Processo Geral de Solução de Problemas
Processo Geral de Solução de Problemas
PROPÓSITO
Os assuntos abordados neste conteúdo servirão como base para que os estudantes possam
resolver problemas de naturezas diversas em suas empresas de atuação por meio da
aplicação de metodologias estruturadas e ferramentas com foco na definição dos problemas,
investigação, identificação e priorização de suas causas raízes de forma a buscar alternativas e
elaborar planos de ação que, uma vez implementados, solucionarão esses problemas de
maneira definitiva, evitando assim que voltem a ocorrer.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar este conteúdo, tenha em mãos papel e caneta ou use seu
smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 3
MÓDULO 4
MÓDULO 1
É bastante comum os problemas que surgem nas empresas serem resolvidos de maneira
rápida, porém não consistente, o que os faz surgir novamente ao longo do tempo de modo
recorrente, demandando tempo e dinheiro. A partir daí surge uma pergunta:
Em grande parte das vezes, não há a realização de análises para determinar suas causas
raízes, identificar possíveis soluções e selecionar a melhor a ser implementada. Também não
são realizados o estabelecimento e a implementação de planos de ação para a solução dos
problemas e o monitoramento (e eventuais ajustes) que assegure a efetividade das ações
planejadas.
VOCÊ SABIA
Conhecida pelo termo em inglês QC Story (Quality Control Story), método japonês da JUSE
(Union of Japanese Scientists and Engineers), a MASP é bastante aplicada no Brasil em
problemas classificados como “estruturados”, ou seja, aqueles cujas causas comuns e
soluções são desconhecidas.
Sendo constituído por oito (8) etapas a serem seguidas, segundo Campos (1992), estão
correlacionadas ao ciclo PDCA, por se relacionarem a etapas de:
PLANEJAMENTO
AÇÃO
VERIFICAÇÃO
AÇÃO
Essa metodologia é muito útil na análise e solução de problemas. Quando aplicada, reduz a
chance de o problema voltar a acontecer.
Chelson et al. (2005) descrevem que esse método foi desenvolvido pela Ford Motor Company
durante os anos de 1960 e 1970 para resolução de problemas, sendo também conhecido como
“8 disciplinas para resolução de problemas”.
Os 8Ds referem-se aos 8 Do (do inglês “fazer”), ou seja, consistem em uma ferramenta com
oito passos a serem seguidos para resolver problemas de forma a que não voltem a ocorrer.
Tem como foco, para tal, a identificação da causa raiz do problema para, em seguida,
implementar ações de contenção de curto prazo (incluindo ações imediatas e de contenção) e,
em seguida, investigar o problema mais detalhadamente, a fim de identificar sua causa raiz de
modo a estabelecer e implementar ações efetivas para evitar que o problema ocorra
novamente no futuro.
Método 8 Disciplinas — 8D
ATENÇÃO
Esse método deve ser aplicado por meio de equipes multidisciplinares de maneira ordenada,
utilizando fatos em vez de opiniões pessoais, podendo ser aplicado para qualquer tipo de
problema e atividade.
Para isso, é preciso atuar diretamente na causa raiz do problema, diminuindo assim as
possibilidades de sua recorrência. Similarmente aos métodos anteriormente apresentados,
Rooney e Hopen (2004) propõem um método de 6 passos para solução de problemas:
Definir o
1 Selecionar os problemas e priorizá-los.
problema
Determinar a
3 Identificar as causas raízes do problema.
causa raiz
Selecionar a Desenvolver uma lista de soluções potenciais e
4
melhor solução selecionar a melhor opção a ser utilizada.
SÍNTESE
Vale a pena ressaltar que os três métodos apresentados anteriormente possuem em geral
etapas bem similares entre si, sendo estas as principais:
IDENTIFICAÇÃO, DESCRIÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS
PROBLEMAS.
