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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
EM PSICOLOGIA
SÉRGIO AUGUSTO CORRÊA VINHOTE
Manaus
2025
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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM
PSICOLOGIA
SÉRGIO AUGUSTO CORRÊA VINHOTE
202203425102
Apresentação do Relatório de
Estágio Supervisionado para avaliação e
obtenção da nota na disciplina ARA
0644 de Estágio Supervisionado Básico
II em Psicologia, da Faculdade Estácio
de Sá, Unidade Constantino Nery-AM.
Tutor/docente: Bruno Reis de
Queiroz
Manaus
2025
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................... 4
2. DESENVOLVIMENTO ......................................................... 6
2.1. REGULAMENTAÇÕES DO ESTÁGIO .................................. 7
2.2. O ESTÁGIO NAS ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PSI. .............. 9
2.3. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS COMPLEXAS DA
PRÁTICA PROF. DO PSI. ........................................................... 11
2.4. CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL E
DOCUMENTAÇÕES DO PSICÓLOGO...................................... 12
2.5. VISITA TÉCNICA ................................................................ 16
3. CONCLUSÃO ..................................................................... 20
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................. 21
5. APÊNDICE ......................................................................... 22
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INTRODUÇÃO
O Serviço Escola de Psicologia (SEP) é uma organização que
atua no setor de psicologia clínica, estabelecida desde 2021 na
cidade de Manaus/AM. Com uma trajetória de 4 anos, o local se
destaca pela prática em psicologia clínica, utilizando diferentes
abordagens e atendendo tanto o público infantil quanto o público
adulto.
Localizada dentro do campus da Unidade Constantino Nery, o
SEP conta com uma equipe de colaboradores que consiste em
professores atuantes na profissão de psicólogos, que realizam a
supervisão, condução e apoio dos atendimentos realizados no local,
além de alunos estagiários do curso de psicologia.
A missão do Serviço Escola de Psicologia (SEP) é atender e
acompanhar, gratuitamente, pessoas da comunidade interna e
externa da instituição funcionando como um elemento importante
para o curso, mas também trazendo benefícios para a instituição e
prestado um serviço essencial para quem está envolvido com ele. Os
valores do SEP são: foco no aluno, mente e meritocracia, excelência:
perseguimos a excelência na prestação de serviços dentro e fora da
sala de aula, hospitalidade: tratamos as pessoas como gostamos de
ser tratados, simplicidade: devemos ser simples para ser ágeis e
austeros, inovação: devemos ciar e ousar sempre, resultado:
perseguimos resultados extraordinários com paixão e método, agindo
sempre como “donos” e ética: não toleramos desvios de conduta.
No período de estágio que ocorreu durante o primeiro semestre
de 2025 (18/02/2025-30/06/2025) foi-se desenvolvido o estágio por
meio de supervisões acadêmicas, principalmente concernentes ao
Código de Ética Profissional do Psicólogo e às regulamentações
acerca dos diferentes tipos de estágio, formalizados pela Lei do
Estágio. Além disso, faziam também leituras acadêmicas acerca dos
conteúdos teóricos presentes na sala virtual da referida matéria,
assim como a própria confecção deste presente relatório.
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No estágio básico em psicologia, o foco principal está em
adquirir embasamento teórico para prática futura, tanto nas outas
disciplinas de estágio, quanto na própria prática profissional. Segundo
Barletta, Fonseca e Delabrida, no estágio está concentrada a maior
parte das atividades práticas da formação acadêmica, cujo objetivo é
desenvolver competências e habilidades nos discentes para o
exercício profissional compatível com a realidade brasileira.
O objetivo do estágio é propiciar oportunidade de reflexão
crítica da realidade e de efetiva relação entre a teoria aprendida e a
prática vivenciada da Psicologia, e, com isso, aprimorar a formação
acadêmica. O objetivo deste relatório é documentar as atividades
realizadas durante o estágio.
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DESENVOLVIMENTO
O estágio contava com uma diversidade de atividades
desenvolvidas, a fim de intensificar o aprendizado dos alunos que
dele participavam. A principal atividade desenvolvida no estágio era a
supervisão acadêmica, que era nada menos que aulas ministradas
pelo professor supervisor da disciplina acerca dos assuntos
relevantes à atividade de estágio em psicologia. Nessas aulas, o
professor fazia leituras comentadas acerca do Código de Ética
Profissional do Psicólogo, elucidando dúvidas dos alunos e
complementando alguns pontos onde se fazia necessária tal ação.
