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Aula 4 - Obrigação Tributária (Ok)

O documento aborda a obrigação tributária, definindo-a como uma relação jurídica entre credor (sujeito ativo) e devedor (sujeito passivo), com foco em suas características e tipos: principal e acessória. A obrigação principal envolve o pagamento de tributos ou multas, enquanto a acessória refere-se a ações que auxiliam a arrecadação e fiscalização, sem envolver pagamento direto. O texto também discute o fato gerador da obrigação tributária, que é a concretização de uma hipótese de incidência prevista na lei.

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O documento aborda a obrigação tributária, definindo-a como uma relação jurídica entre credor (sujeito ativo) e devedor (sujeito passivo), com foco em suas características e tipos: principal e acessória. A obrigação principal envolve o pagamento de tributos ou multas, enquanto a acessória refere-se a ações que auxiliam a arrecadação e fiscalização, sem envolver pagamento direto. O texto também discute o fato gerador da obrigação tributária, que é a concretização de uma hipótese de incidência prevista na lei.

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Aula 05

TRF 3ª Região (Analista Judiciário - Área


Judiciária) Direito Tributário - 2024
(Pós-Edital)

Autor:
Fábio Dutra

25 de Abril de 2024

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Fábio Dutra
Aula 05

Índice
1) Obrigação Tributária - Aspectos Gerais
..............................................................................................................................................................................................3

2) Fato Gerador da Obrigação Tributária


..............................................................................................................................................................................................8

3) Elisão, Evasão e Elusão Fiscal


..............................................................................................................................................................................................
15

4) Sujeitos da Obrigação Tributária


..............................................................................................................................................................................................
19

5) Solidariedade em Direito Tributário


..............................................................................................................................................................................................
26

6) Domicílio Tributário
..............................................................................................................................................................................................
32

7) Questões Comentadas - Obrigação Tributária - FCC


..............................................................................................................................................................................................
37

8) Lista de Questões - Obrigação Tributária - FCC


..............................................................................................................................................................................................
69

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Fábio Dutra
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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Muitos conceitos se entrelaçarão a partir desse momento. Embora tenhamos visto apenas superficialmente
alguns aspectos relativos à obrigação tributária, você será capaz de perceber que “a coisa” está começando
a fazer sentido.

De início, é importante saber que a obrigação tributária caracteriza-se por uma relação jurídica estabelecida
entre dois indivíduos, credor e devedor, cujo objeto consiste em uma prestação de dar, fazer ou deixar de
fazer algo.

Assim, faz-se necessário conhecer os elementos subjetivos (sujeitos) e objetivos (prestações) da obrigação.

No que concerne aos sujeitos envolvidos na relação obrigacional, cabe destacar que o devedor é
denominado sujeito passivo, e o credor, sujeito ativo.

Em direito tributário, o sujeito ativo é o ente instituidor do tributo (União, Estados, DF ou Municípios) ou a
pessoa jurídica de direito público titular da capacidade tributária ativa que, como já vimos, é responsável
pela arrecadação e fiscalização do tributo.

Em relação ao outro sujeito da obrigação tributária, isto é, o sujeito passivo, pode-se afirmar que este é o
particular (pessoa física ou jurídica), que fica sujeito ao cumprimento das obrigações tributárias.

Atenção!

Quando você ouvir falar em "obrigação tributária", sempre lembre-se de que é uma
relação obrigacional entre a Fazenda Pública e o sujeito passivo! Nunca memorize como
sendo necessariamente obrigação de pagar tributos, pois, como veremos, não se
resume a isso, e pode abranger outras obrigações também! Combinado?

No tocante aos elementos objetivos da obrigação, cabe observar que, as prestações de dar e de fazer exigem
uma ação do devedor, sendo, portanto, consideradas prestações positivas. Já a obrigação de deixar de fazer,
caracteriza-se por uma abstenção do devedor, sendo considerada prestação negativa.

Assim, retornando nossos olhares para o Direito Tributário, podemos ter a obrigação de dar representada
pelo dever de entregar dinheiro ao Fisco, pagando tributos ou multas. É denominada de obrigação principal.

No que se refere às obrigações de fazer ou deixar de fazer algo, pode-se definir como prestações acessórias,
com o objetivo de auxiliar a arrecadação e fiscalização tributária. Assim, por exemplo, o particular pode ser
obrigado a escriturar livros fiscais (obrigação de fazer algo), como também não impedir o acesso da
fiscalização à sua empresa (obrigação de deixar de fazer algo). São as denominadas obrigações acessórias.

Nesse contexto, estabelece o caput do art. 113 CTN que a obrigação tributária é principal ou acessória.

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Obrigação Tributária: obrigação entre o sujeito passivo e a Fazenda Pública

Existem dois tipos de obrigações tributárias: principal e acessória.

Obrigação Principal: sempre envolve "pagamento" (pode ser tributo ou multa, mas sempre será
pagamento).

Exemplo: Pagar imposto de renda

Obrigação Acessória: não envolve pagamento (obrigação de fazer ou deixar de fazer).

Exemplo: Apresentar a declaração de imposto de renda

Dica de Prova: Lembre-se de "P" de obrigação Principal é sempre "P" de Pagamento.

Estudaremos cada um delas a seguir. No entanto, antes disso, é bom que você guarde que,
independentemente de a obrigação ser principal ou acessória, surge com a ocorrência do fato gerador. Ou
seja, há uma hipótese de incidência prevista abstratamente que, ocorrida no mundo concreto, faz gerar o
liame entre o sujeito ativo e o sujeito passivo, isto é, a relação jurídico-tributária.

Observação: Vamos começar a adotar o conceito de sujeito ativo e sujeito passivo nesse
momento. No que se refere ao sujeito passivo, veremos, nesta aula, que nem todo devedor
é contribuinte.

Nessa linha de raciocínio, só existe obrigação tributária se houver um fato gerador, já que é com a
ocorrência deste que surge a obrigação tributária. Esse assunto será estudado ainda nesta aula.

Portanto, na aula de hoje, nós também vamos estudar a hipótese de incidência e o fato gerador, e as
diferenças conceituais entre eles, mas antes é necessário entender melhor o que é uma obrigação tributária
principal e acessória.

Vamos lá!

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Obrigação Tributária Principal

A definição de obrigação principal consta no art. 113, § 1º, do Código Tributário Nacional. Acompanhemos
sua redação:

Art. 113:

§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto
o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o
crédito dela decorrente.

O dispositivo supracitado deve ser dividido em três partes a fim de que você o compreenda perfeitamente:

1. Surgimento da obrigação principal: ocorrência do fato gerador;


2. Objeto da obrigação principal: pagamento de tributo ou penalidade pecuniária;
3. Extinção da obrigação principal: extingue-se juntamente com o crédito tributário
dela decorrente.

Já foi dito nesta aula que o surgimento de uma obrigação tributária realmente pressupõe a ocorrência de
um fato gerador, e ainda falaremos muito sobre isso ao longo da aula. De antemão, podemos considerar que
o fato gerador é a concretização no mundo real de uma hipótese de incidência prevista na lei. Por exemplo:
a lei municipal instituidora do IPTU estabelece que haverá incidência desse imposto quando uma pessoa for
proprietária de um imóvel urbano. Quando “fulano” adquire um imóvel e passa a ser seu proprietário, ocorre
o fato gerador do IPTU, surgindo a obrigação tributária principal.

No tocante ao objeto da obrigação principal, podemos dizer que compreende uma prestação pecuniária, isto
é, de entregar dinheiro, nela consistindo tanto o pagamento de tributo quanto multa tributária. Assim, se a
obrigação é principal, deve haver dinheiro como seu objeto.

Nós já vimos no nosso curso, que os tributos, pelo próprio conceito, distinguem-se das multas, pois aqueles
não podem constituir sanção por ato ilícito, correto? Embora não se confundam, ambos têm algo em
comum: possuem conteúdo pecuniário. Sendo assim, os tributos e as multas constituem obrigação
tributária principal.

A multa não se confunde com tributo, mas a obrigação de pagá-la é de natureza tributária,
ou seja, uma obrigação tributária pode ter como conteúdo o pagamento de uma multa
tributária.

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Por fim, no tocante à extinção da obrigação tributária principal, o CTN estabeleceu que se dá juntamente
com a extinção do crédito dela decorrente, ou seja, com a extinção do crédito tributário. Também
discorreremos ao longo da aula sobre a distinção entre obrigação tributária e crédito tributário, mas, de
antemão, guarde que o crédito tributário é a obrigação tributária que já se encontra em fase de exigibilidade,
ou seja, já pode ser cobrada do sujeito passivo.

Desse modo, se o sujeito passivo extingue o crédito tributário, extinta estará também a obrigação tributária
que lhe deu origem. Neste momento, convido você a verificar a redação do art. 156, do CTN, que trata das
hipóteses de extinção do crédito tributário. Não se preocupe em compreendê-las por completo, mas veja
que o pagamento (inciso I) extingue o crédito tributário. Assim sendo, se o sujeito passivo paga o tributo,
extingue o crédito tributário e, também, a obrigação tributária que lhe deu origem! O raciocínio é bastante
simples!

Obrigação Tributária Acessória ==1a7ca0==

Como decorrência do próprio nome, as obrigações acessórias possuem como finalidade auxiliar a
arrecadação e fiscalização dos tributos. Isso significa que o objetivo é facilitar o cumprimento da obrigação
tributária principal. São obrigações meramente instrumentais.

No § 2º do art. 113, do CTN, foi previsto que o objeto das obrigações acessórias são as prestações positivas
ou negativas. As primeiras dizem respeito ao “fazer algo”, as segundas, ao “deixar de fazer algo”. Não há,
portanto, qualquer movimentação no “bolso” do sujeito passivo. Guarde isso!

Um detalhe que pode gerar dúvidas em muitas é se as obrigações acessórias dependem ou não da existência
da obrigação principal.

No Direito Civil, aprende-se a regra de que “o acessório segue o principal”. Portanto, se, por exemplo, um
fazendeiro se compromete a entregar uma égua prenha ao vizinho, o futuro potro está inserido na obrigação.

No Direito Tributário, por outro lado, as obrigações tributárias acessórias independem da existência de uma
obrigação principal. Vamos ver um exemplo já estudado?

As entidades de assistência social são imunes aos impostos incidentes sobre o seu patrimônio, por exemplo,
conforme previsão no art. 150, VI, c, da CF/88. No entanto, nós vimos que tais entidades ficam sujeitas a
algumas obrigações previstas no art. 14 do CTN (requisitos para fruição da imunidade). Elas devem, por
exemplo, manter a escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de
assegurar sua exatidão.

O gozo de imunidade ou de benefício fiscal não dispensa o seu titular de cumprir as


obrigações tributárias acessórias a que estão obrigados quaisquer contribuintes.

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Com a ilustração acima, fica fácil perceber a autonomia da obrigação acessória. Veja que a entidade é imune
aos impostos (não há obrigação principal), mas ainda assim fica obrigada a cumprir os deveres burocráticos,
para auxiliar o controle da atividade de fiscalização.

Embora não haja uma relação de dependência entre a obrigação principal e a acessória, a inobservância
desta pode ensejar a surgimento daquela, ou seja, o descumprimento da obrigação acessória gera uma
obrigação principal, que são as multas. Observe a redação do § 2º do art. 113, do CTN:

Art. 113:

(...)

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em


obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

Embora o CTN tenha mencionado que a obrigação acessória, se não cumprida, “converte-se” em obrigação
principal, deve-se entender que a obrigação acessória não deixa de existir. Nesse caso, o sujeito passivo fica
obrigado a cumprir a obrigação acessória e ainda assim pagar a multa (obrigação principal).

Observação: Nas questões de prova em que for cobrada a literalidade do dispositivo,


marque CORRETO!

Em síntese, no Direito Tributário, o entendimento que você deve gravar é o de que a obrigação acessória
não segue o principal (é independente e autônomo), mas a sua inobservância pode fazer surgir uma
obrigação principal.

Nunca se esqueça de que a dispensa do cumprimento das obrigações acessórias deve ser
interpretada literalmente!

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FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA


Para entendermos melhor o que será explicado a seguir, é necessário relembrar a linha do tempo até que o
tributo seja exigível do sujeito passivo:

Instituição do Tributo por lei Ocorrência da situação


Lançamento
prevista em lei

Hipótese de Fato Gerador Crédito


Incidência (Surge Obrigação Tribut.) Tributário

Não podemos confundir, de forma alguma, os conceitos de hipótese de incidência e fato gerador! A hipótese
de incidência foi conceituada por Geraldo Ataliba da seguinte forma:

“A hipótese de incidência é a descrição hipotética e abstrata de um fato. É parte da norma tributária. É o meio pelo qual o
legislador institui um tributo. Está criado um tributo, desde que a lei descreva sua h.i., a ela associando o mandamento
“pague”.” (ATALIBA, Geraldo. Hipótese de Incidência Tributária. 2012. 13ª Edição. Pág. 66)

Nessa esteira, quando o legislador institui o tributo, surge a hipótese de incidência, sendo esta a previsão
abstrata do fato que dará causa à obrigação tributária.

Quando o fato se concretizar, surge, então, o fato gerador, dando nascimento à obrigação tributária. É
nesse momento que se cria a obrigação de pagar o tributo, sendo que a exigibilidade só poderá ser feita, em
regra, após o lançamento, quando fica constituído o crédito tributário.

Observação: É possível que o tributo seja pago antes de se concretizar o fato gerador.
Trata-se do mecanismo da substituição tributária, que será estudado em momento
oportuno.

Frise-se: quando a hipótese de incidência se concretiza, dizemos que houve subsunção do fato à hipótese
de incidência, ocorrendo, então o fato gerador.

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Quando um fato coincide com a hipótese de incidência descrita na norma, falamos em


subsunção do fato à hipótese de incidência.

É muito importante memorizar esses termos, pois quando o examinador quer surpreender o candidato ele
normalmente traz esses termos inusitados. Isso, a partir de agora, não é mais novidade para você!

Por falar em termos, vejamos os sinônimos de hipótese de incidência e fato gerador:

Hipótese de incidência → Fato gerador in abstrato, Hipótese Tributária, Pressuposto Legal


do Tributo

Fato Gerador → Fato Imponível, Fato Gerador in concreto, Fato Jurígeno, Fato Jurídico
Tributário

Observação: Não é difícil de memorizar os termos. Como o fato gerador está relacionado,
por óbvio, a um fato, todos os seus termos são iniciados por FATO. A única exceção é o fato
in abstrato, que obviamente se refere à previsão abstrata da norma, sendo esta a hipótese
de incidência.

Para que tudo fique mais claro, vamos exemplificar: sabemos que a CF/88 conferiu aos Estados a
competência tributária para instituir imposto sobre a propriedade de veículos automotores.

Logo, quando o Estado do Acre institui o IPVA, na lei instituidora, há a previsão de uma hipótese de
incidência, que é possuir veículo automotor. No momento em que o sujeito passivo adquire um veículo
automotor, o fato (possuir o veículo) subsume-se à hipótese de incidência, ocorrendo o fato gerador e
surgindo a obrigação tributária.

Aí eu te pergunto: qual é o momento exato da ocorrência desse fato gerador? Qual será o valor exato da
obrigação tributária? Enfim, é de se destacar que a lei instituidora precisa definir, além do elemento material
(possuir o veículo automotor, no exemplo fornecido), outros aspectos que vão definir com precisão a
obrigação tributária.

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Fato Gerador da Obrigação Principal

Nos arts. 114 e 115 do CTN, o legislador disciplina os fatos geradores da obrigação principal e da obrigação
acessória.

No que concerne à obrigação principal, o CTN dispôs da seguinte maneira:

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária
e suficiente à sua ocorrência.

A doutrina critica a redação desse dispositivo, pois o legislador disse que o “fato gerador” é a “situação
definida em lei”, sendo que esta, na verdade, é a hipótese de incidência, como estudamos. Logo, pode-se
dizer que o CTN considerou os institutos como sinônimos.

Ignorando a crítica feita, devemos saber que para se concretizar o fato gerador, deve ocorrer a situação que
foi definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Isto é, devem estar presentes todos os
requisitos previstos em lei para que ocorra o fato gerador da obrigação principal.

Muito cuidado com questões que afirmam que o fato gerador é a situação definida em lei
como suficiente (ou necessária à sua ocorrência). Isso está errado!

Para que a assertiva seja considerada correta, deve-se conter as palavras “necessária” e
“suficiente”!

Quando uma lei institui certo tributo (obrigação principal), é necessário prever os contribuintes, a base de
cálculo, as alíquotas e, necessariamente, o fato gerador!

Como não há exceções ao princípio da legalidade, no que se refere à instituição de tributos, o fato gerador
da obrigação principal deve ser definido em lei ou medida provisória.

Vale relembrar que, em relação aos impostos, cabe à lei complementar nacional definir os fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes (CF/88, art. 146, III, a).

Observação: A definição dos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos
por lei complementar não se confunde com a instituição, tendo em vista que se trata do
estabelecimento de normas gerais.

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Fato Gerador da Obrigação Acessória

Vejamos como foi conceituado o fato gerador da obrigação acessória no CTN:

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação
principal.

O legislador estabelece que o fato gerador da obrigação acessória é a situação definida na legislação
aplicável, diferentemente do que foi previsto no fato gerador da obrigação principal, em que foi mencionada
apenas “lei”.
==1a7ca0==

Como vimos, legislação tributária compreende tanto os atos normativos primários, como os secundários
(infralegais). É nessa linha que muito se discute acerca da permissão conferida pelo CTN para que a
obrigação acessória seja instituída por normas infralegais.

Os que argumentam em sentido contrário, alegam que, de acordo com o art. 5º, II,da CF/88, ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Logo, somente lei poderia criar
obrigações tributárias, sejam elas principais ou acessórias.

Para o STJ (REsp 724.779/RJ), a regulação das obrigações acessórias “foi legada à legislação tributária" em
sentido lato, podendo ser disciplinados por meio de decretos e de normas complementares, sempre
vinculados à lei da qual dependem”.

Cabe destacar também que o art. 115 do CTN deixou claro que o fato gerador da obrigação acessória é
aquela situação que impõe a prática ou abstenção de ato que não configure obrigação principal.

Por conseguinte, como já estudamos, a legislação pode prever como obrigação acessória a entrega de
declarações ao Fisco (prática de ato) bem como a obrigação de o contribuinte não impedir o acesso da
fiscalização à sua empresa (abstenção de ato).

O momento da Ocorrência do Fato Gerador

Nós estudamos que o aspecto temporal da hipótese de incidência define o momento em que o fato gerador
considera-se ocorrido. Correto?

O CTN, como você deve se lembrar, foi recepcionado como lei de normas gerais em matéria tributária. Nesse
sentido, o Código estabeleceu um “padrão” para definir o momento em que os fatos geradores serão tidos
por ocorridos.

Observação: A regra que veremos abaixo comporta exceções, ou seja, é aplicável “salvo
disposição de lei em contrário”. Isso significa que os entes federados podem estipular
outro momento como o de ocorrência do fato gerador.

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De acordo com esse “padrão” criado pelo CTN no art. 116 (faça uma leitura no dispositivo), os fatos geradores
são divididos em duas categorias, quais sejam: aqueles que tomam por base uma situação de fato e os que
levam em consideração uma situação jurídica.

“Mas o que vem a ser situação de fato e situação jurídica, professor?” Eu explico. Vamos lá!

Em alguns casos, a situação definida em lei como o fato gerador do tributo já foi prevista em lei em outro
ramo do direito (Civil ou Empresarial, por exemplo), havendo consequências jurídicas predeterminadas. Por
exemplo, o ITCMD incide sobre uma situação jurídica, haja vista que a transmissão de propriedade já foi
regulamentada no âmbito do Direito Civil.

Nesse caso, como o fato gerador é baseado em uma situação jurídica, o art. 116, II, do CTN, dispõe que, salvo
disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido no momento em que a situação esteja
definitivamente constituída (no caso, transferida a propriedade) nos termos de direito aplicável. Segue-
se, portanto, o que já havia sido definido.

Por outro lado, quando a situação definida em lei como o fato gerador do tributo não tenha sido definida em
outro ramo do direito como capaz de gerar efeitos jurídicos, ou seja, somente produza efeitos econômicos,
temos a situação de fato. Citemos, como exemplo, a entrada de mercadorias estrangeiras no território
nacional não era, antes de ser instituído o II, situação jurídica, pois não produzia efeitos jurídicos em nenhum
outro ramo do direito.

Observação: É óbvio que, depois que o II foi instituído, a entrada de mercadorias


estrangeiras no território nacional passou a produzir efeitos, pois praticado esse ato, ocorre
o fato gerador do II, acarretando o nascimento de uma obrigação tributária.

Para os fatos geradores definidos com base em situação de fato, o CTN, no art. 116, I, estabeleceu que, salvo
disposição de lei em contrário, o fato gerador ocorre desde o momento em que o se verifiquem as
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios, ou seja,
com a entrada das mercadorias.

Na prática, isso não é possível, pois é muito difícil precisar o momento em que as mercadorias entram no
território nacional. Nesse caso, o legislador, no art. 23 do Decreto-lei 37/1966, valeu-se da exceção permitida
pelo CTN para definir que, para fins de cálculo, o fato gerador do II considera-se ocorrido na data do registro
da declaração de importação de mercadoria submetida a despacho para consumo.

As Situações Jurídicas Condicionadas

Vamos iniciar esse tópico transcrevendo o que foi disposto no art. 117 do CTN:

Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior (referente às situações jurídicas
estudadas no tópico anterior) e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios
jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:

I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;

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II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração


do negócio.

Vamos entender tudo isso aí. Fique tranquilo(a)! Parece complicado, mas não é!

O alvo do nosso estudo nesse momento é a condição, figura disciplinada no art. 121 do Código Civil, sendo
aplicável, no Direito Tributário, aos negócios jurídicos, que podem ser exemplificados pelos contratos em
geral.

