0% acharam este documento útil (0 voto)
8 visualizações15 páginas

Legislaçao Empresarial

O documento apresenta um trabalho acadêmico sobre o contrato de sociedade por quotas unipessoal, abordando seu conceito, natureza jurídica e regime aplicável, conforme o Código Comercial. Destaca a importância dessa forma societária para o empreendedorismo individual e a proteção do patrimônio pessoal, além de detalhar os elementos obrigatórios do contrato e as formalidades legais necessárias. O estudo visa analisar a legislação vigente e oferecer um modelo prático para a constituição desse tipo de sociedade.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
8 visualizações15 páginas

Legislaçao Empresarial

O documento apresenta um trabalho acadêmico sobre o contrato de sociedade por quotas unipessoal, abordando seu conceito, natureza jurídica e regime aplicável, conforme o Código Comercial. Destaca a importância dessa forma societária para o empreendedorismo individual e a proteção do patrimônio pessoal, além de detalhar os elementos obrigatórios do contrato e as formalidades legais necessárias. O estudo visa analisar a legislação vigente e oferecer um modelo prático para a constituição desse tipo de sociedade.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 15

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância


Curso de Licenciatura em Administração Pública

Contrato de Sociedade Por Quota Unipessoal.

Estudante: Américo Fernando Código: 708236091


Turma: E

Curso de Licenciatura em Administração Pública


Disciplina: Legislação Empresarial
Ano de Frequência: 3º Ano

1
Nampula, Setembro de 2025

Universidade Católica de Moçambique


Instituto de Educação à Distancia – IED
Curso de Licenciatura em Administração Pública

Contrato de Sociedade Por Quota Unipessoal.

Américo Fernando Código: 708236091

Trabalho de carácter avaliativo de Legislação


Empresarial submetido ao Instituto de Educação à
Distância (IED), da Universidade Católica de
Moçambique, no curso de Licenciatura em
Administração Pública.

Tutor: Ronaldo D. Paulo

2
Nampula, Setembro de 2025
Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota
Subtotal
máxima do tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Estrutura Aspectos  Introdução 0.5
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
(expressão escrita 2.0
Conteúdo cuidada,
coerência / coesão
textual)
Análise e
 Revisão
discussão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação parágrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências
6ª edição em das 4.0
Bibliográficas
citações e citações/referência
3
bibliografia s bibliográficas

iii
Índice

Introdução...................................................................................................................................5

1. Conceito de Sociedade por Quotas.........................................................................................6

2. Conceito e Natureza da Sociedade por Quotas Unipessoal....................................................6

3. Regime Jurídico Aplicável à Sociedade por Quotas Unipessoal............................................6

4. Fundamentos Jurídicos e Enquadramento Legal....................................................................7

5. Natureza Jurídica e Responsabilidade do Sócio.....................................................................7

6. Formalidades Legais e Publicidade........................................................................................8

7. Relevância Económica e Flexibilidade Jurídica.....................................................................8

8. Elementos Obrigatórios do Contrato de Sociedade por Quotas Unipessoal: Análise do.......9

9. Modelo Prático de Contrato de Sociedade por Quotas Unipessoal......................................11

9.1. Exemplo Prático.................................................................................................................11

11. Comparação entre a Sociedade por Quotas Unipessoal e Outras Formas Societárias:.......13

Conclusão..................................................................................................................................14

Referencias Bibliográficas........................................................................................................15

4
iv
Introdução

A sociedade por quotas unipessoal representa uma inovação relevante no contexto do direito
comercial, reflectindo a necessidade de adaptação da legislação às realidades económicas
contemporâneas. Este tipo societário permite a constituição de uma empresa por um único
sócio, preservando a responsabilidade limitada e a autonomia patrimonial características
fundamentais para a protecção jurídica do empreendedor individual. Com a crescente
formalização de actividades empreendedoras e o papel estratégico das micro, pequenas e
médias empresas (MPMEs) nas economias em desenvolvimento, o estudo da sociedade por
quotas unipessoal revela-se particularmente actual e pertinente.

