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1 Parte Ensino de Português 1ºano

Compilação das escolas da psicologia

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FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS

Departamento de Línguas
Curso: Ensino de Português

Disciplina: Psicologia Geral

Tema: Estruturalismo

Discentes:
Celma Deisy Alexandre Novela
Fabião Arlindo Tembe
Ilda Sara Carlos Machava
Mione José Mahone

Docente‫ ׃‬Alexandra Simbine

Maputo,2025
índice
Introdução

Neste presente trabalho, abordaremos sobre uma das escolas de pensamento da


Psicologia, o Estruturalismo. O Estruturalismo auxiliou no desenvolvimento da
Psicologia científica. O grupo abordará sobre o surgimento do Estruturalismo, precursor,
objecto e método de estudo, críticas e contribuições do Estruturalismo para a Psicologia.
Objectivo geral

Explicar como o Estruturalismo influenciou no desenvolvimento da Psicologia científica.

Objectivos específicos

➢ Definir o Estruturalismo, objecto e métodos usados;


➢ Descrever as contribuições que esta escola trouxe para a Psicologia;
➢ Fazer entender o porquê das críticas e pouca adesão em relação às escolas que a
sucederam.
ESTRUTURALISMO

O SURGIMENTO DA PSICOLOGIA

A psicologia surge como ramo de uma outra ciência , a filosofia, esta que é considerada
a mãe de todas as ciências.

A psicologia começa a ganhar autonomia por vários aspectos, dentre eles a curiosidade
de certos cosmólogos em perceber questões voltadas ao misticismo e actividades de
pessoas e eventos , abrangendo vários aspectos como sonhos, vida materialista, reações
impulsivas e as interessantes peculiaridades do comportamento. Esses aspectos já foram
contribuindo para o distanciamento da psicologia em relação a filosofia que seguia um
pensamento um pouco distinto. As pesquisas feitas por alguns filósofos da época como
Platão ao desenvolver o chamado Dualismo platónico e seus seguidores que vieram a
trazer acréscimos no que diz respeito ao estudo da alma foram dando lugar ao surgimento
da Psicologia.

A Psicologia se torna ciência ao se libertar da Filosofia, e atrai novos pesquisadores, que


, sob os novos padrões de produção de conhecimento passam a definir seu objecto e
campo de estudo , formular o método de estudo e teorias .

O SURGIMENTO DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA

A Psicologia surge como ciência em (1879) na Alemanha em Leipzig, com a invenção do


primeiro laboratório de psicologia. Seu precursor foi Wilhelm Wundt (1832- 1920), este
que foi um médico filósofo e psicólogo alemão.

Foi nesse laboratório onde os primeiros psicólogos profissionais adquiriram as


competências do trabalho experimental para estudar a mente.

O termo Psicologia surge do termo grego “Psique” e “logos” que significa alma e doutrina
respectivamente.
Objecto e métodos doe estudo

Seu objecto de estudo é o comportamento e os processos mentais. O principal método de


estudo é o método introspectivo.

Escolas de pensamento

No desenvolvimento da psicologia científica, os psicólogos começaram a rejeitar os


diferentes métodos e abordagens baseadas em especulações e tentaram fornecer base
científica para o assunto. Nesta senda surgiram diferentes escolas de pensamento.

As principais escolas de pensamento da época são:

Estruturalismo

Funcionalismo

Behaviorismo

Psicologia de Gestalt

Psicanálise

Cada uma dessas escolas teve seus precursores que abordavam sobre assuntos
importantes da psicologia.

ESTRUTURALISMO

O Estruturalismo estava centrado no estudo das experiências conscientes, estrutura do


cérebro e sistema nervoso que são responsáveis por tais experiências.

Dentre os estruturalistas quem mais se destacou foi Edward Titchner (1867- 1927),
psicólogo estruturalista britânico que estudou em Leipzig com o seu mestre e precursor
da Psicologia Wundt. Ele considerava a Psicologia como uma ciência da Consciência.

O Estruturalismo procurou analisar os 3 elementos básicos da consciência que seriam


sensações, sentimentos e imagens, tendo desta forma feito um estudo sistemático da
mente, analisando sua estrutura e portanto foi designado de Estruturalismo.
As análises no Estruturalismo, eram feitas com base em estímulos, aos quais os treinados
eram expostos pós-treinamento, tendo resultados que viriam a servir como ferramenta de
estudo .

Objecto de estudo do Estruturalismo

O objecto de estudo do Estruturalismo são as estruturas básicas que determinam certos


comportamentos e manifestações dos seres humanos.

O Estruturalismo tinha um grande enfoque em entender como estruturas básicas da mente


humana influenciam em questões mais complexas do cérebro humano, tendo
desenvolvido estudos sobre a consciência e outros aspectos.

Métodos usados

O método usado foi o introspectivo, que consiste em fazer auto análises , isto é “o olhar
para dentro de si”, de maneira a desbravar as várias questões complexas da mente.

Principais fundamentos do Estruturalismo

O enfoque nas estruturas

O Estruturalismo tinha como base a análise das estruturas que são sistemas de relações
entre elementos, ao invés de fazer análises isoladas.

Relação entre as partes

As partes de um sistema estão relacionadas, deste modo não se pode estudar uma parte
de forma particular.

Universais Culturais
Os universais culturais dizem respeito às estruturas que todos tem, sem olhar para
aspectos culturais, geográficos ou contextuais. Deste modo, trata-se das estruturas que se
manifestam de modo a influenciar o comportamento de todos indivíduos.

Oposição Binária

O Estruturalismo analisa as oposições binárias, ou seja, conceitos contrários como,


tristeza/alegria, que auxiliam para revelar as estruturas subentendidas de um sistema.

Linguagem como modelo

Através da linguagem é possível compreender a outras estruturas, devido a sua natureza


.

Significado através da relação

O significado não reside nos elementos em si, mas nas relações existentes entre eles tanto
no que concerne a línguas como também em outros sistemas culturais.

Abstração e formalização

O Estruturalismo busca fazer a identificação de elementos abstractos e universais, muitas


vezes com recurso a modelos formais com vista a representar as estruturas.

Críticas ao Estruturalismo

O Estruturalismo teve seus apoiantes, como também seus críticos.

As críticas ao Estruturalismo tinham a ver com a sua tendência a ignorar o contexto


histórico e a individualidade do ser humano, isto é, pessoas diferentes têm reacções
diferentes, fora a ter sido acusado de ter um carácter determinista. Também tinha uma
certa dificuldade em estudar processos mentais complexos.

Outro aspecto problemático, é o facto de o método introspectivo não poder ser aplicado
a crianças e animais,e o Estruturalismo não desenvolver temas como aprendizagem,
desenvolvimento, personalidade e distúrbios mentais, afinal de contas, como uma criança,
ou animais que são seres irracionais poderiam ter um olhar introspectivo de forma a
identificar as estruturas básicas que influenciam seus comportamentos mais complexos?
Essa era de facto uma grande limitação.

Principais contribuições do Estruturalismo

Essa escola teve a introspecção como base para investigar a experiência consciente, que
veio a subdividir em sensações , imagens e estados afectivos. Contribuiu bastante na
psicologia ao focar na análise da estrutura mental e da consciência, buscando revelar seus
elementos básicos e como eles se combinam. Contribuiu ainda , para o estabelecimento
da psicologia como ciência (ao utilizar os métodos experimental e introspectivo),
identificando os elementos da consciência ( decompondo a mente em seus elementos
básicos) desenvolvendo a introspecção como método e com a influência em outras
abordagens (como ao auxiliar no desenvolvimento de outras escolas de pensamento,
como o Funcionalismo e Psicanálise que foram de extrema importância na Psicologia).

Observando essas contribuições, fica clara a importância do Estruturalismo para o


desenvolvimento das abordagens na Psicologia. As abordagens estruturalistas,
permitiram estudos mais elaborados, partindo do geral para o particular.
Conclusão

Findado o trabalho, o grupo pode concluir que o Estruturalismo serviu como base, na
emancipação da Psicologia, visto que foi a primeira das escolas de pensamento no estudo
da mente e comportamento humano a luz da Psicologia e mesmo não tendo perdurado
por muito tempo, foi de extrema importância ao fazer análises aprofundadas baseadas no
método introspectivo, permitindo que o Homem compreendesse a sua consciência.
Referências bibliográficas

Bock, A., M., B., Furtado, O., Teixeira, M., L., T. (1999). Psicologias Uma Introdução
ao Estudo da Psicologia.( 13 ed. ). Saraiva
FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS

Curso: Ensino de Português

Disciplina: Psicologia Geral

Tema: Funcionalismo

Discentes:
Amélia Sérgio Nhassengo
Iderson Raimundo Zimba
Keila Verónica Vilanculos
Maria Marta Zacarias

Docente‫ ׃‬Alexandra Simbine

Agosto, 2025
Índice

1. Introdução.……………………….………………….……………………………………1

1.1 Objectivos…………………...………………...………………………………………2

1.1.1 Objectivo geral……………………….…….….……………………………………2

1.1.2 Objectivos específicos..….…………………….……………………………………2

1.1.3 Metodologia de pesquisa ………………………………….……………………..…2

2. Funcionalismo……………..………..………………………………………………………3

2.1 Percursor….………………………………………….…………..…………………..……3

2.2 Objecto de estudo………...…………………………………….……………………….…3

2.3 Métodos aplicados……………...……………………………….…………………………4

2.3.1 Método da introspeção………………………………………………………..…….4

2.3.2 Observação comportamental natural………………………………………………..4

2.3.3 Estudos comparativos entre os seres humanos e os animais….….……………..…..4

2.4 Fundamentos ou pressupostos do funcionalismo………………………………………….4

2.4.1 A consciência é um fluxo contínuo………………………………………….….…..4

2.4.2 Importância das diferenças individuais……………………………………..………5

2.4.3 A psicologia deve estudar todos os comportamentos………..……………………...5

2.5 Criticas ao funcionalismo…………………………………………………..………….…..5

2.5.1 Falta de rigor científico……………..………………………………………………5

2.5.2 Conceitos vagos e mal definidos………………..………………………………… 5

2.5.3 Foco excessivo na consciência…….……….……………………………………….5

2.5.4 Falta de unidade teórica……………………..………………………………………6

2.5.5 Redução excessiva da mente a adaptação…………………..………………………6

2.6 As contribuições do funcionalismo para a psicologia ………………………………….…6


2.6.1 lançou as bases da psicologia aplicada…………………..………………………….6

2.6.2 Influenciou o surgimento do behaviorismo ………………………………………...6

2.6.3 Contribuiu para o estudo das diferenças individuais ……………………………….6

2.6.4 Valorizou a relação entre a mente e o ambiente …..………………………………..6

2.6.5 Introduziu o estudo comparativo entre humanos e animais..……………………….7

2.6.6 Promoveu o estudo funcional da consciência.…….………………………………..7

2.6.7 Ajudou a institucionalizar a psicologia….…………………………………………7

3. Conclusão …………………………………………………………………………………..8

4. Referências bibliográficas……………………………..……………………………………9
1

Introdução

O Funcionalismo é uma das correntes fundadoras da Psicologia científica que surgiu nos
Estados Unidos no final do século XIX. O presente trabalho visa compreender a corrente
funcionalista, explicando como as suas ideias influenciaram em várias áreas da psicologia e
ajudaram a construir a base para a psicologia moderna.
2

1.1Objectivos

1.1.1 Objetivo geral

Compreender o funcionalismo.

