Direito das Obrigações I
AULA 16/09
NOTA: Levar Código Civil para as aulas.
Bibliografia: Obrigações em geral (João de Matos Antunes Varela) + alguma bibliografia
complementar que irá sendo indicada.
Avaliação: Exame.
AULA 23/09
Quando nos falamos do direito das obrigações, a relação obrigacional é regulada a partir dos
arts. 377.º - 1350.º do CC.
Como é que nos começamos a enquadrar este direito? Dirieto civil patrimonial, um sertor de
regulamentação que tem como objeto determinadas relações que encvolvem a distruibição de
bens que têm valor pecuniário. O que não significa que não possam envolver bens que não
tenham valor patrimonial, mas em geral, no direito das obrigações aquilo que se regula é a
distribuição de certos bnes que têm valor económico.
Este não ocupa todo o terreno do direito civil patrimonial, como o direito das coisas, é um
exemplo de outro ramo que possui também este caráter.
Como é que distinguimos o direito das obrigações do direitos reais? Porque dizemos que o
direito das obrigações é o direito da dinâmica patrimonial, enquanto que os direitos reais
ocupam a parte estática patrimonial, são o direito da dominiabilidade, do poder que os sujeitos
tem sobre o objeto de que são titulares. O DIREITO DAS obrigações é o setor que regulamenta
todas as relações intersubjetivas que têm valor patrimonial, já no d. das coisas disciplina-se os
poderes que o titular do objeto tem sobre o mesmo.
Uma das carateristicas do DO é a carcateristica de ser um ramo do direito mais estável no
tempo e no espaço, porque e o um direito muito menos premiável às alterações de natureza
econologica, às convenções sociais do que os restantes tipode de direito civil. Aquando da
alteração dos paradigmas, os ramos de direito que sofrem mais alterações são por exemplo o
direito da família e o direito das sucessões. O DO é um direito menos permeável (não quer
dizer que seja completamente impermeável).
Muitas das alterações ideológicas também se manifestam no DO – como por exemplo a
moralização do DO.
O que se destaca do conceito de relação obrigacional, é que o seu objeto é uma prestação.
A relação obrigacional vai para alem do dever de prestar e o direito de exigir uma prestação,
dai ter sido desenvolvido um conceito de relação obrigacional complexo. Quando falamos de ro
complexa, chegamos à conclusão que este conceito é muito simplista, não explica todos os
vínculos entre credor e devedor, nem todas as consequências da falta de prestação. É o
conjunto de todos os vínculos dessa natureza que unem devedor e credor que não se
encontram desconexionados.
Na relação obrigacional não existem apenas deveres de prestarem os correspondentes direitos,
existem outros deveres de conduta ou deveres laterais (deveres acessórios de conduta). Estes
últimos podem decorrer da lei, da vontade das partes, ou daquilo que nós designamos o
principio da boa fé.
A boa fé subjetiva é um estado subjetivo que a lei apresenta – art. 242.º CC. O que é que é
estar de boa fé? Desconhecer o negocio dissimulado, no exemplo concreto.
Não existe uma ação tendente a exigir o cumprimento … a garantia resulta da circunstancia que
o comportamento que o devedor se obriga ser exigido judicialmente pelo credor. Nestes dever
de conduta não existe uma ação especifica pendente para exigir o cumprimento.
Há deveres de conduta em que existe uma ação especial para exigir o cumprimento, trata-se da
exigência de um certo comportamento leal. O seu incumprimento tem consequências jurídicas,
consequências de direito.
Conteúdo da relação obrigacional complexa – esta relação é o conjunto de todos os vínculos
que nascem…
Deveres da relação
Deveres primários de prestação: eles recorrem do proprio facto do conteúdo da obrigação sem
que exista qualquer outro desenvolvimento da relação obrigacionais, opõem-se aos deveres
secundários.
Deveres principais “de prestação”: aqueles que são próprios de determinado tipo contratual,
sem aqueles deveres, a relação não existe (ex.: compra e venda – só há contrato de compra e
venda se se pagar o preço ou entregar a coisa – primários porque nascem com aquela relação e
principais porque são típicos daquela relação)
Deveres secundários “”: podem ser sucedâneos ou coexistentes
Deveres acessórios “”: Importantes para o correto cumprimento da obrigação principal, mas
não existem em todos contratos do mesmo tipo.
Deveres laterais de conduta
Podem incidir sobre qualquer das partes, podendo caber ao credor ou ao devedor. Geralmente,
existem em todas as relações, mas mais predominantes nas relações duradouras.