No âmbito jurídico, a sociedade unipessoal é regulada no Código Comercial, especialmente


nos artigos 257.º e 283.º, os quais estabelecem os elementos obrigatórios do contrato de
constituição e as suas especificidades legais. A análise dessas normas, à luz da doutrina e da
jurisprudência, permite compreender o funcionamento prático da sociedade unipessoal e sua
importância como instrumento de dinamização económica e formalização empresarial.

Objectivo Geral:
 Analisar o regime jurídico aplicável à sociedade por quotas unipessoal, com base no
Código Comercial, na doutrina actualizada e na jurisprudência relevante.

Objectivos Específicos:
 Identificar os elementos obrigatórios do contrato de sociedade, conforme previsto no
artigo 257.º, n.º 2, alínea a), do Código Comercial;
 Interpretar o artigo 283.º do Código Comercial, destacando as particularidades
jurídicasaplicáveis à sociedade por quotas unipessoal;
 Apresentar um modelo prático de contrato de sociedade por quotas unipessoal,
conforme os requisitos legais em vigor.

Metodologia:

5
Este trabalho utiliza uma metodologia qualitativa, descritiva e exploratória, com base na
análise documental da legislação aplicável (Código Comercial), da doutrina jurídica
especializada e da jurisprudência nacional relevante. A investigação será complementada com
a apresentação de um modelo prático de contrato e com exemplos de aplicação real, com o
objectivo de ilustrar o funcionamento do instituto no contexto jurídico e económico actual.

1. Conceito de Sociedade por Quotas


A sociedade por quotas é uma forma de sociedade comercial de responsabilidade limitada, em
que o capital social é dividido em quotas, não representadas por acções, pertencentes a um ou
mais sócios. Essa estrutura visa permitir a constituição de sociedades com menor formalismo
e maior proximidade entre os sócios, sendo muito utilizada por pequenas e médias empresas.

Segundo Coelho (2019), a sociedade por quotas caracteriza-se por permitir que os sócios
limitem sua responsabilidade ao valor das quotas subscritas, sem que isso implique na
despersonalização da sociedade.

A natureza híbrida dessa sociedade combina características das sociedades de pessoas e das
sociedades de capitais confere-lhe grande flexibilidade. Essa forma societária reflecte o
equilíbrio entre a autonomia contratual dos sócios e a protecção dos credores da sociedade,
por meio da limitação da responsabilidade patrimonial dos sócios,(Miranda 2003).

2. Conceito e Natureza da Sociedade por Quotas Unipessoal


A sociedade por quotas unipessoal é uma modalidade específica da sociedade por quotas,
constituída por um único sócio, pessoa singular ou colectiva. Esta figura jurídica foi
introduzida como forma de incentivar o empreendedorismo individual, permitindo a
constituição de uma sociedade com responsabilidade limitada, mesmo na ausência de outros
sócios.

De acordo com Marques (2020), a sociedade unipessoal representa uma evolução no direito
societário moderno, ao permitir a separação patrimonial entre o sócio e a sociedade,
mitigando o risco empresarial do empresário individual. Tal forma societária garante
segurança jurídica e operacionalidade a negócios de pequena escala, sem sacrificar os
princípios da autonomia patrimonial e da responsabilidade limitada.

3. Regime Jurídico Aplicável à Sociedade por Quotas Unipessoal


6
A sociedade por quotas unipessoal é uma das figuras mais relevantes no contexto empresarial
contemporâneo, especialmente em países cuja legislação societária tem origem no sistema
romano-germânico, como Portugal, Angola ou Moçambique. Trata-se de uma forma
societária com apenas um sócio, dotada de personalidade jurídica própria e com
responsabilidade limitada ao capital social subscrito. A sua regulamentação encontra-se,
sobretudo, nos artigos 257.º e 283.º do Código Comercial, que estabelecem os requisitos
formais e os efeitos jurídicos associados a essa modalidade de sociedade.