Além do Código de Ética, foi também trabalhada a Lei do
Estagiário (Lei n° 11.788) a qual também relevante não apenas ao
estagiário de psicologia, mas de qualquer área, assim como a
explicação de alguns aspectos particulares do estágio em psicologia.
Outro ponto significativo do estágio foram as aulas sobre os
diferentes tipos de documentação psicológica, onde o professor
abordou as características de cada uma, os pontos em comum e
dissonantes entre elas, assim como modelos genéricos de cada uma,
experiência essa que academicamente enriqueceu bastante quem
participou delas.
Também fez parte do estágio, além das supervisões
acadêmicas, a participação em atividades realizadas dentro da
Instituição de Ensino, como palestras, além da visita ao Serviço
Escola de Psicologia (SEP) da instituição, que será abordado
posteriormente.
Servindo como apoio e complemento para as aulas, tinha-se
também presente os materiais da sala de aula virtual para se
aprofundar nos tópicos da disciplina, que eram:
1. Regulamentações do Estágio;
2. O Estágio nas Áreas de Atuação do Psicólogo;
3. Habilidades e Competências Complexas da Prática
Profissional do Psicólogo;
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4. Código de Ética Profissional e Documentações do
Psicólogo.
Regulamentações do Estágio
Nesse tópico foi-se trabalhado a legislação de estágio e sua
relação com os campos práticos de atuação.
A base da regulamentação do estágio em psicologia se dá pela
Lei n° 11.788/2008, pelo Código de Ética Profissional do Psicólogo e
pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Psicologia. Ou
seja, o estágio é definido como uma atividade que proporciona o
contato com situações reais da vida e de trabalho, servindo como uma
preparação do futuro profissional para a prática de sua profissão
dentro dos parâmetros éticos e legais.
A Lei n° 11.788/2008, também conhecida como Lei do
Estagiário, define o estágio como: “O ato educativo escolar supervisionado,
desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho
produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições
de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação
especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da
educação de jovens e adultos .”
O Código de Ética Profissional do Psicólogo possui como
finalidade a padronização da conduta do profissional psicólogo, onde,
além de servir de diretriz para a sua prática, o psicólogo deve ser
também fiscalizar tais boas práticas em seus colegas de profissão.
Nesse ponto entra em ação o Conselho Federal de Psicologia, onde,
seja por meio de si próprio ou pelos Conselhos Regionais, atua como
fiscalizador, orientador e representante de nossa classe.
As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Psicologia
são orientações que as instituições de ensino devem seguir acerca
das disciplinas de determinado curso. Segundo a DNC, as disciplinas
de estágio devem estar em conformidade com o projeto pedagógico
do curso, além de diferenciar os estágios em dois níveis: estágios
básicos, que consistem em disciplinas realizadas nas fases iniciais
dos cursos com ênfase em desenvolver competências preparatórias
e básicas no aluno para as práticas futuras, e os estágios específicos,
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cuja complexidade tende a ser maior, mais voltada para a prática, e
desenvolvidos nas fases finais do curso, porém sempre com
acompanhamento de um supervisor.
Além disso, a realização dos estágios específicos em
psicologia pode se dar em diferentes ambientes de atuação, como
avaliação psicológica, psicoterapia individual, plantão psicológico,
psicoterapia de casa e de família, orientação profissional,
atendimentos de grupo de diversas ordens, entre outros,
independentemente de faixa etária. Também é possível desenvolver
atividades relativas ao ensino (observar atendimentos e intervenções
psicológicas), pesquisa (perfil de paciente, estudo de caso, relatos de
experiência, etc.) e extensão (atividades comunitárias).
A regulamentação também prevê as condições física,
materiais, administrativas e pedagógicas adequadas para a prática do
serviço de Psicologia, a fim da manutenção da segurança e sigilo das
informações compartilhadas no ambiente. No espaço deve existir
secretaria, salas de atendimento, salas de observação de
atendimento, condições de iluminação e ventilação adequados, além
de espaço para estudos de estagiários.
Considerando a realização das cargas horárias, os estágios
podem ser obrigatórios ou não obrigatórios. Os obrigatórios são
oferecidos no decorrer do curso e se dividem em básico ou específico,
e o estágio não obrigatório não possui essa especificidade e não é
contabilizado na carga horária do curso. Podem também ser divididos
em internos (realizados dentro da própria instituição de ensino,
normalmente no Serviço de Psicologia da instituição) ou externos
(realizados em instituições parceiras, como clínicas, escolas,
hospitais etc... tal parceria pode ser feita pelas próprias instituições ou
por meio de agentes de integração).
