REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
BALANÇO DO PLANO
ECONÓMICO E SOCIAL 2006
MAPUTO, FEVEREIRO DE 2007
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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ÍNDICE
I. NOTA INTRODUTÓRIA......................................................................................................... 3
II. CONTEXTO INTERNACIONAL ............................................................................................ 3
II. CONTEXTO SOCIAL E DEMOGRÁFICO NACIONAL ......................................................... 7
III.1 OBJECTIVOS E PRIORIDADES CENTRAIS DO GOVERNO ................................................ 7
III.2. OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO (ODMs)........................................ 8
III.3. IMPACTO DEMOGRÁFICO DO HIV-SIDA .......................................................................... 12
IV. CONTEXTO MACROECONÓMICO NACIONAL .............................................................. 14
IV.1. PRODUÇÃO GLOBAL E SECTORIAL .................................................................................. 15
A. AGRICULTURA, PECUÁRIA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL ....................................... 16
B. PESCAS.................................................................................................................................... 21
C. INDÚSTRIA EXTRACTIVA .................................................................................................... 23
D. INDÚSTRIA TRANSFORMADORA ..................................................................................... 24
E. ELECTRICIDADE E ÁGUA.................................................................................................... 26
F. CONSTRUÇÃO........................................................................................................................ 26
G. COMÉRCIO ............................................................................................................................. 27
H. RESTAURANTES E HOTÉIS ............................................................................................... 27
I. TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES ................................................................................. 28
IV.2. SECTOR MONETÁRIO E CAMBIAL .................................................................................... 29
IV.3. INFLAÇÃO ............................................................................................................................... 33
IV.4. BALANÇA DE PAGAMENTOS ............................................................................................. 39
V. PRINCIPAIS DESENVOLVIMENTOS POR SECTOR ....................................................... 44
V.1. ÁREA SOCIAL .......................................................................................................................... 44
A. EDUCAÇÃO ............................................................................................................................. 44
B. CIÊNCIA E TECNOLOGIA .................................................................................................... 52
C. SAÚDE ...................................................................................................................................... 53
D. TRABALHO .............................................................................................................................. 59
E. MULHER E ACÇÃO SOCIAL ................................................................................................ 62
F LIBERTAÇÃO NACIONAL, DEFESA DA SOBERANIA, E DA DEMOCRACIA E
DEFECIENTES DE GUERRA .................................................................................................... 66
G. CULTURA ................................................................................................................................ 67
H. JUVENTUDE E DESPORTOS.............................................................................................. 69
I. MEIO AMBIENTE...................................................................................................................... 71
V.2 ÁREA ECONÓMICA .................................................................................................................. 73
A. AGRICULTURA ....................................................................................................................... 73
B. INFRAESTRUTURAS ............................................................................................................. 78
C. PESCAS ................................................................................................................................... 87
D. RECURSOS MINERAIS ........................................................................................................ 90
E. INDÚSTRIA E COMÉRCIO ................................................................................................... 99
F. TURISMO................................................................................................................................ 101
G. TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES ............................................................................. 105
H. MEDIDAS DE APOIO AO EMPRESARIADO NACIONAL ............................................. 108
V.3. BOA GOVERNAÇÃO, LEGALIDADE E JUSTIÇA, DESCENTRALIZAÇÃO E
DESCONCENTRAÇÃO .................................................................................................................. 113
V.4. RELAÇÕES EXTERNAS E DEFESA ..................................................................................... 125
VI. POLÍTICA ORÇAMENTAL .............................................................................................. 134
VII. QUESTÕES TRANSVERSAIS ....................................................................................... 142
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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VII.1 GÉNERO ................................................................................................................................. 142
VII.2 HIV-SIDA ............................................................................................................................... 144
VII.3 MEIO AMBIENTE ................................................................................................................. 149
VII.4 SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO ....................................................................... 151
VII.5 CIÊNCIA E TECNOLOGIA ................................................................................................... 154
VII.6 DESENVOLVIMENTO RURAL ........................................................................................... 155
VII.7 REDUÇÃO DO IMPACTO DAS CALAMIDADES ............................................................. 159
VII.8 DESMINAGEM ...................................................................................................................... 162
ANEXO - MATRIZ REDUZIDA DE INDICADORES PRINCIPAIS ........................................ 165
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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I. NOTA INTRODUTÓRIA
O presente documento “Balanço do Plano Económico e Social 2006”, é uma avaliação da
implementação do Programa Quinquenal do Governo 2005-2009, no seu segundo ano de
execução.
O documento apresenta a estrutura consolidada nos documentos anteriores que consiste em
cinco grandes capítulos, nomeadamente: o contexto internacional; o contexto
macroeconómico nacional; os principais desenvolvimentos por sector; a política orçamental;
e, as questões transversais.
Por forma a adequar o Balanço do Plano Económico e Social como principal instrumento de
monitoria e avaliação da acção governativa, o presente balanço orienta-se pela abordagem
consolidada no PARPA II.
No contexto internacional apresenta-se a evolução da economia internacional o que permite
visualizar em que condições económicas internacionais o País implementou a sua política
económica e social; no contexto macroeconómico nacional são apresentados os principais
indicadores económicos; no capítulo dos principais desenvolvimentos por sector são
apresentadas as principais medidas e acções de política implementadas; no capítulo da
política orçamental é apresentado o envelope de recursos e sua aplicação com vista ao
cumprimento das acções previstas no Plano Económico e Social para 2006. No último
capítulo são avaliadas as medidas de política relacionadas com as questões transversais,
em consonância com a abordagem reflectida no PARPA II.
Em anexo, é apresentada a matriz resumida de indicadores principais das actividades do
Governo.
II. CONTEXTO INTERNACIONAL
As economias em desenvolvimento, vem mantendo a taxa média de crescimento a níveis de
4,8% ao ano desde 2000, duas vezes mais a taxa de crescimento das economias
desenvolvidas, que crescem em média 2.0% ao ano. Este forte crescimento, tem sido
impulsionado pelos países do Leste e Sul da Ásia. Estatísticas divulgadas recentemente pelo
Banco Mundial mostram que em 2006 a África Subsaariana alcançou uma taxa anual de
crescimento de 4,8%, superando a taxa de crescimento global de 2004 de 4,1%.
O forte crescimento económico em África é essencial para reduzir a pobreza. Essa é a razão
por que esse impulso do crescimento é promissor. Após muitos anos, o continente está
mostrando um crescimento que pode produzir uma redução da pobreza muito maior do que
nos últimos anos. Em parte, o forte crescimento em África é impulsionado por preços mais
altos de produtos exportados por estes países.
O Leste Asiático e o Pacífico, região que vem crescendo a uma taxa média de 8% ao ano
nos últimos 20 anos, continuou a ter o melhor desempenho entre as regiões em 2006, sendo
que a China, atingiu uma taxa de crescimento de 10,1%. O Sul da Ásia apresentou uma taxa
média de crescimento de 5,8% ao ano durante quatro anos terminados em 2004, quando
atingiu 6.7%. Grande parte dessa melhoria coincide com o aumento das exportações de
bens e serviços e com um sólido crescimento nos sectores de manufactura e serviços.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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O comércio continua a dinamizar o crescimento no Leste Asiático, sendo 81% do PIB da
região, que supera de longe a parcela de 55% do PIB no nível global. A rápida expansão do
comércio da China não somente sustentou seu crescimento, mas também ajudou seus
parceiros comerciais regionais a se integrarem mais rapidamente no sector manufactureiro
global. As exportações de bens e serviços aumentaram 10% atingindo 28% na Malásia,
Tailândia, Filipinas, Vietname e Camboja e contribuíram para taxas de crescimento
económico superiores a 6% em 2006 em todos esses países.
Em contraste, o comércio desempenhou um papel muito menor na América Latina e no
Caribe, representando 52% da produção total. As exportações dos países latino-americanos
vêm aumentando 4,5% ao ano desde 2000, menos de um terço do aumento das exportações
do Leste Asiático e menos da metade do crescimento das exportações do Sul da Ásia, da
Europa e da Ásia Central.
Com o forte crescimento que se registou no primeiro semestre de 2006, a inflação começou
a dar sinais de alta no segundo semestre, acabando por se concretizar a subida de nível de
preços em quase todos os países. Em muitas economias avançadas, a taxa de inflação
anual de 2006, fixou-se acima das zonas de conforto dos seus bancos centrais. No Japão, há
evidência crescente que a deflação finalmente terminou. Os preços do petróleo e de metais
tiveram novas elevações em finais de 2006.
Os principais bancos centrais responderam a pressão inflacionária apertando a política
monetária. A reserva federal dos Estados Unidos da América, continuou a elevar as taxas de
juro até Julho, e manteve-se em Agosto, e fixou-se em 5,2% no final de 2006; recentemente
o banco central europeu elevou ainda mais as taxas de juro para 3,1%; e o banco de Japão
terminou sua política zero da taxa de juro em Julho, tendo finalizado o ano com uma taxa de
juro de curto prazo de 0,2%.
As preocupações sobre a inflação aumentaram, e a politica monetária mais restritiva levaram
a um enfraquecimento nos mercados de acções e uma série de movimentos nos preços dos
activos em alguns mercados emergentes de Maio a Junho, embora os mercados tenham
estado mais estáveis desde Julho. Estes movimentos parecem ser maioritariamente
correcções depois de grandes acréscimos nos preços, ao invés de uma alteração dos riscos
económicos. Parece improvável que estes movimentos tivessem impacto no crescimento,
embora possa ser afectado nalguns países onde os Bancos Centrais tenham aumentado as
taxas de juro para acalmar as condições dos mercados financeiros e eliminar as pressões
inflacionárias.
Sumario de alguns Indicadores em 2006
EUA Japao Zona Euro Total OECD China
Em Percentagem
Taxa real de crescimento do Produto 3.3 2.8 2.6 3.2 10.6
Inflacao 2.9 -1.0 1.8 2.2 2.2
Taxa de Desemprego 4.6 4.2 7.9 6.0
Saldo da Balanca Corrente -6.6 3.8 -0.3 -2.0
Taxa de Juro de Curto Prazo 5.2 0.2 3.1
Fonte: OECD Economic Outlook 80 database
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Sumario de alguns Indicadores de África em 2006
PIB (Preços Saldo da Balança
Inflação
constantes) Corrente
(Variação anual) (% do PIB)
Angola 14.3 12.9 12.2
Botswana 4.2 11.3 14.7
Malawi 8.4 10.9 -5.0
Namibia 4.5 5.1 9.0
Nigeria 5.2 9.4 15.7
África do Sul 4.2 4.6 -5.5
Zambia 6.0 9.2 -6.4
Zimbabwe -5.1 1 216.6 0.5
Fonte: World Economic Outlook Sep2006
Estados Unidos da América
A elevada taxa de crescimento do produto real que se verificou no primeiro semestre de
2006, condicionou o desempenho anual da economia Norte Americana, tendo mantido o
crescimento do produto real acima dos 3% ao ano, a semelhanças de 2004 e 2005.
A demanda Interna cresceu menos 1pp face a 2005. Esta desaceleração foi devida ao fraco
desempenho dos investimentos fixos brutos, sobretudo no investimento imobiliário, que
sofreu um revés de cerca de 4,1% face a 2005; anulando o forte crescimento dos
investimentos públicos e não imobiliário. O consumo privado desacelerou 0,3pp, enquanto
que os gastos do governo cresceram 1,6%.
O saldo da Balança Comercial, continua a deteriorar face aos anos anteriores, apesar das
exportações estarem a crescer a ritmos superiores às importações. Em 2006, os EUA
exportou em bens e serviço cerca de 8,5% mais em relação a 2005, contra um crescimento
de 6,3% nas importações. Portanto, as exportações líquidas tiveram uma diminuição de 0,1%
face ao ano 2005.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Estados Unidos da América: Procura e Oferta
2004 2005 2006
Variação percentual de volume (preços de 2000)
Consumo Privado 3.9 3.5 3.2
Consumo Publico 2.1 0.9 1.6
Investimento fixo Bruto 6.1 6.4 3.4
Público 0.5 1.1 4.5
Imobiliario 9.9 8.6 -4.1
Não Imobiliario 5.9 6.8 7.6
Procura Domestica Final 4.0 3.6 3.0
Stockbuilding 0.4 -0.3 0.3
Procura Doméstica Total 4.4 3.3 3.2
Exportações de Bens e Serviços 9.2 6.8 8.5
Importações de Bens e Serviços 10.8 6.1 6.3
Exportações Liquidas -0.6 -0.2 -0.1
PIB a preços de Mercado 3.9 3.2 3.3
Fonte: OECD Economic Outlook 80 database
Zona Euro
Depois de vários alarmes falsos de recuperação económica, a Zona Euro retomou aos níveis
normais de desempenho, liderado pelas principais economias Europeias. A actividade
económica no primeiro semestre de 2006, cresceu a ritmos superiores aos verificados nos
anos anteriores, o que dinamizou o desempenho na segunda metade do ano.
As exportações e o investimento foram os principais dinamizadores da performance
económica da Região, mas há sinais de que as famílias também começaram a aumentar os
seus gastos. A recuperação económica devia estar baseada no consumo, uma vez que o
investimento empresarial e o investimento mobiliário familiar estão a jogar um papel menor
do que tem feito em anos anteriores.
Zona Euro: Procura e Oferta
2004 2005 2006
Variação percentual de volume (preços de 2001)
Consumo Privado 1.4 1.4 1.8
Consumo Publico 1.2 1.3 2.2
Investimento fixo Bruto 1.8 2.7 4.6
Público -1.3 1.2 1.9
Imobiliario 2.8 2.8 3.7
Não Imobiliario 2.1 3.0 5.5
Procura Domestica Final 1.4 1.7 2.5
Stockbuilding 0.2 0.1 0.0
Procura Doméstica Total 1.6 1.8 2.4
Exportações Liquidas 0.1 -0.3 0.2
PIB a preços de Mercado 1.7 1.5 2.6
Fonte: OECD Economic Outlook 80 database
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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China
O PIB da China praticamente dobrou em 5 anos, e é mais que provável que a economia
deste país passe a ser a terceira economia do Mundo em 2008, posição ocupada pela
Alemanha. Recordar que a China superou a Inglaterra em 2005, sendo actualmente a quarta
economia do Mundo. No último trimestre de 2006 cresceu 10,4%, comparado com o mesmo
período do ano anterior, totalizando uma taxa de 10,1% no ano. Esta taxa é a maior
alcançada desde 1995 quando a economia cresceu a 10,9%.
China: Indicadores Macroeconómicos
2004 2005 2006
Taxa real de crescimento do PIB (%) 10.1 10.2 10.6
Inflação (%) 6.9 3.8 2.2
Balança Fiscal (% do PIB) 0.0 0.2 1.5
Saldo da Balança Correne (% do PIB) 6.1 7.2 8.3
Fonte: OECD Economic Outlook 80 database
O crescimento de 10,1% elevou o PIB da China a 20,9 trilhões de yuans, o equivalente a
2,69 trilhões de dólares Norte Americanos. Esta dinâmica da economia Chinesa, deveu-se a
uma onda sem precedentes de industrialização, urbanização e investimentos internos,
também impulsionada pela adesão da China à Organização Mundial do Comercio (OMC) em
2001.
Com uma grande capacidade de oferta interna, a inflação está cada vez mais controlada,
tendo em 2006 estado a níveis de 2.2%, contra os 6.9% e 3.8% verificados em 2004 e 2005
respectivamente.
II. CONTEXTO SOCIAL E DEMOGRÁFICO NACIONAL
III.1 OBJECTIVOS E PRIORIDADES CENTRAIS DO GOVERNO
O Governo continuou a concentrar a sua acção na prossecução dos objectivos definidos no
Programa do Governo para o período 2005-2009, nomeadamente:
A redução dos níveis de pobreza absoluta, através da promoção do crescimento
económico rápido, sustentável e abrangente, focalizando a atenção na criação dum
ambiente favorável ao investimento e desenvolvimento do empresariado nacional e da
incidência de acções na educação, saúde e desenvolvimento rural;
O Desenvolvimento económico e social do país, orientado prioritariamente às zonas
rurais, tendo em vista à redução dos desequilíbrios regionais;
A consolidação da Unidade Nacional, da Paz, da Justiça e da Democracia, bem como
do espírito de auto-estima dos cidadãos, como condições indispensáveis para um
desenvolvimento harmonioso do país;
A valorização e promoção da cultura de trabalho, zelo, honestidade e prestação de
contas;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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O Combate a corrupção, ao burocratismo e a criminalidade;
O Reforço da Soberania e da Cooperação Internacional.
Note-se que para a prossecussão dos Objectivos do Programa do Governo, constituem
áreas chave para a acção a Educação; Saúde; Infra-estruturas; Agricultura; Desenvolvimento
Rural; Boa Governação, Legalidade e Justiça; e, Políticas Macroeconómicas, Financeiras e
de Comércio Internacional.
III.2. OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO (ODMs)
O compromisso assumido na Declaração do Milénio adoptada em Setembro de 2000 na
Cimeira do Milénio, contempla 8 Objectivos do Desenvolvimento do Milénio (ODM’s)
correlacionadas a 14 metas e 48 indicadores, constituindo um quadro para a monitoria do
desenvolvimento humano.
Os oito objectivos a atingir até 2015, são: i) erradicação da pobreza extrema e da fome; ii)
atingir o ensino primário universal; iii) promover a igualdade de género e aquisição do poder
pela Mulher; iv) reduzir a mortalidade infantil; v) melhorar a saúde materna; vi) lutar contra
HIV/SIDA, malária e outras doenças; vii) garantir a sustentabilidade ambiental; viii) e,
desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento.
O presente balanço permite monitorar as acções desenvolvidas para o cumprimento dos
Objectivos de Desenvolvimento do Milénio a atingir até 2015. Este exercício será feito com
base nos indicadores selecionados e respectivas metas anuais. De notar, que alguns
indicadores são colectados anualmente e reportados nos diferentes balanços sectoriais e
outros são somente verificáveis a médio e longo prazos.
1. Erradicar a Pobreza Extrema e a Fome
A principal meta deste objectivo é de reduzir em metade a percentagem de pessoas que
vivem em extrema pobreza ou que sofrem de fome.
O índice de pobreza baixou de 69,4% em 1997 para 54,1% em 2003, representando uma
redução de mais de 15% em 6 anos, ou 2,6% por ano em média. Com uma continuação do
forte crescimento económico, em cerca de 7% por ano durante a maior parte da última
década, no período até 2015, esta meta será muito provavelmente atingida. O desafio actual
preconizado no PARPA II é reduzir a pobreza até 45% em 2009.
A prevalência do baixo peso em menores de cinco anos e os níveis de mal nutrição no País
experimentaram uma redução em média de 1,2% por ano entre 2001 e 2003, principalmente
nas zonas rurais. Este desempenho deve ser avaliado tomando em conta que: (i) é difícil
estabelecer a verdadeira posição com os dados disponíveis; e (ii) uma redução de 0.6% por
ano no período 2004 – 2015 será suficiente para atingir a meta de 17% estabelecida no
Relatório Sobre os ODM (2005).
2. Atingir o Ensino Primário Universal
A meta é garantir que até 2015, todos os rapazes e raparigas concluam um ciclo completo do
ensino primário.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Em termos de indicadores de cobertura educativa, a taxa líquida de escolarização total
(EP1+EP2) foi de 87.1. No que se refere, a taxa líquida de escolarização no EP1, esta
passou de 83,4% em 2005 para 88,3% (previsão 88.0%) e a taxa bruta de admissão no EP1
passou de 160,6% em 2005 para 162,5% (previsão 161.7%). De notar que neste dois
indicadores se registou um cumprimento de 100% de face ao programado. De notar que se o
crescimento continuar a este ritmo, isto é, acima da média 2,8% por ano, se poderá atingir a
meta dos ODM até 2015.
Neste ano, continuou a ser privilegiada a expansão do acesso (no Ensino Básico, o EP1
funcionou em 8.954 escolas o que representa um crescimento na ordem de 3% e o EP2, a
ser leccionado em 1.514 escolas, cresceu em 14,7%. De notar também, um crescimento
significativo ao nível do ensino secundário onde o número de escolas leccionando o ES1
e/ou o ES2 aumentou em 38,5% e 40,0% respectivamente em relação a 2005), a melhoria da
qualidade do ensino e o reforço da capacidade institucional.
3. Promover a Igualdade do Género e a Autonomia das Mulheres
A meta é reduzir as disparidades de género em todos os níveis do ensino até 2015,
priorizando os níveis primário e secundário.
A diferença em termos de género no ensino primário está a ser reduzida gradualmente a
nível do ensino primário do primeiro grau (EP1). A taxa líquida de escolarização total
(EP1+EP2) das raparigas de 83.8%. A taxa líquida de escolarização das raparigas no EP1
passou de 81,2% em 2005 para 86,3% em 2006 (previsão 86%), com a percentagem de
raparigas a frequentar o EP1, aumentando de 46,3% em 2005 para 46,8%. No EP2 a
percentagem de raparigas foi em 2006 de 41,9% enquanto que, no ESG1 e ESG2 foi de
42,2% e 38,9%, respectivamente. A taxa líquida de escolarização aos 6 anos de raparigas na
1ª classe atingiu 49.03%.
No contexto deste objectivo foram realizadas acções de sensibilização às raparigas e na
redução dos desequilíbrios de género aos diferentes níveis e, de acordo com esta tendência
a meta de se atingir a paridade de género no EP1 provavelmente será atingida antes do
2015. Contudo, as metas referentes ao ensino primário do segundo grau (EP2) e ao ensino
secundário exigem uma atenção especial para que possam ser atingidas até 2015.
4. Reduzir a Mortalidade Infantil
A meta define a redução em dois terços, até 2015, da taxa de mortalidade de crianças
menores de cinco anos.
Em 2003, as taxas de mortalidade de menores de 5 anos rondava os 19%. O desafio para
2006, foi programada uma cobertura de mais de 80% em todas as vacinas administradas a
crianças menores de um ano, em 80% dos distritos, através da expansão de Postos Fixos de
Vacinação, no âmbito do Programa Alargado de Vacinação (PAV).
No período em análise registou-se uma cobertura vacinal integral em todas as componentes,
tendo-se registado um cumprimento em 100% nas taxas de cobertura VAS e DTP/Anti-pólio
(previsão 98.0%), na HB 3ª dose (previsão 95%) e na taxa de cobertura do BCG (previsão
98%), respectivamente.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Registou-se também uma melhoria da quebra vacinal de 11.8% (DPT1/DPT3 em 2005)
passando para 9.1% em 2006, resultante da melhoria na planificação e organização das
actividades do PAV, realçar ainda, a melhoria da rede de cadeia de frio, associada a
melhoria do fornecimento de vacinas e material de vacinação e a alocação de meios de
transporte, actuaram sinergicamente para o aumento das coberturas vacinais em 2006.
Referir que segundo o Relatório Sobre os ODM, para se atingir a meta estabelecida 95% de
cobertura em 2015, é necessário um aumento anual de 1,5% por ano até 2015, uma
tendência linear.
5. Melhorar a Saúde Materna
A meta é reduzir em três quartos, até 2015, a taxa de mortalidade materna.
Em 1995 a mortalidade materna em cada 100,000 nados vivos foi de cerca de 266/100,000.
A meta programada para 2006 é reduzir a mortalidade materna intra-hospitalar para
160/100,000 nados vivos. Para atingir a meta continuaram a ser privilegiadas acções de
prevenção, de controle e tratamento das principais doenças endémicas que mais influenciam
na morbi-mortalidade da população.
A taxa de mortalidade materna (óbitos maternos/100.000 mulheres grávidas) aumentou de
182 em 2005 para 190 em 2006. As Províncias de Cabo Delgado, Inhambane e Sofala
similarmente a 2005, continuam a registar as mais altas taxas de mortalidade materna. As
mais baixas taxas de mortalidade foram registadas nas províncias de Maputo Província e
Cidade.
No que se refere a cobertura de partos institucionais, esta decresceu de 50.1% em 2005 para
48.4% (previsão 51%) no período em análise, o que significa um cumprimento de 96.6%.
A Província do Niassa apresentou as mais elevadas coberturas de consultas pré-natais e
pós-parto tanto em 2005 como em 2006. Maputo Cidade foi a que maior cobertura de partos
institucionais registou correspondendo ao dobro da média Nacional.
6. Combater o HIV/SIDA, malária e outras doenças
A meta é travar até 2015 e iniciado a inversão do alastramento do HIV/SIDA.
Segundo as projecções de impacto demográfico, um pouco mais de 1,6 milhões de pessoas
poderão estar infectadas pelo vírus em 2006, sobretudo na faixa etária dos 15 aos 49 anos.
Estima-se que 500 pessoas contraem novas infecções diárias do HIV. A maioria de novos
casos irão ocorrer entre as pessoas actualmente HIV positivas. Referente ao aumento do
acesso ao tratamento com ARV e das doenças oportunistas, até o final do ano foram abertos
mais 120 sítios perfazendo actualmente 150 locais oferecendo o tratamento ARV dos quais
32 oferecem TARV pediátrico.
Dados apurados indicam que os órfãos maternos devido ao SIDA têm estado a aumentar,
enquanto que os órfãos cujas mães morrem por outras causas tendem a reduzir. Perante
este cenário, a prevalência do HIV/SIDA entre crianças e os adultos, 15 a 49 anos de idade,
aumentou de forma constante nos últimos anos, passando de 8,2% em 1998 para 13,6% em
2002 e Segundo a última ronda de vigilância epidemiológica de 2004, a seroprevalência a
nível do país é de 16.2% (sendo a região centro a mais afectada com 20.4%, a região sul
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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com 18.1% enquanto que a região norte apresenta 9.3%) em 2004, embora varie
grandemente entre as três regiões do país. 1 A diferença de género é particularmente
acentuada entre os grupos etários dos 15-19 anos e 20-24 anos, onde a prevalência entre as
mulheres é três vezes maior do que a dos homens.
Até 2015, ter estancado a incidência da malária e de outras doenças importantes e
começando a inverter a tendência actual.
No período em analise os resultados foram satisfatórios, no sentido em que, a pulverização
foi realizada em todos os distritos previamente seleccionados de todas as províncias, com
91% de cobertura (casas pulverizadas). Com a expansão para o distrito da Manhiça (primeira
ronda) bem como no município da Matola e Maputo, a cobertura da pulverização domiciliária
residual atingiu a cobertura de 34% (previsão 25%) da população, significando um aumento
em 136% do programado. através duma estratégia integrada de controlo da malária o uso de
redes mosquiteiras impregnadas e a Pulverização Intra-domiciliária, o controle larval nas
províncias de Maputo, Gaza e Inhambane e o início da profilaxia da malária na gravidez
(tratamento intermitente preventivo) a nível nacional.
No que se refere a incidência da malária, registou-se um ligeiro aumento de casos 5.923.857
em 2006 comparativamente a 5.896.411 em 2005. A província de Nampula foi a que mais
casos reportou (1.124.116), seguida de Gaza (874.302). A letalidade por esta doença
manteve-se praticamente estável, 0.07% para 0.08% em 2006
5. Garantir a Sustentabilidade Ambiental
A meta é integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas
sectoriais e inverter a perda dos recursos ambientais
Neste período, foram desenvolvidas acções visando o fortalecimento da coordenação e
integração da componente ambiental no PARPA II e nos planos sectoriais e provincias,
através da criação de unidades ambientais nos sectores e reforço das já existentes,
desenvolvidas acções no âmbito do ordenamento territorial para garantir o pleno
aproveitamento dos recursos naturais e humanos do país. Foi fortalecido o Conselho
Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (CONDES), através da criação de
representações locais, em Sofala, Nampula e Inhambane, estando em processo de
elaboração, a Estratégia de Desenvolvimento Sustentável.
Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da populaçao sem acesso sustentável a água
potável.
A meta de cobertura na água rural prevista para 2006 é de 45%, onde previa-se a construção
e reabilitação de 1350 fontes de abastecimento de água (sendo 610 furos, 115 poços e 625
fontes) beneficiando cerca de 675.000 pessoas adicionais, incluindo a reabilitação de
Pequenos Sistemas de Abastecimento de Água. No período em análise foram construidas e
reabilitadas 1532 (dos quais 614 furos, 137 poços e 781 fontes reabilitadas) correspondendo
a 113.5% face ao planificado, beneficiando uma população de cerca de 766,000 habitantes.
A cobertura de água situou-se nos 42% no total, 43.1% na zona rural e 37.5% na zona
urbana.
1 A taxa de prevalência em 2002 foi estimada em 16,7% na região centro, 14,8% na região sul e 8,4% na região norte.
11
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
A meta no âmbito de saneamento urbano é garantir que 39% da população peri-urbana
tenha acesso aos serviços de saneamento através da reabilitação dos sistemas de
abastecimento e redução das perdas, estando previsto a construção de 10.000 latrinas
melhoradas. No período em análise, registou-se melhoria no sistema de saneamento na
ordem de 36.5%. Das 10.000 latrinas planificadas (8.000 peri-urbano e 2.000 rural) foram
executadas 14.868 (sendo 8913 nas zonas peri-urbanas e 5955 nas zonas rurais),
correspondendo 148.7% do programado.
Destacar ainda acções desenvolvidas na componente de saúde ambiental incidiram nos
sectores de higiene pública, e está em curso a definição da Estratégia sobre a Água e
Saneamento e elaboração da Estratégia sobre o Saneamento para o Sector da Saúde.
8. Criar uma Parceria Mundial em Prol do Desenvolvimento
A meta é desenvolver um sistema comercial e financeiro aberto, baseado em regras,
previsível e não discriminatório incluindo um compromisso em relação à boa governação,
desenvolvimento e redução da pobreza.
No âmbito das actividades de natureza bilateral e multilateral, o primeiro semestre este ano, foi
caracterizado por uma intensa actividade político-diplomática, tanto a nível presidencial,
ministerial e técnica, incluída a acreditação de novos Embaixadores e/ou Altos Comissários.
Neste contexto, é de realçar a participação efectiva do País a nível dos organismos
internacionais tais, como a Comunidade para o Desenvolvimento da Africa Austral (SADC),
União Africana (UA), NEPAD, Organização das Nações Unidas (ONU), África, Caraíbas e
Pacífico (ACP), e Organização Mundial do Comércio (OMC), entre outros de que o País é
membro; destacando as negociações e respectivo acordo assinado com Portugal no âmbito da
Reconversão da Barragem de Cabora Bassa para Moçambique.
Foi iniciado o processo de preparação do Fórum Nacional do Mecanismo Africano de
Revisão de Pares (MARP) cujo o lançamento foi a 13 Julho 2006.
No prosseguimento da actividade diplomática visando a mobilização de recursos para apoiar
programas de redução da pobreza e desenvolvimento de Moçambique, importa destacar o
lançado o processo de Revisão Conjunta 2006 (1 de Março) cujas discussões estiveram
centradas na avaliação acordada do desempenho do Governo em 2005, em particular do
Balanço do Plano Económico e Social e do Orçamento do Estado 2005, na proposta de uma
matriz de indicadores principais para o período 2007-2009, baseada na matriz estratégica do
PARPA II, lançamento do Projecto “Vilas do Milénio”pelo Professor Jeffrey Sachs,
Conselheiro Especial do Secretário-Geral da ONU para as Questões dos Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio (ODM`s), ocasião que serviu para a reafirmação da
disponibilidade das Nações Unidas na mobilização de apoios para Moçambique para a
implementação dos ODM’s.
III.3. IMPACTO DEMOGRÁFICO DO HIV-SIDA
Moçambique é um país cuja população é bastante jovem, (45% da população total do país
tem a idade inferior a 15 anos). A população moçambicana é estimada em 19.888.701
habitantes e continua a crescer de forma rápida e desproporcional ao crescimento da
economia do País, o que se traduz pela elevada Taxa Média de Crescimento Anual da
12
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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população que se situa em 2,4%. O número de filhos por mulher na idade reprodutiva (15-49
anos) ainda se afigura elevado, se tomaremos em conta os padrões dos países
desenvolvidos que é em média de 2 filhos por mulher. Portanto, cada mulher em idade
reprodutiva possui em média 5 filhos ao nível do país. Nas zonas rurais, uma mulher chega a
ter em média 6 filhos, comparada com a das zonas urbanas onde em média uma mulher
possui 4 filhos.
A maioria da população moçambicana encontra-se a residir nas zonas rurais. Do total de
19,888,701 habitantes que o país possui actualmente, 14.218.061 encontram-se a residir no
campo, contra 5,670,640 que residem nas zonas urbanas, correspondendo a 71% e 29%,
respectivamente.
A densidade populacional baixa continua a constituir preocupação do Governo moçambicano
no processo de desenvolvimento, no que se refere ao provimento de serviços sociais básicos
e de qualidade para a grande maioria de moçambicanos. Este facto é bastante evidente em
províncias onde a dispersão populacional afigura-se mais acentuada, como é o caso das
Províncias de Niassa (8 hab/Km2), Tete (16 hab/Km2) e Gaza (17 hab/Km2).
Apesar do fraco nível de urbanização, o país ainda continua a registar uma crescente
tendência de movimentação populacional do campo para `a cidade. Este fenómeno é mais
saliente em relação aos grandes centros urbanos do país (Maputo, Beira e Nampula). Como
consequência há uma forte pressão sobre as infra-estruturas e solos urbanos que, por sua
vez, resultam em problemas de saneamento do meio e doenças contagiosas.
No que toca a Mortalidade Infantil a meta é de reduzir em dois terços, até 2015 a taxa de
mortalidade de crianças menores de cinco anos. Em 2003 esta taxa se situava em 124
mortes em cada 1.000 nados vivos. Como resultado dos progressos registados,
principalmente em cuidados de saúde primários, a mesma registou uma redução para 108
mortes em cada 1.000 nados vivos, no ano de 2005. Portanto, se as condições em termos de
cuidados de saúde primários continuarem a melhorar conforme as perspectivas do Governo
Moçambicano este indicador poderá reduzir-se cada vez mais e situar-se em 93 mortes em
cada 1.000 nados vivos em 2010.
No que diz respeito à imunização infantil, em 2003 a taxa de cobertura vacinal situava-se em
53% ao nível nacional com diferenciação segundo área de residência, sendo de 75% nas
zonas urbanas e 44% nas zonas rurais. O desafio traçado para 2006 foi de aumentar a
cobertura para 80% em todas as vacinas administradas a crianças menores de um ano e em
80% nos distritos, através da expansão de Postos Fixos de Vacinação, no âmbito do
Programa Alargado de Vacinação (PAV). No quadro do programa alargado de vacinação a
realização foi de 100% para a vacina BCG e de 100% para as restantes vacinas (VAS, DPT,
Anti-pólio e HB (3ª)).
Quanto ao melhoramento da Saúde Materna, a meta fixada foi de reduzir de 182/100.000 em
2005 para 160/100.000 em 2006 os óbitos maternos. Portanto, em 2005 o número de
mulheres que morreram por causas relacionadas com complicações da gravidez (antes,
durante ou depois do parto) foi de 182 mortes em cada 100,000 mulheres grávidas. A meta
prevista para o ano não foi atingida, tendo se registado uma taxa de Mortalidade Materna
maior a da registada em 2005. Em 2006 a taxa de mortalidade materna foi de 190/100.000
mulheres grávidas. Esta situação revela que algumas acções de prevenção, de controlo e
tratamento das principais doenças endémicas que mais influenciam na morbi-mortalidade da
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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população não decorreram conforme o previsto. As mais baixas taxas de mortalidade
materna foram registadas nas províncias de Maputo Cidade e Maputo Província. As
províncias de Inhambane, Cabo Delgado e Sofala foram as que registaram as mais altas
taxas de mortalidade materna.
No que se refere a cobertura de partos institucionais, em 2003 era de 47%, destacando-se a
cidade de Maputo com a maior taxa de cobertura (88%) e a menor taxa de cobertura na
provincia de cabo Delgado (30%). A meta para 2006 foi de 52%, tendo-se registado uma
cobertura de 48.4%, contra 50.1% do periodo anterior.
No capítulo do combate ao HIV/SIDA, malária e outras doenças a meta é travar até 2015 e
iniciar a inversão do alastramento do HIV/SIDA. Espera se que até 2015 se consiga deter a
incidência da malária e de outras doenças importantes e começando a inverter a tendência
actual. Segundo as projecções de impacto demográfico, mais de 1,6 milhões de pessoas
ficaram infectadas ao longo de 2006, sobretudo indivíduos da faixa etária dos 15 aos 49
anos. As estimativas apontam para 500 novas infecções diárias pelo HIV no país, onde a
maior parte dos novos casos ocorreram em indivíduos já seropositivos.
No que se refere expensão do acesso ao tratamento com ARV previa-se 16.000 mulheres
grávidas seropositivas recebendo profilaxia. No período em análise foram abrangidas 10.763
mulheres, o que corresponde a 67.3% de cumprimento do plano e 9.284 crianças filhos de
mães seropositivas.
O número de órfãos maternos devido ao SIDA têm estado a aumentar, enquanto que os
órfãos cujas mães morrem por outras causas tendem a reduzir.
No domínio da Pulverização Domiciliária Residual a meta para 2006 é aumentar a cobertura
da população de 20% para 25%. A pulverização foi realizada em todos os distritos
previamente seleccionados de todas as províncias, com 91% de cobertura de casas
pulverizadas. A pulverização domiciliária residual atingiu a cobertura de 34% da população.
As províncias de Gaza, Inhambane, Tete, Zambézia e Cabo Delgado contam, actualmente,
com projectos bem estabelecidos de distribuição de redes mosquiteiras às mulheres grávidas
através das consultas pré-natais e às crianças menores de 5 anos. O ano de 2006 foi
marcado pelo início da profilaxia da malária na gravidez (tratamento intermitente preventivo)
a nível nacional, tendo sido feita a formação do pessoal de saúde sobre a matéria.
IV. CONTEXTO MACROECONÓMICO NACIONAL
O Plano Económico e Social de 2006 definiu como principais objectivos os seguintes:
Alcançar um crescimento económico que se situe em torno de 8%;
Conter a taxa de inflação média anual em 7.5%;
Atingir um nível de 1,802.5 milhões de dólares, em exportações de bens o que
representa um crescimento de cerca de 5%;
Atingir um nível de reservas internacionais líquidas que financiem cerca de 4 meses
de importações de bens e serviços;
Prosseguir com a criação de condições que tornem atractivo o investimento em
Moçambique, salvaguardando no entanto uma correcta gestão do meio ambiente; e
14
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Melhorar a quantidade e qualidade dos serviços públicos de educação, saúde, água,
energia, saneamento e estradas.
O Balanço do Plano Económico e Social 2006 indica:
Crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 9,6%;
Taxa de inflação acumulada (IPC-Maputo) de 9,4%;
Exportações de bens, reportadas até o III Trimestre, atingiram cerca de 1,745.6
milhões de dólares; e
Entrada de Investimentos, medida pelo somatório de Empréstimos Privados
Desembolsados e Investimento Directo Estrangeiro, atingiu no III Trimestre 457.8
milhões de dólares.
IV.1. PRODUÇÃO GLOBAL E SECTORIAL
A produção global da economia moçambicana registou em 2006, um crescimento de 9.2%
em relação aos níveis registados em 2005.
Contribuiram em grande medida para o desempenho global, os sectores da agricultura
(11.1%), construção (23,6%) e dos transportes e comunicações (21.2%).
No geral o desempenho agrário foi impulsionado pelo registo de condições climatéricas
favoráveis para a prática agrícola. O desempenho da construção resulta essencialmente do
investimento público em infra-estruturas, no âmbito do combate à pobreza, sendo de
destacar, a construção das pontes sobre os rios: Zambeze em Caia, Rio Limpopo entre Guijá
e Chòkwe, e sobre o rio Lugela na Zambézia, bem como as obras de ampliação da EN1,
reabilitação de baragens e demais edificações públicas (escolas e hospitais). O desempenho
dos transportes e comunicações resulta essencialmente do aumento registado na oferta de
serviços de comunicaçoes, transporte aéreo e transporte rodoviário de carga.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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PRODUÇÃO GLOBAL E SECTORIAL - Taxas de Crescimento (%)
PRODUÇÃO 2005 BL 2006 PL I.S. 2006 2006 BL
AGRICULTURA, PECUÁRIA E SILVICULTURA 1.8 6.5 10.9 10.4
Agricultura 1.5 6.9 9.7 11.1
Pecuária 0.7 5.8 14.4 8.1
Silvicultura e Exploração Forestal 5.6 2.9 19.6 4.7
PESCA 3.4 3.3 6.6 -3.5
IND. EXTRACÇÃO DE MINERAIS 11.1 14.6 12.4 13.0
INDÚSTRIA TRANSFORMADORA 3.6 4.3 3.7 3.6
ELECTRICIDADE E ÁGUA 12.8 4.3 1.6 9.9
CONSTRUÇÃO 25.8 27.3 17.5 23.6
COMÉRCIO 2.1 8.7 9.1 4.2
SERVIÇOS DE REPARAÇÃO 1.1 1.0 1.1 4.5
RESTAURANTES E HOTEIS 6.1 6.1 13.6 15.2
TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES 19.5 9.6 25.5 21.2
SERVIÇOS FINANCEIROS 2.9 2.8 3.2 2.9
ALUGUER DE IMÓVEIS 2.4 2.4 2.4 2.4
SERVIÇOS PRESTADOS A EMPRESAS 5.6 4.5 5.6 4.8
SERVIÇOS DO GOVERNO 21.0 9.6 10.1 4.5
OUTROS SERVIÇOS 1.4 1.0 1.0 4.3
TOTAL PRODUÇÃO 8.4 8.2 10.0 9.2
O desempenho registado em 2006 é positivo, se termos em conta os índices de crescimento
registados em quase todos sectores económicos e sociais do País.
A. AGRICULTURA, PECUÁRIA E EXPLORAÇÃO FLORESTAL
Registou-se um atraso e irregularidade das chuvas durante a campanha, sem contudo
afectar as zonas com maior potencial produtivo. As condições climatéricas que permitiram a
realização de sementeiras iniciaram em finais de Novembro nas zonas Sul e Centro, e entre
finais de Dezembro e princípios de Janeiro na zona Norte, tendo contudo resultado em
inundações em algumas zonas baixas das províncias de Gaza, Inhambane e Sofala.
Registou-se a ocorrência de pragas (gafanhoto elegante e lagarta invasora), animais bravios
, e o ataque generalizado do escaravelho preto no milho, afectando no conjunto, as
províncias de Maputo, Gaza, Sofala, Manica, Tete, Cabo Delgado e Niassa.
No que diz respeito à disponibilidade de insumos, em todas as zonas do país, não foi
limitante, com a excepção nas provincias de Niassa e Maputo. Foram distribuidas 50,5 ton de
sementes de milho, arroz, amendoim, batata reno e horticolas para a província de Niassa. Na
provincia de Maputo, as necessidades em sementes foram asseguradas atravéz da
realização de feiras de sementes. De referir que foram realizadas feiras de sementes nas
províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, Manica, Tete, e Zambezia beneficiando
71.750 familias.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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PRODUÇÃO AGRÍCOLA - Taxas de Crescimento (%)
2005 BL 2006 PL I.S. 2006 2006 BL
TOTAL 1.5 6.9 9.7 11.1
EMPRESARIAL -10.4 8.4 22.4 21.6
FAMILIAR TOTAL 3.0 6.7 8.6 10.2
FAM. COMERCIALIZADO 8.1 10.7 5.0 13.1
AUTOCONSUMO 0.2 4.4 10.9 8.4
A produção empresarial e comercialização familiar, incluindo o autoconsumo, registou um
crescimento de 11,1%. Para estes resultados é de destacar o registo de condições
favoráveis para a prática desta actividade, e o papel desempenhado pelo Governo na
promoção da actividade agrícola, através de:
Fomento de culturas tolerantes à seca (batata doce, mandioca, ananás)- já
disponíveis nas Províncias;
Sensibilização dos produtores para o aproveitamento das zonas baixas e
aproveitamento dos recursos hídricos existentes para agricultura;
Reabilitação, manutenção e aquisição de pequenos sistemas de irrigação; e
Distribuição de insumos agrícolas através da realização de Feiras agro-pecuárias e
promoção da utilização de insumos e tecnologias melhoradas.
Para a produçao de principais culturas alimentares o sector familiar cultivou cerca de
4.203.716 ha, o que representa uma expansao de 2.0%. No geral registou-se um
melhoramento na produtividade agrícola, onde o aumento da produçao agrícola foi superior à
expansao das áres de cultivo,confomr ilustra a table seguinte:
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Áreas semeadas e produção agrícola das campanhas 04/05 e 05/06
Campanha 2004/05 Campanha 2005/06 Variação
Culturas Área Produção Área Produção Área Prod
´000 ha ´000 ton ´000 ha ´000 ton % %
Milho 1,440 1,382 1,471 1,534 2.2 11.0
Mapira 530 308 542.3 339 2.3 10.0
Mexoeira 95 36 97 43 2.1 19.0
Arroz (casca) 191 174 194 183 1.7 4.9
Total Cereais 2,256 1,900 2,305 2,098 2.2 10.4
Feijões 451 201 458 219 1.6 9.0
Amendoim 310 132 315 146 1.7 10.3
Total 761 333 774 365 1.7 9.5
leguminosas
Mandioca 1,106 6,635 1,126 7,552 1.8 13.8
Total 4,123 4,204 2.0
Note-se que no sector familiar os aumentos da produçao e produtividade agrícola são também traduzido
um aumento do auto-consumo Contudo, a magnitude do aumento não revela, categoricamente, que há
tendência de expansão do auto-consumo das famílias, a ritmos acima do crescimento populacional, e ne
quer reflecte, exclusivamente, as dificuldades de escoamento da produçao; pois, os níveis de comerciali
estao também associados à dificuldade de captaçao da comercializaçao do sector familiar atravéz do si
de mercado. Entre os possíveis canais de comercializaçao nao contabilizada, aponta-se a troca direc
produtos, e a venda da produçao pelas famílias nos países vizinhos.
Embora tenha havido um crescimento de 46.3% na comercializaçao do algodao, a
comercializaçao dos produtos de exportação registou um decréscimo de 1,7%, devido
fundamentalmente à redução verificada na cultura de castanha de caju, a qual tem um peso
relativamente maior neste grupo.
Em 2006, foram comercializadas 62,821 toneladas de castanha de caju, contra 104,337
toneladas de 2005. Este decréscimo, também previsto no PES 2006, deriva do facto de o
caju ser uma cultura com um comportamento cíclico em períodos de 5 anos, onde a
produção evolui de forma crescente até atingir um “pico”, após o qual se regista um
decréscimo. A campanha da castanha 2004/2005 é reportada como sendo a melhor
registada nos últimos 10 anos, e representou o referido “pico”. Adicionalmente, aponta-se a
expansão do Oídio em Nampula, província que actualmente produz cerca de 70% da
produção total. Em contrapartida, o aumento do preço de combustível no período em que
decorreu a actividade de pulverização contra o Oídio (Julho-Agosto), resultou na redução no
número de árvores tratadas.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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PRODUÇÃO EMPRESARIAL E COMERCIALIZAÇÃO DO SECTOR FAMILIAR (%)
(Taxas de Crescimento)
DESIGNAÇÃO 2005 BL 2006 PL I.S. 2006 2006 BL
PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO 30.1 5.8 -1.0 -1.7
Castanha 142.7 -13.6 -39.8 -39.8
Algodao -12.6 25.2 40.1 46.3
Copra 0.0 0.0 -10.1 8.3
Cana de açucar 19.0 11.7 6.9 -8.3
Citrinos 0.0 0.0 0.0 6.7
Cha folha 5.7 0.0 3.8 0.0
PRODUTOS BASICOS ALIMENTARES -4.2 8.0 9.2 33.3
Milho 1.8 4.8 9.9 16.4
Arroz Casca -11.7 3.6 29.4 24.8
Mapira -6.5 2.8 101.2 97.1
Mandioca 3.5 3.8 8.0 11.1
Amendoim descascado -0.2 3.0 2.6 13.7
Feijao 3.2 5.0 -0.1 90.0
Horticolas -26.8 20.9 21.6 28.8
Cebola -66.5 33.0 -43.0 23.9
PRODUTOS PARA A INDUSTRIA 24.1 18.2 22.3 10.2
Tabaco 33.9 28.5 6.5 -9.2
Tomate 4.3 6.0 93.7 93.7
TOTAL 4.8 10.1 9.6 14.9
No que concerne a cultura do algodão, apesar das chuvas terem começado muito
tardiamente houve um aumento da produção em cerca de 46.3% em relação a campanha
2004/05. A razão disso é que a pluviosidade foi suficiente de Janeiro/06 a Março/06, e o
excesso de água que se temia em Abril/06 dissipou-se. Por outro lado, o frio que se receava
que pudesse impedir a abertura das cápsulas do algodão, felizmente também não foi
rigoroso. De referir que ainda está em curso em algumas zonas da província de Nampula, a
comercialização do algodão caroço relativa a campanha finda, factor que pode influenciar na
determinação da produção total do algodão caroço comercializado, prevendo-se ainda
comercializar, cerca de 3.600 toneladas referentes à campanha 2005/06.
A produção da cana de açucar registou uma redução de 8,3% relativamente a 2005. As
principais razões desta redução foram a má distribuição da precipitação, problema associado
à deficiência na rega para complementar as chuvas e problemas de acesso à energia
eléctrica em algumas açucareiras. Estes problemas afectaram os rendimentos agrícolas,
reduziram o conteúdo de sacarose na cana e implicaram uma redução na produção do
açúcar.
No entanto, apesar da redução na produção de açúcar em 2006, o volume de açúcar
produzido, será suficiente para satisfazer as necessidades do mercado nacional, exportações
para os mercados preferenciais incluindo as solicitações adicionais nestes mercados, e para
exportar para o mercado internacional livre.
A comercialização dos produtos alimentares básicos apresentou a tendência de crescimento
mais alta dos últimos tempos (33,3)%. De referir que os produtos alimentares representam o
maior bolo da produção agrícola comercializada, portanto, com importância crucial para o
19
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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bem estar das famílias, quer do ponto de vista de garantia da segurança alimentar, quer do
ponto de vista de obtenção de rendimentos para a satisfação das necessidades vitais.
Note-se que ao nível nacional, os efeitos conjugados de temperaturas elevadas, ocorrência
de pragas e animais bravios resultaram na perda de cerca de 63.500 ha com culturas
alimentares diversas, o que corresponde a 1.5% do total da área semeada (4 203 716 ha).
Os produtos para indústria cresceram 10,2%, com os altos níveis de produção registados nas
culturas de tomate(93,7%).
A produção de tabaco registou um decréscimo na ordem de 9.2%, tendo-se situado em
59.071 toneladas. Esta redução deve-se fundamente aos níveis de produção registados na
província de Manica, onde registou-se uma redução de 80,4% das áreas de cultivo do sector
familiar (3.172,5 ha contra 16.211,4 ha), e 81,4% do sector empresarial (495,1 contra 2.667
ha), com a a extinção da Stancom e Tabacos de Moçambique, principais operadores da
indústria do tabaco nesta província.
COMERCIALIZAÇÃO DO SECTOR FAMILIAR (%)
(Taxas de Crescimento)
DESIGNAÇÃO 2005 BL 2006 PL I.S. 2006 2006 BL
PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO 37.9 4.7 -5.4 -0.3
Castanha 142.7 -13.6 -39.8 -39.8
Algodao -11.3 25.0 38.8 44.9
Copra -9.5 35.7
Cana de açucar 0.9 2.2 0.0 0.0
Citrinos 0.0 0.0 0.0 66.7
Cha folha 0.0 0.0
PRODUTOS BASICOS ALIMENTARES -2.1 8.3 6.5 33.9
Milho -3.7 7.1 12.7 20.8
Arroz Casca -7.0 4.0 42.6 35.8
Mapira -7.0 2.9 124.2 119.1
Mandioca 3.5 4.0 10.5 14.6
Amendoim descascado 0.0 3.0 2.7 14.1
Feijao 4.1 5.0 -0.1 97.1
Horticolas 0.0 39.9 -1.3 6.5
Cebola -78.0 33.3 -36.2 18.5
PRODUTOS PARA A INDUSTRIA 43.6 28.5 11.9 -4.4
Tabaco 39.0 31.4 6.3 -10.6
Tomate 62.1 19.4 281.6 281.6
TOTAL 8.1 10.7 5.0 13.1
A comercialização do sector familiar registou um crescimento de 13,1%.
No concernente à produção pecuária, referir que o ambiente e perspectivas de produção
pecuária conheceram um assinalável impulso, destacando-se: i) relançamento da produção
de ovos para a produção do pinto de 1 dia pela UGC (sector cooperativo); ii) lançamento do
projecto para a produção de frangos e ovos na província de Maputo; iii) dois matadouros
20
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
industriais quase concluidos em Manica; iv) investimentos em curso na área avícola em
Niassa, v) investimento no sector de leite nas províncias de Sofala e Manica com a
introdução de raças melhoradas para potenciar a produção de leite nos pequenos
produtores.
O efectivo global de bovinos para o ano 2006 está situado em 1,512,000 cabeças
PRODUÇÃO PECUÁRIA (Taxas de Crescimento em Volume (%)
Descrição 2006 PL 2006 BL
SECT. FAM. SECT. EMP. SECT. FAM. SECT. EMP.
Gado Bovino 3.8 3.8 8.0 8.0
Gado Suino 2.0 2.0 2.0 2.0
Aves vivas 3.1 0.0 61.2 7.5
ovos frescos 16.4 20.9 0.0 2.4
A produção total de carne de vaca, porco e frango atingiu 13.514 toneladas, onde a carne de
frango representa 51.3% do total produzido, o que revela uma relativa recuperação deste
sector.
Foram ainda produzidos 1 250 440 litros de leite e 1 865 394 dúzias de ovos de consumo o
que ditou rítmos de cresciemnto da produção animadores. De referir contudo, que a
informação disponível ainda é preliminar pelo facto de esta reportar, para a maioria das
províncias, a produção acumulada até ao III Trimestre.
O subsector de silvicultura e exploração florestal também registou um crescimento nos níveis
de produção em comparação com o ano de 2005, onde atingiu um crescimento de 4,7%,
mantendo deste modo a evolução positiva que vem se registando desde os anos anteriores.
A produção de madeira em toros, do sector empresarial, cresceu 17.5%.
Foram emitidas no país cerca de 3.306 licenças para exploração florestal de espécies
nativas, contra as 3.123 licenças emitidas no mesmo período de 2005.
A semelhança de 2005, em 2006, as províncias de Sofala, Zambézia e Cabo Delgado foram
as que registaram os maiores volumes licenciados de madeira em toros, com cerca de 30%,
21% e 18% do total licenciado, respectivamente. Os maiores volumes de licenciamento
nestas províncias relacionam-se em parte, ao facto destas possuírem grande potencial com
espécies florestais de valor madeireiro e a crescente procura destes recursos no mercado
nacional e internacional.