Não nos ateremos, neste material, a um método específico, e sim à forma de tratativa desses
pontos comuns assinalados, que podem ser considerados como etapas-chave nesse processo,
as quais devem ser tratadas com bastante rigor e atenção visto que os resultados esperados
são fortemente impactados por cada uma delas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
Definir os problemas a serem tratados
REGRAS DE PRIORIZAÇÃO DE
PROBLEMAS
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Uma das etapas mais importantes do processo consiste na identificação real do problema a fim
de coletar os dados e as informações necessárias para efetuar a análise de possíveis causas
e, então, identificar suas causas raízes com o objetivo de buscar possíveis soluções.
Shook (2008) também reflete em sua obra sobre a visão que as organizações possuem a
respeito de erros e problemas. A maioria dessas organizações veem problemas como algo ruim
quando, na verdade, deveriam ser vistos como oportunidades de melhoria para os processos.
Essa mudança cultural é um grande desafio para os gestores, em especial das empresas do
ocidente, visto que ela já é amplamente difundida no mundo oriental.
Outro ponto importante a ser abordado refere-se à diferenciação entre problema e sintoma de
problema, já que muitas vezes esses termos se confundem. O sintoma de um problema refere-
se à maneira como o problema é percebido por alguém que está lidando com determinado
processo ou equipamento.
EXEMPLO
Caso uma peça seja rejeitada por apresentar riscos em uma de suas superfícies, o sintoma
desse problema é “peça rejeitada” por apresentar riscos.
PROBLEMA 01
PROBLEMA 02
PROBLEMA 03
PROBLEMA 04
PROBLEMAS DE CONTENÇÃO
São os problemas que precisam de uma ação corretiva imediata para manter o processo
funcionando, sendo a análise de causa limitada em primeiro momento devendo,
posteriormente, ser identificada e corrigida a causa raiz para que o mesmo não volte a ocorrer.
São os problemas que ocorrem e fazem com que os resultados esperados em termos de
segurança, qualidade, produtividade, atendimento, custo etc. não sejam atingidos. Nesse tipo
de problema, são necessárias a identificação e a eliminação das causas raízes do problema.
PROBLEMAS DE CONDIÇÃO-ALVO
PROBLEMAS DE INOVAÇÃO
São os problemas que fomentam a inovação e o uso de novas tecnologias de modo a obter o
seguinte questionamento: “Como podemos fazer de forma diferente o que fazemos hoje?”.
Causados
Criados
DECLARAÇÃO DE PROBLEMA
Uma declaração de problema explica concisamente a barreira que o problema coloca entre
resultados ou situações esperadas e resultados ou situações atuais, devendo ser
completamente objetiva, focando apenas nos fatos do problema e deixando de fora quaisquer
opiniões subjetivas. Para tornar isso mais fácil, é recomendável que você pergunte quem, o
quê, quando, onde, como e por que o problema ocorreu, o que o ajudará na definição do
mesmo.
Isso inclui identificar quem é impactado pelo problema, quais são os impactos, onde o
problema ocorre e por que e quando precisa ser corrigido.
Uma declaração de problema é uma ferramenta usada para obter suporte e aprovação do
projeto por parte da gerência e das partes interessadas. Como tal, deve ser preciso e
claramente escrito. Existem alguns elementos-chave a serem lembrados ao elaborar uma
declaração de problema que podem ter um impacto positivo no resultado do projeto:
Seguir esse formato ajudará todas as partes que o lerem a compreender o problema e a estar
abertas para considerar a melhor solução.
INVESTIGAÇÃO DO PROBLEMA
Essa etapa deve ser cuidadosamente conduzida uma vez que existe uma tendência de
utilização de ideias preconcebidas pelos participantes.
A participação das pessoas que atuaram diretamente na situação onde ocorreu o problema é
fundamental, pois são elas quem poderão fornecer as informações necessárias para que se
possa começar a tentar entender o que realmente aconteceu.
