Apostila de C2
Apostila de C2
CÁLCULO 2
EM CONSTRUÇÃO
2022
1
Conteúdo
Conteúdo ....................................................................................................................................... 2
1 Sequências Convergentes e Divergentes ................................................................................... 5
1.1 Definição de sequência ....................................................................................................... 5
Exercícios ................................................................................................................................... 6
1.2 Convergência de sequências ............................................................................................... 7
Exercício. ................................................................................................................................. 11
2 Teoremas sobre sequências, sequências monótonas .............................................................. 13
2.1 Teoremas sobre sequências. ............................................................................................. 13
Exercício. ................................................................................................................................. 16
2.2 Sequências monótonas ..................................................................................................... 18
Exercícios. ................................................................................................................................ 20
3 Sequências limitadas ................................................................................................................ 22
Exercícios. ................................................................................................................................ 24
4 Séries numéricas: definição e exemplos .................................................................................. 26
Exercícios. ................................................................................................................................ 36
5 Critérios de convergência e de divergência de séries .............................................................. 39
Exercícios. ................................................................................................................................ 47
6 Testes de Comparação entre séries, a 𝒑-série e o teste da Integral........................................ 51
Exercícios ................................................................................................................................. 60
7 Demonstrações de alguns teoremas já vistos .......................................................................... 63
Exercícios ................................................................................................................................. 72
8 Séries alternadas; séries absolutamente convergentes........................................................... 74
8.1 Séries alternadas ............................................................................................................... 74
8.2 Séries absolutamente convergentes ................................................................................. 75
Exercícios ................................................................................................................................. 77
9 Teste da razão e da raiz para convergência absoluta .............................................................. 79
9.1 Lembrando ........................................................................................................................ 79
9.2 Teste da razão e teste da raiz para convergência absoluta .............................................. 80
Exercícios ................................................................................................................................. 83
10 Séries de Potências e suas derivadas ..................................................................................... 86
10.1 Séries de potências.......................................................................................................... 86
10.2 Derivadas de séries de potências .................................................................................... 91
Exercícios ................................................................................................................................. 94
2
11 Integral de séries de potências .............................................................................................. 96
Exercícios ................................................................................................................................. 98
12 Série de Taylor e de Maclaurin............................................................................................. 100
Exercícios ............................................................................................................................... 105
13 Equações Diferenciais Ordinárias – definição, EDO linear de primeira ordem, EDO separável
................................................................................................................................................... 107
Exercícios ............................................................................................................................... 113
14 Equações homogêneas que se tornam separáveis .............................................................. 114
Exercícios ............................................................................................................................... 117
15 EDO de Bernoulli e primeiros problemas contextualizados de EDO’s ................................. 119
Equação Diferencial Ordinária de Bernoulli .......................................................................... 119
Primeiros problemas contextualizados – Propagação de doença ........................................ 120
Exercícios ............................................................................................................................... 125
16 Campo de Direções e Solução de Equilíbrio, problemas de Meia-Vida ............................... 128
Campo de Direções ............................................................................................................... 128
Meia-Vida de material radioativo ......................................................................................... 130
Exercícios ............................................................................................................................... 133
17 Problemas: Lei do Resfriamento de Newton e outras aplicações das EDO’s....................... 135
Lei do Resfriamento de Newton ........................................................................................... 135
Movimento uniforme, Juros, Misturas e outros problemas ................................................. 138
Exercícios ............................................................................................................................... 147
18 Equações Diferenciais lineares de segunda ordem homogêneas com coeficientes constantes
................................................................................................................................................... 149
Exercícios ............................................................................................................................... 154
19 EDO’s de segunda ordem lineares não-homogêneas .......................................................... 155
Método dos coeficientes indeterminados da solução particular ......................................... 155
Exercícios ............................................................................................................................... 166
20 EDO’s de Segunda Ordem: Método da Variação dos Parâmetros. ...................................... 168
21 Aplicações das EDO’s: sistema Massa-Mola – oscilação livre .............................................. 174
22 Vibrações Forçadas .............................................................................................................. 179
23 EDO’s lineares de ordem mais alta com coeficientes constantes homogêneas .................. 189
24 EDO’ de ordem mais alta não homogêneas com coeficientes constantes .......................... 197
25 EDO’s por Séries de Potências.............................................................................................. 201
26 Transformadas de Laplace - introdução ............................................................................... 206
27 Transformadas de Laplace – caso descontínuo ................................................................... 216
3
28 Sistemas de Equações Diferenciais ...................................................................................... 220
GABARITOS dos exercícios ........................................................................................................ 226
4
1 Sequências Convergentes e Divergentes
Definição. Uma sequência é uma função que tem como Domínio todos os
inteiros positivos. Pode ser representada por {𝑎𝑛 } ou por 𝑠(𝑛).
*Os elementos do domínio: 1, 2, 3, ... são chamados de índices da sequência.
*Os elementos da imagem: 𝑎1 , 𝑎2 , 𝑎3 , … são os termos da sequência.
*A expressão 𝑎𝑛 é o termo geral da sequência.
Exemplos.
Exemplo 1. Encontre os primeiros 3 termos da sequência abaixo, e também o termo
geral.
a)
1
𝑠 𝑛 = 4𝑛 + , ou:
2
1
4𝑛 +
2
R:
9 17 25
𝑎1 = , 𝑎2 = , 𝑎3 = .
2 2 2
1
Termo geral: 𝑎𝑛 = 4𝑛 + 2, chamado n-ésimo termo.
b)
𝑛!
𝑒𝑛
R:
1 2 6
𝑎1 = , 𝑎2 = 2 , 𝑎3 = 3 .
𝑒 𝑒 𝑒
𝑛!
Termo geral: 𝑎𝑛 = 𝑒 𝑛 .
c)
5
𝑠 𝑛 = cos(𝑛𝜋) , 𝑛 = 1, 2, 3, …
R:
𝑎1 = −1, 𝑎2 = 1, 𝑎3 = −1.
Termo geral: 𝑎𝑛 = cos(𝑛𝜋).
Exemplo 2. Encontre uma possível fórmula para o termo geral 𝑎𝑛 da sequência:
a)
7 7 7
7, , , , …
4 9 16
R:
7
𝑎𝑛 = , 𝑛 = 1, 2, 3, …
𝑛2
b)
5, 9, 13, 17, …
R:
𝑎𝑛 = 5 + 4 𝑛 − 1 , ou seja:
𝑎𝑛 = 4𝑛 + 1
Exercícios
Exercício 1. Encontre os primeiros 3 termos da sequência e o termo geral:
a)
5
𝑛
b)
{sen 𝑛𝜋 }
c)
𝑠 𝑛 = 56, 𝑛 = 1, 2, 3, …
d)
3
7𝑛 −1
e)
𝑛+1− 𝑛
f)
𝑠 𝑛 = ln 𝑛 , 𝑛 = 1, 2, 3, …
6
g)
5𝑛
𝑠 𝑛 = , 𝑛 = 1, 2, 3, …
𝑛!
h)
{8}
i)
𝑛
𝑎𝑛 − 𝐿 < 𝜀, se 𝑛 > 𝑁.
lim 𝑎𝑛 = 𝐿.
𝑛→∞
7
Se a sequência não converge para nenhum limite 𝐿, ela diverge, ou seja, ela é
divergente.
a)
3
, 𝐿 = 0.
𝑛
𝑎𝑛 − 𝐿 < 𝜀 se 𝑛 > 𝑁,
3
−0 <𝜀
𝑛
3
<𝜀
𝑛
3
<𝜀
𝑛
3 < 𝜀𝑛
3
𝑛> = 𝑁.
𝜀
3
Logo, a sequência converge para 𝐿 = 0, pois, para todo 𝜀 > 0, tão pequeno
𝑛
Isto é,
3
lim = 0.
𝑛→∞ 𝑛
3
Observação. Por exemplo, para 𝜀 = 0,1, então, para todo 𝑛 > 0,1 = 30,
teremos que
8
3
− 0 < 0,1:
𝑛
3
− 0 < 0,1,
31
3
− 0 < 0,1
32
...
3
Já para 𝜀 = 0,001, então, para todo 𝑛 > 0,001 = 3000, teremos que
3
− 0 < 0,001:
𝑛
3
− 0 < 0,001,
3001
3
− 0 < 0,001,
3002
...
b)
1
4− , 𝐿 = 4.
𝑛
𝑎𝑛 − 𝐿 < 𝜀 se 𝑛 > 𝑁,
1
4− −4 <𝜀
𝑛
−1
<𝜀
𝑛
1
<𝜀
𝑛
1 < 𝜀𝑛
9
1
𝑛> = 𝑁.
𝜀
1
Logo, a sequência 4 − 𝑛 é convergente, e ela converge para 𝐿 = 4, isto é,
1
lim 4 − = 4.
𝑛 →∞ 𝑛
c)
Ora, para todo 𝜀 > 0, tão pequeno quanto se queira, vou provar que
𝑎𝑛 − 𝐿 < 𝜀 se 𝑛 > 𝑁,
𝑟𝑛 − 0 < 𝜀
𝑟𝑛 < 𝜀
𝑟𝑛 < 𝜀
ln 𝑟 𝑛 < ln 𝜀
ln 𝜀
𝑛> = 𝑁.
ln 𝑟
lim 𝑟 𝑛 = 0.
𝑛 →∞
d)
5
+ 1 , 𝐿 = −3.
𝑛
10
Ora, para todo 𝜀 > 0, quero provar que
𝑎𝑛 − 𝐿 < 𝜀 se 𝑛 > 𝑁,
5
+ 1 − (−3) < 𝜀
𝑛
5
+4 <𝜀
𝑛
5
+4<𝜀
𝑛
5 + 4𝑛 𝜀𝑛
<
𝑛 𝑛
5 + 4𝑛 < 𝜀𝑛
4𝑛 − 𝜀𝑛 < −5
−5
𝑛< .
3,7
5
Logo, a sequência + 1 não converge para 𝐿 = −3, mas não podemos ainda
𝑛
Você acha que ela converge para algum valor de 𝐿 ou ela diverge? Prove!
Exercício.
Verifique se a sequência abaixo converge ou não para 𝐿:
a)
99
, 𝐿 = 0.
𝑛
b)
11
2
+ 6 , 𝐿 = 6.
𝑛
c)
0,8𝑛 , 𝐿 = 0.
d)
1
, 𝐿 = 0.
10𝑛
e)
7𝑛 + 6
, 𝐿 = −7.
−𝑛 − 1
f)
4
, 𝐿 = 8.
𝑛
g)
12
2 Teoremas sobre sequências, sequências monótonas
Exemplo. Use o teorema acima para encontrar o limite das sequências abaixo,
caso elas convirjam.
a)
3𝑛2 + 𝑛
2𝑛 + 1
3𝑥 2 + 𝑥 ∞
lim = =
𝑥→∞ 2𝑥 + 1 ∞
6𝑥 + 1
lim = ∞.
𝑥→∞ 2
b)
ln 𝑛
𝑛
ln 𝑥 ∞ 1
lim = = lim = 0.
𝑥→∞ 𝑥 ∞ 𝑥→∞ 𝑥
c)
𝑒𝑛
𝑛3
𝑒𝑥 ∞ 𝑒𝑥 𝑒𝑥 𝑒𝑥
lim = = lim = lim = lim = ∞.
𝑥→∞ 𝑥 3 ∞ 𝑥→∞ 3𝑥 2 𝑥→∞ 6𝑥 𝑥→∞ 6
A sequência diverge.
13
d)
𝑛+1− 𝑛
lim 𝑥 + 1 − 𝑥 = ∞ − ∞ =
𝑥→∞
𝑥+1− 𝑥 ∙ 𝑥+1+ 𝑥
lim =
𝑥→∞ 𝑥+1+ 𝑥
2 2
𝑥+1 + 𝑥+1 𝑥− 𝑥 𝑥+1− 𝑥
lim =
𝑥→∞ 𝑥+1+ 𝑥
𝑥+1−𝑥
lim =
𝑥→∞ 𝑥+1+ 𝑥
1 1
lim = = 0.
𝑥→∞ 𝑥+1+ 𝑥 ∞+∞
e)
𝑒 4𝑛
5𝑛
𝑒 4𝑥 ∞ 4𝑒 4𝑥
lim = = lim = ∞, diverge.
𝑥→∞ 5𝑥 ∞ 𝑥→∞ 5
𝑎 lim 𝑛 →∞ 𝑎 𝑛
iv) lim𝑛→∞ 𝑏 𝑛 =
𝑛 lim 𝑛 →∞ 𝑏𝑛
14
v) Vale o teorema do confronto (do sanduíche) para limites de funções
Exemplos.
1 2
a) A sequência + 𝑛 2021 + 0,6𝑛 converge?
𝑛2
1 2
Sim, pois converge para 0, também converge para 0, e {0,6𝑛 }
𝑛2 𝑛 2021
1 2
também converge para 0, logo, lim𝑛→∞ 𝑛 2 + 𝑛 2021 + 0,6𝑛 = 0 + 0 + 0 = 0.
𝑛!
b) Verifique que converge para zero, usando o item v) do teorema 2 acima.
𝑛𝑛
2 6 24
A sequência: 1, 4 , 27 , 256 , … =
Ora,
𝑛! 𝑛 𝑛 − 1 𝑛 − 2 ⋯ 1 1
0< = ≤ .
𝑛𝑛 𝑛 ∙ 𝑛 ∙ ⋯∙ 𝑛 𝑛
Ou seja,
𝑛! 1
0< ≤
𝑛𝑛 𝑛
15
𝑛! 1
lim 0 ≤ lim 𝑛
≤ lim
𝑛→∞ 𝑛→∞ 𝑛 𝑛→∞ 𝑛
𝑛!
0 ≤ lim ≤0
𝑛→∞ 𝑛𝑛
Isto é,
𝑛!
lim = 0.
𝑛→∞ 𝑛𝑛
Exercício.
Verifique se as sequências abaixo convergem ou divergem.
a)
𝑛
𝑛+1
b)
ln 𝑛
𝑛3
c)
7𝑛
ln 𝑛
d)
𝑒𝑛
+2
𝑛
e)
5𝑛
𝑒𝑛
cos 𝑛
4𝑛2 +𝑛+6
16
g)
𝑛2 + 𝑛 + 2
5𝑛2 + 8𝑛 + 2021
h)
1
+ 0,6𝑛
𝑛
i)
7𝑛
j)
𝑛2
𝑛+1
k)
1
2𝑛 +
𝑛
l)
𝑛− 𝑛+1
3𝜋𝑛
sen 2
𝑛
m)
𝑛2 − 𝑛
n)
3𝑛 − 𝑛
17
2.2 Sequências monótonas
Uma sequência 𝑎𝑛 é monótona crescente se, para todo 𝑛 = 1,2,3, …,
𝑎𝑛 ≤ 𝑎𝑛+1 .
a)
7
𝑛+1
𝑎𝑛+1 ≤ 𝑎𝑛
7 7
≤
𝑛+2 𝑛+1
𝑛+1≤𝑛+2
1 ≤ 2.
b)
{ −1 𝑛 }
c) Seja 𝑎 > 0.
𝑎𝑛
𝑛!
𝑎2 𝑎3 𝑎4
𝑎, , , , …,
2 6 24
18
Por exemplo, se 𝑎 = 1:
1 1 1
1, , , , …
2 6 24
𝑎𝑛+1 ≤ 𝑎𝑛
𝑎𝑛+1 𝑎𝑛
≤
𝑛 + 1 ! 𝑛!
𝑎𝑛 𝑎 𝑎𝑛
≤
𝑛 + 1 𝑛! 𝑛!
𝑎
≤1
𝑛+1
𝑛+1≥𝑎
𝑛 ≥ 𝑎 − 1.
𝑎2 𝑎3 𝑎4
𝑎, , , , …,
2 6 24
43 32 44 32 45 44 128
4, 8, = , = , = =
3∗2∗1 3 4∗3∗2∗1 3 5∗4∗3∗2∗1 5∗3∗2∗1 5∗3
25,6
=
3
c)
2𝑛 + 1
𝑛+1
𝑎𝑛+1 ≤ 𝑎𝑛
2 𝑛 + 1 + 1 2𝑛 + 1
≤
𝑛+1+1 𝑛+1
19
2𝑛 + 3 2𝑛 + 1
≤
𝑛+2 𝑛+1
2𝑛2 + 2𝑛 + 3𝑛 + 3 ≤ 2𝑛2 + 4𝑛 + 𝑛 + 2
5𝑛 + 3 ≤ 5𝑛 + 2
3 ≤ 2, falso.
Exercícios.
Verifique se as sequências abaixo são monótonas crescentes, monótonas
decrescentes ou não monótonas.
a)
8
2𝑛 + 1
b)
6𝑛
5
c)
𝑛!
2𝑛
d)
3𝑛
3𝑛
e)
4𝑛
4𝑛
f)
𝑛−1
𝑛+3
20
g)
3𝑛 + 4
2𝑛 + 3
21
3 Sequências limitadas
𝑎𝑛 ≤ 𝐷, ∀𝑛 = 1, 2, 3, …
7
−
𝑛!
R. Não podemos aplicar limite de 𝑓 𝑥 , pois o fatorial não pode ser aplicado em
valores reais não inteiros.
Vejamos se é monótona:
7 7
−7, − , − , …
2 6
Os valores estão aumentando, então, parece ser monótona crescente:
𝑎𝑛 ≤ 𝑎𝑛+1
7 7
− ≤−
𝑛! 𝑛+1 !
1 1
≥
𝑛! 𝑛+1 !
Multiplicando cruzado:
𝑛 + 1 ! ≥ 𝑛!,
Além disto, observe que todos os termos são menores do que 0, logo, é
limitada superiormente.
Assim, pelo teorema 1, ela é convergente. Para qual limite 𝐿, ainda não
sabemos...
22
Definição. Uma sequência é limitada inferiormente se existir uma constante
real 𝐷 tal que:
𝑎𝑛 ≥ 𝐷, ∀𝑛 = 1, 2, 3, …
𝑎𝑛
, 𝑎 > 0 constante.
𝑛!
R. Não podemos aplicar limite de 𝑓 𝑥 , pois o fatorial não pode ser aplicado em
valores reais não inteiros.
Além disso, observe que todos os temos são maiores do que 0, isto é, é limitada
inferiormente.
Logo, pelo teorema 2, ela é convergente. Para qual limite 𝐿, ainda não
sabemos...
Naturalmente que sim, pois, caso ela seja monótona crescente, acrescente a
isto o fato de ser limitada superiormente e use o teorema 1 para concluir que é
convergente. Caso seja monótona decrescente, acrescente a isto o fato de ser limitada
inferiormente e use o teorema 2 para concluir a mesma coisa.
23
Pergunta: o que dizer de uma sequência monótona divergente? Ela não pode
ser limitada. Pode até ser limitada inferiormente, mas não pode ser superiormente, ou
vice-versa.
Exercícios.
Exercício 1. Dê outro exemplo de uma sequência limitada que também não
convirja.
a)
2021
𝑛!
b)
4𝑛
𝑛!
c)
5
−
𝑛!
d)
1
2−
𝑛!
e)
𝑛2
𝑛!
f)
𝑛+1
𝑛!
g)
24
𝑒𝑛
𝑛!
3
1+
𝑛
25
4 Séries numéricas: definição e exemplos
Uma série é um tipo especial de sequência.
Ela precisa de outra sequência para existir. Considere uma sequência {𝑢𝑛 },
chamada básica. A série {𝑠𝑛 } de termo 𝑢𝑛 é definida como sendo a seguinte sequência:
𝑠1 = 𝑢1
𝑠2 = 𝑢1 + 𝑢2
𝑠3 = 𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3
𝑠4 = 𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3 + 𝑢4
...
𝑠𝑛−1 = 𝑢1 + 𝑢2 + ⋯ + 𝑢𝑛 −1
𝑠𝑛 = 𝑢1 + 𝑢2 + ⋯ + 𝑢𝑛 −1 + 𝑢𝑛
𝑠𝑛 −1
...
𝑢𝑛
𝑛=1
ou
𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3 + ⋯
Ou seja:
∞
𝑢𝑛 = 𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3 + ⋯
𝑛=1
𝑠1 = 𝑢1 , 𝑠2 = 𝑢1 + 𝑢2 , 𝑠3 = 𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3 , …
26
Se a sequência {𝑠𝑛 } das somas parciais convergir para um número real 𝐿, então
dizemos que a série {𝑠𝑛 } converge para o número real 𝐿, e neste caso escrevemos,
∞
lim 𝑠𝑛 = 𝑢𝑛 = 𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3 + ⋯ = 𝐿.
𝑛→∞
𝑛=1
Caso contrário, isto é, se a sequência {𝑠𝑛 } das somas parciais divergir, dizemos
que a série {𝑠𝑛 } diverge.
Vejamos os exemplos:
Comecemos por 𝑢1 = 2.
2𝑛 = 2𝑛 −1 + 𝑢𝑛 , para 𝑛 ≥ 2
Isto é,
𝑢𝑛 = 2𝑛 − 2𝑛 −1 , para 𝑛 ≥ 2
Logo,
2𝑛 2 ∗ 2𝑛 − 2𝑛 2𝑛
𝑢𝑛 = 2𝑛 − 2𝑛 ∗ 2−1 = 2𝑛 − = = = 2𝑛−1 .
2 2 2
Resumindo: 𝑢1 = 2 e 𝑢𝑛 = 2𝑛−1 para 𝑛 ≥ 2.
Enfim, a série é:
𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3 + ⋯ =
∞
2+ 2𝑛 −1 .
𝑛=2
27
𝑠1 = 2, 𝑠2 = 2 + 2 = 4, 𝑠3 = 2 + 2 + 4 = 8, 𝑠4 = 2 + 2 + 4 + 8 = 16, …
Comecemos por 𝑢1 = 1.
𝑛 = 𝑛 − 1 + 𝑢𝑛 , para 𝑛 ≥ 2
Isto é,
𝑢𝑛 = 1, para 𝑛 ≥ 2
Resumindo: 𝑢1 = 1 e 𝑢𝑛 = 1 para 𝑛 ≥ 2.
Enfim, a série é:
𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3 + ⋯ =
∞
1+ 1=
𝑛=2
1.
𝑛=1
𝑠1 = 1, 𝑠2 = 1 + 1 = 2, 𝑠3 = 1 + 1 + 1 = 3, 𝑠4 = 1 + 1 + 1 + 1 = 4, …
1
Exemplo 3. Encontre o termo 𝑢𝑛 da série {𝑠𝑛 }, sabendo que 𝑠𝑛 = 2𝑛 . Depois,
represente a série por somatório. Por fim, diga se a série converge ou diverge.
1
Comecemos por 𝑢1 = 2.
1 1
𝑛
= 𝑛 −1 + 𝑢𝑛 , para 𝑛 ≥ 2
2 2
Isto é,
1 1
𝑢𝑛 = − , para 𝑛 ≥ 2
2𝑛 2𝑛−1
28
Mas,
1 1 1 1 1 1
− = 1 − = 1 − 2 = − .
2𝑛 2𝑛−1 2𝑛 2−1 2𝑛 2𝑛
Enfim, a série é:
𝑢1 + 𝑢2 + 𝑢3 + ⋯ =
∞
1 1
+ − .
2 2𝑛
𝑛 =2
1
𝑠1 = ,
2
1 1 1
𝑠2 = − = ,
2 4 4
1 1 1 4−2−1 1
𝑠3 = − − = = ,…
2 4 8 8 8
Nos próximos exemplos, será dado o termo da série 𝑢𝑛 e será pedido o termo
geral 𝑠𝑛 .
Exemplo 4. Dada a série abaixo, encontre uma fórmula fechada para 𝑠𝑛 , isto é,
uma fórmula sem as reticências. Depois, verifique se a série converge ou diverge.
∞
6𝑛
𝑛=1
Então,
∞
6𝑛 = 6 + 12 + 18 + 24 + ⋯
𝑛=1
𝑠𝑛 = 6 + 12 + 18 + 24 + ⋯ + 6 𝑛 − 1 + 6𝑛 = (soma da P. A. )
29
𝑎1 + 𝑎𝑁 𝑁 (6 + 6𝑛)𝑛
= .
2 2
6(1+𝑛)𝑛
Enfim, 𝑠𝑛 = = 3𝑛2 + 3𝑛.
2
Exemplo 5. Dada a série abaixo, encontre uma fórmula fechada para 𝑠𝑛 , isto é,
uma fórmula sem as reticências. Depois, verifique se a série converge ou diverge.
∞
9
𝑛=1
𝑢𝑛 = 9.
Ora, 𝑢1 = 9, 𝑢2 = 9, 𝑢3 = 9, 𝑢4 = 9, ….
Então,
∞
9= 9+9+9+9+⋯
𝑛=1
𝑠𝑛 = 9 + 9 + ⋯ + 9 = 9𝑛
Assim,
lim 9𝑛 = lim 9𝑥 = ∞.
𝑛→∞ 𝑥→∞
Exemplo 6. Dada a série abaixo, encontre uma fórmula fechada para 𝑠𝑛 , isto é,
uma fórmula sem as reticências. Depois, verifique se a série converge ou diverge.
∞
3
𝑛 𝑛+1
𝑛=1
3
Isto é, 𝑢𝑛 = 𝑛 .
𝑛+1
30
3 3 3 3
Ora, 𝑢1 = , 𝑢2 = , 𝑢3 = , 𝑢4 = , ….
2 6 12 20
Então,
∞
3 3 1 1 3
= + + + +⋯
𝑛 𝑛+1 2 2 4 20
𝑛=1
Ou seja,
3
𝑠1 = = 1,5,
2
𝑠2 = 2,
1
𝑠3 = 2 + = 2,25,
4
3
𝑠4 = 2,25 + = 2,25 + 0,15 = 2,4, …
20
3 1 1 3 3
𝑠𝑛 = + + + + ⋯+
2 2 4 20 𝑛 𝑛+1
Neste formato, não dá para aplicar o limite lim𝑠𝑛 , pois tem aí o sinal de
reticências.
3 𝐴 𝐵
= +
𝑛 𝑛+1 𝑛 𝑛+1
3 𝐴(𝑛 + 1) 𝐵𝑛
= +
𝑛 𝑛+1 𝑛(𝑛 + 1) 𝑛(𝑛 + 1)
3 = 𝐴𝑛 + 𝐴 + 𝐵𝑛
3= 𝐴+𝐵 𝑛+𝐴
Aqui temos uma igualdade entre dois polinômios do primeiro grau, ou seja, os
coeficientes devem ser iguais:
𝐴 + 𝐵 = 0 (o coeficiente de 𝑛)
𝐴 = 3 (o termo independente)
Substituindo:
𝐵 = −3
Isto é,
31
3 3 3
𝑢𝑛 = = −
𝑛 𝑛+1 𝑛 𝑛+1
Logo,
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
𝑠𝑛 = 3 − + − + − + − +⋯+ − + −
2 2 3 3 4 4 5 𝑛−1 𝑛 𝑛 𝑛+1
3
𝑠𝑛 = 3 −
𝑛+1
3
Enfim, lim𝑛 →∞ 𝑠𝑛 = lim𝑛→∞ 3 − 𝑛+1 = 3 − 0 = 3. A série converge para a
soma 𝐿 = 3.
Exemplo 7. Dada a série abaixo, encontre uma fórmula fechada para 𝑠𝑛 , isto é,
uma fórmula sem as reticências. Depois, verifique se a série converge ou diverge.
∞
−2
𝑛 𝑛+1
𝑛=1
−2
Isto é, 𝑢𝑛 = 𝑛 .
𝑛+1
−2 𝐴 𝐵
= +
𝑛 𝑛+1 𝑛 𝑛+1
−2 𝐴(𝑛 + 1) 𝐵𝑛
= +
𝑛 𝑛+1 𝑛(𝑛 + 1) 𝑛(𝑛 + 1)
−2 = 𝐴𝑛 + 𝐴 + 𝐵𝑛
−2 = 𝐴 + 𝐵 𝑛 + 𝐴
𝐴+𝐵 =0
𝐴 = −2
𝐵=2
Isto é,
−2 2 2
𝑢𝑛 = =− +
𝑛 𝑛+1 𝑛 𝑛+1
Assim,
32
2 2 2 2 2 2 2 2 2
𝑠𝑛 = −2 + + − + + − + + ⋯+ − + + − +
2 2 3 3 4 𝑛−1 𝑛 𝑛 𝑛+1
2
= −2 +
𝑛+1
Assim,
2
lim 𝑠𝑛 = lim −2 + =−2
𝑛 →∞ 𝑛 →∞ 𝑛+1
Logo, a série converge para −2.
Exemplo 8. Dada a série abaixo, encontre uma fórmula fechada para 𝑠𝑛 , isto é,
uma fórmula sem as reticências. Depois, verifique se a série converge ou diverge.
∞
𝑛
ln
𝑛+1
𝑛=1
𝑛
Isto é, 𝑢𝑛 = ln 𝑛+1.
Isto é,
+[ln 𝑛 − ln 𝑛 + 1 ]
(soma telescópica)
= ln 1 − ln(𝑛 + 1) = − ln(𝑛 + 1)
Assim,
lim − ln(𝑛 + 1) = − ∞
𝑛→∞
33
Ora,
𝜋 𝜋 𝜋 𝜋
𝑠𝑛 = sen − sen + sen − sen +
1 2 2 3
𝜋 𝜋 𝜋 𝜋
sen − sen + sen − sen + ⋯ +
3 4 4 5
𝜋 𝜋 𝜋 𝜋
sen − sen + sen − sen .
𝑛−1 𝑛 𝑛 𝑛+1
Sim, é telescópica:
𝜋 𝜋
𝑠𝑛 = sen𝜋 − sen = − sen
𝑛+1 𝑛+1
𝜋
lim 𝑠𝑛 = lim − sen = − sen 0 = −0 = 0
𝑛→∞ 𝑥→∞ 𝑥+1
Exemplo 9. A série abaixo é telescópica? Se sim, calcule sua soma infinita, caso
convirja.
∞
𝑛
−1
𝑛=1
𝑠1 = −1
𝑠2 = −1 + 1 = 0
𝑠3 = −1 + 1 − 1 = 0 − 1 = −1
4
𝑠4 = −1 + −1 =0
Para 𝑛 ímpar:
𝑠𝑛 = −1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1. . . +1 − 1 = −1
Para 𝑛 par:
𝑠𝑛 = −1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + 1. . . +1 − 1 + 1 = 0
34
...
1,
1 + 2,
1 + 2 + 3, …
𝑎 1 +𝑎 𝑁 𝑁
São todas somas de P.A.’s, isto é, :
2
1 1
𝑢𝑛 = = =
𝑎1 + 𝑎𝑛 𝑛 1+𝑛 𝑛
2 2
2 𝐴 𝐵
= = +
𝑛 𝑛+1 𝑛 𝑛+1
Em frações parciais:
2 𝐴(𝑛 + 1) 𝐵𝑛
= +
𝑛 𝑛+1 𝑛(𝑛 + 1) 𝑛(𝑛 + 1)
2= 𝐴+𝐵 𝑛+𝐴
𝐴 = 2, 𝐵 = −2.
2 2 2
𝑢𝑛 = = − .
𝑛 𝑛+1 𝑛 𝑛+1
2 2 2 2 2 2 2 2
𝑠𝑛 = 2 − + − + − + ⋯+ − =2− .
2 2 3 3 4 𝑛 𝑛+1 𝑛+1
Isto é, a soma infinita dos inversos das quantidades de pinos do jogo do boliche
é igual a 2.
Exercícios.
1. Encontre o termo 𝑢𝑛 da série {𝑠𝑛 }, sabendo que 𝑠𝑛 = 3𝑛 . Depois, represente
a série por somatório. Por fim, diga se a série converge ou diverge.
