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Fichamento

Centro de Ensino Professor Edinan Moraes (CEPEM/MA)

Disciplina de História _ 100 anos da Revolução Russa - Metodologia de Ensino do 2° bimestre

Professor (a) Larissa Victoria

Aluno (a) Brhenda Maria Abreu Coelho

Turma/turno 300 SEA Matutino

100 anos da Revolução Russa

Com esta segunda publicação, damos sequência à nossa cam panha de comemoração dos 100
anos da Revolução Russa de 1917.

Oferecemos ao leitor o texto de Leon Trotsky, escrito durante as ten sas negociações de paz,
em Brest-Litovsky, entre a Rússia soviéticae a Alemanha imperial. As negociações de paz
ocorreram apenasalguns meses após a tomada do poder pelos bolcheviques.

A bur guesia imperialista da Europa e dos EUA esforçava-se ao máximopara difundir a imagem
do novo poder soviético como o reino docaos e da selvageria. O seu livro, por isso, está voltado
a explicar aosoperários de todo o mundo o que foi e como se passou a revolução,conforme
explica o próprio autor no seu prólogo.

O texto de Trotskyé uma narrativa de estilo popular que conserva toda a energia
edramaticidade dos acontecimentos daquele glorioso ano de 1917. Escrito originalmente em
russo, recebeu o nome de A Revolução de Outubro (Oktiabrskaya Revolutsia) e foi uma das
primeiras obrashistoriográficas da revolução, por isso mesmo bastante difundida pelo governo
revolucionário de Lênin. Obra popular na Rússia sovié tica dos primeiros anos, tornou-se,
posteriormente, proibida e retira da de circulação com a degeneração burocrática da URSS, tal
comoos demais escritos do autor.

Foi traduzida para vários idiomas comdiferentes títulos; nos países latinoamericanos, ficou
conhecida com o título de “Como fizemos a revolução”, que acabamos por preservar neste
folheto.

I. A Questão da Guerra

A revolução surgiu diretamente da guerra. A guerra foi também oteste de fogo para todos os
partidos e todas as forças revolucionárias.Os chefes intelectuais tinham sido inimigos da guerra.
Muitosdeles, ainda que sob o czarismo, acreditavam-se solidários com aesquerda Internacional
e figuravam entre os zimerwaldianos. Do nos do poder, porém, mudaram completamente.
Defender a revo lução socialista, naquela época, teria significado a ruptura com a burguesia
russa e com as potências da Entente. Mas, como já disse,a incapacidade dos intelectuais
pequeno burgueses e dos semi-inte lectuais, seus amigos, obrigou-os a procurar a proteção dos
liberaisburgueses. Daqui o lamentável papel verdadeiramente abafadiço,desempenhado pelos
chefes da pequena burguesia na questão daguerra, porque se limitou a queixar-se
retoricamente e a fazer súpli cas secretas aos governos aliados, mas sem se afastar da política
doliberalismo burguês. Nas trincheiras, os soldados não conseguiamcompreender como iriam
acabar com a guerra que sustentavam hátrês anos, uma vez que para eles nada havia mudado,
desde a quedado Czar (Nicolau Romanov NDE), além de certos indivíduos, cha mados
socialistas revolucionários e mencheviques, no governo de Petrogrado.Miliukov sucedeu a
Pokrovsky; Terestchenko a Miliukov. A perfídiaburocrática, substituída pelo imperialismo dos
Kadetes. Nos postosde comando do Estado reinava um servilismo político nebuloso e
des provido de princípios. Nada disto implicava qualquer mudança objetivae todos
continuavam no círculo vicioso da guerra. Esta foi a primeiracausa da dissolução do exército. Os
agitadores revolucionários tinhamdito que o governo dos czares enviava as massas ao
matadouro, semobjetivo nem sentido claro das causas da luta, e os sucessores do Czarnão
sabiam mudar o caráter da guerra, nem fazer a paz.

Nos primeiros meses da revolução, tudo continuou imutável. Os sol dados impacientavam-se e
os governos aliados davam sinais de irritação.Por isso, aconteceu a ofensiva do 1º de julho. Os
aliados exigiram-nae insistiam para o novo governo cumprisse os compromissos contraídospelo
Czar. Tementes da sua própria incapacidade e do crescente descon tentamento das massas, os
chefes pequeno-burgueses aceitaram semvacilações os pedidos dos aliados, porque
acreditavam que bastaria umataque do exército russo para se realizar a paz. Pensavam que a
ofensivafosse a saída do labirinto, a resolução do problema, a esperança salva dora. Não se
pode imaginar uma ilusão mais falsa e mais criminosa. Naquele momento, falava-se da ofensiva
tal como tinham falado os socia listas patriotas dos outros países quando começou a guerra,
invocando adefesa nacional, os sagrados vínculos da nação, etc. O internacionalismo
zimerwaldiano desvanecia-se como por encanto.

ll. Os primeiros dias do novo regime

Confirmados pelo Congresso, os decretos relativos às terras e à paz foram publicados e


abundantemente distribuídos para que circulas sem em todo o país. Tudo foi possível com a
cooperação dos delegadosdo exército, daqueles que vinham das aldeias e dos propagandistas
especiais destinados às trincheiras e às províncias do interior.Entretanto, continuava a
organização e o armamento da GuardaVermelha que, justamente com a guarnição e os
marinheiros, de sempenhavam a tarefa árdua de vigilância e de guarda.