Consoante o Código Civil, a condição é uma cláusula que pode ser incluída em um contrato, subordinando o
negócio jurídico a um evento futuro e incerto, ou seja, pode ou não vir a ocorrer. Ademais, destaque-se que
a condição pode ser suspensiva ou resolutória (ou resolutiva).

Como exemplo de condição suspensiva, imaginemos que o seu pai doa-lhe um apartamento caso você seja
aprovado(a) em algum concurso da público. O negócio jurídico (a doação) está condicionado a um evento
futuro e incerto, podendo vir ou não a ocorrer (eu torço para que você seja aprovado e ganhe o apartamento,
ok?). Perceba que, enquanto não se cumprir a condição (aprovação), os efeitos da doação permanecem
suspensos. Aliás, com a celebração do negócio jurídico, os efeitos já estão suspensos (não há produção de
efeitos).

Por conseguinte, de acordo com o art. 117, I, do CTN, o fato gerador do ITCMD (imposto incidente sobre a
doação), salvo disposição de lei em contrário, só ocorrerá quando (futuro) e se (incerto) você for
aprovado(a) no concurso público.

Imagine agora que você logrou a aprovação e tomou posse no cargo, mas ficou insatisfeito por ter que morar
em uma cidade de fronteira, longe de casa. Decidiu que deveria pedir exoneração do cargo e voltar para a
sua cidade.

Sabendo da sua insatisfação, o seu pai doa-lhe um carro novo, com a condição de que, se você pedir
exoneração do cargo, perderá o veículo.

Note a diferença entre os dois exemplos: no primeiro, a doação irá ocorrer quando você passar no concurso;
no segundo, você já recebe a doação com a condição de não pedir exoneração. Em ambos os casos, há um
evento futuro e incerto, mas, no segundo, a doação já ocorreu. Em termos jurídicos, o negócio jurídico já
produz efeitos.

Caso você venha a pedir exoneração (implemento da condição resolutória), cessarão os efeitos do negócio
jurídico, fazendo com que você perca o veículo. Ou seja, a ocorrência da condição resolve (desfaz) o negócio
jurídico, sendo por isso denominada condição resolutória.

Portanto, se o negócio estiver sujeito a uma condição resolutória, o art. 117, II, do CTN prevê que, salvo
disposição de lei em contrário, o fato gerador do ITCMD ocorre desde a celebração do negócio jurídico,
sendo irrelevante, para fins de incidência tributária, o cumprimento ou não da condição.

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Se houver o cumprimento da condição resolutória, o veículo voltará a pertencer ao seu pai,


mas o ITCMD pago não será devolvido, pois o implemento da condição resolutória é
irrelevante ao Direito Tributário.

Lembre-se de que o implemento da condição suspensiva é relevante, e é justamente o


momento da ocorrência do fato gerador.

O Fato Gerador e o Princípio do Pecunia non Olet

Nós estudamos no início do nosso curso que incide imposto de renda sobre os rendimentos decorrentes de
atividades ilícitas, com base no princípio do pecunia non olet (dinheiro não cheira).

Logo, para o Fisco pouco importa se o negócio jurídico celebrado é válido sob a ótica do direito. Se a pessoa
auferiu rendimentos, torna-se sujeito passivo da relação jurídico-tributária, devendo arcar com o imposto
de renda.

Nessa linha, veja o que diz o art. 118 do CTN:

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,


responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;

II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Assim, a situação definida em lei como fato gerador do tributo (a hipótese de incidência tributária) deve ser
interpretada desconsiderando-se a validade jurídica dos atos praticados, bem como os efeitos dos fatos
ocorridos.

Nesse momento, o que importa é entender e memorizar o art. 118 do CTN, e saber que ele
ampara o princípio do pecúnia non olet.

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ELISÃO, EVASÃO E ELUSÃO FISCAL


Este tópico tem por objetivo estudar as formas com as quais os contribuintes podem se valer para escapar
da tributação, que podem vir a ser lícitas ou ilícitas, a depender, em regra, da forma e do momento em que
são praticadas. São elas: a elisão, a evasão e a elusão fiscal

A elisão fiscal é a prática que visa reduzir ou eliminar o valor do tributo devido. São os atos praticados pelo
sujeito passivo, em regra, antes da ocorrência do fato gerador, isto é, antes do nascimento da obrigação
tributária. É, portanto, uma conduta lícita, sendo denominada planejamento tributário.

Ora, ninguém é obrigado a fazer acontecer o fato gerador. Na elisão fiscal, o sujeito passivo se vale de meios
lícitos para que a carga tributária a ele imposta seja minorada ou, a depender da situação, eliminada.

A título de exemplo, uma empresa de pequeno porte, como ainda estudaremos no nosso curso, pode optar
pela tributação pelo Simples Nacional, pelo Lucro Presumido ou pelo Lucro Real. É por esse motivo que
existem consultores especializados em planejamento tributário, que é a busca pela menor incidência
tributária possível.

De outra banda, temos a evasão fiscal, sendo caracterizada por condutas ilícitas, praticadas com o intento
de ludibriar a fiscalização, ocultando parcial ou totalmente a ocorrência do fato gerador.

Uma forma simples de entender as práticas evasivas é saber que, ocorrendo o fato gerador, surge a obrigação
tributária. Sendo assim, já existe um montante de tributo a ser recolhido. Contudo, o sujeito passivo utiliza
artifícios para aparentemente reduzir o valor da obrigação tributária. Dessa forma, percebe-se que a regra
é que a evasão seja praticada após a ocorrência do fato gerador.

Como exemplo de evasão fiscal, pode-se citar o preenchimento a maior das despesas médicas, na declaração
anual de Imposto de Renda. Isso faz com que o montante do imposto seja aparentemente reduzido, na
tentativa de iludir o Fisco.

Por último, tem-se, ainda, a elusão fiscal, também denominada elisão ineficaz. Nessa situação, o
contribuinte simula o negócio jurídico, dissimulando o fato gerador do tributo. O que se quer ocultar é a
essência do negócio, alterando a sua forma. Os autores costumam denominá-la “abuso de forma jurídica”.

Observação: Dissimular é o mesmo que ocultar, esconder.

Vejamos um exemplo típico: João deseja vender um terreno, cujo valor é muito elevado, a Maria. Sabendo-
se que o ITBI incidente sobre a operação de transmissão da propriedade (o negócio jurídico) seria muito alto,
decidem simular outra situação, alterando a forma do negócio.

Como o ITBI não incide sobre a transmissão dos bens incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica, nem
sobre a extinção desta, a saída seria constituir uma empresa, em que João entraria com o seu terreno, e
Maria, com o capital. Pouco tempo depois, ambos decidem extinguir a pessoa jurídica, sendo que João
recebe suas quotas em dinheiro, e Maria recebe o terreno.

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Note que foi simulada a constituição e a extinção de uma pessoa jurídica, dissimulando a ocorrência do fato
gerador, que é a transmissão de propriedade de uma pessoa física para outra.

Como forma de tentar combater tais práticas, o legislador, por meio da LC 104/2001, acrescentou o parágrafo
único ao art. 116 do CTN, cuja redação é a seguinte:

Art. 116. (...):

Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios


jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo
ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.

Observação: O texto legal, incluído pela LC 104/01, foi denominado “norma geral
antielisão”, muito embora o objetivo seja evitar a elusão fiscal. Na realidade, se a elisão é
uma conduta lícita, não seria necessário evitá-la.

Vale ressaltar que o STF chancelou a constitucionalidade do referido dispositivo, ao julgar


a ADI 2.446. A Ministra Cármen Lúcia ainda destacou esta inapropriada denominação de
norma antielisão.

(SEFAZ-ES/2022) Mário emprestou gratuitamente a seu irmão Mateus o automóvel de sua propriedade,
devidamente registrado em seu nome, firmando com ele contrato em que Mateus se responsabilizava pelo
pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Passados três anos do empréstimo e estando o automóvel ainda na posse de Mateus, este não pagou
nenhuma vez o IPVA. O Fisco Estadual então iniciou a cobrança dos valores atrasados contra Mário.
Diante desse cenário e à luz do Código Tributário Nacional
A) Mário é o contribuinte do IPVA, mas Mateus é responsável tributário solidariamente pela dívida.
B) Mário é o contribuinte do IPVA, mas Mateus é responsável tributário subsidiariamente pela dívida.
C) tanto Mário como Mateus são contribuintes do IPVA.
D) Mário responde sozinho perante o Fisco pela dívida.
E) Mário, em razão de seu contrato com Mateus, pode exigir do Fisco que cobre a dívida integralmente de
Mateus.
Comentário: Atenção ao comando da questão, ela quer a resposta à luz do CTN.
CTN. Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade
pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do
sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

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Pela inteligência do artigo depreende-se que, havendo uma lei o sujeito passivo pode ser alterado, contudo
o contrato (convenção particular) entre Mário e Mateus não tem essa força, consequentemente apenas
Mário, o proprietário do veículo, é contribuinte e, portanto, responde sozinho perante o Fisco.
Alternativa A: Mateus não responde solidariamente, nem subsidiariamente. Alternativa errada.
Alternativa B: Conforme item anterior. Alternativa errada.
Alternativa C: O fato gerador do IPVA é a propriedade do veículo e o sujeito passivo seu proprietário, logo
apenas Mário responde, pois Mateus é mero possuidor. Ademais, como ressaltado na introdução, nada
impede que uma lei estadual defina como sujeito passivo o possuidor, entretanto a questão pede a resposta
à luz do CTN. Alternativa errada.
Alternativa D: Perfeito, conforme nossa introdução supracitada. Alternativa correta.
Alternativa E: Não tem como Mário exigir essa hipótese do Fisco, pois as convenções particulares não podem
ser opostas à Fazenda Pública em relação à responsabilidade pelo pagamento do tributo. Alternativa errada.
==1a7ca0==

Gabarito: Letra D
(SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) A obrigação tributária principal corresponde a uma prestação pecuniária que
tenha como objeto o pagamento de tributo ou de multa por descumprimento da legislação tributária e,
diferentemente da obrigação acessória, submete-se à reserva de lei em sentido formal.
Comentário: A questão segue a linha do conceito da obrigação principal previsto no CTN: "a obrigação
principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente". Ademais, a obrigação principal deve
ser prevista em lei, e a obrigação acessória pode ser prevista na legislação tributária (conceito que abrange
atos infralegais).
Gabarito: Correta
(SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) No âmbito do direito tributário, prevalece a máxima civilista de que o
acessório segue o principal, de tal forma que a extinção da obrigação principal implica a extinção da
obrigação acessória, dada a relação de subordinação existente entre elas.
Comentário: A obrigação tributária acessória não depende da obrigação principal, podendo ser devida
mesmo diante da inexistência da obrigação principal, como nos casos de imunidade tributária, por exemplo.
Assim, no direito tributário, não podemos afirmar que o acessório segue o principal, como ocorre no direito
privado.
Gabarito: Errada
(TRF4-Técnico Judiciário/2019) Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), a obrigação tributária
(A) depende, na essência, de o contribuinte, pessoa natural ou jurídica, estar sujeito a medidas que importem
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta
de seus bens ou negócios.
(B) decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas, de pagar, ou negativas, de
receber, tributos, decorrentes da utilização, ou não utilização, dos serviços públicos federais, estaduais ou
municipais, pelo cidadão residente no país.
(C) tem como fato gerador a conduta ativa ou omissiva do sujeito ativo face ao sujeito passivo, abrangendo
os serviços prestados ou não prestados, pelo município ao munícipe, tais como segurança e proteção à vida,
à liberdade, à intervenção externa, à educação de nível superior e ao patrimônio.

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(D) depende, para ser cobrada coativamente, da capacidade civil passiva das pessoas naturais e da existência
de responsável que tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.
(E) principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
Comentário:
Alternativa A: O art. 126, II, do CTN, estabelece que a capacidade tributária passiva independe de medidas
que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da
administração direta de seus bens ou negócios. Logo, consequentemente, a obrigação tributária também
não depende de tais circunstâncias. Alternativa errada.
Alternativa B: A obrigação tributária acessória decorre da legislação tributária, mas a obrigação tributária
principal decorre da lei. Logo, não se pode fazer tal afirmação genérica. Alternativa errada.
Alternativa C: A obrigação tributária principal tem como objeto o pagamento do tributo e da penalidade
pecuniária, e a obrigação acessória tem como objeto as prestações positivas ou negativas no interesse da
fiscalização e arrecadação tributária. São sempre cumpridas pelo sujeito passivo. Portanto, não tem relação
com conduta ativa ou omissiva do sujeito ativo. Alternativa errada.
Alternativa D: A capacidade tributária passiva, e, por consequência, a obrigação tributária, independe da
capacidade civil das pessoas naturais. Alternativa errada.
Alternativa E: A assertiva definiu com precisão o conceito da obrigação tributária principal, conforme
estabelece o art. 113, § 1º, do CTN. Alternativa correta.
Gabarito: Letra E

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SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA


Nós vimos que a relação jurídico-tributária é constituída por dois sujeitos: ativo (credor) e passivo (devedor).

Vamos estudar, a partir de agora, cada um separadamente.

Sujeito Ativo da Obrigação Tributária e Capacidade Ativa

Nós já estudamos alguns aspectos atinentes ao sujeito ativo da obrigação tributária no decorrer do curso.
Nesse momento, vamos aproveitar apenas para sintetizar o conteúdo já visto e acrescentar alguns detalhes.

Certamente, você já está “afiado” em relação a quem pode ocupar o pólo ativo da relação jurídico-tributária.
Trata-se da pessoa política titular da competência tributária para instituir o tributo (União, Estados, DF e
Municípios) ou a pessoa jurídica de direito público titular da capacidade ativa, que, como já vimos, é
responsável pela arrecadação e fiscalização do tributo. Nesse sentido, prescreve o art. 119 do CTN:

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento.

O professor Eduardo Sabbag (2013), em sua obra, ainda prevê a seguinte denominação:

Sujeito ativo direto → Pessoa política titular da competência tributária;

Sujeito ativo indireto → São aqueles que detêm apenas a capacidade tributária ativa.

Lembre-se de que os territórios federais não possuem competência tributária, ou seja,


não podem instituir tributos. São considerados apenas descentralizações administrativo-
territoriais pertencentes à União.

Quando estudamos a competência tributária, vimos também que o STJ (Súmula 396) já entendeu que a CNA
– Confederação Nacional da Agricultura – possui legitimidade ativa para cobrança da contribuição sindical
rural, que é considerada tributo. Contudo, vimos que, por ser exceção, devemos adotar a Súmula 396
somente se a questão mencionar expressamente.

Ainda na sequência do nosso estudo sobre o sujeito ativo da obrigação tributária, você se lembra de quando
vimos que o CTN (art. 120) prevê uma hipótese de extraterritorialidade da legislação tributária, em caso de
desmembramento territorial?

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Naquela ocasião, nós aprendemos que o “ente novo” pode aplicar a legislação do município desmembrado
até que a sua entre em vigor. Contudo, o que acontece com as obrigações tributárias surgidas até o momento
naquele território que agora pertence ao novo ente federado? Ocorre a denominada sucessão ativa.

Nas palavras do CTN, a pessoa jurídica que se constituir (o novo ente) pelo desmembramento territorial de
outra, sub-roga-se nos direitos desta (a antiga), isto é, há mudança do sujeito ativo, ou melhor, há inovação
subjetiva.

Observação: Sub-rogar significa transferir os direitos e funções de uma pessoa para outra.

Assim, resta claro que há dois efeitos previstos no art. 120 do CTN:

• Mudança do sujeito ativo em relação às obrigações tributárias já constituídas;


• Recepção da legislação tributária até que a sua (do novo ente) entre em vigor.

Até poderia surgir a seguinte dúvida: e as relações tributárias que vierem a ser constituídas após o
desmembramento? A resposta é simples: já pertencem ao novo ente, ou seja, não há transferência.

Sujeito Passivo da Obrigação Tributária

O sujeito passivo da obrigação tributária é a pessoa que integra a relação jurídico-tributária, estando
obrigada a arcar com o pagamento do tributo devido e/ou penalidade devida (obrigação principal) ou com
as prestações de fazer ou deixar de fazer algo (obrigações acessórias).

Relativamente à obrigação principal, surgem as figuras do contribuinte e do responsável.

Nesse contexto, o CTN assevera o seguinte:

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de


tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra


de disposição expressa de lei.

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O Sujeito passivo da obrigação tributária deve sempre ser estabelecido por lei. Afinal, é a
própria lei instituidora do tributo que define quem é o sujeito passivo.

Percebe-se que para ser contribuinte, é necessário que o sujeito passivo tenha relação pessoa e direta com
a situação que constitua o respectivo fato gerador. Do contrário, o sujeito passivo será considerado
responsável.

Sendo assim, o contribuinte é denominado pela doutrina de sujeito passivo direto, enquanto o responsável,
sujeito passivo indireto.

O responsável, então, não possui relação direta com o fato gerador, mas está obrigado a adimplir a
obrigação tributária principal, por expressa disposição legal.

Observação: Lembre-se de que o responsável não faz acontecer o fato gerador. Por esse
motivo, somente a lei pode obrigá-lo a cumprir com a obrigação tributária. Afinal de
contas, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei (CF/88,
art. 5º, II).

Relação pessoal e
Contribuinte
direta com F.G.
Obrigação Principal
Obrigação
Responsável
Sujeito passivo decorrente da lei

Obrigado a fazer/deixar de
Obrigação Acessória
fazer algo

Destaque-se que o responsável deve possuir certa relação ou vínculo (embora não seja pessoal e direta)
com a situação que deu origem ao fato gerador. Isso ocorre, como veremos ao estudar a responsabilidade
tributária, por conta do disposto no art. 128 do CTN:

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da

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respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este


em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

Vamos a um exemplo prático!

O art. 45 do CTN estabelece que são contribuintes do IR o titular da disponibilidade econômica ou jurídica
de renda e de proventos de qualquer natureza, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor,
a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.

No caso específico do imposto de renda das pessoas físicas, o contribuinte é aquele que recebe a renda e os
proventos, mas o CTN permite que as fontes pagadoras sejam eleitas pela lei como responsáveis pela
retenção e recolhimento do imposto.

O conceito de contribuinte que vimos até o momento é o contribuinte de direito. Existe também o
denominado contribuinte de fato. Lembra-se do que vimos na aula sobre imunidades?

O contribuinte de fato é aquele que, embora chamado de “contribuinte”, não integra a relação jurídica,
suportando apenas a incidência econômica do tributo.

Essa figura surge nos denominados tributos indiretos, em que o ônus do tributo e repassado ao consumidor
final. Assim, embora o consumidor não recolha os tributos, acaba arcando com esse encargo que foi
embutido no valor das mercadorias. Vamos repetir o exemplo anteriormente fornecido:

Imaginemos que determinado cidadão compra uma TV de LED em uma loja de eletrodomésticos. Sobre a
incidência do ICMS nesta operação, a loja é eleita pela lei como contribuinte, e é ela quem vai recolher tal
imposto, correto? No entanto, quem sofre o ônus do tributo não é a loja, mas, sim, a pessoa física que
adquiriu a TV. Isso ocorre, porque a loja simplesmente acrescenta o custo daquele tributo no valor da TV.

Por fim, perceba que tanto o contribuinte, como o responsável por determinada obrigação tributária devem
ser estipulados em lei. No que se refere ao contribuinte, a previsão é feita na própria lei instituidora do
tributo, por ser elemento subjetivo, essencial para que o tributo seja criado. Em relação ao responsável,
como vimos, a sua obrigação deve decorrer de disposição expressa em lei.

Sendo assim, o art. 123 do CTN assevera que, salvo disposições de lei em contrário, as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda
Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondente.

Isso é bastante óbvio! Se a lei determina quem deve pagar o tributo, não pode um contrato particular definir
algo em contrário, somente outra lei!

Como exemplo, cite-se o caso do IPTU. Nós vimos que o locatário não pode ser considerado contribuinte do
IPTU, por não exercer a posse do imóvel com animus definitivo.

Logo, se você aluga um apartamento, assinando um contrato com o proprietário de que se compromete em
pagar o IPTU relativo ao imóvel, isso não o torna contribuinte do IPTU. Se você deixar de pagar, quem será
cobrado, a princípio, é o dono do imóvel, pois ele é o contribuinte. É claro que ele pode pagar e depois vir
cobrar de você, mas isso não importa ao Direito Tributário.

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Um contrato particular não é capaz de alterar o sujeito passivo da obrigação tributária.


Guarde isso!

Capacidade Tributária Passiva

Sabemos que a capacidade tributária ativa é a capacidade de figurar no pólo ativo da obrigação tributária.
Por consequência lógica, a capacidade tributária passiva é a aptidão para se tornar sujeito passivo da
obrigação tributária.

Vamos ver o que o CTN diz acerca da capacidade tributária passiva:

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:

I - da capacidade civil das pessoas naturais;

II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do


exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de
seus bens ou negócios;

III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma
unidade econômica ou profissional.

Em termos mais simples, a capacidade tributária passiva existe, ainda que a pessoa seja incapaz ou esteja
privada do exercício de atividades civis, ou mesmo a pessoa jurídica que ainda não tenha sido regularmente
constituída.

Desse modo, se uma criança for proprietária de uma fazenda, deverá pagar ITR. No mesmo sentido, um
interditado (incapaz de praticar os atos da vida civil) pode vir a contribuir com o IPTU, caso possua um imóvel
localizado na zona urbana do Município.

No que se refere às pessoas jurídicas, são consideradas pessoas jurídicas mesmo que não tenha CNPJ ou
registro estadual. Logo, se o seu vizinho fabrica solas de sapato em larga escala, mas não se formaliza para
não contribuir com o IPI, por exemplo, saiba que ele não deixa de ser considerado sujeito passivo dos tributos
incidentes sobre a produção e circulação de mercadorias.