4. Dada a série abaixo, encontre uma fórmula fechada para 𝑠𝑛 , isto é, uma
fórmula sem as reticências. Depois, verifique se a série converge ou diverge.
∞
𝑛
𝑛=1
5. Dada a série abaixo, encontre uma fórmula fechada para 𝑠𝑛 , isto é, uma
fórmula sem as reticências. Depois, verifique se a série converge ou diverge.
∞
𝜋
𝑛=1
6. Dada a série abaixo, encontre uma fórmula fechada para 𝑠𝑛 , isto é, uma
fórmula sem as reticências. Depois, verifique se a série converge ou diverge.
∞
2
(4𝑛 − 3) 4𝑛 + 1
𝑛 =1
7. Dada a série abaixo, encontre uma fórmula fechada para 𝑠𝑛 , isto é, uma
fórmula sem as reticências. Depois, verifique se a série converge ou diverge.
∞
−1
𝑛 𝑛+1
𝑛=1
8. Dada a série abaixo, encontre uma fórmula fechada para 𝑠𝑛 , isto é, uma
fórmula sem as reticências. Depois, verifique se a série converge ou diverge.
∞
𝑛+2
ln
𝑛+1
𝑛=1
36
9. A série
∞
7𝑛 + 6
𝑛=1
lim 𝑢𝑛 .
𝑛→∞
1
1 + 0,5 + 0,25 + 0,125 + 0,0625 + ⋯ + +⋯
2𝑛 −1
14. Transforme o termo 𝑢𝑛 da série da questão 10 em frações parciais e
verifique que ela não é uma série telescópica.
16. A série abaixo é telescópica? Se sim, calcule sua soma infinita caso convirja.
∞
17. A série abaixo é telescópica? Se sim, calcule sua soma infinita caso convirja.
∞
𝑒 𝑛 +1 − 𝑒 𝑛
𝑛=1
18. Seja
37
3 1 − 0,2𝑛
𝑠𝑛 = , 𝑛 = 1,2, …
1 − 0,2
1 − 𝑞𝑛
𝑠𝑛 = 𝑎 , 𝑛 = 1, …
1−𝑞
Resolução:
𝑢1 = 𝑎.
Para 𝑛 ≥ 2:
𝑢𝑛 = 𝑠𝑛 − 𝑠𝑛−1
1 − 𝑞𝑛 1 − 𝑞 𝑛−1
𝑢𝑛 = 𝑎 −𝑎
1−𝑞 1−𝑞
𝑎 − 𝑎𝑞 𝑛 − 𝑎 + 𝑎𝑞 𝑛−1
𝑢𝑛 =
1−𝑞
−𝑎𝑞 𝑛 + 𝑎𝑞 𝑛−1
𝑢𝑛 =
1−𝑞
𝑎𝑞 𝑛−1 − 𝑎𝑞 𝑛
𝑢𝑛 = =
1−𝑞
𝑎𝑞 𝑛−1 1 − 𝑞
=
1−𝑞
𝑎𝑞 𝑛−1 , 𝑛 ≥ 2.
A série converge?
1 − 𝑞𝑛 𝑎
lim 𝑠𝑛 = lim 𝑎 = .
𝑛→∞ 𝑛→∞ 1−𝑞 1−𝑞
𝑎
Logo, converge e converge para 1−𝑞 .
38
5 Critérios de convergência e de divergência de séries
∞
Seja a série {𝑠𝑛 }, representada por 𝑛=1 𝑢𝑛 .
1
é divergente, e tende a infinito, apesar de que 𝑢𝑛 = 𝑛 → 0.
Teorema 3. Considere 𝑎 real e −1 < 𝑞 < 1, 𝑞 não nulo. Então, a chamada série
geométrica de razão 𝑞 é a série:
∞
𝑎𝑞 𝑛 = 𝑎 + 𝑎𝑞 + 𝑎𝑞 2 + 𝑎𝑞 3 + ⋯
𝑛=0 𝑎1
39
Por outro lado, considere 𝑎 real e 𝑞 ≥ 1 ou 𝑞 ≤ −1. Então, a mesma série
geométrica de razão 𝑞 é a série:
∞
𝑎𝑞 𝑛 = 𝑎 + 𝑎𝑞 + 𝑎𝑞 2 + 𝑎𝑞 3 + ⋯ =
𝑛=0
𝑎𝑞 𝑛−1
𝑛=1
∞ ∞
Ou seja, se 𝑛=1 𝑢𝑛 = 𝐿, então: 𝑛=1 𝑐 ∙ 𝑢𝑛 = 𝑐𝐿.
Teorema 7. Se
∞
𝑎𝑛 = 𝐿 (converge para 𝐿)
𝑛=1
e
∞
𝑏𝑛 = 𝑀 converge para 𝑀 ,
𝑛=1
então:
∞
(𝑎𝑛 ± 𝑏𝑛 ) = 𝐿 ± 𝑀.
𝑛=1
Teorema 8. Se
∞
𝑎𝑛 = 𝐿 (converge)
𝑛=1
e se
40
∞
𝑏𝑛
𝑛 =1
diverge, então:
∞
(𝑎𝑛 ± 𝑏𝑛 )
𝑛=1
diverge.
∞ ∞
Observação, se 𝑛 =1 𝑎𝑛 e 𝑛=1 𝑏𝑛 diverge, então nada se pode afirmar das
series
∞
(𝑎𝑛 ± 𝑏𝑛 )
𝑛=1
Exemplos.
Exemplo 1. Use o teorema 1 para ver se a série abaixo diverge ou se nada pode ser
afirmado pelo teorema 1.
a)
∞
6𝑛
𝑛=1
b)
∞
𝑛2
𝑛+2
𝑛=1
𝑛2
Ora, 𝑛+2 → ∞, logo, a série não converge, pelo teorema 1.
c)
∞
6𝑛
𝑛+7
𝑛=1
6𝑛
Ora, 𝑛+7 → 6, então, a série não converge, pelo teorema 1.
41
d)
∞
1
𝑛
𝑛=1
1
→ 0, então, nada se pode afirmar, ainda, se esta série converge ou diverge.
𝑛
a)
∞
1
𝑛−2
𝑛=4
Ora,
∞
1 1 1 1
= + + +⋯
𝑛−2 2 3 4
𝑛=4
∞ 1 1 1 1 1
A série difere da harmônica 𝑛=1 𝑛 = 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + ⋯ apenas nos
primeiros temos. Então, pelos teoremas 2 e 4, ela diverge.
b)
∞
1
𝑛+2
𝑛=1
Ora,
∞
1 1 1 1
= + + +⋯
𝑛+2 3 4 5
𝑛=1
∞ 1 1 1 1 1 1 1
A série difere da harmônica 𝑛=1 𝑛 = 1 + + + + + + + ⋯ apenas nos
2 3 4 5 6 7
primeiros temos. Então, pelos teoremas 2 e 4, ela diverge.
a)
∞
5
𝑛
𝑛=1
42
Ora,
∞ ∞
5 1
= 5∙
𝑛 𝑛
𝑛=1 𝑛=1
b)
∞
5
2𝑛
𝑛=1
Ora,
∞ ∞
5 5 1
= ∙
2𝑛 2 𝑛
𝑛=1 𝑛=1
a)
∞ 𝑛
1
4
𝑛=0
1
Ora, pelo teorema 3, trata-se da série geométrica de razão 𝑞 = 4:
𝑎 + 𝑎𝑞 + 𝑎𝑞 2 + 𝑎𝑞 3 + ⋯=
𝑎1
1 1 1
1+ + + +⋯
4 16 32
1
𝑎1 = 1, 𝑞 = :
4
𝑎1 1 4
Soma infinita = = =
1−𝑞 1−1 3
4
1 1 1 4
1+ + + + ⋯ = = 1,33333 …
4 16 64 3
b)
∞ 𝑛
1
−
2
𝑛=0
43
1
Ora, pelo teorema 3, trata-se da série geométrica de razão − :
2
𝑎 + 𝑎𝑞 + 𝑎𝑞 2 + 𝑎𝑞 3 + ⋯ =
1 1 1 1
1− + − + −⋯=
2 4 8 16
1 2
= =
1 3
1 − −2
c)
∞
4
5𝑛
𝑛=0
Ora, pelo teorema 3, trata-se da série geométrica com razão igual a 1/5:
4 4 4
4+ + +⋯= = 5.
5 25 1
1−
5
4 4
4+ + + ⋯ = 5.
5 25
d)
∞
4
5𝑛
𝑛=1
Ora, pelo teorema 3, trata-se da série geométrica com razão igual a 1/5:
4 4 2
+ + +⋯
5 25 125
𝑎1
4/5
= = 1.
1
1−
5
e)
∞ 𝑛
1
4
𝑛=1
1 1 𝑎1
+ +⋯= =
4 16 1−𝑞
𝑎1
44
1
4 1 4 1
= = .
1 4 3 3
1−4
f)
∞ 𝑛
1
−
2
𝑛=1
1
Ora, pelo teorema 3, trata-se da série geométrica de razão − 2:
1 1 1 𝑎
− + − +⋯= =
2 4 8 1−𝑞
1
−2 1 2 1
=− =− .
1 2 3 3
1+2
g)
∞ 𝑛
1
3 −
2
𝑛=1
3 3 3
− + − +⋯=
2 4 8
3
−2 3 2
=− = −1.
1 2 3
1+2
a)
∞ 𝑛
1 6
− +
2 𝑛
𝑛=1
b)
∞
5 2
𝑛
−
7 𝑛+9
𝑛=0
45
Pelo teorema 8, diverge.
c)
∞
9
+ 0,8𝑛
𝑛
𝑛=0
d)
∞
7𝑛 + 0,8𝑛
𝑛=0
e)
∞ 𝑛
𝑛
1
3 ∙ 0,1 + 7 ∙
3
𝑛=0
3 7 30 21 10 21 83
+ = + = + = .
1 − 0,1 1 − 1 9 2 3 2 6
3
f)
∞
3 + 0,1𝑛
𝑛=0
Exemplo 6. Uma bola cai de 12 metros de altura, e cada vez que bate no chão
sobe ¾ da altura anterior. Qtos metros ela percorre até parar?
Ora,
3 3 3 3 3 3
𝑠𝑛 = 12 + 12 + 12 + 12 + (12) + ⋯
4 4 4 4 4 4
3 3 3
= 12 + 24 + +⋯ =
4 4 4
3
= 12 + 24 4 =
3
1−4
46
12 + 24 3 = 12 + 72 = 84 m.
Ou seja,
𝑛 −1
6
𝑢𝑛 = 12 e
4
∞ 𝑛 −1
6
12 =
4
𝑛 =1
∞ 𝑛
6 12
12 = = 48.
4 3
𝑛=0 1−4
5,81111 … =
58 1 1 1 1
+ + + + … =
10 100 1000 10000 100000
1
58 100
+ =
10 1 − 1
10
58 1 10
+ =
10 100 9
58 1
+ =
10 90
522 + 1
=
90
523
.
90
Exercícios.
Exercício 1. Verifique se as séries abaixo convergem ou divergem. As que
convergem, encontre o valor para o qual convergem.
a)
∞
11𝑛
𝑛=1
b)
47
∞
𝑛2
4𝑛 + 1
𝑛=1
c)
∞
5𝑛
8𝑛 − 1
𝑛=1
d)
∞
1
𝑛
𝑛=1
e)
∞
1
𝑛+3
𝑛=1
f)
∞
1
𝑛 + 12
𝑛=1
g)
∞
4
𝑛
𝑛=1
h)
∞
−5
3𝑛
𝑛 =1
i)
∞ 𝑛
1
3
𝑛=0
j)
∞ 𝑛
1
−
4
𝑛=0
k)
48
∞
2
3𝑛
𝑛=0
l)
∞
2
3𝑛
𝑛=1
m)
∞ 𝑛
1
3
𝑛=1
n)
∞ 𝑛
1
−
3
𝑛=1
o)
∞ 𝑛
1
−
3
𝑛=0
p)
∞ 𝑛
1 11
− +
3 𝑛
𝑛=1
q)
∞
6 3
𝑛
−
5 𝑛+7
𝑛=0
r)
∞
3
+ 0,6𝑛
𝑛
𝑛=0
s)
∞
𝑒 𝑛 + 0,1𝑛
𝑛=0
t)
49
∞ 𝑛
𝑛
1
2 ∙ 0,2 + 2 ∙
2
𝑛=0
u)
∞
𝜋 + 0,01𝑛
𝑛=0
v)
∞
cosh 𝑛
𝑛=0
w)
∞ 𝑛
𝑛 1
+2∙
𝑛+1 2
𝑛=0
x)
∞
𝑛2
−1
𝑛(𝑛 + 1)
𝑛=0
Exercício 2. Uma bola cai de 10 metros de altura, e cada vez que bate no chão
sobe 1/5 da altura anterior. Qtos metros ela percorre até parar?
7 7 7
𝑎) 7 + + + +⋯
100 10000 1000000
2 2 2
𝑏) 2 + + + +⋯
10 100 1000
50
6 Testes de Comparação entre séries, a 𝒑-série e o teste da
Integral
a)
∞
2
4𝑛 + 6
𝑛=1
Observe que
𝑛
2 2 1
𝑛
≤ 𝑛 =2 .
4 +6 4 4
2
E sabemos que a série de termo 4 𝑛 converge, por ser uma geométrica de razão
1
𝑞 = 4. Logo, a série dada também converge, pelo teorema 1.
b)
∞
1
𝑛=1
𝑛
1 1 1
Observe que ≥ 𝑛 . E sabemos que a série de termo 𝑛 diverge, por ser a série
𝑛
harmônica. Logo, a série dada também diverge, pelo teorema 1.
c)
∞
3
6𝑛 +1
𝑛=1
51
3 3 1 𝑛 3
Observe que 6𝑛 +1 ≤ 6𝑛 = 3 . E sabemos que a série de termo 6𝑛 converge,
6
1
por ser uma geométrica de razão 𝑞 = 6. Logo, a série dada também converge, pelo
teorema 1.
b)
∞
3
𝑛 =1
5 𝑛
3 3 3
Observe que 5 ≥ 5𝑛 . E sabemos que a série de termo 5𝑛 diverge, por ser um
𝑛
múltiplo da série harmônica. Logo, a série dada também diverge, pelo teorema 1.
c)
∞
1
𝑛!
𝑛=1
Ora:
1 1 1 1
1+ + + + +⋯≤
2 3∙2 4∙3∙2 5∙4∙3∙2
1 1 1 1
1+ + + + + ⋯ = (geométrica)
2 2∙2 2∙2∙2 2∙2∙2∙2
1
= = 2.
1
1−2
Logo, a série dada converge, e converge para um valor menor ou igual do que
2.
d)
∞
7
𝑛
𝑛=1
7 1 1
Ora, > 𝑛 e a série de termo é divergente, logo, a série dada na questão
𝑛 𝑛
diverge também.
52
∞
Teorema 2. Tome 𝑢𝑛 > 0 e 𝑣𝑛 > 0, com 𝑛=1 𝑣𝑛 convergente. Então, se
𝑢𝑛
→ 𝑐 ≥ 0 número real ,
𝑣𝑛
então a série
∞
𝑢𝑛
𝑛=1
𝑢
também converge. Obs: nesse caso, se 𝑣 𝑛 → ∞, nada se afirma.
𝑛
∞
Teorema 3. Tome 𝑢𝑛 > 0 e 𝑣𝑛 > 0, com 𝑛=1 𝑣𝑛 divergente. Então, se
𝑢𝑛 𝑢𝑛
→ 𝑐 > 0 número real positivo ou →∞
𝑣𝑛 𝑣𝑛
então a série
∞
𝑢𝑛
𝑛=1
𝑢
também diverge. Obs: nesse caso, se 𝑣 𝑛 → 0, nada se afirma.
𝑛
1
Dica: compare com a série de termo 𝑣𝑛 = 𝑛 𝑑 , cujo expoente 𝑑 é a diferença
entre os graus do numerador e denominador. No nosso exemplo, 𝑑 = 4 − 2 = 2.
Logo, vamos comparar com a série
∞
1
𝑛2
𝑛 =1
1
que converge pelo teorema 4, a série de termo 𝑛 2 é a 𝑝-série com 𝑝 = 2 > 1. Então:
53
𝑛2
𝑢𝑛 4
= 𝑛 +1 =
𝑣𝑛 1
𝑛2
𝑛4
→ 1.
𝑛4 + 1
Como o limite deu um número real maior ou igual do que zero, logo, a série
dada também converge pelo teorema 2.
1
Dica: compare com a série de termo 𝑣𝑛 = 𝑛 𝑑 , cujo expoente 𝑑 é a diferença
entre os graus do numerador e denominador. No nosso exemplo, 𝑑 = 4 − 3 = 1.
Logo, vamos comparar com a série
∞
1
𝑛
𝑛=1
𝑛3
𝑢𝑛 4
= 𝑛 +1 =
𝑣𝑛 1
𝑛
𝑛4
→ 1.
𝑛4 + 1
Como o limite deu um número real positivo (ou infinito), logo, a série dada
também diverge pelo teorema 3.
1
Dica: compare com a série de termo 𝑣𝑛 = 𝑛 𝑑 , cujo expoente 𝑑 é a diferença
entre os graus do numerador e denominador. No nosso exemplo, 𝑑 = 7 − 3 = 4.
Logo, vamos comparar com a série
54
∞
1
𝑛4
𝑛 =1
2𝑛3 + 𝑛 + 5
𝑢𝑛 7 6 2
= 𝑛 + 6𝑛 + 𝑛 + 88 =
𝑣𝑛 1
𝑛4
2𝑛7 + 𝑛5 + 5𝑛4
→ 2.
𝑛7 + 6𝑛6 + 𝑛2 + 88
Como o limite deu um número real maior ou igual do que zero, logo, a série
dada também converge pelo teorema 2.
𝑛=1
𝑛3 + 1
3 1
Ora, 2 − 2 = 1.
𝑛
𝑢𝑛 𝑛3 +1 =
=
𝑣𝑛 1
𝑛
3
𝑛2 𝑛3
= → 1.
𝑛3 + 1 𝑛3 + 1
Como o limite deu um número real positivo (ou infinito), logo, a série dada
também diverge pelo teorema 3.
Se
55
∞
𝑢(𝑥) 𝑑𝑥
1
∞
existe, então a série 𝑛=1 𝑢𝑛 converge, mas não necessariamente para o valor da
integral.
Se
∞
𝑢(𝑥) 𝑑𝑥 = ∞
1
∞
então a série 𝑛=1 𝑢𝑛 diverge.
a)
∞
1
𝑛
𝑛=1
Trata-se da série harmônica (ou a 𝑝-série com 𝑝 = 1). Logo, diverge. Mas o
problema pediu pelo teste da integral:
∞
1
𝑑𝑥 =
𝑥
1
𝑏
1
lim 𝑑𝑥 =
𝑏→∞ 𝑥
1
𝑥=𝑏
lim ln 𝑥 =
𝑏→∞ 𝑥=1
lim ln 𝑏 − ln 1 =
𝑏→∞
∞ − 0 = ∞.
b)
∞
1
𝑛2
𝑛 =1
56
Porém, pelo teste da integral:
∞
1
𝑑𝑥 =
𝑥2
1
∞ 𝑏
𝑥 −2 𝑑𝑥 = lim 𝑥 −2 𝑑𝑥 =
𝑏→∞
1 1
𝑥=𝑏
𝑥 −2+1
lim =
𝑏→∞ −2 + 1
𝑥=1
𝑏 −2+1 1−2+1
lim − =
𝑏→∞ −2 + 1 −2 + 1
1 1
lim − − = 0 + 1 = 1.
𝑏→∞ 𝑏 −1
c)
∞
𝑛𝑒 −𝑛
𝑛=1
Como
𝑥𝑒 −𝑥 ′
= 𝑒 −𝑥 + 𝑥𝑒 −𝑥 −1 = 𝑒 −𝑥 − 𝑥𝑒 −𝑥 = 𝑒 −𝑥 1 − 𝑥 < 0
𝑏
lim − + 𝑒 −1 − 𝑒 −𝑏 − 𝑒 −1 =
𝑏→∞ 𝑒𝑏
= 2𝑒 −1 .
Logo, como a integral convergiu, então a série dada converge, mas não
necessariamente para o valor da integral 2𝑒 −1 .
d)
57
∞
1
𝑛=2
𝑛 ln 𝑛
1
Bem, a função é decrescente e positiva, então podemos usar o teste da
𝑥 ln 𝑥
integral:
∞
1
𝑑𝑥 =
𝑥 ln 𝑥
2
∞ 1
−
2 1
ln 𝑥 ∙ 𝑑𝑥 =
𝑢
𝑥
2 𝑑𝑢
1 𝑏
𝑢−2+1
lim =
𝑏→∞ 1
− +1
2 2
1 𝑏
ln 𝑥 2 1 1
lim = lim 2 ln 𝑏 2 − 2 ln 2 2 = ∞ − 2 ln 2 = ∞.
𝑏→∞ 1 𝑏→∞
2 2
e)
∞
1
𝑝
, nos casos 𝑝 > 1, 𝑝 = 1, 𝑝 < 1
𝑛 ln 𝑛 ln ln 𝑛
𝑛=3
1
Bem, a função é decrescente e positiva, então podemos usar o
𝑛 ln 𝑛 ln ln 𝑛 𝑝
teste da integral:
∞
1
𝑝
𝑑𝑥 =
𝑥 ln 𝑥 ln ln 𝑥
3
𝑝
∞ ∞ −𝑝
1 1 1 1 1
∙ ∙ 𝑑𝑥 = ln ln 𝑥 ∙ ∙ 𝑑𝑥 =
ln ln 𝑥 ln 𝑥 𝑥 ln 𝑥 𝑥
3 3 𝑢
𝑢 𝑑𝑢 𝑑𝑢
𝑢−𝑝 𝑑𝑢
3
𝑑𝑢 ′ 1 1 1 1
Obs: 𝑑𝑥 = ln ln 𝑥 = ln 𝑥 ∙ 𝑥 → 𝑑𝑢 = ln 𝑥 ∙ 𝑥 𝑑𝑥
58
𝑏
𝑢−𝑝+1
lim =
𝑏→∞ −𝑝 + 1
3
𝑏
[ln ln 𝑥 ]1−𝑝 [ln ln 𝑏 ]1−𝑝 [ln ln 3 ]1−𝑝
lim = lim −
𝑏→∞ 1−𝑝 3
𝑏→∞ 1−𝑝 1−𝑝
*𝑝 > 1:
∞negativo ln ln 3 1−𝑝
− =
1−𝑝 1−𝑝
1 ln ln 3 1−𝑝 ln ln 3 1−𝑝
− =
∞(1 − 𝑝) 1−𝑝 𝑝−1
*𝑝 = 1:
𝑏
lim ln 𝑢 = lim ln ln ln 𝑏 − ln ln ln 3 =∞
𝑏→∞ 3 𝑏→∞
*𝑝 < 1:
∞ ln ln 3 1−𝑝
− =∞
(1 − 𝑝) 1−𝑝
e)
∞
tan−1 𝑛
1 + 𝑛2
𝑛=1
𝑑 tan−1 𝑥 1 2𝑥
2
= + tan−1 𝑥 − =
𝑑𝑥 1 + 𝑥 1 + 𝑥2 2 1 + 𝑥2 2
1
1 −2𝑥tan−1 𝑥
1 + 𝑥2 2
Ora,
𝜋
tan−1 𝑥 ≥ e 𝑥 ≥ 1. Então:
4
59
2𝑥𝜋 𝑥𝜋 𝜋
1 −2𝑥tan−1 𝑥 ≤ 1 − =1− ≤ 1 − = −0,5 < 0,
4 2 2
ou seja, a derivada é negativa, o que indica que a função é decrescente. Também,
temos que tan−1 𝑥 > 0 para 𝑥 ≥ 1. Logo, podemos usar o teste da integral:
∞
tan−1 𝑥
𝑑𝑥 =
1 + 𝑥2
𝑥=1
tan−1 𝑏 2
tan−1 1 2
𝜋 2 𝜋 2 3𝜋 2
lim − = − = .
𝑏→∞ 2 2 8 32 32
Exercícios
Exercício 1. Verifique se a série abaixo converge ou diverge.
a)
∞
1
3𝑛 + 18
𝑛=1
b)
∞
1
3
𝑛=1
𝑛
c)
∞
5
7𝑛 + 𝑒
𝑛=1
d)
∞
2
𝑛 =1
7 𝑛
60
∞
𝑛4
𝑛5 + 𝜋
𝑛=1
𝑛=1
𝑛5 + 1
a)
∞
1
𝑛3
𝑛 =1
b)
∞
1
𝑛0,8
𝑛=1
c)
∞
d)
∞
1
dica: 𝑢 = ln 𝑥 , por substituição
𝑛 ln 𝑛
𝑛=3
e)
∞
1
𝑛 ln 𝑛 𝑝
𝑛=3
61
Exercício 7. Suponha duas séries convergentes de termos positivos 𝑎𝑛 e 𝑏𝑛 . Mostre:
62
7 Demonstrações de alguns teoremas já vistos
Soma dos termos da PA
Considere a PA:
𝑎1 , 𝑎2 , 𝑎3 , … 𝑎𝑛−2 , 𝑎𝑛−1 , 𝑎𝑛 .
Por que
𝑎1 + 𝑎𝑛 𝑛
𝑎1 + 𝑎2 + ⋯ + 𝑎𝑛 = ?
2
Sendo a razão 𝑟, estes termos são escritos assim:
𝑎1 + 0𝑟, 𝑎1 + 𝑟, 𝑎1 + 2𝑟, … 𝑎1 + 𝑛 − 3 𝑟, 𝑎1 + 𝑛 − 2 𝑟, 𝑎1 + 𝑛 − 1 𝑟
𝑎1 + 𝑎𝑛 = 𝑎1 + 𝑎𝑛
𝑎2 + 𝑎𝑛−1 =
𝑎1 + 𝑟 + 𝑎1 + 𝑛 − 2 𝑟 = 𝑎1 + 𝑎1 + 𝑛 − 1 𝑟 = 𝑎1 + 𝑎𝑛
𝑎3 + 𝑎𝑛−2 =
𝑎1 + 2𝑟 + 𝑎1 + 𝑛 − 3 𝑟 = 𝑎1 + 𝑎1 + 𝑛 − 1 𝑟 = 𝑎1 + 𝑎𝑛
𝑆 = 𝑎1 + 𝑎2 + 𝑎3 + ⋯ + 𝑎𝑛−2 + 𝑎𝑛−1 + 𝑎𝑛
𝑆 = 𝑎𝑛 + 𝑎𝑛−1 + 𝑎𝑛−2 + ⋯ + 𝑎3 + 𝑎2 + 𝑎1
2𝑆 = 𝑛 𝑎1 + 𝑎𝑛
Logo,
𝑎1 + 𝑎𝑛 𝑛
𝑆=
2
63
Demonstração. Suponha que 𝑢𝑛 não tende a zero, mas que a série convirja, isto
é, lim𝑛 →∞ 𝑠𝑛 = 𝐿 (𝑠𝑛 tende a um número real 𝐿, quando 𝑛 tende a infinito). Então,
também, lim𝑛→∞ 𝑠𝑛+1 = 𝐿. Logo, como sabemos do capítulo anterior que
𝑠𝑛+1 = 𝑠𝑛 + 𝑢𝑛+1 , 𝑛 ≥ 1.
então, isolando 𝑢𝑛 +1 :
𝑢𝑛 +1 = 𝑠𝑛+1 − 𝑠𝑛
lim 𝑢𝑛 = 𝐿 − 𝐿 = 0,
𝑛→∞
uma contradição da suposição inicial de que 𝑢𝑛 não tende a zero, logo é falso que
lim𝑛→∞ 𝑠𝑛 = 𝐿. Assim, 𝑠𝑛 diverge.
A série harmônica
∞
1 1 1
= 1+ + +⋯
𝑛 2 3
𝑛=1
Demonstração.
−𝑥 <𝑥
64
Logo, para todo 𝑥 real, temos que
−𝑥 ≤𝑥
Lema 3. Observe que, dos lemas 1 e 2, temos a seguinte relação para todo 𝑥
real:
− 𝑥 ≤ 𝑥 ≤ |𝑥|.
Demonstração.
− 𝑎 ≤ 𝑎 ≤ |𝑎|
− 𝑏 ≤ 𝑏 ≤ |𝑏|
− 𝑎 − 𝑏 ≤ 𝑎 + 𝑏 ≤ 𝑎 + |𝑏|
Isto é,
− 𝑎 + 𝑏 ≤ 𝑎 + 𝑏 ≤ 𝑎 + |𝑏|
𝑎 + 𝑏 ≤ 𝑎 + |𝑏|
65
𝜀
𝑠𝑛+1 − 𝐿 <
2
Agora, lembre que
𝑠𝑛+1 = 𝑠𝑛 + 𝑢𝑛 +1
Logo, temos:
𝑢𝑛 +1 = 𝑠𝑛+1 − 𝑠𝑛
Logo,
𝑠𝑛+1 − 𝐿| + | − 𝑠𝑛 + 𝐿 =
𝜀 𝜀
𝑠𝑛+1 − 𝐿 + 𝑠𝑛 − 𝐿 < + = 𝜀.
2 2
Ou seja, para todo 𝜀 > 0, existiu um 𝑁 tal que, para todo 𝑛 > 𝑁, valeu
𝑢𝑛 +1 − 0 < 𝜀.
Lema 6. Se {𝑎𝑛 } converge, então, para todo 𝜀 > 0, existe um 𝑁 > 0 tal que
para todo 𝑛1 , 𝑛2 > 𝑁, temos:
𝑎𝑛 1 − 𝑎𝑛 2 < 𝜀
Demonstração.
Ora, considere que 𝑎𝑛 → 𝐿. Então, para todo 𝜀 > 0, existe 𝑁 tal que, para
𝑛1 , 𝑛2 > 𝑁, então valem:
𝜀
𝑎𝑛 1 − 𝐿 <
2
𝜀
𝑎𝑛 2 − 𝐿 <
2
Logo,
𝑎𝑛 1 − 𝑎𝑛 2 = 𝑎𝑛 1 − 𝐿 + −𝑎𝑛 2 + 𝐿 ≤
𝜀 𝜀
𝑎𝑛 1 − 𝐿 + −𝑎𝑛 2 + 𝐿 = 𝑎𝑛 1 − 𝐿 + 𝑎𝑛 2 − 𝐿 < + =𝜀
2 2
66
Logo,
𝑎𝑛 1 − 𝑎𝑛 2 < 𝜀,
1
é divergente, apesar de 𝑢𝑛 = 𝑛 → 0.
1 1 1
𝑠𝑛 = 1 + + + ⋯+
2 3 𝑛
Também,
1 1 1 1
𝑠2𝑛 = 1 + + ⋯ + + + ⋯+
2 𝑛 𝑛+1 2𝑛
1 1 1 1 1 1 1
Desta forma, 𝑠2𝑛 − 𝑠𝑛 = 𝑛+1 + 𝑛+2 + ⋯ + 2𝑛 > 2𝑛 + 2𝑛 + ⋯ + 2𝑛 = 2
Então, pelo lema 6, para todo 𝜀 > 0, existe um 𝑁 > 0 tal que para todo
𝑛1 , 𝑛2 > 𝑁, temos:
𝑠𝑛 1 − 𝑠𝑛 2 < 𝜀
1
Tomando 𝜀 = 2, existe 𝑁 > 0 tal que para todo 𝑛1 , 𝑛2 = 2𝑛1 > 𝑁,
1
𝑠𝑛 1 − 𝑠2𝑛 1 <
2
1
Mas isso contradiz o fato que 𝑠2𝑛 − 𝑠𝑛 > 2 para todo 𝑛 > 1. Logo, a série não
pode convergir conforme havíamos suposto. Logo, a série harmônica diverge.