É claro que essas informações têm como base a percepção dessas pessoas envolvidas,
requerendo, portanto, um maior aprofundamento nas investigações.
Ammerman (1998) sugere que a equipe que está investigando o problema documente
formalmente os seguintes itens:
PRIORIZAÇÃO DE PROBLEMAS
A Matriz GUT é uma ferramenta utilizada para a priorização de problemas tendo como critérios
sua gravidade, a urgência na sua solução e a tendência do problema, caso não seja
resolvido rapidamente, conforme detalhado a seguir:
GRAVIDADE
Representa o impacto do problema na organização, indicando o quão grave é o problema para
a empresa, as pessoas ou os processos.
URGÊNCIA
Refere-se a prazos, ou seja, ao tempo disponível para resolver o problema. Quanto mais
urgente, menor será o tempo disponível para trabalhar na resolução do problema.
TENDÊNCIA
Utilizada para entender o potencial de crescimento do problema ao longo do tempo.
Para a sua montagem, são atribuídas notas de 1 a 5 para cada dimensão da matriz, sendo a
nota 1 atribuída às situações mais desfavoráveis e a nota 5 às mais favoráveis, sendo o total
de pontos de cada problema considerado obtido pelo produto das três notas.
A Matriz Importância X Urgência tem como objetivo priorizar os problemas de acordo com a sua
importância e a urgência requerida para sua solução. O grau de importância atribuído a um
problema refere-se ao seu nível de impacto em processos, pessoas ou produtos. O nível de
urgência determina o quão imediata é a necessidade de resolução do problema.
Para sua montagem, os problemas devem ser classificados nos quadrantes seguindo os
seguintes critérios:
QUADRANTE 01
QUADRANTE 02
QUADRANTE 03
QUADRANTE 04
QUADRANTE 01
QUADRANTE 02
Problemas urgentes, mas não importantes, ou seja, que necessitam de resolução imediata,
mas não impactam diretamente processos, pessoas ou produtos.
QUADRANTE 03
Problemas importantes, mas não urgentes, ou seja, aqueles que não requerem uma resolução
imediata, mas que estão impactando processos, pessoas ou produtos.
QUADRANTE 04
Problemas não importantes e não urgentes, aqueles que não necessitam de uma resolução
imediata e nem têm grande impacto em processos, pessoas ou produtos.
A Matriz Esforço x Benefício analisa os problemas sob a ótica do esforço requerido para a sua
solução e o benefício gerado pela resolução do problema.
Considera-se esforço a quantidade de trabalho requerido para que o problema seja resolvido e
o benefício corresponda ao ganho obtido com essa resolução. Ou seja, a prioridade na
resolução de problemas seguirá a regra de solucionar primeiro o que traz maiores benefícios e,
em seguida, aqueles que requerem menores esforços.
Para a sua montagem, os problemas devem ser classificados nos quadrantes seguindo
estes critérios:
QUADRANTE 01
Benefício alto, esforço baixo, devendo ser resolvido imediatamente.
QUADRANTE 02
Benefício alto, esforço alto, no qual a resolução do problema traz grandes benefícios, porém o
esforço para solução é alto, recebendo, por isso, a segunda prioridade de resolução.
QUADRANTE 03
Benefício baixo, esforço baixo, correspondendo a problemas de rápida solução, porém sem
grandes benefícios, recebendo, por isso, a terceira prioridade de solução.
QUADRANTE 04
Benefício baixo, que corresponde a problemas que demandam um alto esforço. O benefício da
sua solução não agrega grande valor ao time.
ATENÇÃO
A identificação do problema real não é simples, pois muitas vezes assumimos uma causa como
sendo o problema. Clique nas abas e confira os exemplos:
EXEMPLO I
“Estou com um problema: o meu carro quebrou.”
E a resposta é: “Não vou conseguir chegar a tempo a uma reunião importante marcada para as
8 horas da manhã.”
