:
no Ensino Fundamental, no Ensino Médio assim como na EJA, uma vez que esta configura-se
como uma modalidade de ensino institucionalizada e oferecida nas escolas da região onde está
situado o curso. Neste sentido, os currículos dos cursos de LPL devem apresentar elementos
formativos nesta área de ensino que contribuam para a formação do professor.
Organizado a partir das mesmas bases legais do curso de Letras LPL, os cursos de
Licenciaturas em Língua Estrangeira da UNEB, Espanhol, Inglês e Francês, oferecidos em oito
Departamentos, com exceção dos cursos de Inglês e Espanhol do DCH-Campus I, Salvador,
todos os demais campi possuem a mesma estrutura curricular. O que os modifica são os atos de
currículo advindos dos atores curriculantes que estão presentes no seu desenvolvimento e o
contexto regional, cultural, político, econômico e social onde está situado cada Departamento.
Como já destacado anteriormente, são objetos desta pesquisa os cursos de Letras com Habilitação
em Língua Estrangeira: Licenciatura em Letras, Língua Espanhola e Literaturas (LEL) e
Licenciatura em Letras, Língua Inglesa e Literaturas (LIL) do DCH – Campus V, situado no
município de Santo Antônio de Jesus.
86
Conforme consta nos Projetos de Reconhecimento dos cursos de LEL e LIL estes têm
como finalidade formar professores de Língua Espanhola e Língua Inglesa para atuar na
Educação Básica, desta forma, infere-se que serão profissionais da educação que irão atuar no
Ensino Fundamental, no Ensino Médio ou na EJA. Para tal, de acordo com os projetos dos
referidos cursos faz-se necessário o desenvolvimento das competências linguísticas, literárias e
didático-pedagógicas, através de um processo de articulação entre a teoria, a pesquisa e a prática
pedagógica. Além da docência, os licenciados destes cursos poderão exercer funções de redator e
revisor de textos em jornais, revistas, periódicos, criação e implementação de políticas
educacionais relacionadas com o ensino da língua e literatura estrangeira estudada.12
Neste sentido compreendemos que enquanto profissional para a função no magistério o
professor deve estar habilitado para o uso e desenvolvimento dos elementos linguísticos e
literários relacionados às línguas de estudo, espanhol e inglês e, principalmente, para aplicá-los
em seu campo de atuação, levando em consideração o contexto educacional, adequação aos
níveis e modalidades de ensino da educação básica assim como ao contexto social, político e
cultural dos sujeitos ai inseridos, a fim que venha a tornar-se um agente de transformação a partir
das manifestações relacionadas aos conhecimentos linguísticos e literários das línguas
estrangeiras, espanhol e inglês, por ele difundidos em seu campo de atuação profissional, ou seja,
nas instituições de ensino.
Com uma carga horária total de 3225 horas distribuídas em oito semestres, os currículos
dos referidos cursos estão organizados a partir de quatro eixos: Eixo de Conhecimentos de
Natureza Científico Cultural (CNCC), Eixo de Formação Docente (FD), Eixo Interdisciplinar e
Eixo das Atividades Acadêmico-Científico-Culturais (AACCs). De acordo com o Projeto dos
cursos, a partir destes eixos procura-se tornar evidente a prática pedagógica desde os primeiros
momentos do curso, assim como a integração entre a pesquisa, a extensão e o ensino promovendo
o desenvolvimento das habilidades e competências para um bom desempenho profissional e
atendendo ao tripé que caracteriza a universidade, ensino, pesquisa e extensão. Ainda de acordo
com o projeto dos cursos, os Eixos de FD, EI e AACC são compostos por conteúdos
12
Projeto de Reconhecimento do curso de letras com Habilitação em Língua Espanhola – Licenciatura. Disponível
em: https://portal.uneb.br/santoantoniodejesus/cursos/letras-lingua-espanhola/?post_id=3321
87
SEMESTRE
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º TOTAL
EIXO
CH CH CH CH CH CH CH CH CH
CIENTÍFIC
CONTEÚD
LARES DE
CULTURA
NATUREZ
NATUREZA
CURRICU
EIXO DE
CIENTIFIC
OS
1.935
L
O-
CULTURAL
(CNCC)
EIXO DE FORMAÇÃO
PRÁTICA
DOCENTE
PEDAGÓGIC
A (PP) 135 45 45 105 45 45 60 - 480
ESTÁGIO
CURRICULAR
- - - - 100 100 100 100 400
SUPERVISIONAD
O (ECS)
INTERDISCIPLIN
EIXO
SEMINÁRIO
INTERDISCIPLINA
R DE PESQUISA 45 45 - - - 30 45 45 210
AR
(EI)
ATIVIDADES
ACADÊMICO-CIENTÍFICO- 200 200
CULTURAIS (AACC)
TOTAL GERAL 390 390 405 390 430 415 385 220 3.225
Fonte: Projeto de Reconhecimento do Curso de Letras com Habilitação em Língua Portuguesa – DCH-Campus V
13
Projeto de Reconhecimento do curso de letras com Habilitação em Língua Espanhola – Licenciatura. Disponível
em: https://portal.uneb.br/santoantoniodejesus/cursos/letras-lingua-espanhola/?post_id=3321
Último acesso 03/07/2018.
88
O que inferimos a partir da leitura das ementas dos componentes de PP do eixo de FD dos
Cursos de Letras, Línguas Estrangeiras é que não se encontram em uma seara diferente daquela
que observamos nos componentes desse mesmo eixo no curso de LPL. Os componentes deste
90
eixo transitam por todo o curso, em quase todos os semestres e alternam temas relacionados à
pesquisa e ao ensino da língua estrangeira que visam preparar o profissional para o campo da
investigação científica na dimensão do campo do conhecimento linguístico e literário da língua
espanhola ou língua inglesa e a preparar o professor para a atuação em sala de aula, através da
abordagem de conteúdos relacionados a métodos de ensino de língua estrangeira, planejamento
de aula, papel do professor de língua estrangeira, orientações didáticas e pedagógicas a partir de
documentos específicos da área de estudo, mas, apenas nos níveis regulares da educação básica:
Ensino Fundamental e Médio.
Entretanto, sabemos que a Educação Básica não se compõe apenas de Ensino
Fundamental e Médio. Neste sentido, percebemos que não há nenhuma evidência nas ementas,
tampouco nos conteúdos propostos para os componentes do eixo de FD que mencione a EJA,
suas diretrizes, seus sujeitos ou discussões que venham corroborar com a formação do professor
para atuação nesta modalidade. Observamos propostas de conteúdo, como a LDBN, que podem
suscitar a discussão e o seu estudo uma vez que a educação de jovens e adultos está integrada
institucionalmente à educação básica através deste documento, mas, não há nenhuma indicação
explicitada de que o docente do componente desenvolva alguma discussão relacionada à EJA.
Concordamos com Viñal Junior (2015, p.97) quando o autor coloca que:
A questão curricular apresenta-se como uma grande problemática quando falamos sobre
a presença da EJA nos cursos de formação de professores no Brasil. Principalmente
porque currículo está para além da presença de conteúdos dispostos em uma lista que
compõe qualquer este ou aquele componente curricular, ainda mais quando falamos da
EJA cujos sujeitos possuem necessidades, especificidades e saberes específicos.
Observamos que a ausência da EJA nas ementas dos componentes de PP dos cursos de
Letras Estrangeiras do Campus V da UNEB reforça a ausência de estudos e discussões nesta
modalidade de ensino na estrutura curricular dos cursos de formação docente colocada pelo autor,
o que provoca uma grande lacuna na preparação do professor de espanhol ou inglês indicando
mais uma vez que, apesar de institucionalizada e de possuir características que demandam uma
atenção especial é uma modalidade que vive às margens da gestão pública.
Vejamos abaixo o quadro de ementas dos componentes de ECS do curso de estrangeiras:
91
COMPONENTE EMENTA CH
ESTÁGIO Estuda e diagnóstica a prática e a realidade do ensino de línguas 100
CURRICULAR estrangeiras no ensino fundamental e médio.
SUPERVISIONADO
I
ESTÁGIO Planeja e executa as atividades docentes através de minicursos, 100
CURRICULAR cursos de extensão, e outros, visando à prática docente para o ensino
SUPERVISIONADO fundamental e médio.
II
ESTÁGIO Orienta, reflete a teoria e a prática do fazer pedagógico, avaliando e 100
CURRICULAR diagnosticando as deficiências do processo ensino-aprendizagem,
SUPERVISIONADO elaborando formas de intervenção pedagógica através da regência no
III ensino fundamental.
ESTÁGIO Orienta e reflete acerca da prática pedagógica, avaliando e 100
CURRICULAR diagnosticando o processo de ensino-aprendizagem, elaborando
SUPERVISIONADO formas de intervenção pedagógica através da regência no ensino
IV médio.
Fonte: Dados produzidos pela pesquisadora, 2018.
Art. 8º O (A) egresso (a) dos cursos de formação inicial em nível superior deverá,
portanto, estar apto a:
I – Atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma sociedade justa,
equânime, igualitária;
II – Compreender o seu papel na formação dos estudantes da educação básica a partir de
concepção ampla e contextualizada de ensino e processos de aprendizagem e
desenvolvimento deste, incluindo aqueles que não tiveram oportunidade de
escolarização na idade própria;
III – trabalhar na promoção da aprendizagem e do desenvolvimento de sujeitos em
diferentes fases do desenvolvimento humano nas etapas e modalidades de educação
básica (BRASIL, 2015)
O artigo das DCN traz claramente em seu texto que o profissional do magistério deve
estar preparado para atuar não apenas nos níveis Fundamental e Médio, mas também nas diversas
modalidades da Educação Básica e nestas está inserida a EJA. As DCN para a Educação de
Jovens e Adultos, parecer CNE/CEB nº 11/2000 dispõe também, em seu artigo IV, sobre a
formação docente para esta modalidade de ensino. Concordando com Dantas et. Al (2017, p. 188)
“A EJA, ao ser compreendida como uma modalidade da Educação Básica, requer um tratamento
e o atendimento às suas particularidades, o que remete a pensar também a formação docente”.
A EJA é uma modalidade de ensino destinada aos jovens e adultos que não tiveram acesso
à escolarização na idade adequada, pessoas socialmente excluídas e carentes que veem na escola
uma oportunidade de reaver seu espaço na sociedade enquanto cidadãos, composta por sujeitos
que apresentam uma grande diversidade social, cultural, de gênero, raça, idade, religião. Uma
modalidade de ensino que apresenta especificidades e não pode ser conduzida aplicando-se os
mesmos conteúdos, procedimentos pedagógicos e didáticos ofertados nas turmas dos níveis de
ensino Fundamental e Médio regulares ou fazendo-se adaptações curriculares. É preciso que o
docente apresente conhecimentos e reflexões prévias acerca desta modalidade e, principalmente,
dos sujeitos e do contexto social em que vivem.
Diante da proposta de um curso com um currículo que se apresenta como flexível, a fim
de atender a diversidade e heterogeneidade com a qual convivemos e proporcionar uma formação
que respeite estas características, pressupõe-se que seja necessário a inserção de elementos que
ofereçam ao futuro docente um conhecimento que o faça adquirir competências e habilidades
para atuar em todos os níveis e modalidades da Educação Básica, incluindo a EJA e não apenas
nos níveis Fundamental e Médio regulares.