Em termos jurídicos, é importante sabermos que uma sociedade só possui personalidade jurídica quando os
seus atos constitutivos são inscritos no registro próprio. Esse é o momento do início da existência legal da
pessoa jurídica. Antes do registro, a sociedade que assim operar é conhecida como sociedade em comum.

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Em questões de prova, se você vir o termo “capacidade passiva”, lembre-se de que todos
podem vir a ser sujeito passivo, com exceção, é claro, dos mortos.

(SEFAZ-AM/2022) Alexandre Peres, com 14 anos, passou a receber valores a título de propaganda no seu
canal de Youtube, com receita superior à isenção do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas. Assinale a
==1a7ca0==

opção que indica a situação de Alexandre, por ele ser menor, diante do IRPF.
A) Só pode ser contribuinte se for emancipado.
B) Não, o contribuinte será um dos seus pais.
C) Não há incidência de IRPF para menores.
D) Por auferir renda, pode ser contribuinte.
E) Seus pais serão solidariamente responsáveis, mesmo que seja possível cobrar do menor.
Comentário: Por força legal do art. 126 do CTN, a capacidade tributária passiva independe da capacidade
civil das pessoas, ou seja, tal capacidade existe ainda que a pessoa seja incapaz ou esteja privada do exercício
de atividades civis.
Feita essa introdução vamos aos comentários.
Alternativa A: Para Alexandre ser contribuinte independe ele ser emancipado. Alternativa errada.
Alternativa B: Como para ser contribuinte independe da capacidade civil de Alexandre, ele é o contribuinte
e não os pais. Alternativa errada.
Alternativa C: A capacidade tributária passiva existe, ainda que a pessoa seja incapaz ou esteja privada do
exercício de atividades civis, ou mesmo a pessoa jurídica que ainda não tenha sido regularmente constituída,
portanto há incidência do imposto. Alternativa errada.
Alternativa D: Perfeito, confira a literalidade do CTN.
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou
profissional.
Alternativa correta.

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Alternativa E: Os pais somente serão responsáveis caso NÃO seja possível cobrar de Alexandre que é o
contribuinte, essa é a previsão do art. 134, do CTN.
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte,
respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem
responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
(...)
Alternativa errada.
Gabarito: Letra D
(SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020) É incompatível com o Código Tributário Nacional lei distrital que admita a
indicação do sujeito passivo do imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI) pelas partes no contrato
de compra e venda de imóvel, pois as convenções particulares não são oponíveis à fazenda pública.
Comentário: A regra seria exatamente essa, porém tal regra contempla exceções que estejam previstas em
lei, com base no que dispõe o art. 123, do CTN: "salvo disposições de lei em contrário, as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda
Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes."
Gabarito: Errada
(TJ-PR-Juiz Estadual/2019) De acordo com o Código Tributário Nacional, o sujeito ativo da obrigação
tributária principal é a pessoa
a) jurídica de direito público titular da competência de exigir o cumprimento da obrigação.
b) jurídica de direito público destinatária do produto da arrecadação do referido tributo.
c) física ou jurídica obrigada ao pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária de natureza tributária.
d) física ou jurídica que tenha relação pessoal e direta com a situação que constitui o respectivo fato gerador.
Comentário: O sujeito ativo da obrigação tributária principal é sempre uma pessoa jurídica de direito público,
conforme prevê o art. 119, do CTN. Podemos dizer então que é a pessoa jurídica de direito público que
detenha a competência para exigir o cumprimento da referida obrigação.
Gabarito: Letra A
(PGE-PE-Procurador/2018) O sujeito ativo da obrigação acessória é denominado responsável tributário.
Comentário: Na realidade, é o sujeito passivo que se denomina contribuinte ou responsável tributário.
Gabarito: Errada

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Aula 05

SOLIDARIEDADE EM DIREITO TRIBUTÁRIO


O instituto da solidariedade foi definido no art. 264 do Código Civil da seguinte forma:

Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou


mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.

Você não precisa memorizar nada do que foi acima transcrito, pois o objetivo é apenas demonstrar que a
solidariedade ocorre quando há mais de um credor ou mais de um devedor em uma mesma obrigação.

No Direito Tributário, o credor da obrigação tributária é o sujeito ativo, titular da competência para instituir
o tributo ou a pessoa jurídica de direito público a quem tenha sido delegada a capacidade tributária ativa.

Assim, ou o ente competente para instituir o tributo cobra ou delega a outra (e somente uma) pessoa jurídica
de direito público para realizar a arrecadação. Diante disso, temos que, em matéria tributária, não há que
se falar em solidariedade ativa.

Vejamos, então, o que estabelece o art. 124 do CTN, ao tratar do tema:

Art. 124. São solidariamente obrigadas:

I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal;

II - as pessoas expressamente designadas por lei.

Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.

O dispositivo legal apresenta duas situações em que ocorre a solidariedade. O primeiro caso de
solidariedade, em que há interesse comum, denomina-se solidariedade de fato ou natural. O segundo caso,
em que as pessoas se tornam solidariamente obrigadas por meio de previsão legal, denomina-se
solidariedade de direito ou legal.

Há que se destacar que, mesmo quando a solidariedade decorra do interesse comum das pessoas na
situação que constitua o fato gerador, a solidariedade decorre de lei, tendo em vista que o CTN (norma
geral que previu a solidariedade) não deixa de ser uma lei. Sendo assim, pode-se dizer que a solidariedade
sempre decorre de lei.

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Não existe solidariedade ativa no Direito Tributário.

A solidariedade sempre decorre de lei.

Na solidariedade de fato, duas ou mais pessoas se tornam obrigadas ao cumprimento de uma mesma
obrigação tributária, por terem interesse comum na situação.

O interesse comum pode se dar, por exemplo, quando uma propriedade pertence a mais de uma pessoa.
==1a7ca0==

Nesse caso, a obrigação de pagar IPTU é solidária entre eles.

Observação: o mesmo raciocínio não se aplica ao IPTU devido por uma sociedade
empresarial, que possua no contrato social dois sócios (A e B). O contribuinte é somente a
sociedade, e não os seus sócios! Não confunda!!!

Isso ocorre em função do princípio da entidade, segundo o qual, as obrigações e o


patrimônio dos sócios não se confundem com as obrigações e o patrimônio da sociedade.

Em relação à solidariedade de direito, como o próprio nome diz, decorre de lei que estabeleça a obrigação
solidária. Nesse sentido, o legislador, por exemplo, encontra respaldo no art. 124, II, do CTN, se quiser
obrigar diversas pessoas ao cumprimento de determinada obrigação tributária para dar maior garantia ao
recebimento do crédito tributário.

Uma característica comum tanto à solidariedade de fato como a de direito é que não há benefício de ordem
(CTN, art. 124, par. único). Isso significa que o fisco pode exigir a dívida integralmente de qualquer um dos
devedores solidários, sem seguir qualquer ordem.

Vamos exemplificar para facilitar a compreensão: Carlos, José e Bruno são proprietários de um imóvel
urbano, localizado no Município de São Paulo. Carlos detém 5% do imóvel, José, 70% e Bruno, 25%. Vamos
supor, ainda, que o valor do IPTU no ano de 2013 foi de R$ 1.000,00.

Pela lógica da solidariedade, o credor (Município) pode exigir o valor de R$ 1.000, integralmente, de Carlos,
mesmo que este tenha a menor participação na propriedade. Após o pagamento, obviamente, Carlos poderá
ajuizar uma ação regressiva contra os demais devedores solidários, com o objetivo de recuperar 95% (70%
de José e 25% de Bruno) do valor pago que não cabia a ele.

Vamos ver agora os efeitos que a solidariedade produz, que foram previstos no art. 125 do CTN:

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:

I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;

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II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada


pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais
pelo saldo;

III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou


prejudica aos demais.

O primeiro efeito é que o pagamento efetuado por qualquer dos obrigados aproveita os demais. O que isso
quer dizer? No nosso exemplo, se Carlos pagou o valor de R$ 1.000,00, não cabe ao fisco exigir o valor em
duplicidade dos demais devedores, pois a obrigação tributária já foi satisfeita em sua totalidade.

Também há que se ressaltar que a isenção ou remissão exonera todos os obrigados, salvo se for outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo quanto aos demais pelo saldo restante.

Observação: Nesse momento, importa apenas saber que tanto a isenção como a remissão
são consideradas benefícios fiscais. Estudaremos isso em outra aula.

Deve-se diferenciar o benefício fiscal objetivo e o subjetivo. Quando a isenção, por exemplo, é objetiva, isto
é, relativa ao objeto, ela reduz a dívida como um todo. Logo, todos os obrigados deixam de ser devedores.

Por outro lado, se a isenção é subjetiva, beneficiando apenas um dos obrigados, os demais continuam
devedores do valor restante da dívida tributária.

Mais uma vez vamos utilizar o exemplo dado. Se uma lei isenta determinados imóveis do pagamento do
IPTU, e o imóvel de Carlos, José e Bruno se enquadra nas características legais, todos são beneficiados pela
isenção.

Por outro lado, se José é portador de necessidades especiais, e a lei isenta tais pessoas do pagamento do
IPTU, podemos dizer que a isenção foi outorgada pessoalmente a José. Nesse caso, ele deixa de pertencer à
relação jurídico-tributária, juntamente com o valor do imposto que correspondia à sua quota (R$ 700,00).
Destaque-se que a solidariedade continua a existir em relação a Carlos e Bruno, sendo que o valor total da
dívida passa a ser de R$ 300,00.

O terceiro e último efeito da solidariedade é um pouco mais complexo, e eu não vejo lógica em explicá-lo
nesse momento. Por ora, é melhor que você decore.

Para facilitar, lembre-se que prescrição se refere a dois tipos de prazos:

• Prazo para o Estado promover a ação de execução fiscal, com o objetivo de receber
o valor do crédito tributário não pago pelo contribuinte;
• Refere-se ao contribuinte que pagou tributo a maior e deseja restituição da
diferença, sendo que é o prazo para ajuizar a ação anulatória contra decisão
administrativa que denegar a restituição.

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Em relação ao prazo prescricional, a sua interrupção a favor ou contra um dos obrigados,


favorece ou prejudica todos os demais!

Aproveita aos
Pagamento
demais

Exonera todos os
demais
devedores
Efeitos da
Isenção/Remissão
Solidariedade
Exceto se
Subsiste saldo
pessoal a um
p/demais
deles
Salvo disposição de
lei em contrário...
Favorece ou
Interrupção da
Prescrição
prejudica os
demais

(SEFAZ-SC-Auditor Fiscal da Receita Estadual/2018) O Código Tributário Nacional (CTN) apresenta os


conceitos de sujeito ativo, sujeito passivo e solidariedade para fins tributários.
Conforme o referido código,
a) pessoas solidariamente obrigadas são aquelas que têm interesse comum na situação que constitua o fato
gerador da obrigação principal, ou as expressamente designadas por lei.
b) sujeito passivo da obrigação acessória é aquele que responde, com benefício de ordem, apenas se o sujeito
passivo da obrigação principal não cumprir a obrigação quando demandado.

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c) sujeito ativo é aquele que planeja e executa o fato gerador, deixando a responsabilidade para o sujeito
passivo e os solidários.
d) sujeito solidário é aquele que, em razão dever legal ou moral, deve responder pelos débitos em conjunto
com o sujeito ativo.
e) sujeito passivo é aquele que permite a ocorrência do fato gerador e, em conjunto com o sujeito ativo, é
responsável pelo pagamento do imposto ou penalidade.
Comentário:
Alternativa A: De fato, o art. 124, do CTN, estabelece que são solidariamente obrigadas as pessoas que têm
interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, ou as expressamente
designadas por lei. Alternativa correta.
Alternativa B: O sujeito passivo da obrigação acessória foi previsto no art. 122, do CTN: é a pessoa obrigada
às prestações que constituam o seu objeto. Alternativa errada.
Alternativa C: O art. 119, do CTN, define o sujeito ativo da obrigação tributária: Sujeito ativo da obrigação é
a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. Alternativa
errada.
Alternativa D: O sujeito solidário é o que, por decorrência de disposição legal apenas, deve responder pelos
débitos em conjunto com outro sujeito passivo. Não há que se falar em solidariedade ativa no Direito
Tributário. Alternativa errada.
Alternativa E: Na verdade, o sujeito passivo é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária, conforme dispõe o caput do art. 121, do CTN. Alternativa errada.
Gabarito: Letra A
(TCM-RJ-Procurador/2015) A propriedade de um bem imóvel por três proprietários com frações distintas
gera
a) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário.
b) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário, mas com solidariedade entre eles.
c) um fato gerador, mas com três sujeitos passivos, cada um responsável proporcionalmente à sua fração,
sem solidariedade.
d) um fato gerador, com três sujeitos passivos solidários entre si pelo todo, por interesse comum consistente
na transmissão do bem imóvel.
e) um fato gerador, com três sujeitos passivos que somente serão devedores solidários se houver expressa
disposição legal neste sentido ou se eles tiverem expressamente assim convencionado.
Comentário: A propriedade é uma só, ocorrendo apenas um fato gerador. Porém, como exitem três
proprietários, haverá mais de um devedor dessa obrigação tributária. Por haver interesse comum na
propriedade do imóvel, os três proprietários são devedores solidários entre si por toda a dívida.
Gabarito: Letra D

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DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
O domicílio tributário é o local que o sujeito passivo (contribuinte ou responsável) elege para fins de
cadastro e comunicação com o fisco, é o local onde ele é encontrado para que dele se exija o cumprimento
das obrigações tributárias.

É importante ressaltar as palavras do ilustre autor e professor Paulo de Barros Carvalho (grifamos):

“Vige a regra geral da eleição do domicílio que o sujeito passivo pode fazer a qualquer tempo, decidindo,
espontaneamente, sobre o local de sua preferência. Todas as comunicações fiscais, de avisos e esclarecimentos,
bem como os atos, propriamente, de intercâmbio procedimental – intimações e notificações – serão dirigidas àquele lugar
escolhido, que consta dos cadastros das repartições tributárias, e onde o fisco espera encontrar a pessoa, para a
satisfação dos mútuos interesses.” (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 25ª Edição. 2013. Pág.
300)

Diante do exposto, percebe-se que o domicílio é eleito pelo próprio sujeito passivo. É o local onde ele
escolhe para que receba as comunicações fiscais, como intimações e notificações.

Caso o sujeito passivo seja omisso quanto à escolha do domicílio, entre em cena o art. 127 do CTN, cuja
redação é a seguinte:

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na


forma da legislação aplicável, considera-se como tal:

I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade;

II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua


sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada
estabelecimento;

III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no


território da entidade tributante.

§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste
artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar
da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.

§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite


ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do
parágrafo anterior.

Sendo assim, as pessoas naturais, que não elegem o seu domicílio fiscal, será este o local da sua residência
habitual. Caso o fisco não conheça este local, ou se o contribuinte não viver habitualmente em lugar nenhum,
o domicílio tributário será o centro habitual de sua atividade.

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Domicílio não se confunde com residência. Esta é o local de moradia da pessoa.

Contudo, se a pessoa natural não elege o domicílio, pode ser que este seja o local da sua
residência. Veja que nem sempre isso ocorre!

Quanto às pessoas jurídicas de direito privado, o domicílio pode ser o lugar da sua sede ou o de cada
estabelecimento, para os fatos geradores neles ocorridos. Acrescente-se que o STJ (REsp 23.371/SP) tem
entendido como juridicamente possível as pessoas jurídicas ou firmas individuais possuírem mais de um
domicílio tributário.
==1a7ca0==

Tratando-se de pessoa jurídica de direito público, o domicílio tributário pode ser o local de qualquer uma de
suas repartições, estando, obviamente, dentro do território da entidade tributante.

Se as regras acima explicitadas não puderem ser aplicadas (CTN, art. 127, § 1º), será considerado como
domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos
ou fatos que deram origem à obrigação.

Observação: Embora as bancas cobrem a literalidade do CTN, em resumo, o que acaba de


ser dito é: será o lugar dos bens ou da ocorrência do fato gerador.

Outro ponto a ser ressaltado sobre a eleição pelo sujeito passivo do seu domicílio fiscal é: a autoridade
administrativa pode recusá-lo? Sim! Conclui-se, portanto, que o direito de escolha do contribuinte não é
absoluto.

Destaque-se que a recusa por parte da autoridade administrativa só pode ser feita se for demonstrado que
o domicílio eleito pelo sujeito passivo impossibilita ou, pelo menos, dificulta a arrecadação ou a fiscalização
tributária. Logo, a recusa deve ser motivada.

-O direito de escolha do domicílio pelo sujeito passivo não é absoluto;

-A recusa por parte da autoridade deve ser motivada.

Vale ressaltar que se o domicílio eleito for recusado pelo fisco, aplica-se a mesma regra do § 1º, que diz o
seguinte: quando não couber a aplicação das regras fixadas em qualquer dos incisos deste artigo,

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considerar-se-á como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da
ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.

Logo, em tal situação, deve a autoridade seguir primeiramente as regras dos incisos do art. 127 (para pessoas
físicas, pessoas jurídicas de direito privado e pessoas jurídicas de direito público), para só depois, na
impossibilidade de sua aplicação, considerar como domicílio tributário do contribuinte ou responsável o
lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.

Vamos esquematizar mais uma vez o conteúdo visto:

Domicílio Tributário

Regra: O sujeito
passivo escolhe seu Pessoa natural: residência habitual, ou, sendo
domicílio tributário esta incerta ou desconhecida, o centro habitual
de sua atividade.
Caso seja
omisso PJ de direito privado: local da sede ou de cada
estabelecimento, para FG nele ocorrido.
O domicílio impediu
ou dificultou a
PJ de direito público: qualquer de suas
fiscalização e
repartições no território da entidade tributante.
arrecadação

Se for
impossível

O domicílio será o local dos bens


Autoridade ou da ocorrência dos atos ou
administrativa recusa fatos que deram origem à
o domicílio eleito obrigação

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(SEFAZ-AM/2022) A sociedade empresária Beta alterou sua sede para uma cidade extremamente distante a
qual só é possível chegar de barco e gastando mais de um dia de viagem, mas deixou filiais na Capital do
Estado. A sociedade empresária impugnou autuações recebidas nas filiais em que ocorreram os fatos que
deram origem à obrigação, por não ser o seu domicilio tributário.
Sobre a posição da sociedade empresária Beta, assinale a afirmativa correta.
A) Assiste razão à sociedade empresária, pois a Receita Estadual não pode discriminar a sede da empresa.
B) A Receita Estadual só pode mandar as autuações para outros endereços, após 3 tentativas de encontrar
os responsáveis pela sociedade empresária.
C) A Receita Estadual está errada, não podendo atribuir à sociedade empresária, sua falta de estrutura.
D) Não assiste razão à sociedade empresária, pois a Receita Estadual pode, ao seu arbítrio, escolher qual o
domicilio tributário da sociedade empresária.
E) Não assiste razão à sociedade empresária, pois a autoridade administrativa pode recusar o domicílio
eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo.
Comentário: Ressalta-se que o domicílio tributário é de livre eleição por parte do contribuinte desde que
não impeça ou dificulte a fiscalização ou arrecadação.
Caso não haja a eleição do domicílio tributário, na hipótese de ser uma Pessoa Jurídica de Direito Privado,
como é o caso da sociedade empresária Beta, o domicílio será o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos
ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento.
Feita essa breve introdução vamos aos comentários.
Alternativa A: Quando o domicílio eleito impedir ou dificultar a fiscalização ou arrecadação, esse pode ser
recusado pela autoridade administrativa, essas é a inteligência do § 2º, art. 127, do CTN. Alternativa errada.
Alternativa B: Não há essa previsão de restrição de fazer 3 tentativas antes. Alternativa errada.
Alternativa C: A Receita Estadual está correta em recusar o domicílio, mas o motivo não pode ser a falta de
estrutura, mas sim se houver situação que impeça ou dificulte a fiscalização. Alternativa errada.
Alternativa D: A seu arbítrio não, a Receita Estadual só pode negar quando houver situação que impeça ou
dificulte a fiscalização, sendo este o caso, o domicílio será o da sua sede ou de cada estabelecimento, se
ainda assim não for possível, será o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram
origem à obrigação.
Alternativa E: Literalidade do § 2º, art. 127, do CTN, confira.
Art. 127, §2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte
a arrecadação ou a fiscalização do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.
Gabarito: Letra E
(SEFAZ-RS-Auditor Fiscal/2019) Se um contribuinte não eleger o seu domicílio fiscal na forma da lei, a
administração tributária deverá considerar como domicílio
a) a residência habitual do contribuinte, ainda que incerta, caso se trate de pessoa natural.