1.1.2 Objetivos específicos

Definir funcionalismo;

Descrever o seu objeto de estudo;

Analisar as principais críticas e contribuições.

1.1.3 Metodologia de pesquisa

O presente trabalho foi elaborado através de pesquisas bibliográficas, com consulta a livros
de referência na área da história da psicologia. Foram utilizadas fontes primárias e
secundárias, priorizando materiais atualizados e credibilidade reconhecida.
3

2.1. Funcionalismo

O Funcionalismo foi uma corrente da psicologia que estudava a função da mente e o


comportamento humano. O seu foco era perceber como os processos mentais operam na
prática, para ajudar o indivíduo a adaptar-se e a sobreviver.

Ele surge no século XIX em oposição ao Estruturalismo, (Schultz,2006).

2.2.Percursor

Segundo Móris & Amisto (2004,p.10) um dos primeiros académicos a desafiar o


estruturalismo foi o Norte–Americano , William James ,que fundou a base teórica ao estudar
as funções praticas dos processos mentais, nascendo assim o Funcionalismo. Considerado o
pai da psicologia Americana, foi o primeiro a propor que a mesma deveria estudar como e
porquê a mente funciona, ao invés de estudar apenas o que ela é.

2.2. Objecto de estudo

Schultz (2019, p.145) refere que em seu primeiro livro ʺprincípios da psicologiaʺ, William
James alega que a psicologia não tem como meta a descoberta dos elementos da experiência,
como defendia o estruturalismo, mas sim o estudo sob a adaptação dos seres humanos ao
meio ambiente e que a função da nossa mente é guiar nos aos fins necessários para a
sobrevivência. Afirmando assim, que o funcionalismo estudava a função da mente e o
comportamento humano.

Os principais temas de estudo incluíam ‫׃‬

Emoção‫ ׃‬William James estudava as emoções porque queria contrair a ideia dominante na
época que dizia que primeiro sentíamos a emoção e depois ocorria a reação física, para
James, era ao contrário , primeiro aconteciam as mudanças corporais ( como batimentos
cardíacos acelerados, respiração ofegante e tensão muscular ) e depois surgia a emoção.

Hábitos‫ ׃‬estudava os hábitos porque via neles um papel essencial na vida social e individual,
para James, o hábito resultava da repetição de ações, que modificava a plasticidade do
sistema nervoso, tornando a ação mais fácil e automática no futuro.

O funcionalismo estudava esses temas porque acreditava que todos os processos mentais
tinham uma função útil para a vida do individuo e via a mente como um instrumento de
sobrevivência.
4

2.3.Métodos aplicados

2.3.1. Método da introspeção

De acordo com Schultz (2019,p.147-148) uma vez que a psicologia lida com a consciência
pessoal e imediata, William James identificou a introspeção como o método básico, e dizia
que é o método em que se deve confiar sempre e em primeiro lugar.

Neste método, o individuo observa e relata as suas próprias experiências mentais, emoções e
pensamentos, não se preocupava em analisar os elementos básicos da consciência, mas sim as
funções desses processos mentais.

2.3.2. Observação comportamental natural

Esta abordagem permitia compreender como as pessoas se adaptam ao ambiente, em


contextos naturais (fora do laboratório).

2.3.3. Estudos comparativos entre os seres humanos e os animais

Este método estudava semelhanças e diferenças nos comportamentos dos seres humanos e de
espécies animais e visava compreender a função evolutiva dos processos mentais, como o
instinto, a aprendizagem e as memórias.

2.4. Fundamentos ou pressupostos do funcionalismo

O funcionalismo, como escola psicológica foi fortemente influenciado por duas grandes
correntes de pensamento do século XIX ‫׃‬

A teoria de evolução de Charles Darwin, que valorizava a adaptação dos organismos do


meio ambiente ‫ ׃‬Um dos principais pressupostos é que a mente existe para ajudar o
organismo a adaptar-se ao ambiente. Esta ideia foi inspirada na evolução natural, que mostra
que os organismos desenvolvem características úteis para a sobrevivência.

A filosofia pragmática americana, que priorizava o valor prático e funcional do


conhecimento‫ ׃‬a psicologia deve estudar o como e o porquê do comportamento. Ao
contrario do estruturalismo que se preocupava com o quê da consciência.

A partir dessas influências o funcionalismo construiu os seus fundamentos teóricos ou


pressupostos básicos ‫׃‬

2.4.1. A consciência é um fluxo contínuo


5

William James introduziu o conceito de fluxo de consciência, ele diz que a consciência não
pode ser dividida em partes fixas ou isoladas. Ela é um processo contínuo e dinâmico, em
constante mudança que se adapta as exigências do ambiente.

2.4.2. Importância das diferenças individuais

Cada pessoa pensa, sente e reage de maneira própria. Essas diferenças têm valor adaptativo e
devem ser compreendidas pela psicologia.

2.4.3. A psicologia deve estudar todos os comportamentos

Para o funcionalismo, qualquer comportamento tem um valor funcional que merece ser
estudado, isso inclui comportamentos normais, anormais, conscientes e inconscientes,
humanos e animais.

2.5. Críticas ao funcionalismo

2.5.1.Falta de rigor científico

O funcionalismo era visto como pouco objectivo, ele utilizava métodos pouco controlados e
subjectivos, como a introspecção e a observação natural. Não havia padronização clara dos
procedimentos, e isso levou muitos a considerar o funcionalismo pouco científico.

2.5.2 Conceitos vagos e mal definidos

Função da consciência ;

Adaptação mental ;

Fluxo da mente.

Esses conceitos não tinham delimitações claras, o que dificultava a sua definição operacional
e estudos científicos.

2.5.3 Foco excessivo na consciência

Os funcionalistas focavam-se nos estudos mentais conscientes, isso limitava o estudo do


inconsciente, que mais tarde seria aprofundado pela psicanálise, também ignoravam em parte,
os comportamentos observáveis e automáticos que o Behaviorismo viria a considerar
fundamental.

2.5.4 Falta de unidade teórica


6

O funcionalismo era mais uma orientação geral do que uma teoria estruturada. Havia uma
diferença entre os próprios autores funcionalistas, não havia um conjunto fixo de princípios,
regras ou métodos.

2.5.5 Redução excessiva da mente a adaptação

Embora o funcionalismo tenha inovado ao estudar a mente em função da adaptação ao


ambiente, alguns críticos consideram essa visão demasiado reducionista. Nem todos os
pensamentos e comportamentos humanos têm explicação adaptativa, a criatividade, a arte, os
sonhos, os traumas, não se explicam apenas por mecanismos de adaptação.

2.6. As contribuições do funcionalismo para a psicologia

Apesar das críticas que recebeu, o funcionalismo foi uma escola pioneira que influenciou
profundamente o rumo da psicologia‫׃‬

2.6.1 Lançou as bases da psicologia aplicada

Antes do funcionalismo, a psicologia era vista principalmente como uma ciência teórica e de
laboratório. O funcionalismo foi o primeiro a defender que a psicologia devia resolver
problemas reais das pessoas e que os conhecimentos sobre a mente e o comportamento
deviam ser aplicados a educação, saúde, trabalho e sociedade.

2.6.2. Influenciou o surgimento do behaviorismo

O funcionalismo deu ênfase a utilidade do comportamento e a necessidade de métodos


influenciando o behaviorismo que rejeitou o estudo da consciência (invisível), propôs o
estudo exclusivo do comportamento observável e mensurável.

2.6.3 Contribuiu para o estudo das diferenças individuais

Os funcionalistas valorizaram o estudo das variações entre indivíduos, como a inteligência, a


memória, a aprendizagem, e o tempo de reação.

Essa preocupação levou ao desenvolvimento de testes psicológicos e ao nascimento da


psicologia diferencial e também ajudou a fundamentar áreas como a psicometria e a
psicologia educacional.

2.6.4 Valorizou a relação entre a mente e o ambiente


7

O funcionalismo entendeu a mente como um sistema que responde ao ambiente, isso levou ao
estudo da adaptação, aprendizagem e ajustamento psicológico.

2.6.5 Introduziu o estudo comparativo entre humanos e animais

Ao aplicar a teoria da evolução de Darwin à psicologia, os funcionalistas começaram a


comparar comportamentos humanos e animais, e a estudar como as funções mentais
evoluíram.

2.6.6 Promoveu o estudo funcional da consciência

Embora criticado, o funcionalismo foi pioneiro ao dizer que a consciência não é feita de
partes isoladas, mas sim de um processo contínuo que serve de funções adaptativas.

Isso influenciou correntes como a psicologia humanista e a cognitiva, que também vê a mente
como um todo em funcionamento.

2.6.7 Ajudou a institucionalizar a psicologia

O funcionalismo permitiu a utilização de outros métodos além do introspectivo, de estudos


com a pesquisa fisiológica, dos testes mentais, dos questionários e da descrição do
comportamento. Em meio a essas contribuições deixou a mais válida, que é a descoberta de
que a psicologia deve ser usada para solucionar problemas práticos (Fernandes,2017).
8

3. Conclusão

O funcionalismo teve um papel fundamental na história da psicologia, foi uma corrente que
procurou entender como a mente e o comportamento ajudam o ser humano a adaptar-se ao
meio ambiente.

Apesar de ter sido criticado por falta de rigor científico, o funcionalismo abriu portas para o
surgimento de outras abordagens e contribuiu para que a psicologia deixasse de ser apenas
uma disciplina teórica.

Mesmo que hoje já não seja uma corrente ativa, o seu legado continua presente em várias
áreas da psicologia contemporânea.
9

4. Referências Bibliográficas

√ Fernandes, E.K. de A.& Rosa, É. O., Vantil, F.V., Silva, F. S. da, santos, G.A. dos, Silva,
J.M. da, Nascimento, L. S. do, & Custódio, P. A. (2017). Funcionalismo [Trabalho
acadêmico, Instituto Federal do Espírito Santo]. Guarapari.

Https‫׃‬//pt.scribd.com/documento/391050858/Funcionalismo-psicologia-pdf

√ Morris, C. G. & Maisto, A. A. (2004). Introdução a psicologia ( 6ª ed.). PERSON.

√ Shultz, P.D.& Shultz,S.E.(2019). História da psiologia moderna. (11ªed).Cengage


Learning.