A EJA é uma modalidade da Educação Básica e como tal é basilar que o futuro professor
da área de Licenciatura em Letras, Português ou Estrangeiras, enquanto educador e agente que
93
Desde a sua origem, há 38 anos, quando era Faculdade de Formação de Professores até os
dias atuais como Departamento da UNEB, há 21 anos, o Campus V atende uma vasta região e
constitui-se uma instituição predominantemente formadora dos profissionais da educação de todo
o território onde está localizado. Não apenas com os cursos presenciais de Licenciatura do
Campus, mas, também, com a oferta de Programas Especiais de Formação de Professores,
Pedagogia e Licenciaturas, em diversos municípios da região do recôncavo baiano em parceria
com as prefeituras dos municípios onde são ofertados os cursos.
Neste contexto, inferimos que muitos dos professores que atuam nas redes estaduais,
municipais e particulares de Santo Antônio de Jesus e todos os municípios circunvizinhos são
egressos do Campus V, conferindo à instituição uma enorme importância para a região e grande
responsabilidade na formação destes profissionais. Assim, é fundamental que os docentes
formadores estejam conscientes dos diferentes níveis e modalidades da educação básica nas quais
podem inserir-se os professores para que possam prepará-los para atuar nestas de forma
competente.
Primeira instituição em nível superior do município o DCH, Campus V da UNEB é
constituída por gestores e técnicos administrativos que trabalham em prol de uma instituição
organizada e com uma estrutura física que atenda a demanda da comunidade acadêmica apesar
dos problemas orçamentários, por estudantes advindos de todas as regiões do recôncavo que
chegam embalados pelo sonho de uma formação profissional em uma instituição de nível
superior e pública e por docentes que vêm de diversas regiões da Bahia, especialistas, mestres,
doutores e pós-doutores das diversas áreas do conhecimento que contribuem para o
desenvolvimento profissional dos discentes e a expansão do conhecimento. Estes últimos,
docentes e discentes, são os atores principais do cenário investigativo desta pesquisa.
4.1.1 A receptividade dos sujeitos partícipes da investigação, docentes e discentes dos cursos
de Licenciatura em Letras Vernáculas, Espanhol e Inglês
O cenário investigativo desta pesquisa foi composto por cinco professoras dos
componentes de Estágio Supervisionado I dos cursos de LLP, LLE e LLI da UNEB, incluindo a
pesquisadora, uma vez que esta faz parte do corpo docente do curso de Letras, Língua Espanhola
96
Não é possível falar dos primeiros olhares sobre a investigação em pauta sem descrever
um pouco do percurso trilhado pela pesquisadora na seara da Educação e como chegou até o seu
objeto de estudo, a formação dos professores da EJA nos cursos de Licenciaturas em Letras da
UNEB, Campus V.
Graduada em Licenciatura em Letras Vernáculas no ano de 1992, Especialista em Língua
Espanhola, Professora da Universidade do Estado da Bahia do Curso de Licenciatura em Letras,
Língua Espanhola e Literaturas desde o ano de 2002 e há mais de dez anos atuando na área de
Estágio Curricular Supervisionado, antes de ingressar na academia como Professora de um curso
98
com estrutura curricular diferente dos níveis regulares do Fundamental e Médio regulares e com
características próprias e peculiares.
A partir desse momento passamos a perceber uma lacuna existente no curso em que
atuamos como docente de estágio no que se refere aos estudos e reflexões em torno da EJA e,
principalmente, na formação do futuro educador que pode vir a atuar como docente nesta
modalidade de ensino da Educação Básica após a conclusão do curso de licenciatura, como
aconteceu com a professora regente acima citada. Assim, dessas primeiras impressões nasceu este
projeto de pesquisa com vistas a investigar como os cursos de Licenciatura em Letras, Língua
Portuguesa, Língua Espanhola e Língua Inglesa da UNEB, Campus V, contribuem para a
formação dos futuros professores no que tange à docência na EJA, uma vez que muitos deles,
como a professora regente de espanhol com a qual tivemos o primeiro contato, irão atuar nesta
modalidade de ensino.
Na trilha do caminho da pesquisa, a coleta de informações acerca da formação do
professor da EJA iniciou-se no lócus desta investigação, o DCH, Campus V da UNEB, onde atua
a pesquisadora, através das narrativas dos sujeitos partícipes, docentes e discentes dos cursos em
estudo, coletadas nos diversos diálogos informais estabelecidos com estes e de observações
participativas que aconteceram, primordialmente, durante os encontros dos professores de estágio
nas reuniões da comissão setorial de estágio do DCH, Campus V.
As reuniões da Comissão Setorial de Estágio acontecem uma vez ao mês com os docentes
de todos os cursos do DCH, Campus V, com o propósito de discutir assuntos relacionados à área
de Estágio Curricular Supervisionado. A cada início de semestre são planejadas e organizadas as
atividades de Estágio para o período e são compartilhadas as informações relacionadas às
instituições de ensino da Educação Básica que irão receber os estudantes estagiários, turmas e
horários disponíveis de cada instituição escolar das áreas relativas aos cursos de licenciatura do
Campus. Neste momento, observamos que na relação constam os nomes das Escolas, horários e
turmas da EJA em algumas áreas como opção de realização do estágio pelos discentes.
Entretanto, percebemos que não há muitos encaminhamentos de estagiários para as turmas dessa
modalidade de ensino.
Nos diálogos estabelecidos com algumas professoras de estágio perguntamos por que não
há uma constância no encaminhamento de estagiários para turmas da EJA. Uma das professoras
disse não saber que havia a oferta da EJA para o ensino Médio. Outro, disse que não
100
encaminhava porque só tinha aula da EJA no noturno e ficava complicado fazer supervisão à
noite. Outro, disse que não conhecia nada desta modalidade e por isso não encaminhava seus
alunos, sentia-se desconfortável em orientar para um público que não conhecia.
As respostas dos docentes de Estágio demonstram o pouco conhecimento que os
formadores têm sobre esta modalidade de ensino e como orientam o seu trabalham seguindo
exatamente o que está estabelecido no currículo dos cursos. Como vimos na análise do ementário,
não há nenhuma indicação de estudos ou reflexões em torno da EJA, todas as orientações
pedagógicas e metodológicas são direcionadas para o ensino da Língua Portuguesa ou da Língua
Estrangeira para o Ensino Fundamental e Médio regulares. Concordando com Arroyo (2016, p.
15) “A formação pedagógica e docente gira toda para conformar o protótipo do profissional fiel
ao currículo, [...]”.
Apesar de identificarmos que são poucos os discentes encaminhados para realizar estágios
em turmas da EJA, percebemos que a regência nesta modalidade de ensino nestes últimos
semestres tem suscitado algumas discussões nos encontros da área de estágio. De acordo com o
relato de uma professora sobre seu aluno que estava realizando o estágio de regência em uma
turma da EJA, no turno vespertino “os estagiários não planejam adequadamente, as atividades
que desenvolvem não conseguem despertar na turma interesse pelo que está sendo exposto, há
grande dispersão e indisciplina na sala de aula” (D1).
Inferimos que esses problemas observados pela professora em relação às aulas do seu
estagiário na turma da EJA são advindos do desconhecimento que ambos, professor formador e
estagiário apresentam em relação às particularidades apresentadas por esta modalidade de ensino
e pelos sujeitos que a compõem e ao fato de ser feita a transferência de atividades, metodologias,
avaliações que seriam desenvolvidas nas turmas regulares do Ensino Fundamental para uma
modalidade que é composta por um grupo que apresenta muitas especificidades e uma
diversidade de etnia, raça, classe, gênero e são oriundos de um processo de exclusão advindo
dessa mesma avaliação escolar. Concordando com Barreto (2006, p. 44)
Apesar desse automatismo em que vivemos, observamos que as discussões nas comissões
setoriais de estágio do Campus V, geradas pelo desconforto criado nos professores supervisores
que começam a encaminhar seus estagiários para as turmas da EJA e sentem algum nível de
dificuldade por conta do desconhecimento sobre esta modalidade de ensino conseguiu plantar um
sinal de alerta e a necessidade de revisão das nossas práticas em relação à formação do professor,
assim como o incremento de novas ações curriculares que possam contribuir para a
ressignificação e transformação desse cenário.
Essas primeiras impressões contribuíram para orientar a construção das oficinas de
formação desenvolvidas para a realização do grupo focal. A partir das informações obtidas foram
determinados os temas a serem explorados e que serviram como base teórica para docentes e
discentes nas discussões sobre a EJA e o currículo dos cursos de letras na formação do educador
desta modalidade. As oficinas de formação, sua estrutura, desenvolvimento e análise estão
descritas no capítulo que segue.
103
Esta primeira Oficina de Formação teve como objetivo dialogarmos sobre o período
histórico e político da EJA no Brasil, quando e como ela foi inserida em nosso país, em que
contexto, como se desenvolveu desde o período colonial e como prosseguiu até o período militar.
Neste contexto buscamos refletir sobre os movimentos e campanhas populares e a contribuição
de Paulo Freire para a alfabetização de adultos e a educação brasileira.
Antes de entrarmos propriamente na exposição da temática, dialogamos um pouco sobre a
importância da educação escolar, o reconhecimento social do sujeito e a sua inserção na
sociedade assim como o crescimento profissional possibilitado pela educação. A fim de conhecer
melhor os partícipes da pesquisa, que saberes traziam, o que pensavam, o que faziam, a
105
pesquisadora e condutora das oficinas precisou fazer algumas intervenções com questionamentos
para fomentar o diálogo, o debate e as reflexões. Assim, iniciamos nosso diálogo perguntando aos
discentes quem atuava como professor.
Apesar de serem alunos do 5º semestre, sabemos que muitos já entram no curso atuando
na profissão e outros se iniciam em estágios extracurriculares a partir do 3º semestre. No universo
dos sujeitos da pesquisa apenas três deles, 20%, já trabalhavam como professores. Nenhum
destes tinha experiência com a EJA, entretanto, uma aluna disse ter trabalhado com a
alfabetização de adultos no Programa Todos pela Educação, TOPA, antes de entrar na faculdade.
Quanto às duas docentes que participaram deste encontro, ambas trabalhavam na educação
básica, mas, apenas uma delas com a EJA e há menos de dois anos. A outra informou que
conhecia esta modalidade pelo que ouvia dos colegas da educação básica, mas, nunca trabalhou
com esse grupo.
Perguntamos então o que sabiam sobre a educação de jovens e adultos.
As pessoas que trabalhei no TOPA eram pessoas que não tiveram estudos, não sabiam
ler e escrever e nós ajudamos a alfabetizá-los. Alguns não sabiam nada, mas no final
quase todos sabiam escrever seus nomes. (Aluna 01)
Eu observei uma turma de EJA em Estágio Supervisionado I e percebi que são alunos
que trabalham o dia todo e só podem estudar no turno noturno e muitos vão direto do
trabalho. (Aluno 02)
Eu dou aula na EJA, que a gente chama de eixo, os alunos se formam em dois anos.
Primeiro ano tem aulas de linguagens e humanas e segundo ano ciências sociais e exatas.
São turmas compostas por alunos que retornam à escola depois de alguns anos sem
estudar. (Docente 1)
Nunca tive experiência com a EJA e o pouquíssimo contato que tive foi observando
alunos de estágio fazendo a regência na EJA (Docente 2)
Brasil. Mas, os participantes não demonstraram nenhum conhecimento relacionado ao que estava
sendo exposto sobre a EJA, tudo parecia ser novidade, novos conhecimentos.
Nem mesmo sobre a educação popular, cultura popular ou os movimentos de cultura
popular houve alguma intervenção. Tratando-se de alunos de cursos de Licenciatura em Letras e
Literaturas, esperávamos que dissessem algo sobre a cultura popular, mas, nenhum dos
participantes expressou nenhum tipo de conhecimento sobre o assunto. Como o silêncio também
informa, nesta primeira oficina era quase que total por parte dos participantes que nem sequer
tentavam fazer associação com outros estudos, como as literaturas estudadas no curso, inferimos
que os discentes realmente não tinham nenhum conhecimento sobre o tema.
