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sao apotamentos relaxionados com assuntos agropruarios de estrema importancia

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Introdução

A abelha é um insecto social, o que significa, que só pode viver no seio de uma família numerosa, também conhecida por colónia
e composta por três castas:

 As fêmeas (a rainha e as obreiras).


 Machos (os zângões).
 Criação (ovos, larvas e ninfas ou pupas).

A apicultura é a ciência, ou arte, da criação e exploração racional das abelhas com ferrão para fins de lazer ou comerciais com o
objectivo de produção de mel, própolis geleia real, pólen, cera de abelha e veneno (apitoxina).

 Apicultura racional: é a criação de abelhas com o objectivo de colher a sua produção sem causar prejuízos à colónia.
 Apicultura migratória: ou móvel é a apicultura caracterizada pela mudança do conjunto de colmeias (apiários) de uma
região para a outra acompanhando as floradas com vista à produção de mel e para prestação de serviços de polinização.
Exemplo: em pomares de fruteiras.
 Apicultura fixa: apicultura em que os apiário permanecem num mesmo local, ou seja, o apiário nāo é deslocado (pelo
menos em curto tempo).

Importância da apicultura na agricultura e na renda familiar

As abelhas são insectos sociais que vivem em colónias que auxiliam o Homem na produção agrícola através da sua acção na
polinização de flores e produção de produtos como o mel, cera, própolis, geleia real e apitoxina. São, sem dúvida, os insectos de
maior utilidade para o Homem e para a preservação da Natureza. Elas vivem em sociedade, são muito organizadas e produtivas.
São insectos sociais porque conseguiram atingir certo grau de desenvolvimento, constituindo-se em comunidades, nas quais
existe uma clara distribuição de tarefas e responsabilidades entre os indivíduos. Todos contribuindo para um fim comum: a
sobrevivência e desenvolvimento do grupo.

As abelhas são muito importantes para a agricultura. Muitas das plantas que o Homem cultiva, especialmente as fruteiras,
dependem dos insectos para a sua polinização. Entre os insectos, as abelhas são. Os polinizadores mais importantes, são fiéis às
flores da mesma espécie e só deixam de frequentar essas flores, quando elas deixam de ter interesse. Do ponto de vista
económico, o mel, própolis, cera, geleia real e apitoxina, são produtos muito procurados para matéria-prima das indústrias
farmacêutica, alimentícia, cosmética e para consumo em forma natural.

A apicultura representa uma actividade de rendimento extra, através da venda do mel ou ainda, pela comercialização de enxames
para os interessados em começar a actividade apícola ou aumentar a criação e promove o desenvolvimento regional.

Algumas vezes as colmeias são instaladas nas plantações por exemplo: de laranjeiras ou outras plantações durante a floração
para fazerem a polinização das flores e garantirem uma colheita mais rica e abundante e depois retiram-se no fim da floração.
Este tipo de apicultura chama-se apicultura migratória.

A polinização é o mecanismo de fecundação das plantas superiores e com ela obtêm-se os frutos e sementes.

As abelhas, para além de fazerem a polinização das flores, também fornecem cera, geleia real, me pólen e própolis. Alguns
destes produtos são alimentos nobres e de alto valor comercial, representa uma importante fonte de rendimento ao apicultor.

O mel produzido pelas abelhas pode ser de dois tipos:

 Mel mono-floral: mel produzido a partir do néctar de uma única espécie de flores, exemplo: mel de laranjeiras ou
eucaliptos.
 Mel poli-floral: mel produzido a partir de néctar obtido de flores de diversas espécies de plantas.

Apiterapia é a outra forma de utilização de produtos derivados das abelhas para tratamento de algumas mazelas. Nestes casos,
são utilizados o mel, o pólen, a geleia real e as apitoxina das picadas das abelhas. De acordo com os apoiantes desta, esta prática
pode curar doenças do aparelho respiratório cardiovascular, genital e gastrointestinal, doenças de ordem neurológica e
dermatológicas, como a celulite, entre outras. Substâncias extraídas da Apis melifera são também utilizadas em preparados da
homeopatia inclusive com o próprio corpo da abelha.

O ramo da toxicologia que estuda as propriedades dos venenos animais tanto para o tratamento de envenenamentos como para
aplicação terapêutica dos seus componentes moleculares, denomina-se toxinologia.

Em Moçambique, o mel é muito utilizado como alimento de paladar especial, mas com frequência para ajudar a curar as tosses e
várias doenças, mesmo que isso não obedeça a uma dosagem definida e sem indicações estabelecidas cientificamente.
A origem da apiterapia moderna remonta ao seculo XIX, quando o médico austriaco Philip Terc,portador de reumatismo, foi
atacado por uma série de abelhas. Depois do ataque, começou a perceber que as suas fortes dores começaram a desaparecer. A
partir de então, começou a estudar o mundo das abelhas. Pensa-se que o mel possui várias propriedades terapêuticas tais como,
combate à anemia, tratamento de infecções bucais, indigestão alimentar, poder de cicatrização, prevenção contra o câncro, entre
outras.

Acredita-se que possuem propriedades anti-inflamatórias, oriundas das apitoxinas, inoculadas na picada. Assim, podem diminuir
o inchaço e aliviar as dores nas articulações em artrites.

Taxonomia das abelhas

As abelhas são insectos pertencentes ao:

 Reino: Animal
 Classe: Insectos
 Ordem: Himenópteros
 Família: Apidae
 Sub-famílias: Meliponinae e Aoinae
 Géneros: Apis,Melfera e Trigona
 Espécies principais: Apis melifera, A.cerana, A.dorsata e A.florea.

Das espécies acima mencionadas, a A.melifera é a abelha doméstica com ferrão mais comum, que é criada em quase todas as
partes do mundo, produzindo a maior parte do mel, geleia real, cera, própolis e pólen comercializados no mundo.

Ciclo de vida das abelhas.

O enxame ou colónia está organizado em castas mas somente a rainha ou abelha-mestra é a mãe da colónia é a única que põe
ovos fecundados e outros não fecundados dos quais nascem as abelhas (zangōes, obreira).Ela pode colocar até cinco mil ovos
por dia. Três dias após a fecundação, a rainha começa a por ovos, colocando um ovo em cada alvéolo.