O Conselho dos Comissários do Povo ia-se apoderando, sucessiva mente, dos organismos
oficiais e em todos encontrava resistência passiva dos funcionários de alta e média categoria.
Por seu lado, os antigos par tidos sovietistas faziam tudo quanto lhes era possível para
conseguir oapoio destes elementos da burocracia e para perturbar a marcha da
novaadministração. Os inimigos tinham a certeza de que éramos uma nuvemde verão.
Duraríamos um ou dois dias; no máximo uma semana.

Os cônsules e funcionários das embaixadas foram ao InstitutoSmolny levados, em parte, pela


urgência das suas obrigações ofi ciais, mas também por mera curiosidade. Os correspondentes
dosjornais apareciam com os seus blocos de apontamentos e máquinasfotográficas. Todos
mostravam muita pressa porque pensavam que aquela realidade seria episódica e assaz
passageira.Na cidade reinava a ordem mais perfeita. Os marinheiros, sol dados e guardas
vermelhos tinha uma conduta exemplar na ordemrevolucionária mais estrita.

Nossos inimigos vivam o temor crescente de que a “realidade epi sódica” continuasse muito
tempo e organizaram o seu primeiro ata que ao novo governo. A iniciativa foi dos socialistas
revolucionários edos mencheviques, os mesmos homens que nos períodos anterioresnão se
mostraram dispostos a assumir inteira responsabilidade pelopoder. Contentavam-se com o
papel de seguidores da união. Eram,ao mesmo tempo, auxiliares, críticos, oposicionistas
benévolos, e apologistas da burguesia. Em todas as eleições anatematizavamescrupulosamente
a burguesia liberal, mas no governo viviam em estreita união com ela. Mercê desta tática
perderam completamente a confiança das classes populares e do exército nos seis primeiros
meses da Revolução. Por isso, não era de estranhar que os aconteci mentos de outubro
significassem o coroamento do seu descrédito.

Poucas horas antes, sem dúvida, sentiam-se donos da situação. Oschefes bolcheviques, a quem
perseguiam, viam-se obrigados a viver forada legalidade e a esconder-se como nos tempos do
czarismo. O poderagora pertencia aos perseguidos da véspera e os ministros, assim comoos
seus auxiliares, já não tinham qualquer influência. Naturalmente, não queriam aceitar que a
súbita mudança de condições fosse o princípio deuma nova época. Esforçavam-se por
convencer-se a si próprios de quetudo era um simples acidente de percurso, obra de
inteligências pobrese da confusão momentânea, para cuja retificação bastaria uma série de
discursos enérgicos e de artigos acusatórios. Porém, a cada momento, osseus passos iam
ficando mais difíceis e maiores os obstáculos que lhes apareciam no caminho. Daí o ódio cego e
feroz que nos professavam.Os políticos burgueses não mostravam muitos desejos de
seapresentarem na linha de fogo. Contentavam-se com empurrar paraa frente os socialistas
revolucionários e mencheviques que, na sualuta contra nós, tinham adquirido aquela energia de
que tão triste mente se viram privados quando partilhavam o poder como subal ternos. Os
seus órgãos de imprensa espalhavam rumores alarman tes e escandalosos. Dirigiam apelos ao
povo, convidando-o a destruiro novo estado de coisas. Organizaram os burocratas e a
oficialidade para desfazer as nossas disposições.

lll. O levante das escolas militares

A Escola Militar e a de Engenheiros eram o núcleo das organi zações contrarrevolucionárias, de


onde partiam, a todo movimento,ações armadas contra as instituições revolucionárias, pois
naquelesestabelecimentos havia grande quantidade de armas e de munições.

A Escola Militar foi cercada pela Guarda Vermelha e pelos mari nheiros que enviaram um
delegado pedindo a entrega das armas emunições. Os sitiados responderam abrindo fogo,
desejando ganhartempo. Contudo, aumentava a afluência de pessoas. Aqui e ali, caía um
transeunte ferido por qualquer bala. A escaramuça prolonga va-se indefinidamente e ameaçava
produzir um efeito depressivo nas forças revolucionárias. O oficial responsável pelo comando
da fortaleza Pedro e Paulo recebeu instruções e poderes para proce der ao desarmamento das
rebeldes. O chefe das operações cercoucompletamente a Escola Militar, levou carros blindados
e colocoubaterias. Feito isto, enviou intimação formal de rendição no prazo dedez minutos. A
resposta foi uma descarga pelas janelas. Passados osdez minutos, mandou abrir o fogo da
artilharia. As primeiras bom bas abriram uma larga brecha nos muros do edifício e os
sitiadosrenderam-se. Alguns deles procuravam fugir fazendo fogo contra osperseguidores.