É importante considerar que em qualquer prática psicológica
deve ser levado em conta os aspectos sociais que envolvem o
indivíduo atendido, praticando-se assim a responsabilidade social:
Agir de forma socialmente responsável é, por exemplo, não atribuir
condições patológicas apenas ao indivíduo, culpando-o por ser daquela forma.
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Devemos entender as condições as condições sociais (...) em que está inserido e
os fatores biológicos, psicológicos, sociais que interferem nessa condição
(PASOS, 2007).
O Estágio nas Áreas de Atuação do Psicólogo
Como já dito anteriormente, o estágio em psicologia pode
ocorrer em diferentes contextos, como na clínica, área da saúde,
empresas ou escolas, cada uma com seus desafios próprios.
A psicologia clínica é um dos subcampos mais populares da
psicologia. Os psicólogos clínicos trabalham em instituições,
ambientes médicos, consultórios particulares, assim como em
carreiras acadêmicas como professores e pesquisadores em
universidades e faculdades, que contribuem para a formação de
novos profissionais e o avanço da ciência psicológica.
Além disso, como psicoterapeutas, os psicólogos clínicos
podem atuar segundo diversas abordagens, além da aplicação de
testes psicológicos e encaminhamentos de diagnósticos de doenças
mentais (CAMPOS, 1992). Durante o estágio do psicólogo clínico, o
aluno desenvolve habilidades sociais importantes para sua prática,
além de segurança nas intervenções realizadas por meio de
habilidades técnicas adquiridas.
A psicologia da saúde possui como finalidade a promoção e a
manutenção da saúde, assim como a prevenção e o tratamento de
doenças. A área da saúde em si está ligada a vários conhecimentos,
inclusive o psicológico. Logo, para que a saúde seja realizada de
maneira integral, é imprescindível trabalhar o aspecto psicológico
demandado pelo indivíduo.
O trabalho do psicólogo da saúde é elaborar uma ligação entre
diferentes aspectos da psicologia (psicologia clínica, social,
organizacional, etc.) concernentes a um bom atendimento, utilizar ou
aprender conhecimentos complementares (gestão de serviços,
trabalho e equipe, saúde coletiva, etc.) que podem ter sido adquiridos
previamente durante sua formação ou não, trabalhar em equipes
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multidisciplinares, assim como mediar as relações entre os
profissionais envolvidos e o público atendido. Dentro desse contexto,
se destacam o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), importantes para a promoção da saúde e
demandas biopsicossociais.
O estagiário no contexto do SUAS deve se apoiar na Lei
Orgânica da Assistência Social, trabalhando numa equipe
multidisciplinar participando da atuação e planejamento das
intervenções. No contexto do SUS, o estagiário pode encontrar
grandes desafios relativos à falta de estrutura que o mesmo possui
para uma boa atuação e um bom aprendizado.
A psicologia organizacional e do trabalho tem prioridade em
explorar, analisar e compreender como se relacionam as dimensões
que integram as relações humanas nas empresas (ZANELLI, 2004).
A partir dessa análise e compreensão, a psicologia organizacional e
do trabalho promovem, preservam e restabelecem a qualidade de
vida e o bem-estar dos trabalhadores, visando também a otimização
da produtividade da empresa, por meio de intervenções em grupo e
individuais, tanto com as lideranças quantos com os colaboradores.
Os estágios nesse contexto envolvem uma variedade de práticas,
como recrutamento e seleção, treinamento e avaliação psicológica,
observando os aspectos importantes de cada processo e identidade
da empresa, como sua cultura organizacional, gestão de conflitos e
seleção, treinamento e desenvolvimento de colaboradores.
A psicologia escolar é uma área da psicologia que apresenta
relações estabelecidas com o contexto da escola, facilitando assim o
desenvolvimento humano.
O psicólogo escolar atua em conjunto com a pedagogia no
desenvolvimento do aprendizado dos alunos, por meio de
intervenções psicopedagógicas, mediação das relações interpessoais
e do trabalho coletivo, orientação em questões pessoais e
profissionais da parte dos pais, acompanhamento e avaliação do
processo de aprendizagem, e conscientização das responsabilidades
das partes integrantes do corpo docente. O estagiário de psicologia
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escolar participa de todas essas atividades, junto ao profissional
supervisor atuante no local.