Https‫׃‬//pt.scribd.com/documento/768643951/historia-Da-psicologia-Moderna-by-duane-P-
Schultz-Sydney-Ellen-Schultz-Priscilla-Rodrigues-Lopes-Traducao-Z-lib-org

√ Shultz.P.D & Shultz,S.E. ( 2006 ). Historia da psicologia moderna .(10ªed). (s.editora)

https ‫׃‬//www.eeacarvalhosonhe.com.br
Faculdade de Letras e Ciências Sociais
Curso de Licenciatura em Ensino de Português

1º Ano
Disciplina: Psicologia Geral

Behaviorismo: Uma Abordagem Científica do Comportamento

Discente:

Ianique Muchanga
Joana Macamo

Lídia Ngoenha

Tânia Machava

Docente: Alexandra Simbine

Maputo, Agosto de 2025


Índice

1. Introdução................................................................................................................................ 2

2. Objectivos................................................................................................................................ 3

2.1. Objectivo Geral: .............................................................................................................. 3

2.2. Objectivos Específicos: ................................................................................................... 3

3. Behaviorismo .......................................................................................................................... 4

3.1. Conceitos ............................................................................................................................. 4

3.2. Historial ............................................................................................................................... 4

3.3. Precursores do Behaviorismo .............................................................................................. 5

3.4. Objecto de estudo do Behaviorismo.................................................................................... 6

3.5. Métodos Aplicados .............................................................................................................. 7

3.6. Pressupostos do Behaviorismo ............................................................................................ 7

3.7. Críticas ao Behaviorismo .................................................................................................... 8

3.8. Contribuições do Behaviorismo para a Psicologia .............................................................. 9

4. Conclusão .............................................................................................................................. 10

5. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 11


1. Introdução

O presente trabalho tem como objectivo apresentar uma análise geral sobre o Behaviorismo,
destacando os seus principais fundamentos, autores, métodos e aplicações. Pretende-se ainda
reflectir sobre as críticas feitas a esta abordagem e a sua relevância para a Psicologia
contemporânea.
2. Objectivos

2.1. Objectivo Geral:

• Analisar o Behaviorismo como uma corrente da Psicologia, destacando os seus


fundamentos teóricos, meto, aplicações, críticas e contribuições para a Psicologia
contemporânea.

2.2. Objectivos Específicos:

• Identificar os principais autores e obras que fundamentam o Behaviorismo;


• Descrever os pressupostos teóricos e metodológicos do Behaviorismo;
• Apresentar as aplicações práticas do Behaviorismo em contextos diversos;
• Discutir as críticas dirigidas à abordagem behaviorista; e
• Avaliar as contribuições do Behaviorismo para o desenvolvimento da psicologia.
3. Behaviorismo

3.1.Conceitos

“Segundo Watson (1913), ‘A psicologia, como o behaviorista a vê, é uma divisão experimental
puramente objectiva da ciência natural’ (p. 158). Nesse sentido, o Behaviorismo se concentra no
estudo do comportamento observável e mensurável, rejeitando a introspecção e a análise da
consciência.

Para os behavioristas, a Psicologia deve ser uma ciência objectiva baseada em observações
empíricas e mediação de comportamentos, tal como às Ciências Naturais.

O Behaviorismo, segundo William M. Baum, é mais do que uma abordagem psicológica é uma
filosofia da ciência do comportamento. Na obra Compreender o Behaviorismo: comportamento,
cultura e evolução. (2006), Baum apresenta uma análise profunda do desenvolvimento histórico
dessa corrente, destacando seus fundamentos filosóficos, avanços teóricos e implicações práticas.
Para ele, entender a história do behaviorismo é essencial para compreender o modo como os
psicólogos passaram a conceber e investigar o comportamento humano e animal.

3.2. Historial

O movimento behaviorista teve início no começo do século XX como uma ruptura com a
psicologia introspectiva. John B. Watson, considerado o “pai” do behaviorismo, foi quem cunhou
o termo e deu início ao paradigma ao propor, em 1913, que a psicologia deveria estudar apenas o
comportamento observável. Para Watson, a mente não era passível de estudo científico, pois seus
conteúdos não podiam ser diretamente acessados ou medidos. Baum destaca esse momento como
a fundação do behaviorismo metodológico, cuja proposta era tornar a psicologia mais objectiva,
tal como as ciências naturais.

Entretanto, William M. Baum vai além de Watson, argumentar que o verdadeiro avanço do
behaviorismo ocorreu com B. F. Skinner, que introduziu o behaviorismo radical. Segundo
Baum, Skinner reformulou o behaviorismo ao incluir eventos privados (como pensamentos e
sentimentos) dentro do escopo da análise do comportamento, desde que tratados como
comportamentos sujeitos às mesmas leis naturais que governam o comportamento observável. Isso
representa um marco importante, pois distingue radicalmente o behaviorismo skinneriano das
abordagens anteriores.
Baum ressalta que Skinner substituiu a ênfase em estímulo-resposta (modelo S-R) por uma
compreensão mais complexa das relações funcionais entre o comportamento e suas consequências.
Através da análise do comportamento operante, Skinner demonstrou como o reforço, a punição
e a extinção moldam o comportamento ao longo do tempo. Esse modelo permitiu a construção de
teorias comportamentais mais precisas e aplicáveis.

A obra de Baum também situa o behaviorismo em um contexto filosófico e evolucionista,


destacando como os princípios do behaviorismo estão alinhados com a teoria da seleção natural.
Para ele, o comportamento evolui por meio de seleção operante, um processo análogo à seleção
natural, onde comportamentos úteis para a sobrevivência são reforçados e mantidos. Assim, Baum
coloca o behaviorismo dentro de uma visão mais ampla que integra *biologia, cultura e
aprendizagem*.

Outro ponto importante abordado por Baum é o papel do contexto cultural. Ele considera que o
comportamento humano não pode ser totalmente compreendido sem considerar as práticas
culturais e as contingências sociais. Para ele, o behaviorismo é não apenas uma ciência do
indivíduo, mas também uma ciência da cultura.

William M. Baum também discute os desafios e críticas enfrentados pelo behaviorismo, como as
acusações de reducionismo e negligência dos aspectos subjectivos da experiência humana. No
entanto, ele defende que muitas dessas críticas decorrem de interpretações errôneas ou
simplificadas da abordagem. Segundo Baum, o behaviorismo não nega a existência da mente ou
dos sentimentos, mas os trata como fenômenos comportamentais passíveis de análise objectiva.

3.3. Precursores do Behaviorismo

O behaviorismo teve três grandes expoentes a destacar: Watson, Skinner e Pavlov. Os três com
suas principais diferenças:

1. Para Ivan Pavlov, a aprendizagem por meio do condicionamento clássico, cita o exemplo
do cão, experiência realizada em seu laboratório de fisiologia.”Pavlov estudou uma série
de reflexos, mas sua pesquisa mais conhecida centrou-se em respostas ao alimento.
Descobriu que quando um estímulo tal como um som, ou uma luz, precede com
regularidade o acto de dar comidas, o comportamento na presença desse estímulo se alerta.
Depois de uma série de paramentos tom-alimento, um cão começa a salivar e a secretar
sucos digestivos no estômago apenas na presença do tom.” (Baum, W.M. 2006 p.78)
2. O principal representante do behaviorismo é o B. F. Skinner, que representa o
Behaviorismo Radical e o Condicionamento Operante. Skinner estudou como as
consequências moldam o comportamento, ele também criou a caixa de Skinner.
3. O behaviorismo foi desenvolvido por John B. Watson no início do século XXI. Para
Watson, o homem é produto do meio. Ele estuda o comportamento entendido como
reacção observável directamente e explicável como resposta do organismo às modificações
ambientais ou a estímulos.

S= Estímulos= modificações de aspectos do meio.

R= Resposta= modificações de aspectos do comportamento.

John B. Watson é considerado o fundador do Behaviorismo. Em 1913, ele publicou o artigo


“Psychology as the Behaviorist Views It”, que é considerado o manifesto do Behaviorismo.

Nesse artigo, Watson argumentou que a psicologia deveria se concentrar no estudo do


comportamento objetivo e observável, em vez de se preocupar com a consciência e a introspecção.
Ele defendeu a ideia de que o comportamento pode ser estudado cientificamente e que os princípios
da aprendizagem e do condicionamento podem ser usados para entender e controlar o
comportamento.

Watson é considerado uma das principais figuras na história da psicologia, e seu trabalho teve um
impacto significativo no desenvolvimento da psicologia behaviorista.

3.4. Objecto de estudo do Behaviorismo

O objecto de estudo do Behaviorismo é o comportamento observável e mensurável, isto é, as


acções que podem ser vistas, medidas e registadas directamente. Os Behavioristas acreditam que
o comportamento é resultado da interação entre o índice o ambiente.

Segundo a obra de Skinner (1974), “Sobre o Behaviorismo”, o objeto de estudo do behaviorismo


é a relação funcional entre o comportamento e o ambiente, destacando o papel das consequências
na modelação das ações.

Segundo a obra de Matos (2008), “Psicologia do comportamento: fundamentos e aplicações”, o


behaviorismo centra-se na análise das interações entre estímulos e respostas, com o objetivo de
prever e controlar o comportamento.
3.5. Métodos Aplicados

(Baum, W.M. 2006), destaca que o Behaviorismo utiliza métodos empíricos e experimentais para
estudar o comportamento. Os principais métodos incluem:

• Observação directa: Os comportamentos são observados em ambientes naturais ou


laboratoriais, com foco nas relações entre estímulo e resposta;
• Condicionamento operante: Método de desenvolvido por Skinner amplamente utilizado.
Baseia-se no reforço (positivo ou negativo) e na punição como formas de aumentar ou
reduzir determinados comportamentos;
• Análise funcional do comportamento: Busca identificar quais estímulos (ou condições)
estão associados ao aparecimento ou a manutenção de um comportamento específico;
• Registo e mensuração objectiva: Todos os dados são registados de forma qualificável,
para garantir na objectividade da análise;
• Condicionamento clássico: Pavlov desenvolveu o conceito de condicionamento clássico,
que envolve a associação entre estímulos neutros e estímulos incondicionais para produzir
respostas condicionadas.

3.6. Pressupostos do Behaviorismo

O Behaviorismo enquanto corrente da Psicologia, possui como base teórica um conjunto de


pressupostos que definem o seu objecto de estudo.

• Comportamento como objecto de estudo: De acordo com Skinner (1974), o


Behaviorismo defende que o comportamento observável deve ser o principal foco da
Psicologia, por ser acessível à observação e mensuração científica. Assim, excluem-se
explicação baseada em processos mentais internos como causas primárias de
comportamento. “A ciência do comportamento está interessada no que as pessoas fazem,
e não no que sentem ou pensam.”
Baum (2006), em Compreender o Behaviorismo, completamenta que o comportamento
inclui tudo que um organismo faz, e não apenas reacções simples.
• Rejeição ao mentalismo: Skinner crítica o uso de conceitos como “mente”, “emoção”
ou “vontade” como causas do comportamento. Ele propõe que esses termos sejam
substituídos por explicações baseadas em variáveis ambientais. “A explicação mentalista
interrompe a investigação científica.” (Skinner, 1974)
• O comportamento é moldado por consequência: Em “Ciência e Comportamento
Humano”, Skinner (1953) apresenta o condicionamento operante, comportamentos são
selecionados e mantidos por suas consequências.
“Um comportamento que é reforçado tende a ser repetido; um comportamento que não é
reforçado tende a desaparecer.” (Skinner, 1953)
• Selecção por consequências: Baum (2006), explica que o comportamento é moldado
por três níveis de salvação, selecção natural (evolução biológica), selecção operante
(reforço no indivíduo) e selecção cultural (práticas sociais).
“O comportamento, como as espécies, evolui por selecção.” ( Baum, 2006)
• Importância das contingências ambientais: Skinner (1974) e Baum (2006) enfatizam
que o comportamento não é causado internamente, mas determinado pelas contingências
de reforço no ambiente antecedentes, respostas e consequências.

3.7. Críticas ao Behaviorismo

O Behaviorismo, embora tenha sido uma abordagem fundamental para o desenvolvimento da


psicologia como ciência, também recebeu diversas críticas, especialmente por parte de outras
correntes psicológicas. Eis as principais críticas:

1. Negligência da mente e da subjectividade

O Behaviorismo clássico, especialmente o de Watson e Skinner, desconsiderava os


processos mentais internos (emoções, pensamentos, intenções), focando apenas no
comportamento observável. Isso foi criticado por limitar a compreensão do ser humano
como um todo.