Imediatamente as manifestações de desespero e de nervosismopróprios das guerras civis se


fizeram sentir. É indiscutível que os marinheiros cometeram atos individuais de crueldade com
os rendi dos. Posteriormente, a imprensa burguesa acusou o governo soviéti co de
desumanidade e de selvageria. Mas não revelou um pormenor;ocultou que a Revolução de 25 e
26 de outubro se desenrolou semum só tiro, sem uma só vítima e que a contrarrevolução
burguesa,arremessando a sua própria juventude para o fragor da guerra civil,era a culpada das
posteriores e inevitáveis atrocidades.
Os acontecimentos de 29 de outubro criaram um novo espíritono povo de Petrogrado. A luta
tornou-se trágica. Os inimigos aca baram por compreender que a questão era mais séria do
que supu nham e que o Soviete não estava disposto a entregar o poder de quese tinha
apoderado só porque a imprensa burguesa e um grupo de

oficiais assim o solicitavam.Continuou com grande intensidade a destruição de todos os


ger mes contrarrevolucionários. Os inimigos, na sua grande maioria, fi caram desarmados e os
que haviam tomado parte no levantamentoarmado foram presos na Fortaleza de Pedro e Paulo
ou em Krons tadt. Foi suprimida a imprensa que tinha incitado publicamente àinsurreição
contra o Soviete. Também foram detidos alguns chefes dos antigos partidos soviéticos cujos
nomes figuravam nas ordens contrarrevolucionárias interceptadas. Depois disto, cessou toda
aresistência armada na capital.

lV. Conclusão

O nosso partido tomou as rédeas do governo conhecendo asdificuldades que encontraria. Na


guerra o país tinha se esgota do economicamente até ao último extremo. A revolução
tinhadestruído a velha máquina administrativa. Milhões de operá rios foram arrancados do seu
ambiente e consumidos morale mentalmente por três anos de guerra. Uma luta
colossal,sustentada com base num desenvolvimento econômico insufi ciente, tinha sugado a
seiva vital da nação e a desmobilizaçãotrouxe dificuldades enormes.

Os camponeses russos, durante séculos e séculos estiveramsujeitos à bárbara tirania da terra


que os unia em massas e sen tiram sobre as suas cabeças a mão de ferro do czarismo.
Desapa receram estas duas forças coercitivas sobre a terra e a liberdadeindividual: uma pela
ação do desenvolvimento econômico; outra,pelos esforços da revolução que, psicologicamente,
significou o despertar das massas camponesas para as ideias do indivi dualismo. A forma
anárquica de despertar foi uma resultanteinevitável da opressão anterior. Uma nova ordem
apenas serápossível baseada numa produção comandada pelos próprios tra balhadores,
libertos das forças anarquistas da revolução.

Por outro lado, as classes ricas, privadas do poder, não aban donaram as suas posições sem
luta. A revolução apresentou,de forma aguda, o problema da propriedade privada das terrase
dos meios de produção. Em outras palavras, um problema devida ou de morte para as classes
dominantes. Politicamente,isso significou a guerra civil mais violenta, quer se fizesse
aber tamente, quer de um modo oculto. Por sua vez, a guerra civil le vantou tendências
anarquistas entre as classes trabalhadoras.Desorganizada a propriedade, a indústria, os
transportes e oabastecimento de gêneros, o prolongamento da guerra civil tra ria dificuldades
gigantescas à obra de reorganização.
O regime soviético, sem dúvida, lançou confiantemente os seus olhares para o futuro. Apenas
um inventário exato dos recursos nacio nais, ou um plano de reconstrução sobre a base geral
de produ ção organizada, com uma distribuição prudente e econômica detodos os produtos,
poderia salvar o país. É isto, precisamente,o que se chama socialismo. Ou desceríamos ao nível
de umasimples colônia ou nos transformávamos no sentido socialista.Tal era a alternativa.

A guerra tinha solapado os fundamentos do capitalismo e aisso se devia a nossa força


invencível. O cerco imperialista, queainda nos rodeia, será desfeito por uma revolução
proletária.Não temos nenhuma dúvida sobre isso, como não tínhamos arespeito da queda do
czarismo, durante os longos decênios denossa ação subterrânea.

Lutar, estreitar nossas fileiras, estabelecer a disciplina do trabalho e da ordem socialista,


aumentar a produtividade dotrabalho, sem retroceder frente a nenhum obstáculo: este é
onosso lema. A história está do nosso lado. Mais cedo ou maistarde, na Europa e na América, há
de estalar uma revoluçãoproletária que trará a liberdade não só a Ucrânia, a Polônia, aCurlândia
e a Finlândia, mas para toda a humanidade sofrida!

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