A Série geométrica
∞
𝑎𝑞 𝑛 = 𝑎 + 𝑎𝑞 + 𝑎𝑞 2 + 𝑎𝑞 3 + ⋯ , 𝑎 ≠ 0, 𝑞 ≠ 0.
𝑛=0
67
Primeiro, vamos achar uma fórmula fechada para 𝑠𝑛 :
𝑠𝑛 = 𝑎 + 𝑎𝑞 + 𝑎𝑞 2 + ⋯ + 𝑎𝑞 𝑛−1
Multiplicando por 𝑞:
𝑞𝑠𝑛 = 𝑎𝑞 + 𝑎𝑞 2 + 𝑎𝑞 3 + ⋯ + 𝑎𝑞 𝑛
𝑠𝑛 − 𝑞𝑠𝑛 = 𝑎 − 𝑎𝑞 𝑛
𝑠𝑛 (1 − 𝑞) = 𝑎 − 𝑎𝑞 𝑛
𝑎 − 𝑎𝑞 𝑛
𝑠𝑛 =
1−𝑞
𝑎 1 − 𝑞𝑛
𝑠𝑛 =
1−𝑞
lim 𝑞 𝑛 = 0.
𝑛→∞
Então:
𝑎 1 − 𝑞𝑛
lim 𝑠𝑛 = lim =
𝑛→∞ 𝑛→∞ 1−𝑞
𝑎 1−0 𝑎
= .
1−𝑞 1−𝑞
Isto é,
𝑎
𝑠𝑛 → .
1−𝑞
Ou seja:
∞ ∞
𝑛−1
𝑎
lim 𝑠𝑛 = 𝑎𝑟 = 𝑎𝑟 𝑛 = .
𝑛→∞ 1−𝑞
𝑛=1 𝑛=0
Agora, se 𝑞 = 1,
∞ ∞
𝑎𝑞 𝑛 = 𝑎
𝑛=0 𝑛=0
68
Mas, como 𝑎 ≠ 0, então o termo da série, a sequência básica 𝑢𝑛 = 𝑎, é uma
constante, não tende a zero, logo, a série geométrica não converge.
Se 𝑞 = −1, então:
∞ ∞
𝑎𝑞 𝑛 = 𝑎 −1 𝑛 .
𝑛 =0 𝑛 =0
O teste da integral
𝑓 1 +𝑓 2 +𝑓 3 +𝑓 4 +⋯
∞
*Caso 1. Se a integral 1
𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 converge, então a área sob o gráfico da
função 𝑓, de 1 a infinito, é igual a um certo valor real 𝐿:
∞
𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐿.
1
69
Logo,
∞
𝑓 2 +𝑓 3 +𝑓 4 +⋯< 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = 𝐿.
1
𝑓 1 +𝑓 2 +𝑓 3 +𝑓 4 +⋯< 𝐿+𝑓 1 .
Neste caso, podemos ver que a soma das áreas dos retângulos é maior do que a
área sob o gráfico da função 𝑓, ou seja:
∞
𝑓 1 +𝑓 2 +𝑓 3 +𝑓 4 +⋯ > 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥 = ∞.
1
∞
Teorema 1. Tome 𝑢𝑛 > 0 e 𝑣𝑛 > 0, com 𝑛=1 𝑣𝑛 convergente. Então, se
𝑢𝑛
→ 𝑐 ≥ 0 número real ,
𝑣𝑛
então a série
70
∞
𝑢𝑛
𝑛=1
também converge.
Demonstração.
Ora, para 𝜀 > 0, existe 𝑁 > 0 tal que, para todo 𝑛 > 𝑁,
𝑢𝑛
−𝑐 <𝜀
𝑣𝑛
𝑢𝑛 < (𝜀 + 𝑐)𝑣𝑛
então a série
∞
𝑢𝑛
𝑛=1
também diverge.
Demonstração.
𝑐
*Caso 𝑐 > 0: ora, para 𝜀 = 2, existe 𝑁 > 0 tal que, para todo 𝑛 > 𝑁,
𝑢𝑛 𝑐
−𝑐 <
𝑣𝑛 2
Ou seja,
71
𝑐 𝑢𝑛 𝑐
− < −𝑐 <
2 𝑣𝑛 2
𝑐 𝑢𝑛 𝑐
𝑐− < <𝑐+
2 𝑣𝑛 2
Isolando 𝑢𝑛 , temos:
𝑐𝑣𝑛
𝑢𝑛 >
2
para todo 𝑛 > 𝑁.
𝑐𝑣𝑛
Como por hipótese a série 𝑣𝑛 de termo 𝑣𝑛 diverge, a série 2
também diverge, e portanto a série 𝑢𝑛 também diverge, pelo teste da
comparação.
*Caso 𝑐 = ∞: ora, para todo 𝑀 > 0, existe 𝑁 > 0 tal que, para todo 𝑛 > 𝑁,
𝑢𝑛
>𝑀
𝑣𝑛
Ou seja,
𝑢𝑛 > 𝑀𝑣𝑛
Exercícios
∞
1- Prove que, se 𝑛=1 𝑢𝑛 converge, então 𝑢𝑛 → 0.
∞ 1
2- Prove que a série harmônica 𝑛=1 𝑛 diverge.
∞ 𝑛
3- Prove que a série geométrica 𝑛=0 𝑎𝑞 converge se e somente se −1 < 𝑞 < 1.
72
73
8 Séries alternadas; séries absolutamente convergentes
Definição 1. Uma série é dita alternada com fator positivo 𝑎𝑛 se for do tipo
∞
−1 𝑛 𝑎𝑛 , onde 𝑎𝑛 > 0
𝑛=1
ou então:
∞
𝑛+1
−1 𝑎𝑛 , onde 𝑎𝑛 > 0
𝑛=1
a)
1 1 1 1
−1 + − + − +⋯=
2 3 4 5
∞ 𝑛
−1
𝑛
𝑛=1
1
Ora, trata-se de uma série alternada com fator positivo 𝑎𝑛 = 𝑛 → 0 e 𝑎𝑛 é
decrescente, logo, a série dada converge.
b)
3 3 3 3
−3 + − + − +⋯=
2 3 4 5
∞ 𝑛
3 ∙ −1
𝑛
𝑛=1
3
Ora, trata-se de uma série alternada com fator 𝑎𝑛 positivo → 0 e 𝑎𝑛 é
𝑛
decrescente, logo, a série dada converge.
c)
74
8 8 8 8
8− + − + +⋯=
4 9 16 25
∞ 𝑛+1
8 ∙ −1
𝑛2
𝑛=1
8
Ora, trata-se de uma série alternada com fator 𝑎𝑛 positivo → 0 e 𝑎𝑛 é
𝑛2
decrescente, logo, a série dada converge.
𝑢𝑛
𝑛=1
for convergente.
a)
1 1 1 1
−1 + − + − +⋯=
2 3 4 5
∞ 𝑛
−1
𝑛
𝑛=1
Pegando o módulo de 𝑢𝑛 :
∞ 𝑛
−1
=
𝑛
𝑛=1
∞ 1
𝑛=1 𝑛 . Harmônica, divergente.
b)
2 2 2 2
−2 + − + − +⋯=
2 3 4 5
75
∞ 𝑛
2 ∙ −1
𝑛
𝑛=1
Pegando o módulo de 𝑢𝑛 :
∞ 𝑛
2 ∙ −1
=
𝑛
𝑛=1
∞ 2
𝑛=1 𝑛 . Divergente.
c)
∞ 𝑛
−1
𝑛2
𝑛=1
Pegando o módulo de 𝑢𝑛 :
∞ 𝑛
−1
=
𝑛2
𝑛=1
∞ 1
𝑛=1 𝑛 2 . 𝑝-série, com 𝑝 = 2 > 1, convergente.
d)
∞
𝑛
−1
𝑛=1
Pegando o módulo de 𝑢𝑛 :
∞
1
𝑛=1
76
Teorema 2. Se uma série é absolutamente convergente, então ela também é
convergente. Isto é, se ∞ ∞
𝑛=1 𝑢𝑛 converge, então 𝑛=1 𝑢𝑛 converge por conseqüência.
O inverso não ocorre necessariamente.
Resumo do capítulo 8:
Exercícios
Exercício 1. Verifique se a série abaixo converge, converge absolutamente,
diverge ou é condicionalmente convergente.
a)
∞ 𝑛
8 ∙ −1
𝑛
𝑛=1
b)
∞ 𝑛
5 ∙ −1
𝑛2
𝑛=1
c)
∞
−1 𝑛+1
𝑛
𝑛=1
d)
∞ 𝑛
3 ∙ −1
5𝑛
𝑛=1
77
e)
∞ 𝑛
−1
7𝑛
𝑛=1
f)
∞
−1 𝑛+1
7𝑛
𝑛=1
78
9 Teste da razão e da raiz para convergência absoluta
9.1 Lembrando
Lembremos do teorema 2 do capítulo anterior que toda série absolutamente
convergente é convergente. Por exemplo, a série a seguir é convergente?
a)
∞
cos(𝑛𝜋)
𝑒𝑛
𝑛 =1
cos (𝑛𝜋 ) 1 1 𝑛
Observe que ≤ 𝑒𝑛 = …
𝑒𝑛 2,71828
1
Sabemos que é o termo de uma série geométrica convergente, logo, pelo
𝑒𝑛
∞ cos (𝑛𝜋 )
teste da comparação, a série 𝑛=1 também será convergente.
𝑒𝑛
∞ cos (𝑛𝜋 )
Assim, a série dada 𝑛=1 é absolutamente convergente, e portanto, é
4𝑛
convergente.
b)
∞
sen(𝑛𝜋/2)
𝑛6
𝑛=1
1
Sabemos que é o termo de uma 𝑝-série convergente (𝑝 > 1), logo, pelo
𝑛6
∞ sen (𝑛𝜋 /2)
teste da comparação, a série 𝑛=1 também é convergente. Assim, a série
𝑛6
∞ sen (𝑛𝜋 /2)
dada 𝑛 =1 é absolutamente convergente, e portanto, é convergente.
𝑛6
c)
79
∞ 𝑛
−1 cos 𝑛𝜋
𝑛!
𝑛=1
cos 𝑛𝜋 1
Observe que ≤ 𝑛!.
𝑛!
1
Sabemos que 𝑛! é o termo de uma série convergente (provamos em exemplos
∞ cos (𝑛𝜋 )
de capítulos anteriores), logo, pelo teste da comparação, a série 𝑛=1 𝑛!
também é convergente.
∞ −1 𝑛 co s(𝑛𝜋 )
Assim, a série dada 𝑛=1 é absolutamente convergente, e portanto,
𝑛!
é convergente.
Então, se:
80
* 𝐿 < 1, a série é absolutamente convergente (e portanto convergente) pelo
teste da raiz, não necessariamente para o valor de L.
a)
∞
−1 𝑛 𝑛
2𝑛
𝑛=1
−1 𝑛 𝑛
𝑢𝑛 =
2𝑛
𝑛+1
−1 (𝑛 + 1)
𝑢𝑛 +1 =
2𝑛+1
𝑛+1
−1 𝑛+1
𝑢𝑛 +1 2𝑛+1
lim = lim =
𝑛 →∞ 𝑢𝑛 𝑛→∞ −1 𝑛 𝑛
2𝑛
𝑛+1
𝑛 +1
lim 2 𝑛 =
𝑛→∞
2𝑛
𝑛 + 1 2𝑛
lim ∙ =
𝑛→∞ 2𝑛 +1 𝑛
1 𝑛+1 1 1
∙ lim = ∙ 1 = < 1.
2 𝑛 →∞ 𝑛 2 2
b)
∞ 𝑛+1 𝑛
−1 3
𝑛!
𝑛=1
81
𝑛+1 𝑛
−1 3
𝑢𝑛 =
𝑛!
−1 𝑛+2 3𝑛+1
𝑢𝑛+1 =
(𝑛 + 1)!
−1 𝑛+2 3𝑛 +1
𝑢𝑛 +1 (𝑛 + 1)!
lim = lim =
𝑛→∞ 𝑢𝑛 𝑛→∞ −1 𝑛+1 3𝑛
𝑛!
3𝑛+1
(𝑛 + 1)!
lim =
𝑛→∞ 3𝑛
𝑛!
3𝑛 +1 𝑛!
lim ∙ 𝑛 =
𝑛→∞ (𝑛 + 1)! 3
3 ∙ 3𝑛 𝑛!
lim ∙ 𝑛 =
𝑛→∞ (𝑛 + 1) ∙ 𝑛! 3
1
3 ∙ lim = 3 ∙ 0 = 0 < 1.
𝑛→∞ 𝑛 + 1
c)
∞
1
ln 𝑛 𝑛
𝑛=2
1
𝑢𝑛 = 𝑛
ln 𝑛
𝑛
lim 𝑢𝑛 =
𝑛→∞
𝑛 1
lim 𝑛
=
𝑛→∞ ln 𝑛
1 1
lim = =0<1
𝑛→∞ ln 𝑛 ∞
Logo, pelo teste da raiz, a série é absolutamente convergente. Por
consequência, também é convergente.
82
d)
∞
1
𝑛
𝑛=1
1
𝑢𝑛 =
𝑛
1
𝑢𝑛 +1 =
𝑛+1
1
𝑛 + 1 = lim 1 𝑛
lim ∙ =
𝑛→∞ 1 𝑛→∞ 𝑛 + 1 1
𝑛
𝑛
lim =1
𝑛→∞ 𝑛 + 1
e)
∞
𝑛 𝑛
𝑛
−1 ∙
ln 𝑛
𝑛=1
𝑛 𝑛
𝑛
𝑢𝑛 = −1 ∙
ln 𝑛
𝑛
lim 𝑢𝑛 =
𝑛→∞
𝑛 𝑛 𝑛
lim −1 𝑛 ∙ =
𝑛 →∞ ln 𝑛
𝑛 ∞ 1
lim = = lim = lim 𝑥 = ∞.
𝑛 →∞ ln 𝑛 ∞ 𝑥→∞ 1/𝑥 𝑥→∞
Exercícios
1- Verifique se a série abaixo é absolutamente convergente, condicionalmente
convergente ou divergente:
83
a)
∞ 𝑛
−1 cos(𝑛𝜋)
𝑛5
𝑛=1
b)
∞ 𝑛 𝑛𝜋
−1 sen 2
𝑛2 + 3
𝑛 =1
c)
∞ 𝑛 𝑛𝜋
−1 sen 2
6𝑛
𝑛 =1
a)
∞
−1 𝑛 𝑒 𝑛
𝑛+2
𝑛=0
b)
∞
−1 𝑛+1 3𝑛
𝑛+2
𝑛=1
c)
∞ 𝑛+1 𝑛
−1 3
𝑛!
𝑛=1
d)
∞
−1 𝑛+1 𝑛!
6𝑛
𝑛=1
e)
∞ 𝑛
𝑛
ln 𝑛
−1 ∙
𝑛
𝑛=1
84
f)
∞
𝑛−1
23𝑛
−1 ∙ 𝑛
𝑛
𝑛=1
g)
∞
𝜋
cos 𝑛
3
𝑛=1
h)
∞
𝑛+1
𝑛!
𝑛=1
i)
∞
1
𝑛𝑛
𝑛=1
j)
∞
3𝑛𝑛
𝑒𝑛
𝑛=1
85
10 Séries de Potências e suas derivadas
1 2 3
𝑐0 + 𝑐1 𝑥 − 𝑎 + 𝑐2 𝑥 − 𝑎 + 𝑐3 𝑥 − 𝑎 +⋯
𝑐0 ∙ 00 = 𝑐0 .
Exemplo. Verifique para quais valores de 𝑥 a série de potências abaixo converge (isto
é, encontre o intervalo de convergência da série):
a)
∞ 𝑛
𝑥−3
5𝑛
𝑛=1
𝑥 − 3 𝑛+1 5𝑛
lim ∙ 𝑛
=
𝑛→∞ 5(𝑛 + 1) 𝑥−3
𝑥 − 3 𝑛 (𝑥 − 3) 5𝑛
lim ∙ 𝑛
=
𝑛→∞ 5𝑛 + 5 𝑥−3
𝑥 − 3 5𝑛
lim ∙ =
𝑛→∞ 5𝑛 + 5 1
5𝑛
𝑥 − 3 ∙ lim = 𝑥−3 .
𝑛→∞ 5𝑛 + 1
86
Pelo teste da razão, sabemos que se 𝑥 − 3 < 1, então a série converge
absolutamente, isto é, a série é absolutamente convergente no intervalo:
−1 < 𝑥 − 3 < 1
−1 + 3 < 𝑥 < 1 + 3
2 < 𝑥 < 4.
A) Se 𝑥 = 2,
∞ 𝑛 ∞ 𝑛 ∞
𝑥−3 2−3 −1 𝑛
= = ,
5𝑛 5𝑛 5𝑛
𝑛=1 𝑛 =1 𝑛 =1
B) Se 𝑥 = 4,
∞ 𝑛 ∞ 𝑛 ∞
𝑥−3 4−3 1
= = ,
5𝑛 5𝑛 5𝑛
𝑛=1 𝑛 =1 𝑛 =1
𝑛 𝑥−3 𝑛
lim =
𝑛→∞ 5𝑛
𝑥−3
lim
𝑛 →∞ 5
87
𝑥−3
Se < 1 a série converge absolutamente, isto é, a série é absolutamente
5
convergente no intervalo:
𝑥−3
<1
5
𝑥 − 3 < 5 daqui tiramos o centro: 3 e o raio: 5
−5 < 𝑥 − 3 < 5
−5 + 3 < 𝑥 < 5 + 3
−2 < 𝑥 < 8.
A) Se 𝑥 = −2,
∞ 𝑛 ∞ 𝑛
−2 − 3 −5
= =
5𝑛 5𝑛
𝑛=1 𝑛=1
∞ 𝑛 ∞
5
− = −1 𝑛 ,
5
𝑛=1 𝑛=1
𝑛
que diverge pois −1 não tende a zero.
B) Se 𝑥 = 8,
∞ 𝑛 ∞
8−3 5 𝑛
= =
5𝑛 5𝑛
𝑛=1 𝑛=1
∞ 𝑛 ∞ ∞
5 𝑛
= 1 = 1,
5
𝑛=1 𝑛=1 𝑛 =1
𝑥𝑛
𝑛 =0
Nesse caso, já sabemos pelo teste da série geométrica que (confira pelo teste
da raiz):
88
−1 < 𝑥 < 1.
∞
1 1
B) (3𝑥)𝑛 = 1 + 3𝑥 + 9𝑥 2 + 27𝑥 3 + 34 𝑥 4 + ⋯ = , se 3𝑥 < 1, 𝑥 < .
1 − 3𝑥 3
𝑛=0
1
1 + 2𝑥 + 3𝑥 2 + 4𝑥 3 + ⋯ = 2
, 𝑥 <1
1−𝑥
∞
1
2
= 𝑛𝑥 𝑛 −1 , 𝑥 < 1.
1−𝑥
𝑛 =1
d)
∞
𝑥𝑛
𝑛!
𝑛 =1
89
𝑢𝑛 +1
lim =
𝑛→∞ 𝑢𝑛
𝑥 𝑛 +1 𝑛!
lim ∙ 𝑛 =
𝑛 →∞ 𝑛 + 1 𝑛! 𝑥
𝑥
lim =0<1
𝑛→∞ 𝑛 + 1
−∞, ∞ .
e)
∞
𝑛! 𝑥 𝑛
𝑛=1
𝑢𝑛 +1
lim =
𝑛→∞ 𝑢𝑛
𝑛 + 1 𝑛! 𝑥 𝑛 +1
lim =
𝑛 →∞ 𝑛! 𝑥 𝑛
lim 𝑛 + 1 𝑥
𝑛→∞
Esse limite é infinito para qualquer valor de 𝑥 diferente de zero, e o limite será
zero quando 𝑥 for zero. Logo, a série é absolutamente convergente apenas em 𝑥 = 0.
f)
∞ 𝑛
𝑥−4
3𝑛
𝑛=1
𝑢𝑛 +1
lim =
𝑛→∞ 𝑢𝑛
𝑥−4 𝑛 𝑥−4 3𝑛
lim ∙ 𝑛
= 𝑥−4 <1
𝑛→∞ 3𝑛 + 3 𝑥−4
−1 < 𝑥 − 4 < 1
3<𝑥<5
Em 𝑥 = 3:
90
∞ 𝑛 ∞
𝑥−4 −1 𝑛
=
3𝑛 3𝑛
𝑛 =1 𝑛=1
Em 𝑥 = 5:
∞ 𝑛 ∞
𝑥−4 1
=
3𝑛 3𝑛
𝑛 =1 𝑛=1
que diverge pelo teste da série harmônica. Enfim, o intervalo de convergência da série
é:
[3, 5)
∞
Teorema 1. Dada uma série de potências 𝑛=0 𝑐𝑛 𝑥 − 𝑎 𝑛 , uma das três
opções ocorre:
91
𝑥 𝑛+1−1
lim 2 =
𝑛→∞ 𝑥 𝑛−1
2
lim 𝑥 𝑛−(𝑛−1) =
𝑛→∞
|𝑥| lim 1 =
𝑛→∞
𝑥 = |𝑥 − 0|
−1 < 𝑥 − 0 < 1
−1 < 𝑥 < 1
A) Se 𝑥 = −1,
∞
(−1)𝑛−1
,
2
𝑛=1
que diverge
B) Se 𝑥 = 1,
∞
1
,
2
𝑛=1
que diverge.
92
Os intervalos de convergência de uma série e de sua derivada diferenciam
apenas nos extremos do intervalo.
e de sua derivada.
𝑥 𝑛 +1
(𝑛 + 1)!
lim =
𝑥→∞ 𝑥𝑛
𝑛!
𝑥𝑛 𝑥 𝑛!
lim ∙ 𝑛 =
𝑥→∞ 𝑛 + 1 𝑛! 𝑥
𝑥
lim = 0 < 1 para todo 𝑥.
𝑥→∞ 𝑛+1
Logo, a série converge para todo 𝑥 real, o intervalo de convergência é a reta
real (−∞, ∞).
∞
𝑥𝑛
𝑛!
𝑛 =0
93
02 03
𝑓 0 =1+0+ + + ⋯, então 𝑓 0 = 1, logo, substituindo em
2! 6
𝑓 𝑥 = 𝐶𝑒 𝑥 :
𝑓 0 = 𝐶𝑒 0 = 1
𝐶=1
𝑥2 𝑥3 𝑥4
𝑒𝑥 = 1 + 𝑥 + + + +⋯
2! 3! 4!
para todo 𝑥 real!!
32 33 34 35 36
𝑒3 ≅ 1 + 3 + + + + + =
2! 3! 4! 5! 6!
9 9 27 81 81
4+ + + + + = 19,4125.
2 2 8 40 80
O valor obtido na calculadora científica é 𝑒 3 = 20,09.
Então:
∞
1
1 12 13 14 15
𝑒 = =1+1+ + + + +⋯
𝑛! 2! 3! 4! 5!
𝑛=0
∞ 1
Logo, 𝑛=0 𝑛 ! converge para 𝑒 = 2,71828 …
Exercícios
1- Encontre o intervalo de convergência da série e da sua derivada:
a)
94
∞ 𝑛
𝑥−2
7𝑛
𝑛=1
b)
∞
𝑛
𝑛 𝑥−5
𝑛 =0
c)
∞
𝑛𝑥 𝑛
𝑒𝑛
𝑛=0
d)
∞
3𝑛 𝑥 + 1 𝑛
7𝑛
𝑛=1
e)
∞
𝑛! 𝑛
𝑥
5𝑛
𝑛=1
f)
∞
𝑥𝑛
𝑛=1
𝑛
2
b) 𝑓 𝑥 = 𝑒 𝑥 , ∀𝑥
95
11 Integral de séries de potências
𝑓 𝑥 = 𝑐𝑛 𝑥 𝑛 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑥 + 𝑐2 𝑥 2 + 𝑐3 𝑥 3 + 𝑐4 𝑥 4 + ⋯,
𝑛=0
cujo intervalo de convergência é (−𝑅, 𝑅), então, para todo 𝑥 ∈ (−𝑅, 𝑅), vale:
𝑥 𝑥 ∞ 𝑥
𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 𝑐𝑛 𝑡 𝑛 𝑑𝑡 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑡 + 𝑐2 𝑡 2 + 𝑐3 𝑡 3 + ⋯ 𝑑𝑡 =
0 0 𝑛=0 0
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥
2
𝑐0 𝑑𝑡 + 𝑐1 𝑡𝑑𝑡 + 𝑐2 𝑡 𝑑𝑡 + 𝑐3 𝑡 3 𝑑𝑡 + ⋯ =
0 0 0 0
𝑐1 𝑥 2 𝑐2 𝑥 3 𝑐 3 𝑥 4
𝑐0 𝑥 + + + + ⋯.
2 3 4
Isto é, para todo 𝑥 pertencente ao intervalo de convergência da série, a integral
definida, de 0 a 𝑥, da série, é igual à soma infinita da integral definida de 0 a 𝑥. Em
outras palavras, podemos passar a integral definida de 0 a 𝑥 para dentro do somatório.
Este teorema nos permite obter integrais definidas de funções cuja integração
algébrica não seria possível, por exemplo:
2 −𝑥 2
Exemplo 1. Encontre a integral 0
𝑒 𝑑𝑥
𝑥2 𝑥3 𝑥4
𝑒𝑥 = 1 + 𝑥 + + + + ⋯ , ∀𝑥 real.
2! 3! 4!
Logo,
2 𝑥4 𝑥6 𝑥8
𝑒 −𝑥 = 1 − 𝑥 2 + − + −⋯
2! 3! 4!
Assim, pelo teorema acima, temos:
2 2
−𝑡 2
𝑡4 𝑡6 𝑡8
2
𝑒 𝑑𝑡 = 1 − 𝑡 + − + − ⋯ 𝑑𝑡 =
2! 3! 4!
0 0
96
23 25 27 29
2− + − + −⋯=
3 5 ∙ 2! 7 ∙ 3! 9 ∙ 4!
∞
−1 𝑛 22𝑛+1
2𝑛 + 1 ∙ 𝑛!
𝑛=0
𝑥𝑛 = 1 + 𝑥 + 𝑥2 + 𝑥3 + ⋯ =
𝑛 =0
1
, 𝑥 < 1.
1−𝑥
1 − 𝑥 + 𝑥2 − 𝑥3 + ⋯ =
1
, −𝑥 < 1, 𝑥 < 1.
1+𝑥
Agora, integrando esta última identidade:
1/2 1/2
1
𝑑𝑡 = 1 − 𝑡 + 𝑡 2 − 𝑡 3 + ⋯ 𝑑𝑡 =
1+𝑡
0 0
𝑡=1/2 𝑡2 𝑡3 𝑡4 𝑡5 𝑡6 𝑡=1/2
ln 1 + 𝑡 |𝑡=0 = 𝑡 − + − + − + ⋯ |𝑡=0
2 3 4 5 6
1 1 1 1 1 1 1
ln 1 + − ln 1 + 0 = − + − + − +⋯
2 2 2 ∙ 22 3 ∙ 23 4 ∙ 24 5 ∙ 25 6 ∙ 26
∞
3 1 1 1 1 1 1 −1 𝑛+1
ln = − + − + − +⋯=
2 2 8 24 64 160 384 𝑛 ∙ 2𝑛
𝑛=1
Exemplo 3. Encontre uma série para atan 𝑥 = tan−1 𝑥. Depois, encontre uma
representação em série para 𝜋.
97
1 − 𝑥2 + 𝑥4 − 𝑥6 + 𝑥8 + ⋯ =
1
2
, 𝑥 2 < 1, 𝑥 < 1.
1+𝑥
Agora, integrando esta última identidade:
𝑥 𝑥
1
𝑑𝑡 = 1 − 𝑡 2 + 𝑡 4 − 𝑡 6 + ⋯ 𝑑𝑡 =
1 + 𝑡2
0 0
𝑡3 𝑡5 𝑡7 𝑡9
atan 𝑡 |𝑡=𝑥
𝑡=0 = 𝑡 − + − + − ⋯ |𝑡=𝑥
𝑡=0
3 5 7 9
𝑥3 𝑥5 𝑥7
atan 𝑥 − atan 0 = 𝑥 − + − +⋯
3 5 7
∞
−1 𝑛 𝑥 2𝑛+1
atan 𝑥 =
2𝑛 + 1
𝑛=0
3 1
Logo, se 𝑥 = = , então:
3 3
∞ 𝑛 −1 2𝑛+1
𝜋 −1 3
= =
6 2𝑛 + 1
𝑛=0
1 1 1 1
− 3 + 5 − 7 +⋯
3 3 3 5 3 7 3
Enfim:
1 1 1 1
𝜋=6 − 3 + 5 − 7 +⋯
3 3 3 5 3 7 3
Exercícios
1 𝑥2
b) 0
𝑒 𝑑𝑥
1 −𝑥
c) 0
𝑒 𝑑𝑥
1
2. Encontre uma série de potências para 1+𝑥 para determinar ln 4/3 por meio de uma
série.
98
1/4 1
3. Encontre uma série de potências para a integral definida 0
𝑑𝑥
1−3𝑥
99
12 Série de Taylor e de Maclaurin
Vimos que existem ao menos duas funções que podem ser escritas como uma
série de potências:
𝑥2 𝑥3 𝑥4
𝑒𝑥 = 1 + 𝑥 + + + + ⋯ para todo 𝑥
2! 3! 4!
e
1
= 1 + 𝑥 + 𝑥 2 + 𝑥 3 + 𝑥 4 + ⋯ , −1 < 𝑥 < 1.
1−𝑥
Mas, e quanto a outras funções, como seriam as séries que as representam?
Teorema 1: Se uma função 𝑓 𝑥 pode ser escrita como sendo igual a uma série
de potências no intervalo (𝑎 − 𝑅, 𝑎 + 𝑅), então a série será a série de Taylor:
∞ 𝑛 𝑛
𝑓 𝑎 𝑥−𝑎
𝑓 𝑥 = =
𝑛!
𝑛=0
𝑓 (𝑛) 𝑎 (𝑥 − 𝑎)𝑛
+⋯
𝑛!
𝑛
A expressão 𝑓 (𝑎) indica a derivada enésima da função 𝑓, no ponto 𝑎.
Se 𝑎 = 0, então
∞ 𝑛
𝑓 0 𝑥𝑛
𝑓 𝑥 = =
𝑛!
𝑛=0
𝑓 ′′ 0 𝑥 2 𝑓 ′′′ 0 𝑥 3 𝑓 𝑖𝑣 0 𝑥 4
𝑓 0 + 𝑓′ 0 𝑥 + + + +⋯
2! 3! 4!
é a série de Maclaurin da função 𝑓(𝑥), isto é, a série de Taylor de 𝑓 em torno do ponto
𝑎 = 0.
Teorema 2. As funções abaixo são representadas pelas suas séries de Taylor (as
duas primeiras já tínhamos visto antes):
100
𝑥2 𝑥3 𝑥4
𝑒𝑥 = 1 + 𝑥 + + + + ⋯ para todo 𝑥
2! 3! 4!
1
= 1 + 𝑥 + 𝑥 2 + 𝑥 3 + 𝑥 4 + ⋯ , para 𝑥 < 1
1−𝑥
∞
cos (𝑛) 0 𝑥 𝑛
cos 𝑥 = para todo 𝑥 real, em radianos
𝑛!
𝑛=0
∞
sen(𝑛) 0 𝑥 𝑛
sen 𝑥 = para todo 𝑥 em radianos
𝑛!