B. PESCAS
A produção pesqueira registou um decrescimento de 3,5%, onde a produção da pesca
empresarial registou um decrescimento de 8,4%. Incluindo a produção da aquacultura. Na
pesca empresarial, foram capturados 28,840 toneladas de diverso pescado, contra 27,315
toneladas de pescado de 2005.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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PRODUÇÃO PESQUEIRA -Taxas de Crescimento (%)
2005 BL 2006PL I.S 2006 2006 BL
TOTAL 6.8 3.3 6.6 -3.5
EMPRESARIAL 16.5 5.1 -3.4 -8.4
FAMILIAR TOTAL -3.0 0.6 21.8 4.5
FAM. COMERCIALIZADO -8.5 0.0 29.4 7.7
AUTOCONSUMO 2.5 1.2 15.7 2.4
Em 2006, registou-se um início tardio da actividade produtiva por parte de numerosa frota
devido a problemas financeiros, sobretudo no que diz respeito á pesca do camarão. Os
problemas financeiros do sector empresarial são devidos aos elevados custos dos
combustíveis, tendo em conta que estes representam cerca de 51% dos custos de produção.
Associado a este constrangimento, e a pedido dos respectivos armadores, retiraram-se 5
embarcações de pesca do camarão, o que influenciou negativamente no volume global do
pescado de camarão, lagostim e carangueijo.
A captura tradicional do camarão do sector empresarial, isto é, excluindo a produção da
aquacultura, atingiu cerca de 7,393 toneladas, o que representa 91% da produção prevista
no PES 2006 de cerca de 8100 toneladas.
A produção do camarão da aquacutura atingiu 913 toneladas, contra 1,067 toneladas de
2005.
PESCA EMPRESARIAL 2005 BL 2006 PL 2006 IS 2006 BL Tx de cresc.
Ton. Ton. Ton. Ton. em %
Lagosta 1.0 0.0 0.5 8.0 700.0
Caranguejo 158.0 150.0 51.0 107.0 -32.3
Gamba 1774.0 1100.0 660.0 1803.0 1.6
Peixe Fresco e Refrigerado 660.0 450.0 243.0 665.0 0.8
Kapenta 12991.0 20000.0 5396.0 15378.0 18.4
Fauna Acompanhante 1830.0 1000.0 534.0 1724.0 -5.8
Camarao* 9587.0 9300.0 4147.0 8306.0 -13.4
Lagostim 149.0 130.0 26.0 95.0 -36.2
Lulas e polvos 165.0 200.0 63.0 115.0 -30.3
Total 27315.0 32330.0 11120.5 28201.0
PESCA ARTESANAL 2005 BL 2006 BL
Quant. T.C.Vol Quant.
T.C.Vol Ton % Ton
Lagosta 0.0 - 0.0 -
Caranguejo -34.2 161 8.7 175
Peixe Fresco e Refrigerado 2.5 50,024 12.4 56,210
Camarão 2.5 4,555 -70.3 1,354
Cefalópedes -55.4 239 50.2 359
Os dados da pesca artesanal foram obtidos por meio do sistema de amostragem o qual
continua a cobrir apenas 5 províncias costeiras nomeadamente Maputo, Inhambane, Sofala,
Zambézia e Nampula. Neste sector foram registadas 62,501 toneladas.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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C. INDÚSTRIA EXTRACTIVA
A produção de minerais2 registou um crescimento global de 13.0% comparativamente ao ano
2005. Neste sector o destaque vai para o crescimento registado na produção de Gás natural,
Água Marinha Refugo, Turmalinas, Águas Marinhas e Condensado, tendo em conta o valor
que estes adicionam na produção mineira global.
RECURSOS MINERAIS - Taxas de Crescimento em Volume (%)
DESIGNAÇÃO 2005 BL 2006 PL I.S. 2006 2006BL
Carvão -79.3 200.0 0.0 1098.5
Bauxite 6.0 24.0 291.5 16.3
Bentonite tratada -5.4 11.1 191.2 26.5
Bentonite triada 4.2 22.4 0.0 -79.7
Mármore em chapas -11.1 24.0 -29.0 5.5
Mármore em blocos -17.5 33.3 -12.5 -7.3
Granada facetável -19.1 104.5 618.4 163.9
Ouro 12.3 7.7 13.3 16.4
Agua Marinha Refugo 129.0 120.0 -93.8 186.5
Turmalinas -84.4 29.6 21.3 10177.4
Tantalite -60.5 16.1 -72.0 -71.5
Berilo 435.9 20.0 105.3 -88.8
Areia -41.7 3.6 51.3 -39.1
Calcário -58.9 15.0 48.8 -76.2
Riolitos 14.4 34.8 -12.9 -99.3
Granitos 322.0 150.0 0.0 0.0
Dumortiorite -91.2 20.0 0.0 200.0
Gás Natural 78.7 4.1 20.7 14.9
Quartzo -33.8
Argila 593.2
Brita 477.5
Turmalina Refugo 16.7
Águas Marinhas 34046.7
Condensado 31.1
TOTAL 11.1 14.6 12.4 13.0
A produção do carvão mineral, registou uma evolução significativa tendo atingido 40.000
toneladas contra 3.417 toneladas produzidas em 2005, representando um crescimento de
1.098,5%. Este resultado deve-se fundamentalmente à instalação de novo equipamento em
2005 e a estabilidade laboral que se vive com o novo concessionário da mina Chipanga XI.
Com efeito, no I semestre de 2005, não se registou nenhuma produção de carvão.
A produção do ouro tem estado a registar crescimentos ao longo dos últimos anos. Em 2006
a extracção do ouro registou um crescimento de 16,4%, mercê dos esforços desenvolvidos
no âmbito do apoio e promoção da actividade mineira de pequena escala, em particular
através do Fundo de Fomento Mineiro.
2Para o presente Balanço foi igualmente contabilizada a extracção mineira de novos produtos, nomeadamente,
Quartzo, Argila, Brita, Turmalina Refugo, Águas Marinhas e Condensado.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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A produção de águas marinhas e turmalinas, registou um crescimento, o qual está aliado ao
facto do (i) número de licenças destes minerais estar a crescer, (ii) a descoberta de novas
ocorrências contendo estes minerais e (iii) aos novos dispositivos no novo Regulamento da
Lei de Minas.
A produção de gás natural registou um crescimento de 14,9%, tendência que se espera que
se mantenha nos próximos anos, tendo em conta a proposta de expansão do centro de
processamento do gás e gasoduto.
Por seu turno, a produção de tantalite tem estado a registar índices de produção negativos a
partir de 2005. Em 2006 houve uma produção de 80 mil toneladas contra as 500 mil
toneladas planificadas, o que representa uma realização de 16%.
Estes índices são fundamentados pela paralisação da fábrica que se registou para a
instalação de equipamento para o aumento da capacidade da mesma, o que ditou um
decréscimo na produção de cerca de 71,5%.
A produção de Riolitos decresceu significativamente, dada a existência de elevadas
quantidades em stock.
D. INDÚSTRIA TRANSFORMADORA
A produção industrial empresarial registou um crescimento de 3,2%. Incluindo a produção do
sector familiar o crescimento registado foi de 3,6%.
A tabela abaixo mostra em pormenor o comportamento da produção industrial por Divisões
de actividade:
Evolução da Produção Industrial por Divisões de Actividade
Unid/Med: 10^6MT
IS -
Descrição de Divisões 2006 2005 2006 % Cresc
% Cresc
Outras Indústrias Extractivas 270.5 10.9 14.2 29.6
Indústrias Alimentares e Bebidas 6.9 6,059.9 6,391.0 5.5
Indústria do Tabaco 19.6 1,280.2 1,796.6 40.3
Fabricação de Têxteis 408.6 68.5 91.2 33.2
Indústria de Vestuário -53.0 89.3 49.6 -44.4
Curtimenta e Fab.de Calçado 41.4 29.5 28.1 -4.8
Fabric. Papel, Cartão e seus Artigos -25.4 201.8 210.9 4.5
Edição, Impressão e Reprod. 4.2 464.9 415.3 -10.7
Fabricação de Prod. Químicos -7.2 471.4 412.8 -12.4
Fab. Art. Borracha e Material Plástico -7.2 291.1 309.4 6.3
Indústrias Metalúrgica de Base 1.7 23,443.8 23,739.7 1.3
Fab.Prod.Metálico/Maquinas e Equipamentos -26.7 207.6 142.8 -31.2
Fab. Maquinas e Equipamento 32.1 58.1 59.0 1.6
Fab. Máquina e Aparelhos Eléctrico 57.8 165.3 212.4 28.5
Fab. Veículos Auto. e Reboques 32.6 6.4 15.7 145.4
Fab. Outro Material de Transporte -71.0 39.1 19.9 -49.1
Fab. Mobiliário; Outras Ind. Transformadoras 4.2 123.7 129.5 4.7
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Produç. Distrib.Vapor, Agua Quente. Prod.
Gelo 17.3 4.7 4.5 -4.3
Outras. Act.e Serv. Prestados às Empresas 171.2 16.4 31.1 90.2
Total 3.3 33,032.5 34,073.7 3.2
Na categoria de Outras Indústrias Extractivas (Extracção e Refinação de Sal) registou-se um
crescimento de 29,6%.
As Indústrias Alimentares e das Bebidas registaram um crescimento de 5,5%, como
resultado da implementação do Diploma Ministerial nº.99/2003 sobre o regime aduaneiro da
Indústria Transformadora e o Decreto nº 55/04 que isenta o pagamento do IVA e de direitos
aduaneiros na importação da respectiva matéria prima (óleo cru), facto que estimulou o
aumento da produção. É de destacar ainda a contribuição positiva da CDM e da Coca Cola,
para alem da contribuição das industrias de aguas minerais. Contribuiu igualmente para o
crescimento acima assinalado as acções desenvolvidas no âmbito da campanha de
promoção da produção e consumo de produtos nacionais “Made in Mozambique”.
A Indústria do Tabaco cresceu 40,3%. Este alto crescimento é contributo das empresas MLT-
Mozambique Leaf Tobaco, produtora de tabaco com 58,9% e da BAT que registou um
crescimento de 5,6%.
A Impressão e Reprodução de Suportes de Informação Gravados tem registado
instabililidade nos seus níveis de produção pelo facto do sector laborar com base em
encomendas. Contudo, espera-se que com implementação do regulamento de Contratação
de Empreitadas de Obras Publicas, fornecimento de bens e serviços ao Estado a situação
vai melhorar significativamente. A assinatura do Acordo com os Ministérios da Educação no
sentido de uma parte do livro escolar seja produzida em Moçambique, bem como com os
outros Ministérios - Defesa e Interior para produção de outros produtos, tais como
(passaportes, fichas entre outros), poderá contribuir para melhorar o desmpenho deste
sector.
As Indústrias Metalúrgicas de Base registaram um crescimento de 1,3%, onde a produção da
Mozal cresceu 1,1%.
A Indústria Têxtil registou um crescimento positivo na ordem 33,2% como resultado da
contribuição das empresas da Baptista Salomão, Mozambique Sack produtoras de sacos de
ráfia e a empresa Stripes.
A Indústria de Vestuário registou um decréscimo de 44,4%. Contudo, espera-se que com a
assinatura dos memorados de entendimento no âmbito da campanha “Made in Mozambique”
com os Ministérios da Saúde, Educação, Defesa e Interior, a situação venha a mudar tendo
em conta a primazia dada às empresas nacionais no fornecimento de artigos de vestuário
para estas instituições.
A Indústria de fabricação de produtos Químicos teve um decrescimento de 12,4% que resulta
de problemas relacionados com a existência no mercado de produtos similares importados
que são comercializados a preços relativamente baixos. E a paralisação da empresa Colgate
Palmolive que encerrou a sua actividade industrial a partir do 3º trimestre 2006 passando a
exercer actividade de importação e comercialização dos produtos da sua nomenclatura.
A industria de fabricação de outro material de transporte teve um decrescimento de 49,1%
que resultou fundamentalmente da paralisação em 2006 da empresa Cometal que é um dos
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
grandes contribuintes deste sector, prevendo-se o arranque da sua actividade produtiva no I
trimestre de 2007
E. ELECTRICIDADE E ÁGUA
A produção de electricidade e água durante o período em análise cresceu 9,9%
comparativamente a 2005. A produção total de energia eléctrica cresceu 10,9%. Neste
período a energia produzida pela HCB cresceu 10.6%.
A produção hídrica da EDM cresceu 36,5%, comparativamente a 2005 dada a maior
disponibilidade das maquinas e do volume da água disponível no caudal, e também uma
melhoria da gestão energética das centrais de Chicamba e Mavuzi.
O volume total das exportações de energia em 2006 cresceu 6.6% comparativamente ao de
2005. Neste período a HCB exportou para Zimbabwe 3.022.891 MWh, o que representa um
crescimento de 45.4% .
O fornecimento de energia para o mercado interno através da EDM, registou um crescimento
de 12,9% reflectindo a maior oferta de energia com a electrificação rural e crescimento
económico urbano.
O numero de novas ligacoes ligados à rede eléctrica nacional, durante o ano de 2006, foi de
83.010 consumidores domésticos e industriais, totalizando 412.113 clientes em 2006. Com
estes números, a percentagem da população com acesso à rede nacional de energia,
estima-se em 9.4%.
F. CONSTRUÇÃO
Em termos globais, os indicadores da construção apontam para um crescimento de 23.6%.
Este crescimento espelha o esforço do investimento público no desenvolvimento de infra-
estruturas, nomeadamente, a construção das pontes sobre os rios: Zambeze em Caia, Rio
Limpopo entre Guijá e Chòkwe, e sobre o rio Lugela na Zambézia, bem como as obras de
ampliação da EN1, reabilitação de baragens e demais edificações públicas (escolas e
hospitais).
26
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
PROGRAMA DE ESTRADAS (km)
20,000
15,000
10,000
5,000
0
2006 PL 2005 BL 2006 BL
Reabilitação de 1,031 1,375 822
Estradas
Manutenção Periódica 2016 1004 527.9
Manutenção de Rotina 16,739 10,705 7,184
No geral o programa de estradas3 mostra que foram reabiltados 822 km de estradas ,e
realizados trabalhos de manuntenção periódica a 527.9 km e de rotina (7,184 km). No total o
programa de estradas incidiu sobre 8,534 km contra 13,084 de 2005.
G. COMÉRCIO
Os resultados apurados indicam um crescimento da actividade comercial em 4,1%. Esta
dinámica resulta do comportamento das actividades do sector real nomeadamente os
sectores agrário, indústria transformadora e indústria extractiva, assim como o aumento
líquido do fluxo comercial internacional reportado na balança de pagamentos.
H. RESTAURANTES E HOTÉIS
Durante o ano de 2006 a actividade dos restaurantes e hóteis registou um crescimento de
15,2%. Foram analisados 193 projectos e, deste número, foram aprovadoas 116 propostas,
encontrando-se em tramitação 77 projectos. O nível de aprovação de projectos está na
ordem de 60,1%.
O volume de investimentos proposto e aprovado corresponde a 615,8 milhões de dólares
americanos. Destes projectos destacam-se os projectos aprovados na Cidade de Maputo
com cerca de 325,96 milhões, província de Gaza, orçado em 171,079 milhões de dólares
americanos, Inhambane, Sofala e Zambézia na ordem de 47,44 milhões de dólares
americanos e Cabo Delgado com um investimento estimado em 32,508 milhões de dólares
americanos. Este investimento irá incrementar a capacidade de hospedagem no país em
2,855 quartos, correspondente a 3,896 camas. Em termos de postos de trabalho, o
investimento criará 3,890 novos postos de emprego.
3
A realização detalhada do programa de estradas encontra-se descrita no capítulo de infra-estruturas.
27
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
I. TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES
O crescimento global do sector dos transportes e comunicações foi de 21.2% , mercê do
desempenho registado nos serviços de comunicações, transporte aéreo transporte rodoviário
de carga.
TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES – Taxas de Crescimento (%)
Designação 2005 BL 2006 PL I.S. 2006 2006 BL
Transporte Ferroviário 4.9 5.3 13.5 5.6
Transporte Rodoviário 12.1 5.4 26.4 13.8
Transporte por Oleodutos -16.9 37.0 -55.8 -18.6
Transporte Marítimo e Cabotagem -4.0 3.8 2.6 30.3
Transporte Aéreo 5.7 5.3 47.9 28.4
Serviços relacionados com os Transportes 8.9 4.3 6.4 5.5
Servicos de Comunicações 100.5 20.5 33.6 29.7
TOTAL 19.5 9.6 25.5 21.2
Em 2006, registou-se um aumento de subscritores da telefonia fixa e móvel, tendo a telefonia
fixa pasado dos 65,992 subscritores em 2005, para 70,313 subscritores em 2006. Por seu
turno, o número de subscritores da telefonia móvel, passou de 1,503,943 subscritores para
1,837,195 subscritores em 2006.
De referir que todas Capitais Provinciais, Municípios e, Corredores de Desenvolvimento
estão cobertos com serviço de telefonia móvel, e dos 128 Distritos existentes 88 estão
cobertos com serviço móvel. Todas Capitais Provinciais possuem rede fixa de
telecomunicações, sendo que 106 Distritos, dos 128 existentes, estão cobertos com telefonia
fixa
O desempenho do transporte rodoviário de carga resulta fundamentalmente do surgimento
de novos operadores como resultado da aquisição, em Janeiro de 2006, de novos camiões
para o Sector Privado, na Província da Zambézia, e com a abolição dos vistos de entrada na
Swazilândia e África do Sul, o que resulta no aumento do movimento de pessoas e bens,
aliado à expansão e melhoria da rede viária.
Por outro lado, o transporte rodoviário assistiu a um bom desempenho no tráfego de
passageiros, sobretudo no transporte interprovincial, com o aumento da tarifa e de veículos
com capacidade superior a 15 lugares, e nos serviços públicos, com o aumento da
capacidade de transporte, com a aquisição de 45 novos autocarros, dos quais 10 iniciaram a
actividade no II semestre de 2005, e 35 iniciaram no II semestre de 2006, o que permitiu a
reintrodução de novos autocarros nas cidades de Inhambane, Quelimane, Nampula e
Pemba.
O crescimento registado no transporte ferroviário (5,6%) deve-se por um lado, à reabertura
de linhas anteriormente não exploradas pelo CFM-Sul (Matola-Gare e Marracuene) e ao
aumento da oferta; e por outro lado, ao melhoramento em curso, da Linha do Norte,
(Nampula–Cuamba), não obstante as constantes interrupções da linha, causadas pelas
chuvas que têm influenciado negativamente a frequência dos comboios.
O transporte aéreo registou um crescimento de 28.4% no volume de serviços. Este
crescimento deve-se, em parte, à entrada em operação da Kenya Airways e à maior
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
aderência do público utente, tirando proveito da redução das tarifas concorrenciais praticadas
pelos operadores. Além disso, há tráfego que se faz de Pemba para DAR-ES-SALAAM.
Por outro lado, foram levadas a cabo acções de operacionalização de rotas regionais em
coordenação com o Sector do Turismo, podendo-se tomar como exemplo a utilização de
mais aeronaves pela abertura do tráfego regional, com destaque à rota Lanseria
(Johanesburg)-Inhambane-Lanseria.
O volume global de carga manuseada nos portos de Maputo, Beira, Nacala, Quelimane,
Pemba e Mocímboa da Praia, atingiu 10,472.5 mil toneladas métricas contra 9,925.5 mil
toneladas métricas alcançadas em 2005.
IV.2. SECTOR MONETÁRIO E CAMBIAL
Programa Monetário e Financeiro
A política monetária delineada para 2006 está em consonância com os objectivos finais da
política económica do Governo, que preconizam um crescimento real do PIB de 7.9%, uma
taxa de inflação média de 7.5% e um saldo de Reservas Internacionais Líquidas superior a
quatro meses de importação de bens e serviços não factoriais, incluindo as dos grandes
projectos, ou cinco meses excluindo os grandes projectos.
Os objectivos intermédios da política monetária previam que a Base Monetária se
expandisse 15.9%, no contexto de uma posição líquida do Estado junto do sistema bancário
de 4,518 milhões de Mt, excluindo a variação dos saldos da conta de depósitos consignados
da Companhia do Vale do Rio Doce (CVRD), enquanto o agregado mais amplo de moeda, o
M3 (Meios Totais de Pagamento denominados em Moeda Nacional e Moeda Estrangeira)
deveria crescer cerca de 14% e o crédito à economia 35%.
A tabela que se segue apresenta as principais metas do programa monetário para Dezembro
de 2006, a sua realização até Novembro de 2006 (última informação disponível).
Realização e Programa Monetário - 2006
Programado Realizado
Descrição
Dezembro-06 Novembro-06
Performance Criteria Saldos em 10^3 Mt
Reservas Internacionais Líquidas (RIL) - 10^6 USD 1.063 1.125
Base Monetária (BaM) 14.038 14.753
M3 49.164 51.173
Crédito Líquido ao Governo (CLG) - Fluxo -4.518 -5.006
Crédito à Economia (CE) 28.640 27.136
Variação Anual de Saldos
M3 13,2% 17.8%
BaM 15,9% 13,7%
CE 35% 34,3%
Tomando por base a informação reportada a Novembro de 2006, constata-se que todas as
metas quantitativas do programa monetário delineado para 2006 foram cumpridas:
A expansão Base Monetária situou-se em 13.7%, quando o programa previa 15.9%. As
intervenções do BM nos mercados interbancários, em especial no MCI, onde as vendas
29
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
de divisas atingiram um montante equivalente a 10,647 milhões de Mt até Novembro,
revelaram-se importantes para o controlo deste agregado;
As RIL registaram um incremento de USD 182 milhões, passando o seu saldo para USD
1,125 milhões em finais de Novembro, equivalente a 4.7 meses de cobertura de
importações de bens e serviços não factoriais, incluindo os grandes projectos;
O Estado constituiu uma poupança líquida de 5,006 milhões de Mt, superando o valor
programado.
O Governo prosseguiu no segundo semestre de 2006 com as reformas tendentes modernizar
os instrumentos de política monetária, tendo em vista uma maior eficácia. Entre as medidas
adoptadas ao longo do segundo semestre de 2006, destacam-se:
A implementação da Lei 7/2005, sobre a introdução das notas e moedas do Metical da
nova família, com curso legal a partir de 1 de Julho de 2006, através do Aviso Nº
3/GGBM/2006, de 16 de Junho de 2006. Até ao dia 31 de Dezembro, data limite para a
co-circulação das duas famílias do Metical, as notas e moedas do Metical da nova família
representavam 90% do total de notas e moedas nacionais fora do BM, uma marca
considerável atendendo às condições actuais do país.
A aprovação e publicação do novo Regulamento do Mercado Cambial Interbancário
(MCI), através do Aviso Nº 5/GGBM//2006 de 16 de Dezembro. As principais alterações
introduzidas por via deste aviso são: (i) inclusão de um requisito de adesão ao MCI; (ii)
estabelecimento da obrigatoriedade de os operadores cotarem firme para um montante
de referência de USD 50.000, até um máximo de 1 chamada por dia, (iii) alargamento do
spread entre as cotações bid e offer, dos actuais 10 Ctn para 20 CTn e (iv) definição, com
maior detalhe, das operações bilaterais com o Banco Central. Adicionalmente, através de
uma informação ao mercado foi alargado o limite máximo de variação da cotação diária
para 1%, o que se mostra razoável para maior flexibilização dos operadores do MCI em
todo este ambiente.
A abertura de duas agências nas Cidades de Quelimane e Maxixe de um total de cinco a
abrir até o final do primeiro semestre de 2007, juntando-se às duas filiais regionais que
operam nas cidades da Beira e Nampula, respectivamente. É uma medida que se
enquadra nos esforços de colocar notas e moedas a um menor custo e de melhor
qualidade e contribuir para a expansão dos serviços financeiros para as zonas menos
bancarizadas do país.
Evolução dos Principais Agregados Monetários
Meios Totais de Pagamento
O agregado M3 – notas e moedas em circulação fora do sistema bancário e os depósitos de
particulares e pessoas colectivas em moeda nacional e estrangeira no sistema bancário
nacional, registou um crescimento anual de 17.9% até Novembro de 2006 (7,761.3 milhões
de Mt). Os depósitos a ordem continuam a deter maior peso no total dos depósitos, apesar
de terem reduzido de 70% em Dezembro de 2005, para 67.1% em Novembro de 2006, a
favor do aumento do peso dos depósitos a prazo em 3.4pp para 32.4% no mesmo período.
30
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Do ponto de vista de composição, nota-se um aumento dos depósitos denominados em
Meticais, ao passarem de 57.7% em final de Dezembro de 3005 para 59.5% em Novembro
de 2006. Do ponto de vista de titularidade, não houve alterações entre Dezembro de 2005 e
Novembro de 2006, com as empresas a deterem 51.2% do total dos depósitos da economia.
Na óptica de fluxos as empresas beneficiaram de 50.9% do total de depósitos.
Crédito à Economia
O saldo do Crédito à Economia concedido pelas Instituições de crédito foi de 27,136 milhões
de Mt até Novembro, equivalente a uma expansão anual de 34.3% (6,934.3 milhões de Mt,
dos quais 8,850 milhões de Mt em moeda nacional, a contrastar com a redução do crédito
denominado em moeda estrangeira em USD 61 milhões – equivalentes a 1,916 milhões de
Mt).
Do ponto de vista de sectores de actividades, o comércio e indústria são os que detêm a
maior percentagem até final de Novembro, com 29% e 21% respectivamente, conforme se
pode observar nos gráficos abaixo, o mesmo acontecendo do ponto de vista de fluxos
acumulados no ano, onde os dois sectores beneficiaram de 1,713 milhões de Mt e 831
milhões de Mt, respectivamente, seguidos da construção com 545 milhões de Mt, num fluxo
total de 5,921 milhões de Mt.
DISTRIBUIÇÃO DO CRÉDITO A ECONOMIA
Agricultura
Outors
6% Indústria
Sectores
21%
28%
Construção
6%
Transp. E
Comun.
Indústria de
6%
Turismo
Comércio
4%
29%
Taxa de Cambio
Após um ano de claras perturbações, em 2006, o Metical mostrou-se bem mais estável face
às principais moedas transaccionadas nos vários segmentos do mercado cambial. As
medidas excepcionais que o Governo tomou em finais de 2005 revelaram-se importantes
para acalmar o mercado e dotá-lo de maior disciplina e profissionalismo. Importa referir aos
resultados obtidos com os afinamentos realizados em toda a cadeia do complexo processo
de importação de combustíveis, para a estabilidade da taxa de câmbio.
31
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
MERCADO DE CÂMBIOS - COTAÇÃO DO METICAL FACE AO DÓLAR AMERICANO
ANO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
TAXAS MÉDIAS - MT/USD
2003 23,8 23,8 23,8 23,8 23,8 23,8 23,7 23,7 23,7 23,8 23,8 23,8
2004 23,7 23,8 23,8 23,8 23,7 23,4 23,0 22,7 22,2 21,0 20,3 19,3
2005 18,8 18,4 19,6 20,0 23,5 24,5 24,6 24,5 24,6 25,5 28,1 24,8
2006 23,9 24,4 25,0 25,1 25,3 25,1 25,8 25,8 26,0 26,0 26,2 26,2
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA (%)
2003 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,4 -0,1 0,2 0,2 0,4 0,5 0,6
2004 -0,6 0,0 0,0 0,0 -0,4 -1,7 -3,3 -4,9 -6,7 -11,9 -14,9 -18,9
2005 -2,9 -5,0 1,1 3,3 21,6 26,5 26,9 26,7 27,2 32,0 45,2 28,0
2006 -3,4 -1,5 1,1 1,4 2,1 1,5 4,1 4,3 5,0 5,2 5,8 5,7
TAXA DE CRESCIMENTO HOMÓLOGA (%)
2003 2,1 1,7 1,3 0,9 0,7 0,5 -0,2 -0,3 -0,6 -0,7 -0,1 0,6
2004 -0,5 0,1 0,1 0,1 -0,3 -1,4 -2,6 -4,5 -6,3 -11,6 -14,8 -18,9
2005 -20,7 -22,9 -18,0 -16,2 -0,9 4,4 6,5 8,1 10,6 21,6 38,6 28,0
2006 27,3 32,7 28,0 25,6 7,4 2,8 5,0 5,4 5,7 2,0 -6,8 5,7
Depois de um período de relativa pressão, ocorrido entre Janeiro e Fevereiro de 2006,
decorrente de uma maior procura de divisas para pagamento de importações de
combustíveis e produtos diversos, o Metical estabilizou-se no mercado entre Março e Abril.
Em Dezembro o Metical culminou com uma depreciação acumulada de 5.7% face ao dólar
americano.
A par de uma maior volatilidade do USD no mercado internacional, a intervenção nos
mercados interbancários favoreceu a estabilidade cambial. Ademais, esta situação esteve no
período igualmente associada a medidas especiais tomadas visando financiar as
importações de combustíveis, através de um sindicato bancário mais robusto para fazer face
a este tipo de operações, a um crescimento da confiança no mercado, traduzido pelo
aumento das transacções interbancárias de divisas e ainda no incremento das vendas de
divisas pelos exportadores aos bancos comerciais.
De referir que a cotação média do dólar americano no mercado cambial foi de 25,4 MT/USD,
equivale a uma Depreciação média de 10,2% em relação à média de 2005.
Ainda em 2006, a cotação MT por USD apresenta indícios de uma variação ligeira ao longo
do segundo semestre, ou seja, verificou-se uma estabilidade do MT face ao Dólar americano.
Variação Acum ulada da Taxa de Câm bio MTn/USD
50
40
30
%
20
10
0
J ul
r
i
Fev
z
J an
J un
t
Set
Ago
Abr
Ma
Ma
Ou
No
De
-10
2005 2006
32
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Nos primeiros dois meses do ano o MT registou uma depreciação acumulada de 2.68%, que
se prolongou até Abril, atingindo 6.04%. Em Maio, o MT recuperou sua posição em relação
ao mês anterior, mas não o suficiente para alterar a tendência registada nos primeiros meses
do ano. A nossa moeda inverteu a tendência de depreciação a partir de Junho de 2006,
culminando com uma apreciação acumulada de 4.4% em Dezembro.
MERCADO DE CÂMBIOS - COTAÇÃO DO METICAL FACE AO RAND
ANO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
TAXAS MÉDIAS - MT/ZAR
2003 2,78 2,90 3,01 3,12 3,21 3,03 3,17 3,23 3,24 3,42 3,48 3,66
2004 3,51 3,53 3,61 3,67 3,52 3,61 3,72 3,61 3,45 3,36 3,38 3,39
2005 3,16 3,06 3,25 3,25 3,73 3,62 3,67 3,79 3,87 3,89 4,22 3,89
2006 3,93 3,99 4,00 4,12 4,01 3,62 3,64 3,72 3,51 3,41 3,61 3,72
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA (%)
2003 3,3 8,1 11,9 16,0 19,5 12,8 18,0 20,1 20,7 27,2 29,7 36,3
2004 -4,2 -3,6 -1,3 0,3 -3,9 -1,5 1,7 -1,4 -5,8 -8,3 -7,6 -7,4
2005 -6,7 -9,8 -4,1 -4,2 9,9 6,8 8,1 11,8 14,2 14,6 24,3 14,6
2006 1,0 2,7 2,9 6,0 3,1 -6,8 -6,4 -4,3 -9,9 -12,3 -7,3 -4,4
TAXA DE CRESCIMENTO HOMÓLOGA (%)
2003 27,4 32,9 38,2 38,9 32,9 24,1 30,1 34,6 36,1 41,9 37,9 36,3
2004 26,5 21,6 20,2 17,8 9,6 19,0 17,4 11,9 6,4 -1,8 -2,9 -7,4
2005 -9,8 -13,3 -10,0 -11,5 5,9 0,5 -1,5 5,0 12,3 15,8 24,7 14,6
2006 24,1 30,5 23,0 26,9 7,6 0,0 -0,7 -1,9 -9,5 -12,2 -14,5 -4,4
No entanto, a taxa de cambio média anual, foi de 3,77 MT/USD contra 3,62 MT/USD de
2005, resultando numa depreciação do Metical face ao Rand, de 4.3%.
Variação Acum ulada da Taxa de Câm bio MTn/ZAR
30
25
20
15
10
%
5
0
l
ai
ar
v
z
n
ut
t
Ju
r
Se
-5
Fe
Ab
No
De
Ja
Ju
Ag
M
M
-10
-15
2005 2006
IV.3. INFLAÇÃO
A análise da evolução da inflação basea-se no Índice agregado, denominado MABENA, que
agrega os índices de preço das cidades de Maputo, Beira e Nampula, apresentando de uma
forma equilibrada o índice de preços do País.
De acordo com os dados recolhidos nas Cidades de Maputo, Beira e Nampula, o País
registou em Dezembro de 2006 uma inflação mensal na ordem dos 2.21%. Conforme se
pode observar na tabela que se segue, a taxa de inflação acumulada de Janeiro a Dezembro
foi de 8.13%. Por cidades, nota-se que a cidade de Maputo teve a inflação acumulada mais
33
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
elevada com 9.37%, em relação a Beira e Nampula que alcançaram 8.65% e 5.49%
respectivamente.
INDICE DE PRECOS - MABENA - BASE DEZ 2004 = 100
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
INDICE:
2004 94,23 95,06 96,03 96,78 96,99 96,69 97,01 96,95 96,98 97,56 98,09 100,00
2005 100,97 100,41 100,47 100,37 100,46 101,82 103,86 104,20 104,14 104,76 108,82 113,07
2006 115,77 118,25 118,44 117,80 116,27 116,06 115,93 6,25 117,45 118,11 119,61 112,26
TAXA DE VARIACAO EM CADEIA (%):
2004 3,04 0,88 1,02 0,78 0,21 -0,30 0,33 -0,06 0,04 0,60 0,55 1,94
2005 0,97 -0,56 0,06 -0,11 0,09 1,35 2,00 0,33 -0,06 0,60 3,87 3,90
2006 2,39 2,14 0,16 -0,53 -1,30 -0,20 -0,11 0,28 1,03 0,56 1,27 2,21
TAXA DE CRESCIMENTO HOMOLOGA (%):
2004 13,76 12,98 12,12 11,99 11,66 11,56 11,50 11,08 10,69 10,57 10,26 9,35
2005 7,15 5,63 4,62 3,71 3,58 5,30 7,06 7,49 7,38 7,38 10,93 13,07
2006 14,66 17,76 17,88 17,37 15,73 13,98 11,62 11,57 12,78 12,74 9,92 8,13
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA NO ANO (%):
2004 3,04 3,94 5,01 5,82 6,05 5,73 6,07 6,01 6,05 6,68 7,26 9,35
2005 0,97 0,41 0,47 0,37 0,46 1,82 3,86 4,20 4,14 4,76 8,82 13,07
2006 2,39 4,58 4,75 4,18 2,83 2,64 2,64 2,82 3,87 4,46 5,79 8,13
Em Dezembro de 2006 houve, face ao mesmo mês de 2005, um agravamento de preços na
ordem dos 8.13%. De referir que as divisões da alimentação e bebidas não alcoólicas e da
habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis com aumentos de preços em
7.89% e 17.79%, tiveram uma contribuição no total da inflação acumulada de cerca de 4.47 e
1.87 pontos percentuais positivos, respectivamente.
Taxa de Inflação (Variação Acumulada)
14
12
10
8
%
4
2
0
T
R
T
I
Z
L
V
O
N
MA
JU
OU
SE
DE
JU
FE
NO
MA
JA
AG
AB
2005 2006
O agravamento de preços em Dezembro, deveu-se em grande medida, ao aumento dos
preços do tomate (47.6%), do frango vivo (8.6%), do peixe fresco, refrigerado ou congelado
(4.6%), da couve (9.2%), do feijão manteiga (5.2%), do carapau (2.7%) e do Gás de cozinha
34
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
(13.2%). A contribuição destes no total da inflação mensal foi de 1.78 pontos percentuais
positivos.
Contribuição acumulada por classes Produtos c/ maior contrib. Positiva
Descrição Contrib Descrição Contrib
Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas 4,465 Carvão vegetal 0,790
Bebidas alcoólicas, tabaco e narcóticos 0,291 Peixe fresco, refrigerado ou congelado0,692
Vestuário e calçado 0,131 Carapau, frescos, refrigerados ou congelados
0,589
Habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis
1,867 Tomate 0,551
Mobiliário, artigos de decoração, equip. Domést.e man.0,244
corrente da Pão
hab.de trigo 0,453
Saúde 0,316 Consumo de água canalizada 0,365
Transportes 0,219 Mandioca fresca 0,324
Comunicações 0,025 Medicamentos 0,299
Lazer, recreação e cultura 0,139 Petróleo para iluminação ou para 0,292
Educação 0,100 Peixe seco (excepto bacalhau) 0,268
Restaurantes, hotéis, cafés e similares (inclui catering)
0,237 Frango vivo 0,252
Bens e serviços diversos 0,095 Batata-doce 0,250
Outros 4,566
Total 8,130 Sub-total 9,690
Os produtos cujo aumento de preços assume maior relevância na inflação acumulada foram
o carvão vegetal (24.9%), o peixe fresco, refrigerado ou congelado (29.5%), carapau
(19.7%), tomate (18.6%), pão (9.6%), água canalizada (23.7%) e a mandioca fresca (50.0%).
Estes, contribuíram no total da inflação acumulada com cerca de 3.76 pontos percentuais
positivos.
A cidade de Maputo registou em Novembro de 2006 um agravamento de preços, face ao
mês anterior, na ordem de 1.44%. A divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas, com
uma varição mensal de preços de 2.24%, contribuiu no total da inflação mensal com cerca de
1.15 pontos percentuais positivos.
INDICE DE PRECOS - MAPUTO - BASE DEZ 2004 = 100
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
INDICE:
2004 94,33 94,76 95,71 96,99 97,60 97,53 97,54 97,06 96,91 97,50 98,55 100,00
2005 101,46 100,64 100,90 100,66 100,73 101,40 104,24 104,49 103,48 103,76 106,45 111,15
2006 113,14 115,98 117,71 117,84 116,52 116,30 115,78 115,55 116,57 117,41 119,11 121,57
TAXA DE VARIACAO EM CADEIA (%):
2004 2,88 0,46 1,00 1,34 0,63 -0,07 0,01 -0,49 -0,16 0,61 1,07 1,48
2005 1,46 -0,81 0,26 -0,24 0,07 0,67 2,80 0,24 -0,96 0,27 2,59 4,41
2006 1,79 2,51 1,49 0,11 -1,12 -0,19 -0,45 -0,20 0,89 0,72 1,44 2,07
TAXA DE CRESCIMENTO HOMOLOGA (%):
2004 17,40 15,27 13,49 13,60 12,46 13,26 13,32 12,04 11,06 10,63 10,84 9,07
2005 7,56 6,20 5,43 3,78 3,20 3,96 6,86 7,65 6,79 6,42 8,02 11,15
2006 11,51 15,25 16,66 17,07 15,69 14,70 11,08 10,58 12,65 13,16 11,89 9,37
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA NO ANO (%):
2004 2,88 3,36 4,39 5,79 6,45 6,37 6,39 5,86 5,69 6,34 7,48 9,07
2005 1,46 0,64 0,90 0,66 0,73 1,40 4,24 4,49 3,48 3,76 6,45 11,15
2006 1,79 4,35 5,91 6,02 4,84 4,64 4,17 3,96 4,88 5,63 7,16 9,37
35
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Taxa de Inflação (Variação Acumulada)
12
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8
%
T
T
Z
R
V
V
N
N
R
O
MA
OU
DE
JU
FE
SE
JU
JA
NO
MA
AB
AG
2005 2006
Os produtos que mais se evidenciaram no agravamento geral de preços em Maputo foram o
tomate (33.9%), o frango vivo (11.6%), o carapau (5.5%) o gás de cozinha (21.1%), o carvão
vegetal (2.0%), o açucar amarelo (4.4%) e o frango morto limpo (9.4%). Estes produtos
contribuíram no total da inflação mensal com 1.4 pontos percentuais positivos.
De Janeiro a Novembro, houve um agravamento de preços na ordem dos 7.16%. As divisões
da alimentação e bebidas não alcoólicas e da habitação, água, electricidade, gás e outros
combustíveis contribuíram no total da inflação acumulada com 3.35 e 2.09 pontos
percentuais positivos, respectivamente.
Os preços do mês de Dezembro quando comparados com os do mesmo período de 2005,
indicam uma inflação holóloga de 11.89%. As divisões da alimentação e bebidas não
alcoólicas e da habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis, lideram a tedência
registada com 14.59% e 16.81% de aumento, respectivamente.
A cidade da Beira registou em Novembro findo uma inflação mensal na ordem de 0.43%. A
divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas com uma variação de preços na ordem dos
0.59%, contribuiu no total da inflação mensal com 0.33 pontos percentuais positivos.
36
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
INDICE DE PRECOS - BEIRA - BASE DEZ 2004 = 100
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
INDICE:
2004 94,87 96,62 97,74 97,80 97,46 96,90 97,83 98,23 98,38 98,86 98,75 100,00
2005 100,70 100,62 100,16 99,46 99,11 99,81 100,60 100,82 101,71 102,47 106,08 109,39
2006 113,42 114,49 113,35 112,08 112,15 112,48 112,55 113,21 114,01 114,34 114,84 118,85
TAXA DE VARIACAO EM CADEIA (%):
2004 2,90 1,84 1,16 0,06 -0,35 -0,58 0,96 0,41 0,14 0,49 -0,11 1,27
2005 0,70 -0,07 -0,46 -0,70 -0,35 0,70 0,79 0,22 0,88 0,74 3,53 3,12
2006 3,68 0,94 -0,99 -1,13 0,06 0,30 0,06 0,58 0,71 0,29 0,43 3,49
TAXA DE CRESCIMENTO HOMOLOGA (%):
2004 11,62 13,60 13,20 12,31 11,01 8,95 9,14 9,84 10,13 9,93 8,96 8,46
2005 6,14 4,14 2,47 1,70 1,70 3,00 2,83 2,63 3,39 3,65 7,43 9,39
2006 12,64 13,78 13,18 12,69 13,15 12,69 11,88 12,29 12,10 11,59 8,25 8,65
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA NO ANO (%):
2004 2,90 4,80 6,01 6,07 5,70 5,10 6,10 6,54 6,70 7,22 7,10 8,46
2005 0,70 0,62 0,16 -0,54 -0,89 -0,19 0,60 0,82 1,71 2,47 6,08 9,39
2006 3,68 4,66 3,62 2,45 2,52 2,82 2,89 3,49 4,22 4,53 4,98 8,65
Taxa de Inflação (Variação Acumulada)
10
6
%
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2005 2006
O agravamento de preços do frango vivo (12.8%), do gás de cozinha (21.1%), do tomate
(5.6%), do amendoim (12.2%), do feijão manteiga (6.0%), da alface (21.5%) e do peixe seco
(2.4%) teve um impacto no total da inflação mensal de cerca de 0.95 pontos percentuais
positivos.
De Janeiro a Novembro, verificou-se um aumento geral de preços em cerca de 4.98%, dos
quais cerca de 2.66 pontos percentuais referem-se à contribuição das divisões de
alimentação e bebidas não alcoólicas e da habitação, água, electricidade, gás e outros
combustíveis.
Relativamente a igual período de 2005, os preços de Novembro sofreram um agravamento
na ordem dos 8.25%. A divisão dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas viu os
seus preços agravados em 6.62%
37
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Em Novembro do ano corrente, a cidade de Nampula registou, face ao mês anterior, um
aumento generalizado de preços na ordem de 1.65%. A divisão de alimentação e bebidas
não alcoólicas registou um aumento de preços de cerca de 2.45%, o equivalente a uma
contribuição no total da inflação mensal de 1.54 pontos percentuais positivos.
INDICE DE PRECOS - NAMPULA - BASE DEZ 2004 = 100
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
INDICE:
2004 92,72 93,25 93,98 94,07 93,81 93,32 93,67 94,24 94,93 95,58 95,48 100,00
2005 100,26 99,79 99,92 100,60 101,12 104,40 105,98 106,60 107,53 108,71 115,80 119,98
2006 122,91 125,90 124,28 122,71 119,36 118,69 119,16 120,29 122,74 122,74 124,77 126,57
TAXA DE VARIACAO EM CADEIA (%):
2004 3,78 0,57 0,79 0,09 -0,27 -0,53 0,38 0,60 0,74 0,69 -0,11 4,73
2005 0,26 -0,47 0,13 0,68 0,52 3,24 1,51 0,59 0,87 1,10 6,52 3,62
2006 2,44 2,43 -1,29 -1,26 -2,73 -0,56 0,39 0,95 0,49 0,49 1,65 1,44
TAXA DE CRESCIMENTO HOMOLOGA (%):
2004 4,91 3,34 4,67 5,29 9,63 10,37 9,59 10,19 10,66 11,89 10,99 11,93
2005 8,13 7,01 6,32 6,94 7,79 11,88 13,14 13,12 13,27 13,73 21,27 19,98
2006 22,59 26,17 24,38 21,98 18,03 13,69 12,44 12,84 12,91 12,91 7,75 5,49
TAXA DE CRESCIMENTO ACUMULADA NO ANO (%):
2004 3,78 4,37 5,20 5,29 5,01 4,45 4,85 5,48 6,26 6,99 6,88 11,93
2005 0,26 -0,21 -0,08 0,60 1,12 4,40 5,98 6,60 7,53 8,71 15,80 19,98
2006 2,44 4,93 3,58 2,27 -0,52 -1,08 -0,69 0,25 2,30 2,30 3,99 5,49
O aumento dos preços da mandioca fresca (37.4%), do carapau (9.29%), do feijão manteiga
(11.6%), da batata-reno (31.6%), do amendoim (7.2%), da couve (26.2%) e do coco (3.2%),
teve um impacto no total da inflação mensal de cerca de 1.71 pontos percentuiais positivos,
respectivamente.
Taxa de Inflação (Variação Acumulada)
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15
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2005 2006
De Janeiro a Novembro, os dados disponíveis apontam para um agravamento de preços de
cerca de 3.99%, com as divisões da alimentação e bebidas não alcoólicas e da habitação,
água, electricidade, gás e outros combustíveis a contribuírem no total da inflação acumulada
com 1.64 e 1.16 pontos percentuais positivos, respectivamente.
38
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Relativamente a igual período de 2005, os preços de Novembro sofreram um agravamento
na ordem dos 7.75%. As divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas e de habitação,
água, electricidade, gás e outros combustíveis registaram aumentos de 7.44% e 13.047%,
respectivamente.
IV.4. BALANÇA DE PAGAMENTOS
Os dados da balança de pagamentos reportam-se a Setembro de 2006 (última informação
disponível). Observa-se que o défice da conta parcial de bens, acumulado até Setembro de
2006, situou-se em USD 208 milhões, (Vide tabela abaixo), o que representa 38% das
estimativas para Dezembro de 2006 contidas no PES 2006 (USD 546,8 milhões).
O défice da balança de transacções correntes em Setembro de 2006 representa 33% do
previsto no PES de 2006 até Dezembro. Este resultado deve-se ao facto de (i) o défice da
conta parcial de bens até Setembro de 2006 representar apenas 38% do previsto no PES até
Dezembro de 2006, como consequência do aumento das exportações líquidas dos grandes
projectos em USD 151 milhões; e (ii) as transferências correntes, designadamente, donativos
para programas, para importação de medicamentos, para programas especiais e donativos
em espécie terem sido realizadas em 95%, até Setembro de 2006.
Evolução da Balança de Pagamentos - 10^6 USD
2003 2004 2005 2006 Set. 2006
Descrição
Real Real Real PES Real
1. Saldo da Conta Corrente -816,5 -607,4 -760,7 -797,7 -259,7
1.1. Saldo de Bens e Serviços -874,2 -621,7 -803,8 -916,5 -484,4
Bens -604,2 -345,8 -497,1 -546,8 -207,8
Serviços -270 -275,8 -306,7 -369,7 -276,6
1.2. Saldo de Rendimentos -165,5 -299,5 -359,9 -317,7 -191,3
1.3. Saldo das Transf. Correntes 223,1 313,8 402,9 436,5 416
Administração Central 232,4 333,4 373,7 436,5 385,4
Outros Sectores -9,3 -19,6 29,2 0 30,6
2. Conta Capital 284,1 578,1 193,8 190 198,6
3. Conta Financeira 342,4 -104,9 270,3 303,1 -1436,9
4. Erros e Omissões 190,0 134,1 296,6 0 88,9
5. Saldo Global 17,1 -183,0 -181,7 -304,6 -1409,1
6. Financiamento -17,1 183,0 181,7 304,6 1409,1
Activos de Reserva -181,4 -169,1 130,0 0 67
Utilização do crédito do FMI 9,1 -11,9 -40,4 0 -147,4
Financiamento Excepcional 155,3 363,9 92,1 304,6 1489,4
A conta financeira mostra que, contrariamente à entrada líquida de recursos financeiros em
USD 303 milhões prevista no PES de 2006, registou-se até Setembro de 2006, uma saída
líquida de recursos financeiros de USD 1,437 milhões, que reflecte, essencialmente, o
perdão da dívida externa no âmbito da iniciativa MDRI (USD 154 milhões pelo FMI e USD
1,306 milhões pela Agência Internacional de Desenvolvimento).
No que respeita aos bens, o défice da conta parcial de bens, acumulado até Setembro de 2006,
situou-se em USD 208 milhões, o que representa 38% das estimativas para Dezembro de 2006
contidas no PES (USD 546,8 milhões).
39
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
No PES de 2006 prevê-se que as exportações de bens, até Dezembro, atinjam USD 1,802.5
milhões. Até Setembro, este indicador já registava um valor de USD 1,745.6 milhões, ou
seja, 96% do programado para o ano. Contribuíram para este crescimento, as exportações
dos grandes projectos que até Setembro já haviam atingido cerca de 98% enquanto que a
dos restantes produtos registaram um grau de realização de cerca de 93%.
BALANÇA COMERCIAL - 10^6USD
Balança Comercial 2003 2004 2005 2006 PES Set. 2006
SALDO -604,2 -345,8 -497,0 -546,8 -207,7
Exportações (fob) 1043,9 1503,9 1745,3 1802,5 1745,6
Das quais: Grandes Projectos 680,9 1048,5 1262,5 1277,5 1255,4
Taxa de Crescimento (%) 14,3 44,1 16,1 3,3
Importações (fob) -1648,1 -1849,7 -2242,3 -2349,3 -1953,3
Das quais: Grandes Projectos -306,6 -292,9 -384,3 -316,5 -464,2
Até Setembro de 2006, comparativamente ao período homólogo de 2005, as receitas de
exportação de bens incrementaram para a generalidade dos produtos, tendo as receitas dos
grandes projectos registado uma taxa de crescimento de 35%, devido a subida do preço de
alumínio no mercado internacional e ao aumento dos volumes exportados de gás e de
energia eléctrica.
A tabela a seguir ilustra a evolução dos principais produtos para exportações de bens até
Setembro de 2006.
EXPORTAÇÕES - 10^6 USD
2006 (Acum.
Descrição 2003 2004 2005
Até Set.)
Camarao 75,8 91,8 70,9 71,5
Amendôa de Cajú 1,5 8,0 5,5 11,1
Algodão 32,4 35,8 56,3 27,1
Acuçar 18,8 38,2 37,7 62,5
Tabaco 21,5 40,9 43,2 82,0
Madeira 20,4 30,0 32,4 15,0
Castanha de Cajú 7,4 21,2 17,6 20,5
Energia Electrica 113,3 102,3 141,8 138,4
Búnker's 8,0 8,0 12,4 16,4
Gás 0,0 31,3 100,2 81,2
Produtos da Mozal 567,6 915,0 1020,5 1035,7
Ouro Não-Monetário 0,6 1,3 0,5 1,7
Outros 176,6 180,1 206,3 182,5
TOTAL 1043,9 1503,9 1745,3 1745,6
Os restantes produtos transaccionados por Moçambique nos mercados internacionais
cresceram em cerca de 47%, dos quais se destacam:
O açúcar, que até Setembro de 2006 gerou USD 62.5 milhões, o dobro do registado
em igual período de 2005. Este resultado está associado a exportação deste produto
para mercados preferenciais, em especial para países da União Europeia, no âmbito
da iniciativa EBA/SPS (15.174 toneladas adicionais) e o incremento das vendas no
mercado internacional livre (mais 78.893 toneladas), devido à escassez verificada
neste segmento do mercado e consequente aumento do preço.
40
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
A castanha de caju, que cresceu em 17% devido ao aumento da quantidade
exportada, em resultado da campanha 2005/2006, que atingiu cerca de 63 mil
toneladas, igualmente reforçado pelos stocks acumulados na campanha anterior, que
produziu mais de 100 mil toneladas.
tabaco, que gerou mais de USD 60 milhões em relação à igual período de 2005,
como reflexo do início da exportação de tabaco processado, a partir do último
trimestre de 2005.
O camarão, cuja receita cresceu em 40% como resultado da implementação de
projectos de expansão das áreas de produção do camarão de aquacultura, nas
províncias de Zambézia e Sofala.
As estimativas do PES de 2006 apontavam para um valor de USD 2,349 milhões de
importações totais até Dezembro. Dados da BOP reportados a Setembro de 2006, mostram
que o valor das importações de bens foi de USD 1,953 milhões, o que representa um grau de
realização de 83%. Refira-se que as importações dos grandes projectos, até Setembro
ultrapassam o previsto no PES de 2006 em cerca de 47%, enquanto que as dos restantes
agentes económicos foram realizadas em cerca de 73%.
IMPORTAÇÕES - 10^6 USD
2006 (Acum.
Descrição 2003 2004 2005
Até Set.)
Derivados de Petrólio 159,7 194,5 237,1 254,9
Energia Eléctrica 44,3 68,6 72,5 56,70
Automóveis 103,2 107,3 136,6 121,30
Cereais 115,2 131,4 156,9 116,00
Açucar 8,7 17,8 9,0 15,60
Cervejas 1,9 1,3 1,8 0,80
Medicamentos 17,0 27,3 24,3 25,10
Bens de Capital 258,8 277,2 313,2 215,50
Outros Bens 632,8 731,4 906,6 683,20
Total Sem Grandes Projectos 1341,6 1556,8 1858,0 1489,1
Grandes Projectos 306,6 292,9 384,3 464,20
Total Geral 1648,2 1849,7 2242,3 1953,3
No valor total de importações realizadas até Setembro, destacam-se os medicamentos com
um crescimento de 26.1%, seguido de automóveis (24.9%), comparativamente ao período
homólogo de 2005. Por seu turno, as importações de matérias-primas e bens intermédios
cresceram 59%, destacando-se a importação de combustíveis que incrementaram 79%.