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b) a residência do empresário, caso se trate de firma individual.


c) o estabelecimento mantido na capital do estado federado, caso se trate de sociedade de economia mista.
d) qualquer uma das repartições localizadas no território da entidade tributante, caso se trate de pessoa
jurídica de direito público.
e) qualquer uma das filiais localizadas no território da entidade tributante, caso se trate de empresa pública.
Comentário:
Alternativa A: Em se tratando de pessoa natural (pessoa física), em caso de omissão, o domicílio deve ser a
sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade.
Alternativa errada.
Alternativa B: Em se tratando de firmas individuais (regra que vale também para pessoas jurídicas de direito
privado), em caso de omissão, o domicílio deve ser o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que
derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento. Alternativa errada.
Alternativa C: Em se tratando de sociedade de economia mista (pessoa jurídica de direito privado), em caso
de omissão, o domicílio deve ser o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à
obrigação, o de cada estabelecimento. Alternativa errada.
Alternativa D: Realmente, em se tratando de pessoas jurídicas de direito público, em caso de omissão, o
domicílio deve ser qualquer de suas repartições no território da entidade tributante. Alternativa correta.
Alternativa E: Em se tratando de empresa pública (pessoa jurídica de direito privado), em caso de omissão,
o domicílio deve ser o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o
de cada estabelecimento. Alternativa errada.
Gabarito: Letra D
(SEFAZ-RS-Auditor Fiscal/2019) Determinada empresa, constituída como pessoa jurídica de direito privado,
elegeu por domicílio tributário, entre os seus estabelecimentos fabris, um situado em área distante de seu
centro administrativo de distribuição logística, que é o lugar de situação dos bens a serem vendidos, o que
dificulta a arrecadação e a fiscalização de tributos.
Nessa situação hipotética, a autoridade administrativa
a) pode rejeitar o domicílio eleito e considerar como domicílio tributário da empresa o centro de distribuição.
b) não pode rejeitar o domicílio tributário eleito porque a empresa agiu nos limites de sua discricionariedade.
c) pode rejeitar o domicílio eleito e considerar como domicílio tributário o centro habitual da atividade.
d) pode rejeitar o domicílio eleito e considerar como domicílio tributário qualquer outro de seus
estabelecimentos situados no território da entidade tributante.
e) não pode rejeitar o domicílio eleito caso o domicílio tributário indicado seja o local de residência habitual
do administrador.
Comentário: De acordo com o art. 127, II, a ser aplicável em caso de recusa do domicílio tributário eleito
pela pessoa jurídica de direito privado, o seu domicílio definido de ofício deverá ser o lugar da situação dos
bens a serem vendidos, que é o próprio centro de distribuição. Portanto, Letra A.
Gabarito: Letra A

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QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS


1. FCC/COPERGÁS-Contador/2023
Conforme estabelece o Código Tributário Nacional, a obrigação tributária principal surge com
a) a ocorrência do fato gerador e a obrigação tributária acessória decorre da legislação tributária.
b) a sujeição ativa e a obrigação tributária acessória decorre da sujeição passiva.
c) a capacidade tributária e a obrigação tributária acessória decorre da solidariedade tributária.
d) o lançamento tributário e a obrigação tributária acessória decorre do crédito tributário.
e) a administração tributária e a obrigação tributária acessória decorre da fiscalização tributária.
Comentário:
Letra A: Realmente, o art. 113, do CTN, prevê que a obrigação tributária principal surge com a ocorrência
do fato gerador e a obrigação tributária acessória decorre da legislação tributária. Correto.
Letra B: O art. 113, do CTN, prevê que a obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato
gerador. Já a obrigação tributária acessória decorre da legislação tributária. Errado.
Letra C: O art. 113, do CTN, prevê que a obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato
gerador. Já a obrigação tributária acessória decorre da legislação tributária. Errado.
Letra D: O art. 113, do CTN, prevê que a obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato
gerador. Já a obrigação tributária acessória decorre da legislação tributária. Errado.
Letra E: O art. 113, do CTN, prevê que a obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato
gerador. Já a obrigação tributária acessória decorre da legislação tributária. Errado.
Gabarito: A

2. FCC/SEFAZ-AP-AUDITOR/2023
A empresa Floresta Ltda., em procedimento de fiscalização, foi notificada da lavratura de auto de infração,
com exigência de imposto e multa, sendo seus sócios João, Maria e Carlos considerados responsáveis
tributários solidários por comprovado interesse comum na situação que constituiu o fato gerador do
tributo.
Em petição de impugnação do auto de infração dirigida ao fisco, João solicitou que o débito fiscal exigido
fosse cobrado dele por último, justificando que se encontrava em situação financeira precária.
Por sua vez, Maria teve perdão de seus débitos, tendo em vista o reconhecimento pelo fisco de ser
possuidora de doença incurável prevista em lei de outorga pessoal de remissão.
Carlos resolveu pagar 1/3 da dívida total, pleiteando ao fisco sua retirada da situação de solidário, mesmo
sem disposição legal expressa neste sentido.
Com base na situação relatada e com fundamento no CTN, com relação à solidariedade dos sócios,

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a) João deve ter seu pedido deferido, sendo que Carlos permanecerá responsável solidário somente pelo
saldo remanescente devido.
b) João deve ter seu pedido indeferido, permanecendo juntamente com Carlos como responsável solidário
pelo saldo remanescente devido.
c) com a remissão concedida a Maria e o pagamento feito por Carlos de sua parte, como responsável,
remanesce como solidário pelo saldo apenas João, devendo ser indeferido seu pedido.
d) a remissão concedida a Maria se estende a João e a Carlos, tendo em vista a situação de solidariedade
de todos os sócios.
e) João deve ter seu pedido indeferido, permanecendo Maria e Carlos como responsáveis solidários, tendo
em vista haver saldo remanescente devido.
Comentário: Esta questão trata da responsabilidade tributária solidária entre os sócios João, Maria e Carlos.
Vamos analisar caso a caso:
1) João pede para ser o último a ser cobrado devido à sua situação financeira. No entanto, a legislação
tributária ( art.124, Parágrafo único do CTN) não permite benefício de ordem na solidariedade tributária, ou
seja, qualquer um dos responsáveis pode ser cobrado pelo total da dívida, independentemente da sua
condição financeira.
2) Maria recebeu remissão devido a uma condição pessoal (doença incurável). A remissão pessoal não se
estende aos demais sócios, conforme o art.125, II do CTN.
3) Carlos pagou 1/3 da dívida, mas isso não o exclui da responsabilidade pelo saldo restante, já que a
solidariedade não se limita à cota-parte individual no fato gerador.
Portanto, com a negação do pedido de João, a remissão pessoal de Maria e o pagamento parcial de Carlos,
ambos João e Carlos continuam responsáveis solidários pelo saldo devedor. A alternativa correta é a letra B,
que afirma que João deve ter seu pedido indeferido e, junto com Carlos, permanece responsável pelo saldo
remanescente.
Gabarito: B

3. FCC/Pref. Caruaru-Procurador/2018

A obrigação tributária principal


a) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto exclusivo o pagamento de tributo e
extingue-se com a prescrição do crédito dela decorrente.
b) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária e extingue-se com o crédito dela decorrente.
c) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto a obrigação acessória de prestar
informações quando solicitada pela Administração e o pagamento do tributo, desde que exigido.
d) pode se confundir com obrigação acessória, sobretudo para efeitos de pagamento da
penalidade decorrente de descumprimento da lei tributária, considerada a independência
estrutural dos dois conceitos.
e) tem como fato gerador situação que, na forma do regulamento, impõe a abstenção de ato que
configure obrigação acessória.

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Comentário:
Alternativa A: O objeto da obrigação principal é o pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária, e sua extinção ocorre com a extinção do crédito que dela decorre. Alternativa errada.
Alternativa B: O art. 113, § 1º, do CTN, define que a obrigação principal surge com a ocorrência
do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente. Alternativa correta.
Alternativa C: A obrigação principal não tem por objeto a obrigação acessória de prestar
informações quando solicitada pela Administração, mas apenas o pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária. Alternativa errada.
Alternativa D: A obrigação principal não se confunde com a obrigação acessória. Alternativa
errada.
Alternativa E: A assertiva confunde o fato gerador da obrigação principal com o fato gerador da
obrigação acessória. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B

4. FCC/SEAD-AP-Analista Jurídico/2018

Sobre o fato gerador da obrigação principal, conforme determina o Código Tributário Nacional,
a) a previsão legal e a atividade administrativa respectiva são condições imprescindíveis à sua
ocorrência.
b) trata-se de situação de fato legalmente qualificada e assim reconhecida por ato administrativo.
c) sua ocorrência depende, em qualquer caso, de fato jurídico único e instantâneo.
d) sua ocorrência não depende de lei, mas da declaração do contribuinte.
e) trata-se de situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Comentário:
Alternativa A: A previsão legal é imprescindível, mas não há tal restrição em relação à “atividade
administrativa respectiva”. Na verdade, a lei é que estabelece a situação que configura o fato
gerador da obrigação principal. Alternativa errada.
Alternativa B: O art. 116, do CTN, estabelece que o fato gerador pode se tratar de situação de
fato ou jurídica. Alternativa errada.
Alternativa C: Não há qualquer definição nesse sentido no CTN. Alternativa errada.
Alternativa D: O fato gerador da obrigação principal é sempre uma situação definida em lei.
Alternativa errada.
Alternativa E: De acordo com o art. 114, do CTN, o fato gerador da obrigação principal é a
situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Alternativa correta.
Gabarito: Letra E

5. FCC/SEFAZ-SC-Auditor Fiscal da Receita Estadual/2018

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O Código Tributário Nacional estabelece que a “autoridade administrativa poderá desconsiderar


atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador
do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária”. De acordo com o
referido Código, a norma retrotranscrita
a) não poderá ser aplicada, sem prévia autorização judicial.
b) poderá ser aplicada, desde que sejam observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária.
c) é autoaplicável, independentemente da observância de qualquer procedimento.
d) poderá ser aplicada, desde que sejam observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei complementar.
e) poderá ser aplicada, nos termos de disciplina a ser estabelecida pelo Poder Executivo.
Comentário: Para acertar esta questão, basta conhecer a literalidade do art. 116, par. único, do
CTN, cuja redação é a seguinte: a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.
Gabarito: Letra B

6. FCC/CLDF-Consultor Legislativo/2018

O Regulamento do ISSQN de um Município hipotético contempla várias normas jurídicas, sendo


que, dentre elas, encontra-se uma que obriga o contribuinte desse imposto a emitir documentos
fiscais em determinadas situações, e outra, que o obriga a efetuar o pagamento do imposto
devido. De acordo com o Código Tributário Nacional, a obrigação de emitir documento fiscal e a
obrigação de pagar o imposto denominam-se, respectivamente,
a) acessória e principal.
b) pecuniária e documental.
c) escritural e financeira.
d) econômica e epistolar.
e) documental e pecuniária.
Comentário: A questão exige conhecimento dos §§1º e 2º do art. 113 do CTN, que dispõe que a
obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e
extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente, e que a obrigação acessória tem por
objeto as prestações, positivas ou negativas, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos
tributos. Portanto, emitir documentos fiscais é uma obrigação acessória, e pagar o imposto é uma
obrigação principal. Os demais termos citados nas alternativas não são usados no direito
tributário. A alternativa A correta.

Gabarito: Letra A

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7. FCC/SEFAZ-MA-Técnico da Receita Estadual/2016

O ICMS, tributo lançado por homologação na maior parte dos Estados brasileiros, em sua
estrutura original, que ainda existe em relação a determinados tipos de mercadorias, exige, entre
o cumprimento de outras obrigações tributárias, que o contribuinte documente a ocorrência do
fato gerador do ICMS, por meio de emissão de documento fiscal e escriture esse documento no
livro Registro de Saídas, especificando os montantes dos débitos do imposto. Por outro lado, o
recebimento de mercadorias e serviços deve estar acompanhado por documento fiscal hábil, que
deve ser escriturado no livro Registro de Entradas, especificando os montantes dos créditos do
imposto. Terminado o período de apuração do imposto, os débitos e créditos totalizados nesses
livros devem ser transportados para o livro Registro de Apuração do ICMS, para apuração de
saldo do imposto, que pode ser devedor, credor ou nulo. Em seguida, o resultado obtido nessa
apuração deve ser transportado para a Guia de Informação e Apuração do ICMS e, sendo
devedor o saldo, ele deve ser objeto de recolhimento em dinheiro, mediante guia de
recolhimento elaborada especificamente para esse fim.
Com base na disciplina do CTN, constitui obrigação principal
a) o preenchimento da Guia de Recolhimento do Imposto, exceto quando se tratar de guia
negativa.
b) a apresentação de Guia de Informação e Apuração do ICMS, informando a existência de saldo
devedor do imposto.
c) o pagamento do imposto devido, mediante o recolhimento, em dinheiro, na hipótese de ser
apurado saldo devedor.
d) a apresentação de Guia de Informação e Apuração do ICMS, informando a existência de saldo
devedor do imposto, com a subsequente elaboração da Guia de Recolhimento do imposto.
e) a elaboração da Guia de Informação e Apuração do ICMS.
Comentário: A questão exige conhecimento do art. 113, §1º do CTN, que dispõe que a
obrigação principal urge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
Portanto a única alternativa que se enquadra como obrigação principal é C. As demais
alternativas descrevem obrigações acessórias. Alternativa C correta.
Gabarito: Letra C

8. FCC/SEMF Teresina-Técnico do Tesouro Municipal/2016

A respeito da Obrigação Tributária, considere:


I. O objeto da obrigação tributária principal é de natureza patrimonial, ou seja, é sempre uma
quantia em dinheiro.
II. O objeto da obrigação acessória é não patrimonial, consistindo em uma obrigação de fazer.
III. A inobservância de obrigação acessória pode ensejar a procedimento fiscalizatório por parte
do Fisco, mas não se converte em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
Está correto o que consta APENAS em
a) I e II.

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b) I e III.
c) II e III.
d) I.
e) III.
Comentário: A questão exige conhecimento do art. 113 do CTN, que dispõe que a obrigação
principal tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente, e que a obrigação acessória tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
Sendo assim, veja os itens:
Item I: De acordo com o art. 113, §1º. Item correto.
Item II: O item está incompleto, mas não errado, pois pode ser uma obrigação de fazer ou não
fazer (art. 113, §2º). Item correto
Item III: O item contraria o disposto no art. 113, §3º do CTN que estabelece que a obrigação
acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente a penalidade pecuniária. Item errado.
Gabarito: Letra A

9. FCC/Pref. Teresina – Auditor-Fiscal/2016

O Código Tributário Nacional estabelece disciplina a respeito das obrigações tributárias,


dividindo-as em principais e acessórias.
De acordo com esse Código, a obrigação
a) acessória decorre de fato gerador de taxas e contribuições especiais, enquanto que a
obrigação principal decorre de fato gerador de imposto.
b) acessória tem por objeto o lançamento de penalidade pecuniária.
c) principal, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em direito subjetivo da Fazenda
Pública de propor execução fiscal.
d) principal tem como fato gerador qualquer situação que, na forma da legislação aplicável,
imponha a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação acessória.
e) principal é extinta juntamente com a extinção do crédito tributário que dela decorreu.
Comentário:
Alternativa A: De acordo com o art. 113, do CTN, a obrigação principal surge com a ocorrência
do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Já a
obrigação acessória é desprovida de caráter pecuniário, tendo por objeto as prestações, positivas
ou negativas, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.. Alternativa errada.
Alternativa B: Conforme comentado, a obrigação acessória é desprovida de caráter pecuniário,
tendo por objeto as prestações, positivas ou negativas, no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos. Alternativa errada.
Alternativa C: A inobservância da obrigação principal consiste na falta de pagamento. Contudo,
isso não implica conversão em direito subjetivo da Fazenda Pública de propor execução fiscal,

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uma vez que é necessária a inscrição do crédito tributário em dívida ativa, para permitir a
posterior ação de execução fiscal. Alternativa errada.
Alternativa D: Trata-se, na realidade, do fato gerador da obrigação acessória, disciplinado no art.
115. Alternativa errada.
Alternativa E: Conforme prevê o art. 113, § 1º, do CTN, a obrigação principal surge com a
ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e
extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Alternativa correta.
Gabarito: Letra E

10. FCC/PGE-MA-Procurador/2016

Sobre obrigação tributária, é correto afirmar que


a) a obrigação tributária principal sempre pressupõe o prévio ou posterior cumprimento de
obrigação tributária acessória.
b) todo sujeito passivo de obrigação tributária principal sempre também será de obrigação
tributária acessória.
c) a obrigação tributária acessória independe da obrigação tributária principal e existe no
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
d) somente pode ser objeto de obrigação tributária acessória aquele previsto em lei ou ato
normativo para ser sujeito passivo de obrigação tributária principal.
e) a obrigação tributária principal se converte em obrigação tributária acessória quando se trata
de pagamento de multa por infração à legislação tributária.
Comentário:
Alternativa A: A obrigação principal independe da obrigação acessória. Assim, aquela não
pressupõe o prévio ou posterior cumprimento desta. Alternativa errada.
Alternativa B: Não necessariamente o sujeito passivo de obrigação tributária principal sempre
também será de obrigação tributária acessória. Alternativa errada.
Alternativa C: A obrigação acessória, como comentado, independe da obrigação tributária
principal. De acordo com o art. 113, § 2º, do CTN, a obrigação acessória decorre da legislação
tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Alternativa correta.
Alternativa D: De acordo com o art. 113, § 2º, do CTN, a obrigação acessória decorre da
legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Alternativa errada.
Alternativa E: O que ocorre, segundo dispõe o art. 113, §3º, do CTN, é que a obrigação
acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária. Alternativa errada.
Gabarito: Letra C

11. FCC/TCM-GO-Procurador/2015

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De acordo com o Código Tributário Nacional, a obrigação tributária


a) acessória tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade.
b) acessória decorre necessariamente de decreto.
c) acessória tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, previstas na legislação
tributária.
d) secundária não tem existência independentemente da obrigação tributária primária.
e) secundária, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação essencial de
pagar penalidade pecuniária.
Comentário:
Alternativas A: É a obrigação principal que tem por objeto o pagamento de tributo ou
penalidade (art. 113, §1º). Alternativa errada.
Alternativa B: A obrigação acessória decorre da legislação tributária (art. 113, §2º) que, de
acordo com o art. 96 do CTN, compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os
decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e
relações jurídicas a eles pertinentes. Alternativa errada.
Alternativa C: Assertiva em consonância com art. 113, §2º do CTN. Alternativa correta.
Alternativa D: Não existem no direito tributário os termos “obrigação primária” e “obrigação
secundária”, mas apenas “obrigação principal” e “obrigação acessória”. Além da nomenclatura
errada, as duas obrigações são independentes. Alternativa errada.
Alternativa E: Não existem no direito tributário os termos “obrigação essencial” e “obrigação
secundária”, mas apenas “obrigação principal” e “obrigação acessória”. Conforme art. 113, §3º
do CTN, a obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em
obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária. Alternativa errada.
Gabarito: Letra C

12. FCC/TCE-GO-Analista de Controle Externo/2014

Determinada pessoa praticou o fato gerador do Imposto de Renda, pois auferiu renda em um
determinado período de tempo. Todavia, deixou de apresentar sua Declaração de Ajuste Anual
no prazo previsto na legislação. Logo, foi aplicada uma multa pelo atraso na entrega da
declaração, mesmo tendo pago o imposto no prazo legal. Diante destes fatos e com base no
Código Tributário Nacional, é correto afirmar que no caso apresentado
a) todas as obrigações tributárias descritas são classificadas como principal.
b) o pagamento da multa e do imposto se classificam como obrigação tributária principal, mas a
apresentação da Declaração de Ajuste Anual é obrigação tributária acessória.
c) o pagamento do Imposto de Renda é obrigação tributária principal, enquanto o pagamento da
multa é obrigação tributária acessória.
d) a apresentação da Declaração de Ajuste Anual e o pagamento do Imposto de Renda se
classificam como obrigação tributária principal.

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e) o pagamento do Imposto de Renda, assim como o descumprimento da obrigação de entregar


a Declaração de Ajuste Anual, se classificam como obrigação tributária principal.
Comentário: A questão exige conhecimento dos §§1º e 2º do art. 113 do CTN, que dispõe que
a obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e
extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente, e que a obrigação acessória tem por
objeto as prestações, positivas ou negativas, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos
tributos. Portanto, apresentar a Declaração de Ajuste Anual é uma obrigação acessória, e pagar o
imposto e a multa são obrigações principais. A alternativa B correta.
Gabarito: Letra B

13. FCC/METRO SP-Analista Desenvolvimento Gestão Júnior/2014

Em relação às obrigações acessórias na legislação tributária, considere as seguintes afirmações:


I. A obrigação acessória segue a principal.
II. A exclusão do crédito tributário em decorrência de isenção não dispensa o cumprimento da
obrigação acessória dependente da obrigação principal cujo crédito tributário seja excluído, ou
dela consequente.
III. A lei tributária que disponha sobre a dispensa do cumprimento de obrigações acessórias é
interpretada de forma finalística e sistemática.
Está correto o que consta APENAS em
a) II.
b) I e III.
c) I.
d) II e III.
e) I e II.
Comentário:
Item I: Diferentemente do que ocorre no Direito Civil, no Direito Tributário, as obrigações
tributárias acessórias independem da existência de uma obrigação principal. Por exemplo, um
tempo que está imune ao pagamento de impostos, pode ser obrigado por lei a ter inscrição
municipal. Item errado.
Item II: Conforme vimos no item I, as obrigação acessória independe da principal. Assim, uma
isenção dada a determinado contribuinte não dispensa cumprimento de obrigação acessória.
Item correto.
Item III: De acordo com o disposto no art. 111, III do CTN, interpreta-se literalmente a legislação
tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações acessórias. Item errado.
Gabarito: Letra A

14. FCC/METRO SP-Analista Desenvolvimento Gestão Júnior/2014

Considere as afirmações abaixo a respeito das obrigações acessórias previstas pela legislação
tributária.