𝑛 =0
cos ′ 𝑥 = −sen 𝑥
cos′′ 𝑥 = −cos 𝑥
cos 𝑖𝑣 𝑥 = cos 𝑥
cos 𝑣 𝑥 = − sen 𝑥 …
Então:
Analogamente,
𝑓 (𝑛+1) 𝑥𝑛 𝑥 − 𝑎 𝑛+1
𝑅𝑛 (𝑥) = ,
(𝑛 + 1)!
101
onde 𝑥𝑛 é um número entre 𝑥 e 𝑎.
𝑖 1 = 𝑖, 𝑖 2 = −1, 𝑖 3 = −𝑖, 𝑖 4 = 1, 𝑖5 = 𝑖 …
𝑥
𝑥2 𝑥3 𝑥4
𝑒 = 1 + 𝑥 + + + + ⋯ para todo 𝑥 real
2! 3! 4!
𝑥2 𝑥4 𝑥6 𝑥8
cos 𝑥 = 1 − + − + − ⋯ para todo 𝑥 real em radianos
2! 4! 6! 8!
𝑥3 𝑥5 𝑥7 𝑥9
sen 𝑥 = 𝑥 − + − + − ⋯ para todo 𝑥 real em radianos
3! 5! 7! 9!
Agora, calculemos a expressão abaixo, assumindo que a série de Taylor vale
também para os números complexos:
𝑒 𝐴+𝑖𝐵 = 𝑒 𝐴 𝑒 𝑖𝐵 =
𝐴
𝐵 2 𝑖𝐵 3 𝐵 4 𝑖𝐵 5 𝐵 6
𝑒 1 + 𝑖𝐵 − − + + − −⋯
2! 3! 4! 5! 6!
𝐵2 𝐵4 𝐵6 𝐵3 𝐵5 𝐵7
= 𝑒𝐴 1− + − +⋯ +𝑖 𝐵− + − +⋯
2! 4! 6! 3! 5! 7!
= 𝑒 𝐴 cos 𝐵 + 𝑖sen 𝐵 .
Logo,
Substituindo 𝐴 = 0 e 𝐵 = 𝜋, temos:
𝑒 𝑖𝜋 = −1
102
𝑒 𝑖𝜋 + 1 = 0.
′
𝑓 ′′ 𝑎 𝑥 − 𝑎 2
𝑓 (𝑛) 𝑎 (𝑥 − 𝑎)𝑛
𝑓 𝑎 +𝑓 𝑎 𝑥−𝑎 + +⋯+ .
2! 𝑛!
Além disto, vale:
𝑓 𝑥 = 𝑃𝑛 𝑥 + 𝑅𝑛 𝑥 .
′
𝑓 ′′ 𝑎 (𝑥 − 𝑎)2 𝑓 ′′′ 𝑎 (𝑥 − 𝑎)3
𝑓 𝑥 = 𝑓 𝑎 + 𝑓 𝑎 (𝑥 − 𝑎) + + +⋯
2! 3!
𝑓 𝑛 𝑎 (𝑥 − 𝑎)𝑛
+⋯
𝑛!
Ora, considere que 𝑓(𝑥) seja igual a uma série de potências num
intervalo de convergência:
2 3
𝑓 𝑥 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑥 − 𝑎 + 𝑐2 𝑥 − 𝑎 + 𝑐3 𝑥 − 𝑎 +⋯
Então, se 𝑥 = 𝑎, temos:
103
𝑓 𝑎 = 𝑐0
𝑓′ 𝑎 = 𝑐1
𝑓 ′′ 𝑎
= 𝑐2
2
𝑓′′′ 𝑥 = 𝑐3 3! + ⋯
𝑓 ′′ 𝑎
= 𝑐3
3!
Logo, a série de potências será:
𝑓 ′′ (𝑎) 𝑥 − 𝑎 2
𝑓 ′′′ (𝑎) 𝑥 − 𝑎 3
𝑓 𝑥 = 𝑓(𝑎) + 𝑓 ′ (𝑎) 𝑥 − 𝑎 + + +⋯=
2! 3!
∞ 𝑛
𝑓 𝑎 𝑥−𝑎 𝑛
.
𝑛!
𝑛=0
𝑥2 𝑥4 𝑥6 𝑥8
cos 𝑥 = 1 − + − + − ⋯
2! 4! 6! 8!
22 𝑥 2 24 𝑥 4 26 𝑥 6 28 𝑥 8
cos 2𝑥 = 1 − + − + −⋯=
2! 4! 6! 8!
∞
−1 𝑛 22𝑛 𝑥 2𝑛
2𝑛 !
𝑛 =0
𝑥3 𝑥5 𝑥7 𝑥9
sen 𝑥 = 𝑥 − + − + −⋯
3! 5! 7! 9!
104
Então:
sen 𝑥 𝑥2 𝑥4 𝑥6 𝑥8
= 1− + − + −⋯ =
𝑥 3! 5! 7! 9!
∞
−1 𝑛 𝑥 2𝑛
(2𝑛 + 1)!
𝑛=0
Exercícios
1. Calcule a série de Maclaurin da função
a) 𝑓 𝑥 = sen 2𝑥
b) 𝑓 𝑥 = 𝑥 cos 𝑥
c) 𝑓 𝑥 = 𝑥𝑒 𝑥
𝑥
d) 𝑓 𝑥 = 1−𝑥 , 𝑥 < 1
2. Use a série de Maclaurin de cos 𝑥 para calcular cos 0,2, usando 5 termos da
série.
1 sen 𝑥
3. Calcule a integral 1/2 𝑥
𝑑𝑥, usando 7 termos da série de Maclaurin da
sen 𝑥
função .
𝑥
𝜋
4. Encontre a integral 0
𝑥 2 cos 𝑥 𝑑𝑥, usando os primeiros 6 termos da série de
Maclaurin da função integrando.
𝑥3 𝑥5 𝑥7
𝑥− + − +⋯
3! 5! 7!
a) Identifique a função que é representada por esta série.
b) Derive termo a termo desta série e identifique a função que é representada por ela.
c) Prove que ambas as séries possuem como intervalo de convergência toda a Reta
Real (−∞, ∞), pelo teste da razão.
𝑥2 𝑥4 𝑥6
1− + − +⋯
2! 4! 6!
a) Identifique a função que é representada por esta série.
b) Derive termo a termo desta série e identifique a função que é representada por ela.
105
c) Prove que ambas as séries possuem como intervalo de convergência toda a Reta
Real (−∞, ∞), pelo teste da razão.
106
13 Equações Diferenciais Ordinárias – definição, EDO linear de
primeira ordem, EDO separável
Uma EDO é uma equação cuja incógnita é uma função 𝑦(𝑥), ou 𝑦(𝑡), ou 𝑥(𝑡) e
tal que, na equação, aparece alguma derivada dela. Por exemplo, a EDO:
𝑦 ′ 𝑥 + 𝑦 𝑥 = 𝑥 − 1.
Observe que resolver a EDO acima é encontrar a função incógnita 𝑦(𝑥) que
satisfaz esta identidade, esta equação.
𝑦′ 𝑥 + 𝑦 𝑥 = 𝑥 − 1
𝑦 ′ 𝑥 + 𝑦 𝑥 = 𝑥 − 1, 𝑦 3 = 14
é um problema de valor inicial PVI, pois a EDO vem acompanhada da condição inicial
𝑦 3 = 14.
1) Integração Direta.
𝑦′ 𝑥 = 𝑓(𝑥)
𝑦 ′ 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑓(𝑥)𝑑𝑥 →
107
𝑦 𝑥 = 𝑓(𝑥) 𝑑𝑥.
Exemplo 1: resolver o problema de valor inicial PVI (EDO mais a condição inicial)
seguinte, e verificar a solução:
𝑦 ′ 𝑥 𝑑𝑥 = 4𝑥 𝑑𝑥
𝑦 𝑥 = 2𝑥 2 + 𝐶
𝑦 ′ 𝑥 = 4𝑥
2𝑥 2 ′
= 4𝑥
4𝑥 = 4𝑥 ok.
𝑦 ′ 𝑡 + 𝑝 𝑡 ∙ 𝑦 𝑡 = 𝑞(𝑡)
108
a) 𝑦 ′ 𝑥 + 4𝑦 𝑥 = 1.
*Observação: não foi dada a condição inicial, logo, não podemos chamar esta EDO de
problema de valor inicial (PVI).
𝑝(𝑥)𝑑𝑥 4𝑑𝑥
𝑒 =𝑒 = 𝑒 4𝑥
𝑒 4𝑥 𝑦 ′ 𝑥 + 4𝑦 𝑥 = 1 ∙ 𝑒 4𝑥
𝑒 4𝑥 𝑦 ′ 𝑥 + 4𝑦 𝑥 = 𝑒 4𝑥
𝑒 4𝑥 𝑦 𝑥 ′
= 𝑒 4𝑥
𝑒 4𝑥
𝑒 4𝑥 𝑦 𝑥 = +𝐶
4
𝑒 4𝑥 𝐶
𝑦 𝑥 = 4𝑥
+ 4𝑥
4𝑒 𝑒
1 𝐶
𝑦 𝑥 = + 4𝑥
4 𝑒
é a solução geral da EDO dada.
𝑦 ′ 𝑥 + 4𝑦 𝑥 = 1
′
1 1 𝐶
+ 𝐶𝑒 −4𝑥 +4 + 4𝑥 = 1
4 4 𝑒
1
0 − 4𝐶𝑒 −4𝑥 + 4 ∙ + 4𝐶𝑒 −4𝑥 = 1
4
1 = 1, ok.
2
b) 𝑦 ′ 𝑥 − 4𝑥𝑦 𝑥 = 𝑒 2𝑥 .
*Observação: não foi dada a condição inicial, logo, não podemos chamar esta EDO de
problema de valor inicial.
109
Bem, vamos calcular o fator integrante f.i.:
𝑝(𝑥)𝑑𝑥 −4𝑥𝑑𝑥 2
𝑒 =𝑒 = 𝑒 −2𝑥
𝑦 ′ 𝑥 ∙ 𝑔(𝑦) = 𝑓(𝑥)
110
Ou seja, variável dependente 𝑦 de um lado, e independente 𝑥 do outro, por
isso, equação separável.
𝑑𝑦
Método: escreva 𝑦 ′ = 𝑑𝑥 . Deixe 𝑑𝑥 do lado direito e depois integre, para isolar
𝑦.
a) 𝑦 ′ 𝑡 𝑦 2 (𝑡) = 5𝑡,
É Separável, então:
𝑑𝑦 2
∙ 𝑦 𝑡 = 5𝑡
𝑑𝑡
𝑦 2 𝑑𝑦 = 5𝑡𝑑𝑡
𝑦 2 𝑑𝑦 = 5𝑡 𝑑𝑡
𝑦 3 5𝑡 2
= +𝐶
3 2
5𝑡 2
𝑦3 = 3 +𝐶
2
3
15𝑡 2
𝑦 = +𝐶
2
3 15𝑡 2
𝑦= +𝐶
2
3 15𝑡 2
𝑦 ′ 𝑡 𝑦 2 𝑡 = 5𝑡 → 𝑦 = +𝐶
2
′ 2
3 15𝑡 2 3 15𝑡 2
+𝐶 +𝐶 = 5𝑡
2 2
1 ′ 2
2
15𝑡 3 3 15𝑡 2
+𝐶 +𝐶 = 5𝑡
2 2
111
1 2
2 −1
1 15𝑡 3 30𝑡 3 15𝑡 2
+𝐶 +𝐶 = 5𝑡
3 2 2 2
−2/3 2/3
15𝑡 2 15𝑡 2
5𝑡 +𝐶 +𝐶 = 5𝑡
2 2
0
15𝑡 2
5𝑡 +𝐶 = 5𝑡
2
5𝑡 = 5𝑡, ok.
b) 𝑦 ′ 𝑥 𝑦(𝑥) + 1 = 𝑥 − 4, 𝑦 0 = 0
É Separável, então:
𝑑𝑦
𝑦+1 =𝑥−4
𝑑𝑥
𝑦 + 1 𝑑𝑦 = 𝑥 − 4 𝑑𝑥
𝑦 + 1 𝑑𝑦 = 𝑥 − 4 𝑑𝑥
𝑦2 𝑥2
+𝑦 = − 4𝑥 + 𝐶
2 2
Como 𝑦 0 = 0,
02 02
+0= − 4(0) + 𝐶
2 2
𝐶=0
𝑦2 𝑥2
+𝑦= − 4𝑥
2 2
𝑦 2 + 2𝑦 = 𝑥 2 − 8𝑥
𝑦 2 + 2𝑦 + 8𝑥 − 𝑥 2 = 0
−2 ± 4 − 32𝑥 + 4𝑥 2
𝑦=
2
Como 𝑦 0 = 0, então:
112
−2 ± 2 −2 + 2
𝑦 0 = =0= =0
2 2
Logo,
−2 + 4 − 32𝑥 + 4𝑥 2
𝑦=
2
Simplificando:
𝑦 = −1 + 𝑥 2 − 8𝑥 + 1
Exercícios
1- Resolva a EDO ou PVI abaixo, por integração direta, e verifique sua resposta:
a) 𝑦 ′ 𝑥 = 2𝑥
b) 𝑦 ′ 𝑥 = 𝑒 𝑥 , 𝑦 0 = 1
1
c) 𝑦 ′ 𝑡
=𝑡, 𝑡>0
d) 𝑦 ′ 𝑡 = 1 + cos 7𝑡
a) 𝑦 ′ 𝑥 + 2𝑦 𝑥 = 𝑒 −2𝑥
b) 𝑦 ′ 𝑥 = 2𝑥
c) 𝑦 ′ 𝑡 ∙ cos 𝑦 = 𝑒 𝑡 + 1
113
14 Equações homogêneas que se tornam separáveis
𝑦 𝑡 =𝑢 𝑡 ∙𝑡
ou seja:
𝑦 𝑡
𝑢 𝑡 =
𝑡
As EDO’s que admitem tal mudança de variável para se tornarem separáveis
são chamadas de homogêneas.
a)
𝑡2 + 𝑦2 𝑡
𝑦′ 𝑡 = , 𝑡 > 0.
𝑡∙𝑦 𝑡
Reescrevendo a EDO:
𝑡2 + 𝑦2
𝑦′ =
𝑡∙𝑦
𝑡 2 + 𝑢2 ∙ 𝑡 2
𝑢′ ∙ 𝑡 + 𝑢 =
𝑡∙𝑢∙𝑡
𝑡 2 + 𝑢2 ∙ 𝑡 2
𝑢′ ∙ 𝑡 + 𝑢 =
𝑢 ∙ 𝑡2
′
𝑡 2 1 + 𝑢2
𝑢 ∙𝑡+𝑢 =
𝑢 ∙ 𝑡2
1 + 𝑢2
𝑢′ ∙ 𝑡 + 𝑢 =
𝑢
1 + 𝑢2
𝑢′ ∙ 𝑡 = −𝑢
𝑢
1 + 𝑢2 − 𝑢2
𝑢′ ∙ 𝑡 =
𝑢
114
1
𝑢′ ∙ 𝑡 =
𝑢
Agora, tornando-a separável:
1
𝑢′ ∙ 𝑢 =
𝑡
𝑑𝑢 1
𝑢 =
𝑑𝑡 𝑡
1
𝑢𝑑𝑢 = 𝑑𝑡
𝑡
Integrando ambos os lados:
1
𝑢 𝑑𝑢 = 𝑑𝑡
𝑡
𝑢2
= ln 𝑡 + 𝐶
2
𝑦 𝑡
Voltando para a variável original 𝑦: 𝑢 𝑡 = 𝑡
𝑦 2
𝑡 = ln 𝑡 + 𝐶
2
𝑦2
= 2 ln |𝑡| + 2𝐶
𝑡2
𝑦2
= 2 ln |𝑡| + 𝐶
𝑡2
𝑦 2 = 2𝑡 2 ln |𝑡| + 𝑡 2 𝐶
b)
2𝑥𝑦 ′ + 𝑥 − 2𝑦 = 0
2𝑥 𝑢′ 𝑥 + 𝑢 + 𝑥 − 2𝑢𝑥 = 0
2𝑥 2 𝑢′ + 2𝑥𝑢 + 𝑥 − 2𝑢𝑥 = 0
2𝑥 2 𝑢′ + 𝑥 = 0
115
−𝑥
𝑢′ =
2𝑥 2
𝑑𝑢 −1
=
𝑑𝑥 2𝑥
−1
𝑑𝑢 = 𝑑𝑥
2𝑥
−1
1 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥
2𝑥
ln 𝑥
𝑢=− +𝐶
2
𝑦 𝑥
Voltando para a variável original 𝑦: 𝑢 𝑥 = 𝑥
𝑦 ln 𝑥
=− +𝐶
𝑥 2
𝑥 ln 𝑥
𝑦(𝑥) = − + 𝐶𝑥
2
é a solução da EDO dada.
c)
𝑥𝑦
𝑦′ =
𝑥2 + 𝑦2
𝑦
𝑦 = 𝑢𝑥, 𝑦 ′ = 𝑢′ 𝑥 + 𝑢𝑥 ′ = 𝑢′ 𝑥 + 𝑢, 𝑢 =
𝑥
𝑥𝑢𝑥
𝑢′ 𝑥 + 𝑢 =
𝑥2 + 𝑢2 𝑥 2
𝑢𝑥 2
𝑢′ 𝑥 + 𝑢 =
𝑥 2 1 + 𝑢2
𝑢
𝑢′ 𝑥 + 𝑢 =
1 + 𝑢2
𝑢
𝑢′ 𝑥 = −𝑢
1 + 𝑢2
′
𝑢 − 𝑢 − 𝑢3
𝑢𝑥=
1 + 𝑢2
′
−𝑢3
𝑢𝑥=
1 + 𝑢2
116
𝑢′ 1 + 𝑢2 1
3
=
−𝑢 𝑥
1 1
−𝑢−3 − 𝑢′ =
𝑢 𝑥
1 𝑑𝑢 1
−𝑢−3 − =
𝑢 𝑑𝑥 𝑥
1 1
−𝑢−3 − 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥
𝑢 𝑥
𝑢−2
− − ln 𝑢 = ln 𝑥 + 𝐶
−2
1
− ln 𝑢 = ln 𝑥 + 𝐶
2𝑢2
1 𝑦
2 − ln = ln 𝑥 + 𝐶
𝑦 𝑥
2 𝑥
𝑥2 𝑦
− ln = ln 𝑥 + 𝐶
2𝑦 2 𝑥
Exercícios
Resolva a EDO homogênea
a)
𝑦 2 + 𝑥𝑦
PVI: 𝑦 ′ = , 𝑦 1 = 2.
𝑥2
b)
𝑡+𝑦 𝑡
𝑦′ 𝑡 = , 𝑡 > 0.
𝑡
c)
𝑥
4𝑦 ′ + =0
𝑦
d)
𝑦𝑥 + 𝑦 2 + 𝑥 2
𝑦′ =
𝑥2
e)
117
𝑦2
𝑦′ =
𝑡𝑦 + 𝑡 2
118
15 EDO de Bernoulli e primeiros problemas contextualizados de
EDO’s
Equação Diferencial Ordinária de Bernoulli
Neste capítulo, veremos mais um tipo de Equação Diferencial Ordinária, o seu
método de resolução, e os primeiros problemas contextualizados sobre as Equações
Diferenciais.
𝑦′ 𝑡 + 𝑝 𝑡 𝑦 𝑡 = 𝑞 𝑡 𝑦𝑚 𝑡
Seu método se baseia na seguinte substituição, que tornará a EDO numa EDO
linear de primeira ordem:
1
𝑘= , 𝑦 𝑡 = 𝑥𝑘 𝑡
1−𝑚
Exemplo.
𝑦 ′ + 𝑦 = 7𝑦 2
𝑚=2
1 1 1
Ora, 𝑘 = 1−𝑚 = 1−2 = −1 = −1.
𝑦 = 𝑥 𝑘 = 𝑥 −1
𝑦 = 𝑥 −1
𝑥 −1 ′ + 𝑥 −1 = 7 𝑥 −1 2
−1𝑥 −1−1 𝑥 ′ + 𝑥 −1 = 7𝑥 −2
−𝑥 −2 𝑥 ′ + 𝑥 −1 = 7𝑥 −2
: −𝑥 −2
′
𝑥 −1 7𝑥 −2
1𝑥 + =
−𝑥 −2 −𝑥 −2
𝑥 ′ − 𝑥 −1−(−2) = −7
119
𝑥 ′ − 𝑥 = −7
−1𝑑𝑡
𝑓𝑖 = 𝑒 = 𝑒 −𝑡
𝑒 −𝑡 𝑥 ′ − 𝑥 = 𝑒 −𝑡 ∙ (−7)
𝑒 −𝑡 ∙ 𝑥 ′ = −7𝑒 −𝑡
−𝑡
7𝑒 −𝑡
𝑥𝑒 =− +𝐶
−1
7𝑒 −𝑡 𝐶
𝑥 = −𝑡 + −𝑡
𝑒 𝑒
𝑥 = 7 + 𝐶𝑒 𝑡
𝑦 = 𝑥 −1
𝑦 = 7 + 𝐶𝑒 𝑡 −1
1
𝑦(𝑡) =
7 + 𝐶𝑒 𝑡
120
𝑦′ =𝑟∙ 𝑦 ∙ 1000 − 𝑦
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑜 𝑛ú𝑚 .𝑑𝑒 𝑛ú𝑚 .𝑑𝑒 𝑛ã𝑜
𝑛ú𝑚 .𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑐𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑐𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠
𝑖𝑛𝑓𝑒𝑐𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠
𝑦 ′ = 𝑟 ∙ 𝑦 ∙ 1000 − 𝑦
𝑦 ′ = 1000𝑟𝑦 − 𝑟𝑦 2
1 1 1
𝑘= = = = −1
1 − 𝑚 1 − 2 −1
𝑦 = 𝑥 𝑘 → 𝑦 = 𝑥 −1
𝑥 −1 ′ − 1000𝑟(𝑥 −1 ) = −𝑟(𝑥 −1 )2
−𝑥 −2 𝑥 ′ − 1000𝑟𝑥 −1 = −𝑟𝑥 −2
: −𝑥 −2
1𝑥 ′ + 1000𝑟𝑥 −1− −2 = 𝑟
𝑥 ′ + 1000𝑟𝑥 −1+2 = 𝑟
𝑥 ′ + 1000𝑟𝑥 = 𝑟 →
𝑓𝑖 = 𝑒 1000 𝑟𝑡
𝑒 1000 𝑟𝑡 𝑥 ′ = 𝑟𝑒 1000 𝑟𝑡
𝑟𝑒 1000 𝑟𝑡
𝑒 1000 𝑟𝑡 𝑥 = +𝐶
1000𝑟
𝑟𝑒 1000 𝑟𝑡 𝐶
𝑥= +
1000𝑟𝑒 1000 𝑟𝑡 𝑒 1000 𝑟𝑡
1 𝐶
𝑥= + 1000 𝑟𝑡
1000 𝑒
𝑦 = 𝑥 −1
−1
1 𝐶
𝑦= + 1000 𝑟𝑡
1000 𝑒
121
−1
𝑒 1000 𝑟𝑡 + 1000𝐶
𝑦=
1000𝑒 1000 𝑟𝑡
1000𝑒 1000 𝑟𝑡
𝑦= = n. de infectados
𝐶 + 𝑒 1000 𝑟𝑡
1000𝑒 1000𝑟𝑡
lim 𝑦 = lim =
𝑡→∞ 𝑡→∞ 𝐶 + 𝑒 1000 𝑟𝑡
: 𝑒 1000 𝑟𝑡
1000
lim =
𝑡→∞ 𝐶
1000 𝑟𝑡 + 1
𝑒
como 𝑟 > 0,
1000
=
0+1
1000.
𝑦′ =𝑟∙ 𝑦 ∙ 500 − 𝑦
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑜 𝑛ú𝑚 .𝑑𝑒 𝑛ú𝑚 .𝑑𝑒 𝑛ã𝑜
𝑛ú𝑚 .𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑐𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑐𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠
𝑖𝑛𝑓𝑒𝑐𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠
𝑦 0 = 40.
Resolvendo o PVI:
𝑦 ′ = 0,4 ∙ 𝑦 ∙ 500 − 𝑦
𝑦 ′ = 500𝑟𝑦 − 𝑟𝑦 2
1 1 1
𝑘= = = = −1
1 − 𝑚 1 − 2 −1
122
𝑦 = 𝑥 𝑘 → 𝑦 = 𝑥 −1
𝑥 −1 ′ − 500𝑟(𝑥 −1 ) = −𝑟(𝑥 −1 )2
−𝑥 −2 𝑥 ′ − 500𝑟𝑥 −1 = −𝑟𝑥 −2
𝑥 ′ + 500𝑟𝑥 −1− −2 = 𝑟
𝑥 ′ + 500𝑟𝑥 −1+2 = 𝑟
𝑥 ′ + 500𝑟𝑥 = 𝑟
𝑓𝑖 = 𝑒 500𝑟𝑡
𝑒 500𝑟𝑡 𝑥 ′ = 𝑟𝑒 500𝑟𝑡
𝑟𝑒 500𝑟𝑡
𝑒 500𝑟𝑡 𝑥 = +𝐶
500𝑟
𝑟𝑒 500𝑟𝑡 𝐶
𝑥= 500𝑟𝑡
+ 500𝑟𝑡
500𝑟𝑒 𝑒
1 𝐶
𝑥= + 500𝑟𝑡
500 𝑒
𝑦 = 𝑥 −1
−1
1 𝐶
𝑦= + 500𝑟𝑡
500 𝑒
−1
𝑒 500𝑟𝑡 + 500𝐶
𝑦=
500𝑒 500𝑟𝑡
500𝑒 500∙0,4𝑡
𝑦=
𝐶 + 𝑒 500∙0,4𝑡
𝑦 0 = 40
500𝑒 0
40 =
𝐶 + 𝑒0
460 23
40𝐶 + 40 = 500 → 𝐶 = =
40 2
500𝑒 200𝑡
𝑦= →
23 200𝑡
2 +𝑒
n. de infectados em cada instante 𝑡
123
500𝑒 200𝑡
lim 𝑦 = lim =
𝑡→∞ 𝑡→∞ 23/2 + 𝑒 200𝑡
500
lim = 500
𝑡→∞ 23
+ 1
2𝑒 200𝑡
3) Numa população existem 500 animais, dos quais, 40 estão infectados
inicialmente. Suponha que, nesta população, a taxa de variação do número de
infectados por certa doença seja proporcional ao número de contatos entre os
infectados e os não-infectados, com constante de proporcionalidade igual a −0,4.
Encontre o número de infectados em um instante qualquer. Depois, encontre o
número de infectados após um longo período de tempo.
𝑦′ =𝑟∙ 𝑦 ∙ 500 − 𝑦
𝑡𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑜 𝑛ú𝑚 .𝑑𝑒 𝑛ú𝑚 .𝑑𝑒 𝑛ã𝑜
𝑛ú𝑚 .𝑑𝑒 𝑖𝑛 𝑓𝑒𝑐𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑐𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠
𝑖𝑛𝑓𝑒𝑐𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠
𝑦 0 = 40.
Resolvendo:
𝑦 ′ = −0,4 ∙ 𝑦 ∙ 500 − 𝑦
𝑦 ′ = −500𝑟𝑦 + 𝑟𝑦 2
𝑦 ′ + 500𝑟𝑦 = 𝑟𝑦 2 → Bernoulli
1 1 1
𝑘= = = = −1
1 − 𝑚 1 − 2 −1
𝑦 = 𝑥 𝑘 → 𝑦 = 𝑥 −1
𝑥 −1 ′ + 500𝑟(𝑥 −1 ) = 𝑟(𝑥 −1 )2
−𝑥 −2 𝑥 ′ + 500𝑟𝑥 −1 = 𝑟𝑥 −2
𝑥 ′ − 500𝑟𝑥 −1− −2 = −𝑟
𝑥 ′ − 500𝑟𝑥 −1+2 = −𝑟
𝑥 ′ − 500𝑟𝑥 = −𝑟
𝑓𝑖 = 𝑒 −500𝑟𝑡
124
𝑒 −500𝑟𝑡 𝑥 ′ − 500𝑟𝑥 = −𝑟𝑒 −500𝑟𝑡
−500𝑟𝑡
−𝑟𝑒 −500𝑟𝑡
𝑒 𝑥= +𝐶
−500𝑟
𝑟𝑒 −500𝑟𝑡 𝐶
𝑥= −500𝑟𝑡
+ −500𝑟𝑡
500𝑟𝑒 𝑒
1
𝑥= + 𝐶𝑒 500𝑟𝑡
500
𝑦 = 𝑥 −1
−1
1
𝑦= + 𝐶𝑒 500𝑟𝑡
500
−1
1 + 500𝐶𝑒 500𝑟𝑡
𝑦=
500
500
𝑦=
1 + 𝐶𝑒 500∙0,4𝑡
𝑦 0 = 40
500
40 =
1+𝐶
460 23
40𝐶 + 40 = 500 → 𝐶 = =
40 2
500
𝑦=
23
1 + 2 𝑒 200𝑡
500
𝑦=
2 + 23𝑒 200𝑡
2
1000
𝑦=
2 + 23𝑒 200𝑡
1000
lim 𝑦 = lim =
𝑡→∞ 𝑡→∞ 2 + 23𝑒 200𝑡
0.
Exercícios
1- Resolver a EDO de Bernoulli abaixo.
125
a)
𝑦 ′ + 𝑦 = 3𝑦 2
b)
𝑦 ′ − 2𝑦 = 𝑦 2
c)
1
𝑦′ = − 𝑦 − 𝑡𝑦 2
𝑡
d)
𝑦 ′ = −𝑦 + 𝑦 3
2- Numa população existem 900 animais. Suponha que, nesta população, a taxa
de variação do número de infectados por certa doença seja proporcional ao número
de contatos entre os infectados e os não-infectados, com constante de
proporcionalidade igual a 3. Encontre o número de infectados em um instante
qualquer. Depois, encontre o número de infectados após um longo período de tempo.
126
127
16 Campo de Direções e Solução de Equilíbrio, problemas de
Meia-Vida
Campo de Direções
O campo de Direções de uma EDO é a análise gráfica, feita por pequenas setas
que mostram a inclinação da reta tangente ao gráfico da função solução em cada
ponto do plano, das seguintes situações:
𝑦′ > 0
𝑦′ < 0
lim 𝑦′
𝑦→∞
lim 𝑦′
𝑦 →−∞
a) 𝑦 ′ = 2𝑦 − 8 , 𝑦 = 𝑦(𝑥)
𝑦′ > 0 →
2𝑦 − 8 > 0
𝑦>4
𝑦′ < 0 →
2𝑦 − 8 < 0
𝑦<4
𝑦 ′ = 0 → solução de equilíbrio
2𝑦 − 8 = 0
𝑦=4
lim 𝑦′ = lim 2𝑦 − 8 = ∞
𝑦 →∞ 𝑦 →∞
lim 𝑦′ = lim 2𝑦 − 8 = −∞
𝑦 →−∞ 𝑦→−∞
Campo de direções:
128
Observe que as soluções se afastam da solução de equilíbrio, quando 𝑥 tende a
infinito, e se aproximam, quando 𝑥 tende a menos infinito.
b) 𝑦 ′ = −𝑦 + 7
𝑦′ > 0 →
−𝑦 + 7 > 0
𝑦<7
𝑦′ < 0 →
−𝑦 + 7 < 0
𝑦>7
𝑦 ′ = 0 → solução de equilíbrio
−𝑦 + 7 = 0
𝑦=7
lim 𝑦′ = lim −𝑦 + 7 = −∞
𝑦 →∞ 𝑦 →∞
lim 𝑦′ = lim −𝑦 + 7 = ∞
𝑦 →−∞ 𝑦→−∞
Campo de direções:
129
y
x
𝑦′ + 𝑦 = 7
𝑒 𝑥 𝑦 ′ = 7𝑒 𝑥
𝑒 𝑥 𝑦 = 7𝑒 𝑥 + 𝐶
𝐶
𝑦=7+
𝑒𝑥
𝐶
1=7+ → 𝐶 = −6
𝑒0
6
𝑦 𝑥 = 7−
𝑒𝑥
𝑦 𝑡 = massa no instante 𝑡
𝑦 ′ = 𝑟𝑦
𝑦 0 = 𝑀0
𝑦′
=𝑟
𝑦
1 𝑑𝑦
=𝑟
𝑦 𝑑𝑡
1
𝑑𝑦 = 𝑟𝑑𝑡
𝑦
ln 𝑦 = 𝑟𝑡 + 𝐶
𝑒 ln 𝑦 = 𝑒 𝑟𝑡 +𝐶
𝑦 = 𝑒 𝑟𝑡 𝑒 𝐶
𝑦 𝑡 = 𝐶𝑒 𝑟𝑡
𝑦 0 = 𝑀0
𝑀0 = 𝐶𝑒 𝑟∙0
𝑀0
𝐶= = 𝑀0
𝑒0
𝑦 𝑡 = 𝑀0 𝑒 𝑟𝑡 , 𝑡 > 0 (tempo)
𝑀0
= 𝑀0 𝑒 𝑟𝑡0
2
1
= 𝑒 𝑟𝑡0
2
1
ln = ln 𝑒 𝑟𝑡0
2
1
ln = 𝑟𝑡0
2
131
1
𝑟𝑡0 = ln
2
1
ln 2
𝑡0 =
𝑟
Exemplo 3. Encontre a meia-vida de um material radioativo, sabendo que a taxa
de variação de sua massa é proporcional a sua massa, que, no início, sua massa é 𝑀0 e
que a massa atinge 10% de sua massa inicial em 20 décadas.