Uma das docentes, incentivada pela pesquisadora disse: “pesquiso sobre cultura, mas não
especificamente nesta área, mas, assim, pelo que o nome acaba passando, é que seria uma
educação mais voltada para uma população mais carente, não sei” (Docente 2). Percebemos aí
neste contexto o que Macedo (2007) dispõe em relação a estarmos acostumados a ver o mundo
aos pedaços, o conhecimento fragmentado, a formação organizada por áreas, numa perspectiva
disciplinar advinda da Idade Média, mas, que no que se refere à organização das formações
institucionalizadas se prolifera e se constitui como uma opção na modernidade científica.
Concordando com Nóvoa (2005), essa estrutura disciplinar não dá conta de atender as atuais
necessidades educativas.
Seguindo a proposta do grupo focal nesta oficina, dialogando coletivamente sobre a EJA,
seguimos assim, nosso estudo com Paulo Freire e o sistema de ensino utilizado por ele em
Angicos que foi seguido por todo o país, apresentando sua importância nas lutas pela educação
dos adultos e o legado que ele deixou em suas obras. O que nos surpreendeu é que apenas uma
das docentes falou do contato com a obra de Freire quando era estudante do magistério e da
importância do autor para sua formação enquanto educadora. Uma das alunas comentou que “em
uma das aulas do professor... ele colocou o grupo em círculos e fez uma atividade conosco e disse
que ele utilizou um sistema parecido com o de Paulo Freire” (ALUNA 03).
Os alunos colaboradores da pesquisa e participantes da oficina são estudantes do 5º
semestre, com mais de cinquenta por cento do curso concluído e, até então, não tiveram nenhum
contato com as obras de Paulo Freire. Alguns citaram a Obra Pedagogia do Oprimido, quando
perguntado se conheciam alguma, mas nunca leram.
107
Não se trata de que seja obrigatório que todo educador tenha que conhecer e ler as obras
de Paulo Freire, mas, enquanto professores ou futuros professores é necessário ultrapassarmos os
limites da simples curiosidade. Citando o próprio Paulo Freire “A conscientização implica, pois,
que ultrapassemos a esfera espontânea de apreensão da realidade para chegarmos a uma esfera
crítica na qual a realidade se dá como objeto cognoscível e na qual o homem assume uma posição
epistemológica” (FREIRE, 1980, p. 26).
Quando falamos sobre o período militar, o exílio de Paulo Freire e o fim dos MCP, ao
expor sobre o MOBRAL, alguns alunos narraram o que sabiam sobre este movimento.
Eu ouvi falar do MOBRAL pelos meus pais que estudaram né, não sabiam ler nem
escrever e iam a noite depois do trabalhao e lá aprenderam a fazer o nome e ler, tem até
um certificado em casa (ALUNA 04)
Esse MOBRAL tinha aquele método de ensino que era ensinado em casa (ALUNA 05)
Esse conhecimento colocado pelos alunos partícipes da pesquisa não veio dos saberes
adquiridos das leituras e estudos acadêmicos, mas, do ouvir dizer, das vivências e experiências
trazidas por outros, mas, não quer dizer que sejam menos importantes que os conhecimentos
teóricos e científicos adquiridos na academia. Concordando com Macedo (2007, p.146)
“destrivializar a percepção de uma experiência educativa não implica em descartá-la totalmente
enquanto possibilidade narrativa e dialógica”, trata-se da necessidade de ir além do ouvi dizer, ir
em busca de novos conhecimentos, nos apropriarmos de outros saberes e, acima de tudo,
transformá-los e ressignificá-los para então reutilizarmos em outros contextos e narrativas.
As narrativas dos partícipes nos diálogos e discussões fomentadas neste primeiro encontro
do grupo focal durante o desenvolvimento da primeira oficina de formação deixa evidente a falta
de conhecimento sobre a EJA e ratifica o que vem sendo observado desde a análise dos
componentes curriculares dos cursos pesquisados e nas primeiras impressões obtidas a partir das
observações e os registros do diário de campo: a lacuna existente nos cursos de Licenciatura em
Letras no que se refere à formação do discente destes cursos e a necessidade de criar elementos
em seus currículos que preparem o professor para atuar nesta modalidade, pois, ela faz parte do
sistema educativo e, como tal, é basilar que os futuros professores possuam conhecimentos
necessários para que possam atuar com competência.
108
5.1.2 Oficina II: As Leis e normas que amparam a EJA e a sua oferta dentro dos sistemas
de ensino
Eu nem sabia que tinha EJA no ensino médio, achei que era somente para alfabetizar os
adultos que não sabiam ler e escrever (ALUNA 07).
A voz da discente vai, uma vez mais, ratificando a falta de conhecimento sobre a EJA no
cenário dos cursos investigados e a conscientização de que esta é uma lacuna que os cursos de
licenciatura precisam resolver a fim de contribuir de maneira mais eficaz com a formação dos
futuros professores e com a educação de jovens e adultos que poderá contar com educadores mais
preparados para trabalhar com as especificidades próprias desta modalidade e de seus sujeitos.
Na seara da EJA não é possível pensar esta modalidade de ensino sem considerar os seus
sujeitos e todas as suas especificidades. De acordo com Arroyo (2017, p. 105) “Na história da
Educação de Jovens e Adultos as políticas e diretrizes têm sido legitimadas em múltiplos olhares
sobre eles: analfabetos,... no tempo de recuperar não feitos na idade regular, tempo de reparação
de aprendizagens”. A partir do que já havíamos visto até o momento, dos conhecimentos que já
possuíam, quando perguntamos o que sabiam ou poderiam dizer sobre os sujeitos que compõem a
EJA, tivemos as seguintes inferências dos participantes da oficina:
Eu acho assim, como eles se afastaram por algum motivo, trabalho, constituiu família,
eles retornam para resgatar o tempo perdido. É um público que tem uma idade mínima,
mas também uma idade muito avançada. (ALUNA 08).
Cada estudante que se encontra ali tem sua história de vida, suas características.
(ALUNA 10)
O aluno da EJA não é uma tábua rasa, eles têm um conhecimento de mundo, as suas
experiências e aprendemos muito com eles. (ALUNA 03).
A maioria dos alunos da EJA vem de um histórico de desistência escolar por vários
motivos, a necessidade de trabalhar para ajudar a família, a mãe que abdicou do estudo
em prol da família, e temos agora muitos jovens que sairam a pouco tempo da escola,
mas e aqueles repetentes de muitos anos e foram transferidos para esses eixos para
concluir o periodo escolar. (DOCENTE 01).
pessoal, de alguma forma percebemos uma interrelação entre os sujeitos da EJA com esses
sujeitos e suas realidades como podemos perceber através de suas falas.
Esse sujeito do Eja, pode ser, eu não me encaixo dentro dele porque na época não
existia, eu tive que fazer o primeiro, segundo, terceiro ano, oitava série, no Estadual, mas
eu tinha que passar por um problema difícil, porque eu saia do trabalho, não dava tempo
ir em casa eu ia para o colegio para voltar para casa no último horário. Pessoas que
participam do eja são pessoas que precisam trabalhar e não pode estudar. (ALUNA 08).
Minha filha fez a matricula em dois vestibulares, eu disse que não fizesse isso não que já
estou velha, mas ela me inscreveu, eu estudei três meses sozinha em casa. (ALUNA 08).
Eu fiquei mais de 20 anos fora da escola, e assim, quando voltei a estudar, para mim foi
uma dificuldade grande porque foi como se eu estivesse me alfabetizando, então no
primeiro ano eu não consegui acompanhar, somente no segundo ano fui começando a
acompanhar o movimento. As pessoas falam e perguntam se o Universidade para Todos
funciona e eu fiz e agora estou aqui, vai depender também da vontade do aluno.
(ALUNO 09).
O que me faz estar no curso é que eu gosto de português, mas se vou seguir a carreira de
professor, só depois que concluir para saber. (ALUNO 09).
A gente tem que ter consciência de que o professor é agente de transformação, que não
vamos conseguir mudar o mundo, mas, posso contribuuir para tranformar a vida de um,
dois ou dez sujeitos que vão em busca de melhores condições de vida através da escola.
(ALUNA 10).
O que percebemos a partir das inferências dos participantes neste momento inicial é que
demonstram ter uma consciência em relação ao papel do professor e das dificuldades e desafios
enfrentados pelo profissional da educaçãoe e, ainda que não atuem como professores,
observamos que já começam a desenvolver uma reflexão crítica sobre o enfrentamento dos
problemas relacionados à educação, como se já estivessem inseridos no contexto profissional.
Giroux (1997), percebendo os professores como intelectuais diz que os docentes devem não
somente compreender as circunstâncias em que se desenvolve o ensino, mas, adquirir basess para
a crítica e a transformação das práticas sociais que permeiam a insituição escolar.
Com base no que havíamos visto, discutido e refletido até o momento sobre a EJA,
partimos então para uma reflexão em torno do docente que atua nesta modalidade de ensino que
apresenta tantas especificidades. Dantas (2017), que discute a formação do professor da EJA
chama atenção para a falta de uma formação específica para esta modalidde e as narrativas dos
nossos partícipes não somente ratifica o que coloca a autora mas, chama a atenção não somente
para a total falta de formação de profissionais que trabalham com a educação de jovens e adultos
mas, demonstra a falta de compromisso das políticas públicas que sempre a colocou às margens
dos investimentos políticos, educacionais e sociais do país.
Eu tenho uma amiga que ela nem é formada e foi chamada pela prefeitura para dar aula
em casa da eja, e a prefeitura pagava e dava o material. ( ALUNA 05).
Em 2016 fui convidado para dar aula na EJA de física e química, como não era de minha
área eu não aceitei. Quem ficou com a turma foi uma amiga, que não tem nem formação
no magistério. (ALUNO 09).
Como eu já disse antes, o que acontece nas escolas e turmas da EJA é que os professores
assumem estas turmas como complementação de carga horária, sem o compromisso de
contribuir para a tão sonhadada inclusão social desses sujeitos que estão alí em busca de
transformar a realidade na qual estão inseridos, cansados de serem excluidos sociais
porque não tem uma escolaridade completa. (ALUNA 10).
Infelizmente, a EJA tem sido colocada às margens da educação não apenas pela falta de
investimentos por parte das políticas públicas, ela tem sido esquecida pelos cursos de formação
inicial de professores, especificamente as Licenciaturas cujos currículos não contemplam
componentes que discutam sobre esta modalidade de ensino, ainda que ela seja legalmente
institucionalizada pela LDB, que tenhamos as DCN para a EJA enfatizando a necessidade de
profissionais da educação com formação apropriada para dar conta da diversidade que apresenta
em suas turmas, além de outras resoluções. As falas dos discentes dos cursos de letras, partícipes
da oficina e colaboradores desta investigação comprovam o que falamos sobre a falta de
discussão sobre essa modalidade de ensino no currículo dos cursos de licenciatura.
Discussões como esta deveriam ser mais frequentes no curso, porque Eu já estou no 7º
semestre, mas até agora nunca tive nenhuma disciplina ou discussão sobre esta
modalidade, já fui convidado para dar aula nesta modalidade mas o que conheço não é
suficiente, não tenho nenhuma preparação (ALUNO 02).
Bom, eu me interessei na temática sobre a eja para meu tcc, fui fazer um levantamento
bibliográfico, percebi que existem muitas produções sobre o tema, poucos relacionados
aos métodos de ensino do português aplicado para essa turma, e percebi que no nosso
curso nunca havia tido nenhum conhecimento direcionado para essa educação. (Aluna
05).
É a primeira vez que estamos escutando algo sobre a EJA. (ALUNA 10).