No que se refere balança de serviços, o défice da conta parcial de serviços até Setembro
de 2006 é de 276.6 milhões de USD, determinado pelo comportamento da rubrica de
transporte, viagens, construção e serviços empresariais que registaram agravamentos.
41
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
BALANÇA DE SERVIÇOS - 10^6USD
2006 (Acum.
Balança de Serviços 2003 2004 2005
Até Set.)
SALDO -270,1 -275,8 -306,7 -276,6
Receitas 303,9 255,6 341,9 276,7
Despesas -574,0 -531,4 -648,6 -553,3
Contrariamente ao observado no período homólogo de 2005, registou-se em 2006 a
constituição de activos externos sob a forma de investimento directo no exterior da ordem de
USD 0.4 milhões, basicamente realizados por um investidor do sector ferro-portuário.
Em termos de IDE em Moçambique há a assinalar a entrada líquida de fundos de cerca de
USD 74.8 milhões, representando uma viragem na postura da economia face às
responsabilidades com o exterior, porque no mesmo período de 2005 a tendência foi de
redução líquida dos passivos.
EMPRESTIMOS EXTERNOS PRIVADOS E INVESTIMENTO ESTRANGEIRO - 10^6 USD
2006 (Acum.
2003 2004 2005
Até Set.) T. Cr. %
Emprestimos privados (desembolsos) 383,5 461,1 463,1 383,0 -17,3
Investimento directo estrangeiro 336,7 244,7 107,9 74,8 -30,7
TOTAL 720,2 705,8 571,0 457,8 -19,8
Durante o período em análise, o fluxo de endividamento externo da economia moçambicana
agravou-se, comparativamente ao período homólogo de 2005. Analisando o nível de
endividamento externo por sectores institucionais constata-se o seguinte:
Os desembolsos para Programas tiveram um peso de 54% do total de crédito
contraído pela Administração Central. De salientar que o financiamento externo para a
prossecução dos Programas socorreu-se do desembolso feito pela Agência
Internacional de Desenvolvimento (IDA) num montante equivalente a USD 60 milhões.
Os desembolsos de empréstimos para projectos tiveram um peso de 35% no total do
endividamento externo oficial e foram realizados maioritariamente pelas instituições
multilaterais.
Em 2006 foram aprovados 157 projectos com um investimento total de US$ 275,6 milhões e
susceptíveis de criar 19.372 postos de trabalho.
Investimento Aprovado por Sectores
Nº de Valor em Milhões de USD Emprego
Sectores
Proj. IDE IDN Total % Nº %
Agricultura e Agro-Indústria 24 20.79 16.50 37.29 13.53 5,438 28.07
Aquicultura e Pescas 1 8.22 8.22 2.98 100 0.52
Bancos e Seguradoras 2 2.43 0.45 2.88 1.05 62 0.32
Construções e O. Públicas 10 3.36 1.42 4.78 1.74 340 1.76
Indústria 34 17.40 4.72 22.12 8.02 1,776 9.17
Recursos Minerais 3 7.44 0.21 7.65 2.78 434 2.24
Transportes e Comunicações 10 6.71 84.80 91.50 33.20 1,656 8.55
Turismo e Hotelaria 58 76.63 3.46 80.09 29.06 3,120 16.11
Outros 15 19.39 1.69 21.08 7.65 6,446 33.27
TOTAL 157 162.37 113.24 275.61 100.00 19,372 100.00
42
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
O sector de turismo e hotelaria é o que apresentou maior número de projectos (58),no
entanto, o sector dos transportes e coomunicações é que poderá absorver o maior valor de
investimento US$ 91,5 milhões, ou seja 33,2% do total aprovado.
No sector de turismo e hotelaria destaca-se o projecto “Xefina Island Development”, cujo
objecto é o desenvolvimento da Ilha da Xefina como um destino turístico de Maputo, com a
construção e exploração de um hotel de luxo com casino, salas de conferência e suites com
escritórios. O projecto prevê também a realização de obras de engenharia para restituir à ilha
o seu formato e parte do tamanho original e a criação de mecanismos de protecção da
mesma contra a erosão, bem como a construção de uma ponte de ligação ao continente e
ainda a criação de infra-estruturas para o desenvolvimento na área vizinha do continente
onde se incluem diversas infra-estruturas turísticas.
No sector de transportes e comunicações o destaque vai para o projecto “Mcel-Moçambique
Celular” e tem como objecto a consolidação e optimização da rede de serviço de dados,
gestão centralizada da rede e aumento da cobertura nacional.
Na agricultura destaca-se o projecto “Floresta de Niassa” cujo objecto é o exercício de
actividades de exploração florestal, reflorestamento, estabelecimento de uma serração para
o processamento de madeiras e o fabrico de produtos derivados de madeira.
No que concerne à localização territorial do investimento, a região de Maputo (Cidade e
Província), como em anos anteriores, lidera o destino do investimento com 59 projectos, com
um investimento total de US$ 193,25 milhões, representando 70,12%.
Investimento Aprovado por Províncias
Nº de Valor em Milhões de USD Emprego
Sectores
Proj. IDE IDN Total % Nº %
Cabo Delgado 6 7.07 7.07 2.56 235 1.21
Niassa 1 10.00 2.00 12.00 4.35 2,500 12.91
Nampula 10 1.24 8.04 9.27 3.36 1,083 5.59
Zambézia 7 3.66 0.05 3.71 1.35 543 2.80
Tete 8 15.74 0.42 16.16 5.86 630 3.25
Manica 10 2.80 0.611 3.41 1.24 502 2.59
Sofala 9 1.27 7.30 8.57 3.11 484 2.50
Inhambane 39 17.53 0.91 18.44 6.69 1,112 5.74
Gaza 8 3.65 0.08 3.73 0.80 180 0.93
Maputo* 59 99.42 93.84 193.25 70.12 12,103 62.48
TOTAL 157 162.37 113.24 275.61 100.00 19,372 100.00
*) Inclui Cidade de Maputo
A Província de Inhambane, com 39 projectos, ocupa o segundo lugar, cujos projectos tem
como enfoque, o sector de turismo.
43
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
V. PRINCIPAIS DESENVOLVIMENTOS POR SECTOR
V.1. ÁREA SOCIAL
A. EDUCAÇÃO
Na área da Educação, ao longo de 2006 continuou a ser privilegiado a expansão do acesso,
a redução dos desequilíbrios de género, a melhoria da qualidade do ensino e o reforço da
capacidade institucional.
Expansão do Acesso à Educação
Educação Geral
O número de alunos na Educação Geral cresceu em 7.5% comparativamente ao ano de
2005. Por níveis de ensino, registou-se um crescimento de 6.0% no ensino primário do 1º
grau (EP1) e 9.5% no EP2 contra a previsão de 13.1% e 19% respectivamente. No ensino
secundário, registou-se um crescimento de 22.7% e 37.7% no 1º e 2º ciclos respectivamente.
E volução do núm ero de alunos. 2002 - 2006
N ív el 2002 2003 2004 2005 2006 % Realiz % Cresc.
R eal R eal R eal R eal P lano R eal P lano R06/R05
EP1 2,643,126 2,825,971 3,071,5643,393,677 3,838,965 3,597,392 93.7 6.0
EP2 302,912 355,618 409,279 452,888 538,783 496,031 92.1 9.5
ESG1 116,356 141,795 168,798 210,128 232,157 257,729 111.0 22.7
ESG2 14,019 18,291 21,350 25,737 19,975 35,450 177.5 37.7
T otal 3,076,413 3,341,675 3,670,991 4,082,430 4,629,880 4,386,602 94.7 7.5
Em termos de indicadores de cobertura educativa, a taxa líquida de escolarização total
(EP1+EP2) foi de 87.1% e a das raparigas de 83.8% o que significa que há cada vez mais
alunos em idade oficial a frequentar o ensino primário. A taxa bruta de admissão no EP1
passou de 160.6% em 2005 para 162.5%.
A rede escolar registou um crescimento de 5.2%, o que corresponde a 99.8% de realização
do planificado. De notar que um crescimento significativo foi registado ao nível do ensino
secundário. No Ensino Básico, o EP1 funciona em 8.954 escolas o que representa um
crescimento na ordem de 3% e o EP2 a funcionar em 1.514 escolas registou um crescimento
de 14.7%.
E vo lu çã o d a R e d e E sco la r. 2 0 0 2 - 2 0 0 6
N ív el 2002 2003 2004 2005 2006 % Realiz % Cresc.
R eal R eal R eal R eal P lano R eal P lano R06/R05
EP1 7 ,7 7 1 8 ,0 7 1 8 ,3 7 3 8 ,6 9 6 9 ,0 0 2 8 ,9 5 4 9 9 .5 3.0
EP2 823 950 1 ,1 1 6 1 ,3 2 0 1 ,5 2 6 1 ,5 1 4 9 9 .2 14.7
ESG1 116 125 140 156 180 216 1 2 0 .0 38.5
ESG2 27 29 30 35 46 49 1 0 6 .5 40.0
T otal 8,737 9,175 9,659 10,207 10,754 10,733 9 9 .8 5.2
44
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Por províncias, a distribuição do crescimento da rede escolar em 5.2% (+ 526 novas escolas
em funcionamento em 2006) é segundo a tabela a seguir ilustra:
N ovas E scolas em Funcionam ento em 2006
EP1 EP2 ESG1 ESG2 Total
P rovíncia Plano Real Plano Real Plano Real Plano Real Plano Real
Cabo Delgado 26 24 21 23 0 0 1 1 48 48
Niassa 25 36 22 14 4 11 0 1 51 62
Nampula 55 23 38 29 3 3 2 2 98 57
Zambézia 63 58 32 39 4 5 0 0 99 102
Tete 37 29 16 21 1 26 0 0 54 76
Manica 51 39 16 14 2 2 1 1 70 56
Sofala 32 29 13 12 3 3 3 3 51 47
Inhambane 7 9 15 14 2 2 1 3 25 28
Gaza 8 8 13 12 2 3 0 0 23 23
Maputo Prov. 2 2 16 13 1 1 1 1 20 17
Maputo Cid. 0 1 4 3 2 4 2 2 8 10
Total 306 258 206 194 24 60 11 14 547 526
Em termos de género, a taxa líquida de escolarização das raparigas no EP1 passou de
81.2% em 2005 para 86.5% em 2006, enquanto que a percentagem de raparigas a
frequentar o EP1 passou de 46.3% em 2005 para 46.8%. No EP2 a percentagem de
raparigas em 2006 foi de 41.9%, e no ESG1 e ESG2 foi de 42.2% e 38.9% respectivamente.
No que se refere a construção acelerada de infra-estruturas escolares, importa realçar que
em finais de 2005 teve início um amplo programa de construção acelerada de infra-estruturas
escolares para o ensino básico visando aumentar o acesso e melhorar as condições de
ensino. A Fase Piloto deste programa que envolve as comunidades, pequenos empreiteiros e
ONGs foi lançado em Novembro de 2005 e previa a construção de 628 salas de aula em
todo o país, residências para professores nas escolas, espaços administrativos e latrinas
melhoradas. Assim, importa destacar que já foram concluídas 479 salas de aula em todo o
país, e estão ainda em fase de construção 151 salas.
A Fase de Extensão do programa foi iniciada em Setembro de 2006 e previa a construção de
1.467 salas de aula. Destas salas, 26 estão concluídas em todo o país e 1.441 encontram-se
em construção.
Educação Especial
O processo de inclusão de crianças com necessidades educativas especiais e portadoras de
deficiências motoras, cegos e surdos, foi concretizado na maior parte das províncias. Cerca
de 30.000 crianças em todo o país beneficiam actualmente deste processo.
Foi reabilitada a Escola Especial nº 1 na cidade de Maputo e tiveram início os trabalhos
preparativos para a reabilitação da escola Especial nº 2.
Em relação ao plano de construção de três centros de recursos para a Educação Especial
(um centro em Gaza, um centro em Nampula e um centro em Tete), importa referir que
tiveram início os trabalhos preparativos para o efeito.
45
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Ensino Primário
Um total de 3.597.392 alunos frequentaram o EP1, o que representa 6% de crescimento
comparativamente ao ano de 2005 e 93.7% de cumprimento do planificado. Estes alunos
foram enquadrados em 8.954 escolas, o que representa 99.5% de cumprimento do
planificado e 3% de crescimento comparativamente a 2005.
O EP2 foi frequentado por 496.031 alunos, o que representa um crescimento de 9.5% em
relação ao número observado em 2005 e corresponde a 92.1% de cumprimento do
planificado.
Frequentaram a 6ª classe na condição de novos ingressos 263.102 alunos, o que representa
um crescimento de 16.3% comparativamente ao ano de 2005 e um cumprimento de mais de
100% do planificado.
Em 2006, mais 194 escolas leccionaram este grau de ensino contra as 206 escolas
previstas, elevando-se para 1.514 escolas o número total de escolas onde é leccionado este
nível, contra as 1.320 de 2005.
Ensino Secundário
Frequentaram o ESG1, turno diurno, cerca de 257.729 alunos, o que representa um
crescimento de 22.7% em relação a 2005 e mais de 100% de cumprimento do planificado.
Estes alunos frequentaram um total de 216 escolas contra a previsão de 180 escolas, o que
representa um incremento em mais 60 escolas comparativamente a 2005 (156 escolas).
O ESG2 foi frequentado por 35.450 alunos contra a previsão de 19.975 alunos, o que
representa um crescimento de 37.7% em relação a 2005. Estes alunos frequentaram um total
de 49 escolas contra a previsão de 46 escolas, o que representa um incremento em mais 14
escolas comparativamente a 2005 (35 escolas).
Educação à Distância
Para o curso médio de formação de professores à distância foram inscritos 3.975
professores, o que representa uma realização do plano em 102.6%.
Para o curso básico (7ª+3) foram inscritos 2.327 professores, dos quais 390 em Cabo
Delgado, 200 em Nampula, 1.622 na Zambézia, 65 em Manica e 50 em Inhambane segundo
a tabela a seguir ilustra.
Inscrições para o curso básico de
formação de professores (7ª+3) à distância
2006 % Realiz.
Províncias
Plano Real Plano
Cabo Delgado 390 390 1 0 0 .0
Nampula 822 200 2 4 .3
Zambézia 2,659 1,622 6 1 .0
Manica 112 65 5 8 .0
Inhambane 149 50 3 3 .6
Total 4,132 2,327 5 6 .3
46
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Formação do Corpo Docente
Frequentaram os cursos de Formação de Professores Primários de 7ª+3 (CFPPs) um total
de 6.148 alunos contra a previsão de 5.691 alunos, o que representa um crescimento de
5.7% comparativamente ao ano de 2005. Estes cursos foram leccionados em 11 instituições
em funcionamento em todo o país com excepção da cidade de Maputo.
Nos cursos médios de formação de professores (IMAPs), turno diurno, frequentaram nas 9
instituições em funcionamento um total de 4.306 alunos contra a previsão de 5.433 alunos,
representando um crescimento de 0,6% comparativamente ao ano de 2005. No turno
nocturno estiveram matriculados 2.075 alunos contra os 1.912 previstos, o que representa
um crescimento de 19,1%.
Foi concluída a reabilitação e ampliação do CFPP de Inhamissa, na cidade de Xai-Xai. As
obras de construção do IMAP de Chimoio (Manica) estão em curso, prevendo-se que
estejam concluídas até Março do corrente ano. Prosseguiu a construção dos dois centros de
formação de professores na província da Zambézia, prevendo-se que estejam concluídos ao
longo do ano em curso.
Teve início a reabilitação dos Centros de Formação de Professores da Namaacha, de
Homoíne, de Inhaminga e do IMAP da Munhuana na cidade de Maputo.
Em termos de recrutamentos, dos 9.100 funcionários previstos foram recrutados 9.015
docentes (mais 515 docentes do plano, 8.500).
Educação Técnico Profissional
Está em curso a implementação do Projecto Integrado da Reforma da Educação Profissional
(PIREP) através da elaboração e implementação da fase piloto que incidirá na formação e
capacitação de professores e directores de escolas e na construção e reabilitação de infra-
estruturas escolares. Assim, estão em formação 22 professores de manutenção industrial e
estão em curso acções de capacitação dos directores das escolas em matérias sobre
Padrões de Competências.
Foi concluída a construção do Lar da Escola Profissional da Moamba e teve início a
construção do Instituto Superior Dom Bosco para a Formação de Professores e Gestores
para o Ensino Técnico Profissional (ETP) cuja conclusão está prevista para o corrente ano.
Foi reabilitado e equipado o laboratório do Instituto Agrário de Boane (IAB).
Está em curso a reabilitação e ampliação da Escola Industrial e Comercial de Xai-Xai. Foi
criado e aberto o Instituto de Fauna e Ecoturismo de Marrupa, na província de Niassa.
O nível elementar do ensino técnico profissional funcionou em 16 escolas e foi frequentado
por um total de 1.811 alunos, o que representa um crescimento de 6% comparativamente ao
ano de 2005.
O nível básico diurno foi frequentado por um total de 25.680 alunos o que representa um
crescimento de 30.0% relativamente aos valores observados em 2005 (19.804 alunos), e
corresponde a mais de 100% de cumprimento do planificado (22.778 alunos).
O nível médio foi frequentado por 4.449 alunos o que representa um crescimento de 13% em
relação ao ano de 2005.
47
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Está em preparação a introdução do curso de turismo na Escola Comercial de Maputo e
foram actualizados os curricula da especialidade de Agro Pecuária do nível médio.
Alfabetização e Educação de Adultos
No âmbito da alfabetização e educação de adultos, especial atenção foi dada à expansão
dos programas de alfabetização funcional, educação de adultos e educação não formal, com
enfoque para a mulher e a rapariga.
Este subsistema de ensino funcionou em 3.237 unidades contra as 3.545 planificadas, o que
representa um crescimento de 12.8% em relação a 2005.
Nestas unidades, foram inscritos no 1º e 2º anos um total de 556.030 alfabetizandos contra
os 793 mil alfabetizandos previstos, o que representa um decréscimo em 1.7% em relação
ao valor observado em 2005. A baixa realização do plano deveu-se ao facto de não se ter
efectivado a generalização para todo o país do programa de alfabetização via rádio. Por
províncias, os alfabetizandos inscritos estão distribuídos segundo a tabela a seguir ilustra.
D is trib u iç ã o d o s a lfa b e tiza n d o s (1 º e 2 º a n o s )
P ro vín cia Plano Real % Real
Cabo Delgado 95,300 63,562 66.7
Niassa 24,200 16,901 69.8
Nampula 230,200 214,831 93.3
Zambézia 154,600 76,143 49.3
Tete 64,100 44,834 69.9
Manica 49,100 25,917 52.8
Sofala 50,200 47,186 94.0
Inhambane 43,500 31,693 72.9
Gaza 19,100 11,639 60.9
Maputo Prov. 40,400 13,322 33.0
Maputo Cid. 22,100 10,002 45.3
Total 792,800 556,030 70.1
Ao nível do 3º ano frequentaram um total de 138.838 educandos contra os 195 mil previstos,
o que representa um crescimento de 4% em relação ao valor observado em 2005 (133 mil
educandos).
Em relação ao programa de alfabetização via rádio (160 mil alfabetizandos), no seguimento
da avaliação feita em 2005, foi realizada a revisão e adequação dos programas, materiais e
estratégias visando uma melhor implementação e expansão a nível de todas as províncias.
Foi também realizada a regravação das aulas radiofónicas. No âmbito da preparação das
condições a nível local, nas zonas sul e centro do país, foi iniciada a capacitação das
comissões e subcomissões provinciais e distritais de implementação cuja conclusão está
prevista para Janeiro do corrente ano.
Para assegurar a alfabetização ao nível do 1º, 2º e 3º anos para a educação de adultos,
foram recrutados 32.019 alfabetizadores, o que corresponde a 96.1% do planificado.
48
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Melhoria da Qualidade do Ensino
Foi concluída a implementação do novo currículo do Ensino Básico em todas as classes e
teve início a elaboração do relatório de avaliação dos primeiros anos de implementação do
novo currículo.
O livro de distribuição gratuita foi disponibilizado para todas as escolas em tempo útil
permitindo assim que os livros fossem distribuídos aos alunos logo no início do ano lectivo.
A taxa bruta de conclusão no EP2, para ambos os sexos, foi de 33.7% em 2005. A taxa bruta
de conclusão das raparigas no mesmo nível e ano lectivo foi de 27.2%.
No âmbito da introdução dos novos modelos de formação de professores foi produzido o
novo Plano Curricular de Formação de Professores para o modelo de 10ª+1 e os respectivos
programas de formação. Foram igualmente realizadas actividades de formação de
formadores e dos gestores, no âmbito da preparação das instituições de formação de
professores para a introdução do novo curso no corrente ano.
Prosseguiu a implementação do ensino bilingue e de múltiplas classes no ensino primário.
Assim, foram produzidos os livros de Leitura e Matemática para a 1ª e 2ª classes nas 16
línguas. Foram igualmente produzidos os livros de Leitura, de Matemática e Ciências
Naturais da 3ª classe, os de Leitura da 4ª classe nas 16 línguas e foi produzido o proto livro
da 5ª classe. Foram produzidos os livros da 1ª a 3ª de Língua Portuguesa (L2) e procedeu-se
à capacitação de 131 profissionais (professores, directores de escolas, coordenadores de
ZIPs e técnicos dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT).
No âmbito do trabalho de desenho e implementação de um novo currículo do ensino
secundário, foi realizado o 1º fórum de consulta à Sociedade Civil e teve início a elaboração
dos programas intermédios da 9ª e 10ª classes. Em 2006, foi introduzido o currículo
intermédio na 8ª classe e em 2007, será introduzido na 9ª classe.
Inserido no âmbito da elaboração do novo currículo para o ensino secundário, está em curso
a elaboração dos módulos de Educação Técnico-Profissional direccionados para a
preparação dos alunos do Ensino Geral de modo a dotá-los de capacidade de intervenção
nos programas de desenvolvimento das suas comunidades. Em 2006 foi avaliada a
experiência piloto da disciplina de Educação Empresarial (Cabo Delgado) que será estendida
em 2007 as escolas de todas as províncias, na razão de duas escolas por província.
Deu-se continuidade à revitalização das ZIPs enfatizando programas de formação em serviço
coordenados, baseando-se na experiência do CRESCER (Cursos de Reforço Escolar:
Sistemáticos, Contínuos, Experimentais e Reflexivos). Estes cursos já se realizam em todas
as províncias do país. Com a excepção da província de Nampula em que todos os distritos já
foram abrangidos, nas restantes províncias já foram abrangidos seis distritos em cada uma
delas. Neste processo, 37.232 professores e 4.935 directores do EP1 já foram beneficiados.
O processo de introdução do Currículo de Alfabetização e Pós-alfabetização e testagem dos
materiais de ensino e formação produzidos em 2005 registou atrasos. O concurso de
produção de materiais para o novo currículo será lançado em Fevereiro do ano corrente,
dando-se assim início ao processo de produção pelas editoras. Assim, espera-se que o
currículo comece a ser experimentado no 2º semestre do corrente ano nas províncias de
Maputo, Manica e Cabo Delgado, numa fase piloto nos distritos seleccionados.
49
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Em relação aos Programas de Educação Não Formal (ENF), foi feita a preparação da
expansão que consistiu na formação de facilitadores em técnicas de horta orgânica,
construção de baixo custo e gestão de pequenos negócios nas três províncias onde decorreu
o Programa Piloto em 2005, nomeadamente Manica (Báruè, Sussundenga e Chimoio),
Sofala (Chibabava e Dondo) e Inhambane (Inhassoro, Mabote e cidade de Maxixe).
A revitalização os Núcleos Pedagógicos de Base (NPBs) com a função específica de
capacitação pedagógica dos alfabetiza dores e educadores de adultos, visando a melhoria
dos serviços de educação básica a oferecer aos adultos está acontecendo em todas as
províncias. Porém, ainda não pode atingir todos os distritos, pois disso depende também a
existência de educadores profissionais formados em matéria de andragogia e capazes de
apoiar com segurança os alfabetizadores.
No âmbito da Produção e Alimentação Escolar, foram realizados seminários de capacitação
de gestores do Programa de Alimentação Escolar, chefes de produção escolar, chefes de
internatos das instituições da Educação e Cultura em matéria de produção e alimentação
escolar. Para a época agrícola 2006/2007, foram elaborados planos de Produção Escolar.
Foi elaborada e aprovada a estratégia da Produção Escolar com o respectivo Plano
Operacional.
Está em curso a afectação de técnicos agro-pecuários em todas as escolas do EP2, do
ensino secundário e Institutos de Formação de Professores Primários e, ao mesmo tempo,
decorre um levantamento das potencialidades agro-pecuárias existentes em cada uma das
escolas. Foi reactivada a produção agro-pecuária em todos os subsistemas de ensino, com
particular enfoque para as 20 escolas do ensino técnico e 182 centros internatos.
Em relação ao programa de Apoio Directo às Escolas (ADE), em 2006 foram implementada a
5ª e 6ª fases do programa. Neste âmbito, foi prestado apoio financeiro a mais de 9.500
escolas primárias em todo o país assim como para todos os Serviços Distritais de Educação,
Juventude e Tecnologia (SDEJT).
Ensino Superior
Com vista à criação da Comissão Nacional de Acreditação e Qualidade (CNAQ), foi
elaborada a proposta de Diploma Legal que cria o Sistema Nacional de Avaliação,
Acreditação e Garantia de Qualidade do Ensino Superior em Moçambique (SNAQES). A
publicação de estatísticas e indicadores do sector foi realizada segundo planificado.
Relativamente ao Regulamento do Sistema Nacional de Acumulação e Transferência de
Créditos Académicos (SNACTCA), foi realizada a fase piloto nas Universidades Mussa Bin
Bike, Universidade Católica de Moçambique e Universidade Eduardo Mondlane. Esta fase
consistiu na transformação dos currículos convencionais em currículos baseados em créditos
académicos.
Com o objectivo de criar o Fundo para Pós-graduação, foi criada uma comissão.
Foram abertos os três Institutos Politécnicos em Tete, Chimoio e Chókwè.
50
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Saúde Escolar
Foi reactivado o Programa de Saúde Escolar, tendo sido capacitados 272 Gestores do
Programa de Saúde Escolar. Foram ainda realizados dois seminários de capacitação para 53
técnicos em matéria de saúde escolar.
Foram distribuídos a nível nacional 1.000 exemplares de guias de implementação do
programa saúde escolar e igual número de guias de orientação para a implementação do
programa.
Foram realizadas palestras nas províncias de Nampula, Tete e Niassa, sobre saneamento do
meio e educação nutricional.
Foi realizada a desparasitação de 233.633 alunos do EP1 da província de Gaza e de
241.818 alunos do mesmo nível da província de Inhambane. Foram ainda abrangidas com
este processo 128 escolas do distrito da Maganja da Costa na Zambézia.
No âmbito do combate à droga foram realizadas actividades de sensibilização nas
instituições de ensino, sobre os riscos de consumo de estupefacientes e substâncias
psicotrópicas.
Integração do Género
Com o objectivo de aumentar o ingresso da rapariga na escola na idade certa (6/7 anos) e
garantir a sua manutenção na escola, particularmente ao nível do ensino primário, foram
realizadas acções de sensibilização das comunidades através da rádio, televisão e
individualidades de prestígio sobre a idade de ingresso na escola. Foram igualmente
realizadas várias acções de sensibilização nos 18 distritos do país com a mais baixa
percentagem de meninas (abaixo dos 40%), a frequentar a escola primária.
A percentagem de ingresso da rapariga na 1ª classe foi de 49,03%, superior aos 48,23%
observados em 2005. Nos distritos com a mais baixa presença feminina no ensino primária, a
proporção de meninas frequentando este nível de ensino aumentou entre 1% a 2% entre
2005 e 2006. Manteve-se assim a tendência de diminuição da disparidade de género ao nível
do ensino básico.
Com o objectivo de aumentar a percentagem de mulheres como professoras, foi elaborado o
respectivo plano operacional.
Prevenção e Combate ao HIV/SIDA
Foram integrados aspectos relacionados com o HIV/SIDA nos currículos do Ensino Básico. O
mesmo está acontecendo no processo da transformação curricular do ESG em curso.
O programa sobre Saúde Sexual e Reprodutiva destinado a adolescentes e jovens foi
expandido para a província de Sofala e foram criadas condições para a sua expansão na
província de Nampula.
Foram desembolsados recursos para as crianças órfãs e vulneráveis através do Programa
de Apoio Directo às Escolas (ADE), para os distritos pilotos (Angónia, Búzi, Chókwè e
Mocímboa da Praia), o qual abrange cerca de 135.000 crianças em 500 escolas do EP1.
51
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Desporto Escolar
Nos cinco Institutos do Magistério Primário que ministram o curso de Educação Física e
Desporto, estão a ser formados 675 professores para o Ensino Primário.
Foram realizados cursos de capacitação técnica, de curta duração, nas modalidades de
Voleibol, Xadrez, Andebol e Atletismo.
Foram realizados cursos de capacitação técnica para professores que trabalham com
crianças portadoras de deficiência.
Desenvolvimento Institucional
Foi aprovado o Plano Estratégico da Educação e Cultura (PEEC) 2006-2011. O PEEC é
resultado da integração das estratégias da Educação, do Ensino Superior e da Cultura.
O trabalho de Elaboração da Carta Escolar abrangendo as províncias de Nampula, Gaza e
cidade de Maputo teve continuidade em 2006. Em todas estas províncias, realizou-se a
formação dos técnicos distritais e provinciais em matéria de micro-planificação e Carta
Escolar e procedeu-se ao levantamento de coordenadas de todas as escolas.
Foi elaborado o Estatuto da Carreira do Docente no quadro dos esforços em curso visando
assegurar um processo contínuo e dinâmico de promoção e progressão nas carreiras
profissionais bem como a valorização da carreira.
B. CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Nesta área, em 2006 as atenções foram centradas no desenvolvimento de um sistema de
investigação científica, promoção de inovação e no desenvolvimento institucional. Neste
sentido, no período em análise foram desenvolvidas as seguintes acções.
Investigação Científica
No que respeita a Criação de Conselhos Científicos Temáticos, foram criados os Conselhos
Científicos de Etnobotânica, Energia e Água, os quais já iniciaram com as suas actividades.
Estão em processo de criação os Conselhos Científicos Temáticos da Saúde e da
Agricultura.
Quanto a consolidação e implementação do Fundo Nacional de Investigação, cujo objectivo
principal é o financiamento de projectos de investigação que possam beneficiar a sociedade,
foi estabelecida a regulamentação do fundo e aprovados para financiamento 22 projectos de
investigação.
Em relação aos Centros Regionais de Ciência e Tecnologia (CRCTs), destaque vai para a
criação dos CRCT´s do Sul, Centro e Norte localizados nas províncias de Gaza, Tete e
Nampula respectivamente.
Relativamente as expedições científicas, foram realizadas expedições nas províncias de
Gaza, Inhambane, Tete, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado. Estas expedições tinham
como principal objectivo fazer o diagnóstico de oportunidades e obstáculos ao
desenvolvimento local e comunitário.
52
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Ainda com vista a promover a investigação científica foi lançada a estratégia da propriedade
intelectual.
Está em curso o desenvolvimento de um Sistema de Indicadores. Neste contexto, foram
elaborados o Manual Metodológico, o Manual de Instrução e o documento Metodológico.
Transferência de Tecnologia, Divulgação, Promoção e Inovação
A organização de Mostras de Ciência e Tecnologia foi efectuada nas províncias de Nampula,
Tete, Gaza e Maputo, visando a divulgação, promoção da ciência, tecnologia, inovação e do
conhecimento local a nível dessas áreas.
Com o objectivo de incutir a cultura de inovação e de ciência e tecnologia nas populações
jovens em particular e na população em geral, foi inaugurado o Projecto “Ciência em
Movimento” na escola de Namaacha e na escola primária da Catembe, onde foram
realizadas as primeiras demonstrações.
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs)
No âmbito da implementação do observatório de TICs, importa mencionar que o mesmo foi
lançado ao longo do período em análise, visando proporcionar ao Governo, Sector privado,
parceiros de cooperação e a sociedade em geral, informação actualizada sobre TICs em
Moçambique.
Desenvolvimento Institucional
Foi definida a estratégia de disseminação da Política e da Estratégia de Ciência e Tecnologia
e Inovação de Moçambique que consistiu na formação dos funcionários da área de C&T,
jornalistas, realização de seminários provinciais e encontros sectoriais. No âmbito desta
actividade, foram elaboradas brochuras simplificadas da estratégia da C&T com o objectivo
de facilitar a simplificação da mesma.
No que se refere ao estabelecimento do Conselho Nacional de Ética em Ciência e
Tecnologia, foi criada uma comissão com o propósito de elaborar a Politica de Ética de
Ciência e Tecnologia.
C. SAÚDE
Na área da Saúde, ao longo de 2006 foi privilegiado a melhoria da saúde da população
através de intervenções que contribuam para a redução da morbi-mortalidade e o aumento
do acesso da população à rede e serviços de saúde.
Expansão da Rede Sanitária
No âmbito da expansão do acesso aos serviços de saúde, destaque nas acções
desenvolvidas vai para o seguinte:
Cabo Delgado - foram construídos 6 Centros de Saúde nomeadamente nos distritos de
Konga (Nangade), Nquerete, Muege e Maveze (Chiúre), Muripa (Balama) e Natuco (Mecufi);
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Niassa - foram construidos 2 Centros de Saúde, nomeadamente em Mbemba (Sanga) e
Mbamba (Mecula), bem como a maternidade do CS de Mecula. Foram construídas também
19 casas para trabalhadores nas sedes distritais e algumas localidades;
Nampula - foram construídos 4 Centros de Saúde, nomeadamente em Quelelene (Angoche),
CS de Gueri-Gueri (Nacala Velha), CS Kutua (Erati) e CS Xerete (Muecate) assim como foi
feita a promoção de Postos de saúde para o CS Namacuana, (NPL distrito), Nacavala
(Meconta) e Mecutamala (Mogovolas);
Zambézia - foram construídos 4 Centros de Saúde, nomeadamente CS de Mecule Phalane,
(Inhassunge), CS de Icidua e Micajune (Cidade de Quelimane) e CS de Socone (Ile) e
reabilitadas 2 maternidades sendo a maternidade de Varela (Nicoadala) e Micaúni (Chinde) e
construído o Posto de Saúde de Jajo (Ile);
Sofala - foram construídos 6 Centros de Saúde, 2 dos quais em substituição do PS de Neusa
e Chupanga (Marromeu), nomeadamente CS de Danga e CS de Inhaveninga (Búsi), CS de
Goe (Chemba) CS de Ponta Gea (Beira);
Manica - foi concluída a construção do Centro de Saúde tipo II de Garangua (Mussurize) e 1
casa para os trabalhadores;
Gaza - foi construído o Centro de Saúde Urbano de Patrice Lumumba e Centro de Saúde
Rural tipo III de Mboi. Foi também reabilitado o PS de Cubo e ampliado o edifício da DPS; e
Maputo Província - foi construído 1 Centro de Saúde tipo II em Mulotana e reabilitados 2
Centros de Saúde tipo II em Boane/ Mulotana e Manhiça. Foi concluída a reabilitação do
Centro de Saúde de Ressano Garcia e construídas 2 casas de Mãe Espera.
Desenvolvimento dos Recursos Humanos
Em 2006, foram colocados 553 técnicos recém formados, dos quais 38 médicos de clínica
geral e 515 técnicos de saúde (dos quais 102 técnicos médios e 413 técnicos básicos), o que
representa 66.9% das colocações previstas para todo ano. Igualmente foram nomeados 786
técnicos que vinham trabalhando em regime de contrato e recrutados 37 médicos
estrangeiros de diferentes áreas de especialização.
As novas colocações e nomeações aumentaram o número total de pessoal nacional no
Serviço Nacional de Saúde em 6.8%, o qual (SNS) conta actualmente com cerca de 24.042
trabalhadores dos quais 608 médicos nacionais.
Encontram-se em formação em pós-graduação 33 médicos, sendo em Pediatria (4),
Medicina interna (4), Cirurgia Geral (2), Oftalmologia (1) , em Ginecologia e Obstetrícia (4),
Urologia (1) , Medicina Familiar e Comunitária (4), Ortopedia e Traumatologia (2),
Infecciologia (1), Oncologia (1), Otorrinolaringologia (1), Imagiologia (1), Anestesiologia (1),
Anatomia Patológica (1), Genética Clínica (1), Dermatologia e Venereologia (2) e Medicina
Legal (2).
No mesmo período, completaram a formação em pós-graduação 23 médicos especialistas
nas áreas, de: Medicina Física e Reabilitação (2), Imagiologia (1), Ginecologia e Obstetrícia
(2) e Medicina Interna (1), Cardiologia (3), Cirurgia Geral (1), Urologia (1), Pediatria (5),
Otorrinolaringologia (1), Oftalmologia (1), Pneumologia (1), Neurologia (1), Dermatologia e
Venereologia (1) e Anestesiologia (2), o que corresponde a mais de 100% do previsto (16).
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Nas outras categorias profissionais foram formados 24 técnicos especializados, 715 técnicos
de nível médio e 592 técnicos de nível básico, o que correspondente a 91.5% das formações
previstas (1.454).
Prestação de Cuidados de Saúde
O sistema de prestação de serviços medido pelo volume de consultas externas e pelas
unidades de atendimento registou um crescimento de 6.2% e 5.4% respectivamente,
comparativamente ao ano de 2005 segundo a tabela em baixo ilustra.
Evolução da Actividade Global de Saúde
2005 2006 Evol. (%)
Indicadores Real P lano R eal R06/R05
AC T IV ID AD E G L O B AL
U nidades de A tendim ento 76,224,157 80,899,000 80,368,955 5.4
C O N S U L T AS E X T E R N AS
C onsultas E x ternas 19,471,866 18,719,000 20,676,201 6.2
C onsultas E x ternas/H abitante 1 0.94 1
Quanto aos desequilíbrios relativos ao consumo e utilização de serviços de saúde entre os
distritos mais e menos favorecidos, o índice de iniquidade registado foi de 3.4, o que
representa uma melhoria em relação ao ano de 2005 cujo índice foi de 3.6.
Quanto a iniquidade no consumo de serviços entre as províncias com maior e menor
consumo, o valor registado foi de 2.3.
Os indicadores de disponibilidade de recursos por província (Camas/1.000hab e Hab/pessoal
técnico) apresentam uma alteração muito ligeira. O número de camas por 1.000hab passou
de 0.87 em 2005 para 0.89 em 2006. Igual tendência se verificou no indicador habitantes por
pessoal técnico, que registou uma ligeira melhoria, tendo passado de 1.924 em 2005 para
1.826 em 2006.
Programa de Saúde Materno Infantil e Planeamento Familiar (SMI/PF)
A taxa de mortalidade materna intra hospitalar aumentou de 182 para 190 (óbitos
maternos/100.000 NV), enquanto que a taxa de natimortalidade com foco positivo sofreu uma
ligeira melhoria ao passar de 256 em 2005, para 255 em 2006.
No âmbito da expansão dos serviços de atenção à saúde da mulher e ao recém-nascido,
foram feitas formações em Cuidados Obstétricos de Emergência (COEm) básicos e
completos. Estas acções contribuíram para o alcance da cobertura de 5.4US/500.000hab nos
COEm Básicos contra a meta de 6.9 US/500.000hab prevista para o ano de 2006. O número
de casas de mãe espera cresceu para 110.
Registou-se também um crescimento do número de maternidades que oferecem um pacote
de cuidados essenciais ao recém-nascido (mais de 700 US com maternidade e Hospitais
Rurais), sendo a cobertura actual de 40%. Para o efeito, foram formados 100 profissionais de
saúde em Cuidados Essenciais ao Recém-nascido (CERN). Paralelamente às formações foi
distribuído material de formação e manuais de apoio para os cursos sobre Cuidados
Essenciais ao Recém-nascido (CERN).
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Quanto a componente de Atenção Integrada às Doenças da Infância (AIDI), 90% das
Unidades Sanitárias oferecem serviços de atenção integrada às doenças da infância, tendo a
meta anual de 80% sido ultrapassada.
Ao longo de 2006, foram realizados cursos de AIDI em todas as províncias e cerca de 400
profissionais de saúde foram treinados neste pacote.
Mais de 40% dos Hospitais Rurais e Gerais cumprem com as normas Nacionais de
tratamento às doenças graves na infância. Porém, a meta anual de 80% não foi atingida.
A cobertura dos partos institucionais, contrariamente as previsões fixadas em 52% para o
ano, não foi alcançada, como também decresceu de 50.1% em 2005 para 48.4% em 2006.
A cobertura das consultas pós parto passou de 55.6% em 2005 para 63.8% em 2006, valor
que ultrapassa a meta prevista.
As coberturas das consultas preventivas de 0-11meses e dos 0-4 anos mantiveram-se
estáveis quando comparadas com o ano passado. As consultas 0-4 anos, mantém-se ainda
aquém da meta estipulada para este ano.
Evolução das Taxas de Cobertura de SMI
2005 2006
Indicadores Real P lano R eal
C onsultas pré-natais 97.5% 98% 100%
P artos institucionais 50.1% 52% 48.4%
C onsultas pós-partos 55.6% 62% 63.8%
1ªs C ons. C rianças (0-11 M eses) 100% 98% 100%
1ªs C ons. C rianças (0-4 A nos) 41.8% 72% 41.4%
Programa Alargado de Vacinação (PAV)
Durante o período em análise registou-se uma cobertura integral em todas as componentes
do PAV. A melhoria da rede de cadeia de frio, associada a melhoria do fornecimento de
vacinas e material de vacinação e a alocação de meios de transporte, contribuíram
positivamente para o aumento das coberturas vacinais em 2006.
Decorreu de 11 a 15 de Dezembro de 2006 a primeira volta da Campanha de Vacinação anti-
tetánica em 15 distritos considerados de alto risco para tétano materno e neonatal,
nomeadamente Cabo Delgado (Balama e Mueda), Nampula (Malema, Mogovolas e Nacala
Velha), Zambézia (Alto-Molócue, Chinde, Lugela, Maganja da Costa, Milange, Morrumbala e
Pebane), Tete (Changara) e Manica (Manica e Mossurize), tendo como grupo alvo mulheres
em idade fértil (15-49 anos). A taxa de cobertura da campanha foi de 94.2%.
E vo lu ção d as T axas d e C o b ertu ra d o P AV
2005 2006
Indicadores Real P lano R eal
B C G [0-11 M eses] 100% 98% 100%
V A S [9-23 M eses] 83.2% 98% 100%
D P T /A nti-pólio e H B (3ª D os e) 83.6% 95% 100%
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Programa de Saúde Escolar e do Adolescente
No âmbito da implantação do pacote básico de saúde escolar foi realizada a Vacinação Anti-
Tetánica abrangendo 98% de escolas do EP1 e implementado o Programa de
desparasitação nas escolas.
Foram vacinados 444.702 alunos (1ª dose) da 1ª classe, o que corresponde a 45.4% de taxa
de cobertura. Na 2ª classe foram vacinados 274.089 (2ª dose) perfazendo 58.6% de
cobertura.
Em todo o país foram formados 299 formadores em matéria de saúde escolar incluindo
primeiros socorros. Estes formadores capacitaram 544 professores das províncias de
Nampula, Zambézia, Manica e Inhambane.
No que se refere à Estratégia de Saúde Escolar, foi feita a nível nacional uma análise
situacional da implementação da componente de Saúde Escolar, base para se proceder a
revisão da estratégia.
Foram implantados um total de 46 Serviços Amigos de Adolescentes e Jovens (SAAJ), o que
totaliza 179 serviços existentes a nível nacional. No âmbito da expansão dos SAAJ, foram
cobertos 87 distritos das províncias de Maputo e Maputo cidade, Gaza, Sofala, Tete,
Inhambane, Zambézia, Cabo Delgado e Manica, o que representa 89% de cumprimento do
planificado. Em termos de procura e acesso de adolescentes e jovens aos SAAJ, foram
atendidos 147.129 (dados até Setembro de 2006), dos quais 70.312 são novos utentes,
contra a previsão de se atender 250.000 adolescentes e jovens.
Foi elaborada a Política e Estratégia para a Saúde Sexual e Reprodutiva de Adolescentes e
Jovens.
Nutrição
A malnutrição está associada a 45% das mortes infanto-juvenis. Os índices de Baixo Peso à
Nascença e de Crescimento Insuficiente apresentam uma tendência de variação lenta ao
longo dos anos segundo a tabela a seguir ilustra.
E vo lu ção d o E stad o N u tricio n al d a P o p u lação , 2003-2006
Indicadores 2003 2004 2005 2006*
T ax a de M au C rescim ento 6.4 6.0 5.7 6.0
B aix o P eso à N ascença 10.1 9.7 10.5 11.5
* Dados até Setembro de 2006
Está em curso a implementação do pacote nutricional básico em todas as unidades
sanitárias do país, com vista a promover o estado nutricional da população. Neste âmbito,
foram formados 1.663 técnicos de saúde em 297 unidades sanitárias.
Por outro lado, teve início o processo de aquisição de cápsulas de Iodo para a
suplementação de crianças e das mulheres em idade fértil nas províncias de Niassa,
Nampula e Zambézia consideradas provinciais com deficiência moderada, e procedeu-se a
suplementação com Vitamina A as crianças e mulheres pós-parto. Foram também formados
formadores e Agentes Comunitários de Saúde sobre o programa de expansão estratégica de
suplementação da vitamina A na comunidade em todas as províncias.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Saúde Mental
Com vista a expansão da cobertura de serviços de psiquiatria e de cuidados de saúde
mental, foram colocados 30 técnicos médios de psiquiatria e saúde mental recém formados
que irão reforçar as actividades do programa a nível de todas as províncias. Assim, mais 21
novas unidades sanitárias em todo o pais oferecem estes serviços (20 distritos e o Hospital
Militar de Nampula).
Foi disseminado o Plano Estratégico da Saúde Mental através da realização da Reunião
Nacional de Saúde Mental. Neste âmbito, foram elaborados planos de acção para diversas
áreas de saúde mental, nomeadamente para a prevenção e controle da epilepsia,
esquizofrenia e outras psicoses, para o atendimento à população necessitada, bem como
para o controle do consumo de álcool, tabaco e drogas.
Grandes Endemias
Neste âmbito, foi privilegiado a prevenção, o controle e tratamento das principais doenças
endémicas que mais influenciam na morbi-mortalidade da população.
Malária
No combate a malária, continuou a ser priorizada a distribuição de redes mosquiteiras
impregnadas e a Pulverização Intra-domiciliária. As províncias de Gaza, Inhambane, Tete,
Zambézia e Cabo Delgado têm actualmente projectos bem estabelecidos de distribuição de
redes mosquiteiras às mulheres grávidas através das consultas pré-natais e às crianças
menores de 5 anos. A pulverização foi realizada em todos os distritos previamente
seleccionados de todas as províncias, com 91% de cobertura (casas pulverizadas). Com a
expansão para o distrito da Manhiça (primeira ronda) bem como para o município da Matola
e Maputo, a pulverização domiciliária residual atingiu a cobertura de 34% da população.
Acções de controlo larval tiveram lugar nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane.
O ano de 2006 foi marcado pelo início da profilaxia da malária na gravidez (tratamento
intermitente preventivo) a nível nacional, tendo sido feita a formação do pessoal de saúde
sobre a matéria.
Tuberculose e Lepra
De Janeiro a Setembro de 2006 a taxa de despiste para todas as formas de tuberculose foi
de 29.2%. Em 2005, a taxa de cura situou-se em 78.9%, estando próxima das metas
internacionalmente fixadas.
No período em analise foram notificados 26.873 casos de tuberculose em todo o pais. Os
casos BK+ constituem a forma mais frequente de casos detectados, correspondendo a
50.4% de todos casos notificados. Em ordem decrescente de frequência seguem-se os
casos BK- (29.8%) e finalmente os casos de tuberculose extra pulmonar correspondendo a
12.5%. A tendência crescente de casos novos de todas as formas de tuberculose é agravada
pela prevalência do HIV/SIDA.
De referir que as regiões Centro e Sul, onde a prevalência do HIV é muito elevada, foram as
que maior número de casos notificaram (33% e 48.2% do total de casos respectivamente).
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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De realçar que as províncias de Maputo cidade e Sofala notificaram cerca de metade dos
casos de todo o país.
Com vista a melhorar o diagnóstico e tratamento da tuberculose, foram realizados cursos
clínicos sobre a tuberculose, HIV, e lepra nas províncias de Nampula, Sofala e Inhambane.
Visitas de supervisão foram também realizadas nas províncias de Maputo, Gaza, Sofala,
Tete, Manica e Nampula.
ITS/HIV/SIDA
No concernente ao aumento do acesso ao TARV e das doenças oportunistas, até ao final do
ano foram abertos mais 120 sítios perfazendo actualmente 150 locais oferecendo o TARV
dos quais 32 oferecem TARV pediátrico. Como resultado, o número de pessoas
beneficiando-se do mesmo aumentou para 44.100 dos 40.000 previstos no plano, sendo 58%
mulheres e 6% crianças.
Tendo em vista a actualização/capacitação do pessoal, foram organizados cursos de TARV
adulto e pediátrico para técnicos de medicina e médicos. Foi aberto um laboratório
Biomolecular (CD4) em Sofala (Beira).
Relativamente aos locais de testagem para o HIV, o período em análise foi marcado por uma
mudança na abordagem dos utentes. A nova estratégia visa oferecer um atendimento mais
integral aos utentes e reduzir o problema de estigmatização dos mesmos. Assim, está em
curso o processo de preparação de guiões e manuais para o arranque da implantação de
ATS (Atendimento e Testagem em Saúde) com nova abordagem, bem como o início da
implantação dos ATS’s .
Em relação à Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, até ao final do terceiro trimestre de
2006, 150 US ofereciam os serviços de PTV, ultrapassando assim a meta de 110 US
planificada. Nestas US foram atendidas 162.276 mulheres grávidas nas primeiras consultas
pré-natais. Das 115.256 (71%) mulheres que aceitaram fazer o teste de HIV após
aconselhamento, 17.190 (14,9%) tiveram resultado positivo. Em relação à profilaxia
antiretroviral, 10.763 mulheres grávidas seropositivas (dados de 3 trimestres) receberam a
profilaxia, o que corresponde a 67.2% de cumprimento do planificado, e 9.284 crianças de
mães seropositivas receberam também a profilaxia.
D. TRABALHO
Na área do Trabalho, em 2006 foi priorizada a promoção de oportunidades de emprego
através do desenvolvimento de acções de formação profissional para os desempregados e
oferta de emprego. Atenção especial continuou a ser dada a elaboração e divulgação da
legislação laboral e a expansão do sistema de segurança social.
Acção Normativa
No domínio da Acção Normativa foi concluído o projecto de revisão da nova Lei do Trabalho
e aprovada pela Assembleia da República a Lei da Protecção Social. Ainda neste âmbito, foi
elaborada a Estratégia de Emprego e Formação Profissional.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Emprego e Trabalho
No âmbito da expansão das infra-estruturas de emprego e formação profissional, o destaque
vai para a continuação dos trabalhos de construção dos Centros de Formação Profissional
de Pemba, Quelimane, Vilanculos e do Centro para o sector terciário de Maputo.
Em relação a formação de candidatos a emprego nas diversas especialidades, destaca-se a
formação de 2.395 desempregados inscritos, dos quais 653 em Maputo cidade, 279 em
Maputo província, 305 em Inhambane, 520 em Sofala, 401 em Nampula e 237 em Niassa, o
que corresponde a 93% de cumprimento do planificado (formar 2.568 candidatos).
No que se refere a formação de mulheres em gestão de negócios, importa referir que foram
formadas 161 mulheres na cidade de Maputo (Inhaca-84), província de Maputo (50), Gaza
(15) e Inhambane (12). Face ao planificado isto corresponde a 80.5%.
No que concerne a formação de jovens com prioridade para os portadores de deficiência,
destaque vai para a formação de 271 pessoas contra as 200 previstas, distribuídas da
seguinte forma por província: Niassa (27), Nampula (30), Manica (16), Sofala (40), Gaza (15)
e Maputo-cidade (143).
Quanto ao plano de formação de pequenos e médios empresários, referir a formação de 296
pequenos e médios empresários em gestão básica nas diferentes categorias de actividade
produtiva em Maputo-cidade (82), Maputo-província (164), Gaza (25) e Inhambane (25).
Em relação ao plano de promoção de estágios profissionais, importa referir que até ao final
do ano de 2006 foram beneficiadas 91 pessoas recém formadas, sendo 41 em Inhambane e
50 em Nampula.
A utilização de testes psicotécnicos no processo de orientação nos centros de emprego foi
iniciada na província de Maputo para 100 candidatos e em Nampula para 495 candidatos.
O serviço de emprego registou a afluência de 16.118 candidatos à emprego, dos quais 2.083
mulheres, contra 6.477 ofertas de emprego comunicadas, das quais 899 para mulheres.
Foram efectuadas 4.867 colocações de desempregados, o que corresponde a mais de 100%
do planificado (colocar 4.000 candidatos) e representa cerca de 75% das ofertas
comunicadas. Por província a distribuição dos desempregados inscritos, ofertas recebidas e
colocações efectuadas está ilustrado na tabela a seguir.
Desempregados Ofertas Colocações
Províncias
inscritos recebidas efectuadas
Niassa 130 6 2
Cabo Delgado 213 31 79
Nampula 7,186 303 288
Zambézia 384 18 188
Tete 257 49 59
Manica 1,037 330 281
Sofala 4,626 3,083 1325
Inhambane 874 433 423
Gaza 133 109 109
Maputo Prov. 874 2,024 2024
Maputo Cidade 404 91 89
Total 16,118 6,477 4,867
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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O trabalho nas minas da África do Sul continuou a ser uma das fontes de emprego para
cidadãos nacionais, tendo sido recrutados ao longo do período em análise, 47.620
trabalhadores, legalizados e renovados contratos de 6.938 trabalhadores moçambicanos em
actividade no sector agrícola.
Relações Profissionais
A divulgação da legislação laboral sobre negociação colectiva foi efectuada através de
seminários realizados a nível nacional com excepção da província de Gaza.
Com vista a verificar o cumprimento das normas laborais foram fiscalizados 2.920
estabelecimentos de diversos ramos de actividade, correspondentes a 58% do planificado e
abrangendo 68.314 trabalhadores, dos quais 14.410 mulheres, 4.351 contratados nacionais e
2.698 de nacionalidade estrangeira. Por província, os estabelecimentos fiscalizados estão
distribuídos da seguinte forma: Maputo-cidade (471); Maputo-prov.(272); Gaza (353);
Inhambane (228); Sofala (391); Manica (144); Tete(166); Zambézia (206); Nampula (270);
Cabo Delgado (202) e Niassa (217).