Então o problema real é a possibilidade de não chegar a tempo à reunião, sendo a quebra do
carro uma possível causa. O que deve ser resolvido de imediato refere-se a uma solução para
que a pessoa consiga chegar a tempo à reunião, por meio de alguma ação (chamar um Uber,
pegar carona com um amigo etc.).
A quebra do carro é uma causa primária, que deve ser investigada detalhadamente até que a
causa raiz seja identificada e corrigida.
EXEMPLO II
“Estamos com um problema: atrasamos os pedidos e os clientes estão reclamando.”
Será, realmente, o atraso nas entregas o motivo real das reclamações dos clientes?
Muitas vezes, o real motivo das reclamações não é o atraso na entrega, sendo essa apenas
uma suposição pessoal de algum membro da equipe. Por isso, deve-se ir sempre ao fato com
dados e informações precisas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
Uma das grandes questões na identificação das causas raízes de um determinado problema
deve-se ao fato de que os gestores, na maioria das vezes, contentam-se em resolver o
problema, a partir da eliminação ou correção da(s) causa(s) direta(s), sem ir mais a fundo no
que se refere à identificação da(s) causa(s) raiz(es) do(s) mesmo(s), o que requer não só
tempo, mas também o uso de ferramentas específicas. A consequência disso é a provável
recorrência do problema.
Fluxograma: Recorrência de um problema.
EXEMPLO
Vamos imaginar a seguinte situação bastante comum em nosso dia a dia: pela manhã, o dono
de um veículo tenta ligar o carro e o mesmo não pega. Ele, então, aciona o seguro, que manda
um mecânico para solucionar o problema. O profissional verifica que a causa da não partida do
motor deve-se a problemas na bateria que, por ser antiga e já ter o seu tempo de uso
ultrapassado, não funciona mais.
O dono do veículo, então, autoriza a troca da mesma por uma nova, o que é feito. E o carro,
consequentemente, funciona. Pronto: problema resolvido.
Na verdade, o problema foi resolvido, mas a causa raiz do mesmo não foi atacada: bateria com
utilização acima de sua vida útil, que é a causa raiz do problema. Provavelmente, quando a
nova bateria estiver com a sua vida útil ultrapassada, o dono do carro enfrentará novamente o
problema de não funcionamento do carro (muitas vezes em situações de emergência, urgência
ou até mesmo perigosa).
Como solução para a eliminação da causa raiz, poderíamos, por exemplo, fazer com que o
mesmo criasse algum alerta com relação à vida útil da bateria, para que pudesse substituí-la
antes da ocorrência do problema.
Esse é um exemplo bastante simples, porém elucidativo. Sempre que um problema ocorre, é
possível realizar a ACR, porém, muitas vezes, as empresas não possuem recursos ou tempo
suficientes para realizar todas as análises necessárias.
A Análise de Causas Raízes é um processo estruturado que envolve várias etapas e que
demanda tempo de especialistas e funcionários que estão diretamente envolvidos no problema
e que têm também as suas atividades do dia a dia necessárias ao funcionamento da empresa,
não dispondo, portanto, de muito tempo fora de suas atividades rotineiras para participar das
análises detalhadas que levem à identificação de causas raízes.
Além disso, em alguns processos para a identificação das causas raízes de problemas, é
necessário testar hipóteses por meio de experimentos com as variáveis envolvidas, o que
também demanda tempo e, em muitos casos, espaços de tempo nas linhas de produção para
os ensaios.
Portanto, devido a essas restrições, é importante priorizar os problemas que serão analisados
por meio, por exemplo, do uso das ferramentas de priorização abordadas no Módulo 1 deste
conteúdo.
ATENÇÃO
Vale a pena ressaltar que, em alguns casos, a correção da causa de um determinado problema
pode resolver outros problemas não identificados ou tratados nesse momento, visto que uma
causa pode ser a mesma para vários problemas.