2. Redução do ser humano a estímulo e resposta

A abordagem Behaviorista reduzia o comportamento humano a esquemas de estímulo-


resposta, ignorando a factores como a cultura, o inconsciente, livre-arbítrio e a
individualidade.

3. Inadequação para explicar comportamentos complexos

Críticos apontaram que o Behaviorismo é insuficiente para explicar fenómenos como a


linguagem, a criatividade ou o pensamento abstracto. Noam Chomsky, por exemplo,
refutou a tentativa de Skinner de explicar a linguagem por condicionamento, defendendo
que a linguagem é inacta e não pode ser aprendida apenas por reforço.
4. Ética e manipulação

Algumas críticas também surgem do ponto de vista ético. O uso do condicionamento para
controlar comportamentos pode ser visto como manipulação, especialmente em contextos
educacionais ou sociais.

5. Rejeição por correntes humanistas e cognitivas

Psicólogos humanistas como Carl Rogers e Abraham Maslow criticaram o Behaviorismo


por ignorar as necessidades humanas, a auto-realização e a experiência subjectiva. A
psicologia cognitiva, por sua vez, surgiu como oposição directa ao Behaviorismo,
propondo uma abordagem que inclui o estudo da mente.

Essas críticas não anularam as contribuições do Behaviorismo, mas levaram ao surgimento de


novas abordagens e ao desenvolvimento do Behaviorismo radical e da Análise do
Comportamento Aplicada (ABA), que tentam integrar aspectos mais amplos da experiência
humana.

3.8. Contribuições do Behaviorismo para a Psicologia

• Valorização do método científico

Watson (1913), no manifesto Psychology as the Behaviorist Views It, defende que a
Psicologia deve ser uma ciência natural, com base em comportamentos observáveis.

Skinner (1974), em Sobre o Behaviorismo, afirma que o comportamento pode ser previsto
e controlado por meio da análise funcional.

• Desenvolvimento do condicionamento operante

Skinner (1938), em The Behavior of Organisms, introduziu o condicionamento operante


como método para entender como os comportamentos são mantidos ou eliminados por
reforços e punições.

• Aplicações práticas

Baum (2006), em Understanding Behaviorism, destaca o uso do Behaviorismo em áreas


como ensino, treinamento animal, terapias e psicologia organizacional.
4. Conclusão

O presente trabalho permitiu compreender que o Behaviorismo, enquanto corrente teórica da


Psicologia, trouxe uma profunda transformação na forma de estudar o comportamento humano.
Ao centrar-se exclusivamente no comportamento observável e nas relações entre estímulo e
resposta, afastando-se de explicações subjectivas, o Behaviorismo consolidou a Psicologia como
ciência experimental.

Autores como John B. Watson e B. F. Skinner foram fundamentais para o desenvolvimento desta
abordagem, destacando a importância da aprendizagem por condicionamento e da influência do
ambiente na formação dos comportamentos. As suas contribuições abriram caminhos para práticas
aplicadas em áreas como a educação, a psicoterapia comportamental e o treinamento de
habilidades.

Apesar das críticas que recebeu especificamente por negligenciar os aspectos mentais e subjectivos
da experiência humana,o Behaviorismo permanece relevante, sobre tudo por sua metodologia
rigorosa e aplicabilidade prática. Em suma, esta corrente continua a oferecer fundamentos sólidos
para a compressão e modificação de comportamentos, sendo um pilar importante da Psicologia
científica.
5. Referências Bibliográficas

1. Baum, W. M. (2006). Compreender o Behaviorismo: comportamento, cultura e evolução.


Paola Araújo de Oliveira. 2.ª edição.
2. Ferreira, A. G. (2003). História da psicologia moderna. Cengage.
3. Matos, D. R. S. (2008). Psicologia do comportamento: Fundamentos e aplicações. Guanabara
Koogan.
4. Skinner, B. F. (1974). Sobre o Behaviorismo. Cultrix.
5. Watson, J. B. (1924). Behaviorismo. The People’s Institute Publishing Company.
FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento de Linguas
Curso: Ensino de Português

Disciplina: Psicologia Geral

Tema: Gestaltismo

Estudantes:
Adilson Vilanculos
Luneide Mauelele
Simão Muchanga
Mércia Chimele

Docente‫ ׃‬Alexandra Simbine

Maputo, 2025

0
Índice
Objectivo Geral ........................................................................................................................................... 1
Objectivos Específicos ................................................................................................................................ 1
..................................................................................................................................................... 2
................................................................................................................................................... 5
Métodos aplicados no Gestaltismo......................................................................................................... 6
Técnica da Cadeira Vazia................................................................................................................... 7
Diálogo de Partes................................................................................................................................. 7
Exagero da Linguagem Corporal ...................................................................................................... 7
Observação Experimental .................................................................................................................. 7
Estudo da Percepção Visual ............................................................................................................... 7
Método Introspectivo (menos utilizado)............................................................................................ 8
Fundamentos ou Pressupostos do Gestaltismo ................................................................................. 8
1. Pressupostos Filosóficos...................................................................................................................... 8
a) Fenomenologia ................................................................................................................................ 8
b) Holismo ............................................................................................................................................ 8
2. Pressupostos Psicológicos ................................................................................................................... 8
a) Organismo como um todo .............................................................................................................. 9
b) Campo.............................................................................................................................................. 9
c) Isomorfismo ..................................................................................................................................... 9
Organização da percepção ......................................................................................................................... 9
Princípios de Organização Perceptual da Gestalt ................................................................................ 9
Críticas e contribuições da escola gestlalstica ........................................................................................ 10
Conclusão ................................................................................................................................................... 12

0
Objectivo Geral
- Analisar de forma abrangente o Gestaltismo, considerando o seu percursor, objecto de estudo, métodos
aplicados, fundamentos, críticas e contribuições, de modo a compreender o impacto desta corrente no
desenvolvimento da Psicologia.

Objectivos Específicos
- Identificar o percursor e os principais representantes do Gestaltismo, destacando seu papel na formulação
e consolidação da teoria;

- Descrever o objeto de estudo do Gestaltismo e explicar como essa abordagem difere de outras correntes
psicológicas;

- Examinar os métodos de investigação aplicados pelos psicólogos da Gestalt na construção de seus


princípios:

- Explicar os fundamentos ou pressupostos centrais que sustentam a teoria Gestáltica;

- Analisar as principais críticas dirigidas ao Gestaltismo, apontando suas limitações e fragilidades;

-Apresentar as contribuições do Gestaltismo para a Psicologia e para outras áreas do conhecimento,


evidenciando sua relevância histórica e actual.

1
O presente trabalho aborda sobre o Gestaltismo, uma das correntes mais marcantes e influentes na história
da Psicologia, que se destacou pelo seu olhar inovador sobre a forma como o ser humano percebe e organiza
a realidade. Longe de se limitar à simples soma das partes, o Gestaltismo defende que o todo possui
propriedades únicas, irredutíveis aos seus elementos isolados, revelando que a mente humana estrutura as
experiências de maneira holística e significativa. Surgido no início do século XX, tendo como vimento
propôs novas formas de compreender os processos mentais, em especial a percepção. O seu objecto de
estudo concentra-se na forma como os indivíduos percebem padrões, relações e contextos, aplicando
métodos experimentais rigorosos que permitiram consolidar princípios como proximidade, semelhança,
continuidade e fechamento. Ao longo do tempo, o Gestaltismo recebeu críticas, sobretudo quanto à sua
limitação na explicação de processos cognitivos mais complexos e sua ênfase excessiva na percepção
visual. No entanto, suas contribuições foram vastas e duradouras, influenciando áreas como a Psicologia da
Aprendizagem, a Psicoterapia. Este trabalho buscará explorar de forma clara e aprofundada o conceito, os
métodos, as críticas e as contribuições dessa escola, oferecendo ao leitor uma compreensão abrangente e
instigante de seu papel no desenvolvimento da Psicologia.

2
Conceitos Básicos

1. Gestalt
Palavra alemã de difícil tradução direta, geralmente entendida como “forma”, “estrutura” ou
“configuração”. Em psicologia, refere-se à percepção de totalidades organizadas, e não à soma
de partes isoladas.

2. Percepção
Processo pelo qual o ser humano interpreta estímulos sensoriais, organizando e dando
significado ao que é captado pelos sentidos.

3. Holismo
Princípio segundo o qual o todo é mais do que a simples soma de suas partes. A Gestalt usa esse
conceito para explicar como percebemos o mundo de forma integrada.

4. Fenomenologia
Método que valoriza a experiência direta e imediata do sujeito, sem dividi-la ou analisá-la em
partes separadas. Na Gestalt, serve como base para entender como as pessoas vivenciam o
mundo.

5. Isomorfismo
Ideia de que há uma correspondência entre a percepção consciente e os padrões de
funcionamento cerebral. Ou seja, o que percebemos tem relação com como o cérebro organiza os
estímulos.

6. Figura-fundo
Princípio perceptual segundo o qual destacamos uma figura principal (em foco) contra um fundo
(cenário). Exemplo: ler uma palavra preta sobre uma folha branca.

7. Fechamento
Tendência natural da mente de completar figuras incompletas para formar um todo coerente.
Exemplo: identificar um triângulo mesmo que ele esteja com lados faltando.

8. Similaridade
Tendência de agrupar elementos parecidos entre si (em forma, cor ou tamanho) como se
pertencessem a uma mesma unidade.

9. Proximidade
Elementos próximos entre si são percebidos como parte de um mesmo grupo ou padrão.

10. Continuidade
Tendência de perceber linhas e padrões contínuos, mesmo quando há interrupções nos estímulos
visuais.

3
Pressupostos Metodológicos

Para a elaboração deste trabalho, realizamos pesquisas em diversas fontes disponíveis na internet,
com o objetivo de reunir informações relevantes e atuais. Consultamos vários sites especializados,
como o Brainly, entre outros, para obter conteúdos que contribuíssem para o desenvolvimento do
tema. Além disso, utilizamos um livro acadêmico obtido por meio do Google Acadêmico, que
serviu como base teórica para fundamentar o trabalho e garantir a sua qualidade.

4
A Psicologia da Gestalt e uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia.
Seu articuladores preocuparam-se em construir não só uma teoria consistente, mas também uma base
metodológica forte, que garantisse a consistência teórica.

Gestalt é um termo alemão de difícil tradução. O termo mais próximo no português seria forma ou
configuração, que não e utilizada, por não corresponder exactamente ao seu real significado em Psicologia.

Gestalt, Gestaltismo ou Psicologia da Forma é uma doutrina da psicologia baseada na ideia da


compreensão da totalidade para que haja a percepção das partes. Gestalt é uma palavra de
origem germânica, com uma tradução aproximada de “forma” ou “figura”. (De Acordo com toda
matéria 2011).

O Gestaltismo (ou Psicologia da Gestalt) é uma corrente da psicologia surgida na Alemanha no início do
século XX, que defende que a percepção humana e outros processos mentais devem ser entendidos como
um todo organizado, e não apenas como a soma de partes isoladas. (De acordo com psicanalise clínica
(s.d)).

Percursor do

Embora se fale do percursor do gestaltismo, existem vários autores que contribuíram para a origem ou
desenvolvimento do gestaltismo como uma escola ou um ramo da Psicologia, dentre estes:

- Immanuel Kant;

- Max Wertheimer;

- Christian von Ehrenfels.