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I. Emissão de notas fiscais, escrituração de livros fiscais, envio de declaração de informações


econômico- fiscais e inscrições nos cadastros de contribuintes.
II. Registro dos contratos de transferência de tecnologia junto ao Instituto Nacional de
Propriedade Intelectual (INPI), registro de contratos nos Cartórios de Registro de Títulos e
Documentos, e autenticação de firma do signatário nos contratos firmados entre os particulares.
III. emissão do cupom fiscal pelos supermercados, aposição de selo em produtos da indústria de
bebidas para o controle do recolhimentos do Imposto sobre Produto Industrializados (IPI) e
conferência de regularidade fiscal das empresas com as quais um contribuinte faz negócios.
São obrigações tributárias acessórias os deveres relacionados em
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III.
d) I e III, apenas.
e) II, apenas.
Comentário: De acordo com o art. 113, §2 do CTN, a obrigação acessória decorre da legislação
tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Sendo assim, veja os itens:
Item I: As obrigações listadas são prestações positivas no interesse da fiscalização. Item correto.
Item II: Apesar de o item tratar de obrigações de fazer, elas não têm relação com o interesse da
arrecadação ou fiscalização de tributos. Não são, portanto, obrigações tributárias acessórias. Item
errado.
Item III: As obrigações listadas são prestações positivas no interesse da fiscalização. Item correto.
Gabarito: Letra D

15. FCC/METRO SP-Advogado Júnior/2016

No tocante as obrigações tributárias, considere:


I. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente a penalidade pecuniária.
II. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à
sua ocorrência.
III. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus
efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que esteja definitivamente
constituída, nos termos de direito aplicável.
IV. A obrigação acessória surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento
de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) II e III.

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c) I, III e IV.
d) I, II e IV.
e) I e II.
Comentário:
Item I: O item traz literalidade do art. 113, §3º do CTN. Item correto.
Item II: O item traz literalidade do art. 114 do CTN. Item correto.
Item III: De acordo com art. 116 do CTN, o momento de ocorrência do fato gerador descrito é o
da situação jurídica, e não da situação de fato. Item errado.
Item IV:O item traz a definição de obrigação principal, e não acessória (art. 113, §1º do CTN).
Item errado.
Gabarito: Letra E

16. FCC-CGM São Luís-Auditor de Controle Interno/2015

A interpretação da definição legal do fato gerador é matéria que não foi tratada no capítulo que
cuida da Interpretação e Integração da Legislação Tributária, mas no capítulo que trata do fato
gerador. De acordo com o CTN, essa interpretação deve ser feita abstraindo-se
I. dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
II. da natureza do seu objeto.
III. da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou
terceiros.
IV. da natureza dos seus efeitos.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II, III e IV.
d) II e IV, apenas.
e) III, apenas.
Comentário: De acordo com o art. 118 do CTN, a definição legal do fato gerador é interpretada
abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; e dos
efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. Portanto, todos os itens estão corretos.
Gabarito: Letra C

17. FCC/PGM-Recife-Procurador/2014

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Autoridade administrativa lotada na Secretaria de Finanças do Município do Recife e em função


de fiscalização direta de tributos lavra auto de infração à legislação municipal desconsiderando
negócio jurídico praticado por contribuinte do ISSQN. A autoridade fiscal age nos estritos limites
procedimentais estabelecidos por Ofício da própria Secretaria de Finanças da qual é funcionário.
Neste contexto, e atuando como Procurador Judicial, considere as seguintes afirmações:
I. Correta a atuação do fiscal em termos procedimentais se o Ofício citado tiver fundamento em
Decreto do Executivo Municipal.
II. Os procedimentos para a desconsideração dos negócios jurídicos previstos no ofício
observado pelo fiscal autuante devem ter por fundamento lei ordinária.
III. Se não houver lei complementar fundamentando os procedimentos de desconsideração
praticados pelo agente fiscal autuante, deve-se considerar este ato administrativo como nulo.
Está correto o que consta APENAS em
a) II e III.
b) I.
c) II.
d) III.
e) I e III.
Comentário: A questão trata da “norma geral antielisão” que busca a essência do negócio
jurídico, e não a sua simples forma. O §único do art. 116 do CTN dispõe que autoridade
administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de
dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da
obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.
Sendo assim, no caso concreto narrado, o único item correto é o II.
Gabarito: Letra C

18. FCC/PGE-RN-Procurador/2014

Segundo o Código Tributário Nacional, a definição legal do fato gerador é interpretada


abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados, da natureza do seu objeto e
seus efeitos, bem como dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. Diante disso,
a) somente os negócios juridicamente válidos podem ser definidos como fato gerador de
tributos.
b) a hipótese de incidência pode ter em seu aspecto material fatos ilícitos, desde que
compatíveis com a regra-matriz de incidência prevista na Constituição Federal.
c) somente os negócios jurídicos com agente capaz, objeto lícito e forma prevista ou não
proibida em lei serão fatos geradores de tributos.
d) a circulação de mercadoria objeto de contrabando não pode ser fato gerador do ICMS, tendo
em vista que o objeto do negócio, qual seja, a mercadoria, é ilícita.
e) o recolhimento de ITCD incidente sobre doação de bem imóvel em fraude contra credores é
válido, mesmo diante de anulação do negócio jurídico por decisão judicial irrecorrível.
Comentário:

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Alternativas A: De acordo com art. 118, I do CTN, a definição legal do fato gerador é
interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos
contribuintes. Alternativa errada.
Alternativa B: Cuidado com esta alternativa: muitos marcaram como correta pensando no
princípio da pecunia non olet, mas conforme art. 3º, tributo não pode constituir sanção de ato
ilícito. Lembre-se que aspecto material é a descrição do fato ensejador da obrigação tributária e
este será sempre um ato lícito. A definição legal do fato gerador é que deve ser interpretada
desconsiderando-se a validade jurídica dos atos praticados e os efeitos dos fatos (art. 118 do
CTN), amparando o princípio citado. Alternativa errada.
Alternativa C: A alternativa cobrou conhecimento dos requisitos de validade do negócio juríco
(art. 104 do CC) que são agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e
forma prescrita ou não defesa em lei. Traduzindo para quem não conhece Direito Civil, a assertiva
diz que somente os negócios jurídicos válidos serão fatos geradores de tributos, o que vimos nas
outras alternativas que contraria o art. 118 do CTN. Alternativa errada.
Alternativa D: Mais uma vez, a hipótese de incidência do ICMS é a circulação de mercadorias
(atividade lícita). O fato de a mercadoria ser fruto de contrabando e, portanto, ilícita, não impede
a ocorrência do fato gerador conforme princípio da pecunia non olet amparado pelo art. 118 do
CTN. Alternativa errada.
Alternativa E: Esta alternativa é a única traz situação fática que traduz o disposto no art. 118 do
CTN. Alternativa correta.
Gabarito: Letra E

19. FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013

Fato Gerador e Obrigação Tributária são dois institutos intrinsicamente relacionados no Direito
Tributário, sendo um decorrência do outro. A respeito desses institutos, é correto afirmar:
a) O fato gerador da obrigação principal é situação definida na forma da lei como necessária e
suficiente à sua ocorrência, podendo ocorrer a sua definição, excepcionalmente, por tratados e
convenções internacionais, decretos e normas complementares.
b) A obrigação acessória tem por objeto obrigações de dar ou fazer, positivas ou negativas, que
contribuem com a arrecadação e fiscalização dos tributos.
c) A obrigação acessória não se converte em obrigação principal, pois o seu fato gerador é
qualquer situação que imponha a prática ou abstenção de ato que não configure a obrigação
principal, nos termos do CTN.
d) A mesma situação fática pode ser fato gerador de uma obrigação tributária principal e de uma
obrigação tributária acessória, ambas definidas na legislação tributária.
e) A obrigação principal surge com o fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo,
enquanto a obrigação acessória tem por objeto o pagamento de penalidade pecuniária, sendo
que ambas se extinguem com o crédito delas decorrente.
Comentário:
Alternativas A: O fato gerador da obrigação principal deve ser definido em lei (art. 114 do CTN).
Alternativa errada.

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Alternativa B: Obrigação de dar é objeto da obrigação principal. Quanto à obrigação de fazer,


positiva ou negativa o enunciado está correto (art. 113, §2º do CTN). Alternativa errada.
Alternativa C: Apesar de não tecnicamente correto falar que uma obrigação acessória se converte
em principal, já que ela não deixa de existir, este é o termo usado pelo CTN no art. 113, §3º, que
foi o foco da questão. Alternativa errada.
Alternativa D: Este foi o gabarito da banca, mas a questão deveria ter sido anulada. Dizer que a
mesma situação fática pode ser fato gerador de uma obrigação tributária principal e de uma
obrigação tributária acessória está ok, no entanto, não são ambas definidas na legislação
tributária. Vimos na alternativa A que fato gerador da obrigação principal deve ser definido em
lei (art. 114 do CTN). O raciocínio do examinador foi possivelmente baseado no art. 96 do CTN
que inclui a lei no conceito de legislação tributária Esta alternativa é a “menos errada”.
Alternativa correta.
Alternativa E: Tanto o pagamento do tributo quanto da penalidade pecuniária são objetos da
obrigação principal (art. 113, §1º do CTN). Alternativa errada.
Gabarito: Letra D

20. FCC/AL-PB-Procurador/2013

Considere as seguintes afirmações:


I. Fato gerador da obrigação principal é situação definida em decreto do executivo ou resolução
do Senado Federal como necessária e suficiente à sua ocorrência.
II. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável,
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
III. Autoridade administrativa, observados os procedimentos estabelecidos em lei ordinária, pode
efetuar a desconsideração de atos ou de negócios jurídicos praticados com a finalidade de
dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
Comentário:
Item I: O fato gerador da obrigação principal deve ser definido em lei (art. 114 do CTN). Item
errado.
Item II: O item traz literalidade do art. 115 do CTN. Item correto.
Item III: O item traz literalidade do art. 116, §úncico do CTN. Item correto
Gabarito: Letra E

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21. FCC/SEAD PI-Analista de Planejamento e Orçamento/2013

Sobre fato gerador, é correto afirmar:


a) Tratando-se de situação jurídica, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se
perfeitos e acabados, sendo suspensiva a condição, desde o momento da prática do ato ou da
celebração do negócio; e, sendo resolutória a condição, desde o momento de seu implemento.
b) A definição legal do fato gerador é interpretada levando-se em conta a validade jurídica dos
atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos, e levando em conta, ainda, os efeitos dos fatos
efetivamente ocorridos.
c) Fato gerador da obrigação principal é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável,
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação de efetuar pagamento.
d) A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
ordinária.
e) Considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação de
fato, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito
aplicável; e, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios.
Comentário:
Alternativas A: A alternativa inverteu condição suspensiva com resolutória (art. 117 do CTN).
Alternativa errada.
Alternativa B: A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica
dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; e dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. (art.
118 do CTN). Alternativa errada.
Alternativa C: O enunciado corresponde à definição do fato gerador da obrigação acessória (art.
115 do CTN). Alternativa errada.
Alternativa D: A alternativa traz literalidade do art. 116, §úncico do CTN. Alternativa correta.
Alternativa E: A alternativa inverteu “situação de fato” e “situação jurídica” (art. 116 do CTN).
Alternativa errada.
Gabarito: Letra D

22. FCC/SEAD-PI-Analista de Planejamento e Orçamento/2013

Analista de Planejamento e Orçamento da Secretaria da Administração do Estado do Piauí, na


condição de autoridade administrativa e em análise de negócio jurídico submetido à sua
apreciação, conclui que ele fora praticado com a finalidade de dissimular a ocorrência de fato
gerador de tributo estadual. Com base nesta informação e de acordo com o CTN, a providência
indicada a ser tomada é

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a) desconsiderar o negócio jurídico apreciado, devendo, no entanto, observar os procedimentos


a serem estabelecidos em Decreto do Executivo Estadual ou lei complementar estadual.
b) observar as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas do Piauí que
já apreciaram matéria semelhante, tornando-se desnecessário o estabelecimento em lei ordinária
dos procedimentos a serem observados.
c) não desconsiderar o negócio jurídico apreciado, mesmo que haja lei ordinária prescrevendo os
procedimentos, enquanto a desconsideração não for declarada pelo judiciário.
d) desconsiderar o negócio jurídico apreciado, devendo, para tanto, observar os procedimentos a
serem estabelecidos em lei ordinária.
e) desconsiderar o negócio jurídico apreciado, devendo, no entanto, observar os procedimentos
a serem estabelecidos em Decreto do Executivo Estadual, desde que tenha havido decisão
judicial.
Comentário: A questão exige conhecimento do art. 116, §único do CTN que preceitua que a
autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
ordinária. Alternativa D correta.
Gabarito: Letra D

23. FCC/Procurador-João Pessoa-PB/2012

Considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento do implemento da condição,


tratando-se de negócio jurídico gravado com condição resolutiva.
Comentário: Tratando-se de negócio jurídico submetido a condição resolutiva, considera-se
ocorrido o fato gerador desde o momento da celebração do negócio.
Gabarito: Errada

24. FCC/Procurador-João Pessoa-PB/2012

Considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento da prática do ato ou celebração do


negócio, tratando-se de negócio jurídico gravado com condição suspensiva.
Comentário: Tratando-se de negócio jurídico submetido a condição suspensiva, considera-se
ocorrido o fato gerador desde o momento do implemento da condição.
Gabarito: Errada

25. FCC/Pref. Manaus-Assistente Técnico Fazendário/2019

O Código Tributário Nacional estabelece regras relativas ao sujeito ativo e ao sujeito passivo de
obrigações tributárias. De acordo com esse Código,
a) o sujeito ativo da obrigação principal é a pessoa natural ou jurídica obrigada ao pagamento de
imposto devido antecipadamente por substituição tributária.

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b) diferencia-se o sujeito ativo do sujeito passivo da obrigação acessória, porque o primeiro é o


que paga o tributo antes do vencimento, enquanto que o segundo é o que paga tributo vencido,
com os devidos acréscimos legais.
c) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, sem revestir a condição de
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
d) o sujeito passivo de obrigação acessória é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo por
meio de estampilha ou selo.
e) o sujeito ativo é o contribuinte de obrigação acessória, enquanto que o sujeito passivo é o
sujeito ativo que deixou de pagar tributo no prazo fixado em lei.
Comentário:
Alternativas A: Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento (art. 119 do CTN). Alternativa errada.
Alternativa B: A questão bagunçou totalmente os conceitos. Nos comentários das outras
alternativas temos as definições de sujeito ativo (art. 119) e sujeito passivo da obrigação acessória
(art. 122). Alternativa errada.
Alternativa C: A alternativa traz literalidade do art. 121, §único, II do CTN. Alternativa correta.
Alternativa D: Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que
constituam o seu objeto (art. 122 do CTN). Alternativa errada.
Alternativa E: Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento (art. 119 do CTN). Alternativa errada.
Gabarito: Letra C

26. FCC/CREMESP-Advogado/2016

O sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando,


a) revestindo a condição de contribuinte, sua obrigação decorrer de disposição expressa na
Constituição Federal.
b) revestindo a condição de contribuinte, sua obrigação decorrer de disposição expressa em lei
ordinária.
c) tiver relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.
d) sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorrer de disposição expressa em lei.
e) revestindo a condição de contribuinte, sua obrigação decorrer de disposição expressa em
portaria, regulamento ou autorização.
Comentário: De acordo com o art. 121, §único, II, o sujeito passivo da obrigação principal diz-se
responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de
disposição expressa de lei. Alternativa D correta.
Gabarito: Letra D

27. FCC/TJ-SE-Juiz/2015

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Em havendo um contrato celebrado por instrumento público, devidamente registrado no Ofício


de Títulos e Documentos, as partes convencionam obrigações recíprocas e, dentre elas, a de
atribuir responsabilidade solidária aos contratantes pelo pagamento dos tributos incidentes sobre
o objeto do contrato. Com os fatos apresentados, o contrato
a) celebrado por instrumento público e registrado em cartório tem força para alterar a
capacidade tributária passiva, atribuindo-a a terceiras pessoas, sendo oponível ao Fisco.
b) celebrado por instrumento público tem força de ato público e como tal é suficiente para
transferir para terceiros a capacidade tributária passiva.
c) não tem qualquer eficácia perante o Fisco, salvo se houver lei do ente competente autorizando
convenção particular alterar a capacidade tributária passiva.
d) é nulo por ser vedado expressamente por lei a convenção entre as partes que disponha sobre
responsabilidade tributária solidária entre os contratantes, pois só a lei pode assim dispor.
e) mesmo que não seja aquele definido em lei como o sujeito passivo da obrigação tributária, em
razão da convenção de solidariedade passiva entre os contratantes, o Fisco pode optar por
cobrar a integralidade do crédito de apenas de um dos contratantes.
Comentário: De acordo com o art. 123 do CTN, salvo disposições de lei em contrário, as
convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem
ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações
tributárias correspondentes.
Alternativas A: Sem disposição de lei em contrário não é oponível. Alternativa errada.
Alternativa B: Só poderia transferir com disposição de lei permitindo. Alternativa errada.
Alternativa C: Em consonância com o citado artigo. Alternativa correta.
Alternativa D: O contrato não é nulo, ele vale entre as partes, só não é oponível ao fisco.
Alternativa errada.
Alternativa E: Só haveria solidariedade com disposição de lei permitindo. Alternativa errada.
Gabarito: Letra C

28. FCC/PGM-Recife-Procurador/2014

José das Pindaíbas, residente em bairro modesto do Recife, com muita alegria, recebeu a visita
de seu velho amigo de infância, Félix Feliciano, rico dono de resort na região de Porto de
Galinhas. Em reservada conversa regada a generosos goles de boa cachaça servida antes,
durante e após o jantar, José das Pindaíbas confidenciou a seu amigo Félix que estava com
problemas financeiros e que, inclusive, não conseguiria honrar com o pagamento do IPTU no ano
de 2014. Imediatamente, com largo sorriso, Félix sacou de papel e caneta e firmou sério
compromisso por escrito de pagar em nome de José o tributo municipal a ser cobrado em 2014.
Inclusive fez questão de destacar um alerta, também por escrito, ao fisco municipal, para que
fizesse a cobrança direta na sua residência em Porto de Galinhas, pois ele, agora, seria o sujeito
passivo contribuinte e não mais seu amigo José. Os dois amigos despediram-se com muitos
abraços e agradecimentos por parte de José pela generosidade demonstrada pelo amigo. É
correto afirmar que o

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a) documento firmado pode ser levado em consideração pelo fisco recifense, quanto à
modificação da definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes
desde que haja lei ordinária municipal permitindo este tipo de tratativa particular.
b) documento firmado deve ser levado em consideração pelo fisco recifense, tendo em vista que
fora feito por escrito e de comum acordo pelos dois amigos.
c) fisco recifense não deve levar em consideração o documento firmado porque as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, de forma alguma podem
ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações
tributárias correspondentes, mesmo se lei municipal dispuser em sentido diverso.
d) documento firmado não deve ser levado em consideração pelo fisco recifense, tendo em vista
que, apesar de ter sido firmado por escrito e de comum acordo pelos dois amigos, não fora
registrado em cartório, condição essencial em face de tratar-se de matéria tributária.
e) fisco recifense deve levar em consideração o documento firmado porque as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos podem ser opostas à
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias
correspondentes.
Comentário: De acordo com o art. 123 do CTN, salvo disposições de lei em contrário, as
convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem
ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações
tributárias correspondentes. Alternativa A correta.
Gabarito: Letra A

29. FCC/PGM-Cuiabá- Procurador/2014

Considere as afirmações abaixo.


I. A pessoa obrigada ao pagamento da penalidade pecuniária é sujeito passivo de obrigação
principal ou de obrigação acessória.
II. Em regra, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos,
podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das
obrigações tributárias correspondentes, desde que sejam acordadas em cartório.
III. Ambos, contribuinte e responsável, são considerados sujeitos passivos de obrigação principal,
dependendo do grau de relação (direta ou indireta), com a situação que constitua o respectivo
fato gerador.
Os sujeitos passivos das relações jurídicas de natureza tributária são definidos APENAS em
a) I e III.
b) I e II.
c) III.
d) II.
e) I.
Comentário:

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Item I: A pessoa obrigada ao pagamento da penalidade pecuniária é sujeito passivo de


obrigação principal (art. 121 do CTN). Item errado.
Item II: De acordo com o art. 123 do CTN, salvo disposições de lei em contrário, as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias
correspondentes. Item errado.
Item III: De fato, contribuinte e responsável são sujeitos passivos da obrigação tributária
principal, sendo este obrigado por lei e aquele por relação pessoal e direta com o fato gerador
(art. 121, §único). Item correto.
Gabarito: Letra C

30. FCC/AL-PB-Procurador/2013

Com relação ao aspecto pessoal das obrigações tributárias é correto afirmar:


a) Sujeito passivo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da
competência para exigir o seu cumprimento.
b) Sujeito ativo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam seu
objeto.
c) Sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da
competência para exigir o seu cumprimento.
d) Sujeito ativo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo.
e) Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada ao pagamento da penalidade.
Comentário:
Alternativas A: Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento (art. 119 do CTN). Alternativa errada.
Alternativa B: Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que
constituam o seu objeto (art. 122 do CTN). Alternativa errada.
Alternativa C: A alternativa traz literalidade do art. 119 do CTN. Alternativa correta.
Alternativas D e E: Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária (art. 121 do CTN). Alternativas erradas.
Gabarito: Letra C

31. FCC/SEAD-PI-Analista de Planejamento e Orçamento/2013

José Pitú, dono de respeitável boteco em Teresina, em dificuldades financeiras, resolve vender
para seu primo, Antonio Trago, dono de restaurante estabelecido em Picos, 5 tonéis de boa
cachaça envelhecida. Tendo em vista a relação de parentesco e a fim de viabilizar o negócio,
ambos firmam contrato em cartório transferindo a responsabilidade pelo pagamento do ICMS
para o restaurante de Antonio Trago (adquirente), desonerando o boteco de José Pitú
(remetente) de quaisquer obrigações tributárias pelo negócio realizado. Com base nestas
informações, é correto afirmar:

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a) Mesmo firmado em cartório e na ausência de disposição de lei em contrário, o pacto privado


entabulado não pode ser oposto à Fazenda Pública para modificar a definição legal do sujeito
passivo, em relação à responsabilidade pelo pagamento do imposto devido.
b) Se houver disposição regulamentar fundamentando o disposto no pacto privado firmado entre
as partes contratantes, este poderá ser oposto à Fazenda Pública para alterar a definição legal de
sujeito passivo, desde que a convenção particular tenha sido obrigatoriamente firmada em
cartório e na presença de duas testemunhas.
c) Tendo em vista o contrato firmado por ambos ter sido oficializado em cartório, a Fazenda
Pública do Estado do Piauí reconhece a alteração de sujeição passiva, passando a tratar o
adquirente da operação (restaurante de Antonio Trago) como contribuinte, desonerando o
remetente (boteco de José Pitú) da cobrança do tributo devido.
d) O pacto privado firmado em cartório apenas alterou a definição dos sujeitos passivos
envolvidos. O contribuinte passou a ser o adquirente (restaurante de Antonio Trago) e o
responsável tributário por solidariedade passou a ser o remetente (boteco de José Pitú).
e) A Fazenda Pública do Estado do Piauí reconheceu a alteração de sujeição passiva em face do
pacto privado firmado em cartório, eliminando a figura legal do contribuinte (remetente − boteco
de José Pitú), e reconhecendo como responsável tributário remanescente o adquirente
(restaurante de Antonio Trago).
Comentário: De acordo com o art. 123 do CTN, salvo disposições de lei em contrário, as
convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem
ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações
tributárias correspondentes. Alternativa A correta.
Gabarito: Letra A

32. FCC/SEAD-PI-Analista de Planejamento e Orçamento/2013

Considere as seguintes afirmações:


I. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para
exigir seu cumprimento.
II. Responsável ou contribuinte são sujeitos passivos que tenham relação pessoal e direta com a
situação que constitua o fato gerador.
III. A responsabilidade tributária decorre de expressa disposição de lei.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II e III.
c) I e III.
d) II.
e) III.
Comentário:
Item I: Item traz literalidade do art. 119 do CTN. Item correto.