Há alguns diferentes tipos de causas e diferenças entre a causa raiz e as demais causas de um
problema. Ammerman (1998) classifica as causas de problemas como:
CAUSAS PRESUMÍVEIS
São aquelas que surgem a partir da coleta de dados, necessitando, porém, ser investigadas e
validadas.
CAUSAS CONTRIBUINTES
São causas que isoladamente não poderiam causar o problema, contudo são importantes e
devem ser tratadas.
CAUSA RAIZ
Deve ser eliminada para que o problema não volte a ocorrer.
Um problema muito comum é acreditar que já se alcançou a causa raiz do problema, sem que
isso seja realmente verdade.
Um ponto importante sobre causa raiz é como essa deve ser descrita. Segundo Rooney e
Hopen (2004), ela não deve ser definida de modo genérico como “erro de operador” ou “quebra
do equipamento”, visto que essas definições não são específicas o suficiente para a tomada de
decisões com relação ao estabelecimento de ações corretivas que efetivamente evitem a
recorrência de problemas.
VOCÊ SABIA
As causas raízes também não devem ser associadas a algo fora do controle das pessoas
como, por exemplo, “os atrasos nas entregas de produtos foram decorrentes do mau tempo”.
BRAINSTORMING E BRAINWRITING
O brainstorming é um método que tem como objetivo buscar a solução para um problema
específico por meio da geração de ideias das pessoas envolvidas no problema e especialistas.
Deve-se buscar o maior número possível de sugestões sem qualquer tipo de restrição à
criatividade ou imaginação dos participantes, tendo como características principais:
Ambos os métodos têm como função a busca pelo maior número de ideias, sugestões e
soluções possíveis para um problema uma vez identificado. A definição do método a ser
utilizado depende de fatores como ambiente, maturidade da equipe e relacionamento entre os
participantes.
5 PORQUÊS
O método dos 5 porquês é utilizado no Sistema Toyota de Produção, tendo como finalidade
identificar a verdadeira causa raiz do problema, que geralmente está oculta por sintomas
óbvios. O método consiste em perguntar o porquê de um problema várias vezes (em geral até
o 5º porquê a causa raiz já é identificada) até que a causa raiz do mesmo seja encontrada.
Weiss (2011) estabelece cinco passos a serem seguidos para a utilização desse método:
Pergunte por que esse problema ocorreu na opinião dos membros do time.
Ao cessar as respostas dos porquês significa que a causa raiz foi identificada.
Fluxograma: 5 porquês.
DIAGRAMA DE ISHIKAWA
O diagrama é montado a partir do registro do efeito indesejado, localizado à direita e tendo seis
ramificações em formato de espinha de peixe, que são as famílias de causas: matérias-primas,
máquinas, medidas, meio ambiente, mão de obra e método — os chamados 6 Ms.
Slack et al. (2002) recomenda as seguintes etapas para a construção do Diagrama de Causa e
Efeito:
Colocar o problema ou efeito indesejado à direita da seta principal horizontal.
Determinar seis categorias para as possíveis causas do efeito, nesse passo pode se
utilizar os 6 Ms.
Buscar as possíveis causas para serem alocadas dentro das categorias informadas
anteriormente.
Diagrama de Ishikawa.
Slack et al. (2002) diz também que outras famílias de causas podem ser utilizadas dependendo
do problema que se esteja investigando. Sendo, porém, o uso dos 6 Ms o mais utilizado. Esse
diagrama permite que, muitas vezes, sejam relacionadas causas decorrentes de outras causas,
o que dificulta a identificação da causa raiz.
EXEMPLO
DIAGRAMA DE RELAÇÃO
O Diagrama de Relação pode ajudar a ligar causas a um determinado problema e com isso
identificar qual das causas levantadas tem relação direta com o problema priorizado, ele pode
ser adaptado para diversas formas de entendimento. Pode também identificar causas raízes a
partir de blocos dos quais só saem setas, sem a chegada de nenhuma delas.