Durante o seu ciclo de vida, as abelhas passam por quatro estádios muito diferenciados em conformação e tempo que são: ovo,
larva, pupa e adulto. De cada ovo posto resulta numa larva passados três dias de incubação, a qual se transforma em pupa
passados cinco dias metida em geleia real que serve de alimento. A pupa é operculada, isto é, fica em células encerradas e não é
alimentada e, catorze dias depois transforma-se em abelha adulta. Os ovos são formados nos dois ovários da rainha e ao
passarem pelo oviducto podem ou não serem fertilizados pelos espermatozóides armazenados na espermateca

Dos ovos fecundados nascem as abelhas do sexo feminino e os não fertilizados, os zangões que nascem sempre puros de raça.

Castas Ovo (dias) Larva (dias) Pupa (dias) Todas (dias) Vida
Rainha 3 5.5 7.5 16 2-5 Anos
Obreira 3 6 12 21 38-42 Dias
Zangão 3 6.5 14.5 24 80-90 Dias

Estrutura do enxame (organização social das abelhas)

As abelhas vivem em família ou colónia e estão organiza das em castas, com diferentes funções e tamanhos de corpo.

Numa colónia encontramos fêmeas (rainha e as obreiras), Machos (zangões) e a criação (ovos, larvas e pupas).

Rainha

A rainha é a actriz principal, é mais importante da colónia (mãe do enxame). É dela que depende a harmonia dos trabalhos da
família, assim como a reprodução da espécie. Ela é visivelmente maior (mais longa) que as operárias e os zangões. chega a viver
5 anos. A rainha desempenha duas funções principais:

 Do ponto de vista biológico, a sua única função é a postura de ovos, uma vez ser a única na colónia com capacidade
para reproduzir.
 Do ponto de vista social é a responsável pela manutenção do chamado' «Espírito da colmeia», isto é, pela harmonia e
ordem dos trabalhos da colmeia. Tem ferrão, mas só o utiliza na luta com outra rainha.

Rainha zanganeira: quando as reservas de espermatozóides se esgotam, a rainha só põe ovos não fecundados. Esta rainha chama-
se «rainha zanganeira».Neste caso, o ninho possui muita criação de machos.
Zangões.

Estes são indivíduos do sexo masculino. São maiores, escuros, largos e fortes que os outros elementos da colónia, não possuem
ferrão, não colectam pólen ou néctar, não produzem cera e não têm glândulas odoríferas. Eles só têm a tarefa de fecundar a
rainha. Não existem durante todo o ano no enxame, mas só em certas épocas de abundância de flores. Os zangões costumam
agrupar-se em determinados locais próximos às colmeias onde ficam à espera de rainhas virgens para fecundá-las. Quando
localizam uma rainha virgem, partem todos em perseguição da mesma para a cobrição em pleno voo a uma altura superior a 10
metros de altitude. Somente 8 a 10 zangões mais fortes e rápidos conseguem realizar a cópula num voo nupcial e em seguida
morrem.

Obreiras.

Geralmente em número de 40 000 a 60 000 por colónia, realizam todas as actividades com o fim de perpetuar a mesma
(operárias do enxame), como é o caso da produção de favos que albergam a criação, recolha e armazenamento do pólen e néctar
e própolis, produção de mel e cera, alimentação da criação, transportam água, ventilam e guardam a colmeia. São indivíduos do
sexo feminino de porte menor que os restantes membros da colónia e que não se acasalam com os zangões porque o seu aparelho
reprodutor não se desenvolve. Possuem cesta de pólen (corbícula), vesícula melífera, glândula de veneno, glândulas odoríferas e
ferrão. São responsáveis por todo o trabalho realizado no interior da colmeia segundo a tabela que segue:

Idade Actividade
1 a 4 dias Limpeza da colmeia
4 14 dias Alimentação das larvas e cuidar da Rainha. Produção de geleia real.
14 a 18 dias Construção dos favos e das realeiras, trabalham a cera
19 a 21 dias Defesa da colmeia
21 Dias até a morte Colectam néctar, água, polem e resina

Classificação das abelhas.

As abelhas, insectos disciplinados, podem ser classificados de acordo com seus hábitos ou outras conveniências em:

 Sócias: vivem em enxame (muitas no mesmo ninho) onde existe uma divisão do trabalho e separação de castas (rainha,
zangões e obreiras).
 Solitárias: vivem sozinhas e morrem antes que a progénie atinja a fase adulta. Constroem ninhos no chão, em fendas de
pedras, árvores ocas, etc.
 Parasitas: parasitam outras abelhas e sobrevivem recorrendo apenas ao trabalho e alimento que o hospedeiro
armazenou.

Os produtos da colmeia

Mel

O mel é o produto mais conhecido que as abelhas produzem. É produzido a partir do néctar, recolhido pelas obreiras nas plantas
melíferas. O néctar é transportado no papo até à colmeia em quantidade que varia entre 40 a 50 mg por abelha obreira. No papo,
o néctar é misturado com a saliva e enzimas, que têm um papel muito importante na transformação do mesmo em mel.

Segundo a FAO/OMS; mel é a substância açucarada obtida do néctar das flores ou das secreções provenientes de partes vivas
das plantas ou que sobre elas se encontram as abelhas melíferas libam, transformam e combinam com matérias específicas,
armazenando-a nos favos da colmeia.

O mel contém vitaminas, sais minerais, enzimas, proteínas e aminoácidos

Cera.

Além do mel, a cera constitui o produto mais importante da colmeia. É um produto caro e por isso deve ser tratado com muita
atenção.

A cera é elaborada pelas abelhas para a construção e manutenção dos favos (que servem para depósito de mel) das suas colmeias,
e também é aproveitada pelo Homem.

A cera produzida pelas abelhas é utilizada para fabricar lápis de cor, confecção de cosméticos, produtos farmacêuticos e
odontológicos, tintas, lentes telescópicas, mobiliário, material de depilação, para fazer impermeabilizantes, entre outras
aplicações.
Pólen.