4. Fundamentos Jurídicos e Enquadramento Legal


O artigo 257.º, n.º 2, alínea a) do Código Comercial determina os elementos essenciais do
contrato de sociedade por quotas, os quais incluem: a firma ou denominação da sociedade, o
objecto social, a sede, o capital social e a quota de cada sócio. No caso da sociedade
unipessoal, há apenas um sócio, o que exige adaptações quanto à redacção do contrato e à
estrutura orgânica da sociedade.

Por sua vez, o artigo 283.º do Código Comercial é claro ao permitir a constituição de uma
sociedade por quotas com um único sócio, consagrando legalmente a figura da sociedade
unipessoal. Este artigo também assegura que, salvo disposição especial em contrário, aplicam-
se à sociedade unipessoal, com as necessárias adaptações, as normas das sociedades
pluripessoais. Isso reforça a ideia de que a unipessoalidade não compromete os princípios
fundamentais da organização societária.

Segundo Coelho (2019), a criação da sociedade por quotas unipessoal surgiu como resposta às
necessidades práticas do mercado, onde muitos empreendedores individuais desejavam
explorar uma actividade económica sem sujeitar-se à responsabilidade ilimitada, como no
caso do empresário em nome individual. A legislação moderna reconhece que é possível
compatibilizar a existência de uma única pessoa no quadro societário com a autonomia
patrimonial da empresa.

5. Natureza Jurídica e Responsabilidade do Sócio


A sociedade por quotas unipessoal mantém a personalidade jurídica distinta da do seu sócio
único, o que implica uma separação entre o património pessoal do sócio e o património da
sociedade. Essa separação patrimonial é um dos pilares da responsabilidade limitada princípio

7
segundo o qual o sócio responde apenas pelo valor da sua quota e não com os seus bens
pessoais.

Contudo, como adverte Miranda (2003), essa limitação de responsabilidade não é absoluta.
Em casos de fraude, abuso de forma jurídica ou confusão patrimonial, o ordenamento jurídico
pode aplicar a teoria da desconsideração da personalidade jurídica, responsabilizando
directamente o sócio pelos actos da sociedade. Isso demonstra que o regime jurídico busca um
equilíbrio entre a protecção do sócio e a salvaguarda dos credores sociais.

Adicionalmente, é importante mencionar que, conforme o Código Comercial, se o sócio único


vier a falecer ou se tornar incapaz, aplica-se o regime de sucessão previsto na lei civil,
podendo os herdeiros continuar a sociedade ou dissolvê-la, respeitando os prazos e condições
legais.

6. Formalidades Legais e Publicidade


Apesar de permitir a constituição por uma única pessoa, a sociedade unipessoal deve cumprir
todas as formalidades legais exigidas para as demais sociedades por quotas. Isso inclui a
elaboração de um contrato social, a sua redução a escrito e o registo na conservatória do
registo comercial competente.

Para Marques (2020), a exigência de formalização documental e de registo público serve


como mecanismo de segurança jurídica, garantindo a transparência nas relações comerciais e
a protecção dos terceiros que se relacionam com a sociedade. Além disso, o contrato social da
sociedade unipessoal deve deixar claro que se trata de uma sociedade de responsabilidade
limitada com um único sócio, a fim de evitar confusões quanto ao regime de responsabilidade
aplicável.

A publicidade dos actos societários, como alterações contratuais, cessão de quotas ou


mudança de sede, continua sendo obrigatória, mesmo em sociedades com um sócio só. Isso
reforça a importância do controle formal e documental sobre as sociedades comerciais,
independentemente do número de sócios.

7. Relevância Económica e Flexibilidade Jurídica


A sociedade por quotas unipessoal representa uma importante ferramenta jurídica para
formalizar negócios de pequena escala, promovendo o empreendedorismo e a economia
8
formal. A sua simplicidade estrutural e a limitação de responsabilidade incentivam
empresários individuais a optarem por este tipo de sociedade como forma de proteger o seu
património pessoal e organizar a sua actividade empresarial de forma mais profissionalizada.