Como resultado da fiscalização foram detectadas 2.911 infracções às diversas normas
laborais, das quais 986 originaram o levantamento de autos de notícias ou multas e as
restantes 1.925 mereceram autos de advertência.
Segurança Social
No domínio da Segurança Social foram inscritos 1.788 contribuintes e 33.995 beneficiários, o
que representa uma realização das metas planificadas para o período, na ordem de 119,2%
e 170,0%, respectivamente. Comparativamente ao ano anterior regista-se um crescimento no
número de contribuintes na ordem de 12,5% e uma redução no número de beneficiários
inscritos na ordem de 49,0%. Com efeito, no ano passado foram inscritos no sistema cerca
de 1.590 contribuintes e 66.705 beneficiários. Por província os contribuintes e beneficiários
inscritos estão distribuídos segundo a tabela a seguir ilustra.
Contribuintes Beneficiários
Províncias
inscritos inscritos
Niassa 71 877
Cabo Delgado 80 1,273
Nampula 119 3,030
Zambézia 200 2,664
Tete 53 1,125
Manica 88 1,783
Sofala 199 3,689
Inhambane 79 1,055
Gaza 95 1,372
Maputo cid. 678 13,789
Maputo Prov. 126 3,338
Total 1,788 33,995
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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E. MULHER E ACÇÃO SOCIAL
Na área da Mulher e Acção Social, ao longo de 2006 as atenções foram concentradas na
elevação do estatuto da mulher e na promoção da igualdade de género, na segurança,
assistência e integração social dos grupos alvo em situação de vulnerabilidade,
particularmente crianças, mulheres, idosos e pessoas portadoras de deficiência.
Âmbito do Desenvolvimento e Capacitação Institucional
Graduados na cidade de Maputo 27 técnicos médios de acção social (22 homens e 5
mulheres) , 75 auxiliares de educação de infância (3 homens e 72 mulheres) e
capacitados 29 técnicos (7 homens e 22 mulheres) em matérias relacionadas com as
tecnologias de informação e comunicação;
Formados na província de Maputo 33 auxiliares de educação de infância (1 homem e
32 mulheres);
Capacitados na província de Tete 9 funcionários em matérias de educação de
infância; e
Capacitados na província de Nampula 30 educadores de infância.
Âmbito do Desenvolvimento da Mulher
Prestado apoio técnico e financeiro na implementação de 138 projectos de geração de
rendimentos beneficiando 10.759 mulheres, nas seguintes províncias: Maputo cidade
(4 projectos), Maputo Província (5 projectos), Gaza (40 projectos), Inhambane (26
projectos), Sofala (12 projectos), Manica (16 projectos), Tete (7 projectos), Zambézia
(15 projectos) e Nampula (13 projectos);
Capacitados 25 membros das associações femininas em matérias de planificação,
monitoria, avaliação e gestão de projectos, na cidade de Chimoio;
Capacitadas 18 mulheres dos distritos de Inharrime e Vilanculos, província de
Inhambane, em matérias de gestão de pequenos negócios;
Integradas 88 mulheres chefes de agregados familiares em projectos de geração de
rendimentos para auto-sustento, sendo 56 na província de Manica e 32 em
Inhambane;
Integradas 68 mulheres nos cursos de formação profissional, nomeadamente corte e
costura, bordados, croché, culinária, dactilografia e informática, na província de
Inhambane; e
Integradas 35.058 mulheres em curso de alfabetização e educação de adultos, sendo
4.082 em Nampula, 4.630 em Tete, 10.000 em Sofala, 3.332 em Inhambane e 13.014
em Gaza.
62
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Âmbito da Protecção da Criança
No âmbito do Programa de Localização e Reunificação Familiar de crianças órfãs, perdidas
ou abandonadas, foram documentadas 4.053 crianças contra 4.124 em 2005 e reunificadas
1.111 crianças em famílias próprias e substitutas contra 564 em 2005.
Foram efectuadas 100 visitas a crianças adoptadas e integradas em famílias próprias e
substitutas, sendo 13 visitas na província de Tete, 8 em Sofala e 79 na cidade de Maputo.
Âmbito do Programa da Educação Pré-Escolar
Neste âmbito foram atendidas 56.696 crianças em idade pré-escolar contra as 47.950
planificadas, das quais 1.823 crianças em centros infantis públicos, 12.722 em centros
privados e 42.151 em escolinhas comunitárias. Face a 2005, as crianças atendidas nos
estabelecimentos de educação pré-escolar representam um crescimento de 6.53%.
Âmbito da Reabilitação Psico-Social e Integração da Criança em Situação Difícil
Ao longo do período em análise os centros de acolhimento atenderam 20.895 crianças da/na
rua contra 15.176 crianças atendidas em 2005. Igualmente, foram atendidas 1.180 crianças
nos 25 infantários que funcionaram em todo o país, sendo 446 nos 8 infantários públicos e
734 nos 17 infantários privados.
Ainda neste âmbito, importa destacar que foi elaborado o Plano Nacional de Acção para a
Criança e o Plano de Acção para as Crianças Órfãs e Vulneráveis.
Em relação as Crianças Órfãs e Vulneráveis (COV’s), foram identificadas 62.918 COV’s que
beneficiaram de apoio em produtos alimentares, emissão de atestados de pobreza, material
escolar e assistência médica e medicamentosa nas seguintes províncias: Tete (10.856),
Zambézia (9.409), Manica (17.198), Nampula (209), Sofala (8.918), Inhambane (800), Gaza
(583), Maputo (8.197), Maputo/cid. (160) e Niassa (6.588).
Âmbito do Atendimento a Pessoa Idosa
No período em análise foram atendidas 510 pessoas idosas nos 22 Centros de Apoio à
Velhice (CAV´s) em funcionamento no País, das quais 200 pessoas idosas nos 9 centros
públicos e 310 nos 13 centros privados. Face ao planificado, os idosos atendidos
correspondem a 83.6%.
Igualmente as pessoas idosas foram atendidas em Centros Comunitários Abertos existentes
em todo o país, destacando-se os centros que funcionam nas províncias da Zambézia (2),
Niassa (1), Nampula (1), Maputo (3) e cidade de Maputo (3).
Foi prestado apoio a 16.135 pessoas idosas que consistiu em produtos alimentares,
assistência médica e medicamentosa e vestuário nas seguintes províncias: Tete (6.154),
Cidade de Maputo (2.800), Gaza (6.718) e Niassa (463).
No que se refere a construção de infra-estruturas para os idosos, foram construídas 10 casas
e reabilitadas 2 para igual número de idosos na província da Zambézia, construídas 17
casas com material misto nos distritos de Homoine, Panda, Jangamo, Inharrime, cidade de
Inhambane e Maxixe.
63
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Ainda no âmbito da assistência a pessoa idosa, foi elaborado e divulgado o Plano Nacional
da Pessoa Idosa.
Âmbito do Atendimento da Pessoa Portadora de Deficiência (PPD)
No período em análise, foi elaborado o Plano Nacional de Acção da Área da Deficiência.
Este plano tem como principais objectivos promover a plena participação, igualdade e
capacitação das pessoas portadoras de deficiência e assegurar o princípio de igualdade de
direitos e de oportunidades.
Em termos de atendimento, 12.568 PPDs beneficiaram de assistência, sendo 9.339 nas
comunidades, 2.472 nas escolas, 281 nos centros de trânsito, 326 nas escolas especiais e
150 no Instituto de Deficientes Visuais. O total das PPDs atendidas em 2006 corresponde a
um crescimento de 97.23% comparativamente ao ano de 2005.
Em termos de meios de compensação para PPD´s, foram distribuidas 350 cadeiras de rodas,
229 triciclos, 105 muletas/pares de canadianas, 67 botas ortopédicas, 195 próteses e 30
joalheiras e 30 luvas.
Âmbito do Atendimento aos Toxicodependentes, Doentes Crónicos e Reclusos
Neste âmbito, foi concedido material escolar a 120 reclusos da cadeia distrital de Mueda na
província de Cabo-Delgado; realizadas palestras de sensibilização sobre as consequências
do consumo do álcool e droga e importância das actividades de terapia ocupacionais aos
reclusos das cadeias de Cabo Delgado, Zambézia e Tete; integrados 380 reclusos no
projecto de alfabetização e educação de adultos, sendo 145 na cadeia provincial de Pemba,
100 na cadeia distrital de Montepuez e 135 na cadeia distrital de Mueda, província de Cabo
Delgado; e reintegrados e acompanhados nas suas famílias 36 reclusos, sendo 7 na cidade
de Pemba, 8 no distrito de Ancuabe, 9 em Mocímboa da Praia, 9 em Montepuez e 3 em
Chiúre.
Programas e Projectos de Assistência Social
A assistência aos grupos populacionais mais desfavorecidos e em situação de pobreza
absoluta continuou a ser priorizada. Assim, através do Programa Subsídio de Alimentos
foram assistidos 100.571 beneficiários (35.836 homens e 64.735 mulheres) o que
corresponde a mais de 100% de cumprimento do planificado (assistir 85.000 pessoas). Os
grupos alvo mais beneficiados por este programa são o das pessoas idosas com 89.819
beneficiários e o das pessoas portadoras de deficiência com 5.606 beneficiários. Os grupos
alvo com menos beneficiários são de doentes crónicos com 933 beneficiários, de mulheres
chefes de agregado familiar com 222 beneficiárias e de mulheres grávidas mal nutridas com
2 beneficiárias. Comparativamente ao ano de 2005, registou-se um crescimento do número
de beneficiários atendidos na ordem de 21.7%.
O Programa Benefício Social pelo Trabalho atendeu 4.716 beneficiários (944 homens e
2.994 mulheres), dos quais cessaram 778 (442 integrados em projectos de geração de
rendimentos, 195 absorvidos pelos parceiros, 23 por desistência, 19 por doença e 99 por
outros motivos não identificados). O atendimento dos beneficiários cresceu na ordem de
29.8% em relação ao ano de 2005.
64
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
O Programa Geração de Rendimentos enquadrou 3.835 beneficiários (1.473 homens e 2.352
mulheres) em diversos microprojectos de geração de rendimento. Este Programa consiste
em promover oportunidades de auto-sustento por via de auto-emprego para indivíduos
vivendo em situação de pobreza absoluta com capacidade para o trabalho.
O Programa de Apoio Social Directo prestou apoio a 22.767 beneficiários (9.874 homens e
12.893 mulheres), o que corresponde a mais de 200% de realização do planificado. O apoio
concedido no âmbito deste programa consistiu em produtos de primeira necessidade,
enxoval para bebés, materiais escolares, meios de compensação, habitação, pagamento de
bilhetes de passagem e de propinas.
No âmbito do Programa de Desenvolvimento Comunitário, foram implementados 298
projectos de desenvolvimento sócio-económico, beneficiando 60.000 pessoas contra as
50.109 previstas.
Programas de Assistência Social
Distribuição dos Beneficiários por Província
Programa
Programa de Programa de Programa de
Benefício
Províncias Subsídios de Geração de Apoio Social
Social pelo
Alimentos Rendimentos Directo
Trabalho
Plano Real Plano Real Plano Real Plano Real
Niassa 5,500 5,853 450 1,262 360 353 4,130 3,026
C.Delgado 5,800 7,313 220 174 900 149 650 493
Nampula 17,000 20,996 470 629 960 677 165 3,011
Zambézia 9,600 9,946 300 432 1,650 520 650 2,352
Tete 5,000 4,494 220 216 900 318 360 1,918
Manica 9,500 11,378 300 345 315 162 300 1,081
Sofala 5,500 7,412 350 429 1,100 784 700 2,406
Inhambane 7,600 9,424 210 224 750 188 600 977
Gaza 11,000 15,250 250 471 1,200 339 1,000 2,110
Maputo P. 4,500 4,706 120 165 315 145 185 888
Maputo C. 4,000 3,799 454 369 440 200 800 4,505
Total 85,000 100,571 3,344 4,716 8,890 3,835 9,540 22,767
Âmbito do Género
Elaborada a Política de Género e a Estratégia de implementação;
Implantados os Conselhos Provinciais para o Avanço da Mulher (CPAM) nas
províncias de Cabo Delgado, Sofala e Maputo; e
Capacitadas 215 mulheres em matérias de liderança e género distribuídas da seguinte
forma: 12 (Maputo província), 95 (Maputo Cidade), 31 (Gaza), 14 (Inhambane), 52
(Tete) e 11 (Cabo Delgado).
Âmbito do HIV/SIDA
Divulgado o plano sectorial pelos potenciais parceiros;
Prestada assistência a 14.541 crianças em produtos alimentares, no âmbito da
mitigação dos efeitos do HIV/SIDA, na província de Manica;
65
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Distribuídos 210 pneus, 420 câmaras de ar, 105 correntes e outros acessórios aos
membros (activistas do HIV/SIDA) dos Comités Comunitários, para reparação de
bicicletas, na província de Nampula;
Efectuada a entrega de 6 casas, 12 colchões, 6 casais de gado caprino e uma
máquina de costura, para igual número de famílias chefiadas por crianças na província
de Sofala, no contexto do HIV/SIDA;
Distribuídas 87 bicicletas a associações que trabalham com as COVs ao nível da
província de Zambézia;
Capacitadas 150 mulheres pertencentes a organizações femininas em matéria de
prevenção e combate ao HIV/SIDA em todos os distritos das províncias de Manica,
Sofala e Tete; e
Lançado o programa de distribuição de suplementos nutricionais a pessoas infectadas
e afectadas pelo HIV/SIDA, beneficiando 160 famílias na cidade de Maputo.
F LIBERTAÇÃO NACIONAL, DEFESA DA SOBERANIA, E DA DEMOCRACIA E
DEFECIENTES DE GUERRA
Nesta área, ao longo de 2006 continuou-se a privilegiar a valorização e divulgação da história
da luta de libertação e o desenvolvimento de acções de assistência social aos combatentes
da luta de libertação nacional.
Neste contexto, para a realização dos objectivos definidos foram desenvolvidas as seguintes
acções:
História e Património da Luta de Libertação Nacional
Foram realizadas acções de divulgação da história da luta de libertação nacional
através da realização de palestras alusivas as datas comemorativas nas instituições
de ensino, unidades militares e paramilitares e sectores laborais acompanhadas por
debates televisivos e radiofónicos.
Procedeu-se a sinalização e demarcação dos locais de importância histórica no
âmbito do programa de mapeamento das bases da luta de libertação nacional, tendo-
se:
o Concluído a edificação do monumento de Ntumuíle e continuada a construção
do monumento que simbolizará a importância histórica que a base
Ngungunhana teve durante o processo da Luta de Libertação Nacional através
da Frente de Niassa;
o Localizadas e identificadas as campas onde repousam os restos mortais dos
combatentes falecidos durante as agressões Rhodesianas nos distritos de
Chicualacuala e Mabalane em Gaza;
o Identificados 34 locais de importância histórica e elaborados mapas
topográficos da base Beira em Nangade e da base central em Muidumbe, Cabo
delgado;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
o Realizados trabalhos de preservação dos monumentos existentes nas bases e
locais de importância histórica dos distritos de Chemba, Marromeu,
Cheringoma, Caia, Muanza e Búzi na província de Sofala; e
o Sinalizadas as bases Chicondamoio no distrito de Changara e Kassuende no
Distrito de Marávia e identificado 126 locais histórico na província de Tete.
Assistência Social e Reabilitação Física e Psico-Social
Emitidos 10.041 cartões de combatentes da luta de libertação nacional, o que
corresponde a 100% de realização do planificado;
Elaborado o projecto arquitectónico para a construção do Centro Escola de Formação
de Antigos Combatentes de Manica;
Tramitados 1.113 novos pedidos de fixação de pensões e fixados 14.153 novas
pensões e 1.058 bónus de participação de combatentes da luta de libertação
nacional;
Financiados 32 projectos económicos de combatentes nas províncias de Nampula (3),
Niassa (3), Inhambane (2), Zambézia (3), Manica (3), Sofala (4), Gaza (3), Tete (3),
Cabo Delgado (2) , Maputo (1) e Maputo cidade (5);
Formados dois brigadistas por cada província para o registo e emissão de Cartões de
Identificação de Combatentes; e
Iniciada a elaboração do anteprojecto da Lei que fixa os direitos previstos nos artigos
15 e 16 da Constituição da República.
Combate ao HIV/SIDA
Distribuídos preservativos e materiais de Informação, Educação e Comunicação
(I.E.C.) nos distritos de Maringue, Nhamatanda e Gorongosa em Sofala;
Realizadas palestras nos centros de Mafassane, Chinjinguir e Malova em Inhambane,
nos distritos de Chókwè, Chicualacuala e Manjacaze em Gaza; e
Realizadas palestras e capacitadas 106 mulheres, jovens e adolescentes em matéria
de prevenção e mitigação do impacto do HIV/SIDA nas cidades de Quelimane e
Maputo.
G. CULTURA
Na área da Cultura, durante o ano de 2006 as acções foram concentradas na preservação e
divulgação do património cultural e na promoção do conhecimento e divulgação cultural,
tendo em vista o reforço da unidade nacional e a afirmação da identidade moçambicana.
Património Cultural
No âmbito da identificação, registo e preservação de obras e valores culturais e naturais,
importa realçar que:
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Está em fase de conclusão o processo de criação do Instituto do Património Cultural,
órgão de consulta para as questões de conservação e restauro;
Foi concluída a elaboração do Programa Nacional de Conservação e Restauro de
Colecções Museológicas;
Foi concluida a produção de manuais sobre técnicas de conservação preventiva do
património cultural tangível;
Foram colocadas placas de identificação em vários monumentos e sítios históricos
nas províncias de Gaza, Sofala, Manica, Tete e Niassa;
Foram realizadas acções de divulgação do património cultural tangível e intangível
através dos órgãos de comunicação social, manuais, brochuras e outros meios de
comunicação, no âmbito dos esforços em curso visando incentivar maior frequência
aos monumentos, bibliotecas e museus; e
Foi inaugurado o Centro Cultural Comunitário de Manica conforme previsto.
No âmbito do programa de reabilitação das infra-estruturas da Ilha de Moçambique, importa
referir o seguinte:
Foi criado o Gabinete de Conservação da Ilha de Moçambique (GACIM); e
Está em fase de conclusão a reabilitação do edifício Casa Girassol, antigo edifício do
comando da polícia.
No âmbito da promoção do conhecimento da realidade cultural, foram realizadas acções de
pesquisa e de divulgação de estudos etnológicos, linguísticos, sociológicos e históricos.
Acção Cultural
O II Festival Nacional da Canção e Música Tradicional foi realizado no âmbito da promoção
de manifestações culturais nacionais.
Em relação à ampliação da oferta de espaços públicos para a realização de actividades
culturais, destaca-se a conclusão da construção do palco a céu aberto em Namaacha, e a
construção das casas de cultura de Nampula e de Cheringoma em Sofala.
Foi feita a divulgação do novo regulamento de espectáculos em três eventos regionais:
Nampula (Norte), Beira (Centro) e Maputo (Sul), no quadro dos esforços em curso visando a
criação de um ambiente jurídico favorável ao desenvolvimento da criatividade artística e da
indústria cultural.
No concernente a garantia dos direitos de autor e combate a pirataria, foram realizadas
sessões de capacitação dos inspectores de nível provincial.
Relativamente a promoção do livro, gosto pela leitura e da indústria cultural, foram realizadas
exposições de livro e disco nas cidades de Inhambane, Beira e Lichinga.
Paralelamente às acções de divulgação da política do livro, foi iniciada a elaboração da
Estratégia de Implementação da Política Nacional do Livro.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
H. JUVENTUDE E DESPORTOS
Na área da Juventude e Desportos, ao longo de 2006 as atenções foram concentradas no
enquadramento dos jovens no processo de desenvolvimento do país, na massificação do
desporto e na elevação dos resultados competitivos a nível nacional e internacional.
Domínio da Juventude
Foi prestado apoio técnico à criação e consolidação dos Conselhos Provinciais da Juventude
em todo o país.
Para estimular iniciativas geradoras de emprego e auto-emprego para os jovens através da
institucionalização do Fundo de Apoio às Iniciativas Juvenís (FAIJ), foram implementados 65
projectos dos 220 previstos, em 40 distritos segundo a tabela em baixo ilustra.
A institucionalização do FAIJ tem como principal objectivo prover recursos financeiros para a
materialização de projectos de geração de renda promovidos pelos jovens com fins sociais,
culturais, económicos, educativos, artísticos, científicos e desportivos.
Projectos Dristritos Total de Jovens
Províncias
Financiados abrangidos Beneficiários
Niassa 5 5 89
Cabo Delgado 5 3 40
Nampula 2 1 89
Zambézia 6 6 431
Tete 7 5 52
Manica 9 2 91
Sofala 11 7 120
Inhambane 4 4 340
Gaza 10 2 203
Maputo Proví. 3 3 39
Maputo Cid. 3 2 45
Total 65 40 1539
No âmbito da implementação do Programa Nacional Integrado da Acção Social, Emprego e
Juventude, foram implementados seis novos projectos nas províncias de Tete, Zambézia e
Cabo Delgado beneficiando 28.562 pessoas.
Com o objectivo de elevar a capacidade de intervenção das associações na resolução dos
problemas dos jovens e na conceptualização e implementação das suas iniciativas, foi
prestado apoio técnico e financeiro na formação e capacitação de 272 gestores associativos
contra os 250 previstos.
No âmbito da promoção da realização de festivais juvenis de música, teve lugar a realização
de Festivais de Music Crossroads, que compreenderam duas fases (Provincial e Nacional)
nos quais participaram 441 jovens. A nível internacional, realizou-se na cidade de Maputo o
Festival de Music Crossroads inter-regional, no qual participaram 10 grupos juvenís de
música nacional e 5 grupos estrangeiros provenientes de Zimbabwe, Malawi, Tanzânia e
Zâmbia e ainda convidados da Suécia e Bélgica, totalizando 180 jovens envolvidos
directamente.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Foi realizada a III Bienal dos jovens criadores da CPLP que contou com a participação de
251 jovens artistas provenientes de Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Moçambique
e Portugal.
No âmbito da promoção da ocupação dos jovens nos seus tempos livres, foram realizados
cinco acampamentos provinciais nas províncias de Niassa, Inhambane, Gaza, Maputo
província e cidade envolvendo 1.549 jovens, e quatro acampamentos regionais envolvendo
884 jovens.
No âmbito da promoção de hábitos de vida saudável, teve continuidade a implementação dos
Programas Meu Futuro é Minha Escolha e Geração Biz. Assim, através do Programa Meu
Futuro é Minha Escolha em implementação nas províncias de Zambézia, Manica e Sofala,
foram formados 325 educadores de pares nas províncias de Zambézia (125), Manica (100) e
Sofala (100) segundo o planificado.
Por outro lado, através do Programa Geração Biz, foram formados 723 educadores de pares
nas províncias de Cabo Delgado (65), Zambézia (90), Tete (31), Inhambane (112), Gaza
(297), Maputo província (90) e Maputo cidade (38).
Com o objectivo de prevenir e combater o consumo de drogas, foram constituídos 1.187
núcleos anti-droga em todo o país, com principal enfoque nas escolas primárias, secundárias
e técnico-profissionais e em associações juvenis.
Domínio do Desporto
Com o objectivo de promover a massificação da actividade desportiva, prosseguiu a
realização de torneios de férias desportivas infanto juvenis e recreativos, os quais
movimentaram 99.832 pessoas, e foram realizados torneios de futebol feminino para
adolescentes dos 13 a 16 anos, envolvendo 7.200 atletas a nível distrital e provincial.
Tendo em vista a operacionalização do Sistema de Formação de Agentes Desportivos, foram
formados 1.095 agentes desportivos, dos quais 118 gestores desportivos, 296 árbitros de
futebol, 529 treinadores de nível básico, 85 treinadores de nível I, 20 treinadores de nível II e
47 treinadores de nível III, nas diferentes modalidades desportivas.
Em relação a capacitação de técnicos, um total de cinco técnicos das modalidades de
atletismo, andebol, basquetebol e boxe encontram-se a frequentar os respectivos cursos no
estrangeiro.
No âmbito de infra-estruturas, foram realizadas obras de melhoramento de infra-estruturas
em Namaacha com vista a transformação da academia num Centro de Excelência
Desportiva para a Zona Sul.
No que se refere a construção do Complexo Desportivo de Lichinga, importa destacar que o
Pavilhão Polivalente de Lichinga foi coberto e apetrechado. Em Vilanculos, foi construído o
primeiro Estádio Municipal pelo sector privado.
No âmbito do desporto de alta competição e com o objectivo de elevar os resultados
competitivos a nível nacional e internacional, foi elaborada a estratégia de revitalização do
desporto e prestado apoio técnico, material e financeiro às federações nacionais com vista a
sua preparação e participação nas competições nacionais e internacionais.
70
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
I. MEIO AMBIENTE
Na área do Ambiente, em 2006 foi privilegiado a coordenação intersectorial, a gestão e
educação ambiental, a avaliação do impacto ambiental, a fiscalização ambiental, o
planeamento territorial, a implementação das convenções internacionais e a legislação
ambiental, tendo em vista o desenvolvimento sustentável do país.
Coordenacão Intersectorial
A coordenação intersectorial tem sido o meio privilegiado para o tratamento da componente
ambiental aos vários níveis de actuação, tanto no relacionamento com outros sectores de
governação, da sociedade civil e do sector privado.
Neste contexto, em 2006, foi priorizado o seguinte:
Em curso a consolidação das Unidades ambientais existentes nos ministérios, através
da capacitação destas em matérias ambientais a nível central, e a criação de fóruns
idênticos a nível das províncias;
Realizados seminários de integração da agenda ambiental nos planos e programas a
nível das províncias de Sofala, Inhambane, Manica, Nampula, Zambézia; e
Feita a integração da componente ambiental nos Planos Económicos Distritais para
2007, nas províncias de Sofala e Inhambane.
Gestão Ambiental
Com o objectivo de contribuir para a prevenção da degradação ambiental, mitigação dos
efeitos da acção do homem sobre a utilização dos recursos naturais, foram realizadas as
seguintes acções:
Revitalizados 11 núcleos de combate a erosão e queimadas nas províncias de Maputo
(5), Gaza (3), e Sofala (3);
Demarcados mais de 400 talhões para reassentamento da população atingida pela
erosão, construída uma fonte de abastecimento de água e colocados mais de 20
unidades de gabiões, no âmbito do projecto de combate a erosão na vila de Changara
em Tete;
Executados microprojectos comunitários de demonstração de boas práticas de gestão
do ambiente costeiro em Palma, Mocímboa da Praia, Mossuril, Nacala Porto, Ilha de
Moçambique, Nacala-Velha;
Operacionalizados os Planos Municipais de gestão de resíduos sólidos em
Quelimane, Mocuba, Ilha de Moçambique, Pemba e Montepuez através da alocação
de 1 tractor em Mocuba, 1 tractor e 1 camião em Montepuez e Ilha de Moçambique.
Paralelamente, foi identificada uma área para a construção de uma lixeira em Pemba,
reabilitado o viveiro municipal em Montepuez, e capacitados 3 técnicos em cada um
dos municípios citados;
Elaborados perfis e planos de acção ambientais das zonas costeiras de Sofala e
Zambézia; e
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Elaborados perfis ambientais dos distritos de Changara, Cahora-Bassa e Moatize, em
Tete.
Avaliação do Impacto Ambiental
Com o objectivo de prevenir efeitos nocivos ao ambiente provenientes das actividades de
projectos de desenvolvimento, foram realizadas as seguintes actividades:
Realizadas auditorias na MOZAL, Coca-cola de Chimoio, Companhia Industrial da
Matola, IATA, Aterro de Mavoco, Robbialac, Sasol, Aquacultura de Nhangau, cimentos
de Dondo, Açucareira de Mafambisse e Açucareira de Maragra;
Realizada a pré-avaliação de 570 projectos em todo o país; e
Recolhidos e armazenados 261,5 ton. de pesticidas obsoletos.
Planeamento e Ordenamento Territorial
Com o objectivo de assegurar o pleno aproveitamento dos recursos naturais e humanos do
país, através da compatibilização das políticas sectoriais e da coordenação das acções de
planeamento assegurando o ordenamento territorial sustentável, foram realizadas as
seguintes acções:
Capacitados 38 técnicos de nível provincial, 41 administradores, 57 secretários
permanentes e 119 chefes de postos administrativos;
Finalizada a 3ª fase de elaboração dos planos distritais de Namacurra, Nicoadala,
Chinde, Gilé (Zambézia); Chifunde, Macanga, Mutarara e Changara (Tete); Manica,
Macossa (Manica) e Maringue, Machanga, Muanza e Chemba (Sofala);
Concluída a elaboração da estratégia de intervenção nos assentamentos informais;
Iniciado o zoneamento ambiental do distrito de Nhamatanda;
Elaborado o Plano da Ponta de Ouro;
Finalizados e entregues os Planos de Estrutura das cidades de Chókwè e Nacala
Porto;
Realizada a recolha de dados físico-sócio económico e cartográficos para a criação de
uma base de dados territorial sistematizada e informatizada nas províncias de Cabo
Delgado, Nampula, Zambézia, Tete, Sofala, Manica e Inhambane; e
Concluída a revisão do currículo do curso médio de planeamento físico e ambiente.
Promoção Ambiental
No âmbito da promoção ambiental as atenções foram concentradas no seguinte:
Divulgada informação ambiental através da rádio, televisão, jornais e revistas;
Capacitadas as associações e núcleos ambientais em actividades de geração de
rendimento nas províncias de Nampula, Manica, Sofala e Inhambane;
72
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Divulgadas medidas de prevenção do HIV/SIDA; e
Prestada assistência alimentar básica a 5 funcionários do MICOA, em tratamento do
HIV.
Convenções Internacionais e Legislação Ambiental
No âmbito das convenções, o destaque nas acções desenvolvidas vai para o seguinte:
Convenção sobre Mudanças Climáticas: Em curso a elaboração do Programa de
Acção Nacional para Adaptação às Mudanças Climáticas;
Convenção de Viena e Protocolo de Montreal: Realizado em Maputo, um curso de
capacitação de 20 técnicos de refrigeração e climatização sobre substâncias que
destroem a camada de ozono, e desenvolvidas acções de divulgação da convenção
nas províncias;
Convenção de Estocolmo: Realizado um seminário de capacitação de 25 técnicos
sobre a preparação do Plano Nacional de Implementação da Convenção, e
desenvolvidas acções de divulgação da convenção nas províncias.
No âmbito da Legislação destacam-se as seguintes acções realizadas
Elaborado o regulamento da Lei de Planeamento e Ordenamento Territorial; e
Aprovado o regulamento sobre a gestão do ambiente marinho e costeiro.
V.2 ÁREA ECONÓMICA
A. AGRICULTURA
Este sector, em 2006 primou-se com a promoção do aumento da produtividade agrícola
através do encorajamento à: adopção de técnicas melhoradas; uso de insumos; protecção
das plantas e animais; actividades pós-colheita; e o alargamento da extensão, pela
promoção da disponibilidade de gado para tracção animal, pela utilização sustentável dos
recursos naturais com as comunidades locais, privados e outros agentes, e melhoria na
eficiência dos serviços de gestão de terras. Neste âmbito, foram desenvolvidas as seguintes
acções:
Promoção do aumento da produtividade agrícola
No âmbito da implementação do programa do controlo da lagarta do amendoim através de
treinamento de produtores e disponibilização de pesticidas aos provedores de serviços:
Realizada capacitação de provedores em todos os distritos afectados pela lagarta
mineira do amendoim (LMA).
Relativamente a capacitação em aspectos de Sanidade Vegetal:
Realizada capacitação abrangendo 61 extensionistas, sendo, 30 de Nampula, 30
de Maputo e 1 técnico superior da Zambézia.
73
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Quanto a sensibilização dos produtores sobre a doença do amarelecimento letal do coqueiro,
destaca-se:
A distribuição de panfletos e folhetos sobre o amarelecimento letal do coqueiro,
exibição de filmes sobre a doença em Nampula e reforçada a quarentena
doméstica através de colocação de 7 painéis gigantes e dísticos nos pontos de
entrada das províncias de Zambézia e Inhambane.
Quanto a formação de facilitadores e produtores em matéria de controle integrado de pragas
nas culturas:
Foram formados 20 técnicos e 90 produtores nas zonas verdes da cidade de
Maputo.
Relativamente à a promoção de participação de 500 escolas em programas de hortas
escolares em todo o País:
Foram abrangidas 529 escolas da EP1, EP2 e centros internatos beneficiando
deste modo a 177.042 alunos.
No que diz respeito a assistência de cerca de camponeses, em serviços provinciais de
extensão:
Foram assistidos 191.629 camponeses pela extensão pública incluindo outsorcing,
e 322.700 e 259.346 pelas ONGs e empresas de fomento respectivamente.
Quanto a construção e reabilitação de casas agrárias, e construção de celeiros e/ou silos
melhorados:
Foram reabilitadas 4 casas agrárias, construída 1 em Manica e 1 encontra-se
ainda em construção, em Sofala;
Foram construídos 328 celeiros melhorados nas províncias de Niassa, Nampula,
Zambézia, Sofala e Maputo;
Quanto as campanhas radiofónicas, em línguas locais, realizaram-se cerca de 350
horas de rádio nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Sofala;
Para o apoio aos produtores na construção de tanques piscícolas e montagem de campos de
multiplicação de socas de ananaseiro:
Foram construídos e povoados 1.304 tanques piscícolas, totalizando 4.183
tanques piscícolas assistidos em todo o país;
Foram montados 150 campos de multiplicação de socas de ananaseiro em todo
país;
De modo a potenciar e promover a produção local de sementes de (amendoim, feijões, arroz
e milho) nas províncias de Maputo, Gaza, Sofala (Dondo, Buzi, Nhamatanda, Gorongosa),
Inhambane e Tete,
Foi feita a produção de semente numa área total de 1.768,4 hectares, com uma
produção estimada de 3.493,2 Toneladas. A produção foi feita nas culturas de
milho, arroz, amendoim, feijão nhemba e vulgar, gergelim e soja.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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No que diz respeito a melhoria e organização dos produtores locais de sementes
privilegiando o associativismo,
Foram organizadas 50 feiras de insumos em todo país, beneficiando 71.750
famílias e disponibilizadas 132 ton de cereais, 6 de amendoim, 20 de feijões e 0.14
ton de hortícolas.
Desenvolver e promover a irrigação
Quanto a reabilitação/construção de esquemas de rega de pequena escala com vista a
aumentar a produção e produtividade do sector familiar:
Foram reabilitados 2.546 ha de esquemas de rega em todas as províncias
exceptuando as de Cabo Delgado e Tete.
No que diz respeito a instalação de centros de tracção anima:
Foram distribuídos 782 juntas de bois em C. Delgado, Zambézia, Sofala e Maputo
e 178 charruas em Zambézia, Sofala e Maputo; 1.253 bovinos em C. Delgado,
Zambézia, Gaza e Maputo, beneficiando 53 associações e 337 famílias; 28
carroças, beneficiando 26 famílias.
Promoção do caju
Quanto a expansão do programa integrado de gestão de pragas e doenças, incluindo o
controlo químico de oídio de cajueiros:
Tratadas 3.234.600 árvores conta oídio beneficiando 98.690 famílias
particularmente nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Inhambane,
Gaza e Inhambane.
Foram realizadas actividades de limpeza e podas de cajueiros e formação dos
produtores sobre pragas e doenças de cajueiros;
Melhorar e desenvolver a comercialização agrícola
Quanto ao desenvolvimento de políticas adequadas para fomentar a comercialização
agrícola, foi aprovada a estratégia de Comercialização Agrícola 2006-2009.
Esta em curso o estabelecimento de um ambiente legislativo e administrativo favorável, de
infra-estruturas adequadas ao mercado e de disponibilização da informação sobre comércio;
Esta em curso a facilitação da produção e comercialização agrícola nacional, e promoção do
comércio externo.
Promoção da utilização sustentável dos recursos naturais
Divulgado o Diploma de devolução dos 20% das taxas de exploração florestal às
comunidades e prestado apoio na organização das comunidades, tendo sido
criados comités de gestão para o acesso das taxas em causa.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Foram tramitados e aprovados 14 pedidos de concessões florestais das províncias
de Nampula, Zambézia e Tete.
Como forma de garantir que 45% de concessões florestais tenham os seus planos de maneio
aprovados, foram tramitados e aprovados 21 planos de maneio das províncias de Cabo
Delegado, Zambézia, Manica, Sofala e Inhambane, e
Quanto a operacionalização e monitorização do Programa Nacional de Queimadas;
Foi criada uma base de dados da frequência de queimadas no país via imagem
satélite;
Produzido e distribuído um guião para a elaboração de programas locais sobre
prevenção e controle de queimadas descontroladas, e
Feito um levantamento sobre o ponto de situação das queimadas descontroladas
no país, suas causas e medidas de prevenção.
Quanto a monitoria e avaliação das industrias de processamento de madeira,
Realizado o estudo de rendimento da madeira em toros, um estudo piloto da
eficiência das indústrias de processamento e aproveitamento da madeira e
actualizado o cadastro das indústrias de processamento de madeira da província
de Maputo.
Melhoria da eficiência dos serviços de gestão de terras
Quanto ao acompanhamento e monitoramento do processo de consultas às comunidades no
âmbito da tramitação dos pedidos do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra (DUAT),
Concessões Florestais e Licenciamento para exploração de outros Recursos Naturais em
todas as províncias;
Foram feitas 552 consultas comunitárias no processo de pedido de DUAT e 5
delimitações comunitárias.
Visando promover o sector algodoeiro, foram realizadas as seguintes actividades:
Coordenada a implementação do plano de acção estratégico para o
desenvolvimento do sector do algodão;
Organizado e secretariado o processo de marcação do preço mínimo do algodão;
Feita a participação na reestruturação das empresas do ramo algodoeiro nas
províncias de Nampula, Niassa e Zambézia.
Está em processo a formulação do quadro normativo para a separação e controle
de qualidade do algodão.
Promover o desenvolvimento pecuário, de forma sustentável através da segurança e
melhoria da produção pecuária
Iniciada a recolha de preços dos produtos pecuários numa fase piloto em Manica e
Nampula em coordenação com o SIMA
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Está em processo a elaboração dos regulamentos sobre: Sistema de informação
Epidemiológica e Estatística, controle e erradicação da tuberculose e brucelose
bovina e sobre o transporte de gado.
Está em curso o processo de revisão do regulamento sobre a produção de ração
para gado e aves, foi elaborada a proposta, e revisto o Regulamento de
matadouros de aves e outros animais de capoeira.
No que diz respeito a coordenação do programa de fomento de caprinos e aves nos grupos
vulneráveis:
Foi efectuado fomento de 5.276 caprinos em todas as Províncias (excluindo Tete e
Sofala) e 3150 pintos para as Províncias de Niassa e Maputo (beneficiando a 9
Associações).
Foi elaborado e divulgado o plano de contingência sobre a gripe das aves
Quanto a vacinação de galinhas landim contra doença de Newcastle:
Foram vacinadas 1,684.508 aves em Todo o País tendo se destacado as
Províncias de Gaza com 364.447 vacinações e seguida da Zambézia com 248990.
No que diz respeito a vacinação de bovinos:
Foram realizadas 496.335 vacinações contra o Carbúnculo Hemático, 193.229
vacinações contra carbúnculo Sintomático e 189.873 vacinações contra febre
aftosa em todo o País
Desenvolvimento Institucional
Foi criado o Fundo de Desenvolvimento Agrário, o Centro de Promoção da
Agricultura Comercial;
Foi dada a continuidade à implementação do Instituto de Investigação Agrária de
Moçambique, e
Está em curso o processo de adequação do quadro de Pessoal, em consonância
com a reforma institucional e promoção da desconcentração do pessoal para os
distritos.
Reduzir o nível de infecção do HIV & Sida
Sensibilizados funcionários para os testes de seroprevalência e treinados 435
produtores sobre prevenção e mitigação de HIV/SIDA
Iniciada a implementação dos planos estratégicos de mitigação dos efeitos de
HIV/SIDA, através de projectos de geração de renda para funcionários infectados e
seus familiares.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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B. INFRAESTRUTURAS
Estradas e Pontes
O principal objectivo do PES 2006 na área de Estradas e Pontes consistia na continuação
dos trabalhos definidos na 1ª fase do Terceiro Programa de Estradas que teve o seu início
em 2002. Durante o ano de 2006, a área de Estradas e Pontes teve as seguintes realizações
conforme ilustra a tabela seguinte:
Reabilitação e Manutenção de Estradas (Km)
2002 2003 2004 2005 2006
Reabilitação de Estradas 714 827 819 1,375 822
Primárias 132 64 172 76 502
Secundárias 206 171 142 498 54.5
Terciárias 376 592 507 801 265.5
Manutenção Periódica 844 396 514 1004 527.9
Manutenção de Rotina 11,613 10,592 9,653 10,705 7183.9
Reabilitação e Montagem de pontes 9 15 7 5
Fonte: Ministério das Obras públicas e Habitação, BPES 2006
Durante o período em análise foram reabilitados 822Km de estradas, sendo 502km de
estradas primárias, 54.5km de estradas secundárias e 265.5km de estradas terciárias.
No que concerne a estradas primárias, foram reabilitadas 502Km dos 289 Km inicialmente
planificados, o detalhe do desempenho registado, consta da tabela seguinte:
Reabilitação de Estradas Primárias
Troço a Reabilitar Extensão em Kms Real Física em Kms
EN1 Maputo – Marracuene 8.0 17.8
EN1 Maxixe – Massinga 21.0 67.9
EN1 Nhangchengue – Pambarra 12.0 98.0
EN1 Muxungue – Inchope 30.0 152.0
EN7 Vanduzi – Changara 11.0 0.0
EN1 Namacurra – R. Ligonha 120.0 89.5
EN14 Litunde – Fr. Cabo Delgado 5.0 5.0
EN 104 Nametil – Angoche 73.0 72.0
EN 6 Beira – Inchope 9.0 0.0
TOTAL 289.0 502.2
Fonte: Ministério das Obras públicas e Habitação, BPES 2006
Relativamente a reabilitação de Estradas Secundárias, as actividades incidiram na
reabilitação de 54.5 Km dos 168 Km previstos no PES 2006.
Igualmente, foram realizados trabalhos de manutenção periódica, na qual se deu a
continuidade das obras de manutenção na estrada EN1 nos seguintes troços: Marracuene –
Manhiça (substancialmente concluídas, faltando apenas a sinalização horizontal e vertical) e
Zandamela – Maxixe (os trabalhos da báscula e da ponte de Inharrime encontram se
concluídos).
Em relação a construção e reabilitação de pontes é de referenciar que existe uma grande
parte das actividades realizadas em termos de construção de aquedutos, reabilitação de
estradas que dão acesso as pontes, construção de pilares nos seguintes rios: Rovuma,
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Lugela, Limpopo, Meluli e Ilha de Moçambique e ainda por iniciar nos seguintes rios:
Zambeze em Caia, Incomati, Zambeze em Tete, Lucite e Nhacuarara.
No âmbito da capacitação institucional foi concluída a revisão da estratégia de contratação
de assistência técnica, de modo a garantir uma transferência efectiva de tecnologia para os
técnicos nacionais que depois foram alocados em todas as obras para a sua capacitação.
Abastecimento de Água e Saneamento
Águas e Saneamento
Na área das águas as actividades estão viradas para a melhoria do nível de cobertura, do
nível de prestação de serviços acompanhados por medidas institucionais com vista a auto-
sustentabilização do abastecimento de água à população rural, urbana e peri-urbana.
No âmbito da gestão dos recursos hídricos foram realizadas as seguintes actividades:
O relatório final do estudo foi concluído e aprovado e foi identificada a equipa para
o estabelecimento da comissão instaladora da ARA Centro - Norte;
Foram finalizados os relatórios de início e o de avaliação da situação actual dos
recursos hídricos na área sob jurisdição da ARA Norte;
Assinado protocolo de cooperação entre ARA-Zambeze e HCB para a
comparticipação desta na sustentabilidade financeira e acções de cooperação
técnica
Instalação de equipamento para colecta digital e contínuo de níveis hidrométricos
nas estações do Púngoè Sul Nhazónia na bacia de Púngoè
No contexto da rede hidroclimatológica foram reabilitadas 26 estações
pluviométricas e 20 hidrométricas
Finalização da Monografia da bacia do Rio Monapo, assim como da bacia do
Púngoe e respectiva Estratégia de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos da
Bacia, incluindo garantia de fundos com vista implementação de algumas acções
previstas
Finalizado o projecto executivo preliminar das 20 represas e 20 sistemas de
captação de Água de chuva em Gaza, Inhambane, Sofala, Manica e Tete;
Foram realizadas obras de reabilitação das barragens de Massingir e Macarretane
Recursos Hídricos
Foram reabilitadas as estações hidrométricas e pluviométricas das bacias dos rios:
Limpopo, Matola, Umbeluzi, Maputo, Incomati e Inharrime.
ESTAÇÕES RABILITADAS EM 2006
ESTAÇÕES
LOCALIZAÇÃO
HIDROMÉTRICAS PLUVIOMÉTRICAS
Bacia do Rio Limpopo 6 4
Bacia do Rio Matola 1 1
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Bacia do Rio Umbeluzi 1 2
Bacia do Rio Maputo 0 2
Bacia do Rio Incomati 2 0
Bacia do Rio Inharrime 3 4
Total 13 13
Em relação aos acordos de partilha das águas foram realizadas as seguintes actividades:
Estabelecimento das comissões conjuntas de recursos hídricos da Bacia do rio
Rovuma
Realizadas as reuniões internacionais
Realizados alguns estudos conjuntos da bacia do rio Limpopo, Maputo Púngoè e
Umbeluzi.
Quanto ao abastecimento de Água às zonas rurais, durante o ano de 2006 foram concluída a
construção e a reabilitação de 1,532 fontes dispersas dos quais 614 furos, 137 poços e
781reabilitações beneficiando cerca de 766.000 pessoas em todo o país. Com esta execução
permitiu alcançar a cobertura de 43.1%.
Reabilitação e Construção de Fontes
Província Poços Furos Reabilitações Total População
Plano Real Plano Real Plano Real Plano Real servida
Niassa 25 15 105 105 65 50 195 170 85,000
Cabo Delgado 0 8 15 26 60 96 110 130 65,000
Nampula 65 77 125 131 145 63 280 271 135,500
Zambézia 0 5 130 61 65 41 170 107 53,500
Tete 15 12 25 29 50 73 90 114 57,000
Manica 0 0 20 32 60 132 80 164 82,000
Sofala 0 0 20 69 20 115 40 184 38,000
Inhambane 0 8 100 82 90 47 190 137 102,500
Gaza 0 0 35 72 40 84 65 156 78,000
Maputo 10 12 15 7 30 80 40 99 49,000
Total 115 137 590 614 625 781 1350 1532 766,000
Fonte: Ministério das Obras públicas e Habitação, BPES 2006
Em relação aos Pequenos Sistemas de Abastecimento de Água (PSAA):
Foram realizados os trabalhos de reabilitação/expansão nos Sistemas de
Abastecimento de Água de Inhambane (3) em Vilanculos, Massinga e Quissico.
Foram elaborados projectos executivos para a reabilitação/expansão dos sistemas
Nhamayabué, Ulongoé e Luenha (Província de Tete), Moma e Monapo (Província
de Nampula), Mandimba, Metarica e Nipepe (Província do Niassa). Contudo é de
registar a realização de intervenções para a reparação/reposição de sistemas que
no total irão servir a 12,720 pessoas adicionais.
No âmbito do abastecimento de água as zonas urbanas, deu se a continuidade as
actividades de construção e reabilitação nos projectos de abastecimento de água nas
cidades de Cuamba (reabilitação do centro distribuidor e extensão do Sistema de
Abastecimento de Água ao Bairro Mutxora), Nacala ( construção do pequeno sistema e
fontes de captação de água) e Manica (construção de 4 Pequenos Sistemas de
Abastecimento de Água isolados, Município de Manica). A taxa de cobertura para o
80
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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abastecimento de água a zona urbana é de 37.5% no qual beneficiou cerca de 1.550.000
pessoas.
A taxa de cobertura total de população com acesso a água potável é de 42%.
No que diz respeito ao saneamento Urbano, Peri-urbano e Rural foram realizadas as
seguintes actividades:
Projecto de Abastecimento de água, Saneamento e Capacitação Institucional das 4 Cidades
do Sul (Inhambane, Maxixe, Xai-Xai e Chokwé):
Contratada a Assistência Técnica para as 4 cidades.
Estabelecida a Assistência técnica tanto nos Municípios como na DNA;
Elaborados e enviados ao BAD para aprovação os Termos de Referência para a
contratação de serviços de consultoria para estudos sobre o estabelecimento de
Unidades Autónomas de Saneamento;
Em elaboração os Termos de Referência para contratação da consultoria sobre
Saneamento a Baixo Custo e promoção de educação para higiene
Ao nível de saneamento peri-urbano foram construídas 8913 latrinas que irão
beneficiar cerca de 44.5mil pessoas e sendo assim a cobertura em serviços de
saneamento na zona peri-urbana é cerca de 39%. Relativamente ao saneamento
nas zonas rurais, foram construídas 5955 latrinas melhoradas das 2 mil
planificadas que irá beneficiar cerca de 30 mil pessoas e sendo assim a cobertura
em serviços de saneamento para a zona rural é de 35% e a cobertura total de
população com acesso ao serviço de saneamento foi de 36.5% contra os 37%
planificados.
No Âmbito do Desenvolvimento Institucional
No processo da implementação da Política Nacional de Águas foram introduzidas e
implementadas algumas reformas com vista a melhorar o desempenho do sector, assim, há
a destacar:
No âmbito da instalação dos núcleos das ARAs Centro–Norte e da consolidação das ARAs
referir que:
No âmbito da instalação dos núcleos das ARAs Centro–Norte e da consolidação
das ARAs referir que ARA Centro ja possui o seu próprio estabelecimento e foi
aprovado o Programa de Apoio Institicional da SIDA para a ARA Centro.
Foi extinguido o processo de estabelecimento e consolidação do centro de Estudos
Estratégicos do sector das Águas;
Em relação ao acompanhamento do processo de planificação e implementação
das actividades no âmbito de Água Rural foram realizadas duas reuniões com
Directores provinciais e os respectivos chefes de departamento de Água e
Saneamento;
Esta em curso a implementação do acordo realizado com a cidade de Nacala para
o desempenho de algumas empresas de Água que se encontram fora do Quadro
de Gestão Delegada;
81
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Foram criadas Comissões para a reestruturação dos EPAR´s bem como foram
realizados contactos com o sector privado para a gestão dos Pequenos Sistemas
de Abastecimento de Água e foram também formados pequenos artesãos que
trabalham na gestão de fontes e fazem obras de construção de poços.
No quadro do estabelecimento de um sistema de monitoria foi finalizada a
consultoria para a revisão da Base de Dados e preparado projecto piloto de
operacionalização do sistema de fluxo de informação a ser implementado nas
Províncias de Gaza, Manica e Cabo Delgado.
Realizados Contratos com os operadores para os PSAA´s de Massinga, Quissico e
Namaacha e foi monitorado o desempenho dos operadores dos PSAA´s de
Namaacha, de Vilanculos
Foram realizadas acções nas províncias de Nampula, Cabo Delgado, Niassa e
Zambézia no âmbito do processo de testagem das bombas de corda, playpump e
painéis solares como tecnologias alternativas para captação de água para o
abastecimento de água nas zonas rurais; e
A Política Nacional de Águas está a ser divulgada ao nível dos Governos distritais,
Postos Administrativos e lideres comunitários.
Sector de Energia
Para este sector as acções realizadas em 2006 visaram garantir o aumento do acesso à
energia tanto para uso doméstico como para a realização de actividades económicas, foram
desenvolvidas acções orientadas para a expansão da rede eléctrica nacional, da rede de
distribuição e comercialização de combustíveis líquidos, assim como acções de
materialização dos projectos energéticos identificados e de reformas do sector. Assim, foram
realizadas as seguintes acções:
No que diz respeito a expansão da rede nacional para a electrificação de:
Cabo Delgado
Quanto a construção da subestação no Posto Administrativo de Metoro, electrificação da
vila sede, da Mina de Grafite de Ancuabe e a Localidade de Salawe; electrificação das
sedes dos distritos de Chiúre e Montepuez bem como as Localidades de Nanjua e
Namanhumbir ainda em Montepuez o destaque vai para:
conclusão dos trabalhos de topografia de linhas a 33kV para interligar futura
Subestação de Metoro à Montepuez, Ancuabe e Chiúre, no âmbito do Projecto de
Electrificação Rural de Cabo Delgado Fase II.
Niassa
Quanto a electrificação das sedes dos Distritos de Mecanhelas, Maùa e Marrupa foram
concluídos os trabalhos de topografia para o desenho do projecto de execução para
electrificação das sedes dos Distritos de Macanhelas, Maúa e Marrupa.
Nampula
Referente a electrificação das sedes dos Distritos de Eráti, Muecate, Murrupula e
Mossuril. Electrificação dos Postos Administrativos de Chalaua em Moma, Netia e Itoculo
82
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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em Monapo e Geba em Memba bem como as Localidades de Namitatari em Mossuril e
Namaíta em Nampula- Rapale há a destacar:
Conclusão da electrificação da Localidade de Namitatari;
Concluída a extensão da rede eléctrica de baixa tensão para electrificação da sede
do Distrito de Mossuril;
Conclusão da extensão da rede eléctrica para electrificação da Localidade de
Geba no P.A. 7 de Abril, Distrito de Memba;
Extensão de 15Km de linha de 33kV para electrificação do P.A. de Itoculo em
Monapo. Os trabalhos de electrificação do P. A. Itoculo abrangeram o povoado de
Muelege.
Conclusão dos trabalhos de implantação de postes e transporte de materiais e
equipamentos para electrificação da sede do Distrito de Erati, Murrupula; P.A. de
Namaíta em Nampula-Rapale.
Conclusão dos trabalhos de topografia para electrificação do Distrito de Muecate;
P.A. de Chalaua em Moma.
Zambézia
Quanto a electrificação das sedes dos Distritos de Gilé, Ile, Pebane e Lugela foram
destaca-se, a conclusão do projecto de expansão da rede à sede do Distrito do Ile, no
âmbito do Projecto Gurúè-Cuamba-Lichinga;
Tete
No referente a electrificação das sedes dos Distritos de Changara e Magoé e as
Localidades de Chicoa em Cahora Bassa e Chipanga em Moatize foram concluídos os
trabalhos de topografia para electrificação de Chicoa no Distrito de Cahora Bassa.
Sofala
Está em curso o processo para a implementação dos postes da linha de 110kV e em
curso a importação de materiais para a electrificação do distrito de Marromeu.