Produto importante para completar o crescimento das abelhas novas, para o desenvolvimento completo e funcionamento do seu
sistema glandular bem como para constituição da reserva de matérias gordas. O pólen não é um medicamento mas sim um
alimento que pode ser consumido juntado ao leite ou chá ou misturado na sopa. É indicado como:

 Fortificante geral para desgaste físico e intelectual.


 Descongestiona a próstata, rins e fígado.
 Melhora a pele e fortifica os cabelos.
 Estimula o pâncreas, combatendo a diabetes.
 Favorece a fertilidade.
 Nos transtornos de gravidez e menopausa.
 Nas afecções orgânicas funcionais (coração, estômago, vesícula e digestão)

Própolis.

Produto de origem vegetal que as abelhas colhem nos gomos de determinadas espécies vegetais. As abelhas utilizam-no para
fechar frestas nas colmeias, para soldar peças e componentes móveis da sua moradia. Garante a higiene e pureza das abelhas e do
seu habitat. Contém resinas, óleos essenciais, substâncias cerosas, e ácidos orgânicos. Alguns dos seus constituintes, tem uma
acção anti-bacteriana e antiséptica e tem sido utilizado em pastas e unguentos para o tratamento de diferentes doenças.

Além de propriedades antibióticas, a própolis apresenta acção imunológica, anestésica, cicatrizante e antiinflamatória.
Comercialmente, a própolis é vendida em solução, e em concentrações variáveis. O produto foi testado experimentalmente e
aprovado em doenças como faringites, câncer de garganta, pulmão e infecções, em diferentes concentrações. Outras doenças
comuns que são tratadas com a própolis são: acne, calos, dermatose, verrugas, urticárias, queimaduras, eczemas, furúculos,
herpes, amigdalite, faringite, laringite, piorréia, aftas, rouquidāo, cistite, corrimento, prostatite, vaginite, gripe tosse, bronquite,
úlcera, halitose, colite, etc.

Geleia real.

É o alimento da rainha. Esta é produzida por apicultores especializados.

É um produto natural, segregado pelas glândulas hipofaringeanas das abelhas jovens (com 3a 12 dias de vida adulta)e contém
notáveis quantidades de proteínas (43% a 48%), lipídeos (8% a 11%), carbohidratos, vitaminas, hormonas, enzima, substâncias
minerais, factores vitais específicos, substâncias biocatalisadoras nos processos de regeneração das células que desenvolve uma
importante acção fisiológica. Na colmeia a geleia real é utilizada na alimentação das larvas de abelhas operárias até o terceiro dia
de vida, e das larvas dos zangões. Indiscutivelmente na Natureza não há outro alimento tão rico e poderoso como a geleia real. A
geleia real é utilizada para produção de medicamentos para reconvalescença. Para o Homem, a geleia real tem acção vitalizadora
e estimulante do organismo, aumenta o apetite e tem comprovado efeito antigripal. Não se conhece, na biologia e na medicina,
outra substância com semelhante efeito sobre o crescimento, longevidade e reprodução das espécies.

Apitoxina (veneno das abelhas).

A apitoxina, como é conhecido o veneno, é empregue com sucesso em tratamento contra nefrites e nevralgias, nas afecções
cutâneas, doenças oftálmicas, na redução da taxa de colesterol no sangue e contra a hipertensão arterial.

Ferramentas e equipamentos apícolas.

Qualquer indivíduo que se queira dedicar à actividade apícola, para além de dominar as técnicas e prática da criação de abelhas,
deve conhecer os equipamentos, instrumentos e, principalmente, o vestuário que se utiliza para esta actividade. Para trabalhar
com as abelhas e evitar ferroadas que podem ser fatais quando em número elevado (400) o apicultor deve estar adequadamente
vestido para proteger-se de eventuais picadas. O vestuário para apicultura deve preferencialmente ser de cor branca. As abelhas
não suportam cores escuras.

 Os equipamentos e ferramentas apícolas podem ser divididos em:


 Utensílios e equipamentos de protecção individual (EPIs)
 Equipamentos de extracção
 Equipamentos de envase e conservação
Equipamentos e utensílios de protecção

Compostos por fato-macaco, máscara, par de luvas e um par de botas, fumegador, escova e alavanca.

As botas, o fato-macaco, máscaras e luvas servem para proteger o apicultor das ferroadas das abelhas. As luvas devem ser finas o
suficiente para manter a sensibilidade do tacto do apicultor e preferivelmente devem ser de couro fino branco porque resistem às
ferroadas e permitem a evaporação do suor das mãos. As botas devem ser de borracha e de cor branca, o cano pode ser médio ou
alto.

Fumegador: instrumento obrigatório, serve para reduzira agressividade das abelhas através do fumo criando falsa impressão de
incêndio na colmeia para distrair as abelhas e permitir que o apicultor possa trabalhar com tranquilidade. Pode ser de diferentes
tamanhos mas todos de fole. O material a utilizar para a produção de fumaça devem ser de origem vegetal (serradura grossa de
madeira, palha seca).

Espanador: a escova serve para remover as abelhas dos quadros sem provocar danos. Podem-se utilizar penas de aves ou ramos
de árvores na ausência deste instrumento.

Formão do apicultor: a alavanca, serve para ajudar a abrir o tecto da colmeia assim como descolar as peças da colmeia que se
encontram coladas pelo própolis.

Prensa: ajuda a extrair o mel, comprimindo os favos.

Centrifugador: serve para extrair o mel dos favos desoperculados das colmeias móveis sem causar danos aos favos de forma
que possam ser reaproveitados. Os centrifugadores podem ser de dois tipos: Manuais ou eléctricos e faciais e radiais sendo o
mais recomendado último por permitir retirar o mel em ambas as faces do favo.

Na bancada de desopercular (mesa desoperculadora) realiza-se a desoperculação (remoção da fina camada de cera que cobre os
alvéolos (opérculos),enquanto a faca e o desoperculador eléctrico servem para desopercular.

Desopercular: é a retirada do opérculo, ou seja, a camada que encerra a célula ou o alvéolo.

No tanque decantantador realiza-se a decantação com o fim de reduzir a presença de bolhas de arno mel. O filtro ou peneira
realiza a filtração das impurezas do mel e o maturador é o depósito em que o mel sofre a redução do conteúdo de água. É
importante decantar o mel para garantir que ele não fermente e afecte assim a sua validade.