Como observa Coelho (2019), a legislação deve oferecer formas societárias acessíveis e
funcionais, sem impor obstáculos burocráticos excessivos ao pequeno empresário. A
sociedade unipessoal atende a esse requisito, sendo um modelo de gestão empresarial
eficiente, ágil e juridicamente seguro.

Em termos práticos, a sociedade por quotas unipessoal é frequentemente utilizada em


negócios familiares, profissionais liberais que atuam como pessoas colectivas, e
microempresas que desejam separar a gestão do negócio dos bens pessoais do empresário.

8. Elementos Obrigatórios do Contrato de Sociedade por QuotasUnipessoal: Análise do


Artigo 257.º, n.º 2, alínea a) do CódigoComercial
A constituição de uma sociedade comercial, independentemente do seu tipo, requer o
cumprimento de requisitos legais formais e materiais, entre os quais se destaca a celebração
de um contrato social válido e eficaz. No caso da sociedade por quotas unipessoal, cuja
estrutura se baseia na presença de um único sócio, é ainda mais importante que o contrato
social reflicta com clareza os elementos fundamentais da sociedade, garantindo transparência,
segurança jurídica e eficácia na sua actuação perante terceiros.

O artigo 257.º, n.º 2, alínea a) do Código Comercial(em vigor em diversas jurisdições


lusófonas, como Angola e Moçambique), enumera os elementos obrigatórios do contrato de
sociedade por quotas. Estes elementos são essenciais para a validade do contrato e para a
correta inscrição da sociedade no registo comercial competente.

8.1. Firma ou Denominação Social


O primeiro elemento obrigatório diz respeito à firma ou denominação social da sociedade.
Trata-se do nome pelo qual a sociedade será legalmente conhecida e identificada nos seus
actos jurídicos e comerciais. A firma deve respeitar os princípios da veracidade, novidade e
licitude, sendo obrigatória a menção à natureza jurídica da sociedade (ex.: “Lda.” ou
“Sociedade Unipessoal por Quotas”).

9
Segundo Coelho (2019), a firma da sociedade desempenha uma função de individualização,
publicidade e responsabilidade. A clareza e regularidade do nome empresarial servem para
proteger o público e garantir que a sociedade possa ser claramente distinguida de outras no
mercado. A omissão ou irregularidade neste ponto pode resultar na nulidade do registo ou em
acções judiciais por concorrência desleal.

8.2. Objecto Social


O objecto da sociedade é outro requisito essencial e refere-se às actividades económicas que a
sociedade pretende exercer. O objecto deve ser lícito, determinado e possível, ou seja, não
pode contrariar a ordem pública ou os bons costumes, deve ser claramente identificável e estar
ao alcance das possibilidades jurídicas e técnicas da sociedade.

Conforme o Miranda (2003), o objecto social delimita o âmbito da actuação da sociedade e


também dos seus administradores, sendo o parâmetro legal para verificar se os actos
praticados estão dentro ou fora do escopo da empresa. Além disso, o objecto social é relevante
para fins fiscais, regulatórios e contratuais, uma vez que pode implicar exigências específicas
em função da actividade (ex.: licenças, autorizações, etc.).

8.3. Sede da Sociedade


A sede socialé o local onde a sociedade centraliza a sua administração e coordena as suas
actividades. Ela define, também, a jurisdição competente para questões judiciais e
administrativas, além de ser o endereço oficial para notificações e correspondência.

De acordo com Marques (2020), a sede da sociedade deve estar claramente indicada no
contrato social, podendo ser alterada mediante alteração contratual registrada. O local da sede
deve ser real e acessível, pois sua função não é apenas simbólica, mas organizacional e
jurídica.