A psicologia da Gestalt não surgiu do nada. Ela foi construída a partir de ideias e estudos de filósofos e
cientistas que, antes mesmo da criação da teoria, já reflectiam sobre como percebemos o mundo. Entre esses
pensadores, destacam-se Immanuel Kant, Johann Wolfgang von Goethe, Ernst Mach e Christian von
Ehrenfels. Cada um, à sua maneira, ajudou a criar as bases que depois seriam organizadas por Max
Wertheimer e outros psicólogos da Gestalt.

Immanuel Kant (1724–1804) foi um dos primeiros a dizer que a nossa mente não é como uma câmera que
apenas recebe imagens. Para ele, o ser humano organiza activamente aquilo que vê e sente. Ou seja, não

5
percebemos o mundo como um conjunto de informações soltas, mas sim como algo organizado. Por
exemplo, quando olhamos para o céu e vemos várias estrelas, tendemos a formar figuras, como as
constelações, e não apenas a ver pontos isolados.

Max Wertheimer é considerado o principal fundador da psicologia da Gestalt, tendo dado início à escola
com seus estudos inovadores sobre a percepção e o modo como organizamos o mundo à nossa volta. Em
1912, Wertheimer realizou experimentos fundamentais que mostraram que a percepção humana não
funciona pela simples soma das partes, mas sim pelo reconhecimento de formas e padrões completos — ou
“gestalts” — que são percebidos como um todo.

Ao lado de Wertheimer, destacam-se outros dois importantes psicólogos que ajudaram a consolidar essa
teoria: Wolfgang Köhler e Kurt Koffka. Köhler aprofundou estudos sobre a inteligência e a percepção em
animais, mostrando que eles também percebem o todo e não apenas os elementos isolados. Já Koffka foi
responsável por difundir as ideias da Gestalt, principalmente nos países de língua inglesa, e por explicar
como as leis da percepção são universais e se aplicam a várias áreas da psicologia.

Christian von Ehrenfels (1856–1932) foi, contudo, o precursor mais directamente associado ao surgimento
da teoria Gestalt. Em seu ensaio Über Gestaltqualitäten (1890), apresentou o conceito de “qualidades de
forma” (Gestaltqualitäten), defendendo que determinadas percepções possuem propriedades emergentes
que não podem ser reduzidas à mera soma das suas partes. Tal formulação foi essencial para que Max
Wertheimer, posteriormente, consolidasse os fundamentos da escola da Gestalt. Um exemplo clássico dessa
ideia é a percepção de um triângulo formado por linhas interrompidas, que é reconhecido como triângulo
mesmo que a figura não esteja completamente desenhada.

Objecto de estudo do Gestaltismo

O objeto de estudo do Gestaltismo concentra-se na forma como o ser humano percebe, organiza e interpreta
as informações provenientes do ambiente. Diferentemente de abordagens que analisavam a experiência
sensorial de modo fragmentado, a teoria da Gestalt defende que a percepção ocorre como um processo
global, no qual o todo é apreendido antes das partes. (De acordo com Brainly 2018).

Métodos aplicados no Gestaltismo


O Gestaltismo, especialmente na forma de Gestalt-terapia, baseia-se na vivência presente e na integração
de todos os aspectos da pessoa — corpo, mente, emoções e relações. Os métodos não são receitas rígidas,
mas sim experimentos que o terapeuta propõe para aumentar a consciência do cliente sobre si mesmo e suas
interações com o mundo. A seguir, apresentamos oito métodos amplamente utilizados nessa abordagem.

6
Técnica da Cadeira Vazia
Nesta técnica, o cliente senta-se diante de uma cadeira vazia e imagina que nela está uma pessoa com quem
precisa conversar, uma parte de si mesmo ou até uma situação inacabada. Ele fala diretamente para essa
“presença imaginária”, expressando sentimentos, perguntas e até mágoas.

O objetivo é trazer à tona emoções não resolvidas e permitir que a pessoa se liberte de pendências
emocionais. É muito usada para trabalhar lutos, conflitos familiares ou internos.

Diálogo de Partes
Também chamado de Two-Chair Technique, este método convida o cliente a explorar diferentes aspectos
de si mesmo — por exemplo, a parte que quer mudar e a parte que resiste à mudança.

Ele alterna entre duas cadeiras, falando como se fosse cada “parte” em momentos diferentes. Isso ajuda a
perceber conflitos internos e a buscar uma integração mais equilibrada entre as forças opostas que agem
dentro de nós.

Exagero da Linguagem Corporal


Muitas vezes, o corpo revela mais do que as palavras. Nesta técnica, o terapeuta observa um gesto ou
expressão do cliente e pede que ele o exagere e repita.

Por exemplo, se a pessoa mexe o pé nervosamente, o terapeuta pode pedir que ela faça o movimento de
forma mais intensa e depois descreva o que sente. Isso costuma revelar emoções ocultas ou pensamentos
que não estavam conscientes.

Observação Experimental
Os gestaltistas realizavam experimentos controlados para investigar como as pessoas percebem formas,
padrões e figuras. Por exemplo, apresentavam estímulos visuais (como desenhos ou formas geométricas)
para estudar como os participantes organizavam esses estímulos em “gestalts” (configurações).

Estudo da Percepção Visual


Grande parte dos experimentos da Gestalt envolvia testes visuais para investigar as leis da organização
perceptiva, como a proximidade, continuidade, fechamento, figura-fundo, entre outras. Os participantes
eram expostos a imagens que provocavam ilusões perceptivas para analisar como a mente estrutura a
informação visual.

7
Método Introspectivo (menos utilizado)
Embora os gestaltistas não fossem tão focados na introspecção quanto os estruturalistas, eles usavam relatos
subjetivos para complementar a análise da percepção, observando como os participantes descreviam suas
experiências preceptivas.

Fundamentos ou Pressupostos do Gestaltismo


A Psicologia da Gestalt, também chamada de psicologia da forma, constitui uma abordagem teórica e
metodológica que se consolidou no início do século XX, principalmente na Alemanha, a partir dos estudos
de Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka. Essa escola de pensamento fundamenta-se em
pressupostos filosóficos e psicológicos que defendem a compreensão do comportamento humano e da
percepção como processos globais, integrados e dotados de significado.

1. Pressupostos Filosóficos
Os pressupostos filosóficos da Gestalt oferecem a base conceitual sobre a qual se ergue toda a sua
compreensão da experiência humana.

a) Fenomenologia
A Gestalt adota a fenomenologia como um método de investigação, priorizando a experiência imediata tal
como ela se apresenta ao sujeito. Em vez de decompor a experiência em elementos isolados, busca-se
compreender a totalidade percebida. Essa abordagem permite captar o sentido direto da vivência, sem
intermediários conceituais excessivos.

Embora não seja uma corrente existencialista propriamente dita, a Gestalt compartilha com o
existencialismo a valorização da experiência individual, da liberdade de escolha e da responsabilidade
pessoal. O indivíduo é concebido como um ser em constante construção e transformação, cujas ações são
moldadas pelas circunstâncias e escolhas feitas no presente.

b) Holismo
O holismo é um dos pilares centrais da Gestalt: o todo é mais do que a simples soma das partes. Isso
significa que a percepção e o comportamento humano não podem ser compreendidos apenas por meio da
análise fragmentada dos seus componentes, mas sim como estruturas integradas e interdependentes.

2. Pressupostos Psicológicos
Os pressupostos psicológicos tratam diretamente da forma como a mente organiza, processa e interpreta os
estímulos e experiências.

8
a) Organismo como um todo
A Gestalt vê o ser humano como um organismo indivisível, no qual aspectos físicos, emocionais e
cognitivos estão interligados. Qualquer mudança em uma parte do organismo afeta o todo, e vice-versa.

b) Campo
O conceito de campo refere-se ao contexto psicológico total em que o indivíduo se encontra. Ele inclui
tanto fatores internos (como pensamentos e emoções) quanto externos (como ambiente físico e social),
todos interagindo de forma dinâmica e influenciando a percepção e o comportamento.

c) Isomorfismo
O isomorfismo propõe que há uma correspondência entre a estrutura da experiência consciente e a estrutura
da atividade cerebral. Ou seja, o modo como percebemos e organizamos o mundo externo reflete padrões
equivalentes no funcionamento neural.

Organização da percepção
Para a Gestalt, a percepção é um processo ativo e estruturado, no qual o indivíduo organiza as informações
recebidas de forma coerente e significativa, em vez de simplesmente acumular elementos isolados.

Princípios de Organização Perceptual da Gestalt


A Gestalt descreveu leis que explicam como os elementos do campo perceptivo tendem a se agrupar. Entre
as mais conhecidas estão:

Proximidade: Elementos que estão próximos no espaço tendem a ser percebidos como parte de um mesmo
conjunto.

Similaridade: Elementos com características semelhantes (cor, forma, tamanho) são percebidos como
pertencentes ao mesmo grupo.

Continuidade: A mente tende a seguir padrões contínuos, percebendo linhas e formas de maneira fluida e
sem interrupções abruptas.

Fechamento: Mesmo quando uma figura não está completa, a percepção tende a “preencher” as lacunas
para formar um todo coerente.

Figura-fundo: É a capacidade de distinguir um elemento principal (figura) de um contexto ou cenário


(fundo).

9
Pregnância: Também chamada de lei da boa forma, refere-se à tendência de perceber as figuras de maneira
mais simples, estável e significativa possível.

Críticas e contribuições da escola gestlalstica

1. Falta de precisão conceptual

Uma das críticas mais importantes dirige-se à imprecisão dos conceitos básicos do Gestaltismo,
como os princípios de “boa forma” (gute Gestalt) e Prägnanz. Estes conceitos são intuitivamente
apelativos, mas possuem definições vagas, o que torna difícil o seu uso rigoroso em estudos
empíricos. Wagemans et al. (2012) destacam que esta ausência de definições operacionais claras
dificulta a replicação dos estudos e enfraquece a capacidade do Gestaltismo de se afirmar como
uma teoria científica robusta. Sem uma clara operacionalização dos conceitos, torna-se
complicado testar hipóteses ou prever resultados, limitando a aplicabilidade prática da teoria.

2. Caráter descritivo e ausência de explicação causal

O Gestaltismo tende a descrever padrões e leis da perceção, mas oferece poucas explicações
sobre os mecanismos subjacentes que dão origem a esses padrões. Kanizsa (1994) aponta que as
leis gestálticas indicam “o que” percebemos, mas não “como” isso acontece no cérebro ou a
nível cognitivo. Essa falta de explicação funcional torna a teoria limitada para o desenvolvimento
de modelos detalhados do funcionamento perceptivo. Além disso, Kanizsa critica que o
Gestaltismo não especifica processos nem variáveis mediadoras, o que dificulta a integração da
teoria com descobertas neurocientíficas modernas.

3. Insuficiente rigor metodológico

A maior parte dos estudos clássicos do Gestaltismo recorreu a estímulos artificiais, como linhas e
figuras geométricas simples, o que compromete a validade ecológica das conclusões. Wagemans
et al. (2012) enfatizam que esses estímulos não refletem a complexidade visual do ambiente
natural, o que pode levar a resultados que não se aplicam a situações reais de perceção. Além
disso, a metodologia frequentemente não controla rigorosamente variáveis que possam
influenciar os resultados, reduzindo a confiabilidade dos dados e o potencial para generalização.