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Item II: A definição do item se aplica apenas ao contribuinte (art. 121, §único do CTN). Item
errado.
Item III: De fato, o art. 121, §único, II do CTN exige previsão expressa em lei para considerar
responsável o sujeito passivo da obrigação principal. Item correto.
Gabarito: Letra C

33. FCC/TCE-CE-Auditor/2015

A capacidade tributária ativa


a) pressupõe que somente o titular da competência tributária possui capacidade tributária.
b) não pode ser delegada ou deixar de ser exercida, sob pena de caracterizar renúncia de receita.
c) pode ser delegada por lei, desde que o produto da arrecadação permaneça com o ente
delegante.
d) admite sub-rogação de direitos tributários no caso de cisão de pessoas políticas por
desmembramento territorial.
e) para instituir tributo exclui as pessoas jurídicas de direito privado.
Comentário:
Alternativas A e B: Conforme art. 7º do CTN, a capacidade tributária ativa pode ser delegada.
Alternativas erradas.
Alternativa C: Não há essa obrigação de o produto da arrecadação permanecer com o ente
delegante. Um exemplo é o ITR, que quando fiscalizado e cobrado pelo município, este fica com
a totalidade de sua arrecadação. Alternativa errada.
Alternativa D: Assertiva em consonância com art. 120 do CTN. Alternativa correta.
Alternativa E: A assertiva mistura competência tributária com capacidade tributária ativa. Só
quem tem competência tributária pode instituir tributo. Alternativa errada.
Gabarito: Letra D

34. FCC/Pref. Teresina – Auditor-Fiscal/2016

Joãozinho, com seis anos de idade, recebeu doação de seus avós, a qual foi devidamente aceita
pelos seus pais, em seu nome.
Marcelo, empresário, perdeu o direito de administrar diretamente os seus bens, desde a
decretação da falência de sua empresa, consoante o que determina o art. 103 da Lei Federal no
11.101/05.
A empresa Serviços Gerais Ltda., prestadora de serviços previstos na Lista de Serviços anexa à Lei
Complementar Federal no 116/03, funciona sem a devida inscrição no Cadastro de Contribuintes
do ISS do Município em que se localiza, mas atua comercialmente como se regular fosse.
Por determinação judicial, Maria Luisa encontra-se internada em hospital para doentes mentais,
por sofrer de moléstia que a impede de praticar os atos do dia-a-dia, em razão de profunda
alienação mental.

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De acordo com as regras do Código Tributário Nacional, atinentes à capacidade tributária das
pessoas para serem sujeitos passivos de obrigação tributária principal,
a) a empresa Serviços Gerais Ltda. reveste a condição de sujeito passivo do IPTU relativo ao
terreno que a referida sociedade adquiriu e no qual se localiza a sede da referida empresa.
b) Maria Luisa, que perdeu suas faculdades mentais, não reveste, por causa disso, a condição de
sujeito passivo do Imposto de Renda, embora aufira rendimentos tributáveis por esse imposto.
c) Marcelo não pode ser identificado como sujeito passivo do IPVA de veículo de sua
propriedade, em relação aos fatos geradores ocorridos após a perda do direito de administrar
seus bens, justamente por causa dessa perda.
d) a empresa Serviços Gerais Ltda. não reveste a condição de sujeito passivo do ISS em relação
aos serviços que presta, porque não está regularmente constituída, ainda que configure,
indubitavelmente, uma unidade econômica.
e) Joãozinho, por ser menor de idade, não pode ser identificado como sujeito passivo do ITCMD
incidente sobre a doação recebida, ainda que a lei ordinária competente preveja que o donatário
é o contribuinte desse imposto.
Comentário: De acordo com o art. 126, do CTN, a capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do
exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens
ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional.
Diante do exposto, podemos concluir o seguinte:
- Joãozinho pode ser sujeito passivo do ITCMD;
- Marcelo pode ser sujeito passivo do IPVA;
- A empresa Serviços Gerais Ltda. pode ser sujeito passivo tanto do IPTU quanto do ISS;
- Maria Luísa pode ser sujeito passivo do IR.
Gabarito: Letra A

35. FCC/Pref. São Luis-MA-Auditor de Controle Interno/2015

A sujeição ativa e a sujeição passiva representam os dois pólos do critério subjetivo da relação
obrigacional tributária. De acordo com o Código Tributário Nacional, o sujeito passivo da
obrigação principal é
I. designado responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação
decorra de disposição expressa da legislação tributária.
II. a pessoa natural (física) ou jurídica, de direito público ou privado, obrigada ao pagamento de
tributo.

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III. designado contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador.
IV. a pessoa natural (física) ou jurídica, de direito privado, obrigada ao pagamento de penalidade
pecuniária.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III, apenas.
b) I, II, III e IV.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) III e IV, apenas.
Comentário:
Item I: O CTN definiu o responsável como sendo aquele que, sem revestir a condição de
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa da lei, e não legislação tributária.
Item errado.
Item II: Tanto a pessoa natural (física) ou jurídica, de direito público ou privado pode estar
obrigada ao pagamento de tributo. Item correto.
Item III: O contribuinte é exatamente aquele que possui relação pessoal e direta com a situação
que constitua o respectivo fato gerador. Item correto.
Item IV: O sujeito passivo da obrigação principal pode ser tanto a pessoa natural (física) ou
jurídica, de direito público ou privado pode estar obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária. Item correto.
Gabarito: Letra D

36. FCC/TCM-RJ-Procurador/2015

Em investigação policial foi identificada empresa ”fantasma”, não constituída regularmente, que
era utilizada para fazer lavagem de dinheiro decorrente de corrupção em aquisição de produtos
por determinado Município. Esta “empresa” fazia a venda de materiais de construção ao
Município com preços superfaturados. Relativamente a fatos geradores decorrentes destas
operações,
a) não haverá obrigação tributária, pois nunca houve efetivamente os fatos geradores.
b) não haverá obrigação tributária, pois a pessoa jurídica não está regularmente constituída nos
termos da lei civil.
c) haverá obrigação tributária da empresa, pois a capacidade tributária passiva independe da
pessoa jurídica estar regularmente constituída.
d) haverá obrigação tributária integral para o Município, na qualidade de responsável tributário,
porque a pessoa jurídica não está regularmente constituída.
e) haverá obrigação tributária com responsabilidade solidária entre o Município e o representante
legal da empresa pela infração de lei.

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Comentário: De acordo com o art. 126, III, do CTN, a capacidade tributária passiva independe de
estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional. Portanto, a obrigação tributária tem como sujeito passivo a empresa.
Gabarito: Letra C

37. FCC/SEFAZ-RJ-Auditor Fiscal da Receita Estadual/2014

Pedrus, solteiro, trabalhou sua vida toda e amealhou um pequeno patrimônio: uma casa, um
carro e algum dinheiro, que ficou depositado no banco.
Como não tinha herdeiros necessários, fez um testamento público, por meio do qual deixou seu
patrimônio a sua irmã Benedita, também solteira, que herdou todos esses bens, quando Pedrus
faleceu.
Durante alguns anos, Benedita usufruiu desse patrimônio. Com o passar dos anos, ela adoeceu,
foi internada e, com suas faculdades mentais seriamente comprometidas, deixou de ter
condições de gerir sua vida e seus próprios negócios, motivo pelo qual sua irmã, Alice, acabou
pedindo sua interdição, que foi concedida pelo juízo de direito competente. Sua irmã Alice
acabou tornando-se sua curadora, passando a administrar os negócios de Benedita.
No início do ano subsequente ao da interdição de Benedita, ocorreu o fato gerador do IPTU,
referente ao imóvel herdado, e do IPVA, referente ao carro recebido em herança.
Instada a liquidar o crédito tributário referente a esses impostos, Alice, irmã e curadora de
Benedita, negou-se a fazê-lo, alegando que Benedita teve sua incapacidade civil decretada por
juiz de direito e que, em razão disso, não tinha mais capacidade para ser contribuinte desses
impostos.
Considerando o que o CTN estabelece em relação à capacidade tributária, a alegação de Alice
está
a) correta, pois, se Benedita não pode administrar seus bens, ela não tem capacidade tributária
ativa para ser contribuinte desses impostos.
b) incorreta, pois a capacidade tributária passiva independe de achar-se a pessoa natural sujeita a
medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis.
c) incorreta, pois, na medida em que a capacidade tributária passiva depende da própria
capacidade civil, enquanto um terceiro interessado puder recorrer da interdição de Benedita, sua
capacidade não pode ser contestada.
d) incorreta, pois, na medida em que a interdição retirou sua capacidade tributária passiva, ela
adquiriu, em decorrência disso, capacidade ativa para ser contribuinte desses tributos.
e) correta, pois capacidade tributária ativa independe da capacidade civil das pessoas naturais.
Comentário: O art. 126, I do CTN preceituaa que a capacidade tributária passiva independe da
capacidade civil das pessoas naturais. Diante disso:
Alternativas A: Quem tem capacidade ativa é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o cumprimento da obrigação (art. 119). Alternativa errada.
Alternativas B: Em conformidade com o art. 126, I. Alternativa correta.

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Alternativa C: Vimos que a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil.


Alternativa errada.
Alternativa D: Conforme visto nas outras alternativa, o Fisco tem capacidade ativa e a interdição
não retira a capacidade passiva. Alternativa correta.
Alternativa E: Mais uma vez a questão misturou capacidade ativa com passiva. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B

38. FCC/TCE-SP-Auditor /2013

Uma coisa é poder de legislar, desenhando o perfil jurídico de um gravame ou regulando os


expedientes necessários à sua funcionalidade; outra é reunir credenciais para integrar a relação
jurídica, no tópico do sujeito ativo. (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário.
23 ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 271). ==1a7ca0==

O trecho transcrito faz alusão, respectivamente, a:


a) capacidade tributária passiva e competência tributária.
b) capacidade tributária passiva e capacidade tributária ativa.
c) competência tributária e obrigação tributária.
d) capacidade tributária ativa e obrigação tributária.
e) competência tributária e capacidade tributária ativa.
Comentário: Competência tributária é o poder outorgado pela Constituição aos entes políticos
para que instituam, por lei, tributos. Já o sujeito ativo é a pessoa política titular da competência
tributária para instituir o tributo (União, Estados, DF e Municípios) ou a pessoa jurídica de direito
público titular da capacidade ativa, que, como já vimos, é responsável pela arrecadação e
fiscalização do tributo. O trecho, portanto, faz alusão respectivamente a competência tributária e
à capacidade tributária ativa. Alternativa E correta.
Gabarito: Letra E

39. FCC/TRF – 4ª Região – Técnico Judiciário/2010

Sujeito ativo da obrigação tributária


a) principal é o responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação
decorra de disposição expressa de lei.
b) é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
c) principal é o contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua
o respectivo fato gerador.
d) principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
e) é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Comentário: De acordo com o art. 119, do CTN, sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de
direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Gabarito: Letra E

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40. FCC/TCM-GO-Procurador/2015

De acordo com o Código Tributário Nacional, no que se refere à sujeição passiva de obrigação
tributária, pode-se asseverar que
a) são solidariamente obrigados os sujeitos passivos expressamente designados pela legislação
tributária.
b) sujeito passivo de obrigação acessória é a pessoa obrigada ao pagamento de penalidade
pecuniária.
c) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, revestindo ou não a
condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa da legislação tributária.
d) são solidariamente obrigados os sujeitos passivos que tenham interesse comum na situação
que constitua o fato gerador da obrigação principal.
e) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte, quando tenha relação direta ou
indireta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.
Comentário:
Alternativas A: São solidariamente obrigadas as pessoas expressamente designadas por lei (art.
124, II do CTN). Alternativa errada.
Alternativa B: Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que
constituam o seu objeto (art. 122 do CTN). Alternativa errada.
Alternativa C: O sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, sem revestir a
condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei (art. 121, §único,
II). Alternativa errada.
Alternativa D: Assertiva em consonância com art. 124, I do CTN. Alternativa correta.
Alternativa E: O sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte, quando tenha relação
pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador (art. 121, §único, I).
Alternativa errada.
Gabarito: Letra D

41. FCC/TCM-RJ-Procurado /2015

A propriedade de um bem imóvel por três proprietários com frações distintas gera
a) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário.
b) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário, mas com solidariedade entre eles.
c) um fato gerador, mas com três sujeitos passivos, cada um responsável proporcionalmente à sua
fração, sem solidariedade.
d) um fato gerador, com três sujeitos passivos solidários entre si pelo todo, por interesse comum
consistente na transmissão do bem imóvel.

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e) um fato gerador, com três sujeitos passivos que somente serão devedores solidários se houver
expressa disposição legal neste sentido ou se eles tiverem expressamente assim convencionado.
Comentário: De acordo com o art. 124, I, do CTN, são solidariamente obrigadas as pessoas que
tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Na
situação narrada, são três proprietários com interesse comum na propriedade do bem imóvel
(fato gerador do IPTU). Portanto, trata-se de um único fato gerador com três devedores
solidários. Alternativa D correta.
Gabarito: Letra D

42. FCC/TJ-PE-Juiz/2013

Diante da propriedade imóvel de três pessoas conjuntamente,


a) não existe solidariedade passiva entre os coproprietários do imóvel, sendo que cada
quota-parte dá ensejo a um fato gerador, para cada um dos coproprietários, nos limites dos seus
quinhões.
b) só existirá a solidariedade passiva se todos os proprietários detiverem quota-partes iguais
dentro do imóvel.
c) cada coproprietário é contribuinte individual de imposto sobre a propriedade, relativamente à
sua quota-parte no imóvel, que constitui fato gerador autônomo.
d) cada coproprietário é responsável pelo imposto incidente sobre toda a propriedade,
respondendo perante o Fisco apenas até o limite de sua quota-parte no imóvel.
e) cada coproprietário é responsável pelo imposto incidente sobre toda a propriedade,
respondendo perante o Fisco pelo todo.
Comentário: De acordo com o art. 124, I, do CTN, são solidariamente obrigadas as pessoas que
tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal.
Responsabilidade solidária quer dizer que o fisco pode exigir a dívida integralmente de qualquer
um dos devedores solidários, sem seguir qualquer ordem. Assim, a resposta da questão é a letra
E.
Gabarito: Letra E

43. FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013

Salvo disposição de lei em contrário, estão previstos os seguintes efeitos da solidariedade: a) o


pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; b) a isenção ou remissão de
crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo,
nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; c) a interrupção da prescrição, em
favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

Comentário: O dispositivo cita os incisos do art. 125, do CTN, que estabelece, salvo disposição
de lei em contrário, os efeitos da solidariedade: I) o pagamento efetuado por um dos obrigados
aproveita aos demais; II) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais

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pelo saldo; III) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou
prejudica aos demais.
Gabarito: Correta

44. FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013

Na solidariedade tributária é permitida a observância de uma sequência preestabelecida para a


execução, operando-se esta primeiramente contra um, e só depois contra o outro.
Comentário: De acordo com o art. 124, par. único, do CTN, a solidariedade não comporta
benefício de ordem.
Gabarito: Errada

45. FCC/Procurador-PGE-RR/2006

Sobre a solidariedade, em matéria tributária, é correto afirmar que comporta benefício de ordem
entre as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal.
Comentário: Na solidariedade em matéria tributária, não há benefício de ordem. Grave isso!
Gabarito: Errada

46. FCC/Procurador-PGE-RR/2006

Sobre a solidariedade, em matéria tributária, é correto afirmar que a interrupção da prescrição, a


favor ou contra um dos obrigados, não favorece e nem prejudica aos demais, salvo disposição de
lei em contrário.
Comentário: Está previsto no art. 125, III, que, na solidariedade, a interrupção da prescrição, em
favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.
Gabarito: Errada

47. FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013

A empresa Odisseia Indústria e Comércio S.A., cuja atividade compreende compra e venda
mercantil, anteriormente localizada na cidade de Santa Rita do Sapucaí - MG, transferiu sua sede
administrativa do Estado de Minas Gerais para o interior do Estado do Amazonas, em área rural
distante mais de 300 km de centro urbano mais próximo, e de acesso precário por via rodoviária
ou fluvial, e, ainda, por deliberação dos acionistas, sua antiga sede no Estado de Minas Gerais foi
convertida em filial. A Receita Federal do Brasil verificou, após procedimento administrativo
regular, que a mudança da localização da sede para local de difícil acesso dificulta a fiscalização
tributária, além do que ali não se encontravam guardados os livros e registros fiscais da empresa.
Apurou a fiscalização federal que o local da efetiva administração da empresa continuava a ser
em Minas Gerais. Em razão desta situação, a Receita Federal determinou a reversão do domicílio
tributário da empresa para a localidade anterior, em sua filial. Em face da situação hipotética
apresentada e do ordenamento jurídico vigente, a Receita Federal do Brasil agiu

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a) corretamente, pois em relação às pessoas jurídicas de direito privado não há previsão legal que
possibilite a eleição do domicílio fiscal, havendo esta faculdade apenas às pessoas naturais.
b) incorretamente, dado que não poderia recusar o domicílio eleito pelo contribuinte, mesmo
que este dificultasse a fiscalização tributária, pois a escolha do local da sede da empresa é
livremente feita por seus controladores, especialmente em face da liberdade empresarial
constitucionalmente garantida
c) corretamente, visto que na hipótese de recusa do domicílio eleito, a legislação determina que
se considere como domicílio fiscal do contribuinte o último local em que o estabelecimento
estava localizado.
d) incorretamente, pois o CTN prevê, quanto às pessoas jurídicas de direito privado, a
prerrogativa da eleição do domicílio fiscal em qualquer local onde haja estabelecimento da
empresa no território da entidade tributante.
e) corretamente, pois a escolha do local da sede da empresa é livremente feita por seus
controladores, mas, para os fins tributários, pode a administração tributária fundamentadamente
recusar o domicílio eleito, nos casos em que o novo domicílio fiscal impossibilite ou dificulte a
fiscalização dos tributos.
Comentário: De fato, a Receita Federal do Brasil agiu corretamente, nos termos do art. 127, § 2º,
do CTN. Neste caso, o domicílio tributário será o local da situação dos bens ou da ocorrência do
fato gerador.
Logo, embora a regra seja a eleição do domicílio tributário tanto para pessoas jurídicas quanto
para pessoas físicas (alternativa A está errada), a autoridade fiscal pode recusá-lo, hipótese em
que o domicílio será fixado não como último local em que o estabelecimento estava localizado
(alternativa C também está errada), mas sim como o local da situação dos bens ou da ocorrência
do fato gerador.
Gabarito: Letra E

48. FCC/AL-SP-Agente Técnico Legislativo/2010

Uma pessoa natural que não tem domicílio civil, residência fixa nem centro habitual de atividades
terá como domicílio tributário, caso não tenha eleito nenhum lugar,
a) o lugar onde for encontrada.
b) o lugar onde for encontrada ou a sede da Fazenda Pública.
c) a sede da Fazenda Pública competente ou da ocorrência do fato gerador.
d) o lugar da situação dos bens ou da ocorrência do fato gerador.
e) o lugar que a Fazenda Pública indicar ou o lugar da situação dos bens.
Comentário: Se a pessoa natural não possui domicílio civil, residência fixa nem mesmo centro
habitual de atividades, o seu domicílio, de acordo com o art. 127, § 1º, do CTN, é o lugar da
situação dos bens ou da ocorrência do fato gerador.
Gabarito: Letra D

49. FGV/SEFIN-RO-Técnico Tributário/2018

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Leia o fragmento a seguir. Considerar-se-á como __________do contribuinte ou ______o lugar da


situação dos bens ou da _______ dos atos ou fatos que deram origem_________. Assinale a
opção que preenche corretamente as lacunas.
(A) domicílio tributário – responsável – ocorrência - à obrigação.
(B) estabelecimento – substituto - prática – ao fato gerador.
(C) sede – responsável – ocorrência – ao crédito tributário.
(D) centro de atividade – sucessor – prática – ao débito tributário.
(E) domicílio tributário – herdeiro – ocorrência – à obrigação.
Comentário: De acordo com o art. 127, § 1º, do CTN, quando não couber a aplicação das regras
fixadas em qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio tributário do
contribuinte ou responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que
deram origem à obrigação.
Gabarito: Letra A

50. ESAF/AFRFB/2009

Sobre a disciplina conferida ao domicílio tributário, pelo Código Tributário Nacional, assinale a
opção correta.
a) O domicílio do contribuinte ou responsável, em regra, será estabelecido por eleição.
b) O domicílio da pessoa jurídica de direito privado será o lugar em que estiver localizada sua
sede.
c) O domicílio da pessoa jurídica de direito público será o lugar em que estiver localizada sua
sede.
d) O lugar eleito pelo contribuinte como domicílio tributário não poderá ser recusado pela
autoridade tributária, sob a alegação de prejuízo à atividade fiscalizatória.
e) Caso a autoridade fiscal não consiga notificar a pessoa jurídica de direito privado em sua sede,
poderá fazê-lo em qualquer de suas unidades.
Comentário:
Alternativa A: Deveras, em regra, é o sujeito passivo quem elege o seu domicílio tributário. Item
correto.
Alternativa B: Fique atento, pois, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o
domicílio das pessoas jurídicas de direito privado será o de cada estabelecimento. Portanto, nem
sempre será o lugar em que estiver localizada a sua sede. Item errado.
Alternativa C: O domicílio tributário das pessoas jurídicas de direito público será qualquer de
suas repartições no território da entidade tributante. Item errado.
Alternativa D: O art. 127, § 2º, do CTN, preceitua que a autoridade administrativa pode recusar o
domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização do tributo. Item
errado.