Electrificação com base em grupos geradores
Nampula
Lançado o concurso público que consiste no fornecimento de equipamentos e
empreitada para a construção da central eléctrica, bem como a construção de uma
rede de distritbuição para electrificação do Posto Administrativo de Namaponda em
Angoche;
Manica
Feito o levantamento das necessidades para a electrificação do Posto
Administrativo de Dacata em Mossurize;
Inhambane
Construída a rede de baixa tensão para electrificação do Posto Administrativo de
Vila Franca de Save no Distrito de Govuro;
83
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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No âmbito da Electrificação com base em Mini-hidricas do Posto Administrativo de Kazula no
Distrito de Chiúta em Tete, Postos Administrativos de Rotanda e Mavonde nos Distritos de
Sussundega e Manica respectivamente bem como a Localidade de Honde no Distrito de
Báruè na província de Manica,
Elaborados os documentos de concurso para a electrificação do P.A. de Mavonde
e Rotanda, aguardando-se a aprovação do financiador (Banco Mundial).
Terminada a construção da casa de máquinas e o canal da central mini-hídrica na
Localidade de Honde
No que diz respeito a Promoção do uso sustentável de recursos energéticos, através da
diversificação de fontes de energia com base na biomassa,
Sofala
Construídos 45 e 114 fornos melhorados e formados 40 e 120 carvoeiros em
Nhamatanda-sede, Nhamatanda-Mocumbezi, Dondo-sede e Dondo-Savana
respectivamente
Construído forno com capacidade de produção de 650 peças cerâmicas e
produzidos em fase inicial 435 fogões melhorados na cidade da Beira
Maputo
Produzidos e comercializados 473 e 527 fogões melhorados portáteis nos Distritos
de Marracuene e Magude
Construídos 4 fogões fixos(familiar) para testagem; distribuidos gratuitamente 50
fogões melhorados portáteis para sensibilização das populações na poupança de
energia e renda familiar, e formados 8 oleiros no Distrito de Magude;
Está em curso o processo de construção do Centro de Despacho tendo já encomendados os
equipamentos e mobilizado o empreiteiro para o início das obras de construção.
Estão em curso as acções visando a implementação de projectos energéticos no âmbito da
iniciativa NMPD (Desenvolvimento de projectos energéticos no Norte de Moçambique).
Está em curso as reformas do sector de energia, incluindo a promoção da participação
privada em regime de contratos de concessão.
Referente ao Estabelecimento de 30 mil novas ligações domiciliárias através de todas as
fontes de energia;
Foram ligados à rede eléctrica nacional 83.010 novos consumidores sendo 76.382
domésticos, e 6.628 consumidores nas categorias comercial e industrial;
Nos sistemas isolados o número de consumidores manteve-se; 5.786
consumidores beneficiaram de energia eléctrica através de grupos geradores; e
813 consumidores beneficiaram de energia eléctrica através de centrais a gás
natural.
Combustíveis
No concernente a Consolidação e conclusão do quadro legal para o Sector de Combustíveis:
84
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
Concluída a revisão do Decreto 1/97 de 28 de Janeiro
Quanto ao plano de construção do posto de abastecimento de combustível na Localidade de
Muelé em Inhambane, o mesmo foi substituído pela aquisição do posto de Monte Carlo na
cidade de Inhambane,
No referente a construção de 3 tanques de armazenamento de combustível na Beira com
capacidade de 2500m3 cada, foi concluído o primeiro projecto com capacidade de 95.000m3.
No que diz respeito a Implementação do Projecto de Utilização do Gás Natural em viaturas,
priorizando as de transporte público de passageiros e mercadoria, foram realizadas as
seguintes acções:
Efectuada a importação da estação mãe, estando em curso a sua instalação em
Beluluane;
Identificados potenciais clientes para a primeira fase estando a decorrer a
celebração de contratos;
No referente ao Projecto de Expansão do uso do Petróleo de Iluminação para as zonas
rurais;
Foram financiados 24 projectos que visam a expansão do uso do petróleo de
iluminação nos Distritos de Matutuine (2), Marracuene (1), Boane (1), Matola (1),
Sábiè (1), Bairro T3 (1) e Hunguana (1) na província de Maputo, Inharrime (3),
Morrumbene (1), Zavala (4) e Zandamela (1) na província de Inhambane, Xai-Xai
(1), Chibuto (2) e Magul (1) na província de Gaza, Dondo (1) na província de
Sofala e Maputo Cidade (1).
Financiada aquisição de botijas para expansão do uso de GPL.
Outras realizações
Energia Eléctrica
Nampula
No âmbito do Projecto Electricidade III
concluídos os trabalhos de implantação de postes e transporte de materiais e
equipamentos para a electrificação da Localidade de Nacua e a Missão no Distrito
de Nampula-Rapale;
Foram concluídos os trabalhos de topografia para electrificação das sede dos
Distritos de Mecuburi e Moma, incluindo, as Localidades de Trasinda e Boror-
Farme em Moma e, P.A. de Nacavala no Distrito de Meconta
No âmbito do Projecto de Electrificação Rural de Cabo Delgado Fase II
Foram concluídos os trabalhos de topografia para construção de linhas de 33kV,
para interligar a futura Subestação de Metoro à Namapa (Eráti),
Zambézia
electrificado o P.A. de Gonhane, Localidade de Matulume, no âmbito do Projecto
de Electrificação Rural de Namacurra – Extensão para Pebane e electrificado as
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Localidades de Mijalane, Recamba e Marunda, no âmbito do Projecto de
Electrificação Rural de Namacurra no Distrito de Inhassunge.
concluída a electrificação das povoações de Mugogoda e Inhangule, no Distrito de
Nicoadala
Tete
Concluídos os trabalhos de topografia para electrificação do Povoado de
Chipalapala na Localidade de Chicoa, P.A. de Chitima Distrito de Cahora Bassa.
Assinado entre os Governos de Moçambique (GoM) e Português, o Protocolo para
a reversão e transferência do controlo da HCB para o GoM;
Em relação ao Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa:
Assinado um Memorando de Entendimento entre a empresa Brasileira Camargo
Corrêa, EDM, E.P. e Energia Capital, para estabelecimento de um consórcio
visando a implementação do Projecto e
Quanto a central Térmica de Moatize, foi concluído o estudo de viabilidade para a
implementação da Central Elétrica.
Manica
construída e energizada uma linha de 6 km para alimentar a vila de Rotanda, no
Distrito de Sussundenga a partir do Zimbabwe.
construído um ramal em Média Tensão e rede de Baixa Tensão, para electrificação
da aldeia de Muzongo no Distrito de Manica
Gaza
Electrificados os bairros 2 e 3 da Aldeia Julius Nyerere, no Distrito de Xai-Xai,.
Electrificado o Bairro Macamwine em Xai-Xai,.
Realizado estudo de viabilidade para electrificação das sedes dos Distritos de
Chigubo, Chicualacuala, Mabalane e Massagena,.
No âmbito do Projecto Hidroeléctrico de Massingir:
Concluído o estudo de viabilidade para implementação da Hidroeléctrica.
No âmbito do Fornecimento de energia eléctrica ao Projecto de Areias Pesadas do Chibuto,
a ser implementado pela Corridor Sands, forma Garantidos ao Projecto, 150MW a ser
fornecidos pela EDM-E.P./Eskom.
Maputo
Extensão de 5 km da rede eléctrica para electrificação do bairro 25 de Junho no
Distrito de Boane.
Extensão de 3.5 km da rede eléctrica para electrificação do bairro da Missão
Roque, no Distrito de Matutuíne.
Extensão de 6 km da rede eléctrica para electrificação da Pedreira Chambajou,
bem como para a electrificação de uma Farma no Distrito da Moamba.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Electrificação com base em grupos geradores
Nampula
Concluída a electrificação de lalaua e P.A de Larde no Distrito de Moma
Tete
Construída a rede de baixa tensão para a electrificação da sede do P.A. de Dôa,
no Distrito de Mutarara
Inhambane
Concluída a electrificação de Mawaela no Distrito de Panda
Combustíveis
Construída e em funcionamento a cozinha comunitária a gás natural no bairro de
Mussumbuluco, no Município da Matola, província de Maputo.
Aprovada pela Comissão Nacional de Salários e Preços a estrutura de preços de
gás natural para viaturas.
Licenciados na cidade de Maputo 10 postos de abastecimento de combustíveis
que operavam sem licenças;
Construído um novo posto de abastecimento de combustíveis na cidade de
Maputo; e
Concebidos novos modelos de licenças
Feita a revisão das margens dos operadores faltando apenas a sua
implementação.
Construídos os postos de abastecimento nos seguintes locais: Lado B em Xai-Xai,
província de Gaza, Massinga na província de Inhambane, Chingale de Tete na
província de Tete e Millenium 2000 na província de Nampula.
Visando implementar o projecto de produção alternativa do combustível com base na matéria
vegetal, foram emitidas duas Licenças Provisórias a favor das empresas ECOMOZ, Lda e
BIOMOZ, Lda, para a produção de Biodísel nas instalações da PETROMOC na Matola
(Maputo).
C. PESCAS
Neste sector, as acções para o ano de 2006 estavam viradas para a promoção contribuição
de uma gestão sustentável da exploração dos recursos pesqueiros, monitoria, controle e
fiscalização da actividade pesqueira, desenvolvimento da aquacultura comercial e
melhoramento das condições de vida das comunidades pesqueiras. Neste sentido, foram
desenvolvidas as seguintes acções:
No âmbito da Pesca Artesanal
Elaborada a proposta da “Estratégia para o desenvolvimento Aquacultura”, que será
submetida a apreciação do Conselho de Ministros em Fevereiro de 2007;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Sensibilização e capacitação que resultaram no surgimento de 51 grupos de
poupança e crédito rotativo, sendo 33 em Nampula e 29 associações de pescadores
artesanais na província de Sofala;
Concessão de 81 créditos a comerciantes de pescado, sendo, 55 em Nampula e 26
em Cabo Delgado. No âmbito da concessão de crédito a grupo de mulheres
comerciantes foram concedidos crédito a 4 mulheres 2 em cabo Delgado e 2 em
Nampula;
Promoção de 178 grupos de Poupança e Crédito Rotativo sendo 5 em Cabo Delgado,
43 em Nampula, 38 na Zambézia e 92 em Sofala;
Construção de 6 centros de demonstração em processamento de pescado (5) em
Cabo Delgado e (1) em Nampula;
Divulgação de 2 artes de pesca (emalhe e palangre) junto de 60 pescadores de 6
centros de pesca de Cabo Delgado e Nampula;
No âmbito de Aquacultura
Elaborado um documento preliminar do código de conduta e concluído o estudo
preliminar do ordenamento aquícola;
Construídos 3.340 tanques nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula,
Zambézia, Tete, Manica, Sofala, Gaza e Maputo. No concernente à Piscicultura
integrada, foram construídas 9 capoeiras melhoradas e incorporadas dentro dos
tanques piscícolas em Manica;
Realizadas visitas de monitoria e avaliação dos projectos de piscicultura financiados
pelo Fundo de Fomento Pesqueiro em Nampula, Zambézia, Manica e Sofala;
Realizado o levantamento do potencial da piscicultura nas províncias de Tete, Niassa,
Sofala, Manica Nampula, Gaza e Maputo;
Foram capacitados 5 técnicos oriundos das províncias de Maputo, Sofala, Zambézia e
Cabo Delgado em cursos de piscicultura e aquacultura de camarão;
Apoiados piscicultores de Manica em material (redes) e alevinos para a renovação dos
stocks em cultura com vista a evitar o inter-cruzamento e permitir o melhor
crescimento das espécies em cultivo
Adquirido material para a construção de tanques piscícolas em Tete. Foi também
elaborada uma proposta de projecto e submetida a FAO, para a criação de 3 unidades
de produção de alevinos de “peixe-gato” também conhecido como “bagre da água
doce”;
Desenvolvida a cultura de micro algas com a introdução de espécies diatomáceas,
sendo de destacar a introdução de duas espécies na cultura.
Realizado um curso sobre a manutenção de stocks na actividade de aquacultura,
envolvendo técnicos de diferentes instituições, incluindo o sector privado.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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No âmbito da Investigação Pesqueira
Realizada a divulgação dos resultados da monitorização junto às comunidades de
pescadores ao nível das províncias de Sofala, Niassa, Zambézia e Nampula.
Iniciado o estudo aquícola e hidro-biológico da baía de Pemba, estando em processo
colheitas mensais de dados feitas pelo IIP, e UEM com assistência técnica da França
e Filipinas. Está igualmente em curso o estudo sobre o caranguejo Scilla serrata em
Sofala, encontrando-se na fase de trabalho de campo.
Estabelecido o sistema de monitorização da pesca desportiva nas províncias de
Maputo, Gaza e Inhambane;
Introduzidas duas espécies de cultura de micro-algas, feita a manutenção, renovação
e limpeza periódica do stock;
No âmbito do desenvolvimento do sistema informático, foi concluído o desenho do
Modelo Conceptual do SIMAR e iniciado o desenho da base de dados para pesca a
linha na Baía de Maputo;
Iniciado o processo de recolha, processamento e análise de dados sobre peixes
ornamentais no Lago Niassa;
Embarque na frota pesqueira para amostragem de capturas de camarão no banco de
Sofala assim como a respectiva fauna acompanhante, gamba e pesca a linha;
No âmbito da Inspecção e Garantia de Qualidade
Desenvolvida uma base de dados para o licenciamento sanitário que já está instalada
na sede do INIP e na Zambézia, estando ainda por instalar nas províncias de Sofala e
Maputo.
Revisto o Plano Nacional de Controle de Resíduos (PNCR) em 2006 e aprovado pela
União Europeia. Em 2006 foi implementada a primeira fase do PNCR através do envio
para laboratórios de Portugal e da África do Sul de amostras para análise da presença
e concentração de metais pesados, pesticidas e resíduos veterinários. A segunda fase
será implementada em Janeiro de 2007.
Realizado um Curso de Inspecção do Pescado com o objectivo harmonizar os
métodos de trabalho dos técnicos de Inspecção do Pescado nas províncias e discutir
as alterações a serem feitas nos procedimentos para o licenciamento e certificação
sanitária à luz das alterações ocorridas na legislação da União Europeia, principal
mercado dos produtos pesqueiros de Moçambique, e recomendações da auditoria da
União Europeia ao Sistema de Inspecção de Pescado de Moçambique.
No Âmbito da Gestão e Administração Pública, Infra-Estruturas e Equipamento
Pesqueiro
No contexto do Fundo de Apoio às Direcções/Serviços Provinciais de Pescas, foi
concluído o processo de planificação detalhada das acções prioritárias a financiar,
estando em curso a preparação a execução.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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No concernente ao alargamento da rede de internet e supervisão, foi instalada a rede
de internet na Direcção Provincial de Pescas de Inhambane e realizada uma
supervisão na província de Maputo (DDP- Maputo).
O Porto de Pesca da Beira encontra-se já na primeira fase de implementação que
consiste na elaboração do desenho detalhado de engenharia e preparação do
concurso internacional das obras de empreitada.
Relativamente ao projecto de reabilitação da Escola de Pesca, referir que decorrem
acções preparatórias com vista ao lançamento do concurso de empreitada, estando já
em curso uma consultoria para a preparação do caderno de encargos.
Em relação a reabilitação do Instituto de Desenvolvimento da Pesca de Pequena
Escala, foi executada parcialmente abarcando nomeadamente o parque de
estacionamento de viaturas, ampliação da sala de conferências e o centro social.
No âmbito da cooperação internacional
Conclusão das negociações do Novo Acordo de Pesca com a União Europeia que
entrará em vigor a 01/01/07 por um período de 5 anos, portanto até 31/12/011;
Rubricado o Acordo de Pesca do Sul do Oceano Índico, uma iniciativa internacional
com vista a promover a exploração e gestão sustentável dos recursos pesqueiros do
Alto-Mar.
Prorrogada a assistência Islandesa ao sistema nacional de inspecção de pescado, a
investigação de Kapenta na Albufeira de Cabora Bassa e acções de capacitação
técnico-profissional em aquacultura e controle de qualidade. Estas iniciativas serão
implementadas no período 2007 a 2010;
Iniciada a formulação conjunta de um projecto de Apoio a Pesca Artesanal no Lago
Niassa que contará com fundos espanhóis da Xunta de Galiza, cerca de 100 mil euros
com a previsão de arranque do projecto agendada para Março de 2007.
D. RECURSOS MINERAIS
Neste sector, as acções programadas para 2006, orientaram-se para o aumento da produção
mineira e de gás natural de modo sustentável; pesquisa e inventariação dos recursos
minerais, incluindo o carvão e hidrocarbonetos; fortalecimento da capacidade negocial do
Governo no que se refere as concessões dos recursos minerais tendo em vista a obtenção
de benefícios justos para o País; aumento da participação do empresariado nacional no
sector; e, prosseguimento com as actividades de inspecção e fiscalização.
Sector Mineiro
Quanto ao prosseguimento dos programas de prospecção e pesquisa de minerais pesados
das areias costeiras, nomeadamente; de Xai-Xai, Chongoene até Inhambane; Micaúne, Deia,
Pebane e Moebase; na Zambézia;
Foi dado continuidade aos trabalhos de pesquisa nas áreas de Chongoene e Xai-
Xai na província de Gaza, Dongane, Ravene e Jangamo na Província de
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Inhambane, tendo sido feito análises laboratoriais das amostras recolhidas no
terreno, reduzida a malha de sondagens e realizados estudos preliminares sobre o
ambiente social das zonas de pesquisa,
Está em curso trabalhos de prospecção e pesquisa nas áreas de Micaúne, Muio e
Deia, na província da Zambézia que foram licenciadas em 2005, e
Na sequencia do novo acordo de licenciamento assinado em 2006 entre a
empresa BHP/Billiton e o Governo para o projecto de Moebasse, esta empresa
continua empenhado na procura de recado de titânio, havendo já resultados para
assinatura de contratos de venda.
Relativo a realização da prospecção e pesquisa de metais básicos, metais preciosos, ouro e
diamantes, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa, Zambézia Tete e Manica;
Iniciaram os trabalhos de pesquisa, os quais consistem em levantamentos
aerogeofísicos e geoquímicos. Os resultados preliminares encorajam as
companhias a iniciarem os trabalhos de pesquisa no terreno.
No que diz respeito ao acompanhamento da implementação do Projecto das Areias Pesadas
de Moma;
Está em construção as infra-estruturas necessárias para o início da implementação
do Projecto das Areias Pesadas de Moma,
Está em curso o processo de recrutamento e treino de futuros trabalhadores da
mina. Em 2006 foram empregues um total de 1582 trabalhadores dos quais 1016
são moçambicanos.
Iniciou-se a construção de 145 casas para o reassentamento das populações que
residem na área da concessão.
Quanto a garantia do início da implementação do Projecto das Areias Pesadas de Chibuto,
Em 2006, foram construídas e equipadas em Chibuto quatro escolas, duas das
quais com material pré-fabricado. No mesmo período iniciou o programa preliminar
de reassentamento.
Está em discussão o fornecimento adicional dos 350 MW posteriormente
solicitados para o aumento da capacidade de produção.
No que diz respeito a assistência e treinamento em matéria de educação ambiental aos
mineiros artesanais:
Foram realizadas acções de treinamento aos operadores artesanais em Munhena
na província de Manica, em técnicas de processamento do ouro fora dos leitos
dos rios e foram construídos localmente equipamentos para a utilização do
mercúrio em circuito fechado sem afectar o ambiente,
Em curso as actividades de assistência técnicas em Manica, Tete, Zambézia e
Nampula através da colocação de técnicos nos distritos bem como a monitoria da
actividade mineira e gestão ambiental,
Integrados novos técnicos nos seguintes Distritos: Manica, Sussundenga e Bárue
(em Manica), Moma, Lalaua, Murrupula, Nacala Velha e Nacaroa (em Nampula),
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Lago e Marrupa (em Niassa), Gorongosa e Nhamatamda (em Sofala), Marávia (em
Tete) e Gilé, Alto Molócue (na Zambézia),
Foram reactivadas associações de operadores mineiros de Tsetsera e Bandire
(Distrito de Sussundenga) e Mimosa (Distrito de Manica), estando em processo de
sua oficialização,
Entregues na província de Gaza à diversas associações de cerâmica, equipamento
de cerâmica e de tracção animal para transporte de materiais em Macupulane,
Nguzene e Muahamuza no Distrito de Manjacaze e em Xai-Xai.
Formalizada em Sofala a Associação de tijolos na localidade de Siluvo, com o
nome “Associação de Tijolos Combate a Pobreza Absoluta de Siluvo (ATCAS)”.
Realizadas reuniões de sensibilização às populações nomeadamente em Tsiquir e
na Administração do Distrito Gorongosa no âmbito do combate ao garimpo, e
aumentado o número de fiscais de 4 para 9 contando-se com a parceria com a
policia comunitária,
Identificadas na província da Zambézia 4 (quatro) novas áreas para a exploração
mineira e artesanal de pequena escala nomeadamente em Mulela e Naburi,
Distrito de Pebane, Mocubela Distrito de Maganja da Costa e Alfazema no Distrito
de Morrumbala. Estas áreas registam ocorrências de águas marinhas, tantalite,
topázio, cristais de quartzo, ouro aluvionar, Berilo industrial, amazonite e ágata.
Relativamente a atracção de investidores com experiência na exploração de jazigos de
minerais industriais tendo em vista a promoção do seu uso no País, foi desenvolvido o
seguinte:
Promoção junto dos parceiros de cooperação e empresas interessadas em
projectos de exploração de jazigos de minerais industriais, bem como na instalação
de indústria para sua transformação para o seu posterior uso no país.
Emitidos vários títulos mineiros de (i) guano em Búzi, Chibabava e Cheringoma na
Província de Sofala, Inhassouro e Mabote na província de Inhambane, (ii)
diatomitos em Manhiça na Província de Maputo (iii) apatite em Monapo na
Província de Nampula.
Está em curso um programa de promoção de uso no país de Minerais Industriais
na Agricultura.
Está a decorrer um projecto piloto para o uso da diatomite na Agricultura, e
seleccionados camponeses de Mafuiane, Distrito da Namaacha, os quais estarão
envolvidos no projecto piloto do uso da diatomite.
No que diz respeito a realização de estudos geológicos para a avaliação do potencial
carbonífero em áreas adjacentes ao jazigo de Moatize e outras localizadas nas províncias de
Cabo Delgado, Niassa, Tete e Manica;
Foram licenciadas a vários titulares as bacias de Moatize-Minjova e Mucanha –
Vuzi em Tete, Maniamba em Niassa e Lugenda em Cabo Delgado,
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Iniciou a elaboração do estudo de viabilidade de uma das áreas adjacentes ao
jazigo de Moatize, com base nos resultados das sondagens efectuadas, e iniciados
trabalhos de sondagens na área adjacente ao jazigo de Moatize,
Prosseguem trabalhos de levantamentos geofísicos Na bacia de Lugenda, nas
províncias de Cabo Delgado e Niassa,.
Terminado o estudo de Viabilidade Económica do Projecto de Carvão de Moatize
pelo RDMZ ( Rio Doce Moçambique).
Sector Geológico
Quanto a reabilitação e apetrechamento das estações sismológicas:
Está em fase de conclusão a reabilitação do Observatório Magnético de Maputo,
Foi reabilitada a cave da Estação Sismográfica de Changalane e transferidos os
equipamentos para esta Estação. Foi montado o sistema de transmissão contínua
de dados, GPRS, da Estação ao Centro de Análise e Processamento de Dados
Sísmográficos, sito no edifício da Direcção Nacional de Geologia,
Foi inaugurado em Junho em Maputo, o Centro de Processamento e Análises de
Dados Sísmicos (CPADS), e treinados 9 analistas para o CPADS e operadores
para as estações das províncias de Maputo, Tete, Manica Niassa e Nampula.
Ainda na área de sismologia foi feito o seguinte:
Concluída a Estação Sismográfica de Lichinga e está em curso o processo de
instalação de energia eléctrica, para posterior montagem do equipamento,
Está em reabilitação a estação Sismográfica de Manica,
Iniciou-se a aquisição de equipamento mais moderno para as estações
sismográficas de Manica, Nampula e Lichinga, e foram formados operadores e
processadores de dados para as Províncias onde existe Estações Sismográficas,
Foi montado novo equipamentos no Observatório Magnético de Nampula e
treinados os futuros operadores locais,
Foi produzida a primeira brochura sobre “Sismos e Precauções”, como instrumento
para a educação cívica, e realizadas palestras sobre os sismos em algumas
escolas da cidade de Maputo, e
Feitos levantamentos Geomagnéticos nos Aeródromos de Manica e Vilanculos.
Quanto a realização a prospecção e pesquisa geológica em áreas seleccionadas nos
Distritos de Mocuba, Alto Molócue e Gilé na província da Zambézia;
Está na fase conclusiva a elaboração do relatório final dos trabalhos feitos nos
anos transactos, havendo como constrangimento a insuficiência de fundos para
suportar análises laboratoriais.
No que diz respeito ao acompanhamento do programa de mapeamento geológico na escala
1:250.000 em todo território Nacional;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Está em fase de conclusão o processo de compilação das cartas geológicas e dos
respectivos relatórios, e feitas as últimas avaliações dos mapas e respectivas
notícias explicativas;
Quanto ao mapeamento geológico ambiental da zona costeira de Moçambique na escala
1:50.000;
Feita a inventariação e georeferência de furos efectuados na Província de Maputo
e colhidos dados para a elaboração da Carta Geo-ambiental de Maputo,
Realizado trabalho de campo para a confirmação das Unidades Litológicas quanto
à Carta de Catembe.
Realizados trabalhos para determinação da qualidade das águas subterrâneas
nos Bairros de Magoanine, Zimpeto, Benfica, 25 de Junho, Luís Cabral e Vale do
Infulene;
Para o programa de Cartas Geológicas da Beira e de Bilene foi (i)feita a recolha de
informação geológica disponível sobre a área, (ii) iniciada a interpretação de
fotografias aéreas, (iii) realizados trabalhos de reconhecimento geológico-
ambiental com a colheita de algumas amostras para análises de sedimentologia e
química.
Referente a realização do mapeamento geológico na escala 1:50.000 da Ilha do Bazaruto;
Foi feita a digitalização da segunda versão preliminar da carta, integrando dados
da campanha de campo realizada em 2005 e está ainda em curso o processo de
interpretação dos resultados das análises químicas, sedimentalógicas e das
lâminas delgadas,
Iniciou o processo de datação de amostras de areias de dunas colhidas na
campanha de campo de 2005 e a elaboração da respectiva notícia explicativa, e
No período compreendido entre 11 e 22 de Novembro de 2006 foi realizada a
última campanha de campo com o objectivo de fazer correcções da segunda
versão da carta da ilha e colheita de mais dados a serem incorporados na Notícia
Explicativa.
No que diz respeito ao início do estudo, inventariação e conservação do património geológico
e desenvolvimento de acções de geoconservação:
Foi elaborado e submetido à esta instituição, um plano conjunto para a realização
de acções de Geoconservação em Estima e Carangaje, na Província de Tete;
Foi realizada uma visita de campo às cavernas de Changalane e Goba nos Montes
Libombos, na Província e Maputo.
Realizado em Julho em Maputo o XXI Colóquio de Geologia.
Quanto a Carta Geológica da Catembe, na escala 1: 50 000
Foi realizada a última campanha de campo para confirmação de algumas unidades
geológicas que ainda suscitavam dúvidas na interpretação, e está em curso a
introdução das correcções das unidades confirmadas no campo e o processo de
correcção da Notícia Explicativa.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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No que diz respeito a Carta Geológica da Região da Grande Beira, na escala de 1: 50 000
Foi finalizada a foto-interpretação e produção do respectivo mapa foto-geológico.
Está em curso a interpretação dos resultados das análises sedimentalógicas e
mineralógicas das amostras colhidas na campanha de campo de 2005.
Foi realizado o segundo trabalho de campo com o principal objectivo de confirmar
as unidades foto-geológicas e estruturas foto-interpretadas e em processo o
desenho da primeira carta geológica desta região.
Carta de Geologia de Engenharia da Região Metropolitana de Maputo:
Foi realizado um trabalho de reconhecimento onde foi feita a testagem da
qualidade das águas em diversos furos e poços existentes em alguns bairros da
Cidade e Província de Maputo, seleccionados para o efeito.
Foram ministrados cursos de Geo-processamento, Hidrologia e de Hidrogeologia e
treinados técnicos no uso dos programas a serem aplicados no projecto,
nomeadamente ArcView-3.2a, AutoCad, Idriss, Surfer, Corel Draw entre outros.
Foram realizadas visitas a várias instituições (IIAM, UEM, MICOA, DNA, Conselho
Municipal da Cidade de Maputo, Fews Net Mind) os quais dispõem de dados que
serão usados na produção da carta, tais como mapas topográficos, de solos,
limites administrativos, entre outros.
Na área de Minerais Industriais foram realizadas as seguintes actividades:
Foi feito um treinamento de campo em minerais industriais (técnicas de
amostragem em areia, argila, diatomite, bentonite), na província de Maputo e de
rochas ornamentais e agregados na província de Cabo Delgado e Tete.
Feito o reconhecimento de rochas ornamentais e agregados na província de
Manica e de agregados na província de Inhambane, e
Foram enviadas amostras de areia, argilas e mármores para Finlândia para
ensaios laboratoriais.
Na área de Geoquímica foram realizadas as seguintes actividades:
Feito o treinamento de técnicos do Departamento Geologia Económica em
técnicas de uso do GPS e metodologias de amostragem no campo;
Feita a Interpretação dos resultados da pesquisa geoquímica de sedimentos de
corrente de Gondola-Nhamatanda;
Elaboração do relatório final de pesquisa geoquímica de sedimentos de corrente
de Gondola-Nhamatanda/2005;
Pesquisa geoquímica em solos na região de Gondola-Nhamatanda;
Elaboração do relatório preliminar da pesquisa geoquímica de solos de Gondola-
Nhamatanda/2006;
Relativamente à Modernização do Centro de Documentação (CD) e Instalação do Sistema
de Informação Mineral (SIM) foram realizadas as seguintes actividades:
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Criação de um “template” para legendas e impressão de mapas nas escalas
1/50.000 e 1/250.000;
Elaboração de brochura da actividade Artesanal e de Mineração de Pequena
Escala a nível Nacional, e
Feita a recolha de relatórios geológicos nas províncias de Tete e Zambézia e
respectivo processamento e armazenamento no sistema.
Sector de Hidrocarbonetos
No que diz respeito a continuidade da pesquisa sistemática de hidrocarbonetos nas Bacias
de Moçambique e Rovuma, incluindo a aquisição sísmica, a realização de furos nos Blocos
de Zambeze onshore/offshore, Blocos 16 e 19:
BACIA DE MOÇAMBIQUE
Onshore Zambeze, M10 e Baía de Sofala:
Concluídas as negociações com o consórcio British American Natural Gás (BANG)
e Clóvis Exploration and Production que culminaram com a assinatura do Contrato
de Pesquisa e Produção de hidrocarbonetos nestas áreas.
Offshore Zambeze:
Foi submetido o relatório final do Estudo de Impacto Ambiental para a abertura
dum furo de pesquisa.
Bloco de Inhaminga
Está em curso o Estudo de Impacto Ambiental para o levantamento de dados
sísmicos e geológicos de pesquisa em preparação para a abertura de um furo em
2007.
Bloco 16&19,:
Aprovado Estudo de Impacto Ambiental para o levantamento de dados sísmicos
em águas profundas, e reprocessados 2000 km de dados sísmicos adquiridos pela
Western Geophysical em 1981.
Estão em curso trabalhos de preparação com vista ao levantamento de 2.600 (dois
mil e seiscentos) quilómetros de dados sísmicos bidimensionais pelo consórcio
SASOL/ENH.
Projecto de Avaliação de Recursos
Iniciado o Projecto de avaliação de recursos da área Sul do Paralelo 22º da parte
sul da Bacia de Moçambique do qual resultará a identificação do potencial em
hidrocarbonetos da área.
BACIA DO ROVUMA
Áreas 2 e 5
Foi assinado em Fevereiro de 2006 o Contrato de Concessão para a Pesquisa e
Produção de Petróleo (EPC) nas áreas 2 e 5 com o consórcio Norsk Hydro/ENH.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Em curso o Estudo do Impacto Ambiental com vista a aquisição de cerca de 3000
Km de dados sísmicos bidimensionais e o reprocessamento de cerca de 1.500 Km
de dados sísmicos bidimensionais pelo consórcio Norsk Hydro/ENH.
Está em curso o processo de levantamento de carrotes do fundo do mar.
Áreas Onshore, 1, 4 e 3e6
Foram assinados contratos para a pesquisa e produção de hidrocarbonetos para
as áreas 1 e 4 da Bacia do Rovuma entre o Governo de Moçambique, e a
Anadarko/ENH e a ENI/ENH respectivamente no dia 20 de Dezembro de 2006.
No que diz respeito a realização de uma pesquisa adicional no Bloco de Pande-Temane:
Está em processo a interpretação sísmica dos 1150 km de sísmica adquiridos em
2005 na área do PSA (Production Sharing Agreement) e do PPA (Petroleum
Production Agreement), nomeadamente a norte do campo de gás de Pande (norte
do rio Save) e sobre do campo de Gás de Temane e de Inhassoro.
Quanto a construção do Armazém Nacional de Carotes:
Foi assegurado terreno em Malhampsene ( província de Maputo) decorrendo no
entanto, demarques com vista a localizar melhor alternativa dado o referido
terreno, se encontrar relativamente distante do Centro de Dados de
Hidrocarbonetos subsector a que estará interligado.
Referente a finalização do estudo das opções de aproveitamento do condensado de Pande-
Temane, incluindo a possibilidade do seu processamento no País; e os estudos de avaliação
do Jazigo de Inhassoro que possibilitem a sua exploração comercial;
Apresentado o estudo final sobre o condensado e as respectivas reservas;
Foram actualizadas as reservas de todos jazigos de gás no Bloco Pande-Temane.
i.e., Campos de Gás de Pande, Temane Principal, Temane-Este e Inhassoro
totalizando cerca de 5,5Tcf.
Quanto a conclusão de estudos de uso e distribuição de Gás Natural nos cinco pontos de
toma, nomeadamente: Temane, Funhalouro/Chigubo, Chokwé/ Macarretane, Magude e
Ressano Garcia, tendo em vista a implementação de projectos direccionados ao sector
industrial e doméstico;
Foi construída uma central de energia eléctrica produzida à base do gás natural
em Temane e encontra-se em fase avançada a implantação de uma rede de
transporte de energia de média tensão para Nova Mambone, Inhassoro e
Vilanculos.
Está em curso estudos de viabilidade de utilização de gás nos pontos de toma,
sobretudo para a produção de energia eléctrica, nomeadamente em Chókwe e
Ressano Garcia.
Está em consideração o fornecimento de gás a partir de Ressano Garcia para o
projecto da fábrica de cimento tipo portland de Salamanga.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Relativo a expansão do centro de dados, de forma a torná-lo centro de referência nacional e
internacional que providencie assistência às companhias interessadas em investir no sector
de petróleos;
Preparado o pacote de dados sísmicos da parte central da Bacia de Moçambique
e, feito o controle de qualidade da base de dados digital sobre carotes.
Digitados relatórios contendo informação relativa a pesquisa de hidrocarbonetos na
Bacia do Rovuma e do sul da Bacia de Moçambique, precisamente a sul do
paralelo 22º sul.
Está em processo a cópia de dados de hidrocarbonetos e sua disponibilização às
companhias interessadas.
Quanto a fiscalização e monitoração do transporte de venda de gás e condensado para
utilizadores domésticos e industriais, a produção de Gás Natural de Temane, sua exportação
para a Africa do Sul, e a medição de gás de Temane e Ressano Garcia e doutros que se
mostrem necessário;
Decorrem acções de formação de técnicos do sector para assegurar uma boa
qualidade de verificação e análise dos relatórios mensais recebidos dos
operadores, e efectuadas auditorias para a monitoria do processo de produção e
transporte.
No âmbito da Inspecção mineira foram Realizadas visitas de trabalho as Províncias de
Nampula, Zambézia, Tete, e Maputo, províncias com potencialidades económicas na área
geológico-mineira.
No que diz respeito ao Licenciamento de novas áreas para pesquisa e licenciamento de
hidrocarbonetos, nas Bacias de Rovuma e de Moçambique;
Promoção de blocos livres em eventos nacionais e internacionais, blocos a sul e
norte da bacia de Moçambique.
Na área de Geologia e Minas:
Foi aprovado o Diploma que aprova o Regulamento de Segurança Técnica e
Saúde para as actividades geológico mineiras e revoga o Diploma Ministerial
96/81, de 16 de Dezembro
Foi aprovado o Decreto que aprova o Regulamento da Lei de Minas e revoga o
Decreto nº 28/03, de 17 de Junho.
Foi aprovado o Diploma Ministerial nº 116/06 de 7 de Junho que Declara 48 áreas
de senhas mineiras em todo o país.
Foi aprovado o Decreto nº 34/2006, de 25 de Julho que decreta a extinção da
Empresa de Carvão de Moçambique, CARBOMOC E.E.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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E. INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Neste sector as acções para 2006 orientaram-se para a divulgação e implementação da
Politica e Estratégia Industrial; promoção e revitalização da produção dos sectores têxtil,
vestuário e metalo-mecânico; promoção de pequenas e médias empresas (PME’s) ao nível
nacional; desenvolvimento de políticas comerciais que estimulem e fomentem o intercâmbio
comercial nacional e internacional de modo a promover e dinamizar a comercialização
agrícola. Desde modo, foram acções de política em 2006 as seguintes:
Quanto a divulgação e implementação da Política e Estratégia Industrial, está em processo a
sua reformulação;
Foi concluída a harmonização do documento final sobre a Estratégia Industrial com
as várias instituições quer públicas quer do sector privado;
Foi concluído o processo de harmonização da elaboração das Estratégias
sectoriais para os sectores Têxtil, Vestuário, Metalo-mecânico, e a Estratégia para
as PME´s.
Com vista assegurar o acompanhamento pós-privatização e identificar as dificuldades
existentes nas empresas, foram feitas visitas de trabalho a 50 empresas, sedeadas nas
cidades e Províncias de Maputo, Sofala, Gaza, Inhambane, Manica, Tete e Nampula.
Quanto a prossecussão das acções de assistência técnica aos salineiros, para garantir o
consumo de sal iodato em todo o país:
Foi realizado em Mossuril, na província de Nampula, um seminário de capacitação a
20 produtores de sal, sobre as componentes de qualidade e procedimentos para a
exportação do produto;
Feito levantamento de dados sobre os produtores de sal nas províncias de Cabo
Delgado, Nampula, Zambézia, Sofala e Inhambane, bem como a recolha de amostras
do sal iodado nos mercados para avaliar se a quantidade de iodo incorporado é o
recomendado,
Importadas e distribuídas 2 toneladas de iodo aos salineiros de Cabo Delgado,
Nampula, Inhambane e Maputo, e importados 10 laboratórios portáteis para serem
distribuídos aos salineiros através das suas associações.
No que diz respeito ao asseguramento do desenvolvimento de políticas comerciais que
estimulam e fomentam o intercâmbio comercial nacional e internacional,
Aprovada a Estratégia de Comercialização Agrícola 2006-2009, estando em curso
o processo para a sua divulgação e implementação.
Relativamente à Política de Concorrência e implementação da estratégia para o
desenvolvimento das exportações de produtos processados de madeira de Moçambique,
importa destacar as seguintes acções:
Formação de empresários em matéria de gestão e maneio florestal;
Florestamento do campo e preenchimento de zonas devastadas;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Plantio de viveiros e plantas na Cidade de Maputo e nas províncias de Maputo,
Manica, Zambézia e Nampula;
Está em processo a elaboração de política de concorrência;
Criação de uma comissão técnica para a elaboração de normas moçambicanas de
qualidade de produtos madeireiros, e
Elaboração da Estratégia de fiscalização multisectorial, com vista a assegurar a
gestão, abate e maneio sustentável dos recursos florestais.
Foi assegurada a continuidade do processo de divulgação de informação sobre preços e
mercados.
Foi a provada a Reestruturação do Instituto de Cereais de Moçambique (ICM), e definidas
novas atribuições.
Relactivamente a consolidação do processo de simplificação e descentralização de
competências de decisão para o licenciamento de actividades comerciais,
Foi feita a monitoria do processo de implementação do Decreto nº 49/2004, sobre
o licenciamento de actividade comercial;
Está em curso o processo da revisão do diploma Ministerial nº 119/94 sobre a
reabilitação e vendas de lojas e armazéns rurais com vista a acelerar o processo
de vendas das cantinas rurais através da simplificação de procedimentos para a
sua alienação.
Quanto a participação do país no processo de integração regiona foi feito o seguinte:
Assegurada a representação em fóruns internacionais e de âmbito bilateral,
regional e multilateral, nomeadamente: nos contextos da Organização Mundial do
Comércio, dos Acordos de Parceria Económica e da integração regional (SADC),
para além de representação do País em organismos sectoriais afins,
Estabelecidas e fortalecidas as relações comerciais bilaterais com os países
vizinhos, destacando-se a assinatura do acordo comercial com Malawi e a
divulgação do acordo comercial com o Zimbabué;
Divulgados dois acordos comerciais junto do sector empresarial e realizada uma
visita de trabalho ao Malawi cuja delegação incluiu representantes do sector
empresarial para estudar oportunidades de negócio naquele Pais, e
Assinado o Acordo Quadro sobre o comércio e investimento entre Moçambique e
Estados Unidos da América, visando incrementar a cooperação nestas áreas.
Visando disciplinar o exercício das actividades económicas do sector foram realizadas as
seguintes acções:
Divulgação da legislação da Indústria e Comércio ao nível das Direcções
Provinciais;
Fiscalização das unidades fabris e de comércio pelas inspecções provinciais sob a
monitoria da inspecção geral, e
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Participação da inspecção geral em acções coordenadas com outros órgãos do
Estado e em parceria com o sector privado no combate à pirataria e contrafacção.
No que diz respeito ao Instituto da Propriedade Industrial (IPI):
Foi aprovado o Código de Propriedade Industrial no I Trimestre de 2006, estando
em curso o processo da sua divulgação e implementação;
Foi criado e está em funcionamento o banco de dados do IPI, instrumento que
permite a facilitação e celeridade dos procedimentos do registo dos direitos da
propriedade industrial.
F. TURISMO
Neste sector, as acções para 2006 visaram o desenvolvimento do marketing, com objectivo
de estimular o turismo doméstico; divulgar a Estratégia de Desenvolvimento de Recursos
Humanos; consolidar o funcionamento do portal do turismo, garantindo a cobertura e maior
abrangência do produto turístico comercializável dentro do País. Assim, foram realizações
para 2006:
No Dominio Institucional e de Recursos Humanos:
Relativamente ao Monitoramento do processo de descentralização do sistema de
planificação, gestão de recursos humanos e execução orçamental dos Parques e Reservas
para as direcções provinciais, e continuação do processo de formação de quadros em
matérias específicas de planificação, gestão orçamental e de recursos humanos, as acções
centraram-se no seguinte:
Monitoramento e capacitação dos quadros afectos nas reservas e direçcões
provinciais de Maputo, Inhambane e Manica
Realização de cursos de curta duração em materia de fiscalização no centro do
Parque Nacional de Gorongosa onde beneficiaram-se destes 15 fiscais
Realização de cursos de formação profissional de nível básico no qual
beneficiaram 216 pessoas, nas especialidades de serviço de mesa, bar,
empregados de quarto e recepção e cursos de formação tecnico profissional para
180 técnicos do MITUR
Feita a integração efectiva de 89 fiscais que se encontram afectos nas diversas áreas de
protecção da fauna, nomeadamente, REM (12), PNBazaruto (33), PNZinave (17) e
PNBanhine (27).
Para Promover o estabelecimento dos níveis básico e médio nas áreas de hotelaria, turismo
e de conservação, foram criadas condições para o arranque dos programas com inclusão
das matérias do turismo em alguns estabelecimentos de ensino.
No que concerne a reactivação dos Centros de Formação em Fauna Bravia, do Parque
Nacional de Gorongosa e da Escola Básica da Reserva de Maputo, foram acções de
destaque:
Formalização do centro de formação do Parque Nacional de Gorongosa
Conclusão do estatuto do centro e o respectivo regulamento interno.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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No Domínio do ordenamento e coordenação instersectorial:
Concluído o processo de Divulgação do Plano Estratégico e de Desenvolvimento
do Turismo (PEDT) aos diferentes níveis.
No que diz respeito a estimulação da criação dos Fora de facilitação turística a nível das
províncias, com prioridade para as de Maputo, Inhambane, Zambézia, Nampula, Cabo
Delgado e Niassa com vista a melhorar a coordenação intersectorial e a viabilização da
implementação do PEDT aos niveis provincial e local,
Elaborada a abordagem que contém o conceito e a filosofia dos Fora a criar, e
divulgada a todos os governos provinciais. A sua divulgação pública foi realizada
em Pemba para a Zona Norte e na Beira para Zona Centro.
Para Consolidar o sistema de estatísticas de turismo de forma a produzir indicadores
estatísticos sobre os movimentos de viajantes nos postos fronteiriços, de hóspedes, nos
estabelecimentos de alojamento, e das despesas de turistas dentro do país, foi concluído o
processamento dos dados estatísticos de movimento de viajantes de 2002 a 2005 e
realizado o inquérito piloto das receitas do turismo internacional.
Quanto a elaboração dos projectos de Decreto sobre o exercício do direito de habitação
periódica e revisão do regulamento das Coutadas, incluindo o turismo cinegético, no âmbito
da regulamentação da Lei do Turismo, houve atraso originado pela mudança da fonte de
financiamento e está em curso o processo de contratação do consultor que procederá à
elaboração dos respectivos projectos.
Feita a Divulgação dos regulamentos do turismo, através de seminários envolvendo os
operadores do sector, sindicatos do ramo e outros actores relevantes, nas províncias de
Cabo Delgado, Tete, Zambézia, Sofala,Gaza, Maputo província, Maputo Cidade e um a nível
Regional Alargado às províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula.
Para Estabelecer um Sistema de Classificação de estabelecimentos de Alojamento turístico,
restauração e bebidas,
Elaborada a proposta do sistema de classificação para estabelecimentos de
alojamento, restauração e bebidas,
Realizados seminários regionais, seguidos de uma acção de auscultação pública,
em Nampula para a zona Norte, na Beira para a Zona Centro e em Maputo para a
zona Sul,
Em curso o trabalho de harmonização das contribuições recebidas para posterior
submissão do projecto à apreciação do Conselho de Ministros.
No Domínio das Áreas de Conservação:
Relativamente ao início da IIª Fase do projecto das Áreas de Conservação Transfronteiriça,
em coordenação com as diferentes instituições do Estado, as acções incidiram em:
Lançamento do projecto ACTF a nível central e regional
Instalação de infra-estruturas básicas de maneio nos parques e reservas
nomeadamente, PNQuirimbas, PNGorongosa, REMarromeu e Reserva de Gilé
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Quanto ao Melhoramento do sistema de fiscalização das áreas de conservação através do
estabelecimento de um sistema de comunicação via rádio, intra e inter parques e reservas,
foram acções as seguintes:
Elaboração do projecto do sistema de comunicação via rádio, intra e inter parques
e reservas
Instalação do sistema de comunicação no Parque Nacional de Gorongosa
Lançamento de concurso para o estabelecimento de um sistema de comunicação
para o complexo Marromeu
Garantir assistência na organização das comunidades residentes junto dos parques
nacionais de Gorongosa, Bazaruto, Reserva de Maputo e da coutada nº 9 com vista ao
acesso dos 20% das receitas estabelecidas em Diploma legal, foi feito o mapeamento das
comunidades e constituidos os comités de gestão distribuidos da seguinte forma:
PNGorongosa (15), PNBazaruto (1), REMaputo (12) e Coutada nº 9 (7)
No referente ao processo de reassentamento das populações que vivem no interior do
Parque Nacional do Limpopo, as acções centraram-se em:
Programa de consulta e consciencialização durante o I e II trimestres, incluindo o
levantamento sócio-económico, discussão dos pacotes de compensação e o plano
de ordenamento territorial de Chinhangane e Banga.
Realização de um concurso para construção das casas, No III trimestre,que
resultou na pré-qualificação de 8 empreiteiros, para avaliação das suas propostas.
Em curso, o processo de reassentamento e prevê-se o início de reassentamento
de cerca de 120 famílias para as zonas de Chinhange e Banga em 2007.
Concluído o Plano Director de Desenvolvimento do Turismo do Distrito de Matutuíne e para o
Corredor do Futi e Reserva de Maputo e apresentado a nível do Governo da Província
faltando a sua aprovação. Em relação aos restantes planos, o processo foi reprogramado
para o ano de 2007 devido a alteração da fonte do financiamento
No referente a adopção de um modelo da Partilha de Receitas entre Zimbabwe, Moçambique
e África do Sul em cumprimento do Tratado assinado entre os três Estados sobre a criação
do Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo (PTGL), foi acordado a criação de um fundo
comum, que observará certos mecanismos para o seu funcionamento, como, o agravamento
das taxas de entrada em 0.1% e os recursos obtidos apartir deste agravamento servirão para
dinamizar projectos prioritários nos três países
No Domínio da Promoção do Turismo:
No âmbito da divulgação do Plano Estratégico de Marketing a nível provincial e local com o
envolvimento do sector privado e outros actores relevantes e mobilização de fundos para a
sua operacionalização, foi aprovada, através da resolução do Conselho de Ministros a
Estratégia de Marketing Turístico,
Para consolidar o funcionamento do Portal do Turismo, garantindo a cobertura e maior
abrangência do produto turístico comercializável dentro do país, foi concluído o processo de
concepção do portal de turismo,
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Relativamente a Promoção de investimentos nas três regiões do País definidas no PEDT
com enfoque nas Áreas Prioritárias para Investimentos do Turismo (APIT’s), Áreas de
Conservação Transfronteira (ACTF’s) e Rotas Turísticas,
Feita a divulgação nas feiras internacionais em África, Europa e Ásia, assim como
a participação do sector no fórum designado Tourism Africa 2006,
No que diz respeito ao desenvolvimento de campanhas de marketing para estimular o
turismo doméstico, o sector contou com a realização da Bolsa de turismo de Maputo e o
seminário sobre o tema: Turismo Juvenil e o Papel da Formação para o Desenvolvimento do
turismo
Quanto a mobilização de parcerias estatégicas e alianças com países vizinhos e a nível da
SADC, iniciando a criação de condições de promoção nas áreas de desenvolvimento
transfronteiriço eleitas para captação de turistas para a região, usando como mote a
realização do Mundial de Futebol em 2010, na África do Sul, as acções incidiram no
seguinte:
Lançamento da rota do turismo na ACTF dos Libombo, durante a Feira do Indaba.
Identificação de 6 rotas turísticas,
Assinatura de um Memorando de Entendimento com a Kwazulu Natal Tourism
Authority,
Produção de material promocional comum, participação em feiras de turismo e
criação de um circuito turístico na perspectiva de capitalizar as oportunidades
criadas pelo evento de 2010.
No Domínio da Inspecção das Actividades Turísticas
Para reforçar a actividade de inspecção multisectorial para o combate aos desmandos nas
zonas costeiras com maior incidência nas províncias de Maputo, Inhambane e Cabo
Delgado, realizaram-se as seguintes acções:
Realização de seminário da zona norte em Nampula, com o objectivo de colmatar
as anomalias constatadas pela equipe multisectorial
Promoção de acções de capacitação e formação das inspecções das províncias de
Gaza e Niassa,
Outras Realizações de Destaque
No domínio do Ordenamento e Coordenação inter-sectorial
Dinamização da Agência de Desenvolvimento da Costa dos Elefantes
Construção do Balcão de Informação Turística na Ponta do Ouro.
No domínio das Áreas de Conservação
Lançamento do concurso e pré-qualificação para concessões no Parque Nacional
do Limpopo que resultou na pré-qualificação de 19 propostas de manifestação de
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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interesse das quais 60% são de investidores baseados na África do sul, 35%
moçambicanos e 5% de outros países.
Inauguração do posto fronteiriço de Giriyondo pelos Chefes de Estado dos três
países signatários do Tratado Internacional do Parque Transfronteriço do Grande
Limpopo, nomeadamente Moçambique, República Sul Africana e Zimbabué.
Capacitação institucional dos Parques e Reservas para conservação e gestão
sustentável dos recursos naturais
Estabelecimento do Comité Intersectorial, para a elaboração da Política de
Conservação, criado um Fórum de Consulta constituído por ONG’s, instituições
académicas, doadores e outras instituições relevantes com a responsabilidade de
ajudarem a guiar o processo de elaboração da política e lançados a público os
Termos de Referência para a elaboração da Política de Conservação e sua
Estratégia de Implementação.
No domínio da Promoção Turística
Participação nas Feiras Internacionais, resultando em maior divulgação do
destinos turísticos do país, maior incremento de turistas no país e mais
investidores com interesse de investir na área do turismo no país
Visita de Médias estrangeiros aos locais com potencialidade turística e Operadores
Estrangeiros
No Domínio da Inspecção
Inspeccionados em todo o país de 365 estabelecimentos da indústria hoteleira e
similar dos quais 71 pelo órgão Central e 294 pelas inspecções provinciais.
No Domínio de Investimento e Apoio ao Empresariado Nacional
Início do processo de zoneamento de alguns terrenos no Lago Niassa e Praia nova
em Angoche, Província de Nampula.
Início do processo de construção de dois sanitários públicos no Município de
Metangula, Província do Niassa.
Assinado o Contrato de Cessão de Exploração do Hotel Escola Andalucia e
entrega do hotel à Watershed, Moçambique Limitada.
Submissão de 193 Projectos Turísticos destes, foram aprovados 116 propostas e
77 estão em tramitação;
Relativamente à oferta de camas de estabelecimentos hoteleiros foram registadas
913 camas neste ano, contra 730 registados em igual período do ano transacto.
G. TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES
O sector, em 2006, no decurso das suas actividades deu primazia a continuação da melhoria
gradual da fiabilidade, segurança, comodidade e expansão dos serviços de transporte
prestados à população nas zonas urbanas e rurais; a participação mais eficiente do
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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empresariado nacional no controlo, operação e investimento nos subsectores; e, o
desenvolvimento rápido do sector, através da actualização da legislação, adaptando-a às
mudanças e exigências que ocorrem a nível nacional e internacional. Deste modo, foram
desenvolvidas as seguintes acções:
No domínio dos Transportes Marítimo, Fluvial e Lacustre:
Quanto a reabilitação e reparação das infra-estruturas de acostagem nas travessias de
Maputo/Catembe e Inhambane/Maxixe;
Foi elaborado o caderno de encargos para a travessia de Maputo – Catembe, e
esta em processo a selecção da empresa adjudicatária para a travessia
Inhambane – Maxixe.