𝑦 ′ = 𝑟𝑦
𝑦 0 = 𝑀0
Temos um PVI.
𝑦′
=𝑟
𝑦
1 𝑑𝑦
=𝑟
𝑦 𝑑𝑡
1
𝑑𝑦 = 𝑟𝑑𝑡
𝑦
ln 𝑦 = 𝑟𝑡 + 𝐶
𝑒 ln 𝑦 = 𝑒 𝑟𝑡 +𝐶
𝑦 = 𝑒 𝑟𝑡 𝑒 𝐶
′
𝑦 𝑡 = 𝐶𝑒 𝑟𝑡 , onde 𝐶 = 𝑒 𝐶 > 0
𝑦 0 = 𝑀0
𝑀0 = 𝐶𝑒 𝑟∙0
𝑀0
𝐶= = 𝑀0
𝑒0
𝑦 𝑡 = 𝑀0 𝑒 𝑟𝑡 , 𝑡 > 0 (tempo)
10%𝑀0 = 𝑀0 𝑒 𝑟∙20
0,1𝑀0 = 𝑀0 𝑒 20𝑟
0,1 = 𝑒 20𝑟
132
ln 0,1 = 20𝑟
ln 0,1 1
𝑟= = ln 0,120
20
𝑦 𝑡 = 𝑀0 𝑒 𝑟𝑡 , 𝑡 > 0 (tempo)
1
ln 0,120 ∙𝑡
𝑦 𝑡 = 𝑀0 𝑒
1
𝑡 ln 0,120
𝑦 𝑡 = 𝑀0 𝑒
1 𝑡
ln 0,120
𝑦 𝑡 = 𝑀0 𝑒
𝑡
ln 0,120
𝑦 𝑡 = 𝑀0 𝑒
𝑡
𝑦 𝑡 = 𝑀0 0,120
𝑀0 𝑡0
= 𝑀0 0,120
2
1 𝑡0
= 0,120
2
1 𝑡0
ln = ln 0,120
2
1 𝑡0
ln = ln 0,1
2 20
1
20 ln 2
𝑡0 = = 6,02 décadas.
ln 0,1
Exercícios
1- Faça o campo de direções da EDO:
a) 𝑦 ′ = 3𝑦 + 9
b) 𝑦 ′ = −5𝑦 − 25
133
3- Encontre a meia-vida de um material radioativo, sabendo que a taxa de
variação de sua massa é proporcional a sua massa, que, no início, sua massa é 𝑀0 e
que a massa atinge 90% de sua massa inicial em 200 décadas.
134
17 Problemas: Lei do Resfriamento de Newton e outras aplicações
das EDO’s
Lei do Resfriamento de Newton
A Lei do Resfriamento de Newton diz que a taxa de variação de temperatura de
um objeto é proporcional à diferença entre as temperaturas do próprio objeto e a
temperatura ambiente 𝑦𝑎 , constante. Isto é:
𝑦 𝑡 = temperatura do corpo,
𝑦 ′ 𝑡 = 𝑘 𝑦 𝑡 − 𝑦𝑎 .
Depois, explique o que ocorre com o corpo após um longo período de tempo.
𝑦 ′ 𝑡 = 𝑘 𝑦 𝑡 − 𝑦𝑎 ,
𝑦𝑎 = 20,
𝑦 7 = 28,
𝑦 14 = 25,
𝑦(𝑡0 ) = 36
𝑦 ′ = 𝑘𝑦 − 𝑘𝑦𝑎
𝑦 ′ = 𝑘𝑦 − 20𝑘
𝑓𝑖 = 𝑒 −𝑘𝑡 →
Integrando em relação à 𝑡:
−𝑘𝑡
20𝑘𝑒 −𝑘𝑡
𝑒 𝑦=− +𝐶
−𝑘
135
𝑦 = 20 + 𝐶𝑒 𝑘𝑡
𝑦 7 = 28 →→ 28 = 20 + 𝐶𝑒 7𝑘
𝑦 14 = 25 →→ 25 = 20 + 𝐶𝑒 14𝑘
Vamos encontrar 𝐶 e 𝑘:
Isolando 𝐶 na primeira:
28 = 20 + 𝐶𝑒 7𝑘
28 − 20 8
𝐶= =
𝑒 7𝑘 𝑒 7𝑘
Substituindo na segunda:
25 = 20 + 𝐶𝑒 14𝑘
8
25 = 20 + 𝑒 14𝑘
𝑒 7𝑘
25 = 20 + 8𝑒 7𝑘
5 5
𝑒 7𝑘 = → ln 𝑒 7𝑘 = ln →
8 8
5
7𝑘 = ln
8
5 1
ln 8 5 7
𝑘= = ln
7 8
Assim,
8
𝐶= 1
5 7
7 ln
𝑒 8
8 8 8 64
𝐶= 5 = =8 =
5 5 5
𝑒 ln 8 8
Substituindo 𝑘 e 𝐶 na função temperatura:
𝑦 𝑡 = 20 + 𝐶𝑒 𝑘𝑡
136
1
64 5 7
𝐶= , 𝑘 = ln →
5 8
1
5 7
64 ln 8
𝑡
𝑦 = 20 + 𝑒
5
1
5 7
𝑡 ln
64 8
𝑦 = 20 + 𝑒
5
𝑡
5 7
ln
64 8
𝑦 = 20 + 𝑒
5
𝑡
64 5 7
𝑦 = 20 +
5 8
137
Isto é, 3,3 horas antes da zero hora, ou seja 3 horas e 0,3 × 60 = 18
minutos antes das zero horas (antes da meia noite). Logo, faleceu às:
Verificando:
−3,3
64 5 7
𝑦 −3,3 = 20 + = 36 graus.
5 8
20 + 0 = 20 = 𝑦𝑎 .
Ora: 𝑎 = 𝑣 ′ 𝑡 , 𝑣 0 = 𝑣0 →
𝑣′ = 𝑎
Integrando em relação à 𝑡:
𝑣 = 𝑎𝑡 + 𝐶
𝑣 0 = 𝑣0 →
𝑣0 = 𝑎 ∙ 0 + 𝐶 →
𝐶 = 𝑣0
138
Então:
𝑣 𝑡 = 𝑎𝑡 + 𝑣0
𝑣 = 𝑣0 + 𝑎𝑡
b) Com a resposta do item a), monte uma equação diferencial envolvendo 𝑣(𝑡)
e 𝑠(𝑡), e ache 𝑠(𝑡) resolvendo a equação diferencial. Sabendo que o móvel parte da
posição 𝑠 0 = 𝑠0 , ache a constante 𝐶.
𝑠 ′ 𝑡 = 𝑣(𝑡)
𝑠 ′ (𝑡) = 𝑎𝑡 + 𝑣0
Integrando em relação à 𝑡:
𝑎𝑡 2
𝑠 𝑡 = + 𝑣0 𝑡 + 𝐶
2
𝑠 0 = 𝑠0
𝑠0 = 0 + 0 + 𝐶 →
𝐶 = 𝑠0
Logo,
𝑎𝑡 2
𝑠 𝑡 = + 𝑣0 𝑡 + 𝑠0
2
𝑎𝑡 2
𝑠 𝑡 = 𝑠0 + 𝑣0 𝑡 +
2
c) Isole 𝑡 na resposta do item a), substitua na solução do item b), e deduza a
fórmula de Torricelli 𝑣 2 𝑡 = 𝑣02 + 2𝑎∆𝑠.
𝑣 𝑡 = 𝑎𝑡 + 𝑣0
𝑣 − 𝑣0
𝑡=
𝑎
𝑣 − 𝑣0 2
𝑣0 𝑣 − 𝑣0 𝑎
𝑠 = 𝑠0 + + 𝑎
𝑎 2
𝑎2 𝑣 − 𝑣0 2
2𝑎𝑠 = 2𝑎𝑠0 + 2𝑣0 𝑣 − 𝑣0 +
𝑎2
2
2𝑎𝑠 = 2𝑎𝑠0 + 2𝑣0 𝑣 − 𝑣0 + 𝑣 − 𝑣0
139
2𝑎𝑠 = 2𝑎𝑠0 − 𝑣02 + 𝑣 2
𝑣 2 = 𝑣02 + 2𝑎(𝑠 − 𝑠0 )
𝑣 2 = 𝑣02 + 2𝑎∆𝑠
é a equação de Torricelli.
𝑦 ′ = 𝑘𝑦
𝑦 ′ = 0,2𝑦
Separável:
𝑦′
= 0,2
𝑦
1 𝑑𝑦
= 0,2
𝑦 𝑑𝑡
Integrando:
1
𝑑𝑦 = 0,2𝑑𝑡
𝑦
ln 𝑦 = 0,2𝑡 + 𝐶
𝑦 = 𝑒 0,2𝑡+𝐶
𝑦 = 𝑒 0,2𝑡 𝑒 𝐶
′
𝑦 = 𝐶𝑒 0,2𝑡 , onde 𝐶 = 𝑒 𝐶 > 0
50 = 𝐶𝑒 0,2∙0
𝐶 = 50
140
Substituindo na função quantidade de ratos:
𝑦 = 50𝑒 0,2𝑡
𝑦 ′ (𝑡) = 𝑘𝑡
𝑦 ′ = −3𝑡
Integrando em relação à 𝑡:
−3𝑡 2
𝑦= +𝐶
2
Mas, 𝑦(0) = 6000, então:
6000 = 0 + 𝐶 →
𝐶 = 6000
E então:
3𝑡 2
𝑦 𝑡 =− + 6000
2
Finalmente:
3 102
𝑦 10 = − + 6000
2
𝑦 10 = 6000 − 150 = 5850.
3𝑡0 2
0=− + 6000
2
141
3𝑡0 2
= 6000
2
𝑡02 = 4000
𝑡0 = 63,2 dias. Nesse dia, o saldo será zero. Depois disso, negativo.
Exemplo 5.
Resolvendo:
𝑦′ ′
− 𝑦′ = 0
(𝑣)′ − 𝑣 = 0
𝑣′ = 𝑣
Separável:
𝑣′
=1
𝑣
1 𝑑𝑣
=1
𝑣 𝑑𝑥
1
𝑑𝑣 = 1𝑑𝑥
𝑣
Integrando:
ln 𝑣 = 𝑥 + 𝐶
𝑣 = 𝐶𝑒 𝑥
𝑦 ′ = 𝐶𝑒 𝑥
Integrando:
𝑦 = 𝐶𝑒 𝑥 + 𝐾
142
𝑦′
= sen 𝑥
𝑥
𝑑𝑦
= 𝑥 sen 𝑥
𝑑𝑥
Integrando em relação à 𝑥:
𝑦= 𝑥 sen 𝑥𝑑𝑥
𝑢 𝑑𝑣
𝑦 = 𝑢𝑣 − 𝑣𝑑𝑢
𝑦 = 𝑥 − cos 𝑥 − − cos 𝑥 𝑑𝑥
𝑦 = −𝑥 cos 𝑥 + sen 𝑥 + 𝐶
𝑔′ = 5𝑥 + 1 21
Integrando em relação à 𝑥:
21
𝑔 𝑥 = 5𝑥 + 1 𝑑𝑥
𝑢
22
1 5𝑥 + 1
𝑔 𝑥 = ∙ +𝐶
5 22
22
5𝑥 + 1
𝑔 𝑥 = +𝐶
110
8- A taxa de variação de 𝑓(𝑡) é igual à diferença entre 𝑓(𝑡) e 2𝑡. Encontre
𝑓(𝑡).
𝑓 ′ = 𝑓 − 2𝑡
𝑓 ′ − 𝑓 = −2𝑡
𝑒 −𝑡 𝑓 ′ = −2𝑡 𝑒 −𝑡
𝑢 𝑑𝑣
Integrando em relação à 𝑡:
𝑒 −𝑡 𝑓 = 𝑢𝑣 − 𝑣𝑑𝑢 =
143
2𝑡𝑒 −𝑡 𝑒 −𝑡
− − (−2)𝑑𝑡
−1 −1
Então:
−𝑡 −𝑡
2𝑒 −𝑡
𝑒 𝑓 = 2𝑡𝑒 − +𝐶
−1
𝑓 = 2𝑡 + 2 + 𝐶𝑒 𝑡
144
Ora, do Cálculo 1, sabemos que esse limite é
𝑛
𝑖
lim 1 + = 𝑒 𝑖 = 2,71828 …𝑖
𝑛→∞ 𝑛
𝑀 = 𝐶𝑒 𝑖𝑡
Obs:
𝑛
1
𝑒 = lim 1 +
𝑛 →∞ 𝑛
Esta fórmula poderia ter sido obtida de outra forma: se a taxa de variação do
Montante de uma aplicação financeira com capitalização contínua é proporcional ao
montante, então, se 𝐶 é o capital inicialmente investido, temos:
𝑀′ 𝑡 = 𝑘𝑀 𝑡
Separável:
𝑀′
=𝑘
𝑀
1
𝑑𝑀 = 𝑘𝑑𝑡
𝑀
Integrando:
ln 𝑀 = 𝑘𝑡 + 𝐶1
𝑀 = 𝑒 𝑘𝑡 +𝐶1
𝑀 = 𝑒 𝑘𝑡 𝑒 𝐶1
𝑀 = 𝐶1 𝑒 𝑘𝑡
Mas:
𝑀 0 =𝐶
Então:
𝐶 = 𝐶1 𝑒 0𝑘 → 𝐶1 = 𝐶
𝑀 = 𝐶𝑒 𝑘𝑡
145
Comparando com a fórmula anterior, 𝑀 = 𝐶𝑒 𝑖𝑡 , 𝑘 = 𝑖.
Num tanque, há 100 L de água, sem sal. Uma certa quantidade de água com sal
entra e a mesma quantidade de água, após misturada, sai. Vamos determinar a
quantidade de sal em cada instante 𝑡 no tanque, em horas.
Se 5L/h de água caem no tanque que contém 100 litros de água, com
concentração de sal igual 1g/L, e, após bem misturada, a água com vazão de 5L/h, e
sabendo que a taxa de variação da quantidade de sal no tanque é taxa de variação de
entrada menos a taxa de variação de saída, encontre:
a)
𝑑𝑦
𝑔/ = 𝑔/(entrada) − 𝑔/(saída)
𝑑𝑡
5𝐿 1𝑔 5𝐿 𝑦 𝑡 𝑔
𝑦′ 𝑡 = −
𝐿 100 𝐿
5𝑦
PVI: 𝑦 ′ = 5 − , 𝑦 0 = 0.
100
5
𝑦′ + 𝑦=5
100
Linear de primeira ordem:
5𝑡
𝑓𝑖 = 𝑒 100
5𝑡 ′ 5𝑡
𝑦𝑒 100 = 5𝑒 100
Integrando:
146
5𝑒 0,05𝑡
𝑦𝑒 0,05𝑡 = +𝐶
0,05
𝐶
𝑦 = 100 +
𝑒 0,05𝑡
Usando a condição inicial de que o tanque, inicialmente não continha sal, 𝑦 0 = 0:
𝐶
0 = 100 + → 𝐶 = −100
𝑒0
100
𝑦 = 100 −
𝑒 0,05𝑡
Observe que, no limite, a quantidade de sal tende a 100 gramas, no tanque.
𝑦 𝑡 1
b) 𝑐 𝑡 (𝑔/𝐿) = = 1 − 𝑒 0,05 𝑡 .
100
No limite, 𝑐 tende a ser 1 g/L, isto é, a mesma concentração da água que entra,
1 grama por litro.
Exercícios
1- A Lei do resfriamento de Newton diz que a temperatura de um objeto varia
no tempo a uma taxa proporcional á diferença entre sua temperatura e a do ambiente
que o rodeia (esta última supostamente constante). Suponha que a temperatura de
uma xícara de café obedece à lei do resfriamento de Newton. Se o café estava a uma
temperatura de 100 graus inicialmente e, um minuto depois, esfriou para 90 graus em
uma sala a 20 graus, determine quando o café atinge 38 graus.
147
5- Se a taxa de variação de uma grandeza, no tempo, é proporcional à soma da
própria grandeza com o tempo, encontre a grandeza.
10- A taxa de variação de 𝑓(𝑡) é igual à soma entre 𝑓(𝑡) e 3𝑡. Encontre 𝑓(𝑡).
11- Se 7L/h de água caem no tanque que contém 90 litros de água, com
concentração de sal igual 1g/L, e, após bem misturada, a água com vazão de 7L/h, e
sabendo que a taxa de variação da quantidade de sal no tanque é taxa de variação de
entrada menos a taxa de variação de saída, encontre:
148
18 Equações Diferenciais lineares de segunda ordem homogêneas
com coeficientes constantes
Dadas constantes 𝑎 ≠ 0, 𝑏, 𝑐, uma EDO do tipo 𝑎𝑦 ′′ (𝑡) + 𝑏𝑦 ′ (𝑡) + 𝑐𝑦(𝑡) = 0 é
chamada EDO de segunda ordem linear homogênea, com coeficientes constantes.
Homogênea pelo fato do segundo membro ser nulo, não tem relação com as
homogêneas de primeira ordem dos capítulos anteriores. De segunda ordem, pois a
maior derivada é a derivada segunda. Linear, informalmente explicando, pelo fato de 𝑦
e suas derivadas não estarem em mesmas parcelas da equação.
Observamos inicialmente que se 𝑓1 (𝑡) e 𝑓2 (𝑡) são duas soluções de uma EDO
linear homogênea de segunda ordem, então a soma delas 𝑠 𝑡 = 𝑓1 𝑡 + 𝑓2 (𝑡)
também será uma solução, veja:
logo,
𝑎𝑠 ′′ 𝑡 + 𝑏𝑠 ′ 𝑡 + 𝑐𝑠 𝑡 =
′′
𝑎 𝑓1 + 𝑓2 + 𝑏 𝑓1 + 𝑓2 ′ + 𝑐 𝑓1 + 𝑓2 =
Enfim, se duas funções são soluções, então a soma delas também é solução da
EDO linear de segunda ordem homogênea 𝑎𝑦 ′′ + 𝑏𝑦 ′ + 𝑐𝑦 = 0. Da mesma forma,
prova-se que a diferença também será solução da EDO linear de segunda ordem
homogênea.
149
𝑎𝑦 ′′ + 𝑏𝑦 ′ + 𝑐𝑦 = 0,
𝑓 = 𝐶1 𝑓1 + 𝐶2 𝑓2
Feitas estas observações, vamos à solução da referida EDO. Para resolver esta
equação diferencial, substituímos 𝑦 por uma possível solução, que achamos ser a
solução natural, 𝑒 𝑟𝑡 (afinal, qual outra função tem suas derivadas somadas e dando
igual a zero, não é mesmo?), e encontramos a constante 𝑟:
𝑎 𝑒 𝑟𝑡 ′′
+ 𝑏 𝑒 𝑟𝑡 ′
+ 𝑐𝑒 𝑟𝑡 = 0
𝑎𝑟 2 𝑒 𝑟𝑡 + 𝑏𝑟𝑒 𝑟𝑡 + 𝑐𝑒 𝑟𝑡 = 0
𝑎𝑟 2 + 𝑏𝑟 + 𝑐 = 0
𝑦1 = 𝑒 𝑟1 𝑡 e 𝑦2 = 𝑒 𝑟2 𝑡
e, como vimos mais acima, a combinação linear também será solução. Então, a solução
geral será a combinação linear de 𝑦1 e 𝑦2 :
𝑦 𝑡 = 𝐶1 𝑒 𝑟1 𝑡 + 𝐶2 𝑒 𝑟2 𝑡 ,
−𝑏± 𝑏 2 −4𝑎𝑐 𝑏
2) Se as raízes são reais e iguais a 𝑟 = = − 2𝑎 , então a solução geral
2𝑎
será:
𝑦 𝑡 = 𝐶1 𝑒 𝑟𝑡 + 𝐶2 ∙ 𝑡 ∙ 𝑒 𝑟𝑡
Por quê? Ora, se uma solução natural é 𝑦1 = 𝑒 𝑟𝑡 , então uma outra solução
natural seria do tipo: 𝑦2 = 𝑣 𝑡 𝑒 𝑟𝑡 . Vamos provar que 𝑣 𝑡 = 𝑡: substituindo na EDO,
temos:
150
𝑎 𝑣𝑒 𝑟𝑡 ′′
+ 𝑏 𝑣𝑒 𝑟𝑡 ′
+ 𝑐𝑣𝑒 𝑟𝑡 = 0
𝑎 𝑣 ′′ 𝑒 𝑟𝑡 + 𝑣 ′ 𝑟𝑒 𝑟𝑡 + 𝑣 ′ 𝑟𝑒 𝑟𝑡 + 𝑣𝑟 2 𝑒 𝑟𝑡 + 𝑏𝑣 ′ 𝑒 𝑟𝑡 + 𝑏𝑣𝑟𝑒 𝑟𝑡 + 𝑐𝑣𝑒 𝑟𝑡 = 0
𝑎𝑣 ′′ + 𝑣 ′ 2𝑎𝑟 + 𝑏 + 𝑣 𝑎𝑟 2 + 𝑏𝑟 + 𝑐 = 0
𝑎𝑣 ′′ + 𝑣 ′ 2𝑎𝑟 + 𝑏 = 0
−𝑏±0 𝑏
Mas, 𝑟 = = − 2𝑎 . Logo,
2
𝑏
𝑎𝑣 ′′ + 𝑣 ′ 2𝑎 − +𝑏 =0
2𝑎
𝑎𝑣 ′′ + 𝑣 ′ −𝑏 + 𝑏 = 0
𝑎𝑣 ′′ = 0
𝑣 ′′ = 0
𝑣′ = 𝐶
𝑣(𝑡) = 𝐶𝑡 + 𝐾
𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑟𝑡 + 𝐶2 𝑣 𝑡 𝑒 𝑟𝑡
𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑟𝑡 + 𝐶2 𝐶𝑡 + 𝐾 𝑒 𝑟𝑡
𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑟𝑡 + 𝐶2 𝐶𝑡𝑒 𝑟𝑡 + 𝐶2 𝐾𝑒 𝑟𝑡
= 𝐶1 + 𝐶2 𝐾 𝑒 𝑟𝑡 + 𝐶2 𝐶𝑡𝑒 𝑟𝑡
𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑟𝑡 + 𝐶2 𝑡𝑒 𝑟𝑡
−𝑏 ± 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑟= = 𝐴 ± 𝑖𝐵,
2𝑎
onde 𝑖 = −1, então a solução geral será dada apenas em termos de números reais:
151
𝑟 = 𝐴 ± 𝑖𝐵 → 𝑟1 = 𝐴 + 𝑖𝐵 e 𝑟2 = 𝐴 − 𝑖𝐵.
𝑠 𝑡 = 𝑦1 + 𝑦2 = 2𝑒 𝐴𝑡 cos 𝐵𝑡
𝑑 𝑡 = 𝑦1 − 𝑦2 = 2𝑖𝑒 𝐴𝑡 sen 𝐵𝑡
Daí,
1
𝑠 𝑡 = 𝑒 𝐴𝑡 cos 𝐵𝑡
2
e
1
𝑑 𝑡 = 𝑒 𝐴𝑡 sen 𝐵𝑡
2𝑖
também são soluções. Logo, a solução geral é a combinação linear de 𝑠(𝑡) e de 𝑑(𝑡):
𝑦 = 𝑒 𝑟𝑥
𝑒 𝑟𝑡 ′′
+ 4 𝑒 𝑟𝑡 ′
+ 3𝑒 𝑟𝑡 = 0
𝑟 2 𝑒 𝑟𝑡 + 4𝑟𝑒 𝑟𝑡 + 3𝑒 𝑟𝑡 = 0
𝑟 2 + 4𝑟 + 3 = 0
152
é a equação característica.
−4 ± 42 − 4 1 (3) −4 ± 2
𝑟= =
2 1 2
𝑟1 = −1, 𝑟2 = −3
Solução geral:
𝑦 𝑥 = 𝐶1 𝑒 −𝑥 + 𝐶2 𝑒 −3𝑥
𝑦 0 = 0, 𝑦 ′ 0 = 1.
𝑦 = 𝑒 𝑟𝑥
𝑒 𝑟𝑡 ′′
− 4 𝑒 𝑟𝑡 ′
+ 4𝑒 𝑟𝑡 = 0
𝑟 2 𝑒 𝑟𝑡 − 4𝑟𝑒 𝑟𝑡 + 4𝑒 𝑟𝑡 = 0
𝑟 2 − 4𝑟 + 4 = 0
é a equação característica.
𝑟=2
Solução geral:
𝑦 𝑥 = 𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 2𝑥
𝑦 0 =0
𝑦′ 0 = 1
𝐶1 𝑒 2 0
+ 𝐶2 (0)𝑒 2 0
=0
𝑦 ′ = 2𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 2𝑥 2
1 = 2𝐶1 𝑒 2 0
+ 𝐶2 𝑒 2 0
+ 𝐶2 0 𝑒 2 0
2
153
𝐶1 = 0
2𝐶1 + 𝐶2 = 1
𝐶1 = 0, 𝐶2 = 1
Solução:
𝑦 𝑥 = 𝑥𝑒 2𝑥
𝑦 = 𝑒 𝑟𝑥
𝑒 𝑟𝑡 ′′
+ 4 𝑒 𝑟𝑡 ′
+ 5𝑒 𝑟𝑡 = 0
𝑟 2 𝑒 𝑟𝑡 + 4𝑟𝑒 𝑟𝑡 + 5𝑒 𝑟𝑡 = 0
𝑟 2 + 4𝑟 + 5 = 0
−4 ± 42 − 4 1 (5) −4 ± 4 −1 −4 ± 2𝑖
𝑟= = = = −2 ± 𝑖
2 1 2 2
𝐴 = −2, 𝐵 = 1
Solução geral:
Exercícios
1- Resolva o exercício 2 do Capítulo 17 por dois métodos: o método indicado no
próprio exercício, e o método apresentado neste capítulo 18. Compare os resultados.
a) 𝑦 ′′ − 6𝑦 ′ + 8𝑦 = 0
𝑦′ 𝑦
b) 𝑦 ′′ + − 2 = 0, 𝑦 0 = 0, 𝑦 ′ 0 = 1
2
c) 𝑦 ′′ − 14𝑦 ′ + 49𝑦 = 0
d) 𝑦 ′′ − 14𝑦 ′ + 49𝑦 = 0, 𝑦 0 = 1, 𝑦 ′ 0 = 0
e) 𝑦 ′′ + 4𝑦 ′ + 13𝑦 = 0
f) 𝑦 ′′ + 4𝑦 ′ + 13𝑦 = 0, 𝑦 0 = 0, 𝑦 ′ 0 = 1
154
19 EDO’s de segunda ordem lineares não-homogêneas
𝑎𝑦 ′′ 𝑥 + 𝑏𝑦 ′ 𝑥 + 𝑐𝑦 𝑥 = 𝑔(𝑥)
𝑎𝑦 ′′ 𝑥 + 𝑏𝑦 ′ 𝑥 + 𝑐𝑦 𝑥 = 0
Agrupando os termos:
Observação: se
𝑎𝑦 ′′ 𝑥 + 𝑏𝑦 ′ 𝑥 + 𝑐𝑦 𝑥 = 𝑔1 𝑥 + 𝑔2 𝑥 ,
155
então devemos resolver separadamente as não-homogêneas:
1) Se
𝑎𝑦 ′′ 𝑥 + 𝑏𝑦 ′ 𝑥 + 𝑐𝑦 𝑥 = 𝐷𝑒 𝐴𝑥 ,
2) Se
𝑎𝑦 ′′ + 𝑏𝑦 ′ + 𝑐𝑦 = 𝐷 cos 𝐴𝑥
ou
𝑎𝑦 ′′ + 𝑏𝑦 ′ + 𝑐𝑦 = 𝐸 sen 𝐴𝑥,
então: 𝑦𝑝 𝑥 = 𝐾1 cos 𝐴𝑥 + 𝐾2 sen 𝐴𝑥, desde que essa solução, com esse
mesmo argumento 𝐴𝑥, não seja solução da homogênea. Caso seja, então
𝑦𝑝 𝑥 = 𝑥(𝐾1 cos 𝐴𝑥 + 𝐾2 sen 𝐴𝑥).
156
𝑎𝑦 ′′ + 𝑏𝑦 ′ + 𝑐𝑦 = 𝑔 𝑥 =
𝑝𝑛 𝑥 = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛 −1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 ,
𝑦𝑝 𝑥 = 𝑥 2 𝐾𝑛 𝑥 𝑛 + 𝐾𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝐾1 𝑥 + 𝐾0 .
𝑎𝑦 ′′ + 𝑏𝑦 ′ = 𝑝𝑛 𝑥 = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 ,
Se 𝑏 = 𝑐 = 0, então
𝑦𝑝 𝑥 = 𝑥 2 𝐾𝑛 𝑥 𝑛 + 𝐾𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝐾1 𝑥 + 𝐾0
a)
2𝑦 ′′ − 𝑦 = 4 sen 2𝑡
2𝑦 ′′ − 𝑦 = 0 →
𝑦 = 𝑒 𝑟𝑡
2𝑟 2 𝑒 𝑟𝑡 − 𝑒 𝑟𝑡 = 0 →
2𝑟 2 − 1 = 0
157
1 2
𝑟=± =± →
2 2
2 2
𝑦 𝑡 = 𝐶1 𝑒 − 2 𝑡 + 𝐶2 𝑒 2 𝑡
2𝑦 ′′ − 𝑦 = 4 sen 2𝑡
−8𝐾1 − 𝐾1 = 0
−8𝐾2 − 𝐾2 = 4
4
Resolvendo este sistema, temos 𝐾1 = 0 e 𝐾2 = − .
9
𝑦(𝑡) = 𝑦 𝑡 + 𝑦𝑝 𝑡 =
2 2
𝐶1 𝑒 − 2 𝑡 + 𝐶2 𝑒 2 𝑡 + 𝐾1 cos 2𝑡 + 𝐾2 sen 2𝑡,
2 2 4
𝑦 𝑡 = 𝐶1 𝑒 − 2 𝑡 + 𝐶2 𝑒 2 𝑡 − sen 2𝑡.