Habilidades e Competências Complexas da Prática Profissional
do Psicólogo
Para se atender as demandas do mercado de trabalho e se
inserir em alguma área de atuação, o profissional precisa conhecer as
possibilidades e os limites do fazer psicológicos concernentes a ele.
Para isso se faz importante um planejamento profissional efetivo,
assim como a obtenção de habilidades pessoais como:
Autoconhecimento: conhecer suas qualidades e defeitos, sua
compatibilidade com diferentes áreas de atuação, e o comportamento
nas relações interpessoais.
Conhecimento da profissão: suas diferentes possibilidades,
realidades e desafios.
Conhecimento do mercado: seus cenários, condicionantes
econômicos, políticos, sociais, etc.
Além disso, se faz presente a realidade do empreendedorismo,
onde o psicólogo alia conhecimentos sobre novas formas de atuação
relativas à nova realidade digital dos dias de hoje, onde é vista uma
oportunidade de crescimento e desenvolvimento considerável.
Em busca de uma carreira de sucesso, o psicólogo deve se
atentar a diferentes pontos importantes para o aprimoramento de seu
desempenho como: observar as tendências no mercado, construção
de networking, valores, habilidades técnicas e socioemocionais.
Deve-se ter em mente a interdisciplinaridade do fazer
psicológico em todas as áreas de atuação, como já se foi explicado
anteriormente, por meio de atividades de estágio que abordem e
trabalhem desde o início da experiência profissional do futuro
psicólogo essa realidade intrínseca de nossa prática.
O profissional de psicologia possui também responsabilidade
social, e por meio de práticas sociais deve contribuir para a
comunidade, exercendo seu dever de cidadão, práticas essas:
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1. Promover o debate acerca dos direitos humanos
durante e após o processo de formação do psicólogo;
2. Atuar nos sofrimentos psíquicos decorrentes de
preconceitos:
3. Buscar soluções integrais para demandas
comunitárias.
Código de Ética Profissional e Documentações do Psicólogo
O entendimento e cumprimento dos padrões de conduta são
partes cruciais para a formação do profissional de psicologia e
também para fortalecer o reconhecimento dessa categoria.
O Código de Ética Profissional do Psicólogo, aprovado pela
Resolução CFP n° 10/05, fornece as sete bases fundamentais para a
prática responsável da profissão, que são:
1. “O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito
e na promoção da liberdade, da dignidade da igualdade e da
integridade do ser humano, apoiado nos valores que
embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.”
2. “O psicólogo trabalhará visando promover a
saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades
e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.”
3. “O psicólogo atuará com responsabilidade social,
analisando crítica e historicamente a realidade política,
econômica, social e cultural.”
4. “O psicólogo atuará com responsabilidade, por
meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo
para o desenvolvimento da psicologia como campo científico
de conhecimento e de prática”
5. “O psicólogo contribuirá para promover a
universalização do acesso da população às informações, ao
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conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e ao
padrão ético da profissão.”
6. “O psicólogo zelará para que o exercício
profissional seja efetuado com dignidade, evitando situações
em que a psicologia esteja sendo aviltada.”
7. “O psicólogo considerará as relações de poder
nos contextos em que atua e os impactos dessas relações
sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de
forma crítica e em consonância com os demais princípios
deste Código.”
Portanto, dado o caráter dinâmico da psicologia como
profissão, se faz vital ter como norte o cumprimento de tais princípios
para a prática responsável se fazer presente.
Para a fiscalização do cumprimento dessas normas existem os
Conselhos de Psicologia. Os Conselhos Regionais e o Federal são
autarquias, ou seja, realizam funções que lhes são atribuídas pelo
Estado brasileiro. Ele se destina a orientar, disciplinar e fiscalizar o
exercício da profissão de psicólogo, e realizam, entre outras
atividades, as funções de expedir resoluções necessárias ao
cumprimento das leis em vigor, de funciona como tribunal superior de
ética profissional e de zelar pelo exercício da profissão, orientando,
disciplinando e fiscalizando (BRASIL, 1971).