8.4. Capital Social


O capital social é o montante total de bens ou dinheiro que o(s) sócio(s) se comprometem a
entregar à sociedade no momento da constituição. No caso da sociedade unipessoal, este
capital pertence integralmente ao único sócio. O contrato social deve indicar o valor total do
capital, sua forma de realização (dinheiro ou bens) e os prazos de integralização.
10
ParaCoelho (2019), o capital social representa a base económica mínima da sociedade e serve
como garantia perante terceiros. Apesar de, actualmente, não haver capital mínimo
obrigatório em muitos ordenamentos, a declaração clara e objectiva deste valor no contrato é
essencial para a transparência e credibilidade da sociedade no mercado.

8.5. Quota do Sócio


No caso da sociedade por quotas unipessoal, há apenas um sócio, e, portanto, uma única
quota. O contrato social deve indicar a quota do sócio único, especificando o valor
correspondente ao capital social que ele representa. Ainda que não haja divisão entre diversos
sócios, a menção à quota é exigida por lei, uma vez que configura formalmente o vínculo
patrimonial entre o sócio e a sociedade.

Segundo Marques (2020), a quota, mesmo única, é um título jurídico que representa os
direitos e deveres do sócio em relação à sociedade, como o direito aos lucros e a
responsabilidade pelas obrigações sociais até ao montante da sua quota. Assim, a
individualização da quota no contrato garante clareza e previne disputas, especialmente em
casos de sucessão ou transmissão

9. Modelo Prático de Contrato de Sociedade por Quotas Unipessoal


A sociedade por quotas unipessoal é uma figura jurídica que permite a constituição de uma
sociedade com um único sócio, pessoa singular ou colectiva, mantendo-se a separação entre o
património pessoal do sócio e o da sociedade. Esta modalidade é regulada pelo Código
Comercial, nomeadamente nos artigos 257.º e 283.º, e exige um contrato escrito com
cláusulas específicas, mesmo que haja apenas um subscritor. O contrato constitui a base legal
e organizacional da sociedade e deve respeitar os elementos obrigatórios previstos na
legislação.

De acordo com Coelho (2019), o contrato de sociedade unipessoal deve assegurar os mesmos
princípios estruturantes das sociedades pluripessoais, com as devidas adaptações, reflectindo a
autonomia patrimonial da entidade, a responsabilidade limitada do sócio e a definição clara de
suas funções e obrigações.

11
Abaixo, apresenta-se um modelo simplificado de contrato de sociedade por quotas unipessoal,
elaborado em conformidade com os requisitos legais:

9.1. Exemplo Prático


Eu, Américo Fernando, maior de idade, solteiro, natural de Ribáuè, residente em Namiconha,
distrito de Ribáuè, província de Nampula, portador do Bilhete de Identidade n.º
032104362167I, emitido pela Direcção Nacional de Identificação Civil de Nampula, na
qualidade de sócio único, declaro constituída uma sociedade por quotas unipessoal, nos
termos seguintes:

 Cláusula 1.ª – Firma e Sede


A sociedade adopta a firma Agro-Ribauè, Unipessoal, Lda, com sede no Distrito de Ribáuè,
Província de Nampula.

A duração da sociedade é por tempo indeterminado.

 Cláusula 2.ª – Objecto Social


A sociedade tem por objecto a produção, transformação e comercialização de produtos
agrícolas, a prestação de serviços agrícolas e de assistência técnica rural, bem como a criação
de animais de pequeno porte e comercialização de insumos e equipamentos agrícolas.

 Cláusula 3.ª – Capital Social


O capital social é de 50.000,00 MZN (cinquenta mil meticais), integralmente subscrito e
realizado pelo sócio único.

 Cláusula 4.ª – Participação do Sócio


O sócio único detém 100% do capital social da sociedade.

 Cláusula 5.ª – Administração


A administração da sociedade cabe ao sócio único, com plenos poderes de gestão e
representação, podendo praticar todos os actos necessários à prossecução do objecto social.