9
Observe que é sempre na solução da Homogênea que aparecem as
constantes 𝐶1 e 𝐶2 .
b) O PVI
2𝑦 ′′ + 3𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑡 2 + 3 sen 𝑡,
𝑦 0 = 0, 𝑦 ′ 0 = −1
158
2𝑦 ′′ + 3𝑦 ′ + 𝑦 = 0 →
𝑦 = 𝑒 𝑟𝑡
2𝑟 2 𝑒 𝑟𝑡 + 3𝑟𝑒 𝑟𝑡 + 𝑒 𝑟𝑡 = 0 →
2𝑟 2 + 3𝑟 + 1 = 0
−3 ± 1 1
𝑟= → 𝑟1 = −1, 𝑟2 = −
4 2
𝑡
𝑦 𝑡 = 𝐶1 𝑒 −𝑡 + 𝐶2 𝑒 −2
2𝑦 ′′ + 3𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑡 2
𝑔1 (𝑡)
𝑦𝑝 𝑡 = 𝐾0 + 𝐾1 𝑡 + 𝐾2 𝑡 2 .
2 𝐾0 + 𝐾1 𝑡 + 𝐾2 𝑡 2 ′′
+ 3 𝐾0 + 𝐾1 𝑡 + 𝐾2 𝑡 2 ′ + 𝐾0 + 𝐾1 𝑡 + 𝐾2 𝑡 2
= 𝑡2
𝐾2 = 1,
6 1 + 𝐾1 = 0 → 𝐾1 = −6
4𝐾2 + 3𝐾1 + 𝐾0 = 0 →
4 − 18 + 𝐾0 = 0 → 𝐾0 = 14
159
Logo, 𝑦𝑝1 𝑡 = 𝐾0 + 𝐾1 𝑡 + 𝐾2 𝑡 2 →
𝑦𝑝1 𝑡 = 14 − 6𝑡 + 𝑡 2
2𝑦 ′′ + 3𝑦 ′ + 𝑦 = +3 sen 𝑡
𝑔2 (𝑡)
= +3 sen 𝑡
= 3 sen 𝑡
3𝐾2 − 𝐾1 = 0
−𝐾2 − 3𝐾1 = 3
3 9
Resolvendo este sistema, temos 𝐾2 = − e 𝐾1 = − .
10 10
9 3
𝑦𝑝2 𝑡 = − cos 𝑡 − sen 𝑡
10 10
Por fim, a solução geral será, portanto:
= −1
𝐶2 3
−𝐶1 − −6− = −1
2 10
Então, temos o sistema:
9
0 = 𝐶1 + 𝐶2 + 14 −
10
𝐶2 63
−𝐶1 − − = −1
2 10
Arrumando:
131
𝐶1 + 𝐶2 = −
10
𝐶2 53
−𝐶1 − =
2 10
Somando:
𝐶2 78 78
=− → 𝐶2 = −
2 10 5
131 78 131 156 25 5
𝐶1 = − + =− + = =
10 5 10 10 10 2
Então, a solução será:
5 78 𝑡 9 3
𝑦 𝑡 = 𝑒 −𝑡 − 𝑒 −2 + 14 − 6𝑡 + 𝑡 2 − cos 𝑡 − sen 𝑡
2 5 10 10
c)
𝑦 ′′ + 𝑦 ′ = 𝑥 2 + 2
A homogênea:
161
𝑦 ′′ + 𝑦′ = 0
𝑟 2 𝑒 𝑟𝑥 + 𝑟𝑒 𝑟𝑥 = 0
𝑟2 + 𝑟 = 0
−1 ± 12 − 4 1 0 −1 ± 1
𝑟= = → 𝑟1 = 0, 𝑟2 = −1
2 1 2
𝑦 𝑥 = 𝐶1 𝑒 0𝑥 + 𝐶2 𝑒 −𝑥
𝑦 𝑥 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 −𝑥
𝑦 ′′ + 𝑦 ′ = 𝑥 2 + 2
𝑦𝑝 𝑥 = (𝐾0 + 𝐾1 𝑥 + 𝐾2 𝑥 2 ) × 𝑥
Substituindo na EDO 𝑦 ′′ + 𝑦 ′ = 𝑥 2 + 2,
𝐾0 𝑥 + 𝐾1 𝑥 2 + 𝐾2 𝑥 3 ′′
+ 𝐾0 𝑥 + 𝐾1 𝑥 2 + 𝐾2 𝑥 3 ′
= 𝑥2 + 2
3𝐾2 = 1
6𝐾2 + 2𝐾1 = 0
2𝐾1 + 𝐾0 = 2
1
𝐾2 = , 𝐾1 = −1, 𝐾0 = 4
3
162
1
𝑦𝑝 𝑥 = 𝑥 3 − 𝑥 2 + 4𝑥
3
𝑦 𝑥 = 𝑦 𝑥 + 𝑦𝑝 𝑥 →
1
𝑦 𝑥 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 −𝑥 + 𝑥 3 − 𝑥 2 + 4𝑥
3
É sempre na solução da Homogênea que aparecem as constantes 𝐶1
e 𝐶2 .
d)
𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ + 𝑦 = 2𝑒 −𝑡
𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ + 𝑦 = 0
𝑟 2 𝑒 𝑟𝑡 + 2𝑟𝑒 𝑟𝑡 + 𝑒 𝑟𝑡 = 0
𝑟 2 + 2𝑟 + 1 = 0
−2 ± 4 − 4
𝑟= = −1
2 1
𝑦 𝑡 = 𝐶1 𝑒 −𝑡 + 𝐶2 𝑡𝑒 −𝑡
𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ + 𝑦 = 2𝑒 −𝑡
𝑦𝑝 𝑡 = 𝐾𝑡𝑒 −𝑡 .
𝑦𝑝 𝑡 = 𝐾𝑡 2 𝑒 −𝑡
Substituindo:
𝐾𝑡 2 𝑒 −𝑡 ′′
+ 2 𝐾𝑡 2 𝑒 −𝑡 ′
+ 𝐾𝑡 2 𝑒 −𝑡 = 2𝑒 −𝑡
2𝐾𝑡𝑒 −𝑡 − 𝐾𝑡 2 𝑒 −𝑡 ′
+ 2 2𝐾𝑡𝑒 −𝑡 − 𝐾𝑡 2 𝑒 −𝑡 + 𝐾𝑡 2 𝑒 −𝑡 = 2𝑒 −𝑡
163
→
2𝑒 −𝑡
𝑡 2 𝐾 − 2𝐾 + 𝐾 + 𝑡 −4𝐾 + 4𝐾 + 2𝐾 = 2
2𝐾 = 2
𝐾=1
𝑦𝑝 𝑡 = 𝐾𝑡 2 𝑒 −𝑡
𝑦𝑝 𝑡 = 𝑡 2 𝑒 −𝑡
𝑦 𝑡 = 𝑦 𝑡 + 𝑦𝑝 𝑡
𝑦 𝑡 = 𝐶1 𝑒 −𝑡 + 𝐶2 𝑡𝑒 −𝑡 + 𝑡 2 𝑒 −𝑡
e)
𝑦 ′′ 𝑥 + 4𝑦 ′ 𝑥 + 4𝑦 𝑥 = 𝑥𝑒 −2𝑥
𝑦 ′′ + 4𝑦 ′ + 4𝑦 = 0
Equação característica:
𝑟 2 + 4𝑟 + 4 = 0
∆= 16 − 16 = 0
−4 ± 0
𝑟1 = = −2 = 𝑟2 ,
2
soluções iguais. Logo:
𝑦 𝑥 = 𝐶1 𝑒 −2𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 −2𝑥 .
Solução particular:
𝑦𝑝 𝑥 = 𝐴𝑥 + 𝐵 𝑒 −2𝑥
164
Cuidado, aqui! Essa não pode, pois essa é exatamente a solução da
homogênea.
Outro cuidado, aqui! Essa também não pode, pois a parcela 𝐵𝑥𝑒 −2𝑥
já consta na homogênea. Enfim:
𝑦 ′′ + 4𝑦 ′ + 4𝑦 = 𝑥𝑒 −2𝑥 :
+ −4𝐵 + 6𝐴 − 4𝐵 + 8𝐵 𝑥 + 2𝐵 = 𝑥
6𝐴𝑥 + 2𝐵 = 𝑥,
6𝐴 = 1.
1
Logo, 𝐵 = 0, 𝐴 = .
6
165
Portanto:
1 1
𝑦𝑝 𝑥 = 𝑥 3 𝑒 −2𝑥 + 0𝑥 2 𝑒 −2𝑥 = 𝑥 3 𝑒 −2𝑥 .
6 6
Enfim:
1
𝑦 𝑥 = 𝑦 𝑥 = 𝐶1 𝑒 −2𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 −2𝑥 + 𝑥 3 𝑒 −2𝑥 .
6
Observação importante.
𝐾3 𝑥 3 + 𝐾2 𝑥 2 + 𝐾1 𝑥 + 𝐾0 cos 𝑥 + 𝐿3 𝑥 3 + 𝐿2 𝑥 2 + 𝐿1 𝑥 + 𝐿0 sen 𝑥
respectivamente.
Exercícios
Resolva a EDO ou PVI abaixo:
a) 𝑦 ′′ 𝑡 − 4𝑦 ′ 𝑡 + 3𝑦 𝑡 = 2 cos 𝑡
b) 𝑦 ′′ 𝑥 − 2𝑦 ′ 𝑥 + 𝑦 𝑥 = 𝑒 7𝑥
c) 𝑦 ′′ 𝑥 − 2𝑦 ′ 𝑥 + 𝑦 𝑥 = 𝑒 𝑥
d) 𝑦 ′′ 𝑥 − 2𝑦 ′ 𝑥 + 𝑦 𝑥 = 𝑥𝑒 𝑥
e) 𝑦 ′′ 𝑥 − 2𝑦 ′ 𝑥 + 𝑦 𝑥 = 𝑥𝑒 𝑥 − 8𝑒 𝑥
f) 𝑦 ′′ 𝑥 − 2𝑦 ′ 𝑥 + 2𝑦 𝑥 = 4𝑥 + 7
g) 𝑦 ′′ 𝑥 − 2𝑦 ′ 𝑥 = 4𝑥 + 7, 𝑦 0 = 0, 𝑦 ′ 0 = 1.
166
167
20 EDO’s de Segunda Ordem: Método da Variação dos Parâmetros.
Neste capítulo, iremos estudar um método mais geral de resolução
de EDO’s de segunda ordem não homogêneas, o método da Variação dos
Parâmetros.
Seja a EDO
𝑦 ′′ 𝑡 + 𝑝 𝑡 𝑦 ′ 𝑡 + 𝑞 𝑡 𝑦 𝑡 = 𝑔(𝑡)
𝑦 = 𝑢1 𝑡 𝑦1 𝑡 + 𝑢2 𝑡 𝑦2 (𝑡)
Derivando,
𝑦 ′ = 𝑢1 𝑦1′ + 𝑢2 𝑦2′
Substituindo na EDO:
𝑞 𝑢1 𝑡 𝑦1 𝑡 + 𝑢2 𝑡 𝑦2 𝑡 =𝑔
168
𝑢1′ 𝑦1 + 𝑢2′ 𝑦2 = 0
𝐴𝑋 + 𝐵𝑌 = 0
𝐶𝑋 + 𝐷𝑌 = 𝐺
𝐵𝐺 𝐴𝐺
𝑋=− , 𝑌=
𝐴𝐷 − 𝐵𝐶 𝐴𝐷 − 𝐵𝐶
Logo,
𝑦2 𝑔
𝑢1′ = −
𝑦1 𝑦2′ − 𝑦2 𝑦1′
𝑦1 𝑔
𝑢2′ =
𝑦1 𝑦2′− 𝑦2 𝑦1′
−𝑦2 𝑔
𝑢1′ =
𝑊 𝑦1 , 𝑦2
𝑦1 𝑔
𝑢2′ =
𝑊 𝑦1 , 𝑦2
𝑦1 𝑦2′ − 𝑦2 𝑦1′ = 𝑊 𝑦1 , 𝑦2
𝑊 = Wronskiano de 𝑦1 e 𝑦2 .
𝑦𝑔 = 𝐶1 𝑦1 + 𝐶2 𝑦2 + 𝑢1 𝑦1 + 𝑢2 𝑦2
169
Exemplo. Resolva:
a)
𝑡
4𝑦 ′′ + 𝑦 = 2 sec
2
1 1 𝑡
𝑦 ′′ + 𝑦 = sec
4 2 2
1
𝑦 ′′ + 𝑦 = 0
4
1 1 1
𝑟2 + =0→𝑟=± −1 = 0 ± 𝑖
4 4 2
1 1
𝑦 = 𝐶1 cos 𝑡 + 𝐶2 sen 𝑡
2 2
1 1
𝑊 cos 𝑡 , sen 𝑡 =
2 2
1 1
cos 𝑡 sen 𝑡 1 1 1 1 1
2 2 = cos 2 𝑡 + sen2 𝑡 =
1 1 1 1 2 2 2 2 2
− sen 𝑡 cos 𝑡
2 2 2 2
−𝑦2 𝑔
𝑢1 = 𝑑𝑡 =
𝑊 𝑦1 , 𝑦2
1 1
− sen 𝑡 1/2 sec 𝑡
2 2 𝑑𝑡 =
1/2
𝑡
sen
− 2 𝑑𝑡 =
𝑡
cos
2
𝑡 𝑑𝑢 1 𝑡 2𝑑𝑢
𝑢 = cos → = − sen → 𝑑𝑡 = − 𝑡
2 𝑑𝑡 2 2 sen
2
𝑡
sen
− 2 − 2𝑑𝑢 =2
1
𝑑𝑢 = 2 ln cos
𝑡
𝑢 𝑡 𝑢 2
sen
2
170
𝑦1 𝑔
𝑢2 = 𝑑𝑡
𝑊 𝑦1 , 𝑦2
𝑡 1 𝑡
cos sec
𝑢2 = 2 2 2 𝑑𝑡 =
1
2
1𝑑𝑡 = 𝑡
Solução geral =
𝑦 = 𝑦 + 𝑦𝑝 =
𝑡 𝑡 𝑡 𝑡 𝑡
𝐶1 cos + 𝐶2 sen + 2 cos ln cos + 𝑡 sen
2 2 2 2 2
b)
′′ ′
𝑒𝑡
𝑦 − 2𝑦 + 𝑦 =
1 + 𝑡2
𝑟 2 − 2𝑟 + 1 = 0
𝑟=1
𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑡 + 𝐶2 𝑡𝑒 𝑡
𝑊 𝑒 𝑡 , 𝑡𝑒 𝑡 =
𝑒𝑡 𝑡𝑒 𝑡 = 𝑒 2𝑡 + 𝑡𝑒 2𝑡 − 𝑡𝑒 2𝑡 = 𝑒 2𝑡
𝑒𝑡 𝑒 𝑡 + 𝑡𝑒 𝑡
−𝑦2 𝑔
𝑢1 = 𝑑𝑡 =
𝑊 𝑦1 , 𝑦2
𝑡 𝑒𝑡
−𝑡𝑒 𝑡
1 + 𝑡2
𝑑𝑡 = − 𝑑𝑡 =
𝑒 2𝑡 1 + 𝑡2
𝑢 = 1 + 𝑡2
𝑑𝑢 𝑑𝑢
= 2𝑡 → 𝑑𝑡 =
𝑑𝑡 2𝑡
171
𝑡 𝑑𝑢 1
− = − ln(1 + 𝑡 2 )
𝑢 2𝑡 2
𝑦1 𝑔
𝑢2 = 𝑑𝑡 =
𝑊 𝑦1 , 𝑦2
𝑡 𝑒𝑡
𝑒
1 + 𝑡2
𝑑𝑡 =
𝑒 2𝑡
1
𝑑𝑡 = atan 𝑡
1 + 𝑡2
1
𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑡 + 𝐶2 𝑡𝑒 𝑡 − ln(1 + 𝑡 2 ) 𝑒 𝑡 + 𝑡𝑒 𝑡 atan 𝑡
2
c)
𝑦 ′′ + 𝑦 = tan 𝑡
𝑟 2 = −1 → 𝑟 = ± −1 = 0 ± 𝑖.
𝑦 = 𝐶1 cos 𝑡 + 𝐶2 sen 𝑡
𝑢1 = − sen 𝑡 tan 𝑡 𝑑𝑡 =
sen2 𝑡 1
− 𝑑𝑡 = − − cos 𝑡 𝑑𝑡 =
cos 𝑡 cos 𝑡
− ln(tan 𝑡 + sec 𝑡) + sen 𝑡
Exercícios. Resolva:
a)
172
𝑦 ′′ + 9𝑦 = 9 sec 2 3𝑡
b)
𝑦 ′′ + 4𝑦 ′ + 4𝑦 = 𝑡 −2 𝑒 −2𝑡
c)
𝑦 ′′ + 4𝑦 = 3 csc 2𝑡
173
21 Aplicações das EDO’s: sistema Massa-Mola – oscilação livre
174
– 𝐾𝐿 + 10𝑚 = 0.
Logo, arrumando a equação,
𝑚𝑦′′ + 𝛾𝑦′ + 𝐾𝑦 = 0.
Essa é uma EDO de segunda ordem, linear, com coeficientes
constantes, homogênea que, juntamente com a equação – 𝐾𝐿 + 10𝑚 = 0
e juntamente com a condições iniciais 𝑦 0 = 𝑦0 e 𝑦′ 0 = 𝑣0 nos ajudará
a encontrar a posição 𝑦(𝑡) da massa em cada momento 𝑡.
Exemplos.
1
1- Uma massa de 2 quilos estica uma mola em 𝐿 = centímetros,
2
em repouso. Uma pessoa puxa a mola 3 centímetros para baixo e a solta.
Suponha que não haja amortecimento do ar. Encontre a posição da mola
em cada instante.
Resolução. Observe que ‘soltar’ significa que a velocidade inicial é
zero. Observe também que não há amortecimento do ar. Além disso, não
1
há força externa. Logo, os dados são: 𝑚 = 2, 𝐿 = , 𝑦 0 = 3, 𝑦′ 0 =
2
0, 𝛾 = 0.
Não foi dada a constante 𝐾 da mola, porém, vamos obtê-la por
meio da fórmula – 𝐾𝐿 = 10𝑚:
1
− 𝐾 + 20 = 0 → 𝐾 = 40.
2
Agora sim, montando a EDO:
𝑚𝑦′′ + 𝛾𝑦′ + 𝐾𝑦 = 0:
2𝑦′′ + 0𝑦′ + 40𝑦 = 0.
Resolvendo:
2𝑦′′ + 40 = 0,
𝑟 2 = −20,
𝑟 = ± 20𝑖
Logo, a solução geral é
𝑦 = 𝑒 0𝑡 𝐶1 cos 20𝑡 + 𝐶2 sen 20𝑡 ,
𝑦 = 𝐶1 cos 20𝑡 + 𝐶2 sen 20𝑡,
𝑦 0 = 3, 𝑦′ 0 = 0.
Aplicando as condições iniciais:
3 = 𝐶1 cos 0 + 𝐶2 sen 0 →
3 = 𝐶1
175
Logo,
𝑦 𝑡 = 3 cos 20𝑡.
3 é a amplitude do movimento.
2𝜋
Período: = 1,40
20
Gráfico de 𝑦 por 𝑡:
5
2- Uma massa de 𝑚 = ½ quilo estica uma mola em 𝐿 =
17
centímetros, em repouso. Uma pessoa puxa a mola 1 centímetro para
baixo e a solta. Suponha que haja amortecimento do ar com constante
igual a 𝛾 = 3. Encontre a posição da mola em cada instante.
Resolução. Observe que ‘soltar’ significa que a velocidade inicial é
zero. Observe também que não há força externa. Logo, os dados são:
1 5
𝑚 = , 𝐿 = , 𝑦 0 = 1, 𝑦′ 0 = 0, 𝛾 = 3.
2 17
Não foi dada a constante 𝐾 da mola, porém, vamos obtê-la por
meio da fórmula – 𝐾𝐿 + 10𝑚 = 0:
5
− 𝐾 + 5 = 0 → 𝐾 = 17.
17
Agora, montando a EDO:
𝑚𝑦′′ + 𝛾𝑦′ + 𝐾𝑦 = 0:
176
1
𝑦′′ + 3𝑦′ + 17𝑦 = 0,
2
𝑦′′ + 6𝑦′ + 34𝑦 = 0.
Resolvendo:
𝑟 2 + 6𝑟 + 34
−6 ± 36 − 136
𝑟=
2
−6 ± −100 −6 ± 10𝑖
𝑟= = = −3 ± 5𝑖
2 2
1 = 𝑒 0 𝐶1 cos 0 + 𝐶2 sen 0 →
1 = 𝐶1 .
Logo,
3
𝑦 𝑡 = 𝑒 −3𝑡 cos 5𝑡 + sen 5𝑡 .
5
Gráfico de 𝑦 por 𝑡:
Primeiro, com o passar do tempo, temos:
lim 𝑦(𝑡) =
𝑡→∞
3
cos 5𝑡 + sen 5𝑡
lim 5 =0
𝑡→∞ 𝑒 3𝑡
pois no numerador, cosseno e seno são funções limitadas entre −1 e 1,
enquanto o denominador 𝑒 3𝑡 tende a infinito, e por isso o limite é zero.
Logo, 𝑦(𝑡) tende a zero quando o tempo tende a infinito, isto é, a
massa tende a voltar a sua posição de origem, antes mesmo de ter sido
puxada, oscilando em torno de 𝑦 = 0:
177
Exercícios.
10
1- Uma massa de 𝑚 = 1 quilo estica uma mola em 𝐿 =
9
centímetros, em repouso. Uma pessoa puxa a mola 2 centímetros para
baixo e a solta. Suponha que não haja amortecimento do ar. Encontre a
posição da mola em cada instante.
10
2- Uma massa de 𝑚 = 1 quilo estica uma mola em 𝐿 =
25
centímetros, em repouso. Uma pessoa puxa a mola 2 centímetros para
baixo e a solta. Suponha que não haja amortecimento do ar. Encontre a
posição da mola em cada instante.
3- Uma massa de 𝑚 = ½ quilo estica uma mola em 𝐿 = 2
centímetros, em repouso. Uma pessoa puxa a mola 2 centímetros para
baixo e a solta. Suponha que haja amortecimento do ar com constante
igual a 𝛾 = 2. Encontre a posição da mola em cada instante.
178
22 Vibrações Forçadas
179
𝐴 = −1, 𝐵 = 0.
Logo, 𝑦𝑃 𝑡 = − cos 2𝑡. A solução geral é:
𝑦 𝑡 = 𝑦 𝑡 + 𝑦𝑃 𝑡 ,
𝑦 𝑡 = 𝐶1 cos 𝑡 + 𝐶2 sen 𝑡 − cos 2𝑡.
Agora, aplicando as condições iniciais 𝑦 0 = 2, 𝑦 ′ 0 = 0:
2 = 𝐶1 − 1 → 𝐶1 = 3.
′
𝑦 𝑡 = −𝐶1 sen 𝑡 + 𝐶2 cos 𝑡,
0 = 𝐶2 .
Substituindo na solução, temos:
𝑦 𝑡 = 𝐶1 cos 𝑡 + 𝐶2 sen 𝑡 − cos 2𝑡,
𝑦 𝑡 = 3 cos 𝑡 − cos 2𝑡.
Gráfico:
180
10 64 10 8
− ± − ± 1
3 9
𝑟= = 3 3 = − ou − 3.
2 2 3
𝑡
−
𝑦 𝑡 = 𝐶1 𝑒 3 + 𝐶2 𝑒 −3𝑡 .
Agora, a particular:
10
𝑦 ′′ + 𝑦 ′ + 𝑦 = 2.
3
A solução particular será um polinômio de grau 0, isto é, uma
constante:
𝑦𝑝 𝑡 = 𝐴.
Como os termos em 𝑦 e em 𝑦′ aparecem na EDO, não
precisamos multiplicar 𝐴 por 𝑡.
10
𝐴′′ + 𝐴′ + 𝐴 = 2,
3
0 + 0 + 𝐴 = 2 → 𝐴 = 2.
Enfim, a solução:
𝑦 𝑡 = 𝑦 𝑡 + 𝑦𝑃 𝑡 =
𝑡
𝐶1 𝑒 −3 + 𝐶2 𝑒 −3𝑡 + 2.
Usando as condições iniciais:
1 = 𝐶1 + 𝐶2 + 2,
𝐶1
0 = − − 3𝐶2 .
3
Resolvendo:
𝐶1
𝐶2 = − ,
9
𝐶1
1 = 𝐶1 − + 2,
9
9 = 8𝐶1 + 18,
9 1
𝐶1 = − , 𝐶2 = .
8 8
Solução:
9 −𝑡 1 −3𝑡
𝑦 𝑡 =− 𝑒 3+ 𝑒 + 2.
8 8
Observe que, nesse caso, quando 𝑡 tende a infinito, 𝑦 tende a
sua posição de equilíbrio, 𝑦 tende a 2.
Gráfico:
181
Exemplo 3. Agora, um exemplo em que o movimento da
massa aumenta sua amplitude para o infinito:
Uma massa de 1 kg alonga uma mola em 𝐿 = 10 metros. Uma
pessoa puxa a massa 1 metro para baixo e solta e, nesse instante,
uma força externa 𝐹𝐸 = 𝑒 𝑡 é aplicada sobre a massa. Encontre a
posição 𝑦(𝑡) da massa em cada instante 𝑡, sabendo que não há
resistência do ar. Faça o gráfico.
𝐾𝐿 = 10𝑚
𝐾 = 1.
A homogênea:
𝑦 ′′ + 𝑦 = 0.
𝑟 2 + 1 = 0, 𝑟 = ±𝑖.
𝑦 𝑡 = 𝐶1 cos 𝑡 + 𝐶2 sen 𝑡.
182
1 1
0 = 𝐶2 + , 𝐶2 = − .
2 2
Solução:
1 1 1
𝑦 𝑡 = cos 𝑡 − sen 𝑡 + 𝑒 𝑡
2 2 2
Gráfico: observe que a massa se distancia da posição inicial:
183
1 1
lim −1 + 𝑒 𝑡 = −1 + ∙ ∞ = −1 + ∞ = ∞.
𝑡→∞ 2 2
1 1 1
Também, 𝑦 𝑡 = cos 𝑡 − sen 𝑡 + 𝑒 𝑡
2 2 2
1 𝑡
≥ −1 + 𝑒
2
e que, para 𝑡 > 2, temos 𝑒 > 𝑒 2 = 2,71828 …2 > 22 = 4. Isto é,
𝑡
4
𝑦 𝑡 ≥ −1 + = 2 > 0 para todo 𝑡 > 2. Isto é, para 𝑡 > 2, a
2
massa não retorna para a posição de equilíbrio e sempre se afasta
dela, porque, derivando, temos, para 𝑡 > 2 :
1 1 1
𝑦 ′ = − sen 𝑡 + cos 𝑡 + 𝑒 𝑡 .
2 2 2
1
𝑦 ′ 𝑡 ≥ −1 + 𝑒 𝑡 .
2
Para 𝑡 > 2,
1
𝑦 ′ 𝑡 > −1 + 𝑒 2 > −1 + 2 = 1 > 0.
2
Como a derivada é positiva para todo 𝑡 > 2, a função 𝑦 é
crescente para todo 𝑡 > 2, e por isso a massa apenas se distancia
cada vez mais da mola.
𝐾 = 1,
′′
𝑦 + 𝑦 = 𝑡 cos 𝑡
2
𝑟 + 1 = 0 → 𝑟 = ±𝑖.
𝑦 = 𝐶1 cos 𝑡 + 𝐶2 sen 𝑡.
𝑦𝑃 = 𝐴𝑡 + 𝐵 cos 𝑡 + 𝐶𝑡 + 𝐷 sen 𝑡.
Porém, há parcelas aí que já aparecem na solução da
homogênea, portanto, multiplicamos por 𝑡:
184
𝑦𝑃 = 𝐴𝑡 2 + 𝐵𝑡 cos 𝑡 + 𝐶𝑡 2 + 𝐷𝑡 sen 𝑡.
Agora sim, derivando,
Resolvendo:
2𝐵 + 2𝐶 = 1
−2𝐴 = 0
2𝐴 + 2𝐷 = 0
−2𝐵 + 2𝐶 = 0
Isto é:
1
𝐵 = 𝐶 = , 𝐴 = 𝐷 = 0.
4
Logo,
1 1
𝑦𝑃 = 𝑡 cos 𝑡 + 𝑡 2 sen 𝑡.
4 4
Solução:
𝑦 = 𝑦 + 𝑦𝑃
1 1
𝑦 = 𝐶1 cos 𝑡 + 𝐶2 sen 𝑡 + 𝑡 cos 𝑡 + 𝑡 2 sen 𝑡.
4 4
Aplicando as condições iniciais:
1 = 𝐶1 ,
1 1 2 1
𝑦 ′ = −𝐶1 sen 𝑡 + 𝐶2 cos 𝑡 + cos 𝑡 − 𝑡 sen 𝑡 + 𝑡 sen 𝑡 + 𝑡 2 cos 𝑡
4 4 4 4
1 1
0 = 𝐶2 + , 𝐶2 = − .
4 4
Solução:
185
1 1 1
𝑦 𝑡 = cos 𝑡 − sen 𝑡 + 𝑡 cos 𝑡 + 𝑡 2 sen 𝑡.
4 4 4
𝑡 𝑡2 1
𝑦 𝑡 = + 1 cos 𝑡 + − sen 𝑡.
4 4 4
Gráfico: efeito ressonância:
186
Para 𝑡 = 2𝑘𝜋, 𝑘 > 0 inteiro, temos que sen 2𝑘𝜋 = 0 e
cos 2𝑘𝜋 = 1, então:
2𝑘𝜋 2𝑘𝜋 2 1
𝑦 2𝑘𝜋 = + 1 cos 2𝑘𝜋 + − sen 2𝑘𝜋 →
4 4 4
2𝑘𝜋
𝑦 2𝑘𝜋 = + 1,
4
2𝑘𝜋
Isto é, à medida que 𝑘 aumenta para o infinito, 𝑦 = +1=
4
𝑘𝜋
+ 1 também tende a infinito, ou seja, a amplitude tende a infinito.
2
3𝜋 3𝜋
Por outro lado, se 𝑡 = + 2𝑘𝜋, então sen + 2𝑘𝜋 = −1 e
2 2
3𝜋
cos + 2𝑘𝜋 = 0, isto é,
2
2
3𝜋
3𝜋 + 2𝑘𝜋 1
𝑦 + 2𝑘𝜋 = 0 + 2 − ∙ −1 =
2 4 4
2
1 3𝜋
− + 2𝑘𝜋 − 1 .
4 2
Logo, à medida que 𝑘 cresce para infinito,
2
3𝜋 1 3𝜋
𝑦 + 2𝑘𝜋 = − + 2𝑘𝜋 − 1
2 4 2
tende para menos infinito, isto é, a amplitude tende a menos
infinito.
Isso mostra que o movimento cresce e decresce cada vez mais,
de forma oscilatória.
Exercícios.
1- Uma massa de 1 kg alonga uma mola em 𝐿 = 10 metros.
Uma pessoa puxa a massa 3 metros para baixo e solta e, nesse
instante, uma força externa 𝐹𝐸 = 6 cos 7𝑡 é aplicada sobre a massa.
Encontre a posição 𝑦(𝑡) da massa em cada instante 𝑡, sabendo que
não há resistência do ar. Faça o gráfico.