Os Conselhos atuam orientando a profissão por meio de
resoluções, do Código de Ética profissional e do Código de
Processamento Disciplinar. O Conselho Federal de Psicologia (CFP)
é uma autarquia de direito público com autonomia administrativa e
financeira. Suas atribuições e práticas são revistas pela Lei n° 5.766
de 20 de dezembro de 1971, que são:
1. Elaborar seu regimento e aprovar os regimentos
organizados pelos Conselhos Regionais;
2. Orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão do
psicólogo;
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3. Expedir as resoluções necessárias ao cumprimento das leis
em vigor e das que venham a modificar as atribuições e competência
dos profissionais de psicologia;
4. Definir nos termos legais o limite de competência do
exercício profissional, conforme os cursos realizados ou provas de
especialização prestadas em escolas ou institutos profissionais
reconhecidos;
5. Elaborar e aprovar o Código de ética profissional do
psicólogo;
6. Funcionar como tribunal superior de ética profissional;
7. Servir de órgão consultivo em matéria de psicologia;
8. Julgar em última instância os recursos das deliberações dos
Conselhos Regionais;
9. Publicar, anualmente, o relatório de seu trabalho e a relação
de todos os psicólogos registados;
10.Expedir resoluções e instruções necessárias ao bom
funcionamento do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais,
inclusive no que tange ao procedimento eleitoral respectivo;
11. Aprovar as anuidades e demais contribuições a serem
pagas pelos psicólogos;
12. Fixar a composição dos Conselhos Regionais,
organizando-os à sua semelhança e promovendo a instalação de
tantos Conselhos quantos forem julgados necessários, determinando
suas sedes e zonas de jurisdição;
13. Propor ao Poder competente alterações da legislação
relativa ao exercício da profissão do psicólogo;
14. Promover a intervenção nos Conselhos Regionais, na
hipótese de sua insolvência;
15. Dentro dos prazos regimentais, elaborar a proposta
orçamentária anual a ser apreciada pela Assembleia dos Delegados
Regionais, fixar os critérios para a elaboração das propostas
orçamentária regionais e aprovar os orçamentos dos Conselhos
Regionais;
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16. Elaborar a prestação de contas e encaminhá-la ao Tribunal
de Contas.
Dentro do Conselho há a Comissão de Orientação e Ética, que
fiscaliza e orienta os psicólogos acerca de sua prática profissional, e
a Comissão de Orientação e Fiscalização, órgão responsável por
receber as denúncias relativas a práticas impróprias da profissão.
Os Conselhos Regionais de Psicologia são autarquias de
direito público com a finalidade de orientar, disciplinar, fiscalizar e
regulamentar o exercício da profissão de psicólogo em âmbito
regional. Os Conselhos Regionais atuam em quatro vertentes:
Política, de Regulamentação, de Orientação e Fiscalização, da
Formação e Aperfeiçoamento do Psicólogo.
Com base no Código de Ética e recomendações da parte dos
Conselhos, o profissional de psicologia possui um norte e respalda
sua prática em uma prestação de serviço ética e padronizada.
Dentro de sua atuação profissional, o psicólogo elabora
documentos exclusivos oriundos de seu trabalho, cada um com sua
particularidade e finalidade bem estabelecida. Tais documentos
obedecem às regras estabelecidas pelo Código de Ética do Psicólogo
e pela Resolução CFP n° 06/2019. Os documentos psicológicos são
classificados em:
Declaração: simples, não condicionada à avaliação
psicológica, de caráter informativo. Deve possuir na sua estrutura:
título, nome da pessoa atendida, finalidade, informações gerais sobe
locais e horários, finalizado com carimbo e assinatura;
Atestado Psicológico: oriundo de um processo de avaliação
psicológica, com a finalidade de analisar determinada situação ou
diagnóstico psicológico. Possui na sua estrutura: título, nome da
pessoa ou instituição atendida, nome do solicitante, finalidade,
descrição psicológica de acordo com as normas técnicas vigentes,
encerramento com assinatura e carimbo do profissional;
Relatório Psicológico: possui o objetivo de apresentar os
procedimentos e conclusões de um processo da avaliação
psicológica, relatar encaminhamento, diagnóstico e evolução do caso.
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Apresenta em sua estrutura: título, descrição da demanda,
procedimento, análise, conclusão;
Relatório Multiprofissional: É resultado da atuação do
psicólogo em meios multidisciplinares. Deve sempre obedecer às
diretrizes de sigilo propostos pelo Código de Ética, podendo também
ser produzido em conjunto com profissionais de diferentes áreas.