Pegador de quadros: serve para remover os quadros da colmeia, facilita o seu manuseia e reduz o risco de esmagar as abelhas
obreiras.

Apiário.

Apiário é o local onde está instalado um conjunto racional de colmeias provocando o confinamento das abelhas o local onde se
instalam as colónias.

Localização dos apiários.

A escolha do local para o apiário é muito importante. Dele depende, muitas vezes, o valor duma exploração apícola.

Escolha do local: o local para a implantação dum apiário deve preferivelmente ser: seco, ensolarado, de fácil acesso, próximo de
fontes de água e do pasto apícola e distante de moradias de pessoas e de animais (assegurar 400 a 500 m de distância, Também
deve proteger as abelhas de ventos fortes, correntes de ar, de muito sol e muita humidade. Deve antes de mais ser seguro em
relação a pessoas e animais (ladrões e predadores).

Qualidade da flora melífera dos arredores: os recursos melíferos são muito importantes, porque deles depende principalmente a
produção das colmeias. É importante que o pasto apicola seja diversificado para permitir que as abelhas tenham alimento todo o
ano.

Algumas plantas de interesse apícola (pastos apícolas): abacateiro, café, eucalipto, goiabeira, laranjeira, coqueiro, aboboreira,
girassol, limoeiro, chanfuta, tangerineira, bananeira, leucaena, seringueira, figo selvagem, etc.

Número e posição das colmeias no apiário: não se deve tentar imitar outros apicultores. O número de colmeias do apiário deve
ser proporcional ao fluxo de néctar(capacidade melífera) da sua zona e à capacidade de trabalho do apicultor. Aconselha-se a
instalar entre 5 a 15 colmeias por apiário.

O posicionamento das colmeias no apiário deve ser seguinte: as entradas das caixas orientam-se para o leste ou norte para
proteger a entrada do alvado dos ventos, se a posição for outra, recorrer a barreira natural ou quebra-ventos.
Manter a distância de 1 a 3 metros entre as colmeias, evitar a pilhagem entre os enxames, evitar confundir as obreiras e stressar
as abelhas guardiãs bem como manter a eficiência e agilidade do apicultor.

Cavaletes para as colmeias: as colmeias, devem estar colocadas sobre cavaletes individuais, a uma altura de 60 cm do chão para
evitar a humidade e dificultar a acção de predadores como sapos, lagartixas e outros. Podem ser de metal ou madeira.

Colmeias.

As casas das abelhas permitem classificar a apicultura em:

 Apicultura fixista - é o tipo praticado com colmeias onde as abelhas fixam os favos às paredes interiores da colmeia,
não permitindo o seu maneio. Ex: colmeia tradicional (cortiço das árvores), panelas de barro, etc.
 Apicultura mobilista - é o tipo de apicultura em que são usados os modelos de colmeias em que os favos são móveis,
ou seja, podem ser manipulados e não estão fixos às paredes da colmeia. Neste utilizam-se as colmeias de barras
móveis.

Existem diversos tipos (modelos) de colmeia tradicional e modernos

O cortiço tradicional: é feito de casca de árvores de tronco escavado. É muito utilizado no nosso país por apicultores
tradicionais. Também se utilizam panelas de barro. É barato, fácil de construir mas provoca a morte das árvores e apodrece em
pouco tempo, Neste tipo de colmeia a enxameaçāo é frequente devido à limitação de espaço que é reduzido. No interior dos
cortiços as abelhas constroem favos fixos às paredes, o que os torna inamovíveis. As duas extremidades fecham-se com uma
rodela em palha entrelaçada com uma fenda para a entrada das abelhas. O rendimento destes é de 5 a 10 kg de mel/ano e 1 kg de
cera.

A colmeia de transição: são colmeias com barras móveis compostas por caixa longa com paredes inclinadas ou não em relação
à vertical e o estrado fixo nas paredes. Fácil de construir e com boa capacidade, situa-se entre o cortiço tradicional e a colmeia
moderna de quadros móveis.

A colmeia com quadros: é o modelo mais moderno que existe, o seu fabrico exige alguma perfeição nas medidas das peças e
para obter bons rendimentos requer-se bons conhecimentos técnicos. São colmeias contendo no seu interior quadros com uma
folha de cera moldada. São placas finas de cera sobre as quais está imprimida a forma de alvéolosa A partir destas, as abelhas
constroem as células. Um quadro assim feito denomina-se quadro de cera puxada. Este tipo de colmeias é composto por: estrado,
corpo da colmeia (ninho), prancheta cobre-quadros e tampa exterior.

Maneio das abelhas melíferas

Povoamento das colmeias.

Povoamento é a ocupação de uma colmeia vazia (independentemente do tipo) por enxame.

O povoamento pode ser espontâneo ou forçado:

Povoamento espontâneo: é o tipo de povoamento mais simples. Constatados que existem núcleos de abelhas sem colmeia,
consiste na colocação de colmeia isca no local de passagem delas e esperar que um enxame escolha e ocupe-a. A colmeia isca
deve estar bem tapada, só com uma entrada (coleias de transição) a qual só deve permitir a entrada de abelhas e não de
predadores ou inibidores do povoamento

Povoamento forçado: consiste na captura e colocação dum enxame numa colmeia. Prepara-se uma colmeia com quadros e
favos cortados e colocam-se as abelhas de tal forma que a rainha não saia.

Captura do enxame.

Depois de se localizar o enxame a capturar, é preciso preparar o material a ser utilizado na operação: equipamento de protecção
individual, caixa para a captura, quadros vazios, quadros com cera alveolada, barbantes (cordões) ou elásticos de boa qualidade
para fixar os quadros, serradura grossa, faca, borrifador de xarope, vassourinha de pêlos macios e brancos e duas bacias e panos
para cobrir as bacias.

 A captura do enxame deve ser feita, tal como se deve trabalhar com as abelhas no apiário.
 A captura deve ser sempre que possível em dias claros ou de sol quente. Uma grande parte das obreiras está no campo
colhendo néctar e pólen e isso facilita a operação.
 Ter sempre um colaborador para apoiar o trabalho.
 Ter paciência ao realizar o trabalho, movimentos calmos, cuidadosos e delicados. Evitar gestos bruscos para nao irritar
as abelhas.
 Utilizar sempre o fumegador e nunca dispense a vestimenta apropriada.