No que diz respeito a dragagem de emergência no Porto da Beira, foi lançado o concurso
internacional.
No âmbito da Segurança Rodoviária:
Está em curso o processo para a informatização das cartas de condução e livrete e
para a produção da carta de condução da SADC.
No domínio dos Transportes Rodoviários:
Foram adquiridos 45 autocarros para transportes públicos que já se encontram a
operar e está em processo a aquisição de mais 20 autocarros, dos 70
programados, para Maputo, Beira e Nampula.
Criado o terminal rodoviária de passageiros na Cidade da Beira e em processo de
criação a de Maputo;
Feita a descentralização do licenciamento de operadores de transporte rodoviário
de passageiros e de mercadorias, cabendo ao Governo provincial, as licenças de
carga e as de exploração da indústria de transportes de passageiros que se
circunscrevem à província, e aos Conselhos Municipais as de transporte urbano de
passageiros e de carga.
Na área da Aviação civil:
Está em processo a elaboração do Regulamento sobre licenciamento e certificação
de aeroportos.
Na área das Comunicações:
No que diz respeito a implementação da segunda fase do sistema VSAT em Boane, com
vista a estender a cobertura para os seguintes distritos: Massangena (Gaza); Mabote e
Funhalouro (Inhambane); Guro, Sussundenga e Machaze (Manica); Zumbo, Tsangano,
Marávia, Macanga e Chiuta (Tete); Maganja da Costa, Gilé, Chinde, Ile, Pebane e
Mopeia (Zambézia); Chemba, Maringue, Chibabava e Machanga (Sofala); Namapa,
Memba, Mecuburi e Moma (Nampula); Metuge, Nangade, Namuno, Muidumbe, Ibo,
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Balama e Ancuabe (Cabo Delgado); Metangula, Marrupa, Ngauma, Mecula, Maua,
Metarica e Mecanhelas (Niassa),
Foi implementada a segunda fase do sistema VSAT nos distritos de Funhalouro
(Inhambane) e Moma (Nampula).
Quanto ao instalamento de equipamento para exploração do sistema de acesso telefónico
sem fio em todas as capitais provinciais e nos distritos de Dondo, Guruè, e Município de
Cuamba, Maxixe e Vilanculo;
Foi instalado o equipamento para exploração do sistema de acesso telefónico sem
fio na Cidade de Maputo, na província de Maputo, em Xai-xai, Inhambane,
Nampula e Pemba bem como nos Municípios da Maxixe e Vilankulo.
Relativa a instalação dos Sistemas de Telecomunicações Rurais na província de Gaza,
nomeadamente nos distritos de Massangena, Mabalane, Guijá, Chigubo e Chicualacuala;
Foi concluído o processo de desminagem das zonas abrangidas pelo projecto de
modo a iniciar-se os trabalhos.
Quanto a instalação da fibra óptica nos troços Dondo/Caia; Quelimane/Mocuba, e
Nampula/Cuamba, foi concluída a instalação da fibra óptica apenas no troço Dondo/Caia.
Expandidos os serviços de telefonia móvel para os distritos de Angoche (Nampula);
Cuamba (Niassa); Goruè (Zambézia) e Malema (Nampula).
No domínio dos Portos e Caminhos de Ferro
Quanto ao prosseguimento com as obras de reconstrução da Linha de Sena;
Continuam os trabalhos de desmatação da via, preparação da plataforma, limpeza e
remoção de balastros, em duas frentes:
Dondo/Inhamitanga-via principal (183Kms)
Limpeza e desmatação - 151.5 km;
Desmontagem da linha antiga -120 km;
Remoção de balastros - 42 km;
Limpeza do balastro - 21 km;
Preparação da plataforma da via - 24 km;
Montagem da linha nova - 6 km.
Inhamitanga-Marromeu – Ramal (82Kms)
Limpeza e desmatação - 82 km;
Desmontagem da linha antiga - 82 km;
Remoção de balastros - 56 km;
Limpeza do balastro - 56 km;
Preparação da plataforma da via - 17 km;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Montagem da linha nova - 15 km.
Está em processo a reabilitação do Porto de Quelimane;
Quanto a reactivação das linhas férreas de Ressano-Garcia e de Goba.
Foi concluída a reabilitação da Fábrica de Travessas de Betão e Estações.
Decorrem intervenções em secções da linha de Goba, Ramal de Salamanga e nas
linhas de acesso do Porto de Maputo.
No domínio da Meteorologia
Implementado o sistema computorizado de produção e disseminação de informações
meteorológicas;
Introduzido um novo formato de apresentação de previsões meteorológicas, via televisão,
utilizando gráficos animados.
H. MEDIDAS DE APOIO AO EMPRESARIADO NACIONAL
Durante o ano 2006 foram desenvolvidas as seguintes acções:
Projecto para o Desenvolvimento Empresarial (PoDE)
Foram aprovados 224 projectos no valor de 841,7 mil USD, que contribuíram para
a formação de 2.392 agentes económicos aos diferentes níveis;
No âmbito da CTA, o Projecto PoDE apoiou a Confederação das Associações Económicas
nas seguintes acções:
Apoio directo às associações empresariais na aquisição de equipamento e em
acções de formação;
Apoio à realização da IX Conferência Anual do Sector Privado;
Apoio para que líderes associativos e empresariais filiados a várias associações da
CTA participassem em missões empresariais internacionais, feiras e fora
igualmente internacionais, tendo se destacado o Fórum Económico Mundial.
No âmbito da promoção de “linkage” entre as empresas nacionais e os grandes projectos foi
assegurada a assinatura de contratos entre as empresas moçambicanas com os mega-
projectos no valor de cerca de 6,0 milhões de USD.
Promoção de Programas de Facilidades de Crédito
No que diz respeito as acções de promoção de facilidade de crédito para o empresariado
nacional, foi feita a monitoria e acompanhamento do processo da sua implementatção.
No âmbito da implementação do Programa de Relançamento do Sector Privado afectado
pelas cheias do ano 2000 e 2001,
Foram realizadas desde o início da implementação do Programa (Outubro de
2004) até 30 de Setembro de 2006, 118 operações de crédito, sendo 24 em
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Maputo, 58 em Gaza, 9 em Inhambane, 16 em Manica, 7 em Sofala, 2 em Tete e 2
na Zambézia desde Outubro de 2004, no valor global de 136.801.955,00 MT.
Foi feita a monitoria da implementação do programa de apoio ao sector produtivo
através da repassagem de equipamento via leasing, onde foram repassados
equipamentos diversos no valor global de 110.000 milhões de meticais onde
22.242,7 milhões de MTn beneficiou cerca de 41 agentes econõmicos (9 em
Maputo, 21 Gaza, 2 Manica, 1 sofala, 5 Tete e 3 Nampula).
Repassados diversos equipamentos destinados a promover à actividade produtiva
no valor global de 110.000 milhões de MTn.
Fundo de Fomento à Pequena Indústria (FFPI)
Aprovado pelo FFPI 67 projectos que proporcionou aos beneficiários 10.781,8
milhões de MT, (equivalente a 419,5 mil USD) tendo criado 189 postos de
emprego.
No âmbito do Fundo de Apoio à Reabilitação da Economia (FARE):
Está em curso acções com vista a reabilitação da rede comercial rural, através de
financiamento directo aos agentes económicos e/ou através de e emissão de
cartas de garantia.
Financiado 29 projectos, dentre eles 28 cantinas rurais e 1 carpintaria a Província
de Manica, cujo valor aprovado foi de 4.431.362,50 MT para cantinas e
50.000,00MT para a carpintaria.
Valorização da Produção Agrícola Nacional
Quanto as acções de estabelecimento de mecanismos de ligação entre produtores agrícolas
e consumidores com vista a promover o estabelecimento de parcerias e de acordos para o
fornecimento e consumo de produtos nacionais, bem como contribuir para a criação de
oportunidades de negócios, geração de emprego e redução de preços ao consumidor;
Foi aprovado o regulamento para a contratação de empreitadas de Obras Públicas,
fornecimento de bens e serviços ao Estado constituindo assim um instrumento de
apoio do sector empresarial nacional;
Foi institucionalizada a campanha de promoção do consumo de produtos nacionais
através da criação da Unidade Técnica de Promoção de Produtos Nacionais
(UTPPRON). Neste contexto, foram promovidas acções com vista ao
estabelecimento de parcerias e acordos para o fornecimento e consumo de
produtos nacionais, destacando-se o lançamento da Campanha “Made in
Mozambique”; estando em curso acções de promoção de produção, consumo e
exportação de produtos nacionais.
Foram proferidas várias palestras a sociedade civil e demais interessados sobre a
génese da campanha em todos os Ministérios e em algumas instituições pública e
privadas.
Assinados Memorandos de Entendimento com alguns parceiros que aderiram
imediatamente a campanha, nomeadamente:
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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LAM, (Linhas aéreas de Moçambique) CNCD (Companhia Nacional de Canto e
Dança) CIM (Companhia Industrial da Matola, Aeroportos de Moçambique, MINED,
Ministério da Defesa e do Interior
Foi elaborado da 1ª versão da Estratégia do “Made in Mozambique”, prevendo-se
que seja apresentada nos Conselhos Consultivos de várias instituições para
harmonização e enriquecimento.
A avaliação do impacto desta campanha no aumento da produção é positiva, se
olhar para os níveis de aumento da produção de alguns sectores na indústria
transformadora.
No que diz respeito a Remoção de Barreiras Administrativas e criação de um ambiente
favorável ao negócio, a consolidação do funcionamento dos Balcões Únicos e promoção de
diálogo permanente com sector privado
Consolidado o funcionamento dos Balcões de Atendimento Único (BAÚ’s) através
da sua informatização, introdução do manual de procedimentos com vista a
melhoria da qualidade dos serviços prestados, foi definido um cronograma de
acções com vista a integração de todos sectores económicos para que estes
passem a constituir ponto único de entrada de pedidos de licenciamento e
deslocaram-se brigadas técnicas para avaliar o desempenho e levantar as
necessidades dos BAU´s;
Consolidado o diálogo com o sector privado com vista a melhoria do ambiente de
negócios;
Foi realizada a IX Conferência do Sector Privado, onde foram passadas em revista
as grandes questões que devem merecer atenção do Governo no tocante ao
desenvolvimento empresarial no país;
Foram identificadas cerca de 100 actividades da área de comércio e serviços que
passarão a ser sujeitas apenas a registo. As actividades de pequena e média
dimensão da área da indústria passarão a estar isentas de aprovação de projectos,
e definido um cronograma de acções com vista a integração de todos os sectores
económicos para que estes passem a constituir ponto de entrada de pedidos de
licenciamento, bem como foram identificadas as actividades a descentralizar para
os balcões,
Foi criado um Centro de Informações de Negócios onde são prestadas, via
telefónica, informações diversas relativas a licenciamentos, constituição de
empresas, DIRE, etc., bem como a localização de instituições públicas, que se
encontra numa fase de consolidação do funcionamento,
Foram adquiridos e fornecidos equipamentos para informatização dos Balcões
Único,
Foi revitalizado o grupo interministerial que tem a função de identificar os principais
obstáculos ao normal desenvolvimento dos negócios e discutir a sua solução,
Realizou-se, com a participação dos membros do grupo interministerial, um
seminário para reflexão conjunta sobre os obstáculos que ainda dificultam a
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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melhoria do ambiente de negócio no País, e perspectivar acções futuras para sua
eliminação,
Realizados encontros de reflexão sobre actuais mecanismos de licenciamento,
donde resultou a redução substancial dos prazos de licenciamento nas áreas da
Indústria e Comercio, Justiça, Turismo e outras, bem como prosseguimento do
processo de revisão da legislação que regula o licenciamento de exercícios de
actividades em vários Ministérios,
Elaboradas propostas de Decreto sobre o Deferimento Tácito,
Informatização do Registo Comercial, eliminação da Escritura Pública e a
publicação electrónica bem como a eliminação do registo provisório que irá reduzir
para 15 dias o tempo de tramitação do expediente ligado ao registo de sociedades
outrora efectuado em cerca de 180 dias.
No Domínio de Investimentos
Quanto a definição de linhas orientadoras para o acesso de empresários moçambicanos nas
concessões de espaços para implantação de infraestruturas turísticas dentro do Parque
Nacional do Limpopo, Reserva Especial de Maputo e nas Coutadas ainda não
concessionadas,
Foram definidos os Princípios para Administração das Áreas Protegidas,
instrumento que define parâmetros para o envolvimento do sector empresarial no
desenvolvimento das áreas de conservação e em especial do empresariado
nacional.
Desembolsado pelo FUTUR no âmbito do programa de micro créditos cerca de
5.990,0 mil Mt para financiar 19 estabelecimentos hoteleiros, sendo (4) da
Provincia de Maputo, (2) de Inhambane, (2) de Sofala, (1) de Zambézia, (2) de
Nampula, (1) Manica, (1) Gaza e (6) de Niassa. Este desembolso de Microcréditos
e do Programa de Descentralização correspondem a 40% da meta estabelecida
no âmbito de projectos de Microcréditos e Descentralização orçado em 15,000.0
MIL MTn.
Para dar prosseguimento ao Programa de descentralização dos Microcréditos e estendê-lo
às Províncias de Cabo Delgado, Sofala e Gaza, as acções incidiram em:
Desembolso de cerca de 250,000.00 MTn para a Província de Inhambane e
250,000.00 MTn para província de Sofala e 250,000.00 Mtn para província de
Cabo Delgado, totalizando 750,000.00 MTn referente ao programa de
Descentralização dos Microcréditos para as províncias.
Relativamente a construção de infraestruturas de apoio ao turista:
Assinado o protocolo de Doação pelo FUTUR e o Município de Inhambane, para
construção de sanitários públicos, estando as obras de construção destes na sua
fase final.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Concebido o projecto para instalação de mercados de frutas, solicitado o espaço e
lançado o concurso para a construção de bancas de fruta e alpendre no Municipio
da Manhiça e Bilene.
Em curso o processo de construção de duas unidades de alojamento; um pequeno
Acampamento fixo ou Lodge no Parque Nacional de Limpopo, em Gaza e um Motel no
corredor de desenvolvimento de Nacala, na província de Nampula;
No âmbito do programa de normalização, está em curso o processo de elaboração de
Normas Moçambicanas:
Está em curso o processo de divulgação do esquema de certificação de produtos e
de identificação dos mesmos, através de seminários promovidos por este Instituto,
Foi elaborada e aprovada a base normativa da concepção dos regulamentos
metrológicos, estando em curso o processo de desenvolvimento dos respectivos
regulamentos,
Foi realizada em parceria com a Associação Portuguesa de Certificação–APCER
um curso a Linhas Áreas de Moçambique em Sistemas de Gestão de Qualidade, e
ainda efectuada a auditoria interna a mesma companhia aérea;
Foi realizado um curso na PETROMOC, para a implementação de sistema de
qualidade em laboratórios;
Foram aprovadas três Normas Moçambicanas (NM) metrológicas, desenvolvidas e
aprovadas sete Normas Moçambicanas; dos quais três correspondentes a
produtos alimentares e quatro gerais.
Apoiadas as Associações Económicas e os sectores produtivos em matéria de
qualidade para melhorar a sua competitividade, nomeadamente através de
seminários de sensibilização e acções de formação.
Criada página do INNOQ na internet, e está em preparação e edição do boletim
Qualitema:
No âmbito das actividades de promoção de exportações
Foi organizada a participação de diversas empresas locais nas mais variadas feiras e
exposições internacionais, nomeadamente:
Feira Internacional de Tanzânia Saba-Saba - 29/06 a 09/07/06;
Feira Internacional de WoodPro Africa (RSA) - 26 a 30/07/06;
Feira Internacional de Luanda - 26 a 30/07/06;
Feira Agro-Industrial de Cantanhede - 21 a 30/07/06;
Feira Internacional de Macau - 18 a 21/09/06;
Feira Internacional da África do Sul - 11 a 15/10/06;
Feira Internacional de Maputo-FACIM;
Feira de Chimoio - 20 a 26/09.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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V.3. BOA GOVERNAÇÃO, LEGALIDADE E JUSTIÇA, DESCENTRALIZAÇÃO E
DESCONCENTRAÇÃO
Reforma do Sector Público, Descentralização e Desconcentração
A reforma do Sector Público abrange as componentes da descentralização e racionalização
de estruturas e processos de prestação de serviços, melhoria do processo de formulação e
monitoria de políticas públicas, profissionalização dos funcionários do Sector Público,
melhoria da Gestão Financeira e Prestação de Contas e o combate à Corrupção.
Neste período do ano, foram desenvolvidas actividades viradas para a continuação da
revisão e adequação das disposições legais que regem o funcionamento do aparelho do
Estado ao nível central e local e a formação e capacitação dos agentes da Função pública
para a promoção da mudança de comportamento e melhoria da forma de relacionamento dos
funcionários com os cidadãos.
No âmbito da descentralização e desconcentração, o PARPA estabelece como objectivo
principal a dotação dos Órgãos Locais do Estado ao nível Distrital e ao nível Provincial de
maior dinamismo e capacidade. Assim dentre outras acções que foram desenvolvidas para o
efeito, durante o ano de 2006 merecem destaque as seguintes:
Elaborado e aprovado o Estatutos Orgânicos das Secretarias Provinciais e
Distritais e do Gabinete do Governador e Administrador;
Elaborada a proposta do Quadro tipo das Secretarias e Serviços Distritais;
Criação e operacionalização dos Conselhos Consultivos e os Fóruns Locais em
todo o País;
Em fase de conclusão o processo de nomeação dos Directores dos Serviços
Distritais;
Em curso a realização do estudo de Impacto Orçamental para a nomeação dos
chefes de localidade em todo País,
Em curso o processo de instalação efectiva das secretarias Distritais e provinciais
e dos Serviços Distritais;
No âmbito da implementação do Decreto 15/2006 no ano de 2006 a continuação
do processo de actualização das estáticas das autoridades Comunitárias em que
foram legitimados 5.010 do 1º escalão, Reconhecidas 101 AC, perfazendo um total
de 4.642 autoridades comunitárias do 1º escalão;
Ao abrigo do Diploma Ministerial nº 40/206 foram pagos subsídios as Autoridades
Comunitárias do 1º escalão reconhecidas e em situação regular; bem como
efectuou-se a distribuição de 1000 conjuntos de fardamentos a estas Autoridades
nas províncias de Gaza, Zambézia, Nampula;
Realização do estudo sobre a transferência do Posto Administrativo de Zitundo
para a povoação da Ponta de Ouro no distrito de Matutuine, província de Maputo;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Realização do estudo para elevação de povoação de Ponta de Ouro a categoria de
Vila no Distrito de Matutuine, e das povoações de Pontie e Marrule a categoria de
Localidade,
Realização da delimitação técnica dos centros urbanos;
Transferência da sede da localidade de Chicustso para a povoação de Manjangue,
Distrito de Magude, Província de Maputo;
Delimitação Física dos limites do Município da Vila de Manhiça e da povoação de
Ponta de Ouro;
Em curso a sistematização e analise de um conjunto de propostas de criação,
alteração, elevação, transferência e mudança de toponímia de unidades territoriais
apresentadas pelo MAE pela Comissão da Agricultura Desenvolvimento Regional,
Administração Pública e Poder Local da Assembleia da República e pelos
Governos Províncias;
Monitoria e acompanhamento do processo de governação local e da situação
política, económica e social das províncias;
Institucionalizadas e operacionalizadas as Instituições de Participação e Consulta
Comunitárias (IPCCs) nos 128 Distritos do país;
Iniciada a elaboração da Proposta do quadro tipo de pessoal para os Governos
Distritais e a metodologia para a elaboração dos quadros dos serviços distritais;
Em curso o diagnóstico para a identificação das causas com vista a apresentação
de propostas para a redefinição dos fluxogramas e informação aos utentes;
Está em curso a concepção do Programa Nacional de Planificação e Finanças
Descentralizadas que deverá cobrir a totalidade dos 128 distritos rurais do país;
Produzidos os primeiros três manuais de Planificação e Finanças Descentralizadas
(Área de Obras);
No âmbito da implementação da LOLE foram integrados 96 distritos no processo
de planificação distrital participativo;
Está em curso a integração da componente do HIV/SIDA, no ciclo de planificação
distrital ao nível das províncias de Nampula e Cabo Delgado;
Elaborada e divulgada a estratégia para integração do género no ciclo de
planificação distrital e realizado um workshop para discutir o orçamento na óptica
do género;
Estão em processo os cursos regionais de capacitação em matéria de planificação
distrital e participação comunitária;
Elaborados Planos Estratégicos Distritais de Desenvolvimento em Moçambique de
77 distritos estando 39 em fase conclusiva;
Foram elaborados os Termos de Referência para actualização das orientações dos
Planos Distritais de (1998) e o Guião para Consulta Comunitária de (2003).
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Introduzido o Desenvolvimento Económico Local no PPFD Nampula onde foram
criadas10 micro empresas;
Elaborados os termos de referência para auditoria dos Órgãos Locais do Estado, e
efectuada uma auditoria pedagógica em todos os distritos de Sofala em
coordenação com o Tribunal Administrativo;
Conclusão do estudo sobre a representação do Estado nos municípios e
nomenclatura da divisão administrativa dos mesmos;
No domínio da elaboração e aprovação de legislação complementar ao pacote Autárquico
destacam-se os seguintes dispositivos:
Aprovação do projecto Lei sobre transferências de funções e competências do
Estado para as Autarquias Locais;
Aprovação da Lei sobre Revisão da Lei da Tutela Administrativa,
Elaboração e em processo de aprovação Lei sobre o Regime de Providencia
Social dos titulares dos Órgãos Municipais;
Aprovação dos Estatutos Orgânicos das Secretarias Provinciais e Distritais e do
Gabinete do Governador e Administrador (Decreto 6/2006, de 12 de Abril);
Aprovação da lei das Assembleias provinciais e respectiva lei eleitoral;
Aprovação do Decreto 5/2006 de 12 de Abril, que atribui aos Governadores
Provinciais e Administradores Distritais competências no âmbito da gestão dos
recursos humanos;
Em processo a aprovação da Lei do Estatuto Geral dos Funcionários do Estado
(EGFE);
Aprovação do Decreto nº 35/2006 de 25 de Junho, da regulamentação de criação
e funcionamento da Policia Municipal;
Em processo a aprovação da proposta de revisão da Lei das Finanças Autárquicas
e do Código Tributário Autárquico,
Em processo a aprovação da proposta de revisão da Lei Base das Autarquias
Locais, a Lei nº 2/97 de 18 de Fevereiro;
Em processo a aprovação da proposta de revisão da Lei nº 8/97 de 31 de Maio
sobre o Estatuto Especial da Cidade de Maputo;
Em processo a aprovação da proposta de revisão da Lei nº 9/97 sobre o Estatuto
dos Titulares Membros dos Órgãos Autárquicos;
Aprovação da revisão pontual do artigo nº1 do Decreto nº 65/2003 de 31 de
Dezembro sobre a Representação da Administração do Estado nas circunscrições
territoriais dos Municípios, sobre a designação da Representação da
Administração do Estado nas Cidades Capitais Provinciais;
Em processo a aprovação da proposta da Estratégia de Desenvolvimento
Autárquico Urbano;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Em processo aprovação da Lei que estabelece os critérios de modificação e
extinção das autarquias locais;
Em processo aprovação da Lei de criação de novas autarquias locais;
Em processo aprovação do Decreto de fixação de critérios e limites de
remuneração dos membros dos órgãos autárquicos;
No âmbito da Reforma Institucional e Modernização Administrativa foram realizadas as
seguintes actividades:
Prosseguimento na recolha de contribuições de varias instituições para o
aprimoramento Ada proposta de critérios para avaliação dos Administradores
Distritais;
Realização de curso Internacional de Nomes Geográficos, em que participaram 38
técnicos provenientes de varias províncias do pais e quadrantes do mundo;
Manutenção da rede de rádios de comunicação do MAE, tendo sido realizada
assistência técnica aos equipamentos de alguns Distritos da Província de
Inhambane e da Secretaria provincial,
Instalação de rádio de comunicação no Posto Administrativo de Namogelia distrito
de Chiure;
Lançamento oficial dos perfis Distritais na Vila de Manjakaze e sua Publicação na
Internet (Portal do Governo);
Na componente de aperfeiçoamento e capacitação profissional do ensino não
formal foram formados 11 Secretários Permanentes Provinciais e 128 Secretários
Permanentes Distritais e esta em curso a preparação da formação para os chefes
de secretarias provinciais e distritais, chefes de Postos Administrativos e futuros
directores de serviços distritais a serem nomeados;
Esta a decorrer a formação de formadores nas diversas especialidades de ensino
modular;
Realização do curso de capacitação de 11 presidentes dos Conselhos Municipais
(PCMs) da região Norte;
Visitas de assistência técnica aos municípios das províncias de Niassa, Nampula,
Zambézia, Manica, Pemba, Nacala, Beira e Dondo;
Realização de cursos em matéria de recurso humanos finanças e património para
técnicos municipais nomeadamente; 66-recursos humanos, 66-finanças,66-
patrimonio;
Realização de cursos em solos urbanos autárquicos (cadastro e agrimensura) para
66 técnicos municipais;
Graduados 500 formandos nos cursos regulares do ensino médio realizados nos
IFAPAS de Maputo, Beira, e 20 no curso modular da província de Tete;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Esta em curso o processo de capacitação nos cursos modulares no âmbito do
SIFAP onde existem 25 turmas que beneficiam um total de 862 formandos em todo
o País;
Em curso o ensino a distância de nível básico onde se formaram 6 turmas
envolvendo um total de 210 funcionários nos distritos de Mavago, Majune,
Chibabava, Maringue, Matutuine e Magude;
No quadro do funcionamento do Instituto Superior de Administração Pública (ISAP)
realizaram se as seguintes acções:
Arranque de 3 cursos de Certificado Profissional em Administração Pública no
ISAP envolvendo 66 participantes, funcionários públicos de Direcção e Chefia;
Realizados 3 cursos executivos para directores nacionais, Secretários
Permanentes Provinciais, Administradores e Presidentes dos municípios da
Província de Manica;
Manutenção de 20 bolseiros no curso de licenciatura em Administração Pública na
Africa do Sul,
Realização de um seminário de gestores de recursos humanos provinciais,
precedidos de seminários de capacitação em avaliação;
Aquisição de material bibliográfico para as bibliotecas dos IFAPAS, ISAP, DDRH.
No domínio da Gestão dos Recursos Humanos do Estado, normação, organização,
assessoria e coordenação dos órgãos centrais e locais do estado desencadearam se as
seguintes actividades:
Em processo a implementação da Assistência Medica e Medicamentosa dos
Funcionários do Estado;
Em curso o projecto de criação do Gabinete Central de Informação (GACIG);
Publicação do 2º número da revista o “Servidor Público” bem como a publicação e
edição do “Boletim informativo do MAE”;
Distribuição do Boletim da República no total de 2100 exemplares da I série e 2000
de II e III séries que constitui atribuição da imprensa Nacional de Moçambique;
Concluída a instalação de um sistema informático para a edição de Boletins da
República (BRs), em CD-Room;
Realização de visitas de inspecção as províncias de Sofala, Nampula, Zambézia e
Cabo delgado.
Em curso a revisão das normas de Organização e Direcção do Aparelho Estatal
Central (Decreto nº4/81 de 10 de Junho);
Mobilização de esforços das instituições da administração pública, a nível central e
provincial visando garantir que os processos de promoção e progressão de
carreiras estejam a ser executados;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Realizações de acções tendentes a melhoria das condições de trabalho e das
regalias do funcionário do estado;
Em curso a II Fase da Reforma do Sector Público (2006-2010);
Aprovada a Estratégia para a Gestão de Documentos e Arquivos do Estado;
Aprovado o Estatuto Orgânico, Quadro de Pessoal e o Regulamento Interno da
Autoridade Nacional da Função pública.
Em curso a construção do Centro de Excelência da CPLP;
Reabilitadas as instalações do IFAPA Lichinga;
Em relação ao Procurement, é de destacar a implementação do Regulamento de
Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e prestação dos
Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto nº 54/2005, de 13 de Dezembro que
descentraliza e desconcentra os procedimentos de aquisição para todos Órgãos e
Instituições do Estado, ate ao escalão mais baixo que tiver um a tabela orçamental para
executar, incluindo as autarquias e Empresas do Estado.Com a entrada em vigor deste
regulamento foram realizadas as seguintes actividades:
Aprovação do Diploma Ministerial Nº 141/2006 de 5 de Setembro, que estabelece
na Direcção Nacional do Património do Estado a Unidade Funcional de Supervisão
das Autarquias (UFSA), criado ao abrigo do Regulamento, quem compete
coordenar e supervisar todas as actividades relacionadas com a contratações;
Aprovação de Modelos de Estruturação das Unidades Gestoras Executoras das
Aquisições (UGEAs), criado ao abrigo do Regulamento a quem compete fazer a
gestão e execução dos processos de aquisições desde a planificação até a
execução do contrato;
Identificadas 776 UGEAs, dos órgãos centrais, provinciais, distritais, bem como
autarquias e empresas do Estado,
Identificados 143 concursos realizados pelas UGEAs
Formação de 1600 técnicos a nível central, provincial e distrital;
Elaboração de um Manual de procedimentos para a contratação de Empreitadas
de Obras Publicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado;
Concepção do Portal de Concursos Públicos;
Divulgação do Regulamento através dos órgãos de comunicação social.
No âmbito da Justiça no ano 2006 foram realizadas as seguintes acções:
Acesso a Justiça
Efectuados 1.667.580 assentos de nascimentos, lavrados 44.773 óbitos,
efectuados 5.087;efectuados 34.035 Registos de Automóveis, efectuados 3.902
Registo Predial, efectuados 130.647 Registos Criminais totalizando 1.891.131
documentos processados;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Em relação ao grau de acesso a justiça, registou-se um total de 12.396 reclusos
dos quais 7.215 são condenados e 5.181 são presos em prisão preventiva,
significando em termos globais uma redução para 42% a média de reclusos
aguardando julgamento;
A nível dos Tribunais Judiciais foram findos 100.197 processos. Do total dos
processos findos 72.387 foi por sentença e 27.810 por outros motivos;
Em curso o processo de informatização do registo criminal;
Estabelecimento do sistema de registo electrónico na área de registo comercial;
Realizado o seminário sobre o Pluralismo em Moçambique;
Em processo o aperfeiçoamento institucional para a desconcentração do Tribunal
Administrativo;
Criado o mecanismo de articulação entre a justiça formal e informal. Este
mecanismo é garantido através da Lei Orgânica dos Tribunais que esta em
processo de aprovação;
Foram estabelecidas parcerias com organizações da sociedade civil na assistência
jurídica e patrocínio judiciário bem como assistência na área dos direitos humanos
nos estabelecimentos prisionais;
Elaborado o memorando para assinatura do acordo para assistência jurídica e
judiciaria aos reclusos nos estabelecimentos prisionais em Maputo e Quelimane e
nas respectivas esquadras, bem como com a PIC;
Recursos Humano e Formação
Formados 27 magistrados judiciais e do ministério público, 49 oficiais de justiça, 16
formadores em técnicas pedagógicas, 30 magistrados em direito penal e
processual, 133 autoridades locais administradores, policias, oficiais de governo,
12 magistrados na gestão de conflitos de terra, ambiente e fauna bravia, 32
técnicos médios dos registos e Notariado e 86 funcionários do Registo e Notariado
em matéria de informática;
Recrutados contadores verificadores para as áreas da Conta Geral do Estado
(CGE) e Conta e Auditoria Financeira (CAF) e Visto bem como técnicos
informáticos para o Tribunal Administrativo;
Recrutados e formados 40 técnicos superiores para os sectores prisionais e de
registo e Notariado para o Ministério da Justiça;
Em curso a formação de25 técnicos para a Direcção Nacional dos Registos e
Notariado; Recrutados técnicos superiores para os centros prisionais,
nomeadamente, 3 psicólogos, 3 engenheiros agrónomos, 3 juristas estando a
decorrer o processo da nomeação de 17 juristas dentre os quais 7 para o sistema
prisional.
Realizados os cursos de capacitação em informática para 20 técnicos registo e
notariado e 7 para as prisões;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Em curso a transformação das escolas secundárias em centros de formação
técnico profissional;
Em curso o processo de instalação do subsistema de informação de pessoal (SIP)
em rede ao nível nacional, com vista a melhorar a capacidade de gestão dos
recursos humanos.
Reforma Legal
Elaborada e em processo a proposta de Lei sobre confissões religiosas;
Em curso a elaboração da Lei sobre Pessoas Portadoras de Deficiência incluindo
os deficientes de guerra;
Em processo de harmonização o Ante-projecto de Lei sobre o Terrorismo;
Elabora a Lei da Comissão sobre os Direitos Humanos;
Em curso a elaboração da Lei sobre a Aquisição, Perda e Reaquisição da
Nacionalidade;
Está em curso a reformulação dos diplomas reguladores das actividades do
Tribunal Administrativo bem como a respectiva orgânica;
Em curso a implementação dos diplomas legais que compreendem medidas de
prevenção e combate a corrupção
Elaborada a proposta de Lei sobre Comissão Nacional de Direitos Humanos;
Aprovado o Decreto nº7/2006 de 17 de Maio que cria o Serviço Nacional da
Administração Prisional;
Em processo o projecto de Regulamento da Inspecção do Ministério Público;
Em processo o projecto de Lei de base sobre a criança e jurisdição de menores;
Aprovado e em vigor o Decreto que aprova a reforma pontual da Lei do Inquilino;
Ratificados protocolos de combate a corrupção da União Africana das Nações
Unidas;
Em curso a aprovação da Lei do Ministério Público.
Infra-estruturas e Equipamentos
Concluída a reabilitação das cadeias de Moeda e Moncímboa da Praia;
Concluída a primeira fase de transformação do Centro aberto de Matutuine em
Prisão-Escola para reclusos maiores de 16 e menores de 25 anos;
Concluída a reabilitação da cadeia distrital de Macanja, estando em construção
duas casas no mesmo local para os funcionários;
Em processo a construção da cadeia distrital de Inharrime com capacidade de 80
reclusos;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Reabilitada da penitenciaria agrícola de Mabalane;
Reabilitada a penitenciaria agrícola e industrial de Nampula;
Reabilitada a penitenciaria agrícola de Manica;
Em curso a construção da cozinha da Cadeia Provincial da Zambézia;
Construída a ala feminina da cadeia de Marrupala com capacidade para 128
pessoas;
Em construção a cadeia distrital em Mandimba;
Construção do muro e do Pavilhão Administrativo do Centro Prisional de Mieze;
Em processo a construção de casa para agentes prisionais (2 em Mocimboa da
Praia e 6 em Mieze);
Reabilitados 4 pavilhões na penitenciaria agrícola de Mabalane;
Reabilitada a residência do director da Cadeia Central da Beira;
Reabilitada a Penitenciaria Industrial de Nampula;
Construídas as cadeias distritais de Inharrime (Província de Inhambane), Repale
Província de Nampula), três casas para funcionário (duas em Angonia e uma em
Mague na Província de Tete);
Reabilitadas cadeias distritais de Meconta, Monapo, Caía, bloco administrativo da
cadeia Provincial de Gaza, cadeias distritais de Guijá e Chicualacala;
Reabilitado o Centro de Reclusão Feminino de Ndlavela (Maputo);
Em curso a construção do muro de vedação da penitenciaria Industrial de
Nampula;
Reabilitação das cadeias distritais de Mueda e Mocimboa da Praia;
Em curso a construção dos edifícios para a Procuradoria Provincial do Niassa e de
Manica;
Reabilitado o edifício do Tribunal Judicial de Nampula;
Em curso a reabilitação da Procuradoria Provincial de Nampula
Controlo da Legalidade
Emitido e entregue Assembleia da República o relatório e parecer sobre a Conta
Geral do Estado (CGE) de 2005;
Realização de auditorias programadas pelo Tribunal Administrativo;
Nomeado um inspector Nacional para os Registos e Notariado; Em curso o
processo de nomeação do corpo de inspectores para os serviços prisionais, no
âmbito do reforço dos órgãos de inspecção e desenvolvimento sistemático da
acção inspectiva sobre actividade dos organismos públicos;
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Em curso a implementação dos diplomas legais que compreendem medidas de
prevenção e combate a corrupção;
Realizadas missões da PGR as Províncias, no âmbito da elaboração de um plano
concreto de prevenção e de combate a corrupção, em função da especificidade de
cada província. Iniciadas actividades de expansão do Gabinete de Combate a
Corrupção as Províncias de Inhambane e Sofala;
Definidas matrizes internas das instituições da administração da Justiça contendo
acções e indicadores específicos de combate a corrupção no quadro da Estratégia
Nacional de Combate a Corrupção; Elaborado o Código de conduta dos
funcionários do Ministério da Justiça.
Elaborado o Código de Conduta dos funcionários do Ministério da Justiça, para
reforçar atitude laboral, digna, ética e deontológica;
Realizado seminário sobre Integridade no Judiciário, servindo de base para a
definição de um Plano de acção de Combate a Corrupção no Judiciário;
Ao nível dos tribunais judiciais foram tramitados 77 processos crimes relacionados
com a matéria de corrupção dos quais se destacam, 32casos de corrupção
propriamente dita, 40 casos de desvios de fundos, 3 casos de crime de peculato, 1
de o crime de peita, suborno e corrupção, 1 de crime de falsificação de créditos e
peculato de crédito.
Documentação Jurídica
Concluída a compilação em formato electrónico dos acórdãos do Tribunal
Supremo respeitantes ao período de 1990-2002, prevendo se a conclusão ao
longo do segundo semestre; Em curso actividade de publicação;
Publicação do Boletim Informativo do Tribunal Supremo, e o Boletim Informativo do
Ministério do Interior.
Modernização Informática
Extensão da rede Gov-net para as direcções do Ministério da Justiça;
Introduzido o uso de aparelhos electrónicos para a colheita e tratamento de
impressão digital para efeitos de registo criminal nas províncias de Quelimane,
prevendo se a extensão para as demais Províncias;
Em curso a criação de uma base de dados sobre as actividades das ONG`s que
trabalhem nos Direitos Humanos;
Desenvolvido o sistema de registo Comercial, Civil e Criminal, estando em
processo de desenvolvimento as arquitecturas de subsistemas de gestão de
processo para o Sector, no âmbito do estimulo do uso de tecnologias de
informação e comunicação na implementação do Governo Electrónico;
Iniciadas actividades de desenvolvimento de aplicação dos sub sistemas de
Monitoria e Avaliação nomeadamente; gestão processual e gestão prisional;
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Comunicação e Desenvolvimento Inter-institucional
Projecto da Lei Orgânica dos Tribunais submetido a Assembleia da República.
Criadas duas secções no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo;
Em processo a implementação do Sistema de gestão de documentos, registo e
arquivo da PGR no âmbito do sistema de monitoria e integração do Sector da
Justiça;
Aprovada a plataforma para a formulação da Visão da Justiça, estando na fase de
consulta pública;
Elaborado o projecto de Regulamento da Inspecção do Ministério Público;
Desenvolvido o subsistema do Registo Comercial, Civil e Criminal. Em processo de
desenvolvimento as arquitecturas de subsistemas de gestão de processos, gestão
prisional, no âmbito do estimulo do uso de tecnologias de informação e
comunicação na implementação do Governo electrónico;
Participação nas reuniões da Revisão Conjunta entre o Governo e os Parceiros de
Cooperação;
Concebido o plano director do Sistema de Harmonização de Monitoria e Avaliação.
Esta em preparação a criação e instalação de subsistemas de Monitoria e
Avaliação identificadas;
Realizada a harmonização dos instrumentos de Planificação e Monitoria, Plano
Estratégico e Integrado (PEI) Plano Operativo do PEI (POPEI), com o PES e
Orçamento do estado;
Iniciadas diligencias com vista a institucionalização dos mecanismos de articulação
rotineira entre o departamento de promoção e desenvolvimento dos direitos
Humanos e as ONG`s que operam na área dos Direitos Humanos;
Em paralelo com a formulação da Visão decorre o Plano Estratégico Integrado do
Sector da Justiça e o respectivo Plano Operacional, incluindo a perspectiva do
Género e HIV/SIDA;
No domínio da Ordem Pública, Identificação Civil, Migração e Bombeiros constitui um
dos objectivos prioritários a elevação da capacidade da Polícia para prevenir e perseguir o
crime. No ano de 2006 foram realizadas as seguintes acções:
Reforçada e garantida a protecção de pessoas e bens tendo registado uma
operatividade policial de cerca de 86%,contra os 60% planificados o que
representa uma superação da meta planificada em 26%;
Criados 537 novos Conselhos de Policiamento Comunitário ultrapassando a meta
prevista em 274%;
Emitidos 320.242 bilhetes de identidade, contra os 576.00 planificados o que
representa um deficit na ordem de 55.6%;
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Emissão de131.906 documentos de migração este aumento deveu se ao facto da
supraçao dos vistos de entrada nos países vizinhos membros da SADC, o que
representa uma superação da meta na ordem de196.1%;
Não houve extensão da rede policial através do alargamento da respectiva rede,
apenas houve a potencialização em recursos humanos as unidades e sub-
unidades policiais já existentes, incluindo os destacamentos das Forças especiais
e de Reserva o que permitiu o reforço da capacidade operativa da PRM na
prevenção e combate ao crime;
Em curso a reformulação da Lei de Identificação Civil;
Construção de raiz de 6 esquadras, 2 em Nampula e 2 em Maputo e 2 em
Matalane;
Em processo de aprovação o Regulamento sobre Armas e Munições;
Em processo de aprovação o regulamento sobre explosivos e substancias
perigosas;
Criados 53 novas unidades de atendimento a violência domestica em todo pais,
pelo menos um numero mínimo de 4 unidades e um máximo de 29 por província;
Em curso a modernização dos sistemas de emissão de documentos migratórios
com destaque para o passaporte Biométrico e Dire;
Em processo a reflexão sobre o posicionamento da PIC;
Em curso a elaboração da estratégia de segurança Interna, instrumento que ira
conduzir a organização e estruturação dos serviços para melhor desempenho;
Concluído o Relatório de Analise Funcional do MINT no âmbito da reforma do
Sector Público e inicio do processo de reestruturação;
Foram estendidos os serviços de identificação as zonas rurais através de
movimentação de brigadas nas províncias de Inhambane e Nampula;
Estão em funcionamento em todo território nacional 53 postos de Travessia,
estando 4 encerrados nomeadamente: Província de Maputo-Manhoca e
Mapulanguene, Província de Gaza-Mavue; Província de Cabo Delgado-Negomano;
Concebido Plano para a construção da Escola Prática da Polícia na zona Centro
do País;
Outras Realizações
Em curso a construção do edifício do Comando Distrital de Muembe-Niassa;
Construído o edifício do comando Distrital Meluco-Cabo Delgado;
No âmbito dos serviços Nacionais dos Bombeiros, foram emitidos 243 pareceres
técnicos em balcões únicos; realizadas 253 vistorias em casas de espectáculos e
128 inspecções; realizações de cursos de noções básicas para 165 trabalhadores
de empresas;
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Foram reparadas 3 viaturas de apoio ao combate ao incêndio e adquiridos mapas
de localização de bocas-de-incêndio;
Comunicação Social
A comunicação social joga um papel de relevo na dinamização do processo de
desenvolvimento sócio-económico e cultural, na promoção e consolidação da unidade
nacional e no aprofundamento e defesa da democracia e do Estado de direito.
Neste sentido, as acções em curso visam o reforço da capacidade dos órgãos do sector da
imprensa e a regulamentação do sector, onde foram implementadas as seguintes acções:
Foi elaborado o Ante-projecto do Regulamento das Rádios Comunitárias;
Foi elaborado o Ante-projecto da Lei de imprensa;
Reabilitados os emissores de Televisão de Moçambique nas províncias de
Inhambane, Nampula, Tete e Quelimane;
Foram montados novos emissores da Televisão de Moçambique em Xai-Xai
(Gaza), Tete, e Maganja da Costa (Zambézia);
Foram importados os emissores da Rádio Moçambique para as delegações de
Quelimane, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia;
Foram produzidos materiais educativos e de mobilização social contra o HIV/SIDA
para os distritos de Vilanculos, Massinga e Maxixe na província de Inhambane,
Xai-Xai em Gaza e Manhiça e Magude na província de Maputo.
V.4. RELAÇÕES EXTERNAS E DEFESA
Na área das Relações Exteriores, O Governo continuou a incrementar um relacionamento
privilegiado com todos os parceiros de desenvolvimento de Moçambique com vista à
operacionalização dos seus planos e programas, para a erradicação da pobreza absoluta,
reforçando o prestígio e reputação de Moçambique na arena internacional. Assim, com vista
à implementação do Plano Económico e Social para 2006. O Governo realizou as seguintes
acções:
No âmbito da cooperação bilateral destaca-se:
Realização de 6 Visitas de Nivel Presidencial (Portugal, Belgica, Grão-Ducado do
Luxemburgo, França, Tânzania e Grã-Bretanha), durante as quais, Sexa o Presidente da
República participou em eventos de indole diversa, nomeadamente a Participação na tomada
de posse do Presidente Português;
Recepção de Visitas de nível Presidencial e de Chefes de Governo (Tanzânia, Espanha,
África do Sul, Alemanha, Irlanda, Dinamarca e Portugal) durante as quais foram passadas
em revista as relações bilaterais existentes e acordados os mecanismos de reforço das
relações de cooperação com destaque para a assinatura com Portugal do Acordo de
Reconversão da Barragem de Cahora Bassa para Moçambique,
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Realização de 11 visitas de nivel Ministerial (Cabo Verde, Maurícias, Espanha, França, Índia,
Tailândia, China, Nigéria, Congo, Vietnam e Japão) e recebidas 12 visitas de nível Ministerial
(Noruega, Botstwana, Alemanha, China, Malásia, Cuba, Sudão, Indonésia, Italia, Estado da
Baviera-Alemanha, Belgica, e da Directora Executiva do FNUAP) e ainda, a realização do
encontro de diálogo político com os Embaixadores dos países da UE acreditados no País.
No âmbito da cooperação multilateral destaca-se:
Participação no Fórum Económico Mundial (Davos) e no Fórum Económico sobre
África (Cape Town),
Participação nas Cimeiras da União Africana e nas reuniões do Comité de
Implementação da NEPAD e Fora dos Chefes de Estado e de Governo do
Mecanismo de Revisão de Pares,
Participação na VI Conferência de Chefes de Estado e de Governo da
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP),
Participação nas Cimeiras Ordinária e Extraordinária da SADC, na 61ª Sessão da
Assembleia Geral da ONU, na Iª Cimeira do Fórum China-África, na XIV Sessão do
Movimento dos Países Não Alinhados, na X Cimeira da Organização da
Francofonia e nas Comemorações do dia da União Africana.
No âmbito do estreitamento das relações politico-diplomáticas e de cooperação, destaca-se:
Acreditação de 13 embaixadores e/ou Alto comissários da República de
Moçambique em 7 países da África, 4 na Europa e 2 nas Américas
A extensão de representatividade diplomática através de (8) acreditações múltiplas
nas Américas, sendo na Europa (4) e em organismos regionais, internacionais e
religiosos (4)
Acreditação no País de 25 novos Embaixadores e/ou Alto comissários, sendo de
países da África (4) , da Europa (6), das Américas (1), da Ásia e Oceânia (10) e do
Médio Oriente (4)
No âmbito da Promoção de programas e projectos prioritários de desenvolvimento nacional,
sub-regional e regional no contexto da NEPAD, destacam-se:
O envolvimento do Japão no financiamento do Estudo de Viabilidade da Estrada
Cuamba- Nampula (Corredor de Desenvolvimento de Nacala);
A concessão de uma linha de crédito pela Índia de USD$ 20 milhões (Fundos no
quadro da NEPAD) para a electrificação Rural da Província de Gaza.
A realização em Maputo, do VI Fórum de Parceria para África (APF), e que
debruçou-se sobre o HIV/SIDA, agricultura, segurança alimentar e redução da
pobreza e infra-estruturas;
A abertura Oficial do Posto Fronteiriço do Giriyondo, como um projecto concebido
no âmbito da NEPAD, envolvendo Moçambique, Africa do Sul e Zimbabwe;
A participação, no VII Fórum de Parceria para África, em Moscovo, onde foram
discutidas questões relacionadas com o combate à pobreza, o acesso aos
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mercados, o combate a doenças infeciosas em África e a disponibilização de
recursos para o Desenvolvimento de África
No prosseguimento das acções de negociação para o perdão total da dívida moçambicana
com todos os parceiros no contexto do Clube de Paris e a nível bilateral com outros países
não membros deste grupo, para além de estarem em curso acções com vista a resolução da
questão da divida de Moçambique com Argélia, há a destacar ainda:
Os contactos feitos com o Japão e a Índia com vista a solução da questão da
dívida estimada em 64 milhões de dólares americanos e no caso específico da
Índia o cancelamento da dívida ocorrerá quando for concluída a operação de “buy-
back” em fase final de negociação.
Na prossecussão da actividade diplomática visando a mobilização de recursos para apoiar
programas de redução da pobreza e desenvolvimento de Moçambique, as acções principais
incidiram em:
Participação na XVI Reunião Anual do Fórum Económico Mundial sobre África,
cidade do Cabo, com vista a promoção das oportunidades de
negócios/investimentos no País,
Participação na 83ª Sessão do Conselho de Ministros da ACP, e a 31ª Sessão do
Conselho de Ministros Conjunto ACP-EU, na Papua Nova Guiné, que no conjunto
concorreram para a promoção da imagem do País e da agenda de desenvolvimento,
Lançamento Oficial do MARP/NEPAD em Moçambique,
Participação na Conferência de Paris sobre Financiamento ao Desenvolvimento
Lançamento do Projecto “Vilas do Milénio” por ocasião da visita a Moçambique do
Professor Jeffrey Sachs, Conselheiro Especial do Secretário-Geral da ONU para
as Questões dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM`s),
Assinatura com o Governo do Japão de vários acordos para a construção da
estrada Montepuez-Niassa, da Draga para o porto da Beira, do Magistério Primario
em Chimoio, e de assistência técnica nos domínios da educação, pescas, agricultura
e desminagem;
Assinatura com o Governo da Índia de uma linha de crédito para a electrificação
rural da província de Gaza;
Assinatura com a República Popular da China de vários acordos nos domínios da
agricultura, saúde, turismo e infra-estruturas.
Foi concedido um donativo pela República da Coreia para os domínios da saúde e
agricultura.
Aprovação do Programa Bilateral de Cooperação entre Moçambique e Holanda para
o período de 2005-2008
Assinatura do acordo com a Islândia no domínio da Pesca
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Assinatura com a Noruega de acordos relativos à Reforma da Gestão das Finanças
Públicas- SISTAFE 2006-2009 e ao Apoio Institucional ao Instituto Nacional de
Petróleo
Assinatura com a Finlândia de vários acordos nos domínios da educação,
desenvolvimento rural,
Assinatura com a Alemanha de acordos sobre a cooperação financeira nas áreas da
educação, construção e manutenção de rodovias, sector financeiro e apoio directo
ao Orçamento e à Balança de Pagamentos. Ainda neste âmbito, assinado acordo
sobre a cooperação técnica nos domínios da educação, desenvolvimento rural,
microfinanças e gestão de resíduos sólidos urbanos
Foi assinado com a França o Documento Quadro de Parceria para apoiar as áreas
da Saúde, HIV/SIDA, Meio Ambiente, Boa Governação, Investigação e Ensino
Superior e Sector Financeiro,
Foram assinadas com os Estados Unidos da América (EUA) emendas ao acordo de
doação da USAID para financiar os seguintes programas: Rendimentos Rurais,
Comércio e Investimentos, Governação, Saúde e HIV/SIDA
Assinatura com a Espanha de acordos relativos ao Programa Ensino Técnico
Profissional e Vocacional
Assinatura com a Bélgica de acordos relativos ao empréstimo financeiro, apoio
directo ao OGE e apoio a II fase do Programa de Reabilitação e Reconstrução Pós-
Emergência do sector da Saúde
Assinatura com a Áustria de acordo para as áreas de Desminagem e rádio
comunitária de Buzi
Assinatura com o Governo Suéco de acordos de financiamento para os dominios da
Agricultura (PROAGRI), Sector Público, Estatistica, Finanças, HIV-SIDA, Energia,
Infraetruturas, Sector Privado e Apoio as Reformas do Governo Local,
Estão em preparação vários instrumentos juridicos nacionais e internacionais no âmbito do
desenvolvimento de actividades nas áreas da negociação, e ratificação de Convenções e
Tratados Internacionais e acordos bilaterais.
No âmbito da conclusão dos Acordos de supressão de vistos com os restantes países da
região da África Austral foram feitas negociações diplomaticas com a Namíbia e Lesotho
para acordos de supressão de vistos.
Foi promovido o ingresso de quadros nacionais nas organizações sub-regionais, regionais e
internacionais de que Moçambique faz parte, nomeadamente SADC, Organização das
Nações Unidas e Autoridade Internacional de Fundos Marinhos.
Para assegurar a participação do cidadão nas acções de desenvolvimento nacional através
do seu envolvimento nos programas e projectos da Comunidade de Desenvolvimento da
Africa Austral (SADC), União Africana (UA), Nova Parceria para o Desenvolvimento da Africa
(NEPAD), Comunidade dos Paises de Língua Portuguêsa (CPLP) e outros organismos dos
quais Moçambique é membro há a destacar:
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Contactos com a FDC, no âmbito da preparação da 7ª Sessão Conferência da União
Africana,
Participação do Fórum Mulher nas consultas informais interactivas com as ONG´s,
sociedade civil e sector privado sobre a implementação do Programa de Acção para
os países menos avançados para a década 2001 – 2010,
Realização de reuniões dos Comités Técnicos Especializados (CTEs) da Comissão
Nacional da SADC seminários de divulgação, concursos e palestras à nivel nacional
sobre a SADC e NEPAD.
Envolvimento das organizações da Sociedade Civil para darem a sua
contribuição/sensibilidade sobre a proposta da criação do Governo da União
Africana (GUA).
Realização de seminários de divulgação da SADC e NEPAD e de implantação das
estrutura da Comissão Nacional da SADC (CONSADC) nas províncias de Nampula,
Tete, Manica, Zambézia, Inhambane, Niassa e Gaza e conduzidas acções de
celebrações a nível nacional da “Semana Comemorativa por ocasião do Dia da
SADC”.