1 0 3
2 1 4
3 2 1
4 3 0
5 3 0
6 2 1
7 2 2
8 1 3
Podemos observar que a causa 1 tem 3 saídas, sendo uma das causas de onde mais saem
setas, excetuando-se da causa 2. Porém, a causa 1 não possui nenhuma entrada, sendo,
portanto, uma potencial causa raiz do problema.
Observe também que a causa 2 é a que mais afeta outras causas (4 saídas), porém, como
podemos ver na figura anterior, ela é afetada pela causa 8, uma das causas afetadas pela
causa 1 (potencial causa raiz).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
Uma vez que as causas raízes do problema foram identificadas, devem-se buscar soluções
para eliminá-las por meio da elaboração da estratégia de ação e da elaboração do plano de
ação em si.
A grande questão nesse estágio do processo de solução de problemas refere-se a como gerar
ideias para a eliminação das causas raízes. Algumas ferramentas, tais como o brainstorming e
o brainwriting, são bastante utilizadas com essa finalidade.
Outra técnica utilizada para isso é conhecida como Método dos 6 Chapéus para a Geração de
Ideias. Nele, cada um dos “chapéus” representa uma forma diferente de pensamento. Ao
utilizar um chapéu, deve-se fazer uma análise do problema sob uma perspectiva definida,
conforme explicado a seguir:
CHAPÉU 1
CHAPÉU 2
CHAPÉU 3
CHAPÉU 4
CHAPÉU 5
CHAPÉU 6
CHAPÉU BRANCO
CHAPÉU VERMELHO
Pensamento focado nas emoções, na percepção, sem muita preocupação com a lógica.
CHAPÉU PRETO
Pensamento focado no lado negativo, ou seja, considerando tudo que pode dar errado.
CHAPÉU AMARELO
Pensamento focado no aspecto positivo, ou seja, considerando o lado bom do aparecimento do
problema como oportunidade de melhorias. Serve como fator motivador para a equipe, mesmo
quando parece que não se chegará a nenhuma conclusão sobre o assunto.
CHAPÉU VERDE
CHAPÉU AZUL
Visa ao direcionamento para outros chapéus de acordo com os obstáculos enfrentados. Por
exemplo: quando faltam ideias, o Chapéu Azul direcionaria a abordagem para o Chapéu Verde.
Para a aplicação dessa técnica, deve haver um problema a ser solucionado, um time de
pessoas envolvidas e um mediador (que usa o chapéu branco). Todos devem usar,
simultaneamente, o chapéu indicado pelo mediador e oferecer sua contribuição com base no
que a cor de seu chapéu representa.
Significados das cores de cada chapéu do Método dos 6 Chapéus.
Assim como para a priorização dos problemas encontrados utiliza-se a Matriz GUT, a Matriz
BASICO serve para priorizar as soluções levantadas para um determinado problema.
Essa ferramenta trabalha na mesma linha de aplicação da Matriz GUT, a partir da definição de
pesos e parâmetros como forma de priorização das soluções levantadas, tendo como base as
seguintes perspectivas, que dão origem ao nome da matriz:
PERSPECTIVA 1
PERSPECTIVA 2
PERSPECTIVA 3
PERSPECTIVA 4
PERSPECTIVA 5
PERSPECTIVA 6
BENEFÍCIOS PARA A ORGANIZAÇÃO (B):
Corresponde ao impacto que uma determinada solução analisada tem para a solução do
problema.
Significa o grau de satisfação que é gerado nos colaboradores, tendo como base a melhoria
das condições de trabalho, saúde e segurança.
Considera a quantidade de recursos necessários para que as soluções propostas possam ser
implementadas.