Deve conter em sua estrutura: identificação, descrição da demanda,
procedimento, análise, conclusão;
Laudo Psicológico: É o documento decorrente da avaliação
psicológica. Diferente do relatório, é de caráter específico e
diferencial. Possui em sua estrutura: identificação, descrição da
demanda, procedimento, análise, conclusão, referências;
Parecer psicológico: Não é condicionado a uma avaliação
psicológica. Tem como objetivo apresenta uma análise técnica que
forneça uma resposta a uma demanda psicológica. Conta com uma
estrutura: Identificação, exposição dos motivos, análise, conclusão.
Em conclusão, em frente aos frequentes desafios éticos-
profissionais enfrentados pelo profissional da Psicologia, os
Conselhos (CFP e CRPs), o Código de ética Profissional do Psicólogo
oriundo deles, assim como a padronização dos documentos
psicológicos, se mostram como ferramentas fundamentais que poiam
a boa prática da profissão do psicólogo.
Visita Técnica
No dia 17 de março de 2025, realizou-se a visita técnica às
instalações do SEP (Serviço Escola de Psicologia) da Faculdade
Estácio de Sá, localizada no bloco G do campus Constantino Nery,
conduzida pelo professor Bruno Reis de Queiroz, orientador da
disciplina de Estágio Básico II. Antes de adentrar o espaço específico
do SEP, foi-nos mostrado que o espaço onde é praticado o serviço
escola de psicologia é compartilhado por outros cursos que ali
também exercem suas atividades, como o NPJ (Núcleo de Práticas
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Jurídicas) concernente ao curso de Direito, e outros cursos como
Fisioterapia e Enfermagem.
Após isso, iniciou-se a visita no espaço da recepção, onde se
está disponível a todos para consulta tanto a certidão de autorização
para a prática do serviço psicológico concedida pelo CRP-AM ao
local, assim como o regulamento próprio do SEP. Em seguida,
adentramos a sala de coordenação, onde além de ser o lugar onde os
alunos tratam as demandas administrativas e pedagógicas com a
coordenação do curso, é onde são armazenados os testes
psicológicos utilizados no local, testes na sua maioria do tipo
psicométrico e projetivo, segundo o professor orientador da visita.
Depois, fomos à sala de arquivo, que possui a finalidade de abrigar
os prontuários arquivados dos pacientes atendidos no SEP, assim
como os relatórios de estágio dos estudantes de psicologia. Ali, o
professor esclareceu acerca do tempo de retenção dos relatórios por
parte da universidade, além de toda a segurança em relação aos
prontuários como um dos aspectos mais importantes do exercício da
profissão do psicólogo, que é a confidencialidade dos dados dos
pacientes.
Na sequência, foi-nos apresentada a sala de estagiários, onde
os alunos executam alguns atendimentos, além de fazer estudos de
caso e reunião com outros estagiários. A estrutura da sala possui um
computador para a realização de pesquisas, além de ser um ambiente
propício para o estudo por ser mais reservado e sem janelas. Depois,
fomos à sala de supervisores, onde ocorre propriamente a interação
entre os alunos. Lá, são conduzidas as reuniões do coordenador com
estudantes estagiários de diferentes áreas de atuação, e que em sua
maioria são coletivas, tratando de temas concernentes a diversas
áreas de atuação da psicologia.
Logo depois, foram visitadas as salas de atendimento: o lugar
possui 7 salas, 5 destinadas ao atendimento individual, 1 para
atendimento em grupo e 1 para atendimento infantil. A sala de
atendimento 1 (sala individual) possui câmera, com o objetivo de
observação por parte dos estagiários dos atendimentos conduzidos
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ali. Foi apontado pelo professor que em outros espaços de psicologia
essa sala de atendimento observado pode contar com vidro
espelhado ao invés da câmera, dependendo da preferência da
organização. Em relação à sua estrutura, é necessário ressaltar a sua
versatilidade para a aplicação de diferentes abordagens psicológicas,
possuindo mesas e cadeiras, além de uma poltrona. Além disso, cada
uma das 7 salas possui um quadro de uma virtude capital,
contribuindo para a formação de um local propício para alcançar os
objetivos desejados tanto pelo cliente/paciente quanto pelo
profissional.