Captura de enxames localizados em árvores, beirais, etc.

Enxames nestas situações em geral estão em enxameaçāo, ou seja, em multiplicação da sua colónia. Para a sua captura,
aproxime-se do enxame com a caixa completa, contendo já os quadros preenchidos com lâminas de cera alveolada e previamente
impregnadas com xarope de chá príncipe (chá-baracata).

Molhe as abelhas com o xarope de água e mel, para reduzir a sua agressividade. O ajudante segura a caixa, com a abertura
dirigida para o enxame enquanto o apicultor sacode o «bolo» de abelhas com um golpe rápido para a caixa. Em seguida coloque
a tampa na caixa e feche a entrada com um pano ou esponja. Em seguida coloca-se a colmeia com o enxame no solo, à sombra,
devendo ficar no local para dar tempo às abelhas que ficaram fora de regressarem e entrar na colmeia. A noite, o enxame pode
ser transferido e instalado. Assim, o enxame pode ser colocado em local definitivo e preferencialmente sobre cavalete individual.

Captura de enxames em locais de difícil acesso

Para a operação precisa-se de fumegador já aceso, caixa com quadros vazios, uma faca, espanador e bacia com pano.
Inicialmente fumegue o enxame para que as abelhas abandonem a colmeia e somente fiquem no interior, os favos com crias, as
abelhas nutrizes (que ainda não conseguem voar) e a rainha.

Enquanto o ajudante trabalha com o fumegador,o outro localiza os favos com crias.Eles são a chave da operação, porque uma
vez capturados e transferidos para a caixa, vāo atrair todas as abelhas das colmeias (sāo «isca»).Uma vez localizados os favos
com crias (em geral estão na zona central do ninho), retire-as cortando com uma faca o maior tamanho possivel e encaixe-os nos
quadros vazios e amarre-os firmemente com cordão. Se existirem favos vazios ou contendo mel, distribua-os da seguinte
maneira na colmeia: os favos com cria no centro,os favos vazios ou com pólen no meio e os com mel nas extremidades.
Terminada a transferência dos favos para a sua colmeia, elimine todos os vestígios da moradia anterior. Em caso de sobra de
favos vazios ou com mel, guarde-os na bacia e cubra com o pano. Mantenha a colmeia no local da colmeia inicial até ao fim do
dia para capturar o máximo de obreiras, mantém o alvado na mesma posição da entrada da antiga colmeia. Por fim ao anoitecer
cubra o alvado com uma rede, pano ou espuma para ventilação e leve a sua caixa para o local definitivo.

Junção dos enxames.

Junção de enxames é a operação que consiste em juntar dois ou mais enxames, formando um só mais forte, populoso e
produtivo. Assim procede-se quando os enxames são pequenos, produzem muito pouco, não resistem ao ataque dos inimigos e
não conseguem juntar reservas suficientes para a sua sobrevivência no período sem floração. Os enxames fortes conseguem
manter reservas que Ilhes permitem resistir aos ataques de inimigos e crises.

As abelhas de um enxame conhecem-se pelo cheiro e, quando uma abelha doutra colmeia, por engano ou não entra noutra
colmeia, pode acontecer que: se vem carregada de néctar, as guardiãs deixam-na entrar, mas se vem sem nada, é atacada e morta
se não conseguir escapar.

Para juntar enxames sem que lutem, deve garantir-se a uniformização do cheiro e para isso, existem vários processos.

Um deles utiliza a técnica do jornal para misturar as colónias. Coloca-se o papel de jornal perfurado com a ajuda de uma agulha
ou alfinete (não obrigatório) sobre a colmeia sem prancheta, e sobrepõe-se a outra colmeia. As abelhas vão-se misturar
paulatinamente sem interferência das diferenças do cheiro e elimina-se uma das rainhas. Deve utilizar-se em colmeias instaladas
em locais distantes entre si. Outros processos incluem: união directa, junção na colmeia de transição, uso do xarope de açúcar e
uso da bola de naftalina.

União directa de enxames

O procedimento é o seguinte:

 Remova a rainha da família mais fraca instale a terceira caixa, limpa e sem quadros, entre as duas colmeias.
 Pulverize o interior das duas caixas povoadas com a solução de xarope de mel ou chá príncipe. Impregne os favos e as
abelhas.
 Faça fumaça sobre ambas as caixas, par acalmar e agrupar as abelhas.
 Faça, com rapidez e cuidado, a passagem dos quadros das colmeias povoadas, alternadamente, um por vez. Os favos
com crias devem ser colocados no centro da nova caixa, e os quadros com mel e pólen (caso existam) devem ser
instalados nas extremidades da caixa.
 Substitua os quadros defeituosos, escuros ou contaminados com traças por cera alveolada.
 Use o espanador para varrer as abelhas que ficaram nas caixas para a nova colmeia
 Impregne as abelhas e favos da nova caixa com a mistura do xarope de mel e hortelã ou chá príncipe e tape a caixa.Com
o odor e a humidade do xarope, as abelhas misturam-se e lambem-se.

Inspecção das colmeias.

O papel do apicultor é ajudar as suas colónias a sobreviver nos momentos difíceis, para poder tirar todos benefícios nos melhores
momentos em que as abelhas estão produzindo muito. Para isso, torna-se importante que entenda que as abelhas vivem num
ciclo constante caracterizado da seguinte maneira:

Nos momentos em que a alimentação é escassa, a colónia é estranha, os zangões são expulsos da colmeia, a rainha reduz a
postura e com isso, reduz a produção.

É neste período que o apicultor deve actuar ajudando a sua colónia através das seguintes acções:

 Providenciar alimentação artificial.


 Reduzir a entrada do alvado nos períodos de frio para ajudar a manter a temperatura no interior da colmeia.
 Fornecer lâminas de cera moldada (alveolada) para poupar o esforço das abelhas em produzi-las
 Verificar o estado dos favos.

