Bíblia e A Maçonaria
Bíblia e A Maçonaria
∴ D∴G∴A∴D∴U S∴ T ∴ U
V∴M
O qual é denominado:
O traçado que vamos desenvolver contém uma série de diferentes conceitos e ideias que se tem
gerado sobre o denominado "livro sagrado", do qual se derivam a grande maioria dos preceitos e
normas que regem o comportamento moral da sociedade atual, mas que igualmente têm
servido de base para o desenvolvimento dos diferentes conceitos que se têm sobre espiritualidade,
e os alicerces do pensamento humano moderno e a imagem que se construiu sobre isso
o Grande Arquiteto do Universo.
Quando se fala deste "livro sagrado", normalmente se concebe com um halo sobrenatural,
misterioso e pouco científico, pelo que, em consequência, serão abordadas as diferentes concepções
desenvolvidas sobre a bíblia, sua organização, as diferentes versões que existem dela e a
razões pelas quais essas diferenças existiram, assim como também se buscará dar um sentido
humano ao que está escrito nela, contextualizando seu conteúdo em parâmetros como o tempo,
os costumes e o sentido histórico (se isso se aplica) pelo qual foi escrito.
Na última parte deste traçado, será abordada a importância com a qual a Bíblia foi revestida.
como fonte do espiritualismo maçônico e fonte inagotável de luz, fazendo da mesma maneira
ênfase no simbolismo que existe em torno da Bíblia e como ela se transforma em um
símbolo da vontade inata do homem, diante das forças que não consegue entender e que exerce uma
ação decisiva sobre tudo o que foi criado e sobre o próprio homem.
Iniciaremos este traçado, analisando a origem da palavra "BÍBLIA", a qual tem sua origem em
palavra grega "Biblos", que se traduz como livros, latinizando o termo se traduziría como
"biblioteca", termo que se refere ao espaço físico onde se guardam uma série de livros ou uma
coleção destes. Uma interpretação literal, resume-se como a "BÍBLIA", é uma coleção de
livros classificados em duas seções, "velho testamento" e "novo testamento", os quais por sua
conteúdo e espiritualidade manifesta são denominados como 'livros inspirados', 'sagradas escrituras'
a "palavra de Deus", uma vez que as associações religiosas que se agrupam em torno delas,
asseguram conter os desígnios de Deus para com os homens, a fim de manifestar-lhes sua vontade e
indicar-lhes os preceitos que devem ser observados para estar perto de sua presença.
O Antigo Testamento está escrito em hebraico, com alguns trechos em aramaico, exceto os livros.
em grego, denominados estes últimos deuterocanônicos. Ao texto hebraico chama-se massorético
(os massoretas eram sábios judeus que a partir do século VII a.C. colocaram vogais para facilitar a
leitura em hebraico, que assim como o árabe é escrita apenas com consoantes).
O Antigo Testamento foi transcrito para o grego no século III a.C., em Alexandria, esta tradução se
denominou Satelita, devido aos 70 sábios que traduziram os textos do pentateuco do hebraico para
grego. O novo testamento foi escrito integralmente em grego, que era considerada como língua
comum.
A Bíblia dos tempos modernos, com seu conteúdo e cânones, foi apresentada à
Cristandade como “livros inspirados”, no ano de 382 d.c. no concílio ecumênico de Roma,
quando a Igreja Católica junto com o papa Damaso I instituíram o cânone bíblico com a lista de livros
do Novo Testamento e dos livros do Antigo Testamento, esta versão foi traduzida para o latim por
Jerônimo (conhecido como a Vulgata), contendo 73 livros, declarando-se dogma no concílio
de Trento; no entanto, após o cisma de Lutero, as igrejas cristãs surgidas a partir disso
cisma, adotaram a versão de Reina Valera como "livro inspirado" que contém 66 livros.
A versão da bíblia autorizada pela igreja católica no concílio de Roma, continha livros
inspirados no hebraico, aramaico, que eram as línguas nativas do povo de Israel, mas
além disso, tinham livros em grego, que segundo a tradição judia e católica foram escritos em os
tempos em que o povo de Israel viveu fora de suas terras, seja em escravidão ou desterro; por
outro lado a tradução adotada pelas igrejas dissidentes, (versão de Casiodoro Reina e Cipriano
Valera) em 1602, aceita como livros inspirados 66 textos, os quais foram escritos em aramaico e
Hebreu.