As disciplinas que poderiam trabalhar com temas relacionados com a EJA são as de
prática pedagogica ou estágio. Nestas disciplinas estudamos teoria da aprendizagem,
concepções pedagógicas, planejamento, mas nunca discutimos sobre a EJA.
(ALUNA11).
Autores como Arroyo (2016), Soares (2006), Dantas (2017) discutem sobre a EJA e a
formação de seus educadores e colocam sobre a necessidade de uma formação específica desse
professor, dadas as características peculiares dessa modalidade de ensino, entretanto, o que temos
observado nas escolas é que o professor que assume as turmas da EJA normalmente não tem
nenhum tipo de formação ou capacitação, não conhece o suficiente para desenvolver um bom
trabalho em sala de aula, assume a turma para complementar a carga horária e normalmente
transfere a metodologia utilizada nas turmas regulares para essa modalidade que requer
115
metodologias e práticas pedagógicas que incentivem os seus sujeitos que vêm de uma jornada de
trabalho e estão há algum tempo longe da escola, com baixa autoestima.A transferência das
metodologias utilizadas nas turmas regulares normalmente não vão dar conta da diversidade
apresentada por este grupo.
O que ficou perceptível nesta Oficina IV, que fecha esta etapa da pesquisa, é que pelas
narrativas dos sujeitos partícipes mais uma vez foi detctada a lacuna nos cursos de letras da
UNEB, Campus V no que se refere à ausência de elementos curriculares relacionados à Educação
de Jovens e Adultos na formação do futuro professor. Como já colocado neste e em capítulos
anteriores, com apoio teórico de diversos autores, resoluções e leis, a EJA é uma modalidade de
ensino institucionalizada, que apresenta muitas especificidades, principalmente a de apresentar
em suas turmas uma diversidade de sujeitos que vivem em busca de uma inserção social e
acreditam que a educação que um dia lhes foi negada pode ser a via de acesso agora, mas, para
isso, essa educação precisa contar com educadores preparados e capacitados que possam
contribuir de forma efetiva com estes cidadãos. Sendo a EJA uma modalidade da Educação
Básica e sendo este o campo de trabalho dos profissionais que concluem os Cursos de Formação
de Professores, é peremptório que estes apresentem em seus currículos elementos que preparem o
professor para atuar também nesta modalidade de ensino.
Esta pesquisa tem como objetivo perceber como o currículo dos cursos de Letras da
UNEB, Campus V, contribui para a formação da docência para a EJA, ou seja, perceber quais os
elementos que o currículo apresenta e como os formadores têm preparado os formandos para que
sejam agentes de transformação. Neste sentido, os capítulos anteriores que foram traçados a partir
dos objetivos específicos propostos para a pesquisa, apresentaram a coleta das seguintes
informações: Currículo dos cursos de Letras e a EJA, Capítulo III; ECS e orientação para EJA,
Capítulo IV; EJA e a formação de seu educador, Capítulo V. Cada um desses capítulos representa
uma categoria que traz a decomposição das informações, como descrito no capítulo
metodológico. Neste capítulo trazemos a sistematização destas categorias, tentando mostrar as
relações existentes entre elas na busca de compreender os significados existentes, como
representado na figura abaixo:
ECS e
Currículo dos orientação para
cursos de EJA
Letras e a EJA
EJA e a formação
de seu educador
Assim, tentando filtrar o que as três categorias trazem em comum, observamos que ficou
evidente, a partir das informações coletadas e colocadas nas três categorias, a lacuna que existe
no currículo dos cursos com relação à formação do estudante de letras do Campus V, da UNEB,
para a docência na EJA.
No que se referem aos cursos pesquisados, as ementas do eixo de formação docente não
apresentam nenhum vestígio de discussão sobre a EJA e há uma concentração no ensino das
línguas para o Ensino Fundamental e Médio. Inferimos que esses elementos poderiam estar
implícitos e aparecessem nas discussões em sala de aula, pelos atos de currículo, mas, pelas
análises realizadas no capítulo III, o que ficou evidenciado foi um esquecimento total da EJA e o
desconhecimento sobre esta modalidade de ensino por parte dos professores formadores. As
vozes transcritas dos diálogos coletivos realizados nas oficinas de formação, no capítulo V
também evidenciaram essa falta de formação do educador da EJA nos cursos objeto desta
pesquisa. Em suas falas, todos disseram ser a primeira vez que discutem sobre a educação de
jovens e adultos desde o início do curso.
Diante do exposto, da mesma forma que não podemos pensar a educação como um
processo individualizado, não podemos pensar em um processo formativo dissociado do currículo
uma vez que este é o elemento condutor para a organização desse processo. Entretanto, o que tem
acontecido nos cursos de letras em questão e em muitos outros cursos de graduação é que,
infelizmente, ainda construímos o currículo, conforme Macedo, (2014) como um desenho
decalcado, de forma automatizada e mecânica, indicando em sua composição aqueles
conhecimentos e atividades considerados, por nós integrantes desse processo, como sendo os
elementos necessários à formação, pensando “pelos” sujeitos da formação, no que segundo a
nossa convicção deve ser aprendido, quando deveríamos pensar coletivamente “com” estes
sujeitos.
contempla essa modalidade e pela fala da docente acima os professores formadores também não
têm formação alguma sobre a EJA.
Mas, observamos, também, preocupação da docente e uma postura crítica de sua práxis,
indo ao encontro do que Giroux (1997) traz sobre os professores como intelectuais, quando eles
desenvolvem não apenas a compreensão da realidade em que se encontram, mas, tentam
desenvolver no coletivo uma crítica em relação à situação e vão a busca da transformação de suas
práticas e das práticas sociais em que se encontra a educação ou o ensino. Freire (1996) ressalta
também a importância do professor reflexivo e diz que essa reflexão crítica sobre a prática é
essencial para a sua formação.
Esta postura reflexiva em torno da necessidade de inserir a EJA na formação dos futuros
professores de Letras Vernáculas, Espanhol e Inglês foi observada também no capítulo V,
principalmente, pelas vozes dos discentes dos cursos, como percebemos pelas transcrições de
algumas de suas falas. Nesta categoria, percebemos não só um olhar reflexivo em torno da
necessidade de conhecer mais profundamente essa modalidade de ensino para que tenhamos
professores mais capacitados para atuar em suas turmas, mas, demonstraram um posicionamento
crítico em relação à situação política desta modalidade no nosso contexto educacional. “Apesar
de tudo que foi feito pela EJA, legalização, ela ainda é muito deixada de lado, e percebemos isso
aqui, que nunca estudamos sobre ela ou sobre os adultos”. (A03)
Todas as discussões nos levam a inferir que precisamos de fato repensar sobre essa
modalidade de ensino em todos os segmentos da educação para que seja oferecida ao cidadão
como direito, de fato, com respeito e dignidade, e não apenas como uma medida compensatória.
De acordo com Barreto (2006, p.41):
119
Para a Educação de Jovens e Adultos a educação não pode se limitar – como para os
filósofos – a interpretar o mundo de diferentes maneiras: o que importa é transformá-lo
(MARX; ENGELS, 1984). Deve ser uma educação que una teoria à prática em vistas à
transformação de cada um e de toda a sociedade; uma educação que melhore a vida
individual e coletiva de todo o povo brasileiro, não só espiritual, mas também,
materialmente.
docente da EJA até que haja a introdução desta temática na ementa de algum componente do eixo
de formação docente ou algum componente específico.
121
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A trilha construída para esta pesquisa assim como todo o caminho percorrido durante o
desenvolvimento e execução desta investigação que nasceu do questionamento sobre a formação
dos discentes dos cursos de letras da UNEB, Campus V, para a docência na EJA, foi alicerçada
no diálogo estabelecido com os autores que versam sobre a EJA, currículo, formação de
professores e, principalmente, nos estudos, diálogos e reflexões realizados, coletivamente, com os
partícipes colaboradores da pesquisa. Ademais, as experiências e vivências obtidas das
observações realizadas ao longo de todo o processo investigativo nos aportaram um significativo
conhecimento que nos ajudou a traçar as considerações ora apresentadas.
Iniciamos versando sobre a primeira percepção obtida desta pesquisa: o desconhecimento
que existe nas instituições de ensino sobre a educação de jovens e adultos, modalidade esta que
está sempre às margens das esferas públicas e políticas educacionais. Ficou perceptível, a partir
dos diálogos com as docentes, que este desconhecimento não acontece apenas no ensino superior.
Como vimos, alguns professores partícipes na investigação são docentes da educação básica, e,
além de não terem experiência com a docência na EJA, sabem apenas que se trata de uma
modalidade que oferece o Ensino Fundamental e Médio em um tempo reduzido para quem não
fez na idade regular. Estas são situações que nos levam a perceber como nos limitamos a viver
apenas no campo que nos compete. Cada um no seu mundo, com o pedaço do currículo que lhe
cabe. E a quem cabe a parte que trata da EJA? Percebemos que trata-se de uma parte da educação
que precisa se apoderar de seu espaço, de fato e de direito.
Observamos, a partir de nossos estudos, que existe um total apagamento no currículo dos
cursos pesquisados no que se refere à construção de conhecimentos sobre a EJA, sua estrutura,
seus sujeitos. Identificamos que, infelizmente, não se trata de um caso isolado, de um curso ou de
uma instituição de ensino que não discute a EJA. Como vimos, segundo os autores com os quais
dialogamos este é um problema que afeta a maior parte dos cursos de formação de professores
nas Instituições de Ensino Superior no Brasil, e, aqueles que apresentam algum elemento
curricular sobre esta modalidade, normalmente mais presente nos cursos de Pedagogia e quase
nunca nos de licenciaturas, o fazem de maneira insuficiente ou com uma disciplina optativa para
o curso que, na maioria das vezes nunca é cursada.
122
atuais, a sua legalização e a conquista ao direito de todo cidadão em ter uma educação de
qualidade, crítica, libertária e emancipatória, tal como foi pregada e desenvolvida por Freire na
década de 60, podem contribuir muito para o processo formativo do futuro professor,
especialmente, no que se refere ao desenvolvimento de um olhar mais crítico e reflexivo em torno
do contexto educacional ao qual estamos inseridos e a sua importância enquanto educador, uma
vez que ele é um agente de transformação e como tal pode contribuir para a inclusão social
daqueles que voltam à escola em busca de novas oportunidades. Entretanto, para que isso seja de
fato possível, é necessário que ele ressignifique a sua práxis, que se (in)forme e se transforme.
Neste sentido, inferimos que há uma necessidade não somente da inclusão da EJA nos
currículos dos cursos de letras, como também uma formação especial para os professores
formadores que trabalham ou trabalharão diretamente com os assuntos relativos a esta
modalidade de ensino nas instituições de ensino superior. Poderia ser uma formação realizada
através de mais oficinas de formação, debates e reflexões em círculos de leitura, grupos de
pesquisa nesta área, ciclos de palestras promovidos no campus com especialistas em EJA, que
podem contribuir tanto com os docentes como os discentes de todos os cursos, assim como com
os professores da educação básica da região que trabalham com a educação de jovens e adultos.
Em face disso, pudemos observar ao final das oficinas de formação, como elas foram
profícuas para os participantes, incluindo a pesquisadora, constituindo-se em um espaço de
aquisição de conhecimento, troca de informações, vivências e experiências a partir dos diálogos e
reflexões realizadas. Como consta nos depoimentos dos partícipes colaboradores da pesquisa,
elas promoveram um pequeno avanço no que diz respeito à formação e conscientização de
discentes e docentes quanto à aquisição do conhecimento relacionado a esta modalidade de
ensino, até então desconhecida, assim como fez com que percebêssemos a necessidade de inserir
ações curriculares que contribuam com a formação do educador da EJA.
