Na minha percepção, o texto trata-se de uma narrativa sobre qual era na
verdade o papel da mulher na história, onde estavam e como viviam, já
que os dados que temos são baseados em como os homens o viam o
que era totalmente diferente da grande realidade, uma história sobre
mulheres onde elas mesmas não tinham direito de conta-las. O texto faz
menção para outras áreas do mundo mas o tema central se passa na
Grécia antiga, com as leis de Sólon, a vinda da democracia até a virada
para a sociedade aristocrática, Susana aponta que lá poderia ter sido o
momento formativo da misoginia, destacando de forma crítica com o
cânone da filosofia, ou seja, o conjunto de autores e ideias considerados
centrais na tradição, não se limitando a incluir as mulheres na filosofia
em si, questionando os próprios critérios que usam para definir o que
seria a filosofia, quem tem o direito de filosofar e quais os saberes não
legitimados.
Em síntese, as mulheres da antiguidade nunca tiveram oportunidade de
ser elas mesmas, sempre rodeadas de regras e virtudes das quais
apenas elas não tinham escolha sobre seguir ou não, em anos de
negligências, a reclusa da participação da mulher na vida social e
pública, onde a ética para elas era diferente da ética dos homens, a
submissão e controle sobre elas era algo a se pensar. Qual a
necessidade? Muitos eram os argumentos sobre isso, onde a maioria era
da opinião de homens sobre as mulheres, entre eles, tinham suas
obrigações como esposas, de cuidar da casa e dos filhos, de educa-los (
por mais que alguns diriam que tampouco seria necessário ), ainda que
tudo isso ocorresse, elas sempre davam um jeito de se sobrepor e expor
suas opiniões e pensamentos em forma de arte, seja em poesias das
quais viravam canções, como em textos filosóficos, alguns exemplos são
os testemunhos de Bércia, Peloponeso e em Lesbos, vale destacar Safo,
que foi uma poetiza importante, ela compôs muitas canções porém foram
perdidos no incêndio da biblioteca de Alexandria, isso me faz questionar,
quanta informação foi perdida por não darem espaço para que elas
pudessem compartilhar de seus conhecimentos, e quanto deste
conhecimento se perdeu com o passar do tempo.
➔ Virtudes no contexto da Grécia antiga tratava de como uma mulher deveria agir
perante seu marido e família, se tratava de um ideal formativo, se manifestando por
meio de ações ou palavras.
Creio que muito disso acarretou no ocidente uma visão misógina já
que tinham a Grécia Antiga como berço da civilização, onde o ideal de
mulher era mais como objeto do que como ser humano, não tinha
vontades e desejos além dos que eram impostos a elas, isso as levou
a terem que lutar por uma vida inteira para ter uma fração do respeito
que mereciam, sinto que na contemporaneidade existe uma luta da
dissociação da mulher desse lado imposto por tantos anos, onde na
segunda guerra mundial, a participação no mercado de trabalho
contribuiu para a modernização e avanço tecnológico e comercial, já
que com os homens foram convocados para a guerra, as mulheres
tiveram que aderir aos empregos, de lá pra cá foram alcançando ainda
mais espaço nós lugares que antes eram privados a elas, mas ainda
sim com muitos obstáculos, essa amarra machista se perpétua até
hoje, quantas leis são criadas e tiradas logo em seguida, quantos
pedidos de ajuda não são escutados e quanta informação sendo
apagada, a mulher tem uma voz que carrega consigo desde o
princípio, por mais que tentam calar estam sempre lutando para gritar
por sua liberdade, me pergunto se haverá um tempo em que
possamos viver humanamente bem e que a ética possa servir a todos
e não só a alguns.