Os 7 livros não considerados como inspirados pela Reina Valera são denominados
deuterocanônicos" e os 66 livros aceites por ambas as igrejas são denominados "proto
canônicos”, os livros deuterocanônicos são; Tobias, Judite, Ester, I e II dos Macabeus, Sabedoria,
Eclesiástico e Baruc, enquanto os protocanônicos são, o pentateuco, Josué, Juízes, Reis,
Crônicas, Profetas Maiores, Profetas Menores, Salmos, Provérbios, Eclesiastes ou Sirac, cantar
dos cânticos, Lamentações, evangelhos sinópticos, evangélicos didáticos, atos dos
apóstoles, cartas paulinas, cartas de Pedro o Juan y apocalipse.
A bíblia relata a história da relação do povo de Israel com seu Deus (Javé ou Yahvé), por
para entender e compreender os ensinamentos escritos na bíblia, deve-se limitar a palavra
escrita à condição humana, o gênero literário em que foi escrito, o tempo, a cultura e a
ensino, pelo que a bíblia se agrupa da seguinte maneira:
A bíblia, como foi explicado, é um compêndio de diferentes livros e estilos de escrita, mas sem
embargo em ela se tem considerado se encontra a "verdade espiritual e de fé", não uma "verdade
científica”, por isso, ao lê-la e estudá-la, devem ser considerados os seguintes aspectos:
A bíblia foi publicada em mais de 1200 idiomas e dialetos, portanto está limitada a
as condições particulares de cada língua escrita, sua gramática e semântica particular de
cada uma delas.
2. Sua autoria é muito diversa, foram conhecidos mais de 40 autores, entre os quais se destacam
Para aqueles para quem a Bíblia é a base da fé, a autoria dela se fundamenta no que foi escrito por
Timóteo, "Toda escritura é inspirada por Deus, e é útil para ensinamento, para repreensão,
correção, imposição de justiça a fim de que o homem de Deus seja perfeito, estando bem
preparado para toda boa obra” (2ª. Tim. 3, 16).
Para as sociedades maçônicas, ao longo dos anos, a Bíblia se constituiu não apenas em um
referente de fé e espiritualidade, senão que é a pedra angular onde se forjam seus princípios e
dogmas, nesta parte do traçado, será exposto como esta pedra angular nos permitiu a
sociedades maçónicas de homens livres e de bem.
Para iniciar esta parte deste traçado, permitimo-nos citar a resposta de Albert Einstein quando
se eu perguntasse "se acreditava em Deus", sua resposta a essa pergunta foi: "Sim, porque acreditar me faz"
essas atrocidades que foram feitas alçando seu conteúdo, puderam extinguir a
magnificência de sua luz, levando além da razão, a verdade e a vida virtuosa que nela se
proclama, pelo qual para as lojas maçônicas foram constituídas, como foi mencionado
anteriormente, na pedra angular de seus exercícios e na guia mais pura e livre que pode
conduzir os homens por caminhos retos e cumprir seus deveres com os homens.
A arquitetura dos exercícios maçônicos está sustentada pela palavra escrita nos
textos da Bíblia e seus simbolismos e essência de seu pensar e agir estão imersos na
presença de sinais e símbolos bíblicos, que são ensinados ao aprendiz desde sua iniciação e o silêncio
imposto como disciplina do aprendizado.
O andaime maçônico nasce desde que ao aprendiz se sussurra ao ouvido a palavra sagrada, que não
pode-se escrever, pronunciar ou evocar, e que se refere aos textos escritos nas colunas do
templo de Salomão, e referido em diversas ocasiões nos textos bíblicos (Ruth 2 -4, Deu. 25:5 -
10, Rth 4: 1- 8, 1 R ey 7, 15 -22; 2 Cron 3,17).