2- Exemplo. Uma massa de 1 kg alonga uma mola em 𝐿 = 10
metros. Uma pessoa puxa a massa 1 metro para baixo e solta e,
nesse instante, uma força externa 𝐹𝐸 = sen 𝑡 é aplicada sobre a
187
massa. Encontre a posição 𝑦(𝑡) da massa em cada instante 𝑡,
sabendo que não há amortecimento do ar. Faça o gráfico.
3- Exemplo. Uma massa de 1 kg alonga uma mola em 𝐿 = 10
metros. Uma pessoa puxa a massa 1 metro para baixo e solta e,
nesse instante, uma força externa 𝐹𝐸 = 2 é aplicada sobre a massa.
Encontre a posição 𝑦(𝑡) da massa em cada instante 𝑡, sabendo que
10
o amortecimento do ar existe, com coeficiente 𝛾 = . Faça o gráfico.
3
188
23 EDO’s lineares de ordem mais alta com coeficientes constantes
homogêneas
3.
𝑦 𝑖𝑣 = 0.
Temos: 𝑦 𝑡 = 𝑒 𝑟𝑡 . Substituindo:
𝑟 4 = 0.
𝑟 − 0 𝑟 − 0 𝑟 − 0 𝑟 − 0 = 0.
O zero é raiz repetida quatro vezes. Assim:
190
𝑦 𝑡 = 𝐶1 𝑒 0𝑡 + 𝐶2 𝑡𝑒 0𝑡 + 𝐶3 𝑡 2 𝑒 0𝑡 + 𝐶3 𝑡 3 𝑒 0𝑡 ,
𝑦 𝑡 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑡 + 𝐶3 𝑡 2 + 𝐶3 𝑡 3 .
Naturalmente, nesse caso, poderíamos ter feito mentalmente,
isto é, qual é a função que se for derivada quatro vezes vai resultar
na função nula? Ora, a função polinomial do terceiro grau, então,
pensando assim, já chegaríamos na resposta 𝑦 𝑡 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑡 +
𝐶3 𝑡 2 + 𝐶3 𝑡 3 .
3.
𝑦 ′′′ − 2𝑦 ′′ + 𝑦 ′ = 0.
Resolvendo:
𝑟 3 − 2𝑟 2 + 𝑟 = 0.
Nesse caso, é mais fácil colocar 𝑟 em evidência:
𝑟 𝑟 2 − 2𝑟 + 1 = 0.
Resolvendo por Bháskara, temos:
𝑟 𝑟 − 1 𝑟 − 1 = 0.
Daqui, tiramos 𝑟1 = 0, 𝑟2 = 1, 𝑟3 = 1.
Também funcionaria se encontrássemos a solução por
tentativa e erro: 𝑟1 = 1. Dividindo o polinômio 𝑟 3 − 2𝑟 2 + 𝑟 por
𝑟 − 𝑟1 , obtemos (faça em seu caderno a divisão):
𝑟 3 − 2𝑟 2 + 𝑟 = 𝑟 2 − 𝑟 𝑟 − 1 .
Logo,
𝑟 2 − 𝑟 𝑟 − 1 = 0,
Ou seja,
𝑟 2 − 𝑟 = 0 ou 𝑟 − 1 = 0.
Da primeira,
𝑟 𝑟 − 1 = 0, 𝑟1 = 0, 𝑟2 = 1.
Da segunda, 𝑟3 = 1. Nesse caso, 1 é raiz repetida.
Em todo caso, as raízes são as mesmas, e assim temos a
solução final:
𝑦 𝑡 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 𝑡 + 𝐶3 𝑡𝑒 𝑡 .
4.
𝑦 ′′′ + 𝑦 ′ = 0.
𝑟 3 + 𝑟 = 0,
𝑟 𝑟 2 + 1 = 0,
𝑟 = 0 ou 𝑟 2 = −1, 𝑟 = ± −1.
Então, as raízes da equação característica são:
191
𝑟1 = 0, 𝑟2 = −𝑖, 𝑟3 = 𝑖.
Assim, a raiz real 𝑟1 = 0 corresponde à solução 𝐶1 𝑒 0𝑡 , enquanto
as raízes complexas conjugadas 0 ± 1𝑖 são agrupadas à solução com
senos e cossenos 𝑒 0𝑡 (𝐶2 cos 1𝑡 + 𝐶3 sen 1𝑡), analogamente aos
capítulos anteriores, e a solução fica:
𝑦 𝑡 = 𝐶1 𝑒 0𝑡 + 𝑒 0𝑡 𝐶2 cos 1𝑡 + 𝐶3 sen 1𝑡 ,
𝑦 𝑡 = 𝐶1 + 𝐶2 cos 𝑡 + 𝐶3 sen 𝑡.
5.
𝑦 ′′′ + 2𝑦 ′′ + 3𝑦 ′ + 6 = 0.
𝑟 3 + 2𝑟 2 + 3𝑟 + 6 = 0.
Não é possível colocar 𝑟 em evidência em todas as parcelas.
Por tentativa e erro, encontramos 𝑟1 = −2 como uma raiz, pois
−2 3 + 2 −2 2 + 3 −2 + 6 =
−8 + 8 − 6 + 6 = 0.
Logo, dividindo o polinômio 𝑟 3 + 2𝑟 2 + 3𝑟 + 6 por 𝑟 − (−2),
obtemos:
𝑟 3 + 2𝑟 2 + 3𝑟 + 6 = 𝑟 2 + 3 𝑟 + 2 .
Logo,
𝑟 2 + 3 𝑟 + 2 = 0.
𝑟1 = −2, 𝑟2 = − 3𝑖, 𝑟3 = 3𝑖.
Solução, agrupando as raízes complexas conjugadas:
𝑦 = 𝐶1 𝑒 −2𝑡 + 𝐶2 cos 3𝑡 + 𝐶3 sen 3𝑡.
6.
𝑦 𝑖𝑣 + 2𝑦 ′′ + 𝑦 = 0.
𝑟 4 + 2𝑟 2 + 1 = 0.
Eis uma equação biquadrada, onde colocamos
𝑠 = 𝑟2.
Substituindo:
𝑠 2 + 2𝑠 + 1 = 0.
−2 ± 4 − 4 −2 ± 0
𝑠= ,𝑠 = .
2 2
−2 + 0
𝑠1 = = −1,
2
−2 − 0
𝑠2 = = −1.
2
192
Temos uma raiz dupla igual a −1:
𝑠1 = −1, 𝑠2 = −1.
Vamos encontrar 𝑟. Sabemos que 𝑠 = 𝑟 2 , então, substituindo 𝑠 por
−1:
−1 = 𝑟 2 ,
𝑟 = ± −1,
𝑟 = ±𝑖.
Isso, para o primeiro 𝑠 = −1. Para o segundo 𝑠 = −1, também
teremos 𝑟 = ±𝑖. Logo, as raízes complexas conjugadas ±𝑖 são
duplas!
Portanto, a solução da EDO é:
𝑦 𝑡 = 𝐶1 cos 𝑡 + 𝐶2 sen 𝑡 + 𝐶3 𝑡 cos 𝑡 + 𝐶4 𝑡 sen 𝑡.
Como a EDO tem ordem 4, a solução tem quatro constantes, e a
equação característica possui quatro soluções, nesse caso, duas a
duas repetidas.
7.
𝑦 𝑖𝑣 + 𝑦 = 0.
𝑟 4 + 1 = 0.
4
𝑟 = −1.
Todas as quatro raízes devem aparecer, logo, temos de encontrar as
raízes usando radiciação de números complexos.
𝑧 = 𝑎 + 𝑏𝑖 = −1 + 0𝑖.
Queremos a raiz quarta de 𝑧. Primeiro, calculamos o módulo de 𝑧:
𝑧 = 𝑎2 + 𝑏 2 = −1 2 + 02
𝑧 = 1.
Agora, calculamos o argumento 𝜃 de 𝑧 por meio de duas equações:
𝑏 𝑎
𝜃 = atan , 𝜃 = acos .
𝑎 𝑧
0
𝜃 = atan = atan 0.
−1
−1
𝜃 = acos = acos −1.
1
Qual é o ângulo cuja tangente é zero e cujo cosseno é −1? O ângulo
de 1800 . Logo, 𝜃 = 1800 .
Finalmente, jogamos na fórmula das raízes complexas, usando a
segunda fórmula de Moivre:
193
4 4 𝜃 + 3600 𝑘 𝜃 + 3600 𝑘
𝑧= 𝑧 cos + 𝑖 sen , 𝑛 = 0,1,2,3.
𝑛 𝑛
Para 𝑘 = 0:
4 4 1800 + 3600 ∙ 0 1800 + 3600 ∙ 0
𝑧= 1 cos + 𝑖 sen
4 4
2 2
cos 450 + 𝑖 sen 450 = + 𝑖.
2 2
Para 𝑘 = 1:
4 4 1800 + 3600 ∙ 1 1800 + 3600 ∙ 1
𝑧 = 1 cos + 𝑖 sen
4 4
0 0
cos 135 + 𝑖 sen 135 =
−cos(180 − 1350 ) + 𝑖 sen(1800 − 1350 ) =
0
194
2 2 2 2
𝑟1 = + 𝑖, 𝑟2 = − 𝑖,
2 2 2 2
2 2 2 2
𝑟3 = − + 𝑖, 𝑟4 = − − 𝑖.
2 2 2 2
Agrupando as conjugas para montar a solução, temos, somando:
2 2 2
𝑦 𝑡 = 𝑒 2 𝑡 𝐶1 cos 𝑡 + 𝐶2 𝑖 sen 𝑡 +
2 2
2 2 2
𝑒 − 2 𝑡 𝐶3 cos 𝑡 + 𝐶4 𝑖 sen 𝑡 .
2 2
1.
𝑦 ′′′ − 𝑦 ′′ − 𝑦 ′ + 𝑦 = 0
2.
𝑦 ′′′ − 3𝑦 ′′ + 3𝑦 ′ − 𝑦 = 0
3.
2𝑦 ′′′ − 4𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ + 4𝑦 = 0
4.
𝑦 𝑖𝑣 − 4𝑦 ′′′ + 4𝑦 ′′ = 0
5.
𝑦 𝑖𝑣 − 5𝑦 ′′ + 4𝑦 = 0
6.
𝑦 𝑖𝑣 − 8𝑦 ′ = 0
7.
𝑦 𝑣𝑖 + 𝑦 = 0
195
8.
𝑦 ′′′ + 𝑦 = 0
196
24 EDO’ de ordem mais alta não homogêneas com coeficientes
constantes
197
𝑔 𝑡 ∙ 𝑊𝑖 𝑡
𝑢𝑖 𝑡 = 𝑑𝑡.
𝑊 𝑡
Na qual, ainda:
𝑦1 𝑦2 … 0 … 𝑦𝑛
𝑦1 ′ 𝑦2 ′ … 0 … 𝑦𝑛 ′
𝑊𝑖 𝑡 = … … … 0 … …
(𝑛) 𝑛 𝑛
𝑦1 𝑦2 … 1 … 𝑦𝑛
e 𝑊 será o wronskiano das 𝑦𝑖 (𝑡).
A homogênea:
𝑦 ′′′ − 𝑦 ′ = 0,
𝑟 3 − 𝑟 = 0.
As três soluções tem de aparecer:
r r 2 − 1 = 0,
r = 0, r = −1, r = 1.
y1 t = 1, y2 t = e−t , y3 t = et .
0 e−t et
W1 = 0 −e−t et =
1 e−t et
3+1
1 ∙ −1 ∙ e−t+t + e−t+t = 2.
1 0 et
W2 = 0 0 et =
0 1 et
1+1
1 ∙ −1 ∙ 0 − et = −et .
1 e−t 0
W3 = 0 −e−t 0 =
0 e−t 1
1+1
1 ∙ −1 ∙ −e−t − 0 = −e−t .
O Wronskiano:
1 e−t et
𝑊 = 0 −e−t et =
0 e−t et
1+1
1 ∙ −1 ∙ −e−t+t − e−t+t = −2.
198
𝑔 𝑡 ∙ 𝑊1 𝑡
𝑢1 𝑡 = 𝑑𝑡.
𝑊 𝑡
2𝑡 ∙ 2
𝑢1 𝑡 = 𝑑𝑡 =
−2
2𝑡 2
−2 𝑡 𝑑𝑡 = = −𝑡 2 .
2
𝑔 𝑡 ∙ 𝑊2 (𝑡)
𝑢2 𝑡 = 𝑑𝑡.
𝑊 𝑡
2𝑡 ∙ −𝑒 𝑡
𝑢2 𝑡 = 𝑑𝑡 =
−2
𝑡 𝑒 𝑡 𝑑𝑡 = 𝑡𝑒 𝑡 − 𝑒 𝑡 .
𝑔 𝑡 ∙ 𝑊3 𝑡
𝑢3 𝑡 = 𝑑𝑡.
𝑊 𝑡
2𝑡 ∙ −𝑒 −𝑡
𝑢1 𝑡 = 𝑑𝑡 =
−2
− 𝑡𝑒 −𝑡 𝑑𝑡 =
− 𝑡𝑒 −𝑡 — 𝑒 −𝑡 =
−𝑡𝑒 −𝑡 + 𝑒 −𝑡 .
𝑦𝑃 𝑡 = −𝑡 2 + 𝑒 −𝑡 𝑡𝑒 𝑡 − 𝑒 𝑡 + 𝑒 𝑡 (−𝑡𝑒 −𝑡 + 𝑒 −𝑡 )
𝑦 𝑡 = 𝑦 𝑡 + 𝑦𝑃 𝑡 =
𝐶1 + 𝐶2 𝑒 −𝑡 + 𝐶3 𝑒 𝑡 +
−𝑡 2 + 𝑒 −𝑡 𝑡𝑒 𝑡 − 𝑒 𝑡 + 𝑒 𝑡 −𝑡𝑒 −𝑡 + 𝑒 −𝑡 =
𝐶1 + 𝐶2 𝑒 −𝑡 + 𝐶3 𝑒 𝑡 +
−𝑡 2 + 𝑡 − 1 − 𝑡 + 1 =
𝐶1 + 𝐶2 𝑒 −𝑡 + 𝐶3 𝑒 𝑡 − 𝑡 2 .
Exercícios. Resolver:
a) Coef. Indeterm. 𝑦 ′′′ − 𝑦 ′′ − 𝑦 ′ + 𝑦 = 2𝑒 −𝑡 + 3
b) Coef. Indeterm. 𝑦 𝑖𝑣 − 𝑦 = 3𝑡 + cos 𝑡
c) Coef. Indeterm. 𝑦 ′′′ + 𝑦 ′′ + 𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑒 −𝑡 + 4𝑡
d) Coef. Indeterm. 𝑦 ′′′ − 𝑦 ′ = 2 sen 𝑡
e) Coef. Indeterm. 𝑦 𝑖𝑣 + 2𝑦 ′′ + 𝑦 = 3 + cos 2𝑡
f) Variação dos parâmetros: 𝑦 ′′′ − 𝑦 ′ = 𝑡
199
200
25 EDO’s por Séries de Potências
𝑦= 𝑐𝑛 𝑥 𝑛 =
𝑛=0
𝑐0 + 𝑐1 𝑥 + 𝑐2 𝑥 2 + 𝑐3 𝑥 3 + ⋯
Logo, derivando,
𝑦 ′ = 𝑐1 + 2𝑐2 𝑥 + 3𝑐3 𝑥 2 + 4𝑐4 𝑥 3 + 5𝑐5 𝑥 4 + ⋯.
Derivando novamente,
201
𝑦 ′′ = 2𝑐2 + 3 ∙ 2𝑐3 𝑥 + 4 ∙ 3𝑐4 𝑥 2 + 5 ∙ 4𝑐5 𝑥 3 + ⋯
Substituindo na EDO 𝑦 ′′ + 𝑦 = 0:
2𝑐2 + 3 ∙ 2𝑐3 𝑥 + 4 ∙ 3𝑐4 𝑥 2 + 5 ∙ 4𝑐5 𝑥 3 + ⋯ +
𝑐0 + 𝑐1 𝑥 + 𝑐2 𝑥 2 + 𝑐3 𝑥 3 + ⋯ = 0.
Agrupando os termos semelhantes:
2𝑐2 + 𝑐0 + 3 ∙ 2𝑐3 + 𝑐1 𝑥 + 4 ∙ 3𝑐4 + 𝑐2 𝑥 2 +
5 ∙ 4𝑐5 + 𝑐3 𝑥 3 + ⋯ = 0
Agora, observe o lado direito. O lado direito é um polinômio
identicamente nulo, isto é, os coeficientes do lado direito são todos
nulos: 0 + 0𝑥 + 0𝑥 2 + 0𝑥 3 + 0𝑥 4 + 0𝑥 5 + ⋯.
Assim, igualando os coeficientes dos dois lados da equação,
temos:
𝑐0
2𝑐2 + 𝑐0 = 0 → 𝑐2 = −
2
𝑐1
3 ∙ 2𝑐3 + 𝑐1 = 0 → 𝑐3 = −
3∙2
𝑐
𝑐2 − 0 𝑐0
4 ∙ 3𝑐4 + 𝑐2 = 0 → 𝑐4 = − → 𝑐4 = − 2 → 𝑐4 =
4∙3 4∙3 4∙3∙2
𝑐1
𝑐3 − 𝑐1
5 ∙ 4𝑐5 + 𝑐3 = 0 → 𝑐5 = − → 𝑐5 = − 3 ∙ 2 =
5∙4 5∙4 5∙4∙3∙2
202
𝑦 ′′ − 𝑥𝑦 ′ − 𝑦 = 0.
Como 𝑃 𝑥 ≡ 1 ≠ 0 para todo 𝑥, podemos considerar o ponto
ordinário 𝑥0 = 0 na série de potências. Assim:
∞
𝑦= 𝑐𝑛 𝑥 𝑛 =
𝑛=0
𝑐0 + 𝑐1 𝑥 + 𝑐2 𝑥 2 + 𝑐3 𝑥 3 + ⋯
Logo, derivando,
𝑦 ′ = 𝑐1 + 2𝑐2 𝑥 + 3𝑐3 𝑥 2 + 4𝑐4 𝑥 3 + 5𝑐5 𝑥 4 + ⋯.
Derivando novamente,
𝑦 ′′ = 2𝑐2 + 3 ∙ 2𝑐3 𝑥 + 4 ∙ 3𝑐4 𝑥 2 + 5 ∙ 4𝑐5 𝑥 3 + ⋯
𝑦 𝑥 =
2 4 6
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥3 𝑥5 𝑥7
𝑐0 1+ + + + ⋯ + 𝑐1 𝑥 + + + +⋯
2 4∙2 6∙4∙2 3 5∙3 7∙5∙3
Colocando no formato de somatórios e produtórios:
203
∞ ∞
𝑥 2𝑛 𝑥 2𝑛+1
𝑦 𝑥 = 𝑐0 ∙ 1 + 𝑛 + 𝑐1 ∙ 𝑥 + 𝑛
𝑖=1 2𝑖 𝑖=1(2𝑖 + 1)
𝑛 =1 𝑛 =1
3.
𝑦 ′′ − 𝑦 ′ = 0
Pelos métodos anteirores:
𝑟 2 − 𝑟 = 0 → 𝑟 = 1, 𝑟 = 0.
𝑦 = 𝐶1 𝑒 0𝑥 + 𝐶2 𝑒 𝑥 ,
𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 𝑥 .
Por série de potências. Como 𝑃 ≡ 1 ≠ 0 para todo 𝑥, então
𝑥0 = 0.
Assim,
∞
𝑦= 𝑐𝑛 𝑥 𝑛 =
𝑛=0
𝑐0 + 𝑐1 𝑥 + 𝑐2 𝑥 2 + 𝑐3 𝑥 3 + ⋯
Logo, derivando,
𝑦 ′ = 𝑐1 + 2𝑐2 𝑥 + 3𝑐3 𝑥 2 + 4𝑐4 𝑥 3 + 5𝑐5 𝑥 4 + ⋯.
Derivando novamente,
𝑦 ′′ = 2𝑐2 + 3 ∙ 2𝑐3 𝑥 + 4 ∙ 3𝑐4 𝑥 2 + 5 ∙ 4𝑐5 𝑥 3 + ⋯
𝑐1
2𝑐2 − 𝑐1 = 0 → 𝑐2 =
2
𝑐2 𝑐1
3 ∙ 2𝑐3 − 2𝑐2 = 0 → 𝑐3 = =
3 3∙2
𝑐3 𝑐1
4 ∙ 3𝑐4 − 3𝑐3 = 0 → 𝑐4 = =
4 4∙3∙2
𝑐4 𝑐1
5 ∙ 4𝑐5 − 4𝑐4 = 0 → 𝑐5 = =
5 5∙4∙3∙2
Dessa forma:
𝑐1 2 𝑐1 3 𝑐1 𝑐1
𝑦 𝑥 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑥 + 𝑥 + 𝑥 + 𝑥4 + 𝑥 5 + ⋯.
2 3∙2 4∙3∙2 5∙4∙3∙2
204
Em forma de somatório:
𝑥2 𝑥3 𝑥4 𝑥5
𝑦 𝑥 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑥 + + + + + ⋯ .
2! 3! 4! 5!
Cuidado, o termo em parênteses não é a função exponencial
𝑒 𝑥 , pois
𝑥
𝑥2 𝑥3 𝑥4 𝑥5
𝑒 =1+𝑥+ + + + +⋯
2! 3! 4! 5!
Então, subtraindo 1 dos dois lados para ficar igual à expressão
dos parênteses, temos:
𝑥
𝑥2 𝑥3 𝑥4 𝑥5
𝑒 −1=𝑥+ + + + +⋯
2! 3! 4! 5!
Agora sim, substituindo na solução encontrada, temos:
𝑦 𝑥 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑒 𝑥 − 1 ,
𝑦 𝑥 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑒 𝑥 − 𝑐1 .
Como 𝑐0 − 𝑐1 é uma constante, podemos chamá-la de 𝑐0 :
𝑦 𝑥 = 𝑐0 + 𝑐1 𝑒 𝑥 ,
que é exatamente a mesma solução encontrada pelos métodos
anteriores.
Exercícios.
205
26 Transformadas de Laplace - introdução
206
1 1 1
+ = .
−∞ 𝑠 − 𝑎 𝑠 − 𝑎
Logo, para 𝑠 > 𝑎, temos:
1
ℒ 𝑒 𝑎𝑡 = .
𝑠−𝑎
c) 𝑓 𝑡 ≡ 1, em que 𝑠 > 0.
∞
ℒ 𝑓 𝑡 = 𝑒 −𝑠𝑡 ∙ 𝑓 𝑡 𝑑𝑡 = 𝐹 𝑠 .
0
∞
ℒ 1 = 𝑒 −𝑠𝑡 ∙ 1 𝑑𝑡 =
0
−𝑠𝑡 ∞
𝑒
=
−𝑠 𝑡=0
1 ∞ 1 1
= − .
−𝑠𝑒 𝑠𝑡 𝑡=0 −𝑠𝑒 𝑠∙∞ −𝑠𝑒 𝑠∙0
Como 𝑠 > 0, então:
1 1 1 1 1
ℒ 1 = + ∙ 1 = 0 + = . Enfim, ℒ 1 = , 𝑠 > 0.
−∞ 𝑠 𝑠 𝑠 𝑠
207
∞
𝑒 −𝑠𝑡 𝑓 ′ 𝑡 𝑑𝑡 =
0
∞
𝑒 −𝑠𝑡 𝑓 ′ (𝑡)𝑑𝑡 = 𝑢𝑣 − 𝑣𝑑𝑢 =
0 𝑢 𝑑𝑣
∞
∞
𝑒 −𝑠𝑡 𝑓 𝑡 0 − 𝑓 𝑡 ∙ 𝑒 −𝑠𝑡 ∙ (−𝑠) 𝑑𝑡 =
0
∞
𝑓 𝑡 −𝑠∙0
lim −𝑒 𝑓 0 +𝑠∙ 𝑒 −𝑠𝑡 𝑓 𝑡 𝑑𝑡 =
𝑡→∞ 𝑒 𝑠𝑡 0
(pela observação acima) =
0 − 𝑓 0 + 𝑠 ∙ 𝐹(𝑠) =
𝑠𝐹 𝑠 − 𝑓 0 = 𝑠𝐹 𝑠 − 𝑦 0 .
Analogamente se calculam as transformadas de outras
funções. Segue, abaixo, uma tabela das principais transformadas de
Laplace.
Tabela de Transformadas de Laplace.
𝑓(𝑡) ℒ 𝑓 𝑡
0 0
1
1 ,𝑠 > 0
𝑠
𝑒 𝑎𝑡 1
,𝑠 > 𝑎
𝑠−𝑎
𝑡 𝑛 , 𝑛 inteiro positivo 𝑛!
,𝑠 > 0
𝑠 𝑛 +1
sen 𝑎𝑡 𝑎
,𝑠 > 0
𝑠 2 + 𝑎2
cos 𝑎𝑡 𝑠
,𝑠 > 0
𝑠 2 + 𝑎2
senh 𝑎𝑡 𝑎
, 𝑠 > |𝑎|
𝑠 2 − 𝑎2
cosh 𝑎𝑡 𝑠
, 𝑠 > |𝑎|
𝑠 2 − 𝑎2
𝑒 𝑎𝑡 sen 𝑏𝑡 𝑏
,𝑠 > 𝑎
𝑠 − 𝑎 2 + 𝑏2
𝑒 𝑎𝑡 cos 𝑏𝑡 𝑠−𝑎
,𝑠 > 𝑎
𝑠 − 𝑎 2 + 𝑏2
𝑡 𝑛 𝑒 𝑎𝑡 , 𝑛 inteiro positivo 𝑛!
,𝑠 > 𝑎
𝑠 − 𝑎 𝑛+1
𝑢𝑐 (𝑡) (função degrau) – veremos 𝑒 −𝑠𝑐
,𝑠 > 0
no próximo capítulo 𝑠
𝑢𝑐 𝑡 𝑓(𝑡 − 𝑐) 𝑒 −𝑠𝑐 𝐹 𝑠 = 𝑒 −𝑠𝑐 ℒ 𝑓 𝑡
𝑒 𝑐𝑡 𝑓(𝑡) 𝐹(𝑠 − 𝑐), onde 𝐹 é a
208
transformada de 𝑓.
′
𝑓 (𝑡) 𝑠𝐹 𝑠 − 𝑓 0 =
𝑠𝐹 𝑠 − 𝑦(0), onde 𝐹 é a
transformada de 𝑓
𝑓 ′′ (𝑡) 2
𝑠 𝐹 𝑠 − 𝑠𝑓 0 − 𝑓′(0)=
𝑠 2 𝐹 𝑠 − 𝑠𝑦 0 − 𝑦 ′ (0)
𝑘𝑓 𝑡 + 𝑔(𝑡) 𝑘𝐹 𝑠 + 𝐺(𝑠), onde 𝐹 é a
transformada de 𝑓, e 𝐺 é a
transformada de 𝑔.
a)
𝑦 ′ + 2𝑦 = 𝑒 𝑡 , 𝑦 0 = 1.
209
1 1
𝐹 𝑠 = + .
𝑠−1 𝑠+2 𝑠+2
1 + (𝑠 − 1)
𝐹 𝑠 = ,
𝑠−1 𝑠+2
𝑠
𝐹 𝑠 = .
𝑠−1 𝑠+2
Pela tabela, não encontramos a função que possui essa
transformada, então, vamos usar frações parciais:
𝑠 𝐴 𝐵
= +
𝑠−1 𝑠+2 𝑠−1 𝑠+2
𝑠 = 𝐴 𝑠 + 2 + 𝐵(𝑠 − 1)
𝑠 = 𝐴 + 𝐵 𝑠 + 2𝐴 − 𝐵
1 = 𝐴 + 𝐵,
0 = 2𝐴 − 𝐵
Assim,
1 1 2
1 = 3𝐴, 𝐴 = , 𝐵 = 1 − = .
3 3 3
1 2
Logo, 𝐹 𝑠 = 3
+ 3
.
𝑠−1 𝑠+2
Agora sim, olhando a tabela, temos:
1 1 2 1
𝐹 𝑠 = + ,
3 𝑠 − 1 3 𝑠 − −2
1 2
𝑓 𝑡 = 𝑦 𝑡 = 𝑒 1𝑡 + 𝑒 −2𝑡 .
3 3
Ou seja,
𝑒 𝑡 2𝑒 −2𝑡
𝑓 𝑡 = + .
3 3
Observe que a condição inicial foi aplicada no início da
resolução, não no final como estávamos acostumados.
O leitor é convidado a resolver essa mesma EDO pelo método
do fator integrante, para verificar que o resultado será o mesmo.
b)
𝑦 ′ 𝑡 − 𝑦 𝑡 = 𝑒 𝑡 + 𝑡,
𝑦 0 = 0.
1 𝐴𝑠 + 𝐵 (𝑠 − 1) 𝐶𝑠 2
= + 2 ,
𝑠2 𝑠 − 1 𝑠 2 (𝑠 − 1) 𝑠 (𝑠 − 1)
1 = 𝐴𝑠 2 − 𝐴𝑠 + 𝐵𝑠 − 𝐵 + 𝐶𝑠 2 ,
𝐴 + 𝐶 = 0,
𝐵 − 𝐴 = 0,
−𝐵 = 1, 𝐵 = −1,
𝐴 = −1,
𝐶 = 1,
1 𝐴 𝐵 𝐶
𝐹 𝑠 = 2
+ + 2+ =
𝑠−1 𝑠 𝑠 𝑠−1
1 1 1 1
2
− − + .
𝑠−1 𝑠 𝑠1+1 𝑠 − 1
𝑦 𝑡 = 𝑡𝑒 𝑐𝑡 − 1 − 𝑡 1 + 𝑒 1𝑡 ,
211
𝑦 𝑡 = 𝑡𝑒 𝑡 − 1 − 𝑡 + 𝑒 𝑡 .
c)
𝑦 ′ + 2𝑦 = 2 cos 𝑡 , 𝑦 0 = 0
2𝑠 = 𝑠 2 𝐴 + 𝐵 + 𝑠 2𝐵 + 𝐶 + 𝐴 + 2𝐶,
𝐴 + 𝐵 = 0,
2𝐵 + 𝐶 = 2,
𝐴 + 2𝐶 = 0.
−𝐵 + 2 2 − 2𝐵 = 0,
4
−𝐵 + 4 − 4𝐵 = 0, 𝐵= ,
5
4
𝐴=−
5
8 2
𝐶 = 2− = .
5 5
Logo,
212
𝐴 𝐵𝑠 + 𝐶 4 1 4 𝑠 2 1
𝐹 𝑠 = + 2 =− + 2 + 2 ,
𝑠+2 𝑠 +1 5𝑠 + 2 5𝑠 + 1 5𝑠 + 1
4 4 2
𝑦 𝑡 = − 𝑒 −2𝑡 + cos 𝑡 + sen 𝑡,
5 5 5
c)
𝑦′ − 𝑦 = 𝑒 2𝑥 , 𝑦 0 = 1
1 = 𝑠 𝐴 + 𝐵 − 2𝐴 − 𝐵,
𝐴 + 𝐵 = 0,
−2𝐴 − 𝐵 = 1,
𝐵 = 1, 𝐴 = −1,
1 1 1
𝐹 𝑠 =− + + ,
𝑠−1 𝑠−2 𝑠−1
𝑦 𝑥 = 𝑒 2𝑥 .
d)
𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑥, 𝑦 0 = 0, 𝑦 ′ 0 = 1
213
1!
𝑠 2 𝐹 𝑠 − 𝑠𝑦 0 − 𝑦 ′ 0 − 2 𝑠𝐹 𝑠 − 𝑦 0 +𝐹 𝑠 =
𝑠1+1
1
𝐹 𝑠 𝑠 2 − 2𝑠 + 1 − 1 = ,
𝑠2
2
1
𝐹 𝑠 𝑠−1 = + 1,
𝑠2
1 1
𝐹 𝑠 = + .