Realização de diversas actividades culturais a nivel nacional no quadro da
celebração do X Aniversário da CPLP,
Realizado um estudo sobre estratégias de cooperação Governo/doadores no contexto da
definição da estratégia de assistência ao desenvolvimento, preparados e submetidos
documentos analíticos sobre a experiência Maçambicana em missões de paz da ONU e
sobre conflitos em africa para apresentação ao conselho Nacional de defesa e segurança
(CNDS), elaborados informes ao CNDS sobre a situação politica e de conflitos no continente
em geral e em alguns países de áfrica em particular e também a conclusão da elaboração
da Política Nacional de Cooperação.
No âmbito do apoio aos refugiados,
Foi elaborada a proposta de Regulamento da Lei do Refugiado,
Está em curso o processo de atribuição do documento de identificação à população
refugiada no País
Para Proceder a abertura de Representações do Instituto Nacional de Apoio aos Refugiados
(INAR) em Tete, Niassa e Cabo-Delgado, foi lançado o concurso para recrutamento de
Delegados Provinciais
No âmbito das comunidades moçambicanas no exterior há a destacar as seguintes acções:
Divulgação nas Comunidades moçambicanas da África do Sul, Swazilândia e
Zimbabwe de uma brochura com extractos da nova Constituição da República de
interesse para as comunidades moçambicanas no exterior;
Realização de um estudo sobre a abertura de um centro de atendimento, em
Moamba para acompanhamento e monitoria dos moçambicanos repatriados da
África do Sul; e
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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No prosseguimento das negociações sobre a delimitação da fronteira marítima e reafirmação
das fronteiras continentais com os países vizinhos, durante o ano de 2006 foram accções de
destaque as seguintes:
Inicio do trabalho de actualização das linhas de base em alguns pontos ao longo da
Costa,
Acordo com a RAS sobre a vedação num troço da fronteira África do
Sul/Moçambique em direcção a Cosy Bay, numa extensão de 43km,
Reafirmação completa do Troço 1: Pafuri - Rio Save e o reconhecimento do Troço
4: Rios Mazowe e Ruwanga;
Inicio de negociações com o Malawi para a reafirmação da fronteira continental
Criação de Comissões de Peritos da fronteira terrestre, fronteira marítima e
Plataforma Continental;
No dominio da Defesa foram realizadas as seguintes actividades em 2006:
No âmbito do recenseamento e incorporação nas fileiras das FADM:
Recenseamento de 164.198 jovens, sendo 107.762 de sexo masculino e 56.436 do
sexo feminino. Esta cifra corresponde a cerca de três vezes mais do que o planificado
para 2006 (59.000 mancebos)
Convocação às Provas de Classificação e Selecção (PCS’s) de 23.336 mancebos. Do
contingente convocado, fizeram-se presentes 5.172 mancebos, para além de 1.837
mancebos voluntários, totalizando 7.009 mancebos submetidos às provas de
classificação e selecção. Nota-se que Registou-se uma elevada percentagem de
incumprimento nesta actividade (cerca de 78%), representadas pelo elevado número
de cidadãos na condição de compelidos;
Incorporados para as fileiras das Forças Armadas de Defesa de Moçambique 3.259
recrutas;
No âmbito da Reciclagem e Formação:
Reciclagem de 500 militares na Escola Militar de Nampula, ultrapassando a meta
planificada de 224 militares. Encontram-se em formação na Academia Militar 151
Cadetes. Este número representa o prosseguimento da formação dos admitidos em
2005, bem como a inclusão dos 89 cadetes, admitidos em 2006. Note-se que não foi
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atingida a meta de admissão de 100 cadetes no ano em análise, por causa dos
requisitos de natureza académica e de aptidão para a carreira militar.
Estão actualmente no exterior 63 bolseiros, bem como foi assegurado o envio de 21
bolseiros ao exterior;
Frequentam a Universidade Pedagógica 75 Oficiais e Funcionários Civis e estão em
formação 40 funcionários no instituto de Formação Profissional da Beira;
Participação em Seminários Internacionais de 8 Oficiais e Funcionários Civis do MDN
Foram reciclados, na Escola Militar de Nampula, 500 militares
Concebidas as bases para a Conversão do Centro de Boane em Escola de Formação
de Sargentos das FADM;
Criadas as condições para o arranque em Fevereiro de 2007 das aulas no Centro de
Formação Técnico Profissional em Chingodzi.
Formados 64 formadores para o Centro de Formação Técnico Profissional em
Chingodzi;
No âmbito de missões de Manutenção de Paz e observação:
Conclusão da formação da Quarta Companhia de Manutenção de Paz e
integrada no Batalhão de Manutenção de Paz com sede em Moamba;
Formação de dois Pelotões de Engenharia de Sapadores integrados no mesmo
Batalhão;
Participação na Missão de Manutenção de Paz para o Sudão (UNMIS), no Sul
do Sudão, através do destacamento de três (03) Observadores Militares;
Participação na Missão de Manutenção de Paz no Burundi (ONUB), através do
destacamento de três (03) Obervadores Militares;
Participação na Missão de Manutenção de Paz na República Democrática do
Congo, MONUC, com quatro (04) Observadores Militares;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Participação na Missão Eleitoral da SADC para as eleições na República
Democrática do Congo, com dois (02) Observadores Militares;
Participação na Missão Africana de Manutenção de Paz no Sudão (AMIS), em
Darfour, Sudão, através do destacamento de quinze (15) Observadores
Militares; e
Participação na Missão Africana de Manutenção de Paz nas Ilhas Comores,
com três (03) Observadores Militares e um Contingente de sete (07) militares..
Foi constituído e desdobrado na Moamba o Batalhão Independente de
Infantaria para as operações de Apoio à Paz, decorrendo ainda, o seu
completamento orgânico. Foram igualmente criadas as condições de
aquartelamento e decorre a reabilitação física das infra-estruturas da sede
desta unidade.
Foi elaborado e aprovado pelo Conselho Superior Militar o Projecto da
Estrutura Orgânica do Batalhão de Paraquedistas. Foi ainda criado o Núcleo do
Estado Maior do respectivo Batalhão.
No âmbito do preenchimento orgânico, foram promovidos ao posto de Coronel,
seis oficiais, faltando ainda e apenas duas vagas de coronel por preencher em
2007.
No âmbito da participação das FADM nas manobras e exercícios militares no quadro
da SADC e da CPLP:
Participação das Forças Armadas de Defesa de Moçambique no Exercício
“Rovuma Azul”, na República Unida da Tanzania, no passado mês de Outubro
2006. A nossa participação foi a nível de Observadores militares, com dois
coroneis na fase de preparação deste exercício e dois coroneis durante a
realização do exercício;
Participação nas actividades concorrentes à criação da Brigada da SADC, no
quadro da operacionalização do Conselho de Paz e Segurança da União
Africana. A nossa presença neste âmbito consubstancia-se por dois oficiais das
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FADM, nomeadamente, um Coronel afecto a tempo inteiro, em Gaberone, na
àrea de planificação e um Major em estado de prontidão para qualquer missão
neste âmbito, em Maputo. Entretanto, prosseguiram acções de adestramento
da Unidade de desminagem destacada para integrar a referida Brigada
Regional;
Participação das Forças Armadas de Defesa de Moçambique no Exercício
FELINO 2006, realizado em Pernambuco, República Federativa do Brasil, de
06 a 18 de Outubro de 2006, com um contingente de 20 (vinte) militares.
No âmbito da cooperação militar:
Entrada em funcionamento da Chancelaria Militar na Etiópia;
Está em curso o processo da criação de condições para a instalação da
Chancelaria Militar nos Estados Unidos de América.
Reabilitação e entrada em funcionamento do Hospital – Dia no Hospital Militar
de Nampula.
No âmbito da assistência em situações de emergência:
Formadas quatro Companhias Especiais constituídas por especialidades dos
Ramos do Exército, Força Aérea e Marinha de Guerra de Moçambique
para Socorro e Assistência as Populações em caso de calamidades e
catástrofes naturais e humanos em Maputo, Beira Quelimane e Nampula.
Em coordenação com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades estão em
construção 2 edifícios na Base Aérea de Mavalane para servir de Sala de
Operações e Monitorização.
No âmbito da Logística de Produção:
Reabilitação da caleira de irrigação em Chokwé.
Realização da produção agro-pecuária em Matola, Chokwé, Angónia, Chitima,
Mantepuez, Tsangano, Unango/Lichinga e Mocuba, Mopeia
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
No âmbito do combate ao HIV/SIDA
Foi concluída e reabilitado o compartimento para o funcionamento do GATV
nas instalações da Brigada de Tete;
VI. POLÍTICA ORÇAMENTAL
A execução da política orçamental em 2006 deu continuidade às reformas iniciadas no
orçamento de 2005, tendo como principais objectivos (i) a consolidação do distrito como
unidade orçamental e (ii) o aperfeiçoamento do classificador por fonte de recursos.
O nível de execução da componente externa do Orçamento de Estado de 2006 é provisório,
porquanto decorre ainda a recolha e incorporação de informação adicional relativa a
despesas cujos fundos não transitam pela Conta Única do Tesouro.
Equilíbrio Orçamental
A realização da despesa total em 2006, programada em 52.8814 milhões de Mt, situou-se em
46.974 milhões de Mt, o que corresponde a um nível de execução orçamental global de
88,8%, e a execução parcelar de 96,0% nas despesas correntes, 83,6% nas despesas de
investimento e de 71,4% nas operações financeiras e com um saldo no valor de 6.277
milhões de Mt.
Em contrapartida, o financiamento total da despesa, programado em 52.881 milhões de Mt,
teve uma realização global efectiva de 53.250,7 milhões de Mt, ou seja, uma execução
orçamental global de 100,7% do programado e uma execução parcelar de 101,9% na
Receita, 104,3% em Donativos e 89,7% em crédito externo.
MAPA DE EQUILÍBRIO ORÇAMENTAL - 2006
2005 2006 2006 2006 2006
Orçamento do Estado
(10^6 MT) Lei (Dot. Em % do Em % do Taxa de
CGE Realização
Ajust) Total PIB Realização (%)
FINANCIAMENTO 45,208 52,881 53,251 100% 30.0% 100.7%
Receitas do Estado 21,627 27,017 27,537 52% 15.5% 101.9%
Donativos 11,892 16,757 17,470 33% 9.9% 104.3%
Crédito Externo 8,098 9,107 8,172 15% 4.6% 89.7%
Crédito Interno 3,591 72 0.1% 0.04%
Despesas Correntes 20,836 26,735 25,657 48% 14.5% 96.0%
Despesas de Investimento 16,057 21,788 18,204 34% 10.3% 83.6%
Operações Financeiras 4,634 4,358 3,113 6% 1.8% 71.4%
TOTAL DAS DESPESAS 41,527 52,881 46,974 88% 26.5% 88.8%
Saldo (Poupança) 3,681 0 6,277 12% 3.5%
TOTAL DE APLICAÇÕES 45,208 52,881 53,251 100% 30.0% 100.7%
4Este valor (50.880,8), constante do Mapa de Equilíbrio Orçamental, difere do do Artigo 2 da Lei e do do PES
2006, em 350,9 milhões de MT, em virtude de nas previsões do Arigo 2 da Lei e nas do PES 2006 terem sido
excluidos 350,9 milhões de MT de poupanças, incluidos naquele Mapa, em operações financeiras.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Receitas do Estado
Para 2006, foram programadas Receitas do Estado no valor global de 27.017 milhões de Mt,
repartido em 21.852 milhões de Mt de receitas fiscais, 2.222 milhões de Mt de receitas não
fiscais, 2.215 de receitas consignadas e 728 milhões de Mt de receitas de capital.
RECEITAS DO ESTADO - 2006 10^6 Mt
2005 2006 Taxa de Execução variação
RECEITAS DO ESTADO Lei (Dotação % do PIB
CGE Realização 2005 2006 (nom.) (real)
Ajustada)
RECEITAS DO ESTADO 21.627,11 27.016,70 27.536,63 15,53 97,3% 101,9% 27,3 12,4%
Receitas Fiscais 18.709,53 21.851,62 22.084,12 12,46 94,6% 101,1% 18,0 4,2%
Imposto sobre Rendimento 4.430,8 5.781,5 6.339,7 3,58 94,4% 109,7% 43,1 26,4%
Imposto sobre Bens e Serviços 11.884,4 14.520,1 14.484,8 8,17 96,7% 99,8% 21,9 7,6%
Outros Impostos 2.394,3 1.550,0 1.259,6 0,71 85,6% 81,3% -47,4 -53,5%
Receitas Não Fiscais (Incl. Rec. Próp.) 1.496,0 2.221,5 2.645,2 1,49 107,8% 119,1% 76,8 56,1%
Receitas Consignadas 297,9 2.215,2 1.766,7 1,00 78,6% 79,8% 493,0 423,7%
Receitas de Capital 1.123,7 728,4 1.040,7 0,59 164,8% 142,9% -7,4 -18,2%
Da meta programada para 2006, foram cobrados 27.537 milhões de Mt, o que corresponde a
um sobrecumprimento de 1,9% e ao rácio Receita/PIB de 15,5%. Este nível de realização da
receita resultou da implementação de medidas tendentes ao melhoramento da cobrança e do
alargamento da base tributária. Em relação a 2005 o crescimento atingiu 27,3% em termos
nominais e 12,4% em termos reais.
Nas Receitas Fiscais, do objectivo fixado em 21.852 milhões de Mt, foram cobrados 22.084
milhões de Mt, o que corresponde a uma realização gobal de 101,1% e de 12,5% do PIB.
Comparativamente a 2005 registou-se um crescimento de 22,5% em termos nominais e 8,2%
em termos reais.
Nos Impostos sobre o Rendimento, atingiu-se a realização de 109,7%, com um
sobrecumprimento de 45% no Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas e o
subcumprimento de 52,8% e 14,5% do programado, respectivamente, no IRPS e no Imposto
Especial sobre o Jogo.
Nos Impostos sobre Bens e Serviços, da meta fixada em 14.520 milhões de Mt, atingiu-se
uma realização de 99,8%, tendo sido cobrados 14.485 milhões de Mt, isto é, menos 35
milhões de Mt do programado.
O incumprimento nos Impostos sobre Bens e Serviços particularmente no respeitante ao
Imposto sobre Consumos Específicos, deveu-se basicamente à redução, em termos de
valores facturados, quer da produção quer da importação da cerveja e do tabaco, resultante
da verificação da taxa de câmbio média de 24,92 Mt contra a prevista de 25,44 Mt, por um
lado, e a não efectivação da meta prevista das importações e da produção.
Nos Outros Impostos foram cobrados 1.259,6 milhões de Mt, contra a meta fixada em 1.550
milhões de Mt, representando uma realização de 81,3%.
As Receitas não Fiscais, face à meta fixada em 2.222 milhões de Mt, atingiram a realização
de 119,1%, influenciada significativamente pelos graus de realização das Taxas Diversas de
Serviços (119,8%) e Receitas Próprias (129,7%). Face a 2005 as Receitas não Fiscais
cresceram em 76,8% em termos nominais e em 56,1% em termos reais.
Nas Receitas Consignadas foram cobrados 1.767 milhões de Mt, ou seja 79.8% da previsão
de 2.215 milhões de Mt, significando um desvio negativo de 448 milhões de Mt. Porém, em
135
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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relação ao ano anterior, cobrou-se mais 1.469 milhões de Mt, representando um crescimento
em termos nominais de 493,1% e de 423,7% em termos reais.
Do programa fixado em 728 milhões de Mt para as Receitas de Capital, foram cobrados
1.041 milhões de Mt, ou seja, com um sobrecumprimento de 42,9%. Comparativamente a
2005 registou-se um decréscimo em 7,4% em 18,2% em termos reais.
Despesas do Estado
Despesas Correntes
A realização das Despesas Correntes, fixadas em 26.736 milhões de Mt, cifrou-se em 25.657
milhões de Mt, correspondendo a uma execução de 96,0%, resultante, fundamentalmente,
da execução em 97,6% das Despesas com o Pessoal e em 88,0% dos Encargos da Dívida.
Correspondendo à preocupação do Governo de aumentar e melhorar a provisão de serviços
públicos, sobretudo nos sectores da educação, saúde, justiça e legalidade, segurança e
ordem pública e na área da Administração Financeira do Estado, o incremento das despesas
correntes realizadas, face a 2005, foi de 23,1% em termos nominais e de 8,9% em termos
reais.
DESPESAS CORRENTES - 2006 10^6 Mt
2005 2006 Taxa de Execução variação 2005/2006
DESPESAS CORRENTES Lei (Dot. Realizaçã % do PIB
CGE 2005 2006 Nom. Real
Ajust) o
Despesas com Pessoal 10.732,5 13.325,0 13.003,0 7,3 97,2% 97,6% 21,2 7,0%
Bens e Serviços 4.425,1 5.799,0 5.481,6 3,1 83,4% 94,5% 23,9 9,4%
Encargos da Dívida 1.247,8 1.568,0 1.380,0 0,8 97,2% 88,0% 10,6 -1,4%
Transferências Correntes 3.833,0 4.730,1 4.562,3 2,6 95,7% 96,5% 19,0 5,6%
Subsídios às Empresas 221,7 325,0 312,5 0,2 100,0% 96,1% 40,9 24,5%
Outras Despesas Correntes 309,3 866,6 815,2 0,5 51,3% 94,1% 163,6 132,8%
Exercícios Findos 0,0 10,3 3,7 0,0 36,2%
Despesas de Capital 66,5 112,0 99,0 0,1 47,6% 88,4% 48,9 31,5%
TOTAL 20.835,9 26.735,9 25.657,3 14,5 92,2% 96,0% 23,1 8,9%
As Despesas com o Pessoal tiveram uma realização de 97,6%, ou seja de 13.003 milhões de
Mt, tendo-se destinado 12.051 milhões de Mt ao pagamento de Salários e Remunerações e
952 milhões de Mt para Outras Despesas com o Pessoal. Relativamente a 2005 o
crescimento em termos nominais foi de 21,2% e de 7.0% em termos reais.
As despesas com Bens e Serviços registaram uma realização de 94,5%, isto é, de 5.482
milhões de Mt, com um crescimento em 23,9% em termos nominais e de 9,4% em termos
reais.
Os Encargos da Dívida tiveram a realização de 1.380 milhões de Mt, ou seja 88,0% da
dotação orçamental, representando, em relação ao ano anterior, um crescimento em termos
nominais de 10,6% e um decréscimo de 1,4% em termos reais.
As Transferências Correntes alcançaram a realização de 96,5%, isto é, 4.562 milhões de Mt,
com um crescimento de 19% em termos nominais e 5,6% em termos reais, face a 2005, e
repartindo-se em 931 milhões de Mt para Transferências a Administrações Públicas, 183
milhões de Mt para Transferências a Administrações Privadas, 3.351 milhões de Mt para
Transferências a Famílias e 98 milhões de Mt para Transferências ao Exterior .
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Os Subsídios a Empresas atingiram 313 milhões de Mt, ou seja, uma realização de 96,1% do
programado e um crescimento nominal de 40,9% e real de 24,5% em relação a 2005.
A realização das Outras Despesas Correntes foi de 815 milhões de MT, isto é, 94,1% da
dotação orçamental, representando, comparativamente a 2005, um crescimento acentuado,
de 132,8% em termos reais e 163.6% em termos nominais, em consequência da aplicação
dos procedimentos do e-SISTAFE, em que os adiantamentos de fundos se processam
mediante a sua prévia classificação económica, e não globalmente por duodécimos e
classificados provisoriamente em Bens e Serviços como era a prática anterior.
As despesas relativas a Exercícios Findos atingiram, no período em análise, o montante de 4
milhões de Mt, ou seja, apenas 36,2% da previsão orçamental.
As Despesas em Bens de Capital tiveram a realização de 88,4% da dotação orçamental, isto
é, 99 milhões de MT, representando um crescimento em termos nominais de 48,9% e em
termos reais, de 31,5%, em relação a 2005
Despesas de Investimento
A execução das Despesas de Investimento, previstas globalmente em 21.787 milhões de Mt,
situa-se, provisoriamente, em 18.204 milhões de Mt, isto é, em 83,6% da respectiva dotação
orçamental, correspondendo a um crescimento nominal de 13,4% e de 1,9% em termos
reais, em relação ao ano anterior, e repartido em 6.556 milhões de Mt (36%) para a
componente interna de financiamento e 11.638 milhões de Mt (64%) para a componente
externa.
A componente interna de investimento registou uma realização de 100%, correspondendo a
uma taxa de crescimento nominal de 23,5% e real de 9,1% relativamente a 2005. A
realização da despesa financiada pela componente externa, de 76,5%, é provisória,
porquanto decorre ainda a incorporação de informação adicional relativa a despesas cujos
fundos não transitam pela Conta Única do Tesouro. Dos dados já processados, totalizando
11.638 milhões de Mt, 7.530 milhões de Mt foram financiados por donativos e 4.108 milhões
de Mt por créditos.
DESPESAS DE INVESTIMENTO - 2006 10^6 Mt
2005 2006 Taxa de Execução variação
DESPESAS DE INVESTIMENTO Lei (Dot. % do PIB
CGE Realização 2005 2006 Nom. Real
Ajust)
Componente Interna 5.316,7 6.566,0 6.566,0 3,7 92,3% 100,0% 23,5 9,1
Componente Externa 10.739,9 15.221,0 11.638,0 6,6 81,1% 76,5% 8,4 -1,6
Donativos 5.882,0 10.395,0 7.530,0 4,2 77,6% 72,4% 28,0 16,3
Creditos 4.857,9 4.826,0 4.108,0 2,3 85,8% 85,1% -15,4 -23,2
TOTAL 16.056,6 21.787,0 18.204,0 10,3 84,5% 83,6% 13,4 0,1
Os investimentos efectuados foram direccionados e aplicados na construção e reabilitação
de infra-estruturas vitais para a melhoria do bem-estar das populações e promoção do
crescimento da economia.
Execução da Despesa nos Sectores Prioritários do PARPA
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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A despesa realizada nos sectores prioritários do PARPA, em 2006, alcançou o montante de
27.134 milhões de M, isto é, 89,9% da dotação orçamental, com um crescimento em termos
nominais de 12,7% e um decréscimo em termos reais de 0,6%, em relação a 2005.
DESPESAS NOS SECTORES PRIORITÁRIOS DO PARPA - 2006
2005 2006 Taxa de Execução variação 2005/2006
Valores em Milhões de MTn Lei % do PIB
CGE Realização 2005 2006 (nominal) (real)
(Ajustada)
Despesa total (excluindo juros de dívida) 35,646.0 46,955.0 42,482.5 24.0% 88.4% 90.5% 19.2 6.1%
Total da despesa nos sectores prioritarios 24,081.5 30,170.0 27,133.9 15.3% 87.8% 89.9% 12.7 0.6%
Educação 7,267.18 9,405.0 9,132.2 5.2% 92.4% 97.1% 25.7 11.6%
Saúde 4,683.38 6,586.0 5,968.8 3.4% 88.7% 90.6% 27.4 14.2%
Infra-estruturas 6,941.21 7,878.0 6,544.6 3.7% 81.4% 83.1% -5.7 -15.4%
Agricultura e Desenvolvimento Rural 1,713.76 1,979.0 1,608.4 0.9% 87.4% 81.3% -6.1 -15.6%
Governação, segurança e sistema judicial 3,138.26 3,857.0 3,473.1 2.0% 92.0% 90.0% 10.7 -2.0%
Outros sectores prioritários 337.77 465.0 406.9 0.2% 87.3% 87.5% 20.5 6.4%
A repartição percentual definitiva da despesa realizada nos sectores prioritários será a que
for apurada após a conclusão da incorporção da informação adicional relativa à componente
externa do investimento. Até agora, excluindo os Encargos da Dívida, o montante destinado
a estes sectores representa 63,9% da despesa total realizada, tendo os sectores da
Educação, Saúde e Infra-estruturas absorvido, em conjunto, 21.646 milhões de MTn, isto é,
51% da despesa orçamental total, sendo a repartição parcelar de 21,5%, 14,1% e 15,4%,
respectivamente.
DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA DESPESAS NOS SECTORES PRIORITÁRIOS DO PARPA - 2006
variação
2005 2006
2005/2006
Valores em Milhões de MTn (pontos
Lei
CGE Realização percentuais)
(Ajustada)
pp
Como percentagem da despesa total excluindo juros da dívida
Total da despesa nos sectores prioritarios 67,6% 64,3% 63,9% -3,7
Educação 20,4% 20,0% 21,5% 1,1
Saúde 13,1% 14,0% 14,1% 1,0
Infra-estruturas 19,5% 16,8% 15,4% -4,1
Agricultura e Desenvolvimento Rural 4,8% 4,2% 3,8% -1,0
Governação, segurança e sistema judicial 8,8% 8,2% 8,2% -0,6
Outros sectores prioritários 0,9% 1,0% 1,0% 0,1
Como se depreende do Quadro acima, é sobretudo nos sectores de Infra-estruturas, de
Agricultura e Desenvolvimento Rural e de Governação, segurança e sistema judicial que
ainda decorre o trabalho de incorporação da informação adicional relativa à componente
externa do investimento.
Medidas de Política Implementadas
No âmbito do Controlo da Realização da Despesa
Com vista à progressiva melhoria do controlo da execução da despesa, foram realizadas as
seguintes actividades:
138
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Elaboração e apresentação ao Tribunal Administartivo e à Assembleia da
República, dentro do prazo estabelecido por Lei, da Conta Geral do
Estado relativa ao exercício económico de 2005, observando-se os novos
classificadores orçamentais constantes do Regulamento do SISTAFE;
Elaboração e divulgação de regras a observar na introdução do Metical
da nova família e na actualização dos sistemas informáticos de
processamento de salários e pensões, para permitir a dupla indicação
dos valores líquidos e a conversão do Metical em circulação para o
Metical da nova família, tanto pelas instituições do Estado como pelas
empresas;
Integração, no Sistema de Processamento de Vencimentos, das folhas
manuais de salários, anteriormente processadas a nível dos sectores;
Implantação do e-SISTAFE em 12 Órgãos e Instituições do Estado e a
execução directa do Orçamento de Estado em ambiente e-SISTAFE,
bem como da implementação da programação financeira;
Fiscalidade
No domínio da fiscalidade, foram levadas a cabo as seguintes acções:
Operacionalização da DGI e início da da ATM, a par da realização de acções
de formação e capacitação dos funcionários da Administração Tributária em
matérias relevantes para o funcionamento da ATM;
Conclusão do estudo sobre o redimensionamento das áreas fiscais, a criação
de novas áreas fiscais e a extensão do Serviço de Informação ao Contribuinte;
Prosseguimento da implementação dos tribunais fiscais, tendo sido realizadas
provas de conhecimento, testes psicotécnicos e entrevistas para os concursos
de selecção de juizes e início dos trabalhos preparatórios para a elaboração do
Código do Processo Tributário;
Aperfeiçoamento funcional da Administração Tributária, através da:
informatização de UGC´s e DAF´s responsáveis pela cobrança de cerca de
95% da receita e continuação do processo de atribuição do Número Único de
Identificação Tributária (NUIT). Com efeito, em 2006 foram atribuídos 100.227
novos NUIT’s, sendo 96.448 a pessoas singulares e 3.779 a pessoas
colectivas;
Abertura de novos postos de fiscalização, no âmbito do combate ao
contrabando, e respectivas acções de capacitação técnica, nas Regiões Sul,
Centro e Norte, tendo disso resultado 49 apreensões, destacando-se a
apreensão de vários contentores, nomeadamente, com cigarros contrafeitos,
óleo alimentar, electrodomésticos e açúcar e tendo sido recuperados
139
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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aproximadamente 10 milhões de MTn, e a apreensão de 4 viaturas com
matrículas falsas em Nacala e 28 viaturas na Região Centro;
Consolidação da Rede Nacional das Alfândegas (RENA), em matéria de
informática.
Para a implementação do acordo de avaliação de mercadorias, promovido pela
Organização Mundial do Comércio, e formação de equipas especializadas, foram
formados 106 funcionários em auditoria pós-desembaraço; constituídas duas equipas
operativas de auditoria pós-desembaraço e realizadas auditorias experimentais.
No respeitante à instalação de scanners, desencadeou-se: (i) a instalação do primeiro
scanner no Porto de Maputo; (ii) a formação de mais de 60 funcionários operadores
do scanner; (iii) a instalação de dois scanners no Aeroporto de Maputo em Outubro de
2006, sendo um na sala VIP e outro no balcão de check-in de partidas internacionais.
No âmbito da implementação da segunda fase do Porto Seco em Ressano Garcia,
realizaram-se encontros de coordenação das partes interessadas a nível nacional,
incluindo o Governo da Província de Maputo, de que resultou o entendimento e a
adopção de uma plataforma comum de acção. O processo de concessão de terra,
reservada para o efeito, encontra-se em estado avançado, tendo-se ainda verificado
uma clara manifestação de interesse para o financiamento do projecto por parte de
potenciais doadores, nomeadamente, o Banco Mundial, JICA (Agência Japonesa de
Desenvolvimento Internacional), DFID (Agência Britânica para o Desenvolvimento
Internacional) e USAID (Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional).
Infra-estruturas
Na esfera das infra-estruturas, registaram-se os seguintes desenvolvimentos:
Concluiram-se as obras de reabilitação do Posto Fronteiriço de Zóbue, em
Junho de 2006, e lançou-se, no mesmo mês, o concurso público para a
construção do Terminal Rodoviário de Tete, tendo, porém, sido cancelado em
Novembro por as propostas apresentadas terem superado a disponibilidade
financeira prevista, prevendo-se o lançamento de novo concurso em 2007;
Início das obras de reabilitação das futuras instalações da Direcção da Área
Fiscal de Tete;
Estão em curso as obras de reabilitação do edifício da delegação Aduaneira de
Milange.
Cadastro e Registo do Património do Estado
Procedeu-se ao acompanhamento das diversas instituições do Estado com vista à
melhoria do processo de organização do cadastro e inventário do património do
Estado, incluindo o preenchimento de fichas e o levantamento e avaliação dos bens,
140
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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o que permitiu significativa melhoria na obtenção de dados fiáveis e credíveis para a
valoração do património.
No âmbito da gestão patrimonial e com vista à melhoria do processo de cadastro e
inventário ao nível provincial, procedeu-se à recolha de informações necessárias à
elaboração de inventário do Património do Estado e para avaliação e monitoramento
das actividades realizadas ao nível das províncias.
Foram objecto de registo a favor do Estado 202 fogos, o que corresponde a uma
média mensal de 16,8 registos, de entre flats em propriedade horizontal e vertical e
moradias, dos quais 99 localizados na Cidade de Maputo e 103 na Província de
Maputo, contra 231 fogos registados no ano transacto. Foram ainda emitidos 3.650
títulos de imóveis.
Das 12 hastas públicas para venda de bens abatidos previstas, foram realizadas 11,
ou seja, 91,7% do programado, estando em curso o processo de identificação de
espaço(s) para armazenamento de bens abatidos, criação do banco de dados sobre
viaturas alienadas e a criação de arquivo moderno para processos de viaturas
alienadas.
Coordenação da Reestruturação Empresarial
Deu-se continuidade ao processo de alinhamento da legislação nacional, com as
Convenções Internacionais de Kyoto, para a simplificação de procedimentos, tendo
sido aprovados, no II Semestre de 2006, os Regulamentos de: (a) Auditoria Pós-
Desembaraço; (b) Regime Aduaneiro de Cabotagem Marítima; (c) Selagem de
Bebidas Alcoólicas e Tabaco Manipulado; e (d) Lojas Francas.
No âmbito do desarmamento pautal, ocorreu, em Janeiro de 2006, a redução da taxa
de 25% para 20% no comércio com os países da SADC. Foi ainda aprovada a
redução da taxa de 25% para 20% no comércio com outros países bem como a lei de
redução da taxa de direitos aduaneiros por desdobramento pautal a determinados
produtos cruciais para a sociedade e economia moçambicana.
Para a implementação dos acordos sobre o comércio preferencial de que
Moçambique é signatário, foram emitidos Certificados de Origem para os países da
SADC, China, EUA e países da União Europeia. A nível bilateral, foram assinados
acordos preferenciais de comércio com Zimbabwe e Malawi. A implementação do
acordo com Zimbabwe teve início em 2005 e com Malawi em Julho de 2006, tendo-
se efectuado a sua divulgação aos funcionários aduaneiros e aos agentes de
comércio nas Regiões Norte, Centro e Sul do País.
Foram ainda acolhidas a missão de diagnóstico da Organização Mundial das
Alfândegas sobre a Implementação de Padrões de Segurança e Facilitação do
Comércio Global e a missão de diagnóstico da Organização Mundial das Alfândegas
para a realização do estudo do tempo de desembaraço aduaneiro.
141
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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No respeitante à consolidação dos mecanismos de cooperação e consulta com os
países da região sobre informação susceptível de suster a evasão fiscal no comércio
regional, procedeu-se a: (i) assinatura, pelas Direcções Gerais das Alfândegas de
Moçambique e do Malawi, a 4 de Agosto de 2006, dos procedimentos comuns para
implementação do acordo comercial preferencial rubricado entre os Governos dos
dois países em Dezembro de 2005.; e (ii) discussão da 1ª versão do acordo sobre a
matéria com a República de Angola e estabelecimento de contactos com as
Alfândegas da China e do Brasil.
Devido ao nível elevado do comércio entre Moçambique e a África do Sul, Malawi e
Suazilândia, a troca de informação e assistência recíproca com estes países tem sido
frequente.
VII. QUESTÕES TRANSVERSAIS
VII.1 GÉNERO
Durante o ano de 2006 foram desenvolvidas várias acções visando garantir a promoção de
igualdade de direitos e de oportunidades entre homens e mulheres, dentre as quais se
destacaram as seguintes:
No âmbito da Legislação, Politicas e Planos
Aprovada a Política de Género e Estratégia de Implementação (PGEI) ao nível do
Conselho de Ministros, aguardando-se aprovação pelo Parlamento para posterior
regulamentação e divulgação;
Criadas e consolidadas Unidades de Género em 9 Ministérios: Educação e Cultura,
Saúde, Agricultura, Ambiente, Interior, Obras Públicas e Habitação, Defesa, Energia e
Recursos Minerais;
Criadas Unidades de Género em todos os distritos com vista ao aumento de
sensibilidade às questões de género no sector da Educação aliada a acções de
consciencialização das comunidades para oferecer oportunidades iguais às crianças
de ambos os sexos no acesso à educação;
Implantados Conselhos Técnicos para o Avanço da Mulher em todas as províncias. A
título piloto, a província de Tete implantou Conselhos técnicos distritais para o Avanço
da Mulher em 3 distritos – Angónia, Moatize e Cabora Bassa;
Criada a Comissão Preparatória para o estabelecimento da Rede e organizada a 1ª
reunião onde foram apresentadas as propostas de Regulamento e Estatutos da Rede
e a proposta do calendário de actividades até a realização da Assembleia Constituinte
da Rede em 2007; e
Elaborada a brochura sobre “Orçamento de Estado na Óptica de Género” e distribuída
às instituições do Governo, Sociedade Civil e Parceiros de Cooperação.
142
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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No âmbito da Divulgação dos Instrumentos Nacionais e Internacionais de defesa dos
Direitos Humanos da Mulher
Produzidas 1.500 brochuras e CD’s sobre o Inquérito da Violência contra a Mulher em
Moçambique e distribuídas a instituições do Governo, Sociedade Civil e Parceiros de
Cooperação;
Produzidos 500 cartazes sobre a Lei da Família, Violência Doméstica e HIV-SIDA para
todas as Direcções Provinciais;
Realizadas, nas Cidades de Maputo, Chimoio e Tete, debates radiofónicos e
televisivos sobre a violência doméstica;
Criadas 53 novas unidades de atendimento à violência doméstica em todo o País;
Realizadas 4.023 novas sessões de atendimento, uma redução em 25% face as 5.374
sessões realizadas em 2005;
Produzidos os materiais didácticos sobre género e saúde destinados aos
trabalhadores de saúde ao nível de prestação de serviços; e
Reiniciado o programa prático de inclusão da abordagem de género nos cuidados de
saúde primários nos distritos de Mocuba e Morrumbala.
No âmbito da Capacitação e Sensibilização
Nesta componente foram:
Capacitadas 150 mulheres das organizações femininas dos distritos da região Centro
do país em matéria de Género e Violência
Realizadas 35 palestras sobre a violência domestica e papel da mulher nas varias
áreas politica, económica e social. As palestras tiveram lugar na Província e Cidade
de Maputo abrangendo um total de 1958 pessoas de ambos sexos;
Realizadas, nas províncias de Manica e Zambézia, acções de sensibilização e
mobilização de mulheres para aderirem ao associativismo feminino que permita uma
melhor organização para o desenvolvimento de micro-projectos de geração de
rendimentos.
Realizados 3 seminários nacionais de sobre abordagem do género nos áreas de
Educação e Cultura, Energia e Negócios Estrangeiros e Cooperação
No âmbito da promoção de igualdade de oportunidades entre mulheres e homens
Neste âmbito foi:
Assegurada a frequência de 566.030 pessoas no primeiro e segundo anos de cursos
de alfabetização, das quais 339.473 são mulheres;
Fixada uma quota de admissão de 50% de mulheres nos centros de formação de
professores e Magistérios Primários, tendo sido alcançados cerca de 54%;
143
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Alcançada a taxa líquida de escolarização das raparigas de 86.3% no Ep1 contra
81,2% observados em 2005; e
Elevada a participação da rapariga no ensino para:
46,8% a percentagem de raparigas a frequentar o Ep1, contra 46,3% em 2005;
41,9% a percentagem de raparigas a frequentar o EP2, contra 40,8% em 2005;
42,2% a percentagem de raparigas a frequentar o ESG1, contra 41,2% em
2005;
38,9% a percentagem de raparigas a frequentar o ESG2, contra 37,8% em
2005.
VII.2 HIV-SIDA
No âmbito dos esforços visando conter a propagação da pandemia do HIV/SIDA e mitigar os
seus efeitos, foram prosseguidas de implementação do Plano Nacional de Combate ao
HIV/SIDA (PEN II), tendo as intervenções sido nos seguintes domínios: Prevenção,
Advocacia, Estigma e Discriminação, Tratamento, Mitigação do Impacto, Investigação e
Coordenação da Resposta.
Em termos de prioridade, as suas acções de Coordenação da Resposta Nacional foram
orientadas tendo como referencia as taxas de prevalência, os grupos mais vulnerais, a
comunicação, as questões sociais e o impacto criado pelo SIDA nos vários grupos
populacionais em todo o País, tendo desenvolvido as seguintes acções:
Prevenção
A prevenção continua a ser uma das apostas do Governo para reduzir o número de novas
infecções pelo HIV sendo maior preocupação a protecção dos adolescentes e jovens, e
sobretudo aqueles dentro da “Janela de Esperança” através do reforço e expansão, para
todo o país, dos programas educativos e de aconselhamento dos jovens e adolescentes,
tendo sido:
Implantados 36 novos SAAJ’s elevando para 172 o total de gabinetes existentes em
todo o país, o que representa 86% da meta 200 fixada até 2008;
Expandido o Programa Geração Biz para Sofala e Inhambane, cobrindo actualmente
60 Distritos de 9 Províncias do país, tendo construído 45 cantos de aconselhamento,
formado 783 educadores de pares e sensibilizado 456.946 jovens e 368 líderes
comunitários;
Implementado, nas províncias da Sofala, Manica e Zambézia o programa “Meu Futuro
é Minha Escola”, tendo formado 325 educadores de pares e graduado 13.739 jovens;
Expandido, na área de Educação, o programa sobre Saúde Sexual e Reprodutiva para
Adolescentes e Jovens para a província de Sofala e foram criadas condições para a
sua expansão na província de Nampula e Difundido o programa da rádio “Mundo Sem
Segredos” e do “Pacote Básico” nas províncias da Zambézia, Tete e Cabo Delgado; e
144
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Integrados, de forma transversal nas respectivas disciplinas, os aspectos relacionados
com o HIV/SIDA nos currículos do Ensino Básico.
Advocacia
No âmbito da advocacia visando sensibilizar toda a sociedade moçambicana a mudança de
comportamento foram lançadas acções de mobilização das lideranças em todo o país
focalizando os níveis provincial, distrital e local, com a finalidade de garantir que os
projectos a serem implementados alcançam directamente os beneficiários, e contam com
uma maior mobilização comunitária.
Como resultado das acções de advocacia, HIV/SIDA, género e direitos humanos foram:
Mobilizados cerca de 14.000 líderes comunitários contra a meta inicial de 3000 líderes
comunitários, 143 líderes políticos, 500 líderes religiosos e 61 líderes do sector
privado;
Mobilizados, ao mais alto nível, cerca de 125 lideranças e personalidades influentes
ao nível provincial; e
Lançada a Iniciativa Presidencial no combate ao HIV e SIDA por Sua Excelência o
Presidente da Republica e sua replica a nível provincial pelos Governadores e a nível
distrital pelos Administradores. Nos encontros participaram lideres comunitários,
associações de mulheres, associações juvenis, líderes religiosos, líderes do sector
privado, membros dos governos e parceiros governamentais a todos os níveis. As
principais questões levantadas e discutidas inserem-se nos seguintes pontos:
A contribuição dos valores tradicionais e sócio-culturais no combate ao
alastramento do HIV e SIDA;
O papel dos líderes tradicionais e comunitários na luta contra o HIV e
SIDA;
A ineficiência das mensagens que muitas vezes não levam em contra a
realidade (práticas locais) e a língua locais.
Cuidados e Tratamento
Durante o ano em referência, foram reforçados os serviços de saúde orientados também
para as áreas de Prevenção, Cuidados e Tratamento, sobretudo na disponibilização contínua
de informação sobre os perigos do HIV/SIDA e infecções oportunistas, complementada pelo
aumento da disponibilidade e melhoramento do sistema de distribuição e de utilização do
preservativo.
A distribuição de preservativos continuou a ser uma das acções preventivas contra a
transmissão de HIV e ITS mais adoptada no país para a população sexualmente activa.
Como resultado, foram:
Distribuídos cerca de 2.700.000 preservativos por projectos suportados pelo CNCS-
SE e 21.9 milhões de preservativos vendidos a preços subsidiados pela PSI-Jeito,
superando a meta de 23 milhões de preservativos programados;
145
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Notificados 328.860 casos de infecções de transmissão sexual (ITS) em todo o país
dos quais 57.3% dos casos foram registados em mulheres.
Abertos mais 120 locais perfazendo actualmente 150 locais oferecendo o tratamento
ARV e das doenças oportunistas, dos quais 32 oferecem TARV pediátrico,
ultrapassando a meta global de 110 locais previstos para 2006;
Aumentado para 44.100 o número de doentes em TARV dos quais 58% mulheres e
6.11% crianças, contra 27.000 doentes tratados em 2005;
10.763 mulheres grávidas seropositivas e 9.284 crianças filhas de mães seropositivas
receberam profilaxia ARV;
Formados 50 pontos focais das Direcções Provinciais e Distritais de Saúde do pais e
11 Assistentes da Sociedade Civil dos Núcleos Provinciais de Combate ao HIV e
SIDA, pessoal da Sede do CNCS e alguns membros da ANEMO sobre Cuidados
Domiciliários.
Mitigação
Nesta área, foram alocados recursos e incentivados os diferentes parceiros a orientarem
cada vez mais as suas intervenções no reforço da capacidade de geração de rendimentos,
de segurança alimentar, através de sistemas de produção agro-pecuários com culturas de
alto valor nutritivo, para garantir adequado e sustentável apoio nutricional as pessoas em
situação de maior vulnerabilidade, particularmente as PVHS, órfãos vulneráveis, famílias e
comunidades afectadas.
Assim, no âmbito da promoção de acções conducentes ao alívio à pobreza, enquadrada nas
medidas de mitigação das consequências do HIV/SIDA, foram:
Financiados 1.750 subprojectos distribuídos por todas as províncias;
Apoiadas 62.918 COV’s das quais 6.000 crianças em 4.000 famílias substitutas e
biológicas beneficiaram dos 3 serviços básicos de saúde, educação e apoio
nutricional, incluindo fornecimento de kits de material escolar a cada uma dessas
crianças, bem como a promoção de actividades desportivas e recreativas e apoio
habitacional;
Apoiadas 10.000 seropositivos, com vista ao fortalecimento das suas capacidades
para a integração social, formação vocacional em diversas matérias para o auto-
emprego e apoio habitacional;
Apoiadas 8.000 famílias em cerca de 200 projectos com esquemas de geração de
rendimentos, suportando especificamente PVHS e COV’s;e
Prestados cuidados e apoios domiciliários aos infectados e afectados do HIV/SIDA por
1.200 voluntários em todo o país.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Investigação
Nesta área foi realizada a análise dos dados provenientes dos postos sentinela, Ronda de
Vigilância Epidemiológica do HIV/SIDA-2004, com vista a melhorar a recolha e tratamento de
informação relativa as taxas de prevalência na população moçambicana.
Coordenação da Resposta
Para aumentar a capacidade de coordenação da resposta nacional, foram descentralizados
os procedimentos e competências criando mecanismos mais flexíveis de acesso aos
recursos disponíveis a todas as províncias, com especial realce aos núcleos provinciais e 80
Distritos considerados estratégicos, mediante reforço de 33 técnicos para os NPCS, sendo
três por província, dos quais 2 para a área financeira e 1 para a área programática.
Suporte em gestão programática e financeira às organizações da sociedade civil
Capacitadas 346 organizações da sociedade civil, o correspondente a 69% das 500
organizações programadas para 2006, em matéria de planificação e monitoria de
actividades, incluindo procedimentos gerais de gestão de fundos e procurement, em
todo o país, com o apoio dos Núcleos Provincviais de Combate ao HIV-SIDA (NPCS);
Capacitados 20 técnicos de planificação, monitoria, avaliação e estatísticas sectoriais
do Governo Central (MISAU, MIMAS, MJD, INE e Faculdade de Medicina) e
multilaterais (UNICEF, UNAIDS, OMS, USAID e PNUD), com maior enfoque na gestão
de indicadores, monitoria de projectos e de acções pesquisas na área do HIV/SIDA;
Capacitados todos os NPCS e da CAP (Comissão de Avaliação Provincial) em
questões de monitoria e avaliação, análise e enquadramento dos subprojectos tendo
em conta a realidade local, prioridade e cobertura geográfica; e
Formados 159 gestores financeiros, dos quais 118 credenciados para acompanhar a
elaboração e orçamentação de projectos, bem como para fornecer uma assistência
técnica às organizações baseadas na comunidade (níveis abaixo dos postos
administrativos), o que contribui para (i) a melhoria da qualidade dos orçamentos
apresentados aos NPCS, e por consequência, no (ii) maior número de aprovações e
(iii) a melhoria do processo de justificação de contas
Suporte programático e financeiro ao sector público e privado
Neste âmbito, foram Mobilizadas todas as instituições do sector público central, e provincial,
incluindo instituições subordinadas, grandes empresas públicas de maior cobertura
geográfica e populacional e instituições de ensino superior a produzirem os seus planos
operacionais de combate ao HIV-SIDA no sector. Estas instituições foram capacitadas em
matérias ligadas ao HIV e SIDA e sua integração nos planos sectoriais. Como resultado:
Em implementação, ao nível central 30 planos de combate ao HIV-SIDA, dos quais 21
em Ministérios, 5 em universidades públicas (UEM e UP) e privadas ( ISPU e
ISCTEM).
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Para além da acções de sensibilização na maioria dos sectores, sobretudo nos sectores
incluindo, no caso da Agricultura, a sensibilização dos funcionários para os testes de
seroprevalência e treinamento de 435 produtores sobre prevenção e mitigação de HIV/SIDA,
há particular destaque para:
Apoio nutricional aos funcionários infectados e suas famílias no sector dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação e Ambiente;
Apoio directo às viúvas e órfãos de funcionários, incluindo a assistência médica e
medicamentosa, no sector da Ordem Pública;
Em implementação nas Províncias de Maputo Província, Sofala e Cidade de Maputo,
na área do Trabalho, o Projecto sobre Mobilização de Cooperativas, Organizações de
Base Comunitária e Pequenas e Médias Empresas na luta contra o HIV/SIDA no local
de trabalho com enfoque para o sector informal;
Entrada em funcionamento, na área da Defesa, do Hospital de Dia de Nampula e do
GATV de Tete e formação do respectivo pessoal clínico (04 enfermeiros e 04
médicos) para Tratamento com Anti-Retrovirais (TARV) nos estabelecimentos de
saúde militar, 06 Conselheiros Militares os GATV’s de Chimoio e Metangula, 22
formadores de educadores de pares e cinquenta e cinco (55) educadores de pares;
Em implementação, ao nível provincial de 70 planos de combate ao HIV e SIDA nas
direcções provinciais e instituições tuteladas na sua maioria em Maputo Província
(32), Niassa (13) e Cabo Delgado (12), incluindo 2 Administrações Distritais em
Manica;
Aprovados ao nível provincial 544 projectos, na sua maioria em Gaza (119), Tete
(108) e Sofala (88);
Financiados 677 projectos ao nível provincial, na sua maioria na Zambézia (148),
Sofala (122), Maputo Prov (121), conforme mostra o quadro;
Financiados 49 subprojectos do sector privado em matéria de HIV e SIDA visando a
integração das questões de HIV e SIDA nos planos das empresas.
Tabela: Estágio de integração do HIV/SIDA nos planos sectoriais e territoriais (2006)
Planos Planos Planos em Projectos
iniciado Concluído implementaçã Projectos financiado
s s o aprovados s
Total Instituições
Centrais 25 24 30
Ministérios 25 21 21 na na
Instituições Tuteladas 3 3 na na
Universidades Publicas 3 na na
Universidade Privadas 2 na na
Assembleia da Republica 1 na na
Total Instituições
Provinciais 64 127 70 544 677
Niassa 0 13 13 65 13
Cabo Delgado 23 na 12 72 79
148
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Nampula si si si si si
Zambézia 8 13 0 na 148
Tete 0 0 0 108 42
Manica na na 3 na 72
Sofala 0 27 na 88 122
Inhambane 12 12 2 0 30
Gaza 0 40 8 119 na
Maputo Província 21 9 32 0 121
Cidade de Maputo 0 13 0 92 50
VII.3 MEIO AMBIENTE
De modo a garantir a integracão do ambiente nos diversos sectores e áreas de actividade
foram realizadas as seguintes actividades:
Finalizado o 1º Compendio de Estatistica Ambiental em Mocambique;
Iniciada a elaboração do 2º Relatorio Nacional sobre a Integração da Agenda
Ambiental nos Governos Central, Provincial, Distrital, Municipal, Sector Privado e
Sociedade Civil
Estão em curso Projectos demonstrativos, que asseguram a ligacao entre ambiente e
pobreza na Maganja da Costa,Nicoadala,Gurue, Madal e Marromeu;
Realizadas 62 inspeções, sendo 28 em Maputo, 6 em Gaza, 7 em Manica, 8 em Tete,
1 na Zambezia, 4 em Cabo-Delgado entre outros locais.
Gestão dos recursos naturais
Nesta componente destacam-se as seguintes acções:
Emitidas no país cerca de 3.306 licenças para exploração florestal de espécies
nativas, contra as 3.123 licenças emitidas no mesmo período de 2005, na sua maioria
para corte de carvão (1.424) licenças para exploração de madeira em toros (1.250), e
as restantes para lenha (349), estacas (145 para) e licenças para exploração de
bambú (109);
A semelhança de 2005, em 2006, as províncias de Sofala (30%), Zambézia (21%) e
Cabo Delgado (18%) foram as que registaram os maiores volumes licenciados de
madeira em toros; as licencas de carvão estiveram concentradas em Sofala (34%),
Gaza (31%), e Maputo (13%) enquanto as de lenha foram maioritariamente
concentradas em Maputo (24%), Gaza (16%) e Tete (16%). A exploração de lenha e
carvão destina-se ao consumo dos grandes centros, com destaque para a Cidade de
Maputo;
Registados no País 3.017 processos de DUAT, na sua mairia em Maputo (55.7%),
Gaza (8.4%) e Inhambane (7.3%) correspondente a uma área total de 1.083.017.10
ha tendo sido diferidos 2.151 processos correspondentes a uma área de cerca de
407.297.77 ha. Contudo há muitos sujeitos da DUAT que não usam e nem aproveitam
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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a terra segundo o seu plano de exploração apresentado aquando da autorização do
seu pedido;
Feitas 552 consultas comunitárias no processo de pedido de DUAT e 5 delimitações
comunitárias no processo de consultas às comunidades;
Tramitados 17 planos de maneio dos quais 5 foram aprovados e 12 devolvidos por
não reunirem as condições técnicas;
Entregues os 20% das receitas definidos por Lei para 12 comunidades locais da
Reserva Especial de Maputo, distrito de Matutuíne e do Parque Nacional de Bazaruto,
como benefício para as comunidades locais residentes em áreas de conservação e
turismo e aberta conta comunitária para os 7 comités identificados na Coutada Oficial
Nº 9; e
Introduzidas duas espécies de cultura de micro-algas, feita a manutenção, renovação
e limpeza periódica do stock
Redução do impacto ambiental das actividades sócio-económicas
Neesta área destacam-se as seguintes:
Recolhidos e armazenados para posterior exportação 261,5 Toneladas de pesticidas
obsoletos recolhidos em todo o país.
Revisto, na área das Pescas, o Plano Nacional de Controle de Resíduos (PNCR) e
enviados amostras para laboratórios de Portugal e da África do Sul para análise da
presença e concentração de metais pesados, pesticidas e resíduos veterinários;
Realizada análise da relação das condições ambientais e a pescaria de camarão no
Banco de Sofala;
Prosseguida a expansão do abastecimento de água às zonas rurais, com a
construção/reabilitação de furos e poços protegidos e pequenos sistemas de
abastecimento de água para as vilas e sedes dos distritos e saneamento rural,
incluindo nas escolas da Província da Zambézia com a construção de latrina
melhoradas, visando reduzir a ocorrência de doenças causadas pelo deficiente
saneamento e consumo de água não potável pelas populações;
Expandido o fornecimento de energia electrica para 61.872 novos consumidores
domésticos, 5.786 consumidores beneficiaram de energia eléctrica através de grupos
geradores; e 813 consumidores beneficiaram de energia eléctrica através de centrais
a gás natural;
Treinados operadores artesanais em Munhena na província de Manica, em técnicas
de processamento do ouro fora dos leitos dos rios e tendo sido construídos localmente
equipamentos para a utilização do mercúrio em circuito fechado sem afectar o
ambiente;
Realizada a assistência técnicas em Manica, Tete, Zambézia e Nampula através da
colocação de técnicos nos distritos bem como a monitoria da actividade mineira e
gestão ambiental;
150
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Em curso o Estudo do Impacto Ambiental na Bacia do Rovuma com vista a aquisição
de cerca de 3000 Km de dados sísmicos bidimensionais e o reprocessamento de
cerca de 1.500 Km de dados sísmicos bidimensionais pelo consórcio Norsk
Hydro/ENH;
Recrutados administradores para as Reservas Nacionais de Maputo e Chimanaimane
e Parque Nacional de Banhine, e aberto concurso para recrutamento para aqueles de
48 fiscais, um ecologista, um oficial de ligação comunitária, e um oficial de
fiscalização para cada área, no âmbito do reforço das medidas de controlo das
actividades turísticas nas áreas de conservação, nomeadamente, Parques Nacionais
e Reservas;
Elaborada no âmbito da Saúde ambiental a Estratégia sobre a Água e Saneamento; o
Plano Nacional de Contingência para a gripe das aves, os documentos normativos
para as fronteiras, incluindo a formação do pessoal em todas as Províncias;
Realizadas no âmbito da saúde pública, inspecções a empresas do ramo alimentar
incluindo as de engarrafamento de águas, tendo sido interrompidas as actividades de
lgumas empresas que não observam as condições higiénicas e sanitárias mínimas;
Realizado, em conjunto com o sector do Ambiente, a remoção de insecticidas
obsoletos armazenados no Centro de Abastecimento do Ministério da Saúde;
Foram atendidas 8 denúncias, sendo 3 na Cidade de Maputo e 5 na Província de
Maputo. Destas, uma culminou com a paralização da linha de destilação de
aguardentes por estar a degradar o meio ambiente e constituir um atentado à saúde
pública.