10
4. Subestimação do papel da experiência e aprendizagem

Outra limitação crítica reside na ênfase excessiva do Gestaltismo nas leis inatas da organização
perceptiva, minimizando a influência da experiência e do contexto. Helson (1964) apresenta a
teoria da adaptação como uma alternativa que destaca o papel fundamental da aprendizagem e do
contexto na perceção. A perceção é, assim, vista como um processo dinâmico, onde a experiência
prévia e o ambiente atual moldam a forma como interpretamos os estímulos sensoriais. Esta
visão demonstra que a perceção é flexível e sujeita a modificações, em contrapartida à ideia
gestáltica de princípios fixos e universais.

5. Confusão entre perceção e cognição

Por fim, Kanizsa (1994) aponta que a teoria gestáltica não distingue claramente entre perceção e
processos cognitivos superiores, como a interpretação e o raciocínio. Esta sobreposição
conceptual gera ambiguidades sobre o que exatamente está a ser estudado e dificulta o
desenvolvimento de modelos específicos para cada tipo de processo mental. Diferenciar perceção
(que envolve a organização dos estímulos sensoriais) de cognição (que envolve o processamento
e a interpretação consciente) é fundamental para o avanço da psicologia experimental, mas o
Gestaltismo apresenta dificuldades nessa distinção.

11
Conclusão

Em suma, concluímos que a Psicologia da Gestalt representa uma das abordagens mais
significativas da história da psicologia, por valorizar a percepção como um processo global e
integrado. Ao contrário de teorias que fragmentam a experiência em partes isoladas, o Gestaltismo
defende que o ser humano percebe o mundo como um todo com significado. Os principais autores,
como Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka, contribuíram para consolidar uma teoria
sólida e inovadora, com base em princípios como proximidade, similaridade, fechamento e figura-
fundo.

Estudamos também que a Gestalt se apoia em fundamentos filosóficos como o holismo e a


fenomenologia, que reforçam a importância da vivência presente e da organização perceptual.
Além disso, exploramos os métodos utilizados tanto em pesquisa quanto em terapia, como a
técnica da cadeira vazia e os experimentos com percepção visual.

Apesar de críticas quanto à falta de precisão conceitual e rigor metodológico, a Gestalt deixou
contribuições valiosas para a psicologia, o design, a arte e a educação.

Por fim, entendemos que estudar o Gestaltismo nos ajudou a perceber a complexidade da mente
humana e a importância de enxergar o indivíduo como um ser completo, com pensamentos,
emoções e comportamentos interligados. Isso demonstra que fizemos o trabalho com atenção,
dedicação e verdadeira compreensão do conteúdo.

12
Referencias Bibliográficas
Bock, A, Furtado. O., & Teixeira. M psicanaliseclinica.com . (1999). Psicologia. (13ed.).
Saraiva.

Brainly. (2018, 21 de Abril). qual é o objectivo de estudo do estudo do gestaltismo? Brainly.


https://brainly.com.br/tarefa/15279729.

Helson, H. (1964). Adaptation-level theory: An experimental and systematic approach to


behavior. Harper & Row;

Psicanálise Clínica. (s.d.). Gestaltismo: significado, conceitos e princípios.


https://www.psicanaliseclinica.com.
Kanizsa, G. (1994). Gestalt theory has been misinterpreted, but has also had some real
conceptual difficulties. Philosophical Psychology, 7(3), 363–375.
https://doi.org/10.1080/09515089408573117.

Wagemans, J., Elder, J. H., Kubovy, M., Palmer, S. E., Peterson, M. A., Singh, M., & von der
Heydt, R. (2012). A century of Gestalt psychology in visual perception: I. Perceptual
grouping and figure-ground organization. Psychological Bulletin, 138(6), 1172–1217.
https://doi.org/10.1037/a0029333.

13
14
FACULDADE DE LETRAS E CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento de Línguas
Secção de Português
Curso: Licenciatura em Ensino de Português

Disciplina: Psicologia Geral

SURGIMENTO DA PSICOLOGIA (CIENTIFICA)

AS ESCOLAS DA PSICOLOGIA: PSICANALISE

DISCENTES

Elísio Paulo Davoll Langa

Julieta Zafanias Muthisse

Maimuna Rosa Chirindza

Rabeca Gilda Chaúque

Docente: Alexandra Simbine

Maputo, Agosto de 202


Índice
Introdução .................................................................................................................................. 2

Objectivos Especificas ............................................................................................................... 3

Metodologia do Trabalho ........................................................................................................... 4

O SURGIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA ............................................................... 5

Psicanálise .................................................................................................................................. 5

Percursor .................................................................................................................................... 5

Métodos Aplicados .................................................................................................................... 5

Fundamentos ou Pressupostos ................................................................................................... 6

Críticas ....................................................................................................................................... 8

Contribuições para a Psicologia ................................................................................................. 8

Conclusão................................................................................................................................... 9

Referencias Bibliográficas ....................................................................................................... 10

1
Introdução

O surgimento da psicologia cientifica, no final do século XIX, marcou uma mudança


signifivativa no estudo do comportamento e dos processos mentais, separando-se gradualmente
da filosofia e das explicações puramente metafisicas, nesse contexto, diversas correntes
teóricas emergiram, buscando explicar o funcionamento da mente humana de forma sistemática
e empírica. Entre elas destaca-se a Psicanalise.

A psicanálise, desenvolvida por Sigmund Freud que trouxe uma nova perspectiva ao abordar
o inconsciente, os impulsos instintivos e os conflitos internos como elementos centrais para
compreender o comportamento humana.na de forma sistemática e

A Psicanálise surgiu como uma proposta inovadora, ampliando os horizontes da psicologia


científica ao oferecer interpretações sobre os fenómenos psíquicos que iam além da observação
direta.

2
Objectivos Especificas

 Fazer compreender como a mente humana e os comportamentos do mesmo funcionam.


 Fazer compreender como a Psicanálise deu o seu contributo na psicologia.

Objectivos Gerais

Falar das escolas da psicologia, tendo em conta o foco na Psicanálise, o percursor, o objecto de
estudo,os métodos aplicados, os fundamentos ou pressupostos, as críticas e as suas
contribuições para a psicologia.

3
Metodologia do Trabalho

No presente trabalho, a metodologia adoptada consistiu em uma abordagem qualitativa de


natureza exploratória centrada em analise documental. Realizou-se a recolha de dados a partir
de obras teóricas e científicas que tratam da psicanálise desde os seus primórdios com Sigmund
Freud, ate as interpretações contemporâneas. Foram selecionadas fontes bibliográficas
relevantes, como livros que abordam os fundamentos da Psicanálise.

4
O SURGIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA

O Surgimento da psicologia como disciplina cientifica remonta ao final do século XIX.

As principais escolas da psicologia que contribuíram para o seu desenvolvimento são:

Estruturalismo, Funcionalismo, Behavorismo, Gestaltismo e Psicanálise.

A Psicologia tornou-se uma disciplina científica em 1879 século XIX, com a fundação do
primeiro laboratório de psicologia por Wilhem wundt em Leipzig, Alemanha, marco oficial
do nascimento da psicologia experimental.

A Psicanálise estava preocupada em estudar a mente e o comportamento com rigor científico.

Psicanálise

De acordo com Sigmund Freud ( 2000 ) a psicanálise é um método de investigação dos


processos psíquicos, que, de outro modo, são pouco acessíveis.

Ela busca compreender como pensamentos, sentimentos e desejos inconscientes influenciam a


vida mental e emocional de um indivíduo.

Percursor

A psicanálise surgiu no final do século XIX criada por Sigmund Freud, em Freiberg, na
Checoslováquia, atualmente Pribor em 6 de Maio de 1856, sendo uma das primeiras
abordagens da psicologia clínica. Rosa et al. (2011)

Freud começou a investigar distúrbios mentais, usando técnicas como

Hipnose e estudos de casos clínicos, concluindo que muitos sintomas tinham origem em
conflitos inconscientes.

Métodos Aplicados

OS principais métodos usados por Freud incluem técnicas terapêuticas, como:

 Associação Livre: técnica na qual o paciente expressa, sem censura, tudo o lhe vem
a mente, permitindo que o analista acesse conteúdos inconscientes;

5
 Análise dos Sonhos: Freud considerava os sonhos a via régia para o inconsciente,
pois neles aparecem desejos reprimidos de forma simbólica, (Mijelo, 2002);
 Transferência: Processo no qual o paciente transfere sentimentos inconscientes
para a terapeuta revelando seus conflitos internos;
 Estudo dos casos Clínicos: Método indutivo baseado na observação detalhada de
indivíduos;

Objecto de Estudo

A psicanálise estuda:

O inconsciente , conflitos psíquicos, sonhos, atos falhos e sintomas neuróticos.

O Inconsciente: Freud acreditava que o inconsciente e uma parte da mente que contem
pensamentos, sentimentos e memorias que não estão acessíveis a consciência, mas que
influenciam o comportamento.

Conflitos Psíquicos: Geralmente entre impulsos e normas sociais ( Ex: Desejo VS Moral)

Sonhos, atos falhos e sintomas neuróticos: Manifestações simbólicas do inconsciente.

Fundamentos ou Pressupostos

Freud propôs que a personalidade é composta por três estruturas, diferenciadas pelos
respectivas funções: (heimann, 1952, pp.136)

Id: Representa os impulsos primitivos e instintivos;

Ego: É a parte racional e consciente da personalidade que media entre o id e a personalidade;

Superego: É a parte moral e ética da personalidade que incorpora os padrões sociais e culturais;

Mecanismo de defesa: Freud identificou vários mecanismos que as pessoas usam para lidar
com conflitos e ansiedades, como:

Repressão: empurrar pensamentos ou memorias desagradáveis para o inconsciente.

Exemplo: uma pessoa que foi abusada na infância não se lembra do evento;

6
Negação: Recusar-se a aceitar a realidade, de uma situação.

Exemplo: uma pessoa que esta em negação sobre o seu vicio em drogas;

Projeção: Atribuir pensamentos ou sentimentos próprios a outa pessoa.

Exemplo: uma pessoa que é agressiva e acusa os outros de serem agressivas;

Regressão : Voltar a estágio anterior de desenvolvimento ou comportamento.

Exemplo: um adulto que se veste como se fosse uma criança.

Racionalização: justificar comportamentos ou pensamentos irracionais.

Exemplo: eu gastei todo o meu dinheiro porque estava deprimido e precisava me animar.

Deslocamento: redirecionar sentimentos ou impulsos para um objeto ou pessoa mais seguro.

Exemplo: uma pessoa que esta zangada com o chefe e desconta em um familiar;

Sublimação: canalizar impulsos ou sentimentos para uma actividade criativa ou produtiva.

Exemplo: uma pessoa que usa a arte para expressar seus sentimentos;

Formação reativa: adotar um comportamento ou atitude oposta ao que se sente.

Exemplo: uma pessoa que é homofóbica e pode reprimir desejos homossexuais;

Desenvolvimento Psicossexual

Freud (2000) propôs que o desenvolvimento ocorre em estágios psicossexuais, cada um


caracterizado por uma zona erógena especifica:

Estágio Oral: A boca é a principal fonte de prazer;

Estágio Anal: A região anal e a principal fonte de prazer;

Estágio de Fálico: O pénis ou clítoris e a principal fonte de prazer;

Estágio de Latência: A Sexualidade é reprimida.