Durante esse processo investigativo sobre a formação do aluno dos cursos de letras da
UNEB, campos V para a docência na EJA, concluímos que o currículo é um elemento chave para
a construção de um processo educativo e a construção de conhecimentos em todos os campos
educacionais e, principalmente, nos cursos de formação de professores visto que ele tem que
trazer elementos curriculares direcionados à formação do educador para os diversos níveis e
modalidades e não apenas aqueles relacionados ao preparo para o exercício técnico de uma área
do conhecimento em níveis específicos.
124
A partir das narrativas dos sujeitos participantes da pesquisa ficou clara a necessidade de
conhecer e refletir sobre a EJA e a inserção de componentes curriculares específicos para este
fim, ou que sejam inseridos elementos complementares sobre esta modalidade de ensino nas
ementas das disciplinas da área de Prática Pedagógica ou Estágio Curricular Supervisionado a
fim de que essa lacuna que existe nos cursos estudados seja resolvida.
A nova resolução de Diretrizes Curriculares para a Formação dos Professores da
Educação Básica em Nível Superior trouxe novas orientações para os cursos de formação inicial
de professores como a inserção de disciplinas que contemplem discussões em torno de direitos
humanos e cidadania, educação e diversidade, entre outros. Dessa forma, todos os Cursos de
Licenciatura da UNEB, entre eles os da área de Letras do Campus V, estão passando por um
processo de redimensionamento curricular, não apenas para atender ao solicitado pela resolução,
mas, partindo também das pesquisas com docentes e discentes dos cursos a fim de verificar o que
necessita ser revisto e melhorado.
Neste contexto, informamos que a inserção do componente Educação de Jovens e Adultos
no currículo dos cursos de Letras Espanhol e Inglês, produto desta pesquisa e resultado das vozes
de seus participantes colaboradores faz parte das mudanças no currículo destes cursos. Além do
componente EJA foi inserido o componente Psicologia da Educação que não era contemplado no
currículo dos cursos de Espanhol e Inglês, com uma ementa que prevê o estudo do processo de
aquisição da linguagem não somente da criança, mas do adolescente e, principalmente do adulto.
Sabemos que a inserção destes componentes nos cursos de Letras, Espanhol e Inglês, não
é o suficiente para atender a tantas demandas relacionadas à Educação de Jovens e Adultos que
tem sobrevivido às margens das políticas públicas e dos níveis regulares de ensino, mas é uma
conquista e um grande avanço tendo em vista a lacuna que possuía nestes cursos em relação a
esta modalidade de ensino.
Além da inserção do componente curricular EJA nos cursos, sugerimos, a partir das
análises dos diálogos coletivos, a oferta de cursos de extensão no Campus com vistas à promoção
de apoio teórico aos professores formadores e aos alunos que já estão em semestres mais
avançados e não obtiveram ainda nenhum conhecimento sobre esta modalidade. Também a
inserção de linhas de Pesquisa que contemple a área da Educação de Jovens e Adultos. Ouvimos
inclusive, de uma das participantes da oficina o seu interesse nesta área e uma pesquisa
encaminhada. Como produto também desta pesquisa, nos dois últimos semestres, foram
125
REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel G. Currículo, território em disputa. 5ª. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.
_________________. Passageiros da noite: do trabalho para a EJA itinerários pelo direito a uma
vida justa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
_______. Constituição da república dos Estados do Brasil de 1934. Rio de Janeiro, 1934.
Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/consti/1930-1939/constituicao-1934-16-
julho-1934-365196-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso: 15 fev, 2018.
_______. Coleção de Leis do Império do Brasil – 1881. Página 189 Vol. 1pt2 (Publicação
Original) disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-8025-
16-marco-1881-546192-publicacaooriginal-60106-pe.html>. Acesso: 16 mar, 2018.
_______. Decreto de lei nº 19.851, de 11 de abril de 1931. Dispõe sobre o ensino superior no
Brasil. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br>. Acesso: 25 fev, 2018.
_______. Decreto n.º 6.283, de 25 de jan. 1934. Cria a Universidade de São Paulo e dá outras
providências. Disponível em: <https://www.al.sp.gov.br>. Acesso: 04 abri, 2018.
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-91980-25-novembro-1985-
442685-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso: 23 out, 2017.
_________. Decreto Lei Nº 9.092, de 26 de março de 1946. Amplia o regime didático das
faculdades de filosofia, e dá outras providências. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br>
Acesso em: 28 abr, 2018.
_________. Decreto lei Nº 9.053, de 12 de março de 1946. Cria um ginásio de aplicação nas
Faculdades de filosofia do País. Disponível em
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-9053-12-marco-1946-
417016-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 18 abr, 2018.
_________. Lei Nº 5.692 de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e
2º graus, e dá outras providências. Publicada no DOU de 12.8.1971. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil> Acesso em: 02 out, 2017.
_________. Parecer CNE/CP 28/2001. Estabelece duração e a carga horária dos cursos de
Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior. Disponível em
<http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/028> Acesso em: 05 mar, 2018.
CATELLI Jr., R.; SOARES, L. F. S. O Encceja no cenário das políticas de educação de jovens e
adultos no Brasil. In: CATELLI Jr.; HADDAD, S.; RIBEIRO, V.M. (Orgs.) A EJA em xeque:
desafios das políticas de Educação de Jovens e Adultos no século XXI. São Paulo, Global, Ação
Educativa, 2014, p. 77-158.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996.
_______. A importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. São Paulo. Cortez,
51ª de, 2011.
FIALHO, D. S.; FIDELES, L.L. As primeiras faculdades de letras no Brasil. Revista Helb.
Ano 2 – Nº 2 – 1/2005. Disponível em: <http://www.helb.org.br/index.php/revista-helb>. Acesso
em: 25 mar, 2018.
FREITAG, B. Escola, estado e sociedade. 6 ed. São Paulo: Editora Moderna, 1992.
GATTI, Bernardete, A. Grupo focal em Ciências Sociais e Humanas. Brasília: Líder Livro,
2005.
GOODSON, Ivor F. Currículo: teoria e história. Ivor Goodson; tradução de Attílio Brunetta;
revisão da tradução: Hamilton Francischhetti; apresentação de Thomaz Tadeu da Silva. 12 ed. –
Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
MACEDO, Roberto Sidnei. Currículo, diversidade e equidade: luzes para uma educação
intercrítica. – Salvador: EDUFBA, 2007.
_______________. Currículo: campo, conceito e pesquisa. – 3. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 29ª
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, Coleção temas sociais, 2009.
MOREIRA, A. F.; SILVA, T.T. Sociologia e Teoria Crítica do Currículo: uma introdução. In:
Antonio Flávio Barbosa, Tomaz Tadeu da Silva (Orgs). Currículo, Cultura e Sociedade. 2. ed.
São Paulo Cortez, 1995.
NÓVOA, A. (coord.). Os professores e a sua formação. Lisboa. São Paulo: pioneira 2005. P. 9-
13.
PAIVA, Jane (Org.). Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
PAIVA, Vanilda Pereira - Educação Popular e Educação de Adultos. 5ª edição - São Paulo:
Edições Loyola, Ibrades,1987.
131
PIMENTA, Selma Garrido, LIMA, Maria do Socorro. Estágio e docência. São Paulo: Cortez,
2004.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo.
Ed 3ª, Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
SANTOS, B. S. Por uma pedagogia do conflito. In: Azevedo, C.J.; SILVA. H.L. & DOS
SANTOS, E.S. (orgs). Novos mapas culturais – novas perspectivas educacionais. Porto
Alegre: Sulina, 1996. Disponível em <https://pt.scribd.com/doc/Boaventura-de-Sousa-Santos>
Acesso em: 19 mar, 2018.
TARDIF M. & LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como
profissão de interações humanas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
132
VIÑAL JUNIOR, José Veiga. O componente curricular da EJA no projeto dos cursos de
língua estrangeira da UNEB: uma perspectiva para a emancipação. Dissertação (Mestrado) –
Universidade do Estado da Bahia. Departamento Educação. Programa de Pós-Graduação
Profissional em Educação de Jovens e Adultos. Campus I. Salvador, 2015. 194f.
133
ANEXO I
I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome do Participante: Sexo: F ( ) M ( )
Data de Nascimento: Documento de Identidade nº:
Endereço: Nº: Complemento:
Bairro: Cidade: CEP:
E-mail: Celular:
IV - CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
134
Declaro que, após ter sido devidamente esclarecido pela pesquisadora sobre os objetivos,
benefícios da pesquisa e riscos de minha participação na pesquisa “O currículo dos cursos de
letras da UNEB campus V: reflexões sobre a formação de professores para a Educação de Jovens
e Adultos”, e ter entendido o que me foi explicado, concordo em participar sob livre e espontânea
vontade, como voluntário(a), consinto que os resultados obtidos sejam apresentados e publicados
em eventos e artigos científicos desde que a minha identificação não seja realizada e assinarei
este documento em duas vias sendo uma destinada ao pesquisador e outra a via que a mim.
______________________________________
_________________________________ _________________________________
Assinatura da pesquisadora discente Assinatura da professora responsável
(Orientanda) (Orientadora)
135
ANEXO II
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE
FORMAÇÃO
PRÁTICA PEDAGÓGICA I FD 90
EMENTA
Discute e analisa o conceito de educação, as políticas públicas em educação e a influência das diversas
tendências pedagógicas brasileiras nas práticas metodológicas do ensino de língua portuguesa e de literatura
com o objetivo de estabelecer a efetiva relação entre a teoria, a prática e a pesquisa, confrontando os diversos
períodos e as mudanças que tenham se efetivado nas escolas, principalmente no que se refere à ministração dos
conteúdos de língua e literatura.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
reconstrução social / Currículo como tecnologia e racionalismo acadêmico / Política e Prática de Ensino no
Brasil;
2. Planejamento de Ensino;
3. Planos de Conteúdo;
4. Observação crítica e direta em sala de aula;
5. Práticas pedagógicas em ensino de português;
6. Interdisciplinaridade e o ensino de língua portuguesa e literatura brasileira;
7. Análise de material didático.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE
FORMAÇÃO
PRÁTICA PEDAGÓGICA II FD 105
EMENTA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
profissional / Influência das diversas tendências pedagógicas brasileiras na construção de plano estadual de
Educação, relativas às práticas metodológicas do ensino de língua e literatura.
2. Planejamento dialógico: Refletir sobre a função do planejamento escolar, sob uma perspectiva de projeto,
redimensionando a prática pedagógica, fundamentando-a numa proposta dialógica de ensino. Breve histórico
do ensino de Língua Portuguesa e Literaturas: fases, tendências dominantes / Concepção de língua, linguagem
e ensino de línguas subjacentes no ensino de temas linguísticos e literários.
3. Processo avaliativo e a relação professor x aluno: Breve histórico acerca dos tipos de avaliação / Aspectos
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BAGNO, Marcos. Lingüística da norma. 2 ed. São Paulo: Loyola, 2004 356 p.
BASTOS, Lúcia Kopschitz. Coesão e coerência em narrativas escolares. São Paulo: Martins Fontes, 1994,
184 p.
BRITTO, Luiz Percival Leme. A sombra do caos: ensino de língua x tradição gramatical. Campinas, SP:
Mercado de Letras, 1997 287 p.
DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora. Gêneros textuais
e ensino. 4 ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 20025 229p
137
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE
FORMAÇÃO
PRÁTICA PEDAGÓGICA III FD 105
EMENTA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
AZEREDO, José Carlos de. (org.). Língua portuguesa em debate: conhecimento e ensino. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2000.
BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola 1999.
BRITO, Luiz Percival Leme. A sombra do caos: ensino de língua X tradição gramatical. Campinas, SP:
Mercado de Letras, 1997.