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Alternativa E: A autoridade fiscal só pode notificar a pessoa jurídica de direito privado em outra
unidade diferente da sede, se nesta unidade ocorrerem atos ou fatos que deram origem à
obrigação. Item errado.
Gabarito: Letra A

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LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES


1. FCC/COPERGÁS-Contador/2023
Conforme estabelece o Código Tributário Nacional, a obrigação tributária principal surge com
a) a ocorrência do fato gerador e a obrigação tributária acessória decorre da legislação tributária.
b) a sujeição ativa e a obrigação tributária acessória decorre da sujeição passiva.
c) a capacidade tributária e a obrigação tributária acessória decorre da solidariedade tributária.
d) o lançamento tributário e a obrigação tributária acessória decorre do crédito tributário.
e) a administração tributária e a obrigação tributária acessória decorre da fiscalização tributária.
2. FCC/SEFAZ-AP-AUDITOR/2023
A empresa Floresta Ltda., em procedimento de fiscalização, foi notificada da lavratura de auto de infração,
com exigência de imposto e multa, sendo seus sócios João, Maria e Carlos considerados responsáveis
tributários solidários por comprovado interesse comum na situação que constituiu o fato gerador do
tributo.
Em petição de impugnação do auto de infração dirigida ao fisco, João solicitou que o débito fiscal exigido
fosse cobrado dele por último, justificando que se encontrava em situação financeira precária.
Por sua vez, Maria teve perdão de seus débitos, tendo em vista o reconhecimento pelo fisco de ser
possuidora de doença incurável prevista em lei de outorga pessoal de remissão.
Carlos resolveu pagar 1/3 da dívida total, pleiteando ao fisco sua retirada da situação de solidário, mesmo
sem disposição legal expressa neste sentido.
Com base na situação relatada e com fundamento no CTN, com relação à solidariedade dos sócios,
a) João deve ter seu pedido deferido, sendo que Carlos permanecerá responsável solidário somente pelo
saldo remanescente devido.
b) João deve ter seu pedido indeferido, permanecendo juntamente com Carlos como responsável solidário
pelo saldo remanescente devido.
c) com a remissão concedida a Maria e o pagamento feito por Carlos de sua parte, como responsável,
remanesce como solidário pelo saldo apenas João, devendo ser indeferido seu pedido.
d) a remissão concedida a Maria se estende a João e a Carlos, tendo em vista a situação de solidariedade
de todos os sócios.
e) João deve ter seu pedido indeferido, permanecendo Maria e Carlos como responsáveis solidários, tendo
em vista haver saldo remanescente devido.

3. FCC/Pref. Caruaru-Procurador/2018

A obrigação tributária principal

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a) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto exclusivo o pagamento de tributo e
extingue-se com a prescrição do crédito dela decorrente.
b) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária e extingue-se com o crédito dela decorrente.
c) surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto a obrigação acessória de prestar
informações quando solicitada pela Administração e o pagamento do tributo, desde que exigido.
d) pode se confundir com obrigação acessória, sobretudo para efeitos de pagamento da
penalidade decorrente de descumprimento da lei tributária, considerada a independência
estrutural dos dois conceitos.
e) tem como fato gerador situação que, na forma do regulamento, impõe a abstenção de ato que
configure obrigação acessória.

4. FCC/SEAD-AP-Analista Jurídico/2018

Sobre o fato gerador da obrigação principal, conforme determina o Código Tributário Nacional,
a) a previsão legal e a atividade administrativa respectiva são condições imprescindíveis à sua
ocorrência.
b) trata-se de situação de fato legalmente qualificada e assim reconhecida por ato administrativo.
c) sua ocorrência depende, em qualquer caso, de fato jurídico único e instantâneo.
d) sua ocorrência não depende de lei, mas da declaração do contribuinte.
e) trata-se de situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

5. FCC/SEFAZ-SC-Auditor Fiscal da Receita Estadual/2018

O Código Tributário Nacional estabelece que a “autoridade administrativa poderá desconsiderar


atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador
do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária”. De acordo com o
referido Código, a norma retrotranscrita
a) não poderá ser aplicada, sem prévia autorização judicial.
b) poderá ser aplicada, desde que sejam observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei ordinária.
c) é autoaplicável, independentemente da observância de qualquer procedimento.
d) poderá ser aplicada, desde que sejam observados os procedimentos a serem estabelecidos
em lei complementar.
e) poderá ser aplicada, nos termos de disciplina a ser estabelecida pelo Poder Executivo.

6. FCC/CLDF-Consultor Legislativo/2018

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O Regulamento do ISSQN de um Município hipotético contempla várias normas jurídicas, sendo


que, dentre elas, encontra-se uma que obriga o contribuinte desse imposto a emitir documentos
fiscais em determinadas situações, e outra, que o obriga a efetuar o pagamento do imposto
devido. De acordo com o Código Tributário Nacional, a obrigação de emitir documento fiscal e a
obrigação de pagar o imposto denominam-se, respectivamente,
a) acessória e principal.
b) pecuniária e documental.
c) escritural e financeira.
d) econômica e epistolar.
e) documental e pecuniária.

7. FCC/SEFAZ-MA-Técnico da Receita Estadual/2016

O ICMS, tributo lançado por homologação na maior parte dos Estados brasileiros, em sua
estrutura original, que ainda existe em relação a determinados tipos de mercadorias, exige, entre
o cumprimento de outras obrigações tributárias, que o contribuinte documente a ocorrência do
fato gerador do ICMS, por meio de emissão de documento fiscal e escriture esse documento no
livro Registro de Saídas, especificando os montantes dos débitos do imposto. Por outro lado, o
recebimento de mercadorias e serviços deve estar acompanhado por documento fiscal hábil, que
deve ser escriturado no livro Registro de Entradas, especificando os montantes dos créditos do
imposto. Terminado o período de apuração do imposto, os débitos e créditos totalizados nesses
livros devem ser transportados para o livro Registro de Apuração do ICMS, para apuração de
saldo do imposto, que pode ser devedor, credor ou nulo. Em seguida, o resultado obtido nessa
apuração deve ser transportado para a Guia de Informação e Apuração do ICMS e, sendo
devedor o saldo, ele deve ser objeto de recolhimento em dinheiro, mediante guia de
recolhimento elaborada especificamente para esse fim.
Com base na disciplina do CTN, constitui obrigação principal
a) o preenchimento da Guia de Recolhimento do Imposto, exceto quando se tratar de guia
negativa.
b) a apresentação de Guia de Informação e Apuração do ICMS, informando a existência de saldo
devedor do imposto.
c) o pagamento do imposto devido, mediante o recolhimento, em dinheiro, na hipótese de ser
apurado saldo devedor.
d) a apresentação de Guia de Informação e Apuração do ICMS, informando a existência de saldo
devedor do imposto, com a subsequente elaboração da Guia de Recolhimento do imposto.
e) a elaboração da Guia de Informação e Apuração do ICMS.

8. FCC/SEMF Teresina-Técnico do Tesouro Municipal/2016

A respeito da Obrigação Tributária, considere:

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Aula 05

I. O objeto da obrigação tributária principal é de natureza patrimonial, ou seja, é sempre uma


quantia em dinheiro.
II. O objeto da obrigação acessória é não patrimonial, consistindo em uma obrigação de fazer.
III. A inobservância de obrigação acessória pode ensejar a procedimento fiscalizatório por parte
do Fisco, mas não se converte em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
Está correto o que consta APENAS em
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I.
e) III.

9. FCC/Pref. Teresina – Auditor-Fiscal/2016

O Código Tributário Nacional estabelece disciplina a respeito das obrigações tributárias,


dividindo-as em principais e acessórias.
De acordo com esse Código, a obrigação
a) acessória decorre de fato gerador de taxas e contribuições especiais, enquanto que a
obrigação principal decorre de fato gerador de imposto.
b) acessória tem por objeto o lançamento de penalidade pecuniária.
c) principal, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em direito subjetivo da Fazenda
Pública de propor execução fiscal.
d) principal tem como fato gerador qualquer situação que, na forma da legislação aplicável,
imponha a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação acessória.
e) principal é extinta juntamente com a extinção do crédito tributário que dela decorreu.

10. FCC/PGE-MA-Procurador/2016

Sobre obrigação tributária, é correto afirmar que


a) a obrigação tributária principal sempre pressupõe o prévio ou posterior cumprimento de
obrigação tributária acessória.
b) todo sujeito passivo de obrigação tributária principal sempre também será de obrigação
tributária acessória.
c) a obrigação tributária acessória independe da obrigação tributária principal e existe no
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
d) somente pode ser objeto de obrigação tributária acessória aquele previsto em lei ou ato
normativo para ser sujeito passivo de obrigação tributária principal.

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e) a obrigação tributária principal se converte em obrigação tributária acessória quando se trata


de pagamento de multa por infração à legislação tributária.

11. FCC/TCM-GO-Procurador/2015

De acordo com o Código Tributário Nacional, a obrigação tributária


a) acessória tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade.
b) acessória decorre necessariamente de decreto.
c) acessória tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, previstas na legislação
tributária.
d) secundária não tem existência independentemente da obrigação tributária primária.
e) secundária, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação essencial de
pagar penalidade pecuniária.

12. FCC/TCE-GO-Analista de Controle Externo/2014

Determinada pessoa praticou o fato gerador do Imposto de Renda, pois auferiu renda em um
determinado período de tempo. Todavia, deixou de apresentar sua Declaração de Ajuste Anual
no prazo previsto na legislação. Logo, foi aplicada uma multa pelo atraso na entrega da
declaração, mesmo tendo pago o imposto no prazo legal. Diante destes fatos e com base no
Código Tributário Nacional, é correto afirmar que no caso apresentado
a) todas as obrigações tributárias descritas são classificadas como principal.
b) o pagamento da multa e do imposto se classificam como obrigação tributária principal, mas a
apresentação da Declaração de Ajuste Anual é obrigação tributária acessória.
c) o pagamento do Imposto de Renda é obrigação tributária principal, enquanto o pagamento da
multa é obrigação tributária acessória.
d) a apresentação da Declaração de Ajuste Anual e o pagamento do Imposto de Renda se
classificam como obrigação tributária principal.
e) o pagamento do Imposto de Renda, assim como o descumprimento da obrigação de entregar
a Declaração de Ajuste Anual, se classificam como obrigação tributária principal.

13. FCC/METRO SP-Analista Desenvolvimento Gestão Júnior/2014

Em relação às obrigações acessórias na legislação tributária, considere as seguintes afirmações:


I. A obrigação acessória segue a principal.
II. A exclusão do crédito tributário em decorrência de isenção não dispensa o cumprimento da
obrigação acessória dependente da obrigação principal cujo crédito tributário seja excluído, ou
dela consequente.
III. A lei tributária que disponha sobre a dispensa do cumprimento de obrigações acessórias é
interpretada de forma finalística e sistemática.

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Está correto o que consta APENAS em


a) II.
b) I e III.
c) I.
d) II e III.
e) I e II.

14. FCC/METRO SP-Analista Desenvolvimento Gestão Júnior/2014

Considere as afirmações abaixo a respeito das obrigações acessórias previstas pela legislação
tributária.
I. Emissão de notas fiscais, escrituração de livros fiscais, envio de declaração de informações
econômico- fiscais e inscrições nos cadastros de contribuintes.
II. Registro dos contratos de transferência de tecnologia junto ao Instituto Nacional de
Propriedade Intelectual (INPI), registro de contratos nos Cartórios de Registro de Títulos e
Documentos, e autenticação de firma do signatário nos contratos firmados entre os particulares.
III. emissão do cupom fiscal pelos supermercados, aposição de selo em produtos da indústria de
bebidas para o controle do recolhimentos do Imposto sobre Produto Industrializados (IPI) e
conferência de regularidade fiscal das empresas com as quais um contribuinte faz negócios.
São obrigações tributárias acessórias os deveres relacionados em
a) I e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e III.
d) I e III, apenas.
e) II, apenas.

15. FCC/METRO SP-Advogado Júnior/2016

No tocante as obrigações tributárias, considere:


I. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente a penalidade pecuniária.
II. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à
sua ocorrência.
III. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus
efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que esteja definitivamente
constituída, nos termos de direito aplicável.
IV. A obrigação acessória surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento
de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.

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Está correto o que se afirma APENAS em


a) III e IV.
b) II e III.
c) I, III e IV.
d) I, II e IV.
e) I e II.

16. FCC-CGM São Luís-Auditor de Controle Interno/2015

A interpretação da definição legal do fato gerador é matéria que não foi tratada no capítulo que
cuida da Interpretação e Integração da Legislação Tributária, mas no capítulo que trata do fato
gerador. De acordo com o CTN, essa interpretação deve ser feita abstraindo-se
I. dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.
II. da natureza do seu objeto.
III. da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou
terceiros.
IV. da natureza dos seus efeitos.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I, II, III e IV.
d) II e IV, apenas.
e) III, apenas.

17. FCC/PGM-Recife-Procurador/2014

Autoridade administrativa lotada na Secretaria de Finanças do Município do Recife e em função


de fiscalização direta de tributos lavra auto de infração à legislação municipal desconsiderando
negócio jurídico praticado por contribuinte do ISSQN. A autoridade fiscal age nos estritos limites
procedimentais estabelecidos por Ofício da própria Secretaria de Finanças da qual é funcionário.
Neste contexto, e atuando como Procurador Judicial, considere as seguintes afirmações:
I. Correta a atuação do fiscal em termos procedimentais se o Ofício citado tiver fundamento em
Decreto do Executivo Municipal.
II. Os procedimentos para a desconsideração dos negócios jurídicos previstos no ofício
observado pelo fiscal autuante devem ter por fundamento lei ordinária.
III. Se não houver lei complementar fundamentando os procedimentos de desconsideração
praticados pelo agente fiscal autuante, deve-se considerar este ato administrativo como nulo.

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Está correto o que consta APENAS em


a) II e III.
b) I.
c) II.
d) III.
e) I e III.

18. FCC/PGE-RN-Procurador/2014

Segundo o Código Tributário Nacional, a definição legal do fato gerador é interpretada


abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados, da natureza do seu objeto e
seus efeitos, bem como dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. Diante disso,
a) somente os negócios juridicamente válidos podem ser definidos como fato gerador de
tributos.
b) a hipótese de incidência pode ter em seu aspecto material fatos ilícitos, desde que
compatíveis com a regra-matriz de incidência prevista na Constituição Federal.
c) somente os negócios jurídicos com agente capaz, objeto lícito e forma prevista ou não
proibida em lei serão fatos geradores de tributos.
d) a circulação de mercadoria objeto de contrabando não pode ser fato gerador do ICMS, tendo
em vista que o objeto do negócio, qual seja, a mercadoria, é ilícita.
e) o recolhimento de ITCD incidente sobre doação de bem imóvel em fraude contra credores é
válido, mesmo diante de anulação do negócio jurídico por decisão judicial irrecorrível.

19. FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013

Fato Gerador e Obrigação Tributária são dois institutos intrinsicamente relacionados no Direito
Tributário, sendo um decorrência do outro. A respeito desses institutos, é correto afirmar:
a) O fato gerador da obrigação principal é situação definida na forma da lei como necessária e
suficiente à sua ocorrência, podendo ocorrer a sua definição, excepcionalmente, por tratados e
convenções internacionais, decretos e normas complementares.
b) A obrigação acessória tem por objeto obrigações de dar ou fazer, positivas ou negativas, que
contribuem com a arrecadação e fiscalização dos tributos.
c) A obrigação acessória não se converte em obrigação principal, pois o seu fato gerador é
qualquer situação que imponha a prática ou abstenção de ato que não configure a obrigação
principal, nos termos do CTN.
d) A mesma situação fática pode ser fato gerador de uma obrigação tributária principal e de uma
obrigação tributária acessória, ambas definidas na legislação tributária.

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e) A obrigação principal surge com o fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo,
enquanto a obrigação acessória tem por objeto o pagamento de penalidade pecuniária, sendo
que ambas se extinguem com o crédito delas decorrente.

20. FCC/AL-PB-Procurador/2013

Considere as seguintes afirmações:


I. Fato gerador da obrigação principal é situação definida em decreto do executivo ou resolução
do Senado Federal como necessária e suficiente à sua ocorrência.
II. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável,
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
III. Autoridade administrativa, observados os procedimentos estabelecidos em lei ordinária, pode
efetuar a desconsideração de atos ou de negócios jurídicos praticados com a finalidade de
dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

21. FCC/SEAD PI-Analista de Planejamento e Orçamento/2013

Sobre fato gerador, é correto afirmar:


a) Tratando-se de situação jurídica, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se
perfeitos e acabados, sendo suspensiva a condição, desde o momento da prática do ato ou da
celebração do negócio; e, sendo resolutória a condição, desde o momento de seu implemento.
b) A definição legal do fato gerador é interpretada levando-se em conta a validade jurídica dos
atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da
natureza do seu objeto ou dos seus efeitos, e levando em conta, ainda, os efeitos dos fatos
efetivamente ocorridos.
c) Fato gerador da obrigação principal é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável,
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação de efetuar pagamento.
d) A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
ordinária.
e) Considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação de
fato, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito

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aplicável; e, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as


circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios.

22. FCC/SEAD-PI-Analista de Planejamento e Orçamento/2013

Analista de Planejamento e Orçamento da Secretaria da Administração do Estado do Piauí, na


condição de autoridade administrativa e em análise de negócio jurídico submetido à sua
apreciação, conclui que ele fora praticado com a finalidade de dissimular a ocorrência de fato
gerador de tributo estadual. Com base nesta informação e de acordo com o CTN, a providência
indicada a ser tomada é
a) desconsiderar o negócio jurídico apreciado, devendo, no entanto, observar os procedimentos
a serem estabelecidos em Decreto do Executivo Estadual ou lei complementar estadual.
b) observar as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas do Piauí que
já apreciaram matéria semelhante, tornando-se desnecessário o estabelecimento em lei ordinária
dos procedimentos a serem observados.
c) não desconsiderar o negócio jurídico apreciado, mesmo que haja lei ordinária prescrevendo os
procedimentos, enquanto a desconsideração não for declarada pelo judiciário.
d) desconsiderar o negócio jurídico apreciado, devendo, para tanto, observar os procedimentos a
serem estabelecidos em lei ordinária.
e) desconsiderar o negócio jurídico apreciado, devendo, no entanto, observar os procedimentos
a serem estabelecidos em Decreto do Executivo Estadual, desde que tenha havido decisão
judicial.

23. FCC/Procurador-João Pessoa-PB/2012

Considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento do implemento da condição,


tratando-se de negócio jurídico gravado com condição resolutiva.

24. FCC/Procurador-João Pessoa-PB/2012

Considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento da prática do ato ou celebração do


negócio, tratando-se de negócio jurídico gravado com condição suspensiva.

25. FCC/Pref. Manaus-Assistente Técnico Fazendário/2019

O Código Tributário Nacional estabelece regras relativas ao sujeito ativo e ao sujeito passivo de
obrigações tributárias. De acordo com esse Código,
a) o sujeito ativo da obrigação principal é a pessoa natural ou jurídica obrigada ao pagamento de
imposto devido antecipadamente por substituição tributária.

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b) diferencia-se o sujeito ativo do sujeito passivo da obrigação acessória, porque o primeiro é o


que paga o tributo antes do vencimento, enquanto que o segundo é o que paga tributo vencido,
com os devidos acréscimos legais.
c) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, sem revestir a condição de
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
d) o sujeito passivo de obrigação acessória é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo por
meio de estampilha ou selo.
e) o sujeito ativo é o contribuinte de obrigação acessória, enquanto que o sujeito passivo é o
sujeito ativo que deixou de pagar tributo no prazo fixado em lei.

26. FCC/CREMESP-Advogado/2016

O sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando,


a) revestindo a condição de contribuinte, sua obrigação decorrer de disposição expressa na
Constituição Federal.
b) revestindo a condição de contribuinte, sua obrigação decorrer de disposição expressa em lei
ordinária.
c) tiver relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.
d) sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorrer de disposição expressa em lei.
e) revestindo a condição de contribuinte, sua obrigação decorrer de disposição expressa em
portaria, regulamento ou autorização.