Estágio Genital: A sexualidade adulta emerge.

7
O complexo de Èdipo

O complexo de Èdipo é um conceito psicanalítico desenvolvido por Sigmund Freud, que


descreve a dinâmica psicológica de uma criança em relação aos pais. Segundo Freud, durante
a fase fálica do desenvolvimento psicossexual ( por volta dos 3-6 anos), a criança experimenta
sentimentos ambivalentes em relação aos pais.

Exemplo: o menino desenvolve sentimentos de desejos pela mãe e sente ciúme do pai,
percebendo-o como um rival;

A menina desenvolve sentimentos de desejo pelo pai e sente ciúme da mãe, percebendo-a como
uma rival.

Críticas

- A teoria e vista como pouco científica, por ser baseada em interpretações subjetivas .

- Freud deu enfase excessiva a sexualidade, o que muitos consideram limitado.

- Falta de evidencia empírica clara para muitos conceitos .

- Os métodos são difíceis de testar e replicar em estudos científicos controlados.

Contribuições para a Psicologia

- Trouxe o inconsciente como uma dimensão importante da mente humana.

- Criou uma nova forma de tratamento A Psicoterapia.

- Influenciou outras correntes exemplo: Psicologia Humanista, Psicodinâmica.

- Deu origem a outras escolas psicanalíticas.

8
Conclusão

Compreende-se que a Psicanálise desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da


psicologia ao introduzir conceitos que enriqueceram a compreensão da mente humana, mesmo
não sendo totalmente alinhada aos métodos experimentais da psicologia científica.

A psicanálise estava focada no inconsciente e na interpretação dos conflitos internos.

Abriu caminhos para novas abordagens terapêuticas e influenciou diversas áreas do


conhecimento, contribuiu também para ampliar os debates sobre a complexidade do
comportamento humano e continua a ser uma referencia teórica importante até hoje.

9
Referencias Bibliográficas

Heimann,P. ( 1952) . Certas funções da introjeção e da projeção no inicio da infância. In E,


Jones(Org.), Os Progressos psicanálise .(3ªed ., Pp 137-190). Livros técnicos e cientificos.

Mijolla, A., Mijolla- Mellor, S. (2002) Psicanálise. Climepsi.

Rosa, E. Z., Ribeiro, A. M.,& Markunas, M. ( 2011). Psicanálise. In E.M.P.Kalhale (Org.), A


Diversidade da Psicologia: uma construção teórica . 4ºed.(, Pp. 115-156), Cortez.

10
Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Departamento de Línguas

Curso‫ ׃‬Ensino de Português

Disciplina‫ ׃‬Psicologia Geral

Tema‫ ׃‬Sensação

Discentes:

António Chirindzane

Ignaldo Chihungule

Inês Bande

Naftal Tchangule

Maimuna Chirindza

Docente: Alexandra Simbine

Maputo, Setembro 2025


Índice
Introdução ......................................................................................................................... 3

Objectivo geral ................................................................................................................. 4

Objectivos específicos ...................................................................................................... 4

Metodologia do Trabalho ................................................................................................. 4

Conceitos básicos ............................................................................................................. 4

Sensação ........................................................................................................................... 5

Surgimento e medição das sensações ............................................................................... 5

Medição das sensações ..................................................................................................... 5

Tempos e intensidades das sensações ............................................................................... 5

Distinção entre tempos e intensidades das sensações ....................................................... 6

Aspectos e Atributos das Sensações ................................................................................. 6

Tipos das Sensações ......................................................................................................... 7

Importância das sensações ................................................................................................ 8

CONCLUSÃO .................................................................................................................. 9

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 10


3

Introdução

A sensação constitui um dos processos psicológicos básicos que permite ao ser humano
captar estímulos do meio. Este trabalho tem como objectivo explorar conceito, origem,
características, tipos de sensação e a sua importância. Através da psicofísica e da análise
sensorial, é possível compreender como o corpo humano transforma estímulos físicos em
experiências conscientes. O estudo das sensações é essencial para entender a interacção
entre o organismo e o ambiente.
4

Objectivo geral

Compreender o fenómeno da sensação enquanto processo psicológico, abordando seu


conceito, surgimento, características, tipos e importância para a psicologia.

Objectivos específicos

Definir sensação com base em autores clássicos da psicologia;

Explicar como surgem e são medidas as sensações;

Distinguir os aspectos temporais e censitários das sensações;

Identificar os principais atributos sensoriais.

Metodologia do Trabalho

Este trabalho foi desenvolvido primeiro de uma pesquisa qualitativa e bibliográfica.


Realizou-se a selecção de dados a partir de obras teóricas e cientificas relacionadas ao
tema sensação, e foram seleccionadas as referências bibliográficas que abordam os
fundamentos da sensação.

Conceitos básicos

Psicologia: Ciência que estuda o comportamento e processos mentais.

Psicofísica: Campo que estuda a relação entre o estímulo físico e resposta psicológica.

Estímulo: Qualquer evento ou condição capaz de provocar uma reacção sensorial.

Receptores sensoriais: Estruturas responsáveis por captar estímulos e transformá-los em


impulsos nervosos.

Limiares: São medidas que indicam o limite da percepção sensorial de um estímulo.


5

Sensação

Segundo Feldman ( 2007, p. 91), “ Sensação é a activação dos órgãos sentidos por uma
fonte de energia física ’’. No entanto, Morris e Maisto (2004, p.102) definem sensação
como “a experiência imediata básica gerada pela estimulação de órgãos sensoriais”. A
sensação é portanto o primeiro estágio da recepção de informações externas.

Também podemos definir a sensação como sendo o processo pelo qual o sistema nervoso
detecta e interpreta estímulos sensoriais, como luz, som, toque, temperatura, dor, etc. É
um dos principais mecanismos que permitem que os seres humanos interajam com o
ambiente ao seu redor.

Surgimento e medição das sensações

De acordo com myers (2014), “sensações surgem quando um estímulo sensorial é


detectado por receptores especializados no corpo humano. Esses receptores convertem o
estímulo em sinais eléctricos que são transmitidos ao cérebro, onde são interpretados e
processados”.

Medição das sensações

A medição das sensações pode ser feita de várias maneiras incluindo:

Limiar absoluto: o nível mínimo de intensidade de um estímulo que pode ser detectado
por uma pessoa. (Goldstein, 2014).

Limiar diferencial: a menor diferença de intensidade entre dois estímulos que pode ser
detectado por uma pessoa.

Tempos e intensidades das sensações

A duração e a intensidade de uma sensação determinam sua persistência e força


percebida. Morris e Maisto (2004, p.104) afirmam que “os atributos como duração e
intensidade influenciam a forma como os estímulos são registrados e percebidos”.
Feldman (2007, p.93) acrescenta que “a exposição repetida a um estímulo resulta em um
declínio visível na sensibilidade”, referindo-se à adaptação sensorial.
6

A duração e a intensidade das sensações podem variar dependendo do tipo de estímulo e


da resposta do sistema nervoso.

- Duração: a quantidade de tempo que uma sensação dura.

- Intensidade: a magnitude ou força de uma sensação.

Distinção entre tempos e intensidades das sensações

A distinção fundamental entre tempos e intensidades das sensações reside em que o tempo
refere-se a duração da experiencia sensorial (por quanto tempo ela dura), enquanto a
intensidade descreve a forca ou o grau dessa sensação (quão forte ela é). Ambos são
atributos de uma sensação mas medem aspectos diferentes: o tempo é sobre a persistência
da associação, e a intensidade é sobre a sua magnitude.

Aspectos e Atributos das Sensações

As sensações apresentam diferentes aspectos e atributos. Morris e Maisto (2004, p.104)


observam que cada sensação possui atributos como:

Qualidade – tipo específico de sensação. Exemplo: a diferença entre a sensação do som e


a sensação do calor.

Intensidade - grau de força do estímulo. Exemplo: uma luz forte tem uma intensidade
maior do que a luz fraca.

Duração – o tempo durante o qual o estimulo esta presente.

Localização: posição espacial do estímulo. Exemplo: saber que direcção o som esta a
vir, e aspectos como:

Estimulo e detenção: as sensações começam com um estímulo físico (luz, som, pressão,
etc.) que atinge um órgão sensorial. As células nervosas especializadas (receptoras
sensoriais) detectam esse estímulo.

Transdução: o estímulo é convertido em um sinal eléctrico chamado impulso nervoso

Transmissão: o impulso nervoso é enviado ao cérebro através do sistema nervoso


7

Percepção: no cérebro, o impulso nervoso é processado, organizado e interpretado,


transformando-se numa sensação consciente e numa percepção do ambiente.

Tipos das Sensações

Conforme Feldman (2007. p.92), “os sentidos humanos básicos incluem: visão, audição,
olfacto, paladar e tacto”. Há também sensações internas como o equilíbrio (vestibular) e
a propriocepção (posição corporal). Saraiva (s/d, p.87) classifica as sensações em externas
e internas, sendo estas fundamentais para o controle corporal.

As sensações se classificam em dois grandes grupos:

- Exteroceptivas: são sensações que resultam da interacção com o ambiente externo.


Exemplo: (visão, audição, tacto, olfacto e paladar);

- Visão: a percepção de luz, cor, forma e movimento;

- Audição: a percepção de som e ruídos;

- Tacto: a percepção de toque e pressão, temperatura e textura;

- Olfacto: percepção de cheiros e odores;

- Paladar: percepção de sabores e texturas;

- Interoceptivas: são sensações que resultam da percepção dos estados internos do corpo.
Exemplo: (fome, sede, dor interna, fadiga).

Morris e Maisto (2004, p.107) acrescentam: “As sensações interoceptivas são vitais para
o funcionamento biológico, permitindo a manutenção da homeostase”.

Proprioceptivas: são sensações que resultam da percepção da posição e movimento do


corpo. Exemplos: (equilíbrio, propriocepcao).

Cutâneas: são sensações que resultam da percepção da pele e dos tecidos subjacentes.
Exemplo: toque temperatura.
8

Importância das sensações

Sobrevivência: a sensação é a nossa primeira linha de defesa, sentir dor, calor ou perigo,
são mecanismos biológicos essenciais que nos alertam para ameaças permitindo que nos
protejamos e sobrevivamos.

Conhecimento: a sensação é o ponto de partida para a aprendizagem. É através da visão,


do tacto e dos outros sentidos que recolhemos dados do ambiente e os organismos em
percepção.

Emoções e criatividade: as sensações estão directamente ligadas as nossas emoções e


memórias. Um cheiro pode invocar uma lembrança, e uma melodia pode invocar
sentimentos.
9

CONCLUSÃO

O estudo da sensação é fundamental para compreender os mecanismos iniciais da


percepção humana. Os diferentes tipos, atributos e medidas sensoriais demonstram como
o corpo reage aos estímulos externos e internos, fornecendo informações essenciais para
a sobrevivência e adaptação ao meio.
10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Feldman, R. S. (2007). Introdução à Psicologia (6ª ed.). McGraw-Hill.

Goldstein, E. B. (2014). Sensation and perception. Cengage Learning.

Morris,C.G.,& Maisto,A.A.(2004).Introdução à Psicologia (6ªEd). Prentice Hall.

Myers, D. G. (2014). Psicologia. Worth Publishers.