𝑠2 𝑠 − 1 2 𝑠−1 2
1 𝐴𝑠 + 𝐵 𝑠 2 − 2𝑠 + 1 𝐶𝑠 2 (𝑠 − 1) 𝐷𝑠 2
= + 2 + ,
𝑠2 𝑠 − 1 2 𝑠2 𝑠 − 1 2 𝑠 𝑠 − 1 2 𝑠2 𝑠 − 1 2
1 = 𝐴𝑠 3 − 2𝐴𝑠 2 + 𝐴𝑠 + 𝐵𝑠 2 − 2𝐵𝑠 + 𝐵 + 𝐶𝑠 3 − 𝐶𝑠 2 + 𝐷𝑠 2 ,
𝐴 + 𝐶 = 0, −2𝐴 + 𝐵 − 𝐶 + 𝐷 = 0, 𝐴 − 2𝐵 = 0, 𝐵 = 1,
𝐵 = 1, 𝐴 = 2, 𝐶 = −2, 𝐷 = 1,
2 1 2 1 1
𝐹 𝑠 = + 2− + 2
+ ,
𝑠 𝑠 𝑠−1 𝑠−1 𝑠−1 2
1 1 2 1
𝐹 𝑠 =2∙ + 1+1 − +2∙ ,
𝑠 𝑠 𝑠−1 𝑠−1 2
𝑦 𝑥 = 2 + 𝑥 − 2𝑒 𝑥 + 2𝑥𝑒 𝑥 .
Exercícios.
1- Demonstre a fórmula da transformada de Laplace da função
𝑦 𝑡 = sen 𝑎𝑡.
214
2- Demonstre a fórmula da transformada de Laplace da função
𝑦 𝑡 = cos 𝑎𝑡.
3- Demonstre a fórmula da transformada de Laplace da
derivada segunda, 𝑦′′ 𝑡 .
4- Resolva as EDO’s abaixo, por transformada de Laplace.
a) 𝑦 ′ − 𝑦 = 1, 𝑦 0 = 0.
b) 𝑦 ′ = 𝑡, 𝑦 0 = 1.
c) 𝑦 ′ − 𝑦 = 𝑒 𝑡 , 𝑦 0 = 0
d) 𝑦 ′′ − 5𝑦 ′ + 6𝑦 = 1, 𝑦 0 = 0, 𝑦 ′ 0 = 1
e) 𝑦 ′′ − 2𝑦 ′ + 𝑦 = 1, 𝑦 0 = 1, 𝑦 ′ 0 = 0
f) 𝑦 ′′ + 𝑦 = 0, 𝑦 0 = 0, 𝑦 ′ 0 = 1
215
27 Transformadas de Laplace – caso descontínuo
Fonte: Winplot.
Vamos demonstrar a fórmula da transformada de Laplace
desta função, com 𝑠 > 0:
∞
ℒ 𝑢𝑐 𝑡 = 𝑒 −𝑠𝑡 𝑢𝑐 𝑡 𝑑𝑡 =
0
𝑐 ∞
−𝑠𝑡
𝑒 𝑢𝑐 𝑡 𝑑𝑡 + 𝑒 −𝑠𝑡 𝑢𝑐 𝑡 𝑑𝑡 =
0 𝑐
∞
0+ 𝑒 −𝑠𝑡 𝑢𝑐 𝑡 𝑑𝑡 =
𝑐
∞ ∞
−𝑠𝑡
𝑒 ∙ 1𝑑𝑡 = 𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡 =
𝑐 𝑐
−𝑠𝑡 𝐴
𝑒 1 𝐴
lim = lim =
𝐴→∞ −𝑠 𝐴→∞ −𝑠𝑒 𝑠𝑡 𝑐
𝑐
1 1 1 1 1 𝑒 −𝑠𝑐
lim − = + = = .
𝐴→∞ −𝑠𝑒 𝑠∙𝐴 −𝑠𝑒 𝑠∙𝑐 −𝑠 ∙ ∞ 𝑠𝑒 𝑠𝑐 𝑠𝑒 𝑠𝑐 𝑠
216
Agora, vamos ver como resolver EDO’s com funções degrau,
por meio das transformadas de Laplace.
Exercícios.
1. Demonstre a fórmula da transformada de Laplace das funções
abaixo:
a)
𝑢𝑐 𝑡 𝑓(𝑡 − 𝑐)
b)
𝑒 𝑐𝑡 𝑓(𝑡)
𝑦 ′ + 6𝑦 = 𝑢2 𝑡 , 𝑦 0 = −1,
0, 0≤𝑡<2
onde 𝑢2 𝑡 = é a função degrau (de Heaviside).
1, 𝑡≥2
𝑒 −2𝑠
𝑠𝐹 𝑠 − 𝑦 0 + 6𝐹 𝑠 =
𝑠
𝑒 −2𝑠
𝐹 𝑠 𝑠+6 = −1
𝑠
𝑒 −2𝑠 1
𝐹 𝑠 = −
𝑠 𝑠+6 𝑠+6
1 𝐴 𝐵
= +
𝑠 𝑠+6 𝑠 𝑠+6
217
1 = 𝑠 𝐴 + 𝐵 + 6𝐴
1 1
𝐴 = ,𝐵 = −
6 6
1 1 1 1
𝐹 𝑠 = 𝑒 −2𝑠 − −
6 𝑠 𝑠+6 𝑠+6
1
𝑦 𝑡 = 1𝑢2 𝑡 − 𝑒 −6(𝑡−2) 𝑢2 𝑡 − 1𝑒 −6𝑡
6
b)
𝑦 ′′ + 𝑦 = 𝑢1 𝑥 , 𝑦 0 = 1, 𝑦 ′ 0 = −1
2 ′
𝑒 −𝑠
𝑠 𝐹 𝑠 − 𝑠𝑦 0 − 𝑦 0 + 𝐹 𝑠 =
𝑠
2
𝑒 −𝑠
𝐹 𝑠 𝑠 +1 = +𝑠−1
𝑠
𝑒 −𝑠 𝑠 1
𝐹 𝑠 = + −
𝑠 𝑠2 + 1 𝑠2 + 1 𝑠2 + 1
1 𝐴 𝐵𝑠 + 𝐶
= +
𝑠 𝑠2 + 1 𝑠 𝑠2 + 1
1 = 𝑠 2 𝐴 + 𝐵 + 𝐶𝑠 + 𝐴
𝐶 = 0, 𝐴 = 1, 𝐵 = −1
1 𝑠 𝑠 1
𝐹 𝑠 = 𝑒 −𝑠 − 2 + 2 − 2
𝑠 𝑠 +1 𝑠 +1 𝑠 +1
𝑦 𝑥 = 𝑢1 𝑡 1 − cos 𝑡 − 1 + cos 𝑡 − sen 𝑡
Exercícios.
218
219
28 Sistemas de Equações Diferenciais
a)
𝑦′ 𝑡 = 𝑥 𝑡
𝑥 0 = 1, 𝑦 0 = 0
𝑠𝐹 𝑠 − 𝑥 0 = 2𝐹 𝑠 − 𝐺(𝑠)
𝑠𝐺 𝑠 − 𝑦 0 = 𝐹(𝑠)
𝑠−2 𝐹 𝑠 +𝐺 𝑠 =1
−𝐹 𝑠 + 𝑠𝐺 𝑠 = 0
𝑠−2 1
𝐷= = 𝑠 2 − 2𝑠 + 1 = 𝑠 − 1 (𝑠 − 1)
−1 𝑠
1 1
𝐷𝐹 = =𝑠
0 𝑠
𝑠−2 1
𝐷𝐺 = =1
−1 0
𝐷𝐹 𝑠 𝐴 𝐵
𝐹 𝑠 = = = + 2
𝐷 𝑠−1 𝑠−1 𝑠−1 𝑠−1
𝑠 = 𝐴𝑠 − 𝐴 + 𝐵
𝐴 = 1,
−𝐴 + 𝐵 = 0
𝐵=1
220
1 1 1 1!
𝐹 𝑠 = + 2
= + 1+1
𝑠−1 𝑠−1 𝑠−1 𝑠−1
𝑥 𝑡 = 𝑒 𝑡 + 𝑡𝑒 𝑡
𝐷𝐺 1
𝐺 𝑠 = = 2
𝐷 𝑠−1
𝑦 𝑡 = 𝑡𝑒 𝑡
Conferindo:
𝑦′ 𝑡 = 𝑥 𝑡
𝑥 0 = 1, 𝑦 0 = 0
2𝑒 𝑡 + 𝑡𝑒 𝑡 = 2𝑒 𝑡 + 2𝑡𝑒 𝑡 − 𝑡𝑒 𝑡 , ok
b)
𝑥 ′ 𝑡 = −𝑦 𝑡
𝑦 ′ 𝑡 = 𝑥 𝑡 − 3𝑦(𝑡)
𝑥 0 = 0, 𝑦 0 = 1
𝑠𝐹 𝑠 − 𝑥 0 = −𝐺 𝑠
𝑠𝐺 𝑠 − 𝑦 0 = 𝐹 𝑠 − 3𝐺(𝑠)
𝑠𝐹 𝑠 + 𝐺 𝑠 = 0
−𝐹 𝑠 + (𝑠 + 3)𝐺 𝑠 = 1
221
𝑠 1
𝐷= = 𝑠 2 + 3𝑠 + 1
−1 𝑠 + 3
0 1
𝐷𝐹 = = −1
1 𝑠+3
𝑠 0
𝐷𝐺 = =𝑠
−1 1
𝐷𝐹 −1 𝐴 𝐵
𝐹 𝑠 = = 2 = +
𝐷 𝑠 + 3𝑠 + 1 −3 + 5 −3 − 5
𝑠− 𝑠−
2 2
3𝐴 𝐴 5 3𝐵 𝐵 5
−1 = 𝐴𝑠 + + + 𝐵𝑠 + −
2 2 2 2
𝐴 + 𝐵 = 0,
3𝐴 𝐴 5 3(−𝐴) −𝐴 5
+ + − = −1
2 2 2 2
1 1
𝐴=− ,𝐵 =
5 5
−1/ 5 1/ 5
𝐹 𝑠 = +
−3 + 5 −3 − 5
𝑠− 𝑠−
2 2
1 −3+ 5
𝑡 1 −3− 5
𝑡
𝑥 𝑡 =− 𝑒 2 + 𝑒 2
5 5
1 3 − 5 −3+ 5
𝑡 1 −3 − 5 −3− 5
𝑡
𝑥′ 𝑡 = 𝑒 2 + 𝑒 2
5 2 5 2
𝐷𝐺 𝑠 𝐴 𝐵
𝐺 𝑠 = = 2 = +
𝐷 𝑠 + 3𝑠 + 1 −3 + 5 −3 − 5
𝑠− 𝑠−
2 2
3𝐴 𝐴 5 3𝐵 𝐵 5
𝑠 = 𝐴𝑠 + + + 𝐵𝑠 + −
2 2 2 2
𝐴 + 𝐵 = 1,
222
3𝐴 𝐴 5 3(1 − 𝐴) 1−𝐴 5
+ + − =0
2 2 2 2
3 5
𝐴 5+ − =0
2 2
5−3 5−3 5
𝐴= =
2 5 10
10 − 5 + 3 5 5 + 3 5
𝐵= =
10 10
(5 − 3 5)/10 (5 + 3 5)/10
𝐹 𝑠 = +
−3 + 5 −3 − 5
𝑠− 𝑠−
2 2
5 − 3 5 −3+ 5
𝑡 5 + 3 5 −3− 5
𝑡
𝑦 𝑡 = 𝑒 2 + 𝑒 2
10 10
No wolfram alpha:
solve(x'=x-4y,y'=x-3y,x(0)=1,y(0)=0)
a)
𝑥′ = 𝑦
𝑦 ′ = 𝑥 + 1,
𝑥 0 = 0, 𝑦 0 = −1
Resposta:
𝑥 𝑡 = 1 − 𝑒 −𝑡
𝑦 𝑡 = 𝑒 −𝑡
223
b)
𝑥′ = 𝑥 + 𝑦
𝑦 ′ = −𝑥 − 𝑦
𝑥 0 = −9
𝑦 0 =0
Resposta:
𝑥 𝑡 = −9𝑡 − 9
𝑦 𝑡 = 9𝑡
c)
𝑥 ′ = 2𝑥 + 4𝑦
𝑦 ′ = 3𝑥 + 3𝑦
𝑥 0 = −3
𝑦 0 =1
Resposta:
5 16
𝑥 𝑡 = − 𝑒 6𝑡 − 𝑒 −𝑡
7 7
12 −𝑡 5 6𝑡
𝑦 𝑡 = 𝑒 − 𝑒
7 7
d)
Para entregar:
𝑥 ′ 𝑡 = 𝑥 𝑡 − 4𝑦 𝑡
224
𝑦 ′ 𝑡 = 𝑥 𝑡 − 3𝑦 𝑡
𝑥 0 = 1, 𝑦 0 = 0
225
GABARITOS dos exercícios
CAPÍTULO 1
Exercícios
b) 0, 0, 0. 𝑎𝑛 = sen 𝑛𝜋
c) 56, 56, 56. 𝑎𝑛 = 56
3 3 3
d) 3, 7 , 49 . 𝑎𝑛 = 7𝑛 −1
e) 2 − 1, 3 − 2, 2 − 3. 𝑎𝑛 = 𝑛 + 1 − 𝑛
f) 0, ln 2 , ln 3. 𝑎𝑛 = ln 𝑛
25 125 5𝑛
g) 5, , . 𝑎𝑛 =
2 6 𝑛!
h) 8, 8, 8. 𝑎𝑛 = 8
i) 1, 2, 3. 𝑎𝑛 = 𝑛
e) 𝑎𝑛 = −1 𝑛 , 𝑛 = 1,2, …
f) 𝑎𝑛 = −11, 𝑛 = 1,2, …
Exercício.
99
a) Converge para o 𝐿 dado: 𝑛 > 𝜀
2
b) Converge para o 𝐿 dado: 𝑛 > 𝜀
226
ln 𝜀
c) Converge para o 𝐿 dado: 𝑛 >
ln 0,8
ln 0,1
d) Converge para o 𝐿 dado: 𝑛 > ln 0,8
1−𝜀
e) Converge para o 𝐿 dado: 𝑛 > 𝜀
CAPÍTULO 2
Exercício.
a) Converge para 1
b) Converge para 0
c) Diverge para ∞
d) Diverge para ∞
e) Converge para 0
f) Converge para 0
1
g) Converge para 5
h) Converge para 0
i) Diverge para ∞
j) Diverge para ∞
k) Diverge para ∞
l) Converge para 0
n) Converge para 0
227
m) Diverge para ∞
n) Diverge para ∞
Exercícios.
a) Monótona decrescente
b) Monótona crescente
c) Monótona crescente
d) Monótona crescente
e) Monótona crescente
f) Monótona crescente
g) Monótona crescente
CAPÍTULO 3
Exercícios.
−1 𝑛
Exercício 3. Prove que a sequência 𝑠 𝑛 = é limitada, convergente, mas
𝑛
não é monótona.
R: Limitada:
228
𝑛
−1
−1 ≤ ≤1
𝑛
Convergente:
𝑛
1 −1 1
− ≤ ≤
𝑛 𝑛 𝑛
Aplicando o limite, pelo teorema do sanduíche, tende a zero.
1 1 1 1
−1, , − , , − , …
2 3 4 5
Exercício 4. Prove que a sequência abaixo é convergente, usando o teorema 1
ou o teorema 2.
CAPÍTULO 4
1.
𝑢1 = 3
𝑢𝑛 = 2 ∙ 3𝑛−1 , 𝑛 ≥ 2.
Série:
∞
3+ 2 ∙ 3𝑛−1
𝑛=2
229
2.
𝑢𝑛 = 2, 𝑛 ≥ 1.
Série:
∞
2
𝑛=1
3.
1
𝑢1 =
5
1 1 4
𝑢𝑛 = 𝑛
− 𝑛−1 = − 𝑛 , 𝑛 ≥ 2.
5 5 5
Série:
∞
1 4
−
5 5𝑛
𝑛 =2
1
Converge para 0, pois lim𝑛 →∞ 5𝑛 = 0.
4.
𝑛2 + 𝑛
𝑠𝑛 =
2
𝑛 2 +𝑛
Diverge, pois lim =∞
2
5.
𝑠𝑛 = 𝑛𝜋
6.
1 1
𝑠𝑛 = −
2 2 4𝑛 + 1
1 1 1 1
Converge, e converge para 2, pois lim 2 − 2 =2
4𝑛 +1
7.
230
1
𝑠𝑛 = −1 +
𝑛+1
1
Converge, e converge para −1, pois lim𝑛 →∞ −1 + 𝑛 +1 = −1.
8.
𝑠𝑛 = − ln 2 + ln(𝑛 + 2)
9.
Além disto, 𝑠𝑛 = 7 + 14 + 21 + ⋯ + 7𝑛 + (6 + 6 + 6 + ⋯ + 6) =
7 + 7𝑛 𝑛 7𝑛2 + 19𝑛
+ 6𝑛 = → ∞
2 2 𝑛→∞
10.
𝑛+6
É monótona crescente, pois 𝑢𝑛 = 𝑛 > 0 para todo 𝑛 ≥ 1, logo,
𝑛 +1
11.
𝑎𝑛
É monótona crescente, pois 𝑢𝑛 = > 0 para todo 𝑛 ≥ 1, logo,
𝑛!
12.
1) ∞ 2)2 3)0 4)∞ 5)𝜋 6)0 7)0 8)0 9)∞ 10)0 11)0
13.
14.
6 5
𝑢𝑛 = − , logo:
𝑛 𝑛+1
231
5 6 5 6 5 6 5 6 5
𝑠𝑛 = 6 − + − + − + ⋯+ − + − .
2 2 3 3 4 𝑛−1 𝑛 𝑛 𝑛+1
7 3
−2
𝑢𝑛 = 2 +
𝑛−1 𝑛+1
16. É telescópica. Porém, não converge, pois:
18.
𝑢𝑛 = 15 ∙ 0,2𝑛 , 𝑛 ≥ 1
1 − 𝑞𝑛
𝑠𝑛 = 𝑎 , 𝑛 = 1, …
1−𝑞
Resolução:
𝑢1 = 𝑎.
Para 𝑛 ≥ 2:
𝑢𝑛 = 𝑠𝑛 − 𝑠𝑛−1
1 − 𝑞𝑛 1 − 𝑞 𝑛−1
𝑢𝑛 = 𝑎 −𝑎
1−𝑞 1−𝑞
𝑎 − 𝑎𝑞 𝑛 − 𝑎 + 𝑎𝑞 𝑛−1
𝑢𝑛 =
1−𝑞
−𝑎𝑞 𝑛 + 𝑎𝑞 𝑛−1
𝑢𝑛 =
1−𝑞
𝑎𝑞 𝑛−1 − 𝑎𝑞 𝑛
𝑢𝑛 = =
1−𝑞
232
𝑎𝑞 𝑛−1 1 − 𝑞
=
1−𝑞
𝑎𝑞 𝑛−1 , 𝑛 ≥ 2.
A série converge?
1 − 𝑞𝑛 𝑎
lim 𝑠𝑛 = lim 𝑎 = .
𝑛→∞ 𝑛→∞ 1−𝑞 1−𝑞
𝑎
Logo, converge e converge para 1−𝑞 .
CAPÍTULO 5
Exercício 1.
a)
Divergente
b)
Divergente
c)
Divergente
d)
Divergente
e)
Divergente
f)
Divergente
g)
Divergente
h)
Divergente
233
i)
3
Convergente, converge para 2.
j)
4
Convergente, converge para 5.
k)
l)
m)
1
Convergente, converge para 2.
n)
1
Convergente, converge para − 4.
o)
3
Convergente, converge para 4.
p)
Divergente
q)
Divergente
r)
Divergente
s)
Divergente
t)
13
Convergente, converge para 2
u)
234
Divergente
v)
Divergente
w)
Divergente
x)
Divergente
Exercício 2.
2
2 2 10 50
10 + 10 + 10 + ⋯ = = = 16,66 m
5 5 2 3
1−
5
Exercício 3.
3 3
8+ + +⋯ =
10 100
3
10 1 25
8+ =8+ =
1 3 3
1 − 10
Exercício 4.
7 700
a) 1 =
1− 99
100
2 20
b) 1 =
1− 9
10
CAPÍTULO 6
Exercício 1.
a) Converge
b) Diverge
c) Converge
d) Diverge
Exercício 2. Converge
235
Exercício 3. Diverge
Exercício 4. Diverge
Exercício 5. Converge
Exercício 6.
a) Converge
b) Diverge
3
c) Converge, pois a integral converge para 4𝑒 2
d) Diverge
Exercício 7.
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
236
f) É convergente (pelo teste da série alternada ou então geométrica com
1 1
𝑞 = − 7). É absolutamente convergente (série geométrica com 𝑞 = 7). Não é
condicionalmente convergente.
CAPÍTULO 9
1-
2-
3- Divergente
CAPÍTULO 10
a) Da série: [1, 3)
Da derivada: (1, 3)
b) Da série: (4, 6)
Da derivada: (4, 6)
237
c) Da série: (−𝑒, 𝑒)
Da derivada: (−𝑒, 𝑒)
4 2
d) Da série: − 3 , − 3
4 2
Da derivada: − 3 , − 3
f) Da série: −1, 1
Da derivada: −1, 1
∞
𝑥𝑛
𝑛=1
𝑛
2-
∞
a) 𝑛=2 𝑛 𝑛 − 1 𝑥 𝑛 −2 , 𝑥 < 1.
2𝑛
∞ 𝑥
b) 𝑛 =0 𝑛! , ∀𝑥
3- 𝑒 2 ≅ 7,38
CAPÍTULO 11
1.
1 1 1 1 ∞ −1 𝑛
a) 1 − 3 + 2!∙5 − 3!∙7 + 4!∙9 − ⋯ = 𝑛=0 𝑛!∙(2𝑛+1)
1 1 1 1 ∞ 1
b) 1 + 3 + 2!∙5 + 3!∙7 + 4!∙9 + ⋯ = 𝑛=0 𝑛!∙(2𝑛+1),
1 1 1 1 1 ∞ −1 𝑛 +1
c) 1 − 2 + 3! − 4! + 5! − 6! + ⋯ = 𝑛=1 𝑛!
2.
∞
1 1 1 1 1 1 −1 𝑛+1
− + − + − +⋯=
31 ∙ 1 32 ∙ 2 33 ∙ 3 34 ∙ 4 35 ∙ 5 36 ∙ 6 𝑛 ∙ 3𝑛
𝑛 =1
3.
238
1 3 32 33
+ + + +⋯=
4 2 ∙ 42 3 ∙ 43 4 ∙ 44
∞
3𝑛 −1
𝑛 ∙ 4𝑛
𝑛=1
CAPÍTULO 12
1. a)
∞
−1 𝑛 22𝑛+1 𝑥 2𝑛+1
2𝑛 + 1 !
𝑛 =0
c)
∞
𝑥 𝑛+1
𝑛!
𝑛=0
3. 0,45298 aproximadamente
5.
a) seno de 𝑥
b) cosseno de 𝑥
𝑢 𝑛 +1
c) o limite de será 0 < 1, logo, a série converge para todo 𝑥 real.
𝑢𝑛
7.
∞
−1 𝑛 𝑥 4𝑛
(2𝑛)!
𝑛=0
CAPÍTULO 13
1-
a) 𝑦 𝑥 = 𝑥 2 + 𝐶
c) 𝑦 𝑡 = ln 𝑡 + 𝐶, 𝑡 > 0
a) 𝑦 𝑥 = 𝑒 −2𝑥 (𝑥 + 𝐶)
5𝑒 −𝑡 +1
c) 𝑥 = 2
239
3-
a) 𝑥 2 = 3𝑡 2 + 𝑡 + 9
c) sen 𝑦 = 𝑒 𝑡 + 𝑡 + 𝐶
CAPÍTULO 14
a)
2𝑥
𝑦=
𝐶 − 2 ln 𝑥
b)
𝑦 = 𝐶𝑡 + 𝑡 ln 𝑡
c)
4𝑦 2 = 𝐶 − 𝑥 2
d)
𝑥
− = ln 𝑥 + 𝐶 ou
𝑦
𝑥
𝑦=−
ln 𝑥 + 𝐶
CAPÍTULO 15
1-
a)
1
𝑦=
𝐶𝑒 𝑡+3
b)
2𝐶𝑒 2𝑡
𝑦 = − 2𝑡
𝐶𝑒 − 1
d)
1
𝑦2 =
𝐶𝑒 2𝑡 +1
2-
240
900𝑒 2700 𝑡
𝑦=
𝐶 + 𝑒 2700 𝑡
lim 𝑦 = 900
3-
2000
𝑦=
𝐶𝑒 1000 𝑡 + 1
lim 𝑦 = 0
4-
2000
𝑦=
39𝑒 1000 𝑡 + 1
lim 𝑦 = 0
CAPÍTULO 16
1-
a)
3-
1
200 ln 2
𝑡0 =
ln 0,9
CAPÍTULO 17
2- 𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 −2𝑥
4- 4,4 km/h
6- 𝑦 = 𝐶𝑒 𝑘𝑥
241
3𝑡 2
8- 𝑦 𝑡 = +𝐶
2
10- 𝑓 𝑡 = 𝐶𝑒 𝑡 − 3𝑡 − 3
CAPÍTULO 18
a) 𝑦 = 𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑒 4𝑥
c) 𝑦 = 𝐶1 𝑒 7𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 7𝑥
1
f) 𝑦 = 3 𝑒 −2𝑥 sen 3𝑥
CAPÍTULO 19
2 1
a) 𝑦 𝑡 = 𝐶1 𝑒 𝑡 + 𝐶2 𝑒 3𝑡 − 5 sen 𝑡 + 5 cos 𝑡
1
c) 𝑦 𝑥 = 𝐶1 𝑒 𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 𝑥 + 2 𝑥 2 𝑒 𝑥
1
e) 𝑦 𝑥 = 𝐶1 𝑒 𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 𝑥 − 4𝑥 2 𝑒 𝑥 + 6 𝑥 3 𝑒 𝑥
1
g) 𝑦 𝑥 = 4 −4𝑥 2 − 18𝑥 + 11𝑒 2𝑥 − 11
CAPÍTULO 20
a)
𝑦=
b)
c)
𝑦=
242
3 3
𝐶1 cos 2𝑡 + 𝐶2 sen 2𝑡 + sen 2𝑡 ln sen 2𝑡 − 𝑡 cos 2𝑡
4 2
CAPÍTULO 21
𝑦 𝑡 = 2 cos 5𝑡
2 4
𝑦 𝑡 = 𝑒 −2𝑡 20 cos 𝑡 + sen 𝑡
20 20
CAPÍTULO 22
25 1
𝑦= cos 𝑡 − cos 7𝑡
8 8
243
2
1
𝑦 𝑡 = sen 𝑡 − 𝑡 − 2 cos 𝑡 .
2
Ressonância:
CAPÍTULO 23
1.
𝐶1 𝑒 𝑡 + 𝐶2 𝑡𝑒 𝑡 + 𝐶3 𝑒 −𝑡
2.
𝐶1 𝑒 𝑡 + 𝐶2 𝑡𝑒 𝑡 + 𝐶3 𝑡 2 𝑒 𝑡
3.
𝐶1 𝑒 𝑡 + 𝐶2 𝑒 2𝑡 + 𝐶3 𝑒 −𝑡
4.
𝐶1 + 𝐶2 𝑡 + 𝐶3 𝑒 2𝑡 + 𝐶4 𝑡𝑒 2𝑡
5.
𝐶1 𝑒 𝑡 + 𝐶2 𝑒 −𝑡 + 𝐶3 𝑒 2𝑡 + 𝐶4 𝑒 −2𝑡
6.
𝐶1 + 𝐶2 𝑒 2𝑡 + 𝑒 −𝑡 𝐶3 cos 3𝑡 + 𝐶4 sen 3𝑡
7.
3 𝑡 𝑡
𝑦 = 𝐶1 cos 𝑡 + 𝐶2 sen 𝑡 + 𝑒 2 𝑡 𝐶3 cos + 𝐶4 sen +
2 2
3 𝑡 𝑡
𝑒 − 2 𝑡 𝐶5 cos + 𝐶6 sen .
2 2
244
CAPÍTULO 24
a)
1
𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑡 + 𝐶2 𝑡𝑒 𝑡 + 𝐶3 𝑒 −𝑡 + 𝑡𝑒 −𝑡 + 3
2
b)
𝑡
𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑡 + 𝐶2 𝑒 −𝑡 + 𝐶3 cos 𝑡 + 𝐶4 sen 𝑡 − 3𝑡 − 𝑡 sen 𝑡
4
c)
𝑡
𝐶1 𝑒 −𝑡 + 𝐶2 cos 𝑡 + 𝐶3 sen 𝑡 + 𝑒 −𝑡 + 4𝑡 − 4
2
d)
𝐶1 + 𝐶2 𝑒 𝑡 + 𝐶3 𝑒 −𝑡 + cos 𝑡
e)
1
𝐶1 cos 𝑡 + 𝐶2 sen 𝑡 + 𝐶3 𝑡 cos 𝑡 + 𝐶4 𝑡 sen 𝑡 + 3 + cos 2𝑡
9
f)
1
𝐶1 + 𝐶2 𝑒 𝑡 + 𝐶3 𝑒 −𝑡 − 𝑡 2
2
CAPÍTULO 25
1.
6 4 10 ∙ 6 6 14 ∙ 10 ∙ 6 8
𝑦 𝑥 = 𝑐0 1 + 𝑥 2 + 2 ∙ 𝑥 +2∙ 𝑥 +2∙ 𝑥 +⋯ +
4! 6! 8!
4 8 ∙ 4 5 12 ∙ 8 ∙ 4 7
𝑐1 𝑥 + 𝑥3 + 𝑥 + 𝑥 +⋯ .
3! 5! 7!
CAPÍTULO 26
1-
∞
𝑒 −𝑠𝑡 sen 𝑎𝑡 𝑑𝑡 = 𝑢𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − 𝑣𝑑𝑢 =
0 𝑑𝑣 𝑢 𝑑𝑣
245
𝐴 ∞
sen 𝑎𝑡 𝑒 −𝑠𝑡 𝑒 −𝑠𝑡
lim − cos 𝑎𝑡 ∙ 𝑎𝑑𝑡 =
𝐴→∞ −𝑠 0 0 −𝑠
∞
𝑎
(0 − 0) + 𝑒 −𝑠𝑡 cos 𝑎𝑡 𝑑𝑡 =
𝑠 0 𝑑𝑣 𝑢 𝑑𝑣
𝐴 ∞
𝑎 cos 𝑎𝑡 𝑒 −𝑠𝑡 𝑒 −𝑠𝑡
lim − ∙ −sen 𝑎𝑡 ∙ 𝑎𝑑𝑡 .
𝑠 𝐴→∞ −𝑠 0 0 −𝑠
𝑎 1 𝑎 ∞
Assim, 𝐼 = −𝑠 0
𝑒 −𝑠𝑡 sen 𝑎𝑡 𝑑𝑡
𝑠 𝑠
𝑎 1 𝑎
= − 𝐼 .
𝑠 𝑠 𝑠
𝑎 1 𝑎
𝐼= − 𝐼 →
𝑠 𝑠 𝑠
𝑎2 𝑎 𝑎
𝐼 1+ = → 𝐼 =
𝑠2 𝑠2 𝑠 2 + 𝑎2
4-
a)
𝑦 𝑡 = −1 + 𝑒 𝑡
c)
𝑦 𝑡 = 𝑡𝑒 𝑡
e)
𝑦 𝑡 =1
246