Cada um desses aspectos será avaliado e terá notas de 1 a 5 atribuídas individualmente, com
a pontuação total obtida a partir da multiplicação das notas. Em seguida, a matriz deverá ser
ordenada de forma decrescente com base no total de pontos de cada solução, definindo,
assim, a priorização das soluções encontradas para o problema. Como exemplo, temos:
Geralmente, os envolvidos criam uma planilha com todas as informações e passos para o
desenvolvimento e a sequência do Plano de Ação que deve responder inicialmente às
seguintes questões:
5
Quando a ação deverá estar concluída (when)?
07
A resposta para essas perguntas foi sintetizada por meio de uma Metodologia conhecida como
5W2H. Essa metodologia é bastante simples, porém deve ser rigorosamente seguida como
forma de sucesso na implementação das ações estabelecidas.
ETAPA 1
Defina os objetivos a serem atingidos: o time deve saber, claramente, aonde se quer chegar e
por que aquelas atividades estão sendo executadas.
ETAPA 2
Crie metas mensuráveis: o objetivo do plano de ações precisa ser definido claramente, afinal
um plano de ação serve para atingir metas. É recomendável que sejam criadas metas que
permitam à sua equipe visualizar o que foi realizado. Assim, terão tempo de corrigir os desvios
e possibilitar o alcance dos objetivos.
ETAPA 3
Liste todas as ações a serem executadas, atribuindo-as a um responsável (apenas um
responsável para cada uma delas).
ETAPA 4
Divida as grandes tarefas em subtarefas necessárias à sua realização: muitas vezes, a
realização de uma tarefa depende da realização de outras tarefas a serem executadas por
outros responsáveis.
ETAPA 5
Estabeleça os prazos para as entregas de cada tarefa e subtarefa, com a concordância de
seus responsáveis: o cumprimento do cronograma estabelecido minimizará os riscos de
atrasos na implementação das ações, bem como sinalizará sobre a necessidade de recursos
extras para que tarefas atrasadas possam ser colocadas em dia.
ETAPA 6
Crie uma representação visual para o Plano de Ação, de modo que todos possam acompanhar
o andamento de cada atividade.
ETAPA 7
Acompanhe o andamento das ações com frequência: o Plano de Ação deve ser continuamente
atualizado e divulgado para todos os membros da equipe, sendo que, em várias empresas, são
estabelecidas reuniões periódicas de acompanhamento do projeto com essa finalidade.
Os responsáveis deverão ser pessoas, e não departamentos ou setores, para que não haja
nenhum tipo de dúvida sobre quem deverá realizar a tarefa. Além disso, deve-se sempre
estabelecer datas, preferencialmente em dias específicos, e não em semanas, trimestres etc.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este conteúdo aborda as Metodologias para a Análise e Solução de Problemas de maneira
objetiva, detalhada e prática de modo a possibilitar sua aplicação imediata pelo profissional em
seus ambientes de trabalho, apresentando diversas ferramentas de fácil utilização e grande
efetividade nos processos relacionados à solução de problemas.
Após este estudo, é hora de colocar em prática os conceitos aprendidos neste material. Vamos
lá? Boa sorte a todos!
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AMMERMAN, M. The root cause analysis handbook: a simplified approach to identifying,
correcting, and reporting work place errors. Portland: Productivity, 1998.
CAMPOS, V. F. TQC: controle da qualidade total (no estilo japonês). 7. ed. Belo Horizonte:
Bloch, 1992.
CHELSON, J. V.; PAYNE, A. C.; REAVILL, L. R. P. Management for engineers, scientists and
technologists. 2. ed. Chichester: John Wiley& Sons Ltd., 2005.
KEPNER, C. H.; TREGOE, B. B. The new rational manager. Princeton: Princeton Research
Press, 1981.
ROONEY, J. J.; HOPEN, D. On the trial to a solution… Part 2: what’s in? what’s out? defining
your problem. The Journal for Quality & Participation, 2004.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
WEISS, A. E. Key business solutions: essential problem-solving tools and techniques that
every manager needs to know. Grã-Bretanha: Pearson Education Limited, 2011.
EXPLORE+
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