No livro do profeta Amós, pastor de bois e coletor de frutos silvestres, considerado um dos
os doze profetas menores, que condenaram a corrupção e a injustiça social, dizem que Deus tem
colocou um prumo de pedreiro no meio de seu povo Israel (Amós 7, 7 -8), assim os israelitas
construirão seus muros espirituais seguindo a verticalidade da lei de Deus; esta citação é
amplamente utilizado nos rituais maçônicos, particularmente no rito escocês antigo e no rito
de York, particularmente na cerimônia de concessão do segundo grau "Companheiro", e
cuja ferramenta é a prumo. Por outro lado, se busca na Bíblia, referência ao prumo de
pedreiro, você encontrará diferentes citações, entre as quais estão:
Da mesma forma, como se utiliza o símbolo da prumo nos rituais maçônicos e se encontra
como tem sido amplamente referenciado nos textos bíblicos, assim também a pedra símbolo de
a semente maçonica no aprendiz está referida nos textos bíblicos, particularmente
no livro de Deuteronômio 27, 5 -6, onde se diz que o altar de sacrifícios de Israel deve ser
construído com doze pedras brutas, ou sem labrar, sem polir, não tocadas por ferramentas de ferro.
Neste sentido e referido a este texto, se observamos a arquitetura e distribuição dos templos
masónicos, poderemos distinguir que justo no lado meridional de cada templo se apresenta uma
pedra bruta aos pés do assento do segundo vigilante e é instruído ao aprendiz que esta deverá
ser devastada e polida com a ajuda do martelo e do cinzel, os quais são entregues a ela em sua
cerimônia de iniciação e da mesma forma, ao lado do assento do primeiro vigilante, vê-se um prumo
pendurando com um triângulo que serve de nível.
A presença da bíblia nas sociedades maçônicas tem sido determinante para seu progresso e
conservação de sua tarefa primordial, "forjar homens livres e de bem" onde o conteúdo e
a presença das tábuas da lei entregues a Moisés se erige como fundamentos desta nobre
tarefa, já que não permitem render culto ou presbicia à mentra, honra como princípio a quem
nos deram a vida, nosso pai e nossa mãe, respeita a dignidade do homem, e assenta os
princípios elementares da moral, buscando a humanidade mais justa e a construção de um
templo com pedras humanas fundidas no amor fraternal e de frente para o infinito e eterno, como
nós o observamos em todos os templos maçônicos em sua abóbada celeste.
Este sentido edificador e construtivista se marca na mesma presença de Jesus, ao qual Paulo
reconhece como a "Pedra Viva", (1 Pe 2, 4-6) e o próprio Jesus Cristo fala de que seu corpo é um
templo (João 2, 19 -21), neste mesmo sentido Paulo nos diz em sua primeira carta aos Coríntios
(3, 16 -17), que cada discípulo de Jesus em um templo do Espírito Santo.
O conceito de Deus como arquiteto do universo é usado pelo próprio Paulo em sua carta aos
hebreus (11, 10), onde ele escreve: "A cidade que tem fundamentos cujo arquiteto e construtor
é Deus”, esteto de discursos com sentido maçônico, são frequentes em Paulo, como o reflete a
Assim, já não sois estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e
membros da família de Deus, EDIFICADOS SOBRE O FUNDAMENTO DOS APOSTOLOS E
PROFETAS, SENDO A PEDRA ANGULAR PRINCIPAL JESUS CRISTO EM QUEM TUDO O
EDIFÍCIO, BEM COORDENADO, VAI CRESCENDO PARA SER TEMPLO SANTO NO SENHOR, EM QUEM
VÓS TAMBÉM SOIS JUNTAMENTE EDIFICADOS PARA MORADA DE DEUS NO ESPÍRITO.
(Efésios 2,19-22).
Outro aspecto onde se pode ver a presença de 'textos sagrados', nas lojas maçônicas, se
distingue nos ateliês maçônicos onde ao lado do venerável mestre pode-se observar um
sol dourado e uma lua branca e entre os dois símbolos encontra-se um grande triângulo com um olho ao
centro, esses símbolos estão no livro do Gênesis, quando se descreve o sonho de José, filho
de Jacó (Gênesis 37, 9 -10).
V∴M∴yQQ∴HH Espero que este traçado tenha sido para seu crescimento e edificante para seu
alma e espírito, assim como para a glória do Nosso Grande Arquiteto do Universo.
Saudações fraternais.
É quanto:
M∴M∴