Em seguida, fomos à sala direcionada ao atendimento infantil,
que possuía diversos materiais lúdicos para serem trabalhados, como
brinquedos, quebra-cabeças, além de uma pia para limpeza de
instrumentos como massa de modelar e tinta, além de eventuais
emergências que podem vir a acontecer. Nesse momento foi relatado
pelo professor que os pacientes atendidos no SEP, tanto criança
quanto adulto, se caracterizam como casos leves, com a finalidade de
preservar os estudantes estagiários de demandas que eles não
tenham a capacidade de cumprir, e visando primariamente o
enriquecimento de sua bagagem profissional. Também foi
brevemente discorrido pelo professor os desafios do atendimento
psicológico infantil, a extrema importância de estabelecer um vínculo
de confiança com a criança e adolescente, além da manutenção da
distância profissional para o bom andamento do atendimento.
Por fim, foi visitado a sala de atendimento em grupo, onde são
conduzidos atendimentos de pacientes com as mesmas demandas,
forma essa a mais viável e eficiente para os atendimentos públicos,
devido à alta procura do serviço e a quantitativamente baixa oferta de
profissionais nesse contexto específico de saúde pública. Foi
pontuado pelo professor a importância de realizar uma eficaz triagem
antes de formar os grupos que serão trabalhados, pois caso não o
seja, poderá culminar no oposto do objetivo do atendimento, que é o
reforço ou até o aparecimento de novas desordens psicológicas nos
clientes/pacientes trabalhados. Também foi pontuado que as equipes
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de trabalho desse tipo de atendimento naturalmente são maiores, por
conta de o trabalho requerido (intervenções) ser maior e necessitar
de mais apoio do que os outros tipos de atendimento.
A visita técnica ao Serviço Escola de Psicologia se mostrou
bastante proveitosa, esclarecendo na prática diversas dúvidas sobre
a confidencialidade dos documentos psicológicos, a estrutura ideal de
uma sala de atendimento, os materiais necessários para a sua
realização, seus desafios e particularidades, enriquecendo bastante o
conhecimento acadêmico dos alunos que dela participaram.
Também foi-se realizado no período de estágio a confeccção
do presente relatório, contando com todas as atividades
desenvolvidas durante o período de formação proposta, além da
participação de eventos e palestras realizados dentro da própria
instituição de ensino.
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CONCLUSÃO
Acredito que a obrigatoriedade de realização do estágio em
Psicologia para minha formação profissional é parte essencial para
que eu exerça minha prática profissional de maneira correta, sempre
respaldado pelo Conselho representante da classe e exercendo
minha prática de maneira ética e humanizada, uma vez que os
estágios, tanto iniciais quanto o intermediário e finais, focam sempre
no aperfeiçoamento da prática psicológica, quer fornecendo
conhecimento teórico, quer propiciando oportunidades de colocar
esses conhecimentos em prática.
Em conclusão, considero a experiência vivida muito benéfica
para minha vida acadêmica, pois apesar de não termos tido visitas
acadêmicas, graças à abundância de exemplos e explicações dados
pelo professor a fim de elucidar dúvidas durante as supervisões
acadêmicas sobre os aspectos estudados (em relação ao Código de
Ética Profissional do Psicólogo, Lei do Estágio e elaboração de
documentos psicológicos), fez com que esse período fosse de grande
aprendizado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio
de estudantes. Brasília: Presidência da República, 2008.
BRASIL. Lei n° 5.766, de 20 de dezembro de 1971. Dispõe da criação do
Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia. Brasília, 1971.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara
de Educação Superior. Resolução nº 5, de 15 de março de 2011. Institui
as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em
Psicologia, estabelecendo normas para o projeto pedagógico complementar
para a Formação de Professores de Psicologia. Brasília, DF: Ministério da
Educação, 2011.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Código de Ética
Profissional do psicólogo. Brasília, DF: CFP, 2005.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Código de
Processamento Disciplinar. Brasília, 2019.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP n°
06/2019. Institui regras para a elaboração de documentos escritos
produzidos pelo(a) psicólogo(a) no exercício profissional e revoga a
Resolução CFP n°07/2003 e a Resolução CFP n°04/2019. Brasília, 2019.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução CFP n° 10/05.
Aprova o Código de Ética Profissional dos psicólogos. Brasília, 2005.
PASSOS, E. Ética e Psicologia: teoria e prática. São Paulo, SP: Vetor,
2007.
ZANELLI, J. C.; BASTOS, A. V. B.; BORGES-ANDRADE, J. E. (Org.)
Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed,
2004.
22
APÊNDICE