VII.4 SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRIÇÃO
As acções realizadas foram orientadas com vista a garantir segurança alimentar e melhorar o
estado nutricional da população, tendo as acções sido focalizadas nas 3 principais
dimensões da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), nomeadamente, disponibilidade,
acesso e utilização dos alimentos.
Disponibilidade de Alimentos
Devido à seca e à estiagem que assolaram o país em 2005, em Outubro do mesmo ano,
cerca de 800 mil pessoas estavam em situação de extrema insegurança alimentar e
nutriconal, e, necessitando de assistência humanitária imediata e programas de mitigação
mais prolongados.
Já em Fevereiro de 2006 a situação tendia a melhorar, embora ainda com casos de atenção
especial e urgente nas zonas costeiras das províncias de Cabo Delgado, Nampula, sul de
Tete e interior de Gaza, onde se observou ocorrência tardia das precipitações mas com
distribuição regular e acesso limitado a alimentos agravado essencialmente pelo deficiente
funcionamento dos mercado nacional.
Em Maio, foram confirmadas as melhorias da segurança alimentar e nutricional dos
agregados familiares, embora com possibilidade de eclosão de algumas bolsas a partir de
Setembro de 2006, devido ao esgotamento das reservas de alimentos. Assim, em Outubro
151
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
________________________________________________________________
de 2006, a situação de Segurança Alimerntar e Nutricional no país era estaável, contudo,
cerrca de 240.000 pessoas se encontravam em em situação de Insegurança Alimentar e
Nutricional Crónica prevendo-se que este cenário prevalesça até Março de 2007.
Para a redução do número de pessoas em estado de vulnerabilidade, contribuiu em grande
parte a disponibilidade de alimentos assegurada pelos elevados níveis de produção agrícola
e pecuária observados na campanha 2005/06 e a contribuição dos produtos pesqueiros.
Com efeito foram:
Produzidos 2.1 milhões de toneladas, de cereais na campanha agrícola 2005/06, um
crescimento de 10% face aos 1,9 milhões de toneladas produzidos em 2004/05. A
produção de mandioca atingiu 7,6 milhões de toneladas, e das leguminosas cerca de
365.000 toneladas, o que representa um aumento de 14% e 9.6%, respectivamente,
face a 2004/05.
Alcançada na Pecuária, a cifra global de 1,512,000 cabeças de gado bovino,
ultrapassando os níveis alcançados pelo pais na década de 80.
Produzidas 13. 514,4 toneladas de carnes bovina, suína e de frango, representando
um incremento de 17,5% face as 11.514,8 toneladas produzidas em 2005. Foram
ainda produzidos 1 250 440 litros de leite e 1 865 394 dúzias de ovos de consumo, o
que representa uma redução de 11.4% no leite e aumento de 5% no volume de ovos
produzidos em 2005.
Produzidas nas Pescas, 91,713 toneladas de pescado, das quais 62,501 toneladas
(68%) de Pesca Artesanal e 27,916 toneladas (32%) da Pesca Industrial e semi-
industrial contra 84,845 toneladas produzidas em 2005, representando um aumento
da disponibilidade de alimentos pesqueiros de cerca de 6 mil toneladas, onde o sector
artesanal contribuiu com um adicional de 4,700 toneladas em relação aos níveis de
2005.
Acesso
Até Outubro de 2006, a maioria dos agregados familiares continuam a ter acesso adequado
aos alimentos uma vez que os principais mercados se encontravam bem abastecidos o que
demonstra uma relativa estabilidade em termos de oferta. Por outro lado, os preços, de um
modo geral se mantiveram estáveis. Entretanto, as reservas alimentares tendem a reduzir ao
nível dos agregados familiares.
Quanto ao milho a campanha agrícola 2005/06 foi melhor que a anterior o que proporcionou
disponibilidade até Dezembro e ligeiras variações de preços, com excepção do 1º
quadrimestre em que geralmente os preços são mais elevados, devido a sazonalidade da
produção.
A partir de Agosto de 2006, os preços do milho eram mais baixos que a média dos preços
praticados o ano passado, o que indica que prevalece uma boa dinâmica entre a procura e a
oferta dos produtos agrícolas, contribuindo para este equilíbrio a redução do escoamento dos
produtos nacionais para os países vizinhos, pois estes também produziram excedentes.
Contudo, há ainda a necessidade de melhorar o funcionamento dos mercados de modo a
assegurar a integração entre as zonas deficitárias (Regiões Sul e partes do Centro) e
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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excedentárias (Região Norte e partes do Centro), para estimular o funcionamento da rede
comercial formal.
Em relação aos outros produtos de consumo, os preços registaram ligeiras variações com
tendências crescente ao longo do ano. Contudo, é de referir que ao contrário dos anos
anteriores a maior parte dos produtos não registou subidas no mês de Dezembro com
excepção de açúcar, farinha de trigo na Zona Sul, açúcar e milho na Zona Centro e açúcar,
farinha de trigo, milho e óleo alimentar na Zona Norte do país que registaram ligeiras
subidas.
Utilização de alimentos
Segundo os dados de análise de vulnerabilidade à Insegurança Alimentar e Nutricional, entre
Outubro de 2005 e Outubro de 2006, a situação nutricional registou melhorias tendo atingido
desde Maio de 2006 níveis aceitáveis devido essencialmente à maior disponibilidades e
acesso aos alimentos ao nível dos agregados familiares, possibilitando a existência de uma
dieta alimentar equilibrada.
Como corolário das melhorias assinaladas, nas regiões Sul e Centro houve aumento do
número médio de refeições consumidas pelos agregados familiares passando-se de uma
refeição em Outubro de 2005 para 2 a 3 em Outubro de 2006. No entanto, a região norte
registou uma redução do número médio de refeições diárias de duas para uma.
Os indicadores de vigilância nutricional, confirmam esses progressos, tendo os níveis de
desnutrição aguda melhorado na maioria dos distritos, em Outubro de 2006, tendo o Índice
de Crescimento Insuficiente nas crianças menores de 5 anos atingido níveis considerados
normal (5.6%), longe do limite de alarme (16-30%), comparativamente a Dezembro de 2005,
onde foram esta atingiu valores relativamente superiores nas províncias da Zambézia (17%),
Sofala (9%) e Nampula (8%).
A desnutrição crónica também melhorou significativamente, pois, o Baixo Peso a Nascença
(BPN), registou uma redução para níveis inferiores a 7%, o limite considerado de gravidade,
contrariamente as taxas registadas em Dezembro em todo país excepto Gaza e Manica
(6%), com picos em Cabo Delgado (16%) e Sofala (12%). Assim, em Agosto de 2006 apenas
alguns distritos das Províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Zambézia e Gaza e
Inhambane apresentavam níveis ainda preocupantes.
Contribui, em parte, para as melhorias no estado nutricional da população, o aumento do
consumo de água potável, fruto do aumento da cobertura no abastecimento de água para a
população, sobretudo rural, com reabilitação/construção de fontes de água.
A situação poderia ter sido melhor não fosse a ocorrência de doenças endémicas,
concretamente o registo de 5.923.857 casos de malária com maior incidência em Nampula
(112.4116) e Gaza (874.302) contra os 5.896.411 registados em 2005; 654.115 casos de
diarreias contra 622.147 em 2005; de 5.559 casos de cólera nas províncias de Sofala
(2.761), Nampula (1.984) Zambézia (751) e Manica (63) contrariamente aos 2079 notificados
em 2005; de 26.873 novos casos de tuberculose contra apenas 3.378 registados em 2005 e;
10.860 casos de SIDA terá afectado o estado nutricional da população.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Assistência alimentar, nutricional e protecção social
Com vista a minimizar as carências alimentares e deficiências nutricionais, foram:
Assistidos cerca de 156.883 pessoas beneficiárias do subsídio de alimentos, apoio
social directo, geração de rendimentos, desenvolvimento comunitário e benefício
social pelo trabalho;
Abrangidas cerca de 80% das pessoas vulneravéis em apoio alimentar canalizado
através dos programas como “Comida pelo Trabalho”, Assistência Geral aos
Vulneráveis e Rede de Segurança Comunitária;
Realizados todo o país, programas de reabilitação nutricional para as crianças
malnutridas e mulheres grávidas desnutridas;
Formados 1.663 formadores em 297 Unidades Sanitárias, sobre o Pacote Nutricional
Básico tanto a nível central como provincial;
Formados formadores e Agentes Comunitários de Saúde sobre o programa de
expansão estratégia de suplementação da vitamina A na comunidade em todas as
províncias.
VII.5 CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Durante o período em análise, foram prosseguidas acções visando a promoção da
investigação, inovaçao e uso das TICs e sua utilização, por todos os sectores da sociedade
como instrumento dinamizador do desenvolvimento sócio-económico e de combate à
pobreza, sobretudo nas comunidades rurais.
Nestes termos, durante o período em análise, foram realizadas ao nível sectorial as
seguintes actividades:
Desenvolvidas aplicações do Sistema de Registo Electrónico de Terras e sua
emigração do Stand-Alone (LAHS) para Web (LIMS/Terras), beneficiando diferentes
instituições/áreas, nomeadamente, Minas, Registo Predial, Identificação Civil,
Impostos e Auditorias;
Iniciados contactos para o desenvolvimento e implementação de aplicações
específicas para as entidades que superintendem nas áreas de solos, florestas e
fauna bravia, águas, minas, turismo, registo predial, para utilização do sistema de
registo electrónico de terras no exercício das suas actividades quotidianas;
Concluído o processo de concepção do Portal do Turismo que irá garantir a cobertura
e maior abrangência do produto turístico comercializável dentro do país;
Concluído o desenho do Modelo Conceptual do SIMAR e iniciado o desenho da base
de dados para pesca a linha na Baía de Maputo, no âmbito do desenvolvimento do
sistema informático;
Produzidos e comercializados 1.435 fogões melhorados sendo 1.000 na Provincia de
maputo (Marracuene e Magude) e 435 na Cidade da Beira;
Distribuídos gratuitamente em Magude, 50 fogões melhorados portáteis para
sensibilização das populações na poupança de energia e renda familiar;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Construídos 160 fornos melhorados, incluindo um forno com capacidade de produção
de 650 peças cerâmicas na Cidade da Beira e formados 160 carvoeiros em
Nhamatanda-sede, Nhamatanda-Mocumbezi, Dondo-sede e Dondo-Savana;
Electrificados, com painéis solares, 100 escolas e 100 centros de saude rurais,
repartidos equitativamente (50%), entre as Províncias de Nampula e Zambézia no
âmbito da utilização de Energias Renováveis;
Identificados os potenciais criadores de gado e seleccionados 4 a beneficiarem dos 4
bio-digestores experimentais no Distrito de Magude, no âmbito da introdução de
Tecnologia de Biogás;
Adquirido, no domínio da Meterogia, um sistema automático de produção e
disseminação de previsões meteorológicas para os utilizadores, incluindo a utilização
da Internet e Tecnologia via satélite em Govuro e Pebane no âmbito do projecto
‘RANET’;
Instalado o equipamento para exploração do sistema de acesso telefónico sem fio na
Cidade de Maputo, na província de Maputo, em Xai-xai, Inhambane, Nampula e
Pemba bem como nos Municípios da Maxixe e Vilankulo e implementada a segunda
fase do sistema VSAT apenas nos distritos de Funhalouro (Inhambane) e Moma
(Nampula);
Realizado o estudo sobre mecanismos eficazes de divulgação dos resultados da
pesquisa na área da saúde, incluindo a utilização da página WEB do sector;
Em curso, no âmbito da valorização das Plantas Medicinais e Medicina Tradicional, o
estudo fitoquímico para a determinação quantitativa de artemisinina presente nas
folhas de Artemísia annua híbrida cultivada no País;
Instalado o Laboratório de Microbiologia no âmbito do ensaio clínico do produto
cubano candidato à vacina da cólera; e
Iniciado o estudo aquícola e hidro-biológico da Baía de Pemba e divulgados dos
resultados da monitorização junto ás comunidades de pescadores ao nível das
províncias de Sofala, Niassa, Zambézia e Nampula.
VII.6 DESENVOLVIMENTO RURAL
Desenvolvimento Rural
De modo a assegurar que as políticas e programas nacionais assumam uma natureza
explicitamente pró-rural, com vista a gerar mudanças no actual padrão de acumulação de
capital na economia nacional, em 2007 será iniciada a implementação da Estratégia de
Desenvolvimento Rural (EDR), orientada para: (i) aumento da competitividade na economia
rural; (ii) gestão sustentável dos recursos naturais e ambiente; (iii) diversificação e coesão do
capital social; (iv) capital humano e tecnologia; (v) eficácia institucional e governação.
Competitividade e a acumulação da economia rural
Com vista ao aumento da competitividade e da acumulação da economia rural, como passo
fundamental para a redução da pobreza rural, bem como para o aumento da sua contribuição
no crescimento da economia nacional foi:
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Lançada a Agência de Desenvolvimento Local (ADEL) de Gaza, elevando para 6 o
número de ADELs existentes no país.
Apoiado, em parceria com os respectivos Governos provinciais, o funcionamento das
Agências de Desenvolvimento Económico Local (ADELs) já constituídas (Maputo,
Sofala, Manica, Zambézia e Nampula) e preparação das condições para a criação
das ADELs em Inhambane, Tete e Cabo Delgado
Implementado o Programa de Apoio aos Mercados Agrícolas (PAMA) em Montepuez,
Balama, Namuno, Chiure e Ancuabe (Cabo Delgado); Cuamba, Maua (Niassa); e
Boane, Moamba e Magude (Maputo), e como resultado foram:
Treinados 6.116 produtores agrícolas, dos quais 1.464 mulheres nas
províncias de Niassa (1.865), Cabo Delgado (3.418) e Maputo (833) e 62
comerciantes rurais das províncias de Niassa (35) e Cabo Delgado (27);
Alfabetizados 3.765 produtores agrícolas, dos quais 1.615 mulheres nas
províncias de Niassa (1.327) e Cabo Delgado (2.438);
Disseminados 178 programas de informação sobre mercados em Niassa
(48) e Cabo Delgado (130) e lançado de um concurso para construção
de 114 km de estrada em Niassa;
Iniciada a disseminação em todo o país da Lei das Associações Agro-Pecuárias (Lei
nº 2/2006) através do programa radiofónico difundido nas línguas Portuguesa,
Changana/Tsonga, Ndau, Sena, Makwa e Ajaua;
Relançada a iniciativa de comunicação em prol do desenvolvimento rural inserida no
Programa de Rede Rural de Rádio e Televisão (RRRTV), incidindo em 20 vilas e
cidades rurais distribuídas pelas nove províncias exceptuando a Cidade e província
de Maputo, numa altura em que já foram instaladas 10 estações nos distritos de
Vilanculos, Marromeu, Chimoio, Chiúre, Angónia, Namialo, Mueda, Mandimba,
Marrupa e Ribaué.
Actividade financeira rural
Nos esforços visando aumentar o acesso ao crédito pelos produtores rurais, elemento
essencial para dinamização e fortalecimento das diversas actividades produtivas rurais, foi:
Criada formalmente e instalada a Unidade de Apoio a Políticas de Finanças Rurais no
âmbito do Programa de Apoio a Finanças Rurais (PAFR);
Realizados três seminários regionais de divulgação do PAFR na Zambézia (Zona
Centro); Nampula (Zona Norte) e Inhambane (Zona Sul);
Iniciada a implementação do Projecto de Desenvolvimento de Pequenos Produtores
Orientado para o Mercado nas Províncias da Zambézia e Tete, tendo sido contrato o
pessoal técnico, incluindo o apoio dos governos locais em dois dois extensionistas
para cada um dos postos administrativos dos distritos abrangidos pelo projecto;
Apoiados 41 intervenientes da comercialização agrícola sendo 30 da Província de
Tete financiados pela GAPI e os restantes 11 intervenientes operam na Província de
Niassa e foram financiados pelo Projecto Malonda;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Financiados 29 projectos com os fundos do FARE, dentre eles 28 cantinas rurais e 1
carpintaria a Província de Manica;
Aprovada uma linha de crédito no valor no valor de 2,0 Milhões de Dólares
Americanos financiar o relançamento da produção do arroz no Chókwé na campanha
agrícola 2006/2007;
Consolidado o sistema de crédito aos agricultores e desenvolvimento agrícola no
regadio de Xai-Xai; e
Realizadas desde Outubro de 2004 118 operações de crédito, sendo 24 em Maputo,
58 em Gaza, 9 em Inhambane, 16 em Manica, 7 em Sofala, 2 em Tete e 2 na
Zambézia, no âmbito do Programa de Relançamento do Sector Privado afectado pelas
cheias do ano 2000 e 2001
Produção, infra-estruturas sociais e produtivas
No âmbito da produção foram:
Distribuídas 782 Juntas de bois em C. Delgado, Zambézia, Sofala e Maputo e 178
Charruas em Zambézia, Sofala e Maputo; 1.253 bovinos em C. Delgado, Zambézia,
Gaza e Maputo, beneficiando 53 associações e 337 famílias; 28 carroças,
beneficiando 26 Associações;
Iniciada a formulação em articulação com as Administrações Distritais de Magude,
Xai-Xai, Zavala, Inharrime e Homoíne, dos projectos de Desenvolvimento Integrado da
Mulher Rural tendo já sido realizados diagnósticos em Magude, Xai-Xai, Chókwè e
Zavala;
Realizado o seminário de avaliação final do Projecto de Desenvolvimento Agrário do
Niassa (PDAN) com a participação dos governos distritais de Lichinga e Sanga,
incluindo a criação do respectivo banco de dados e documentação sobre as
realizações e boas práticas do projecto tendo em vista que outros programas futuros;
e
Lançado o Projecto de Apoio ao Desenvolvimento Rural da Zambézia, confinado ao
distrito de Mocuba e outros distritos adjacentes, no âmbito do apoio finlandês à
agricultura e desenvolvimento rural na Zambézia
Na componente de Infra-estruturas sociais e produtivas foram:
Construídos e/ou reabilitados cerca de 2.546 ha de regadio, correspondendo a um
crescimento de 2% em relação aos 2.500 hectares do ano anterior;
Concluída a reabilitação da infra-estrutura civil da barragem incluindo a montagem de
comportas, incrementando a capacidade de armazenamento da barragem em cerca
de 30% adicionais, estando em curso a fase do teste do primeiro enchimento;
Assinado o memorando de intenções para financiamento da barragem de Moamba
Major no Rio Incomáti, e estabelecido o respectivo grupo de trabalho;
Construídas 81 fontes de água em Nampula (50) e Sofala (31);
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Reabilitados 228 Km de estradas sendo 36 km em Nampula, 50 km na Zambézia em
77 km em Sofala e manutenção de 65 km de estrada em Nampula;
Concluída a construção de 5 escolas em Nampula, 2 na Zambézia e 1 em Sofala;
Construídas oito (8) centros de demonstração em procedimentos de pescado nas
províncias de Nampula e Cabo Delgado;
Iniciada a formulação em articulação com a Administração Distrital de Macia, do
projecto de Promoção de Infra-estruturas e Empresariado Rurais tendo sido realizadas
visitas de diagnóstico ao distrito da Macia, Província de Gaza;
Construídas 328 celeiros melhorados nas províncias de Niassa, Nampula, Zambézia,
Sofala e Maputo; 9 silos e construído 1 mercado em Nhamatanda e em construção 1
em Gorongosa;
Construídos 3.340 tanques piscícolas nas províncias de Cabo Delgado, Niassa,
Nampula, Zambézia, Tete, Manica, Sofala, Gaza e Maputo e 9 capoeiras melhoradas
e incorporadas dentro dos tanques piscícolas em Manica;
Lançado concurso para construção de bancas de fruta com capacidade para 40
vendedores e um sanitário público no Município da Manhiça e outras com a mesma
capacidade e um sanitário público para a Praia de Bilene; e
Lançado o concurso público para construção de um Motel no Distrito de Caia, com
capacidade para 40 camas simples, um restaurante e serviços administrativos
completos.
Acesso a Inovação e Tecnologia
Para garantir a transferência de tecnologias e inovação para o desenvolvimento das zonas
rurais, destacam-se as seguintes acções:
Expandidos os serviços de telefonia móvel para os distritos de Angoche (Nampula),
Cuamba (Niassa), Guruè (Zambézia) e Malema (Nampula) e ao longo dos troços
Inhassoro–Save; Inchope–Muxúngue; Dondo–Caia; Caia–Namacurra; e Namacurra–
Mocuba;
Lançado o concurso para a reabilitação das instalações incubadora de Chokwé, a
localizar se em Nwaxincoloane, no posto administrativo de Lionde;
Implementado o Projecto de construção baixo custo em Boane, tendo sido testados
blocos e matérias de construção de baixo custo; eCriados 3 Centros Regionais de
Ciência e Tecnologia (CRCT´s) nas regioes Sul (Gaza), Centro (Tete) e Norte
(Nampula)
Coordenação, supervisão e apoio institucional
Devido a sua dimensão multi-sectorial, o processo de desenvolvimento rural privilegia a
harmonização das políticas e programas sectoriais, a coordenação e apoio inter-sectorial e
inter-institucional com vista à implementação com sucesso da Estratégia de Desenvolvimento
Rural (EDR), tendo sido:
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Concluída a elaboração da Estratégia de Desenvolvimento Rural (EDR) e da
Estratégia Nacional de Micro-Finanças e dos respectivos pareceres técnicos;
Realizada capacitação piloto da Equipa Técnica Distrital de Planificação, realizada na
província de Inhambane (distrito da Massinga); e
Iniciada a formulação da Política Nacional de Descentralização e do Programa
Nacional Único de Planificação e Finanças Descentralizadas);
VII.7 REDUÇÃO DO IMPACTO DAS CALAMIDADES
Gestão de Calamidades
O Governo prossegui com os esforçoes visando reduzir o impacto negativo das calamidades
naturais sobre a economia nacional e nivel de vida da população, tendo apostado na
Prevenção, Redução da vulnerabilidade e envolvimento dos vários níveis do Governo, das
comunidades e da sociedade civil no comabte as calamidades naturais.
No âmbito de prevenção e aviso prévio
O ano de 2006 iniciou com uma previsão da época chuvosa, indicando, para o período de
Janeiro-Março, chuvas acima do normal para a Região Norte; chuvas variando do normal a
acima do normal na Região Centro e chuvas normais com tendência para abaixo do normal
na Região Sul.
Na Agricultura, estas previsões indicavam que a campanha agrícola 2005/6, poderia ser
relativamente boa em comparação com 2004/5 atendendo à melhoria da distribuição da
precipitação no período Janeiro a Março de 2006, durante o qual previa-se altas
probabilidades de satisfação das necessidades hídricas das culturas, principalmente na
zonas Centro e Norte do país.
Embora as estimativas da produção agrícola em 2005/6, indicam um crescimento de 6% de
cereais, 4% de leguminosas e 5% da mandioca, devido a seca e estiagem de 2005,
estimava-se 801.000 pessoas necessitando da ajuda alimentar em todo o País até Março,
correspondendo a necessidades alimentares avaliadas em cerca de 83.000 toneladas de
produtos alimentares. De uma forma geral, até Março de 2007, o país teria um stocks médio
de cereais de cerca de 237.000 toneladas que se mostra superior em 31.000 toneladas
comparativamente ao período passado, embora com défice na zona Sul e excentes na zona
Norte do país.
De referir que em Fevereiro foi registado um abalo sísmico que teve o epicentro na província
central de Manica e atingiu a magnitude 7,5 graus, trazendo os sismos e tsunamis para a
agenda nacional de gestão de calamidades.
Ao terminar o ano, para o período de Outrubro-Dezembro de 2006, as previsões indicavam
para a Região Norte, a ocorrência de chuvas variando do normal a abaixo do normal; chuvas
variando do normal a acima do normal para as províncias da Zambézia e norte de Tete e
para as restantes partes das regiões Centro e Sul, a ocorrência de chuvas normais com
tendências para abaixo do normal. Nesta altura, número de necessitados havia reduzido para
240 mil pessoas na condição de Insegurança Alimentar e Nutricional crónica, devido
essencialmente ao esgotamento precoce das reservas alimentares nos agregados familiares.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Resposta
Com esta previsão e o cenário descrito, dentre várias acções foram:
Recomendados Governos provinciais das zonas Norte e Centro, condiredas de maior
risco de cheias e inundações a activar atempadamente os mecanismos de alerta e
avisos do risco de inundações e cheias;
Instadas as Administrações Regionais de Águas a operar as barragens com a devida
prudência visando assegurar que exista capacidade para encaixar as ondas de cheias
minimizando-se desta forma os impactos a jusante das barragens;
Implementada a fase piloto de comunicação via telefone celular para transmissão de
dados em cerca de nove estações hidrométricas;
Estabelecida a ARA-Norte em Pemba, adquiridos escritórios próprios para ARA
Centro e em curso a construção dos escritórios da ARA Zambeze;
Reabilitadas 20 postos pluviométricos dos quais 12 na Zona Sul, 5 no Centro, e 3 na
bacia do Zambeze;
Reabilitadas 20 estações pluviométricas sendo 14 na região Sul e as restantes na
Região Centro, 1 estação hidrométrica e manutenção de 4 estações hidrométricas na
Bacia do Zambeze;
Alcançados volumes de armazenamento satisfatórios para a maior parte das
barragens (HCB, Corrumana, Massingir e Pequenos Libombos), com excepção de
Massingir que devido sobretudo as obras de reabilitação, ainda que tenha
ultrapassado os volumes armazenados nos anos passados;
Concluída a reabilitação da Estação Sismográfica de Lichinga cave da Estação
Sismográfica de Changalane e parcialmente concluída a reabilitação do Observatório
Magnético de Maputo e iniciada a aquisição do equipamento mais moderno para as
estacoes de Manica, Nampula e Lichinga;
Inaugurado em Maputo, o Centro de Processamento e Análises de Dados Sísmicos
(CPADS), para processamento centralizado dos dados sísmicos de todo o país e
treinados 9 analistas para o CPADS e operadores para as estações das províncias de
Maputo, Tete, Manica Niassa e Nampula;
Produzida a primeira brochura sobre “Sismos e Precauções”, como instrumento para a
educação cívica, tendo sido distribuída em todas as provincias;
Aprovado pelo Conselho de Ministros do documento sobre o Estabelecimento do
Centro Nacional Operativo (CENOE); tendo sido estabelecidos 3 CENOE em na
cidade de Maputo, em Caia e Vilanculos;
Realizada simulação de ocorrência de ciclones e cheias para ensaiar a
operacionalidade do Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE), em termos
de fluxo de informação dos distritos de Búzi e Caia passando pela província e região
até a sede nacional do CENOE;
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Divulgado o do funcionamento do CENOE nas províncias de Nampula, Cabo Delgado,
Tete, Sofala, Zambézia e Gaza;
Realizadas visitas de troca de experiência com outros país, sendo de salientar,
Portugal, Brasil, Países da América Central (Guatemala, Honduras, Nicarágua), para
recolha de experiências sobre tecnologias para a reabilitação das zonas árida e semi-
áridas. Como resultado, o Brasil disponibilizou tecnologias ligadas ás dessalinização
de águas, de retenção de água a baixo custo, de processamento da mandioca e
processamento e conservação de frutas tropicais;
Assinado um Memorando de Entendimento entre o Governo (INGC) e Guatemala
(CONRED), que permite a troca de experiência, assistência técnica para criação do
Centro Nacional de Operações de Emergência de Moçambique (CENOE) no âmbito
da gestão do risco de calamidades naturais;
Formadas quatro Companhias Especiais, distribuídas pelas cidades de Maputo,
Beira, Quelimane e Nampula para Socorro e Assistência as populações em caso de
calamidades e catástrofes naturais e humanos, incluindo o início da construção de 2
edifícios na Base Aérea de Mavalane para servir de Sala de Operações e
Monitorização.
Mitigação dos efeitos das calamidades
Para reduzir os efeitos das calamidades foram:
Organizadas 50 feiras de insumos em todo país, beneficiando 71.750 famílias e
disponibilizando 132 ton de cereais, 6 de amendoim 20 de feijões e 0.14 de hortícolas.
Distribuídas 43 mil toneladas de alimentos a cerca de 587 mil pessoas, o que
representa uma coberto cerca de 73% dos necessitados;
Iniciadas em 4 distritos localizados em zonas áridas, nomeadamente, Chigubo,
Massangena (Gaza) e Mabote e Funhalouro (Inhambane) acções visando a redução
da vulnerabilidade a seca, nomeadamente:
Feito levantamento, nos 4 distritos, de frutos silvestres (poderão ser utilizados para
produção de sumos, geleias, compotas, frutos secos e derivados e processamento de
alimentos), matéria-prima local, algumas sementes ornamentais e algumas raízes
medicinais;
Iniciada a construção dos Centros de Recursos e de Uso Múltiplo (CERUM),
envolvendo as comunidades locais a formação de associações no fabrico local de
tijolos e associações de empreiteiros locais para futuras construções no respectivo
distrito;
Criados 16 comités de gestão de risco nas comunidades na província de Gaza e 6 na
província de Inhambane com o envolvimento das comunidades na gestão do risco
local;
Lavrados, no distrito de Chigubo 23 ha para a produção de cereais (principalmente
milho) nas localidades de Ndindiza, Saúte e Zinhane e uma horta com 3ha equipada
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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com uma bomba pedestal sob responsabilidade de uma associação maioritariamente
de mulheres, para a produção de hortícolas;
Implantados em Chigubo, 2 pequenos sistemas de irrigação Gota-a-Gota, com
capacidade para irrigar 600m2 a produção de milho e amendoim; e
Construída uma represa em Chigubo, com capacidade de retenção de 27.000m 3 de
água para o abeberamento de animais e utilização para rega.
VII.8 DESMINAGEM
Durante o período em referência, foram prosseguidas acções visando a redução do impacto
da presença de minas anti-pessoal nas comunidades e a prossecussão da meta preconizada
na Convenção de Ottawa, no sentido de o país concluir até 2009 a clarificação de todos os
locais de alto e médio impactos, a destruição de todos engenhos não explodidos, a
inspecção e sinalização de áreas de baixo impacto. Assim, as principais áreas de
intervenção centravam-se à volta de:(i) Desminagem de áreas de interesse socio-económico;
(ii) Educação cívica sobre o perigo de minas; (iii) Assistência às vítimas e sobreviventes de
minas e (iv) Capacitação institucional.
Actividade de Desminagem
Como resultado das acções realizadas em 2006 foram:
Clarificados cerca de 8.3 milhões de m2, na sua maioria em Nampula (3.2 milhões),
Tete (1,9 milhões) e Sofala (1,8 milhões) correspondentes a 114 áreas, contra 17.4
milhões de m2 clarificados em 2005 correspondendo a 293 áreas, o que representa
uma redução em mais de metade (52.3%) a área clarificada em 2005; e
Removidas e destruídas 23,771 minas, na sua maioria em Cabo delgado (23 mil) e
Zambézia (132) e de 1,114 engenhos não explodidos na sua maioria na Zambézia
(485), Sofala (238) e Cabo Delgado (131), o que representa uma redução de 24.1% e
5.8% face as 31.282 minas e 1.182 engenhos não explodidos removidos e destruídos
em 2005.
A redução da área clarificada está associada à redução do número de operadores
humanitários que passou de 5 (APN, PAD, Halo Trust, Handicap, Ronco) em 2005 para
apenas 3 em 2006 (Halo Trust, Handicap, Ronco) tendo esta última encerrado as operações
em Moçambique em Setembro de 2006, nas províncias de Tete e Sofala.
A redução dos operadores deve-se a cessação de operações em 2005 pela APN nas
províncias de Tete, Manica e Sofala (APN) e da PAD nas províncias de Inhambane, Gaza e
Maputo (PAD). A partir de Setembro de 2006 apenas 2 operadores realizavam actividades de
desminagem nas províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia (Halo Trust) e
Manica, Sofala e Inhambane (Handicap), enquanto durante todo o ano não houve acções de
desminagem nas províncias de Maputo e Gaza por falta de operador.
No entanto, para o exercício das actividades de desminagem foram licenciados 3 novos
operadores dos quais 1 humanitário e 2 comerciais, acreditadas duas equipas caninas e
reacreditou outras duas, ambas constituídas por 8 cães e 4 guiões de caninos pertencentes a
Integra Profissional Lda; 2 cães e 7 guiões caninos e reacreditados outros 5 cães todos
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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operadora de desminagem humanitária RONCO; acreditação de 13 ratos detectores de minas
e a reacreditação de outros 12.
Impacto sócio económico (positivos) da desminagem
Os trabalhos de pesquisas, cancelamentos e clarificação realizados constituem uma
contribuição valiosa nos esforços em curso visando a redução dos níveis da pobreza que
afecta as comunidades moçambicanas, pois foi:
Reduzido para 91 aldeias afectadas contra as 174 aldeias minadas ou suspeitas no
em 2005;
Reduzido para 237 o número de áreas minadas ou suspeitas contra 351 áreas
existentes em 2005; e finalmente
Reduzido para 60 milhões de m2 a área minada ou suspeita contra 149 milhões de m2
suspeitos de estarem minados em 2005.
As províncias de Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia apresentam-se hoje
livres de minas.
A implementação do programa permitiu a redução do impacto da presença de minas no país,
aumentando as áreas livres de minas, colocando-as à disposição das populações e dos
sectores económicos, para a condução de actividades económicas e sociais. Terras
agrícolas, infra-estruturas, designadamente, estradas, pontes, linhas-férreas, linhas de
transporte de energia, linhas de telecomunicações e outras de carácter económico e social
foram libertos do flagelo de minas.
Impactos Prevalecente de Minas
Os resultados alcançados até 2006 mostram que:
O país ainda tem 91 aldeias afectadas, compreendendo uma população de cerca de
243 mil pessoas directamente afectadas. Em termos de área, ainda há por clarificar
237 áreas numa extensão de cerca de 60 milhões de m 2;
A província de Inhambane continua a ser a mais afectada em quase todos os pontos
de vista, com 21% das aldeias afectadas, 32% da população afectada e 33% do
número de áreas suspeitas de estarem minadas;
As províncias de Maputo, Inhambane e Gaza constituem os casos mais preocupantes
com 49%, 20% e 19%, respectivamente, de áreas (m2) afectadas, ou seja cerca de
90% de toda a área suspeita de estar minada em todo o país.
Com o processo de visitas às áreas suspeitas, foram:
Identificadas outras 265 novas áreas minadas ou suspeitas, na sua maioria em
Inhambane (87), representando 33% da novas áreas identificadas, seguido de Sofala
e Tete com 16% e 13%, respectivamente.
Em termos cumulativos de um total de 502 áreas com problemas sérios de minas.
163
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
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Acidentes com Minas
Durante o ano em referência foram:
Reportados 18 acidentes com minas e engenhos não explodidos, na sua maioria em
Nampula (4) e Sofala (3), que resultaram em 35 vítimas sendo 33 civis e 2 sapadores,
dos quais 19 mortos, dentre as quais 10 crianças em idade escolar, afectando
maioritariamente as províncias de Nampula (8), Sofala (8) e Manica (6).
Em termos comparativos, houve redução de 21,7% no número de acidentes face aos 18
casos registados em 2005, 38.6% no número de vitimas reportadas em 2005 (57) e em
17.4% no de óbitos (23). Por sexo/idade, as crianças constituem a maioria das vítimas,
ocupando 52,6% dos óbitos seguidos pelos homens (42%) enquanto nos feridos ocupam
42,9%, a mesma percentagem para os homens.
Estas reduções devem-se fundamentalmente ao aumento de terra livre do impacto de minas
bem como o aumento do conhecimento das populações sobre o perigo resultantes das
diversas campanhas de sensibilização realizadas, particularmente em escolas situadas em
zonas afectadas.
Educação Cívica sobre o Perigo de Minas
Tendo em vista a prevenção de acidentes com minas e outros engenhos não explodidos, em
2006 foram:
Realizadas 75 palestras de sensibilização sobre o perigo de minas, beneficiando
37,434 pessoas entre professores, crianças em idade escolar e a comunidade em
geral nos distritos de Murrupula e Rapale (Nampula), Cahora Bassa, Chiuta, Macanga,
Moatize, Mutarara e Songo (Tete), Báruè e Machaze, em Manica e Caia, Chibabava e
Maríngue (Sofala) e Zavala, Jangamo e Vilanculos (Inhambane);
Formados 39 agentes de educação cívica nos distritos de Caia (Sofala) e de Jangamo
(Inhambane);
Treinados 8 formadores de educação cívica sobre o perigo de minas para formar
agentes de educação cívica nas províncias de Inhambane, Manica e Sofala;
Constituídos 10 Comités de Minas nos distritos de Manica (Manica), Caia e Chibabava
(Sofala) tendo os últimos realizado 13 palestras para um universo de cerca de 5.000
pessoas em Chibabava;
Distribuído material de propaganda e de sensibilização sobre o perigo de minas nas
escolas dos distritos de Mocuba, Alto Molócue, Gurué e Mopeia (Zambézia); Erate,
Meconta, Monapo, Mogovolas e Muecate (Nampula); Cuamba (Niassa); Mueda e
Montepuez (Cabo Delgado) e em todas as administrações distritais da província de
Niassa.
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL 2006
ANEXO - MATRIZ REDUZIDA DE INDICADORES PRINCIPAIS
Programa Governo – PARPA Prioridades Indicadores No. Metas alcançadas Metas Anuais
Objectivos Áreas Sub-áreas Objectivos Acções realizadas Real 2006 2006
Estratégicos
Redução da Educação Ensino Primário Escolarização Aprovar, implementar e Taxa líquida de 1a 87.1% 85%
pobreza através universal avaliar o Plano escolarização EP (1+2) -
da orientação Estratégico 2005-2009 Total
privilegiada dos - Aumento do - Implementar o programa Taxa líquida de 1b 83.8% 82%
serviços acesso e redução de construção de escolas escolarização EP (1+2) -
públicos para as das desistências a baixo custo Meninas
populações mais
carentes - Melhoria da - Implementar a estratégia Taxa de conclusão EP2 - 2a 33.7% 34% (2005)
qualidade de formação de Total
- Redução das professores considerando
disparidades de o novo currículo
género
- Aprovar e implementar a Taxa de conclusão EP2 - 2b 27.2% 28% (2005)
estratégia a género Meninas
Saúde Materno-Infantil Redução Aumentar a oferta de Taxa de cobertura de 3 48.4% 51%
mortalidade cuidados obstétricos partos institucionais
materna
Redução Aumentar a cobertura do Taxa de cobertura <1 ano 4 100% 95%
mortalidade Infantil Programa Alargado de DPT3 e HB
Vacinações
Aumentar o acesso Expandir o acesso ao Índice de utilização: 5 1.0 0.94
aos serviços básicos tratamento de qualidade consultas profissionais
de saúde para as doenças externas/habitante
transmissíveis e não
transmissíveis
HIV-SIDA Prevenção Reduzir o número Expandir o acesso à Percentagem (e número) 6 10.763 10% (16,000)
de novas infecções prevenção da transmissão de mulheres grávidas HIV+
de HIV vertical que recebem tratamento
de profilaxia completa nos
últimos 12 meses para
reduzir o risco de
transmissão vertical de
mãe para a criança.
Cuidados Melhorar os Expandir o acesso à Percentagem (e número) 7 44.100 15% (40,000)
clínicos cuidados clínicos terapia anti-retroviral de pessoas com infecção
para as pessoas HIV avançada que
vivendo com HIV recebem o TARV (terapia
anti-retroviral) combinado
segundo os protocolos
nacionais (desagregados
por sexo e por grupos
etários (0-14, 15-24, 25 e +
anos)).
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL – I SEMESTRE 2006
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Programa Governo – PARPA Prioridades Indicadores No. Metas alcançadas Metas Anuais
Objectivos Áreas Sub-áreas Objectivos Acções realizadas Real 2006 2006
Estratégicos
Mitigação do Melhorar a Reforçar os cuidados e Percentagem de COV's 8 6000 5%
impacto qualidade de vida apoios comunitários e abrangidos pelo Plano
das pessoas domiciliários a crianças Nacional de Acção para as
afectadas pelo órfãs e vulneráveis COVs, sem acesso a
HIV/SIDA serviços básicos em 2005,
com acesso a pelo menos
três serviços básicos nos
12 meses anteriores
(desagregados por sexo e
por distrito).
Redução da Infra- Estradas Melhorar a Reabilitar e manter a rede % da rede de estradas em 9 75%
pobreza através estruturas transitabilidade das de estradas boas e razoáveis
da orientação estradas condições
privilegiada dos Água Aumento do acesso Abrir poços, estabelecer % População com acesso 10 42% 42%
serviços novas ligações à agua potável
públicos para as Saneamento Aumento do acesso Latrinas melhoradas, % População com acesso 11 36.5 37%
populações mais fossas sépticas a serviço de saneamento
carentes
Energia Aumento do acesso Novas ligações Numero de novas ligações 12 83.010 30,000
à electricidade
(todas as fontes de
energia)
Género Igualdade de Promoção de direitos e Aprovação e 13 submissão a AR Aprovação e
Género oportunidades entre implementação da politica iniciação de
homens e mulheres e do Género e a Estratégia implementação
integração das questões de Implementação (PGEI)
de género nas politicas,
planos e intervenções de
combate a pobreza.
Promoção do Agricultura e Serviços Promoção da Aumentar a abrangência % explorações agrárias 14 12% 30%
desenvolvimento desenvolvime Agrários produção agrária dos serviços de Extensão assistidas que adoptaram
económico, com nto rural Agrária pelo menos uma nova
prioridade para tecnologia durante os 12
as zonas rurais meses anteriores
e a redução dos Melhorar a cobertura dos % de explorações Agro- 15 879.437 72%
desequilíbrios serviços de sanidade pecuárias que vacinaram (Manica, Tete,
regionais animal gado Gaza e Maputo)
Promover o uso de Área (Ha) de esquemas de 16 2546 ha 3,200
técnicas de rega rega construídos e/ou reabilitadas (com a
reabilitados com recursos excepção das
públicos províncias deCabo
Delgado e Tete)
Gestão dos Acesso a terra Simplificar mecanismos % de processos recebidos 17 70% 95%
Recursos de tramitação do direito e tramitados no prazo de
Naturais de uso e aproveitamento 90 dias
terra
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL – I SEMESTRE 2006
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Programa Governo – PARPA Prioridades Indicadores No. Metas alcançadas Metas Anuais
Objectivos Áreas Sub-áreas Objectivos Acções realizadas Real 2006 2006
Estratégicos
Criação de um Desenvolver o sector privado Estimular a criação Nova Lei de Trabalho e Redução do custo de 18 A ser confirmado
ambiente de emprego no Regulamentos aprovados despedimento (a de base (no fim do 2005)
favorável à sector formal, de acordo com a melhoria 2005)
acção do sector modernizar a pratica do ambiente de negócios
privado de comercio para para todos
melhorar as
actividades
económicas,
simplificar o
processo de registro
de negocio e reduzir
a corrupção.
Melhoria no sistema Numero de dias para se começar um negocio (registo e 19 90 dias
do registo e licenciamento). A ser medida através o relatório do
licenciamento de Banco Mundial "Doing Business Annual report" ( linha de
negócios base do 2005: 153 dias)
Políticas Sistema Melhorar a Fortalecer a capacidade de supervisão do BdM 20 Submissão da
macro- Financeiro intermediação Legislação LFL à
económicas e financeira incluindo AR e
financeiras aquela dirigida às promulgação de
micro, pequenas e regulamentos
medias empresas e Implementar IFRS no sector financeiro 21 actividade em Novo quadro de
agregados familiares curso e só no Contas e
sem acesso à banca proximo ano é que regulamento
comercial será aprovado e tributário
implementado aprovados
Fortalecer a capacidade das instituições micro-finanças 22 Em curso Regulamentos
prudências
aprovados
Melhorar o sector Reforma do sector de seguros 23 Conclusão do
seguros e protecção estudo ‘actuarial’
social sobre sistema de
segurança social
Fortalecer Efectuar uma auditoria forense ao BAu através da PGR 24 O relatório foi Foram tomadas
responsabilidade no submetido a acções de
sector bancário Procuradoria Geral seguimento
da República
Criação de um Políticas Reforma do Elevação da Alocação e execução do Alocação orçamental (no 25 63.9% 65% para as
ambiente macro- Sistema de eficiência e eficácia orçamento orçamento aprovado pela áreas prioritárias
favorável à económicas e Administração da gestão das AR) e execução (de acordo com
acção do sector financeiras financeira do disponibilidades orçamental (como PARPA I)
privado Estado financeiras do apresentado no REO) do
Estado PARPA II Áreas
Prioritárias de acordo com
as metas estabelecidas em
PARPA II
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL – I SEMESTRE 2006
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Programa Governo – PARPA Prioridades Indicadores No. Metas alcançadas Metas Anuais
Objectivos Áreas Sub-áreas Objectivos Acções realizadas Real 2006 2006
Estratégicos
Taxas de execução 26 Taxas de
orçamental para despesas execução
correntes de bens e orçamental para
serviços nas áreas despesas
prioritárias, como correntes de
apresentado no REO bens e serviços
nas áreas
prioritárias ≥
taxas nas áreas
não prioritárias
Taxas de execução 27 Foi descentralizada Taxas de
orçamental para despesas para o ambito execução
correntes no nível provincial a orçamental para
provincial, como execucao despesas
apresentado no REO orcamental da correntes no
(todas despesas correntes) despesa de nível provincial
investimento no ano n >
Taxas no ano n-
1
Aumentar a abrangência Aumentar receitas próprias 28 Receitas
do Orçamento do Estado incluídas no OE próprias para os
Ministérios de
Educação e
Cultura, Saúde,
Agricultura,
Obras Publicas e
Habitação,
Turismo,
Recursos
Minerais,
Juventude e
Desportos
incluídas no OE
2007
Aumentar o numero de 29 Pelo menos um
fundos externos na Conta fundo comum
Único do Tesouro (CUT) maior no CUT
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL – I SEMESTRE 2006
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Programa Governo – PARPA Prioridades Indicadores No. Metas alcançadas Metas Anuais
Objectivos Áreas Sub-áreas Objectivos Acções realizadas Real 2006 2006
Estratégicos
e-SISTAFE Expansão das funções 30 Implantação do Alcançar a meta
básicas do e-SISTAFE e-SISTAFE em para "roll-out"
(tesouro, execução 12 Órgãos e estabelecida no
Orçamental, Instituições do Plano de Acção
Contabilidade) Estado e a 2006-08 (a ser
execução directa aprovado por
do Orçamento de Nov 2005 e
Estado em como anexado
ambiente e- ao MdE
SISTAFE, bem assinado com os
como da doadores)
implementação
da programação
financeira;
Reforma Tributação mais Fortalecimento de A ser decidido antes da 31
Tributária simples e administração tributária Revisão Conjunta 2006
abrangente, justa e
equilibrada Aumento de receitas Receita total em 32 15.50% 14.60%
totais cobradas percentagem de PIB
Procurement Adopção de um Implementar um sistema moderno do procurement de 33 Aprovação do Unidade de
sistema acordo com as melhores práticas internacionais baseado Diploma Ministerial Supervisão de
transparente e no novo regulamento do procurement e em ligação com Nº 141/2006 de 5 Aquisições
eficiente o e-SISTAFE de Setembro, que Publicas (USAP)
estabelece na criado,
Direcção Nacional orçamentado e
do Património do em
Estado a Unidade funcionamento
Funcional de
Supervisão das
Autarquias (UFSA)
e Unidades
Gestoras
Executoras das
Aquisições
(UGEAs),
Auditoria Melhorar cobertura e % dos distritos e autarquias auditadas pelo IGF 34 20%
função das
auditorias internas e Numero de relatórios de auditoria financeira realizados 35 70
externas pelo Tribunal Administrativo
Planeamento e Harmonização dos Assegurar a consistência do PARPA, MTEF, PES e do 36 Em curso Estrutura e
Monitoria instrumentos de orçamento qualidade
médio e curto prazo melhorados do
PES e do
Balanço do PES
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BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL – I SEMESTRE 2006
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Programa Governo – PARPA Prioridades Indicadores No. Metas alcançadas Metas Anuais
Objectivos Áreas Sub-áreas Objectivos Acções realizadas Real 2006 2006
Estratégicos
Criação de um Boa Reforma Sector Desconcentração e Mecanismos de transferências fiscais 37 Em curso Definido o
ambiente Governação, Público Descentralização intergovernamentais definidos para os OLE e critério de
favorável à Legalidade e Municípios. afectação do
acção do sector Justiça orçamento de
privado (Combate a investimento
corrupção) para os distritos
a partir de 2007
bem como a
proporção do
orçamento
executado pelos
Governos
distritais
Politica de descentralização adoptado 38 Estratégia do
Elaborada a PPFD aprovado
estratégia Nacional e em
do PPFD e implementação
apresentada ao (incluindo
grupo técnico no sistema comum
Comité de de Monitoria e
supervisão e no Avaliação).
CC do MPD, esta Esboço da
estratégia orecisa Estratégia de
de ser actualizada Descentralizaçã
a luz da situação o concluída.
emergente e a
avaliação conjunta
do PPFD/PRODER
Esta em curso a
concepção do
Programa Nacional
de Planificação e
Finanças
Descentralizadas
Racionalização de Aprovação pelo governação da politica salarial de médio 39 Em curso Aprovação e
estruturas e prazo (reforma salarial) e a implementação começou a implementação
processos harmonização das tres bases de dados (SIP, TA e em curso
payroll)
Planos de reestruturação acordados dentro do CFMP e 40 Em curso Implementação
o inicio da implementação nas áreas da Saúde, em curso
Educação, Agricultura, MAE, MIC, MF e MPD
Aumento da proporção de novos funcionários no sector 41 Melhorias
publico recrutado na base de concursos públicos realizadas
transparentes
Combate à Aumento de proporção dos casos de denuncia de 42 Ao nível dos Melhorias
corrupção corrupção ao Gabinete Central de Anti-Corrupção que tribunais judiciais realizadas
são concluídos foram tramitados
77 processos
crimes
170
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL – I SEMESTRE 2006
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Programa Governo – PARPA Prioridades Indicadores No. Metas alcançadas Metas Anuais
Objectivos Áreas Sub-áreas Objectivos Acções realizadas Real 2006 2006
Estratégicos
relacionados com a
matéria de
corrupção dos
quais se destacam,
32casos de
corrupção
propriamente dita,
40 casos de
desvios de fundos,
3 casos de crime
de peculato, 1 de o
crime de peita,
suborno e
corrupção, 1 de
crime de
falsificação de
créditos e peculato
de crédito.
Levantamento sobre a corrupção no sistema de justiça 43 Elaborado o Publicação do
(propondo soluções para a simplificação processual e de Código de Conduta 2o estudo sobre
outras causas da corrupção) e recomendações dos funcionários do o perfil dos
implementadas Ministério da Magistrados do
Justiça, para Ministério
reforçar atitude Público e oficiais
laboral, digna, ética de justiça e
e deontológica; recomendações
definidas
Sistema melhorado Abolição da partilha de multas através da eliminação de 44 Definir medidas
de inspecção e todos os decretos especiais para uso directo de multas para abolir a
multas pelos recipientes (ministérios e inspectores) comparticipação
nas multas e
iniciar as suas
implementação
Consolidação da Boa Reforma da Elevar a eficiência Aumentar o número de sentenças judiciais 45 100197 processos 50% (Ano base
Paz, e Unidade Governação, Justiça na provisão de é 2002)
Nacionais, da Legalidade e serviços pelo
justiça e da Justiça sistema judicial Redução do número de % total de presos a espera 46 42% 50%
democracia (Combate a prisioneiros que de julgamento (MINJ e
corrupção) aguardam acusação e MINT)
julgamento
Simplificação e Apresentação dum Aprovação do documento 47 Concluída e em Implementação
maior celeridade no programa de reforma a da visão pelo CM e fase de discussão.
processamento longo prazo incluindo um actualização do PEI e Em preparação o
sistema de planificação, POPEI seminário de
orçamentação e monitoria lançamento da
que dê prioridade à consulta pública da
prestação de serviços do Visão
171
BALANÇO DO PLANO ECONÓMICO E SOCIAL – I SEMESTRE 2006
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Programa Governo – PARPA Prioridades Indicadores No. Metas alcançadas Metas Anuais
Objectivos Áreas Sub-áreas Objectivos Acções realizadas Real 2006 2006
Estratégicos
sector. Consolidar a partir do 48 Implementação
POPEI um sistema Concebido o plano do sistema
harmonizado de M&E. director do sistema, harmonizado de
em curso a criação M&E iniciada
e instalação de
subsistemas de
Monitoria e
Avaliação
identificados
Reformas de leis Reforma do Código de 49 a) Reforma do Código Caso aprovado,
Processo Civil, do Código do Processo Civil iniciado a sua
do Processo Penal, do concluída, reforma implementação
código Penal do Código do
Processo Pena e
do Código Penal
em curso
Reforma a lei orgânica dos 49 b) Lei orgânica dos Caso aprovado,
Tribunais Judiciais tribunais judiciais iniciado a sua
incluindo secções deposita na AR; implementação
comercias, lei orgânica dos Secções
Tribunais Communicatios, Comerciais criadas,
lei do IPAJ em curso a reforma
da lei dos tribunais
comunitários e em
curso a reforma da
lei do IPAJ.
Reforma do Código de 49 c) Concluída e Caso aprovado,
Notariado apreciada pela AR iniciado a sua
implementação
Reforma a Legislação 49 d) Em curso Caso aprovado,
Prisional iniciado a sua
implementação
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