Com o objectivo de verificar a situação nas colmeias e interferir caso seja necessário, o produtor deve fazer inspecções
periódicas. O trabalho deve ser feito trajando vestuário e portando instrumental próprio em dias quentes e ensolarados e com
ajuda de um colaborador. O trabalho de revisão começa sempre com a fumigação da colmeia e realiza-se aproximando-se pelo
lado de trás da caixa e em posição que não interrompe a linha de voo das abelhas que entram e saem da colmeia em busca de
alimentos. Duas ou três baforadas de fumo branco junto ao alvado são suficientes para a realização do trabalho.

Que controlar nas colmeias?

O trabalho de inspecção das colmeias deve limitar-se ao estritamente necessário com o fim de não prejudicar o desenvolvimento
da família. Por isso, deve-se verificar:

 Disposição dos quadros

Os favos, quer sejam de mel ou de cria, devem estar em bom estado. Substituir todos os favos danificados, escuros, torcidos ou
atacados por traça por outros com cera nova.

 Postura da rainha

Examinar os favos, principalmente os do meio do ninho, onde se desenvolve a família para constatar a presença de larvas e ovos.
Se se constatam favos abertos ou fechados com poucas crias ou ovos depositados, é sinal de que a rainha está cansada ou
decadente e deve ser substituída.

 Espaço para a família se desenvolver.

A falta de espaço na colmeia é uma das causas de enxameação. Se os favos da colmeias estiverem ocupados, com crias ou com
alimentos (mel e pólen),é preciso condicionar mais espaço para a família, ou seja uma caixa extra, com quadros com favos com
cera alveolada para permitir que a rainha aí deposite ovos. Um dos sinais de que a colmeia está lotada é a formação do que os
apicultores designam de «barba» de abelhas: muitas abelhas na entrada da colmeia posicionam-se em forma de cacho
especialmente em dias quentes.

 Colocação de melgueiras

O apicultor deve observar o fluxo de néctar que entra na colmeia e colocar sobre o ninho uma ou duas melgueiras durante o
período de grande produção (primavera). Um sinal importante de falta de espaço é a construção de favos sobre o travessão
superior dos quadros e na tampa.

 Sinais de doenças

A presença de larvas mortas e de abelhas mortas no fundo da colmeia é indicativo da ocorrência de doença no enxame. Colmeia
sem doença está sempre limpa e higiénica.

 Falta de alimento

Nos períodos em que a produção de flores é baixa, especialmente durante a época fria e de muita chuva, verifique se a colónia
tem alimento suficiente. Caso seja necessário, fornecer alimento artificial.
 A cresta (colheita de mel)

Durante a época de abundância (florada),colha o mel que estiver maduro e devolva os quadros, vazios e limpos para a colmeia.
Esta operação deve ser feita quando a maioria das obreiras estiver no campo.

 Controlo de enxameaçāo

Para evitar que uma parte do enxame abandone a colmeia, verifique se há formação de realeiras nas extremidades dos quadros.
Estas têm aspecto de casulo, parecido com a casca de amendoim. Devem ser eliminadas

O apicultor deve realizar visitas com alguma frequência ao apiário para avaliar as condições das colmeias tanto nos períodos de
produção (safra) como na entressafra. No primeiro período fará uma visita semanal no segundo, uma visita mensal.

Alimentação artificial

Nas épocas de escassez de flores é necessário alimentar os enxames, principalmente na época fria. Para garantir a sobrevivência
dos enxames torna-se importante ter colmeias bem vedadas com uma boa reserva de mel nos favos ou recorrer a alimentação
artificial.

Existem dois tipos distintos de alimentação artificial que também servem para os enxames em duas épocas diferentes com os
objectivos de manutenção e estimulante.

Alimentação artificial de manutenção

Serve para a subsistência dos enxames e é fornecido no início e durante os períodos de escassez de flores. Para tal, deve-se
deixar o equivalente a 2 ou 4 quadros de mel, natural ou elaborado a partir de xaropes açucarados, exemplo: 1 a2 kg por colmeia.

Alimentação artificial estimulante

Serve para induzir a rainha à postura e é usada no período que antecede a floração, cerca de 30 dias antes da época local de
floração. É altamente favorável ao crescimento das colónias. O alimento mais recomendado é a pasta energético-proteica,
colocada directamente sobre os cabeçalhos dos quadros de cria em bolsas plásticas com pequenos furos. Os apicultores usam
mais a alimentação líquida fornecida em alimentadores colocados na entrada das colmeias, exemplo: uma ou duas partes de
açúcar cristal misturados com uma parte de água e aquecidos até levantar a fervura e deixar esfriar antes de fornecer. Dar 0.5 a 1
litro para 10 dias.

Alimentadores

Existem diferentes modelos de alimentadores, tanto para alimentação individual como para alimentação colectiva. Podem ser:

 Bandeja: podem ser colocados entre ninho e a melgueira ou no topo das colmeias.
 Cocho (Doolitle): colocados próximo à área de cria, dentro do ninho.
 De alvado (Boardman): acoplada ao alvado e o depósito de xarope é externo e móvel.
 Bolsa plástica: é colocado sobre os quadros do ninho; de onde o alimento é sugado através de pequenos orifícios na face
voltada para baixo.

Enxameaçāo.

É um fenómeno natural responsável pela reprodução dos enxames e é caracterizado pelo abandono da colmeia. A enxameaçāo
começa sempre com a criação de novas rainhas. Na Apis melífera, rainhas adicionais são criadas e antes que estas nasçam, a
rainha velha, arte das obreiras e zangões deixam a colmeia e procuram um novo abrigo para se instalarem. Os factores ligados à
enxameaçāo são de natureza genética e às condições ambientais (florada intensa, falta de espaço ou boas condições na colmeia).

Como evitar a enxameação

 Limpar ou trocar as caixas no início da safra e fazer selecção e rotação dos favos no ninho
 Substituir periodicamente a rainha antiga por uma mais nova, escolhida pela sua produtividade e resistência às doenças.
 Ter o apiário bem localizado e garantir boa ventilação interna durante os meses mais quentes do ano.
 Eliminar larvas e pupas de zangões e trocar os quadros com favos velhos por novos com cera alveolada.
 Eliminar realeiras de enxameaçāo (encontram-se nos bordos dos quadros).
 Aumentar o espaço físico para deposição do mel, acrescentando mais melgueiras.