CARRAVETA, Maria Luiza. Métodos e técnicas no ensino do português. Porto Alegre: R.S: Mercado
Aberto, 1991.
DEMO, Pedro. Ranços e Avanços (da nova LDB). São Paulo: Papirus, 1997.
DEMO, Pedro. Avaliação Qualitativa – Polêmicas do Nosso Tempo. Campinas, SP: Autores Associados,
1995.
GANDIN, Danilo e GANDIN, Luis Armando. Temas para um projeto político-pedagógico. Petrópolis, RJ:
Vozes, 1999.
138
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE
FORMAÇÃO
PRÁTICA PEDAGÓGICA IV FD 105
EMENTA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ARNHEIM, Rudolf. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. 11 ed. São Paulo: Pioneira,
1997.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e historia da cultura . 7 ed. São
Paulo: Brasiliense, 1994.
FREIRE, Madalena. A paixão de conhecer o mundo: relatos de uma professora. 12. reimpr. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1995.
SOARES, Magda Becker. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 9 ed. São Paulo: Ática, 1992 95 p.
(Fundamentos v. 10)
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Metodologia e prática de ensino da língua portuguesa. Porto Alegre: Mercado
Alberto, 1984.
139
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE
FORMAÇÃO
ESTUDOS SÓCIO ANTROPOLOGICOS EI 45
EMENTA
Estuda e analisa a formação dos grupos sociais, utilizando a fundamentação da sociologia e da antropologia para
estabelecer a sua influência nas diversas manifestações da linguagem.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
DA MATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à antropologia social. Petrópolis, RJ: Vozes, 1983.
DA MATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema. Rio de Janeiro:
Zahar, 1979.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro. Zahar, 1996. SEYFERTH,
Giralda. A invenção da raça e o poder discricionário dos estereótipos. Anuário Antropológico/93, Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995.
140
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE
FORMAÇÃO
ESTUDOS EPISTEMOLÓGICOS DA EI 60
APRENDIZAGEM
EMENTA
Estuda as principais teorias da aprendizagem e suas concepções a respeito do homem e de sua formação como
sujeito, analisando os processos envolvidos na aprendizagem, a fim de viabilizar um trabalho educacional.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ANTUNES, Celso. A inteligência emocional na construção do novo eu. 11 ed. Petrópolis: Vozes, 2003. 84p
GARDNER, Howard. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas,
2002. 340 p.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria que revolucionária que redefine o que é ser inteligente.
73 ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. 370 p.
KLEIMAN, Angela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 7 ed. Campinas (SP): Pontes, 2000. 82 p.
LA TAILLE, Ives de; OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias
psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992. 117 p.
PEREIRA, Waldecyr C. de Araújo. Resolução de problemas criativos: ativação da capacidade de pensar.
Brasília: EMBRAPA-DID, 1980. 54
141
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE
FORMAÇÃO
CURRÍCULO E SOCIEDADE EI 30
EMENTA
Estuda as teorias do Currículo, numa perspectiva social e histórica, com ênfase nas discussões curriculares
contemporâneas e identifica o perfil profissional do egresso do Curso de Letras.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
tecnologia / Currículo como auto-realização / Currículo como reconstrução social / Currículo como
racionalismo acadêmico.
2. Teorias do currículo: Teorias tradicionais / Teorias críticas / Teorias pós-criticas.
3. Currículo como confluência da Prática;
4. Parâmetros Curriculares Nacionais.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BAHIA Secretaria da Educação e Cultura. Introdução aos estudos africanos: documentos. Salvador: [s. n.],
1986 55 p.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental. .Parâmetros
curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, língua estrangeira. Brasília: Secretaria
de Educação Fundamental/MEC, 1998 119 p.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa. 2 ed. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, 2000
144 p.
DOLL, William E. Currículo: uma perspectiva pós-moderna. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 224p.
KELLY, Albert Victor. O currículo: teoria e prática. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1981. 164p.
MACEDO, Roberto Sidnei; SILVA, Gelcivânia Mota; TORRES, Mônica Moreira. Currículo e docência:
tensões contemporâneas interfaces pós-formais. Salvador: Ed. UNEB, 2003 181 p.
MOREIRA, Antônio Flávio Babosa, Currículos e programas no Brasil. 3 ed. Campinas (SP): Papirus,1997.
232p.
142
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE
FORMAÇÃO
PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO FD 30
EMENTA
Aborda as contribuições das relações entre Psicologia e Educação para uma fundamentação científica do
estudo dos fenômenos educativos escolares: a sua compreensão e explicação, o planejamento e execução de
ações educativas mais enriquecedoras e eficazes e os esforços para resolver dificuldades e problemas que
surgem de mudanças intrapessoais e dos conhecimentos relativos aos processos de comunicação interpessoal,
mediante os quais se exercita, em parte, a práxis pedagógica.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
TEMA I
1. Psicologia conceito e fundamentos: Introdução à Psicologia e Educação / O conceito de Educação
/ O conceito de Aprendizagem / O conceito de Ensino / Concepções psicológicas do desenvolvimento,
educação e aprendizagem humana: a) Concepção inatista / b) O interacionismo de Jean Piaget / c) A
abordagem sócio-cultural de Vygotsky / d) A abordagem dialética do desenvolvimento humano de Wallon e)
A abordagem de Pichon-Rivière
TEMA II
2. Psicologia e Educação: Procedimentos didáticos / O papel do professor de língua portuguesa e literaturas /
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BECKER, Fernando. A origem do conhecimento e aprendizagem escolar. Porto alegre: ARTMED, 2003.
BIAGGIO, Ângela Maria Brasil. Psicologia do desenvolvimento. 15 ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
LA TAILLE, Yves de; OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa de Lima. Piaget, Vygotsky, Wallon:
teorias psicogenéticas em discussão. 18 ed. São Paulo: Summus, c1992. 117p.
MILHOLLAN, Frank; FORISHA, Bill E.Skinner x Rogers: maneiras constrastantes de encarar a educação. 3
ed. São Paulo: Summus, 1978
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: Walon – Teorias Psicog. Em Discussão. 13 ed. São Paulo: Summus,
1992.
143
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE
FORMAÇÃO
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO I FD 105
EMENTA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
portuguesa/literatura / Contribuição dos PCN’S para o ensino de Língua Portuguesa (uma abordagem crítica)
2. A formação do professor e sua práxis em sala de aula: A postura do professor frente à realidade: o professor
como sujeito de transformação / A mediação docente e a prática reflexiva no ensino de Língua Portuguesa e
Literaturas / O perfil do professor de Língua Portuguesa/Literatura e o estágio curricular supervisionado.
3. O estágio como possibilidade de ressignificação da prática docente: O estágio supervisionado enquanto um
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. A prática do ensino e o estágio supervisionado. 8. ed. Campinas (SP):
Papirus, 2002. 139p.
GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula: leitura e produção. 8 ed. Cascavel, Pr: ASSOESTE,
1984. 125 p.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à
universidade. 14 ed. Porto Alegre Mediação 1998. 197 p.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995. SILVA,
Rosa Virgínia Mattos e. Contradições no ensino de português: a língua que se fala x a língua que se ensina.
6 ed. São Paulo: Contexto, 2003. 94p
144
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE
FORMAÇÃO
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO II FD 105
EMENTA
Desenvolve estudos de casos e estudos diagnósticos com vistas à elaboração de projetos diversos para serem
aplicados em espaços educativos variados, bem como mini-cursos e oficinas pedagógicas direcionados a
programas de ensino tanto para instituições como para projetos comunitários.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. O Estágio II no Curso de Letras – contextualização / reflexão: da teoria à prática: Estágio: diferentes
concepções;
2. A escola como ponto de partida e de chegada nos estágios e nas ações de formação contínua de professores;
3. A sala de aula, seus conflitos e contradições
4. Concepções de ensino, língua, gramática, erro, literatura
5. Instrumentalização para a etapa de observação
6. Conhecimento do espaço selecionado para realização do estágio de observação: estrutura física, pedagógica
e gestão;
7. Observação de aulas em classes de Ensino Fundamental e Médio contemplando atividades de leitura,
Fundamentos para o Ensino de Língua Portuguesa / Refletindo sobre a prática da aula de língua portuguesa /
Objetivos do ensino de língua portuguesa / Os eixos norteadores do ensino de língua portuguesa / Contribuição
dos PCN’S para o ensino de Língua Portuguesa (uma abordagem crítica).
11. A formação do professor e sua práxis em sala de aula: A postura do professor frente à realidade: o professor
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE
FORMAÇÃO
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO III FD 105
EMENTA
Elabora e desenvolve projetos de docência em classes de Ensino Fundamental, de 5ª a 8ª série, na área de Língua
Portuguesa e Literatura, discutindo procedimentos didáticos e metodológicos para otimização do ensino da
língua materna.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
AZEREDO, José Carlos de. (org.). Língua Portuguesa em Debate: conhecimento e ensino. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2000.
BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola 1999.
(org.). Lingüística da Norma. São Paulo: Loyola, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais (terceiro e quarto ciclos
do ensino fundamental): Língua Portuguesa. Brasília: MEC/EC, 1998.
BRITO, Luiz Percival Leme. A Sombra do Caos: ensino de língua X tradição gramatical. Campinas, SP:
Mercado de Letras, 1997.
HOFFMAN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção pré-escola à universidade. Porto Alegre:
Educação e Realidade, 1993.
GERALDI, João Wanderlei. O Texto na Sala de Aula. São Paulo: Ática, 1997.
KLEIMAN, Ângela. Texto e Leitor: aspectos cognitivos de leitura. São Paulo: Pontes, 1995. MAGNANI,
Maria do Rosário M. Leitura, literatura e escola: sobre a formação do gosto. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
146
EMENTA
Elabora e desenvolve projetos de docência, em classes de Ensino Médio na área de Língua Portuguesa e
Literatura, discutindo procedimentos didáticos e metodológicos para otimização do ensino da língua materna.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
AZEREDO, José Carlos de. (org.). Língua Portuguesa em Debate: conhecimento e ensino.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola 1999.
(org.). Lingüística da Norma. São Paulo: Loyola, 2002.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais (terceiro e quarto ciclos
do ensino fundamental): Língua Portuguesa. Brasília: MEC/EC, 1998.
BRITO, Luiz Percival Leme. A Sombra do Caos: ensino de língua X tradição gramatical. Campinas, SP:
Mercado de Letras, 1997.
GERALDI, João Wanderlei. O Texto na Sala de Aula. São Paulo: Ática, 1997.
HOFFMAN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção pré-escola à universidade. Porto
Alegre: Educação e Realidade, 1993.
KLEIMAN, Ângela. Texto e Leitor: aspectos cognitivos de leitura. São Paulo: Pontes, 1995. MAGNANI,
Maria do Rosário M. Leitura, literatura e escola: sobre a formação do gosto. São Paulo: Martins Fontes,
1989.
MALEARD, Letícia. Ensino e Literatura no 2º Grau: problemas e perspectivas. Porto Alegre: Mercado de
Letras, 1985.
MATTOS E SILVA, Rosa Virgínia. Contradições no ensino do português: a língua que se fala e a língua que
se ensina. São Paulo: Contexto, 1997.
MENEGOLLA, Maximiliano. Por que planejar? Currículo Área. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
NEVES, Maria Helena de Moura. Que gramática estudar na escola? Normas e uso na língua portuguesa. São
Paulo: Contexto, 2003.
147
ANEXO III
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
NÚCLEO DE ESTUDOS
FD 45 -
INTERDISCIPLINARES I
Estuda os procedimentos envolvidos na realização de uma pesquisa científica. Desenvolve a habilidade de produção de
fichamento, resumo e esquema.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ALONSO BELMONTE, Isabel. Las actividades lúdicas en las enseñanzas de E/LE. Isabel Alonso Belmonte(coord.).