 Cláusula 6.ª – Regime Legal


A sociedade rege-se pelas disposições do Código Comercial de Moçambique, bem como pela
demais legislação aplicável em vigor.

12
Ribáuè, aos 23 de Agosto de 2025

O Sócio Único: Américo Fernando

Como observa Marques (2020), a correta elaboração do contrato é fundamental para garantir a
validade jurídica da sociedade e facilitar seu registo.

Além disso, conforme afirma Pontes de Miranda (2003), a formalização documental é


indispensável não apenas para efeitos legais, mas também para resguardar o sócio de
eventuais conflitos patrimoniais e responsabilizações indevidas.

Portanto, a utilização de um modelo adequado de contrato, com base nas exigências legais e
boas práticas doutrinárias, é essencial para a eficácia e segurança jurídica da constituição de
uma sociedade por quotas unipessoal.

11. Comparação entre a Sociedade por Quotas Unipessoal e OutrasFormas Societárias:


Vantagens e Desvantagens
A Sociedade por Quotas Unipessoal (SPQU) é uma forma societária moderna, ideal para
pequenos empreendedores e profissionais liberais, por permitir a constituição de uma empresa
com responsabilidade limitada por apenas uma pessoa.

Em comparação com o empresário em nome individual, a principal vantagem da SPQU é a


separação entre o património pessoal e o da empresa, protegendo os bens do sócio.

Em relação à sociedade por quotas pluripessoal, a SPQU é mais simples de gerir, evitando
conflitos entre sócios e facilitando a tomada de decisões.

Quando comparada à sociedade anónima (S.A.), a SPQU mostra-se menos burocrática, com
menos exigências legais e mais acessível às micro, pequenas e médias empresas. No entanto,
a SPQU possui limitações no acesso a grandes investimentos, pois não pode emitir acções em
bolsa. Outra vantagem importante da SPQU é a sua continuidade jurídica, permitindo a
sucessão em caso de falecimento do sócio, o que não ocorre automaticamente no modelo
individual. Assim, a SPQU combina simplicidade, protecção patrimonial e eficiência, sendo
uma solução eficaz para quem procura segurança jurídica sem os custos e exigências das

13
sociedades mais complexas, conforme destaca Miranda (2003) sobre a evolução das formas
societárias.

Conclusão

A sociedade por quotas unipessoal é uma figura jurídica que traduz a evolução do direito
societário moderno, adaptando-se às exigências do mercado e às necessidades dos
empreendedores individuais. Ao permitir a criação de sociedades por um único sócio com
responsabilidade limitada, este instituto confere segurança jurídica e estímulo à formalização
de negócios, especialmente no âmbito das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).

A análise do artigo 257.º do Código Comercial permitiu identificar os elementos essenciais do


contrato social, enquanto o estudo do artigo 283.º evidenciou as especificidades que
distinguem a sociedade unipessoal das demais formas societárias. O modelo prático
apresentado demonstrou a aplicabilidade concreta do instituto, reforçando sua utilidade e
funcionalidade no ambiente empresarial.

Do ponto de vista comparativo, a sociedade unipessoal mostra-se vantajosa por sua


simplicidade, autonomia e protecção patrimonial, embora exija rigor na gestão e no
cumprimento das formalidades legais para evitar abusos e fraudes. A jurisprudência analisada
reforça essa dualidade, ao mostrar casos em que a responsabilidade limitada foi afastada
devido à má utilização da forma jurídica.

14
Referencias Bibliográficas

Coelho, F. U. (2019). Manual de Direito Comercial (36.ª ed.). São Paulo: Saraiva.

Marques, J. L. (2020). Direito das Sociedades Comerciais: Teoria e Prática (3.ª ed.).
Lisboa: Almedina.

Coelho, F. U. (2019). Manual de Direito Comercial (36.ª ed.). São Paulo: Editora Saraiva.

Miranda, P. de. (2003). Tratado de Direito Privado (Vol. 47). Rio de Janeiro: Bookseller.

15

Você também pode gostar