Deve-se evitar colocar inicialmente os quadros com cera no centro da área de criação do enxame, mas sim nos bordos do mesmo,
após os favos com cria mais externos do ninho, para não dividir a esfera de cria.
Conservação e higiene dos produtos apícolas

O mel é uma concentração de açúcares que as abelhas tratam a partir do néctar que recolhem das flores e partes vivas das
plantas. Apresenta-se em forma líquida ou cristalizada. O néctar recolhido pelas abelhas evolui em três fases seguidas.

 A primeira fase: ocorre no bucho das obreiras, onde elas incorporam fermentos e vitaminas.
 A segunda fase: ocorre nos alvéolos dos favos. Aqui inicia-se a evaporação do excesso de água, desdobramento da
sacarose nos seus açúcares elementares e ocorrem outras reacções que incorporam o aroma e o paladar e por fim o
ácido fórmico que possui acção antisséptica e anti-fernentação.
 A terceira fase: ocorre nos potes, maturadores e decantadores, onde se completa a inversão da sacarose, continua a
eliminação gradual do excesso de água, apura-se o aroma e o paladar e ascensão das bolhas de ar e partículas estranhas.
Completa-se a maturação.

O mel conserva-se nos favos operculados. Depois de retirado dos favos e vazados em recipientes lavados e esterilizados, devem
ser bem tapados, pois absorve facilmente humidade e fermenta por ser muito rico em açúcares. Os materiais utilizados para a
feitura de recipientes devem ser de aço inoxidável, alumínio e plástico apropriado para produtos alimentares, mas as melhores
embalagens são de barro, vidro e plástico. Também se pode utilizar a folha-de-flandres. Quando bem conservado o mel pode
manter-se por muito tempo embora cristalize. A cristalização do mel não significa que o mel esteja deteriorado.

O mel é sujeito a filtragem e pasteurização. A filtração tem o objectivo de eliminar os restos de abelhas, larvas, patas, asas etc. e
a pasteurização visa eliminar possíveis microorganismos contaminantes.

Doenças, parasitas e inimigos das abelhas

Tal como todos os seres vivos, as abelhas também são afectadas por algumas doenças, algumas mais graves que outras e também
por pragas e predadores.

São muitas as doenças e pragas que afectam as abelhas, provocando prejuízos consideráveis. Entre estas iremos estudar as
seguintes:

Doenças das abelhas (doenças da criação)

PodridãoAmericana da cria (loque americana)

É provocada pela bactéria bacillus larvae, que provoca a morte das larvas logo após a operculaçāo. É uma doença muito séria, a
qual pode devastar o apiário não pela morte das abelhas adultas mas sim pelo enfraquecimento da população das colónias.
Observam-se células vazias ou com muitas larvas mortas, opérculos perfurados, rasgados ou roídos pelas obreiras para tentar
retirá-las das células. As larvas mortas tornam-se viscosas e adquirem uma coloração castanho-escura. A doença pode ser
disseminada para outros enxames através da alimentação com mel de proveniência não controlada.

Tratamento: o combate é radical, utilizando-se o fogo (incineração das abelhas, a criação e o mel). 0 Material em madeira deve
ser sujeito a desinfecção com maçarico. Pode-se também fazer um tratamento com antibióticos, por exemplo, as tetraciclinas
(tetraciclina e oxitetraciclina) através dum preparado de 250g de tetraciclina com 1kg de açúcar ou mistura de 7.5kg de açúcar
em pó,250g de oxitetraciclina com água até obter um volume de 15 litros às colónias doentes, suficientemente fortes.

Podridão europeia da cria (Loque europeia)

Causada pela bactéria Streptococcus pluton à qual se juntaria a bactéria eurydice. É uma doença alta- mente contagiosa e que
causa elevados prejuízos às abelhas. É menos severa que a loque americana. As larvas são as mais susceptíveis devido à
multiplicação das bactérias no seu intestino. O sintoma mais evidente da doença, é o aspecto «perfurado» dos favos, ou seja,
células operculadas e outras não operculadas, por causa da morte das larvas novas. As larvas mortas e não retiradas tomam cor
escura enquanto que as larvas mortas na criação operculada tomam consistência gomosa e por vezes estiram-se em filamentos
elásticos e com cheiro ácido.

Tratamento: o combate é a eliminação dos quadros atacados, os quais não devem passar para outras colmeias para evitar o
alastramento da doença. Por vezes pode curar-se sem medicação mas caso seja necessário, pode recorrer-se à receita da podridão
americana.
 Cria ensacada

Causa provável: vírus

É doença infecciosa benigna, que não destrói toda a colmeia, apenas enfraquece a colónia, Afecta a criação operculada. As larvas
morrem sempre após a percolação e os restos mortis são escuros, mas nunca apresentam filamentos. Quando retirados,
apresentam o aspecto de pequenos odres cheios de líquido.

Tratamento: não existe combate eficiente da doença e quase sempre desaparece no início da floração

 Micoses

Doenças causadas por fungos. Conhecida por criação gessa ou criação calcificada, causada por Ascophaera apis.

Sintomas: afecta as larvas e os sintomas encontram-se na criação da periferia. As larvas infectadas morrem após a percolação e
transformam-se em múmias. A sua côr é branca-amarelada ou verde escura.

As larvas mortas tornam-se quebradiças como gesso. Em casos graves encontra-se criação em mosaico.

Tratamento: não existem medicamentos eficazes.

Parasitas das abelhas.

 Nosemose.

Doença das abelhas muito conhecida no mundo causada por um protozoário Nosema apis, que se multiplica nos intestinos da
abelha provocando graves distúrbios digestivos, principalmente diarreia, levando a que o fundo da colmeia se apresente sujo de
fezes. A rainha suspende a postura e é substituída pelas obreiras.

Tratamento: é uma doença que pode ser prevenida utilizando a fumagilina. Isolar as colmeias sadias, evitar águas estagnadas
próximo do apiário e limpeza e desinfecção rigorosas das colmeias que abrigaram o enxame doente. O tratamento pode ser
efectuado com um antibiótico e o mais usual é o Fumidil Bapós a colheita do mel.

 Acariose.