Madrid, ES: SGEL, 1997. 171 p. Atlas, 2008. 321p.
FAZENDA, Ivani (org.) e outros. Metodologia da pesquisa educacional. 4.ed. São Paulo:Cortez,1997. 174 p.
FEITOSA, Vera Cristina. Redação de textos científicos. 8. ed Campinas (SP): Papirus, 2004. 155 p.
GARGALLO, Isabel Santos; SÁNCHEZ LOBATO, Jésus. Vademécum para la formación de profesores: enseñar
español como segunda lengua (L2) - lengua extranjera (LE).. 2. ed. Madrid [Espanha]: Sociedad General Española de
Libreria, 2005. 1318p.
HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na sociologia. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
ISKANDAR, Jamil Ibrahim. Normas da ABNT comentadas para trabalhos científicos. 2. ed. rev e ampl. Curitiba:
Juruá, 2003. 94 p.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 10. ed. São Paulo: SGEL,
1999.
OLIVEIRA, Jorge Leite de. Texto acadêmico: técnicas de redação e de pesquisa científica. 3. ed. atual. Petrópolis:
Vozes, 2007. 191p.
148
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
Aprimora as competências de ler e produzir textos em Língua Materna. Aborda os fatores de textualidade na leitura e
produção de textos de diferentes gêneros e tipos textuais.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Estratégias de leitura;
2. Texto e interpretação;
3. Gêneros Textuais;
4. Tipologia Textual.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Ler e redigir. 2. ed. Sao Paulo: Atual, 1989. 4v.
INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. 4. ed. São Paulo: Scipione, 1994. 223 p.
MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. 7. ed. Porto Alegre: Prodil, 1983. 388
p.
MEDEIROS, João Bosco. Português instrumental: para cursos de contabilidade, economia e administração. 4.
ed. São Paulo: Atlas, 2000. 320 p.
SOUZA, Luiz Marques de; CARVALHO, Sérgio Waldeck de. Compreensão e produção de textos. 10. ed. Petropolis,
RJ: Vozes, 2005. 164 p.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALONSO, Encina. “Las destrezas interpretativas”. In: ¿Cómo ser profesor y querer seguir siéndolo? Madrid: Edelsa,
2005. p.p. 107-128.
FÁVERO, Leonor L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1991.
FIORIN, José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. 4. ed. São Paulo: Ática, 2001 KOCH,
Ingedore V. e TRAVAGLIA, Luiz C. Texto e coerência. São Paulo: Cortez, 1989.
MOLINA, Olga. Ler para aprender: desenvolvimento de habilidades de estudo. São Paulo: EPU, 1992 SANCHÉZ, obre
Helena. La relación entre coherencia y cohesión es estrecha y solidaria. Disponible en:
http://www.dialogica.com.ar, acceso en 15 de marzo de 2007.
SOLÉ, I. Estratégias de la lectura. Barcelona: ICE Universitat de Barcelona/ Graó, 1992.
149
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
ESTUDOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS NO
EI 45 -
ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA
Faz uma introdução aos estudos sócio-antropológicos enfocando os problemas relacionados com a aquisição da
Língua Espanhola como L2.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Definição de Antropologia;
2. Conceito de Sociolingüística;
3. Aspectos sociolingüísticos;
4. Aspectos Lingüísticos;
5. Cultura e Bilingüismo;
6. Multilinguismo;
7. Interlíngua.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ALMEIDA FILHO, José Carlos P. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. 3. ed. Campinas: Pontes, 2002.
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolingüística. São Paulo: Contexto, 1999. BAGNO,
Marcos. Preconceito lingüístico. O que é, como se faz. 7. ed. São Paulo: Loyola, 2001.
FERNÁNDEZ, Sonsoles. Interlengua y análisis de errores en el aprendizaje del español como lengua
extranjera. Madrid: Edelsa, 1997.
SANCHEZ, A. La enseñanza de idiomas: princípios, problemas e métodos. Barcelona: Hora S.A, 1981.
. Historia de la enseñanza del español como lengua extranjera. Madri: SGEL, 1922.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
DUFIEF, Nicolas Gouin. La naturaleza descubierta en su modo de enseñar las lenguas a los hombres.
Filadélfia, en la imprenta de T.L. Plowman, 1811.
HALL, Stuart; SOVIK, Liv. UNESC. Da diáspora: identidade e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, Brasília:
UNESCO, 2003.
150
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
Inicia o processo de desenvolvimento das habilidades de ler e compreender textos autênticos em Língua Espanhola.
Aborda os fatores de textualidade na leitura e produção de textos de diferentes gêneros e tipos textuais.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ANCHEZ, Aquilino; MARTIN, Ernesto; MATILLA, J. A. Gramática practica de español para extranjeros.
Madrid: SGEL, 1980
MORENO, Concha; GRETEL, Fernández Eres. Gramatica contrastiva del español para brasileños. Madrid:
SGEL, 2007.
ROJAS, Oscar. Novo minicionário escolar espanhol/português - português/espanhol. São Paulo: DCL, 2000.
SÁNCHEZ LOBATO, Jesus; MORENO GARCÍA, Concha; SANTO(S GARGALLO, Isabel. Nuevo español sin
fronteras – sf1: libro del alumno. 3. ed. corregida y revisada. Madrid: SGEL, 2007.
. Nuevo español sin fronteras – sf2: libro del alumno. 3. ed. corregida y revisada. Madrid: SGEL,
2005.
SANTOMAURO, A. Practicar y consultar español. Barcelona: Difusion, 1994.
SEÑAS: diccionario para la enseñanza de la lengua española para brasileños. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALONSO, Encina. “Las destrezas interpretativas”. In: ¿Cómo ser profesor y querer seguir siéndolo? Madrid:
Edelsa, 2005. p.p. 107-128.
FÁVERO, Leonor L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1991.
FIORIN, José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. 4. ed. São Paulo: Ática, 2001 KOCH,
Ingedore V. e TRAVAGLIA, Luiz C. Texto e coerência. São Paulo: Cortez, 1989.
MOLINA, Olga. Ler para aprender: desenvolvimento de habilidades de estudo. São Paulo: EPU, 1992 SANCHÉZ,
obre Helena. La relación entre coherencia y cohesión es estrecha y solidaria. Disponible en:
http://www.dialogica.com.ar, acceso en 15 de marzo de 2007.
SOLÉ, I. Estratégias de la lectura. Barcelona: ICE Universitat de Barcelona/ Graó, 1992.
151
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
Aprofunda a discussão sobre o método científico. Apresenta procedimentos para a elaboração de resenhas.
Estuda os procedimentos e instrumentos da pesquisa qualitativa.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ALONSO BELMONTE, Isabel. Las actividades lúdicas en las enseñanzas de E/LE. Isabel Alonso
Belmonte(coord.). Madrid, ES: SGEL, 1997. 171 p. Atlas, 2008. 321p.
FAZENDA, Ivani (org.) e outros. Metodologia da pesquisa educacional. 4.ed. São Paulo: Cortez,1997. 174 p.
FEITOSA, Vera Cristina. Redação de textos científicos. 8. ed. Campinas (SP): Papirus, 2004. 155 p.
GARGALLO, Isabel Santos; SÁNCHEZ LOBATO, Jésus. Vademécum para la formación de profesores: enseñar
español como segunda lengua (L2) - lengua extranjera (LE).. 2. ed. Madrid [Espanha]: Sociedad General Española
de Libreria, 2005. 1318p.
152
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR
FORMAÇÃO HORÁRIA
Discute as políticas de ensino e das estratégias de planejamento e da avaliação. Os parâmetros curriculares, a prática
pedagógica e as perspectivas metodológicas.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
MOITA LOPES, LP. Oficina de lingüística aplicada a natureza social e educacional dos processos de
ensino/aprendizagem de línguas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1996
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC, SEF,
1997. 146 p
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, lingua
estrangeira. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental/MEC, 1998 119 p.
RIBEIRO, João Ubaldo. Política: quem manda, por que manda, como manda. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
LEI 11.161 DE 05 DE AGOSTO DE 2005. Dispõe sobre o ensino da língua espanhola. Publicado no Diário Oficila da
União, em 8 de agosto de 2005, s. 1, p. 1.
ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.
Brasília: MEC, 2006.
153
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR
FORMAÇÃO HORÁRIA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BASTOS, Cleveson Leite. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 17. ed. Petrópolis: Vozes,
2004
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC, SEF, 1997. 146 p
. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, lingua estrangeira.
Brasília: Secretaria de Educação Fundamental/ MEC, 1998. 119 p.
ISKANDAR, Jamil Ibrahim. Normas da ABNT comentadas para trabalhos científicos. 2. ed. rev e ampl. Curitiba:
Juruá, 2003. 94 p
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean; LANA MARA SIMAN. A construção do saber: manual de metodologia da
pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre (RS): ARTMED, Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.
SALOMON, Délcio Vieira. . Como fazer uma monografia. 10. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 412p SEVERINO,
Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22.ed.rev. de acordo com ABNT e ampl.
São Paulo: Cortez, 2004
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALONSO, Encina. Cómo ser profesor/ a y querer seguir siéndolo. Madrid: EDELSA, 1994 191 p
ASTI VERA, Armando. Metodologia da investigação científica. Trad. Maria Helena Guedes e Beatriz Marques
Magalhães. Porto Alegre: Globo, 1973.
154
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BASTOS, Cleveson Leite. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 17. ed. Petrópolis: Vozes,
2004
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC, SEF, 1997. 146 p
. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, lingua estrangeira.
Brasília: Secretaria de Educação Fundamental/MEC, 1998. 119 p.
ISKANDAR, Jamil Ibrahim. Normas da ABNT comentadas para trabalhos científicos. 2. ed. rev e ampl. Curitiba:
Juruá, 2003. 94 p
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean; LANA MARA SIMAN. A construção do saber: manual de metodologia da
pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre (RS): ARTMED, Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 10. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 412p
SEVERINO, Antônio Joaquim. . Metodologia do trabalho científico. 22.ed. rev. de acordo com ABNT e ampl. São
Paulo: Cortez, 2004
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALONSO, Encina. Cómo ser profesor / a y querer seguir siéndolo. Madrid: EDELSA, 1994 191 p
ASTI VERA, Armando. Metodologia da investigação científica. Trad. Maria Helena Guedes e Beatriz Marques
Magalhães. Porto Alegre: Globo, 1973.
155
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
Analisa os diferentes métodos de ensino de Língua Espanhola. Discute o caráter eclético das abordagens de ensino
da Língua Espanhola contemporâneo. Orienta a construção de textos acadêmicos: artigo.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BASTOS, Cleveson Leite. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 17. ed. Petrópolis: Vozes,
2004
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental. . Parâmetros
curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC, SEF, 1997. 146 p
. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, língua
estrangeira. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental/MEC, 1998. 119 p.
ISKANDAR, Jamil Ibrahim. Normas da ABNT comentadas para trabalhos científicos. 2. ed. rev e ampl. Curitiba:
Juruá, 2003. 94 p
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean; LANA MARA SIMAN. A construção do saber: manual de metodologia da
pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre (RS): ARTMED, Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999 SALOMON,
Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 10. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 412p SEVERINO, Antônio
Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22.ed.rev. de acordo com ABNT e ampl. São Paulo: Cortez, 2004
156
CARGA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE FORMAÇÃO PRÉ-REQUISITO
HORÁRIA
Discute as políticas de ensino e das estratégias de planejamento e da avaliação. Os parâmetros curriculares, a prática
pedagógica e as perspectivas metodológicas.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
CUNHA, Luiz Antonio. Educação, estado e democracia no Brasil. São Paulo: Cortez, 1991.