27. FCC/TJ-SE-Juiz/2015

Em havendo um contrato celebrado por instrumento público, devidamente registrado no Ofício


de Títulos e Documentos, as partes convencionam obrigações recíprocas e, dentre elas, a de
atribuir responsabilidade solidária aos contratantes pelo pagamento dos tributos incidentes sobre
o objeto do contrato. Com os fatos apresentados, o contrato
a) celebrado por instrumento público e registrado em cartório tem força para alterar a
capacidade tributária passiva, atribuindo-a a terceiras pessoas, sendo oponível ao Fisco.
b) celebrado por instrumento público tem força de ato público e como tal é suficiente para
transferir para terceiros a capacidade tributária passiva.
c) não tem qualquer eficácia perante o Fisco, salvo se houver lei do ente competente autorizando
convenção particular alterar a capacidade tributária passiva.
d) é nulo por ser vedado expressamente por lei a convenção entre as partes que disponha sobre
responsabilidade tributária solidária entre os contratantes, pois só a lei pode assim dispor.
e) mesmo que não seja aquele definido em lei como o sujeito passivo da obrigação tributária, em
razão da convenção de solidariedade passiva entre os contratantes, o Fisco pode optar por
cobrar a integralidade do crédito de apenas de um dos contratantes.

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28. FCC/PGM-Recife-Procurador/2014

José das Pindaíbas, residente em bairro modesto do Recife, com muita alegria, recebeu a visita
de seu velho amigo de infância, Félix Feliciano, rico dono de resort na região de Porto de
Galinhas. Em reservada conversa regada a generosos goles de boa cachaça servida antes,
durante e após o jantar, José das Pindaíbas confidenciou a seu amigo Félix que estava com
problemas financeiros e que, inclusive, não conseguiria honrar com o pagamento do IPTU no ano
de 2014. Imediatamente, com largo sorriso, Félix sacou de papel e caneta e firmou sério
compromisso por escrito de pagar em nome de José o tributo municipal a ser cobrado em 2014.
Inclusive fez questão de destacar um alerta, também por escrito, ao fisco municipal, para que
fizesse a cobrança direta na sua residência em Porto de Galinhas, pois ele, agora, seria o sujeito
passivo contribuinte e não mais seu amigo José. Os dois amigos despediram-se com muitos
abraços e agradecimentos por parte de José pela generosidade demonstrada pelo amigo. É
correto afirmar que o
a) documento firmado pode ser levado em consideração pelo fisco recifense, quanto à
modificação da definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes
desde que haja lei ordinária municipal permitindo este tipo de tratativa particular.
b) documento firmado deve ser levado em consideração pelo fisco recifense, tendo em vista que
fora feito por escrito e de comum acordo pelos dois amigos.
c) fisco recifense não deve levar em consideração o documento firmado porque as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, de forma alguma podem
ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações
tributárias correspondentes, mesmo se lei municipal dispuser em sentido diverso.
d) documento firmado não deve ser levado em consideração pelo fisco recifense, tendo em vista
que, apesar de ter sido firmado por escrito e de comum acordo pelos dois amigos, não fora
registrado em cartório, condição essencial em face de tratar-se de matéria tributária.
e) fisco recifense deve levar em consideração o documento firmado porque as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos podem ser opostas à
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias
correspondentes.

29. FCC/PGM-Cuiabá- Procurador/2014

Considere as afirmações abaixo.


I. A pessoa obrigada ao pagamento da penalidade pecuniária é sujeito passivo de obrigação
principal ou de obrigação acessória.
II. Em regra, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos,
podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das
obrigações tributárias correspondentes, desde que sejam acordadas em cartório.
III. Ambos, contribuinte e responsável, são considerados sujeitos passivos de obrigação principal,
dependendo do grau de relação (direta ou indireta), com a situação que constitua o respectivo
fato gerador.
Os sujeitos passivos das relações jurídicas de natureza tributária são definidos APENAS em

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a) I e III.
b) I e II.
c) III.
d) II.
e) I.

30. FCC/AL-PB-Procurador/2013

Com relação ao aspecto pessoal das obrigações tributárias é correto afirmar:


a) Sujeito passivo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da
competência para exigir o seu cumprimento.
b) Sujeito ativo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam seu
objeto.
c) Sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público titular da
competência para exigir o seu cumprimento.
d) Sujeito ativo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo.
e) Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada ao pagamento da penalidade.

31. FCC/SEAD-PI-Analista de Planejamento e Orçamento/2013

José Pitú, dono de respeitável boteco em Teresina, em dificuldades financeiras, resolve vender
para seu primo, Antonio Trago, dono de restaurante estabelecido em Picos, 5 tonéis de boa
cachaça envelhecida. Tendo em vista a relação de parentesco e a fim de viabilizar o negócio,
ambos firmam contrato em cartório transferindo a responsabilidade pelo pagamento do ICMS
para o restaurante de Antonio Trago (adquirente), desonerando o boteco de José Pitú
(remetente) de quaisquer obrigações tributárias pelo negócio realizado. Com base nestas
informações, é correto afirmar:
a) Mesmo firmado em cartório e na ausência de disposição de lei em contrário, o pacto privado
entabulado não pode ser oposto à Fazenda Pública para modificar a definição legal do sujeito
passivo, em relação à responsabilidade pelo pagamento do imposto devido.
b) Se houver disposição regulamentar fundamentando o disposto no pacto privado firmado entre
as partes contratantes, este poderá ser oposto à Fazenda Pública para alterar a definição legal de
sujeito passivo, desde que a convenção particular tenha sido obrigatoriamente firmada em
cartório e na presença de duas testemunhas.
c) Tendo em vista o contrato firmado por ambos ter sido oficializado em cartório, a Fazenda
Pública do Estado do Piauí reconhece a alteração de sujeição passiva, passando a tratar o
adquirente da operação (restaurante de Antonio Trago) como contribuinte, desonerando o
remetente (boteco de José Pitú) da cobrança do tributo devido.

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d) O pacto privado firmado em cartório apenas alterou a definição dos sujeitos passivos
envolvidos. O contribuinte passou a ser o adquirente (restaurante de Antonio Trago) e o
responsável tributário por solidariedade passou a ser o remetente (boteco de José Pitú).
e) A Fazenda Pública do Estado do Piauí reconheceu a alteração de sujeição passiva em face do
pacto privado firmado em cartório, eliminando a figura legal do contribuinte (remetente − boteco
de José Pitú), e reconhecendo como responsável tributário remanescente o adquirente
(restaurante de Antonio Trago).

32. FCC/SEAD-PI-Analista de Planejamento e Orçamento/2013

Considere as seguintes afirmações:


I. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para
exigir seu cumprimento.
II. Responsável ou contribuinte são sujeitos passivos que tenham relação pessoal e direta com a
situação que constitua o fato gerador.
III. A responsabilidade tributária decorre de expressa disposição de lei.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) II e III.
c) I e III.
d) II.
e) III.

33. FCC/TCE-CE-Auditor/2015

A capacidade tributária ativa


a) pressupõe que somente o titular da competência tributária possui capacidade tributária.
b) não pode ser delegada ou deixar de ser exercida, sob pena de caracterizar renúncia de receita.
c) pode ser delegada por lei, desde que o produto da arrecadação permaneça com o ente
delegante.
d) admite sub-rogação de direitos tributários no caso de cisão de pessoas políticas por
desmembramento territorial.
e) para instituir tributo exclui as pessoas jurídicas de direito privado.

34. FCC/Pref. Teresina – Auditor-Fiscal/2016

Joãozinho, com seis anos de idade, recebeu doação de seus avós, a qual foi devidamente aceita
pelos seus pais, em seu nome.

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Marcelo, empresário, perdeu o direito de administrar diretamente os seus bens, desde a


decretação da falência de sua empresa, consoante o que determina o art. 103 da Lei Federal no
11.101/05.
A empresa Serviços Gerais Ltda., prestadora de serviços previstos na Lista de Serviços anexa à Lei
Complementar Federal no 116/03, funciona sem a devida inscrição no Cadastro de Contribuintes
do ISS do Município em que se localiza, mas atua comercialmente como se regular fosse.
Por determinação judicial, Maria Luisa encontra-se internada em hospital para doentes mentais,
por sofrer de moléstia que a impede de praticar os atos do dia-a-dia, em razão de profunda
alienação mental.
De acordo com as regras do Código Tributário Nacional, atinentes à capacidade tributária das
pessoas para serem sujeitos passivos de obrigação tributária principal,
a) a empresa Serviços Gerais Ltda. reveste a condição de sujeito passivo do IPTU relativo ao
terreno que a referida sociedade adquiriu e no qual se localiza a sede da referida empresa.
b) Maria Luisa, que perdeu suas faculdades mentais, não reveste, por causa disso, a condição de
sujeito passivo do Imposto de Renda, embora aufira rendimentos tributáveis por esse imposto.
c) Marcelo não pode ser identificado como sujeito passivo do IPVA de veículo de sua
propriedade, em relação aos fatos geradores ocorridos após a perda do direito de administrar
seus bens, justamente por causa dessa perda.
d) a empresa Serviços Gerais Ltda. não reveste a condição de sujeito passivo do ISS em relação
aos serviços que presta, porque não está regularmente constituída, ainda que configure,
indubitavelmente, uma unidade econômica.
e) Joãozinho, por ser menor de idade, não pode ser identificado como sujeito passivo do ITCMD
incidente sobre a doação recebida, ainda que a lei ordinária competente preveja que o donatário
é o contribuinte desse imposto.

35. FCC/Pref. São Luis-MA-Auditor de Controle Interno/2015

A sujeição ativa e a sujeição passiva representam os dois pólos do critério subjetivo da relação
obrigacional tributária. De acordo com o Código Tributário Nacional, o sujeito passivo da
obrigação principal é
I. designado responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação
decorra de disposição expressa da legislação tributária.
II. a pessoa natural (física) ou jurídica, de direito público ou privado, obrigada ao pagamento de
tributo.
III. designado contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o
respectivo fato gerador.
IV. a pessoa natural (física) ou jurídica, de direito privado, obrigada ao pagamento de penalidade
pecuniária.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III, apenas.
b) I, II, III e IV.

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c) I, III e IV, apenas.


d) II, III e IV, apenas.
e) III e IV, apenas.

36. FCC/TCM-RJ-Procurador/2015

Em investigação policial foi identificada empresa ”fantasma”, não constituída regularmente, que
era utilizada para fazer lavagem de dinheiro decorrente de corrupção em aquisição de produtos
por determinado Município. Esta “empresa” fazia a venda de materiais de construção ao
Município com preços superfaturados. Relativamente a fatos geradores decorrentes destas
operações,
a) não haverá obrigação tributária, pois nunca houve efetivamente os fatos geradores.
==1a7ca0==

b) não haverá obrigação tributária, pois a pessoa jurídica não está regularmente constituída nos
termos da lei civil.
c) haverá obrigação tributária da empresa, pois a capacidade tributária passiva independe da
pessoa jurídica estar regularmente constituída.
d) haverá obrigação tributária integral para o Município, na qualidade de responsável tributário,
porque a pessoa jurídica não está regularmente constituída.
e) haverá obrigação tributária com responsabilidade solidária entre o Município e o representante
legal da empresa pela infração de lei.

37. FCC/SEFAZ-RJ-Auditor Fiscal da Receita Estadual/2014

Pedrus, solteiro, trabalhou sua vida toda e amealhou um pequeno patrimônio: uma casa, um
carro e algum dinheiro, que ficou depositado no banco.
Como não tinha herdeiros necessários, fez um testamento público, por meio do qual deixou seu
patrimônio a sua irmã Benedita, também solteira, que herdou todos esses bens, quando Pedrus
faleceu.
Durante alguns anos, Benedita usufruiu desse patrimônio. Com o passar dos anos, ela adoeceu,
foi internada e, com suas faculdades mentais seriamente comprometidas, deixou de ter
condições de gerir sua vida e seus próprios negócios, motivo pelo qual sua irmã, Alice, acabou
pedindo sua interdição, que foi concedida pelo juízo de direito competente. Sua irmã Alice
acabou tornando-se sua curadora, passando a administrar os negócios de Benedita.
No início do ano subsequente ao da interdição de Benedita, ocorreu o fato gerador do IPTU,
referente ao imóvel herdado, e do IPVA, referente ao carro recebido em herança.
Instada a liquidar o crédito tributário referente a esses impostos, Alice, irmã e curadora de
Benedita, negou-se a fazê-lo, alegando que Benedita teve sua incapacidade civil decretada por
juiz de direito e que, em razão disso, não tinha mais capacidade para ser contribuinte desses
impostos.

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Considerando o que o CTN estabelece em relação à capacidade tributária, a alegação de Alice


está
a) correta, pois, se Benedita não pode administrar seus bens, ela não tem capacidade tributária
ativa para ser contribuinte desses impostos.
b) incorreta, pois a capacidade tributária passiva independe de achar-se a pessoa natural sujeita a
medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis.
c) incorreta, pois, na medida em que a capacidade tributária passiva depende da própria
capacidade civil, enquanto um terceiro interessado puder recorrer da interdição de Benedita, sua
capacidade não pode ser contestada.
d) incorreta, pois, na medida em que a interdição retirou sua capacidade tributária passiva, ela
adquiriu, em decorrência disso, capacidade ativa para ser contribuinte desses tributos.
e) correta, pois capacidade tributária ativa independe da capacidade civil das pessoas naturais.

38. FCC/TCE-SP-Auditor /2013

Uma coisa é poder de legislar, desenhando o perfil jurídico de um gravame ou regulando os


expedientes necessários à sua funcionalidade; outra é reunir credenciais para integrar a relação
jurídica, no tópico do sujeito ativo. (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário.
23 ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 271).
O trecho transcrito faz alusão, respectivamente, a:
a) capacidade tributária passiva e competência tributária.
b) capacidade tributária passiva e capacidade tributária ativa.
c) competência tributária e obrigação tributária.
d) capacidade tributária ativa e obrigação tributária.
e) competência tributária e capacidade tributária ativa.

39. FCC/TRF – 4ª Região – Técnico Judiciário/2010

Sujeito ativo da obrigação tributária


a) principal é o responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação
decorra de disposição expressa de lei.
b) é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto.
c) principal é o contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua
o respectivo fato gerador.
d) principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
e) é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.

40. FCC/TCM-GO-Procurador/2015

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De acordo com o Código Tributário Nacional, no que se refere à sujeição passiva de obrigação
tributária, pode-se asseverar que
a) são solidariamente obrigados os sujeitos passivos expressamente designados pela legislação
tributária.
b) sujeito passivo de obrigação acessória é a pessoa obrigada ao pagamento de penalidade
pecuniária.
c) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, revestindo ou não a
condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa da legislação tributária.
d) são solidariamente obrigados os sujeitos passivos que tenham interesse comum na situação
que constitua o fato gerador da obrigação principal.
e) o sujeito passivo da obrigação principal diz-se contribuinte, quando tenha relação direta ou
indireta com a situação que constitua o respectivo fato gerador.

41. FCC/TCM-RJ-Procurado /2015

A propriedade de um bem imóvel por três proprietários com frações distintas gera
a) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário.
b) três fatos geradores distintos, um para cada proprietário, mas com solidariedade entre eles.
c) um fato gerador, mas com três sujeitos passivos, cada um responsável proporcionalmente à sua
fração, sem solidariedade.
d) um fato gerador, com três sujeitos passivos solidários entre si pelo todo, por interesse comum
consistente na transmissão do bem imóvel.
e) um fato gerador, com três sujeitos passivos que somente serão devedores solidários se houver
expressa disposição legal neste sentido ou se eles tiverem expressamente assim convencionado.

42. FCC/TJ-PE-Juiz/2013

Diante da propriedade imóvel de três pessoas conjuntamente,


a) não existe solidariedade passiva entre os coproprietários do imóvel, sendo que cada
quota-parte dá ensejo a um fato gerador, para cada um dos coproprietários, nos limites dos seus
quinhões.
b) só existirá a solidariedade passiva se todos os proprietários detiverem quota-partes iguais
dentro do imóvel.
c) cada coproprietário é contribuinte individual de imposto sobre a propriedade, relativamente à
sua quota-parte no imóvel, que constitui fato gerador autônomo.
d) cada coproprietário é responsável pelo imposto incidente sobre toda a propriedade,
respondendo perante o Fisco apenas até o limite de sua quota-parte no imóvel.
e) cada coproprietário é responsável pelo imposto incidente sobre toda a propriedade,
respondendo perante o Fisco pelo todo.

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43. FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013

Salvo disposição de lei em contrário, estão previstos os seguintes efeitos da solidariedade: a) o


pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; b) a isenção ou remissão de
crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo,
nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; c) a interrupção da prescrição, em
favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

44. FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013

Na solidariedade tributária é permitida a observância de uma sequência preestabelecida para a


execução, operando-se esta primeiramente contra um, e só depois contra o outro.

45. FCC/Procurador-PGE-RR/2006

Sobre a solidariedade, em matéria tributária, é correto afirmar que comporta benefício de ordem
entre as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal.

46. FCC/Procurador-PGE-RR/2006

Sobre a solidariedade, em matéria tributária, é correto afirmar que a interrupção da prescrição, a


favor ou contra um dos obrigados, não favorece e nem prejudica aos demais, salvo disposição de
lei em contrário.

47. FCC/SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2013

A empresa Odisseia Indústria e Comércio S.A., cuja atividade compreende compra e venda
mercantil, anteriormente localizada na cidade de Santa Rita do Sapucaí - MG, transferiu sua sede
administrativa do Estado de Minas Gerais para o interior do Estado do Amazonas, em área rural
distante mais de 300 km de centro urbano mais próximo, e de acesso precário por via rodoviária
ou fluvial, e, ainda, por deliberação dos acionistas, sua antiga sede no Estado de Minas Gerais foi
convertida em filial. A Receita Federal do Brasil verificou, após procedimento administrativo
regular, que a mudança da localização da sede para local de difícil acesso dificulta a fiscalização
tributária, além do que ali não se encontravam guardados os livros e registros fiscais da empresa.
Apurou a fiscalização federal que o local da efetiva administração da empresa continuava a ser
em Minas Gerais. Em razão desta situação, a Receita Federal determinou a reversão do domicílio
tributário da empresa para a localidade anterior, em sua filial. Em face da situação hipotética
apresentada e do ordenamento jurídico vigente, a Receita Federal do Brasil agiu
a) corretamente, pois em relação às pessoas jurídicas de direito privado não há previsão legal que
possibilite a eleição do domicílio fiscal, havendo esta faculdade apenas às pessoas naturais.
b) incorretamente, dado que não poderia recusar o domicílio eleito pelo contribuinte, mesmo
que este dificultasse a fiscalização tributária, pois a escolha do local da sede da empresa é

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livremente feita por seus controladores, especialmente em face da liberdade empresarial


constitucionalmente garantida
c) corretamente, visto que na hipótese de recusa do domicílio eleito, a legislação determina que
se considere como domicílio fiscal do contribuinte o último local em que o estabelecimento
estava localizado.
d) incorretamente, pois o CTN prevê, quanto às pessoas jurídicas de direito privado, a
prerrogativa da eleição do domicílio fiscal em qualquer local onde haja estabelecimento da
empresa no território da entidade tributante.
e) corretamente, pois a escolha do local da sede da empresa é livremente feita por seus
controladores, mas, para os fins tributários, pode a administração tributária fundamentadamente
recusar o domicílio eleito, nos casos em que o novo domicílio fiscal impossibilite ou dificulte a
fiscalização dos tributos.

48. FCC/AL-SP-Agente Técnico Legislativo/2010

Uma pessoa natural que não tem domicílio civil, residência fixa nem centro habitual de atividades
terá como domicílio tributário, caso não tenha eleito nenhum lugar,
a) o lugar onde for encontrada.
b) o lugar onde for encontrada ou a sede da Fazenda Pública.
c) a sede da Fazenda Pública competente ou da ocorrência do fato gerador.
d) o lugar da situação dos bens ou da ocorrência do fato gerador.
e) o lugar que a Fazenda Pública indicar ou o lugar da situação dos bens.

49. FGV/SEFIN-RO-Técnico Tributário/2018

Leia o fragmento a seguir. Considerar-se-á como __________do contribuinte ou ______o lugar da


situação dos bens ou da _______ dos atos ou fatos que deram origem_________. Assinale a
opção que preenche corretamente as lacunas.
(A) domicílio tributário – responsável – ocorrência - à obrigação.
(B) estabelecimento – substituto - prática – ao fato gerador.
(C) sede – responsável – ocorrência – ao crédito tributário.
(D) centro de atividade – sucessor – prática – ao débito tributário.
(E) domicílio tributário – herdeiro – ocorrência – à obrigação.

50. ESAF/AFRFB/2009

Sobre a disciplina conferida ao domicílio tributário, pelo Código Tributário Nacional, assinale a
opção correta.
a) O domicílio do contribuinte ou responsável, em regra, será estabelecido por eleição.

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b) O domicílio da pessoa jurídica de direito privado será o lugar em que estiver localizada sua
sede.
c) O domicílio da pessoa jurídica de direito público será o lugar em que estiver localizada sua
sede.
d) O lugar eleito pelo contribuinte como domicílio tributário não poderá ser recusado pela
autoridade tributária, sob a alegação de prejuízo à atividade fiscalizatória.
e) Caso a autoridade fiscal não consiga notificar a pessoa jurídica de direito privado em sua sede,
poderá fazê-lo em qualquer de suas unidades.

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GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES

1. A 17. C 34. A
2. B 18. E 35. D
3. B 19. D 36. C
4. E 20. E 37. B
5. B 21. D 38. E
6. A 22. D 39. E
7. C 23. E 40. D
8. A 24. E 41. D
9. E 25. C 42. E
10. C 26. D 43. C
11. C 27. C 44. E
12. B 28. A 45. E
13. A 29. C 46. E
14. D 30. C 47. E
15. E 31. A 48. D
16. C 32. C 49. A
33. D 50. A

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