Dever de lealdade e de correção
Dever de informação ou de notificação
AULA 30/09
Outros tipos de figuras de relações obrigacionais sem deveres primários:
Relação corrente de negócios: quando entre as partes existe uma determinada relação
de negócios de longa duração, uma relação de confiança, é necessário proteger essa
confiança mesmo fora da relação de negócios respetiva.
Contrato com eficácia de proteção para terceiros: não se trata de um contrato a favor
de terceiros (exemplo, seguro de vida) – o terceiro não adquire o direito a uma
prestação, tem uma pretensão de ser protegido pelo devedor de uma outra relação
obrigacional. Esta figura não se encontra disciplinada na lei.
Pluralidade passiva (mais do que um devedor) e pluralidade ativa (mais do que um credor)
Em regra, as obrigações são conjuntas, havendo mais do que um sujeito no lado passivo da
relação obrigacional. Nestas circunstâncias, o credor apenas pode exigir a cada um dos
credores a sua quota parte, a não ser que exista responsabilidade solidária pela dívida,
circunstância em que o credor pode exigir o cumprimento da totalidade da obrigação a um dos
credores, que fica com um direito de regresso sobre os restantes. – regime da conjunção.
Em direito comercial, o regime regra é o regime da solidariedade.
Devedor - contratos para pessoa a nomear (arts. 452º e ss)
Prestação de coisa: objeto mediato (o objeto) e objeto imediato (ato de entrega da coisa – o
comportamento)
AULA 28/10/2024
14/12 (17:30): data do exame de avaliação antecipada – as inscrições decorrerão na próxima
semana
Direitos reais ≠ direitos de crédito
Doutrina da eficácia externa das obrigações: ao lado do efeito interno que tem nos direitos de
crédito (exigidas apenas ao devedor/devedores respetivos) existe de alguma forma um efeito
externo, que faria com que estes direitos de crédito fossem oponíveis a terceiros: se
conhecessem a existência do direito de credito, estavam obrigados a respeita-lo de forma a não
impedir o respetivo cumprimento por parte do devedor.
Se o terceiro conhece o direito de credito e o viola, trata-se de um ato de má fé. Envolvendo
uma responsabilidade civil extracontratual.
Ainda sobre esta doutrina:
- Não concordamos des logo do ponto de vista da sua atividade, do direito a constituir, porque
ela representaria uma espécie de entrave ao porprio comercio jurifidico. O DO regula as
relações intersuvbjetiva, a dinâmica patrimonial.
Os direitos reais têm eficácia absoluta porque podema afetar a posição de terceiros, daí
existirem exigências para tal acontecer, para essa oponobilidade existir: aqueles que se
encontrem previstos na lei.
Essa oponoobilidade, por vezes, esta sujeita a registo, garantindo a publicidade desses direitos.
Parece demais responsabilizar terceiro apenas por ele saber do interesse do credor. Não existe
do ponto de vista do direito constituído, a execução do principio da boa-fé
Saber se o direito português dá guarida a esta questão da eficácia externa:
- a lei estabelece no art. 406.º/2: “nos casos especialmente previstos na lei” – não consagra a
doutrina da eficácia externa.
- a doutrina tradicional entre nós sempre foi negar a eficácia externa, em termo de direito civil.
O legislador de 66 claramente não quis incluir a legislação detalhada dessa matéria, pelo
contrário.
Art. 421: permite atribuir eficácia real ao dito pacto de preferência
413.º: “” ao contrato promessa – A promete vender a B o prédio X
Se os direitos de credito fossem oponíveis a terceiros então não faria sentido nenhum esta
regra do 413 e do 421 – sem a atribuição dessa oponibilidade relativamente a terceiros, o
direito do credor já teria essa eficácia, já seria oponível a terceiro.
Art 495.º- formalmente consagra uma situação idêntica à da eficácia externa, prevendo em
caso de responsabilidade civil extracontratual a indeminização de danos patrimoniais. ( art.
495.º/3)
1306º - principio da tipicidade em matéria de direitos reais – distinção entre restrições do
direito de prioridade que têm eficácia real e as que não têm.
794.º - esta norma permite que em certos casos o credor se substitua ao devedor adquirindo
um direito para satisfazer um direito seu.
Contrato como negócio jurídico bilateral, com duas ou mais declarações de contrato,
necessariamente contrapostas, dirigindo-se ao mútuo consenso, convergem naquilo que nós
chamamos de mútuo consenso dos contraentes