Saraiva, A.(s/d). Psicologia. (7ª ed.). Porto


Faculdade de Letras e Ciências Sociais
Disciplina: Psicologia geral

percepção

Discentes:
Carmen Da Conceição Macamo

Clésio Horácio Bule

Etelvina Marcolino Menze

Feleciano Morais Moreira Júnior

Gerson Manjate

Mestre: Alexandra Simbine

Maputo‚ 21 de Agosto de 2025

1
Índice
Introdução ................................................................................................................................ 2

Objectivo Geral: ................................................................................................................... 4

Objectivos Especificos: ........................................................................................................ 4

Metodologia........................................................................................................................... 4

Percepção .................................................................................................................................. 5

Natureza da percepção......................................................................................................... 5

Tipos de percepção ............................................................................................................... 6

Factores que influenciam na percepção ................................................................................. 6

Factores internos ...................................................................................................................... 6

Factores externos ..................................................................................................................... 6

Distinção entre a percepção e a sensação ............................................................................... 6

Erros de percepção .................................................................................................................. 7

Percepção selectiva................................................................................................................... 7

Efeito de halo ............................................................................................................................ 8

Efeito de contraste.................................................................................................................... 8

Estereotipagem ......................................................................................................................... 8

Alucinação ................................................................................................................................ 8

Conclusão .................................................................................................................................. 9

Referências bibliográficas ..................................................................................................... 10

2
Introdução
No presente trabalho iremos falar acerca da percepção na psicologia‚ explicar a natureza da
percepção na psicologia . No mesmo faz-se uma análise entre percepção e sensação.

A percepção pode ser estudada do ponto de vista estritamente biológico ou fisiológico ,


envolvendo impulsos evocados pelos estímulos dos órgãos de sentido . Neste trabalho a
percepção é abordada no contexto de aprendizagem sobre várias perspectiva, nerocientifica,
biológica e social .

3
Objectivo Geral:
Falar acerca de percepção como tema central.

Objectivos Especificos:
 Definir percepção
 Indicar e explicar os tipos de percepção
 Identificar os factores que influenciam a percepção
 Distinguir percepção e sensação
 Identificar e explicar os erros de percepção e alucinacao

Metodologia
O presente trabalho foi elaborado com recurso à pesquisa bibliográfica‚ recorrendo a
livros de autores que abordam sobre percepção .

4
Percepção
Segundo Ferraz(2017,p.173), o tema percepção discutido desde os antigos filósofos até
hoje mantém intactas algumas inquietações básicas, nomeadamente: ter uma percepção é captar,
interpretar informações inerentes ao mundo, ou seja ‚ construir objectos dentro do nosso mundo.

Segundo (Davidoff, 2001), refere que percepção é o processo que serve para reconhecer,
organizar e entender o que nos rodeia, mediante a informação que nos chega através dos
sentidos, isto é, processo pelo qual extraímos significação do meio ambiente. Ou seja, é o
processo de recepção, selecção, aquisição, transformação e organização das informações
fornecidas através dos nossos órgãos de sentido.

Portanto, a percepção é vista como a habilidade para captar, processar e entender a


informação que nossos sentidos recebem. É o processo cognitivo que nos permite interpretar o
ambiente com os estímulos que recebemos por intermédio dos órgãos sensoriais.

Natureza da percepção
A percepção partilha uma ligação com os sentidos, razão pela qual as primeiras etapas
são realizadas pelos sistemas sensoriais, responsáveis por sua fase analítica. Deixa-se a
impressão de que cada característica esteja separada em suas partes constituintes, a título de
exemplo temos a forma, a cor, os movimentos, entre outros.

Apesar de todos os processos cognitivos estarem interligados, a percepção é um


processo complexo que é, sobretudo, influenciado pelo meio ambiente e o sujeito da percepção.

A questão que fica é: de que modo o meio ambiente e o sujeito da percepção


contribuem neste processo tido como complexo?

Primeiramente,o meio ambiente contribui a medida que a partir das percepções


sensorias,as propriedades válidas do mundo que nos rodeia, analisamos os padrões que vão
mudando a medida que nos movimentamos, estudamos o que ocorre com formas, texturas,
cores e iluminação sobre todos tipos de condições, além disso, estudamos os padrões fixos.

Segundo o sujeito da percepção contribui a medida que durante a percepção, o


conhecimento sobre o mundo combina-se com as habilidades construtivas, a fisiologia e as
experiências deste. . (Oliveira, M.M.G.2010).

5
Tipos de percepção
Há uma variedade considerável dos tipos de percepção. Importa ressaltar que cada tipo
possui características singulares.

A capacidade que um indivíduo tem de reconhecer e ter a percepção do som, ritmo e


melodia através dos ouvidos chama-se percepção auditiva.

A capacidade de perceber e distinguir odores e cheiros através do nariz designa-se


percepção olfactiva.

A percepção dos sabores através da língua chama-se percepção Gustativa.

Todo tipo de percepção que é sentido pela pele do corpo todo, e que permite reconhecer
a presença, forma e tamanho de objectos através do contacto chama-se percepção
táctil(MORRIS,C.G.& Maisto,A.A.2004).

Factores que influenciam na percepção

Factores internos
Os factores internos estão ligados ao observador e a situação. O modo como um
indivíduo observa e interpreta uma situação, pessoa ou objecto está diretamente ligada aos seus
valores, crenças, experiências passadas, interesses, emoção e motivação que o mesmo possui.
O indivíduo é também influenciado pela visão que tem de si próprio. Está auto percepção
influencia a visão que o indivíduo tem sobre as pessoas, objectos e circunstâncias, podendo
variar de acordo com as relações que o este indivíduo mantém com o meio que o cerca.

Factores externos
Os factores externos estão ligados ao alvo e a situação. O alvo é o que está no nosso
perímetro de visão. O tamanho, o tempo, a semelhança, sons são exemplos de alguns factores
que estão ligadas ao alvo, isto é, tudo o que nos chame atenção e nos faça usar nossos sentidos
para conseguir compreender e explica-lo.(htt://share.google/yDlSZly8ptjC7Mug)

Distinção entre a percepção e a sensação


A percepção refere-se a interpretação que o sistema cognitivo tem a partir da sensação.
Ao passo que, a sensação diz respeito a uma experiência sensorial originada por um estimulo
externo, proveniente dos mecanismos biológicos.

6
A percepção é a forma como o cérebro processa e comunica sentidos como dor, toque,
visão ou o movimento e o posicionamento do corpo. Por outro lado,a sensação refere-se a
capacidade de detecta-los.

Certas pessoas têm dificuldades em detectar a sensação devido à integridade da pele ou


factores anatómicos. Outras podem até detectar a sensação, todavia, a forma seus cérebros
processam a entrada sensorial não pode ser percebida com tanta precisão. É possível verificar
este fenômeno em situações onde algumas pessoas são mais sensíveis à entrada de vestibular,
como fiação ou movimento, do que as outras; Ou quando dois indivíduos estão girando a
mesma quantidade de tempo e na mesma velocidade, mas apenas um dos dois adoece.

Este princípio pode ser aplicado a coisas como percepção de dor ou de toque em geral.
Alguém que é hiperresponsivo ao toque fica irritado com certos tecidos ou texturas de
objectos, enquanto alguém que está sob resposta ao toque pode não perceber que sua pele está
ficando irritada por escovar-se na borda de um telhado. A capacidade de sentir estímulos é
bastante diferente da maneira como o corpo os interpreta. .

Erros de percepção
Entende-se que a percepção é o processo de analisar e compreender um estimulo como
este é. Contudo, tal nem sempre é possível ,visto que, por vezes confundimos o estimulo e o
percebemos de maneira errada, quer estejamos conscientes ou inconscientes.

Frequentemente, os erros de percepção são suscitados por factores como o tempo de


percepção, os preconceitos do indivíduo, o seu histórico não favorável, a falta de clareza dos
estímulos, a confusão, o conflito mental, entre outros.

Há alguns erros de percepção, nomeadamente a percepção selectiva, o efeito halo, o


efeito de contraste, estereotipagem e a alucinação.(Oliveira, M.M.G.2010).

Percepção selectiva
As pessoas interpretam de forma seletiva o que vêem e ouvem, baseando-se em seus
próprios interesses, experiências e atitudes.

Ex: o estudante recorda-se perfeitamente do conceito de percepção selectiva, que foi discutido
juntamente com os outros conceitos, também novos para o estudante, porque este conceito já
tinha ouvido falar, digamos, num programa de televisão. Portanto, ter ouvido falar da percepção

7
selectiva antes de ter conhecimento do seu significado, desperta neste estudante atenção na aula
e o interesse de saber mais sobre o assunto.

Efeito de halo
Diz respeito a impressão geral que possamos ter de alguém com base em uma única
característica. Ex: costuma se dizer que um indivíduo que fala com voz baixa é introvertido.
Contudo, há situações em que a pessoa fala com voz baixa para não perturbar as outras pessoas
ao redor.

Efeito de contraste
A avaliação de características de uma pessoa é afectada pela comparação com outras
pessoas encontradas recentemente e que têm as mesmas características avaliadas como
melhores ou piores. Ex: numa avaliação oral um educador compara a nota do último estudante
que avaliou e do estudante que está a avaliar no presente momento. Essa comparação é
desnecessária e injusta já que uma avaliação não se relacina com a outra, ou seja, são dois
eventos independentes. .

Estereotipagem
Refere-se ao julgamento de uma pessoa com base na percepção ou preconceito que se
tem sobre o grupo que a pessoa faz parte. Ex: afirmar, sem reserva, que uma pessoa tenha má
conduta, simplesmente porque ,ocasionalmente, ela é vista com pessoas de má conduta.

Alucinação
Por vezes assistimos a casos em que uma pessoa percebe algum estímulo, mesmo
quando este não está presente. Este fenômeno é conhecido como alucinação. A pessoa pode
ver um objecto ou pessoa, e até ouvir alguma voz, por mais que não existam tais coisas na
realidade (MORRIS,C.G.& Maisto,A.A.2004).

8
Conclusão
Com o fim deste trabalho cujo objectivo primordial foi o estudo da percepção, entende-se que
este processo é fundamental para a relação do indivíduo com o meio em que vive. Perceber
significa captar, organizar e interpretar os estímulos recebidos pelos órgãos dos sentidos,
transformando-os em significados que possibilitam a compreensão do ambiente. Assim, a
percepção não se reduz a uma simples recepção de sensações, mas constitui um processo
cognitivo ativo, influenciado por fatores internos, como experiências e valores, e externos,
como características do objeto observado. Deste modo, conclui-se que a percepção é
indispensável para a construção do conhecimento, para a adaptação do ser humano ao meio e
para a formação de sua visão de mundo.

9
Referências bibliográficas
Oliveira, M.M.G.(2010). processos cognitivos básicos implicados nas dificuldades de.
Fernandes,cruz, Ev.(2008).www. psicólogia da vida.Faculdade da mente,6a Edição, Brasil.

.Bock, Ana M.Bahia.Et al. psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia l.13a Ed.
Editora saraiva.1999. São Paulo.

MORRIS,C.G.& Maisto,A.A.(2004). Introdução à psicologia,6a Edição. São Paulo: prentice


Hall.

Oliveira, M.M.G.(2010).processos cognitivos básicos implicados nas dificuldades de


aprendizagem específica. Porto: UFP.

.DAVIDOFF,L.Linda.(2001). Introdução à psicologia. Ed.3. São Paulo. Peason.

htt://share.google/yDlSZly8ptjC7Mug

10

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