Doença provocada por um ácaro acarapis woodique que se aloja na traqueia das abelhas obstruindo a respiração e provocando a
sua morte. As abelhas afectadas são encontradas a arrastarem-se no chão sem conseguir voar.

Tratamento: faz-se com recurso a solução de Hichard Frow à base de nitrobenzeno, gasolina e óleo safro.

 Varroose.

É uma doença provocada por um ácaro denominado Varroa jacobsoni que nasce nas células de zangões, que parasita abelhas
adultas sugando a sua hemolinfa. A doença encontra-se espalhada pelo mundo. Não se sabe se ocorre no nosso país. O parasita
alimenta-se de hemolinfa das obreiras e nas células alimenta-se de pupas. É visivel a olho nú e possui colo ração castanha
avermelhada. De início a doença passa despercebida mas com o andar do tempo, podem aparecer abelhas nascidas com asas e
patas deformadas. A criação pode morrer depois da operculaçāo.

Tratamento: pode-se recorrer às seguintes drogas: Fol-bex V,Apitol. Podem também utilizar-se alternativamente o ácido fórmico
(sobre placas absorventes),fenotiazina,Amitraz, Perizin e Apistan.Eliminar as células dos zangões durante a inspecção.
Borrifadas com fumaça de tabaco também são eficazes.

 Piolho da abelha.

Insecto globoso de coloração castanha avermelhada com três pares de patas. Expolia o alimento directamente da língua das
abelhas. Os piolhos que eclodem de ovos postos na superfície dos opérculos penetram por galerias no opérculo e alimentam-se
de mel.

Tratamento: fenotiazina, tratamento com fumaça de folha de tabaco.

 Inimigos das abelhas

Falsas tinhas

Causadas por borboletas cujas larvas podem fazer galerias e alimentar-se de cera. Suas ninfas escondem-se em casulos sólidos
incrustados nas paredes da colmeia, quadros, pranchetas, etc. destroem favos e impedem a eclosão de novas crias devido aos fios
de seda que tecem que impedem a saída das larvas das células.
Tratamento: limpeza regular dos tabuleiros das colmeias, incinerar enxofre nos locais de armazenamento dos quadros e limpeza
e desinfecção regular do material de madeira pelo fogo. Manter colónias fortes, evitar ter muitos quadros e armazenar os quadros
em locais fechados.

Predadores da abelha

 Homem

Considerando que o Homem, por maneio inadequado pode conduzir a morte das abelhas, interessado somente em explorá-las,
pode ser considerado um «inimigo». Os caçadores de mel em colmeias alheias que queimam, destroem e vandalizam os apiários
constituem uma praga sem controlo para as abelhas.

 Formigas

Roubam mel ou devoram as larvas e abelhas, são um perigoso inimigo dos enxames. Manter os arredores do apiário limpos e se
possível relvados, colocar os pés (cavaletes) da colmeia dentro de recipientes com óleo, colocar estopas impregnadas de óleo, em
cada pé e a 20 cm do solo com protecção em cima com isoladores tipo funil, em cada pé da colmeia.

 Aranhas

Prendem as abelhas em suas teias e sugam-nas até ficarem secas. Como prevenção, as colmeias devem ser colocadas em local
exposto ao sol.

 Pássaros.

Pássaros como pica-paus, andorinhas abelharuco (Merops superciliosus) e outros são perigosos para as abelhas. Caçam-nas
principalmente quando têm filhotes e afastá-los usando espantalhos, armadilhas.

 Ratos

Alimentam-se de mel e das abelhas. Devido ao mau cheiro que causam na colmeia, as abelhas acabam abandonando o local.
Prevenir a sua entrada colocando rede de 0.50x0.50 cm ou então utilizar iscas com rodenticidas, armadilhas, etc.

 Traça da cera

A Traça da cera é a pior praga das colmeias, porque as abelhas não as podem combater nem livrarem-se delas. Atacam os favos e
suas larvas, penetram e roem a cera, e também roem as madeiras. Provocam o abandono da colmeia pelas abelhas quando a
infestação é severa. Inspecção regular das colmeias para destruir as traças que aparecem, derreter os favos velhos ou usados,
proteger em pacotes a cera a ser guardada são precauções importantes para evitar o ataque pelas traças.

 Lobo das abelhas e vespas

A vespa Palarus latifrons é um grande inimigo das abelhas que as utiliza na alimentação das suas crias. Os seus ataques
interrompem a actividade das colónias uma vez que as abelhas não podem sair da colmeia devido ao medo de serem injectadas e
paralisadas. Actuam mais na época quente e nas horas mais quentes do dia. Não existe controlo eficaz.

 Besouros

Roubam o mel e danificam os favos. Não deixar aberturas de entrada muito altas nas colmeias, aplicar rede com furos que não
permitem a sua passagem ou pregos ao longo de toda a entrada, dispostos paralelamente (6mm de intervalo).

 Gala-gala

Consumidor de abelhas por excelência, abriga-se junto aos apiários. Trepa as paredes das colmeias e caça as abelhas. Destruir os
seus esconderijos é a forma de combatê-lo.

Economia e legislação apícola

A apicultura é uma actividade que é praticada em paralelo com outras actividades do ramo agrário em particular com a produção
de cereais, oleaginosas, fruteiras e plantações florestais que possuem potencial para a produção de mel e, por isso mesmo, o seu
desenvolvimento deve ser levado a cabo tendo em consideração a legislação específica para actividade bem como outras leis
relacionadas, nomeadamente as lei de terras, regulamento sobre florestas e fauna bravia, lei do ambiente,etc. cuja consulta ou
estudo deve ser realizado por qualquer indivíduo que queira iniciar-se na actividade para que possa agir em conformidade com a
mesma.
A apicultura pode ser uma actividade económica importante pois os seus produtos podem constituir uma fonte de rendimento
através da comercialização, não só do mel mas também da cera, própolis, importantes na alimentação dos Homens bem como
matérias-primas para muitas indústrias, exemplo: farmacêutica, de cosméticos, etc.

Também tem um papel fundamental na produção de culturas de polinização cruzada em que ajudam na fecundação e produção
de grãos e frutos que posteriormente serão comercializados dando receitas para o país e para os produtores.

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