DEMO, Pedro. A nova LDB: ranços e avanços. 17. ed. Campinas: Papirus, 2004. 111 p.
FREITAG, Bárbara. Escola, Estado e sociedade. 6. ed. rev. São Paulo: Moraes, 1986 142 p. GROSSI,
Ester. Lei de diretrizes e bases da educação nacional: lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Rio de
Janeiro: Casa Editorial Pargos, 1997. 57 p
MELLO, Guiomar Namo de. Educação e transição democrática. 4. ed. São Paulo: Cortez, Autores Associados,
1986. 133 p.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CARVALHO DA SILVA, O papel das línguas estrangeiras no desenvolvimento científico. Anais do V ENPULI. PUC-
SP, 1983.
CAVALCANTI, M.C. Interação leitor-texto. Campinas: Unicamp, 1989.
CELANI, M. As línguas estrangeiras e a ideologia subjacente à organização dos currículos da escola pública.
Claritas, n.1, p. 9-19, 1995.
. A integração político-econômica do final do milênio e o ensino de língua(s) estrangeira(s) no 1o. e
o
2 . ABRALIN: Boletim da Associação Brasileira de Lingüística, n.18, p.21-36, 1996.
COSTA, D. M. Por que ensinar línguas estrangeiras na escola de 1o. grau. São Paulo: EPU/ EDUC, 1987.
FREITAG, Bárbara. O indivíduo em formação: diálogo interdisciplinares sobre educação. São Paulo: Cortez, 1994.
(Coleção Questões da nossa época, v. 30)
MOITA LOPES, L.P. Oficina de Lingüística Aplicada – A natureza social e educacional dos processos de
ensino/ aprendizagem de línguas. Campinas : Mercado de Letras, 1996.
157
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
NÚCLEO DE ESTUDOS
NÚCLEO DE ESTUDOS FD 45
INTERDISCIPLINARES IV
INTERDISCIPLINARES V
Discute os contextos sócio-politicos e institucionais do ensino de Língua Espanhola e as especificidades das classes
de aprendizes de diferentes faixas etárias e níveis de proficiência. Orienta a elaboração de planos de curso e de
aula e de elaboração de relatórios.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Resumo;
2. Revisão Bibliográfica;
3. Anteprojeto;
4. Plano de curso e de aula;
5. Relatórios.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BASTOS, Cleveson Leite. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 17. ed. Petrópolis: Vozes,
2004
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC, SEF, 1997. 146 p
. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, língua
estrangeira. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental/MEC, 1998. 119 p.
ISKANDAR, Jamil Ibrahim. Normas da ABNT comentadas para trabalhos científicos. 2. ed. rev e ampl.
Curitiba: Juruá, 2003. 94 p
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean; LANA MARA SIMAN. A construção do saber: manual de metodologia da
pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre (RS): ARTMED, Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999 SALOMON,
Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 10. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 412p SEVERINO, Antônio
Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22.ed.rev. de acordo com ABNT e ampl. São Paulo: Cortez, 2004
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALONSO, Encina. Cómo ser profesor / a y querer seguir siéndolo. Madrid: EDELSA, 1994. 191 p ASTI
VERA, Armando. Metodologia da investigação científica. Trad. Maria Helena Guedes e Beatriz Marques
Magalhães. Porto Alegre: Globo, 1973.
158
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
Aborda as questões relacionadas ao gerenciamento de sala de aula de Língua Espanhola e o papel do professor na promoção da interação
do grupo. Orienta a elaboração de projetos de pesquisa.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Metodologia de Estudo;
2. Projeto de Pesquisa;
3. Citações;
4. Artigo científico;
5. Referencial Teórico.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BASTOS, Cleveson Leite. Aprendendo a aprender: introdução à metodologia científica. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2004
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação
dos temas transversais, ética. Brasília: MEC, SEF, 1997. 146 p
. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental, língua estrangeira. Brasília: Secretaria de
Educação Fundamental/MEC, 1998. 119 p.
ISKANDAR, Jamil Ibrahim. Normas da ABNT comentadas para trabalhos científicos. 2. ed. rev e ampl.
Curitiba: Juruá, 2003. 94 p
LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean; LANA MARA SIMAN. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências
humanas. Porto Alegre (RS): ARTMED, Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 10. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 412p
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 22.ed.rev. de acordo com ABNT e ampl. São Paulo: Cortez, 2004.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALONSO, Encina. Cómo ser profesor / a y querer seguir siéndolo. Madrid: EDELSA, 1994 191 p
ASTI VERA, Armando. Metodologia da investigação científica. Trad. Maria Helena Guedes e Beatriz Marques Magalhães. Porto Alegre:
Globo, 1973.
CARVALHO, Maria Cecília M. de. Construindo o saber: metodologia científica, fundamentos e técnicas. 5a. ed. Campinas, SP: Papirus,
1995.
CUNHA, Maria Isabel O bom professor e sua prática. Campinas: Papirus, 1995. ECO, Humberto. Como se
faz uma tese.3 ed. São Paulo: Perspectiva, 1986.
FAZENDA, Ivani (org.) e outros. Metodologia da Pesquisa Educacional. São Paulo: Ed Cortez., 1989. PUJOL BERCHÉ, Mercè; LLOBERA,
Miquel. Adquisición de lenguas extranjeras: perspectivas actuales en Europa. Madrid, Espanha: EDELSA, 1998.
RATHS, Louis e outros. Ensinar a pensar; teoria e aplicação. Trad. Dante Moreira Leite. São Paulo: Herder- Edusp, 1972.
159
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMÇÃO HORÁRIA
Aborda e trabalha com ambientes e-learning, conhecendo a sua aplicabilidade, numa perspectiva transdisciplinar. Apresenta a
operacionalização da EaD e suas implicações no ensino-aprendizagem na língua e literatura de língua espanhola.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Software de usuário;
2. Software de produção;
3. Internet;
4. WWW (Malla Mundial);
5. O papel do professor em cursos de Línguas à distância;
6. Aprendizagem e tecnologias digitais;
7. Novas tecnologias, comunicação e educação;
8. O ensino de línguas assistida por computador (ELAO);
9. Internet no ensino de espanhol;
10. Dos webs educativos ao material didáctico web;
11. Educação a distancia e avaliação da aprendizagem.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
GARGALLO, Isabel Santos; SÁNCHEZ LOBATO, Jésus. Vademécum para la formación de professores:
enseñar español como segunda lengua (L2) - lengua extranjera (LE).. 2. ed. Madrid [Espanha]: Sociedad General
Espanola de Libreria, 2005.
MORAN, José Manoel; MASETTO, Marcos T; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação
pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000. 173p.
NOVAS tecnologias, trabalho e educação: um debate multidisciplinar. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. 220p.
OLIVEIRA, João Batista Araújo e. Tecnologia educacional: teorias e instrução. 7. ed. ampl. Petrópolis (RJ):
Vozes, 1982. 223 p.
RUIPÉREZ, Germán : CARABELA: Nuevas Tecnologías aplicadas a la enseñanza del E/LE. Madrid
[Espanha]: Sociedad General Espanola de Libreria, 1997.
SANCHO, Juana Maria. Tecnologias para transformar a educação. Porto Alegre, RS: Artmed, 2006. 198 p.
160
CARGA HORÁRIA
COMPONENTE CURRICULAR EIXO DE FORMAÇÃO
Estuda e diagnostica a prática docente e a realidade do ensino de língua espanhola no ensino fundamental e médio.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ALMEIDA FILHO, José Carlos P. de. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. 2 ed Campinas:
Pontes, 1998. 75p.
ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de. O professor de língua estrangeira em formação. Campinas:
Pontes, c1999. 184 p.
LOPES, Luiz Paulo da Moita. Oficina de linguística aplicada: a natureza social e educacional dos processos de
ensino/aprendizagem de línguas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1996p.
161
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO I, LÍNGUA
ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO II
FD 100 ESPANHOLA - INTERMEDIÁRIO III
E NÚCLEO DE ESTUDOS
INTERDISCIPLINARES V
Planeja e executa as atividades docentes através de mini-cursos, cursos de extensão, e outros, visando à prática
docente para o ensino fundamental e médio.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Destrezas interpretativas;
2. Destrezas expresivas;
3. Integración de destrezas lingüísticas;
4. Etapas da elaboração de um projeto
5. Planejamento de atividades práticas de ensino;
6. Confecção de materiais didáticos: aspectos relevantes;
7. Elaboração de relatórios.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
ESTÁGIO CURRICULAR
ESTÁGIO CURRICULAR
FD 100 SUPERVISIONADO III, NEI VI, LE
SUPERVISIONADO III
INTERMEDIÁRIO III
Orienta, reflete a teoria e a prática do fazer pedagógico, avaliando e diagnosticando as deficiências do processo
ensino-aprendizagem, elaborando formas de intervenção pedagógica através da regência no ensino fundamental.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ALMEIDA FILHO, José Carlos P. de. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. 3ed. Campinas: Pontes, 2002. 75p.
ALONSO BELMONTE, Isabel. El desarrollo de la expresión oral en el aula de español como lengua extranjera/ Isabel
Alonso Belmonte (coord.). Madrid, ES: SGEL, 2000. 212 p.
ALONSO, E. ¿Como ser profesor/a y querer seguir siéndolo? Madrid: Edelsa,1994.
MACEDO, Lino de; PETTY, Ana Lúcia Sícoli; PASSOS, Norimar Christe. Os jogos e o lúdico na
aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed, 2005. 110 p.
MARCHANTE, Carmen. Lo que oyes: materiales para la comprension auditiva y la expresion oral. São Paulo: Consejería de
Educación de Brasil, 1992. 69 p.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
DURÃO, A. B. Análisis de errores e Interlengua de brasileños aprendices de español y de españoles
aprendices de portugués. Londrina: Ed. UEL, 1999.
GARCÍA, Álvaro. El currículo de español como lengua extranjera. Madrid: Edelsa, 1995. GIOVANNINI, A. Et alii,
Profesor en acción. Madrid: Edelsa, 1996.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. 263 p. (Coleção magistério 2º grau. Série formação do professor).
PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2009.
163
EIXO DE CARGA
COMPONENTE CURRICULAR PRÉ-REQUISITO
FORMAÇÃO HORÁRIA
ESTÁGIO CURRICULAR
ESTÁGIO CURRICULAR
FD 100 SUPERVISIONADO I E II, NEI VI,
SUPERVISIONADO IV
LE AVANÇADO II
Orienta e reflete acerca da prática pedagógica, avaliando e diagnosticando o processo de ensino-aprendizagem, elaborando
formas de intervenção pedagógica através da regência no ensino médio.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ALMEIDA FILHO, José Carlos P. Dimensões comunicativas no ensino de línguas. 3. ed. Campinas: Pontes, 2002.
BRASIL, Ministério da Educação. PCN+ Ensino Médio - Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros
Curriculares Nacionais. Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 1999.
Disponível em http://www.mec.gov.br
GARGALLO, Isabel Santos; SÁNCHEZ LOBATO, Jésus. Vademécum para la formación de professores: enseñar español
como segunda lengua (L2) - lengua extranjera (LE).. 2. ed. Madrid [Espanha]: Sociedad General Espanola de Libreria,
2005.
LEI n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/96. Estabelece as diretrizes e Bases
da Educação Nacional. Brasília: Ministério da Educação e Cultura.
RIVERS, Wilga M. A metodologia do ensino de línguas estrangeiras. São Paulo: Pioneira, 1975. 397 p.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
AMENÓS J. Usos orales de la lengua en los diálogos de cine, Frecuencia L, n. 9, Madrid: Edinumen, 1988.
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