Paleontologia: entenda o que é e qual é a sua importância
09/02/2022
Para muitos, a palavra Paleontologia remete à descoberta de dinossauros e grandes
feras do passado distante. Mas esse campo da ciência é muito mais que isso. Ele engloba
o estudo de todos os seres vivos que já viveram no planeta.
Além dos grandes répteis, existem paleontólogos interessados na descoberta de peixes,
mamíferos, anfíbios, aves ou até animais mais simples, como esponjas do mar. Vegetais,
fungos e bactérias também são de interesse desses pesquisadores.
Mesmo vestígios da existência de vida são objetos de estudo nesse campo, como ovos
de dinossauros, fezes de animais e até pegadas. De acordo com o organismo estudado,
a paleontologia subdivide-se em outras áreas. São elas:
Paleozoologia — preocupada com o estudo de animais.
Paleobotânica — envolvida com a pesquisa de plantas e vegetais.
Paleobiogeografia — disciplina que relaciona a vida às condições geográficas do
passado, muito diferentes das atuais.
Paleocologia — analisa as relações ecológicas das espécies extintas.
Paleoetologia — inclui os cientistas ocupados em descobrir o comportamento dos seres
vivos do passado.
A Paleontologia surgiu na interface entre duas grandes áreas da ciência: a biologia — o
estudo da vida — e a geologia — interessada na Terra. Dessa forma, ela consegue
explicar como as espécies evoluíram ao longo da história do planeta.
Esse campo de pesquisa também tem importância econômica. Os pesquisadores da área
ajudam na descoberta de reserva de combustíveis, como o petróleo, o gás natural e o
carvão mineral.
Além disso, descobertas de fósseis geram investimentos na preservação de ambientes
naturais e servem para a criação e manutenção do acervo de museus de história natural,
que contribuem muito para o setor de turismo.
Formação dos fósseis
As descobertas da Paleontologia são feitas por meio de fósseis. A definição varia, mas
basicamente se tratam de vestígios de seres vivos do passado que passam pelo processo
de fossilização.
Se, após a morte, o organismo não sofrer decomposição, ele tem algumas chances de
ser fossilizado. Para isso, é comum que o corpo seja soterrado ou congelado, por
exemplo, já que o acesso de seres decompositores é mais difícil em um ambiente sem
ar.
Durante os séculos seguintes, pouco a pouco todo o material orgânico desse corpo é
substituído por compostos inorgânicos. Isso é o caso, por exemplo, das ossadas de
dinossauro, que se tornam, literalmente, pedras.
Conservação
Você consegue imaginar o quanto é difícil topar com um material desses atualmente?
Por isso os fósseis têm um grande valor. Muitas vezes são vendidos para colecionadores
e museus a preços altíssimos, e alguns são únicos e de valor inestimável.
Isso porque nem todas as espécies que já existiram deixaram fósseis. De algumas
restaram apenas um único registro que chegou aos dias atuais e quase sempre esse
vestígio é algo tão pequeno quanto um dente ou uma unha.
Mais improvável ainda é encontrar fósseis completos e bem conservados,
principalmente de grandes animais. Geralmente as partes duras são as mais bem
preservadas — os ossos, por exemplo.
Mais raramente se encontram partes moles. Nesses casos, condições ambientais
extremas são necessárias, como o congelamento completo. Os diferentes estados de
conservação em que um fóssil pode ser encontrado são:
Conservação total: feita por âmbar — como o mosquito do filme Jurassic Park — ou
mumificação.
Conservação parcial.
Conservação com adição de material, incrustação, incarbonização, silicificações etc.
Existem também os chamados icnofósseis, ou vestígios fósseis. Nessa classe de material
estão incluídos os sinais de vida deixados pelos seres do passado. As pegadas ou as fezes
fossilizadas — chamadas de coprólitos — são bons exemplos.
Sítios Paleontológicos
Ao longo da história, alguns lugares do planeta tiveram condições excelentes para
formação de fósseis e hoje estão repletos deles. Por isso são conhecidos agora como
sítios paleontológicos.
A abundância do material raro nessas regiões já explica o valor inestimável delas. Por
isso, é muito importante decretar a conservação desses espaços. O Brasil tem alguns dos
sítios paleontológicos mais importantes do mundo. São alguns exemplos:
Sítios Paleontológicos de Santa Maria — Rio Grande do Sul
Floresta Fóssil de Teresina — Piauí
Sítio paleontológico Peirópolis e Serra da Galga — Minas Gerais
Monumento Natural Vale dos Dinossauros — Paraíba
Bacia de Fonseca — Minas Gerais
Varvito de Itu — São Paulo
O mundo que hoje conhecemos é o resultado de milhões de anos de evolução. Sabendo
que o passado é a chave do presente, o conhecimento dos seres vivos antigos nos ajuda
a entender as dinâmicas da vida atual.
A Paleontologia é a porta para resgatar essas informações do passado esquecido e
compreender a nossa história evolutiva. Por meio dessa área que podemos entender
melhor como a vida surge e desaparece do planeta.
Infelizmente, nas grades curriculares de ciências e biologia do Brasil, essa matéria ainda
é pouco explorada. Mas, talvez ela possa ser cada dia mais valorizada no país, por meio
da popularização do assunto atraída pela curiosidade que os dinossauros e fósseis
despertam.