Músicas Tradicionais em Cada Região Da Venezuela
Músicas Tradicionais em Cada Região Da Venezuela
Gaita Zuliana
• Gaita de Furro. Tem um esquema rítmico de 6x8. É o gênero musical
zuliano mais difundido em escala nacional. A instrumentação com a qual
tradicionalmente tem sido acompanhada por esta gaita: Cuatro, maracas, charrasca,
tambora e o instrumento básico o Furro, (também conhecido antigamente
como “Mandullo”) descendente direto da zambomba espanhola. A
a temporada gaitera originalmente estava compreendida entre a véspera do Dia
da Chinita, em 18 de Novembro, este início das gaitas era conhecido
tradicionalmente como a “Bajada dos Furros” e se prolongava até o 2 de
Fevereiro, dia da Candelária, em que ocorria a "Subida dos Furros", é
dizer que os instrumentos eram guardados até que chegasse novamente a data de
início da temporada.
• A gaita perijanera carece de um refrão fixo, sendo este o motivo pelo qual
um grupo de investigadores não a aceitam como gaita alegando que é requisito
indispensável ter a presença de um refrão fixo. Todos se revezam
assistentes com "versos" espontâneos, (são estrofes de quatro versos
octossílabos e o coro se repete o segundo e o quarto depois que o solista
os cantam), homens e mulheres dão as mãos e formam um círculo ao redor
do grupo de músicos, o círculo avança e até se rompe e se fazem diversas
figuras entrecruzando-se no decorrer da dança.
• Gaita a Santa Lucía. Na parte Norte de Maracaibo, concretamente em
Santa Rosa de Aguas, El Moján, Sinamaica e locais próximos, foi encontrado
um canto ao qual os habitantes destes locais chamam "Gaita a Santa Lucía", e
eles foram conhecidos nessa denominação ao longo de muitas gerações. Eles
canta em modos maiores e segundo alguns informantes, tradicionalmente se tem
cantado acompanhado de: quatro, charrasca, maracas e furro, não tendo-se
incluído a tambora só depois da chegada do “Chimbanguele” (do
Sul do
• Gaita de Tambora. É a evolução do canto de faena feminino; (em o
pilão, na pedra de moer, na tábua lavando o rio, em frente ao fogão)
escravas eram utilizadas para o trabalho em casa e este canto no trabalho,
é canalizado pelos valores culturais africanos e consegue florescer até
enfrentar-se ao urbanismo, que a reduz a uma simples atividade que se realiza
uma ou duas vezes por ano. Caracteriza-se por apresentar um tambor com
parche em ambos extremos, sujeitos com cânhamo ou mecates; e um tamborito
igual ao meio golpe do chimbanguele.
• Gaita Tamborera. Chamado pelo cronista e investigador Juan de Dios
Martínez como "A 5ª gaita", é certamente o quinto subgênero da Gaita
Zuliana. Surge no início da década de 1970 como resultado da fusão
da gaita de tambora e os chimbángueles de San Benito. Seu criador foi o
célebre cantautor gaitero Nelson Martínez de la mano com o Gran Coquivacoa
agrupação gaitera na qual formava filas. Seu ritmo é de 2x4 e foi executado
inicialmente com quatro, furro, tambora, charrasca e maracas. prontamente se
lhe adicionaram o baixo, o piano, a guitarra elétrica, as congas, o bongô, o
cencerro e até metais (trompete, trombone e saxofone) e timbais, por quanto
no final dos anos 70 e início dos anos 80 a gaita tamborera foi acolhida pela
influência musical caribenha, em especial da salsa, tudo isso liderado pelos
conjuntos gaiteros vanguardistas como Estrellas del Zulia, Guaco, Santa Anita,
Melody Gaita e, claro, Gran Coquivacoa. A temática é variada e não
tem uma temporada especial para sua execução.
Joropos
• Joropo llanero. Manifestação musical dos estados Apure, Barinas,
Cojedes, Guárico, Portuguesa e parte centro-sul de Anzoátegui e Monagas. De
da mesma forma, o joropo llanero faz parte da tradição folclórica dos
departamentos do Vichada, Casanare, Meta e Arauca na vizinha Colômbia.
Este tipo de joropo tem sido o mais difundido e bem-sucedido comercialmente. É
interpretado com harpa, quatro, maracas e bandola llanera (quatro cordas). O
Joropo llanero pode ser dividido em pasaje e golpe. Enquanto o pasaje é um
género mais lírico, o golpe é um gênero muito mais forte e rápido. Enquanto o
golpe usa temas heroicos e patrióticos, o trecho canta ao amor e à paisagem
llanero. Entre os exemplos de golpes llaneros podem ser citados: Pajarillo, Quirpa,
Carnaval, "Seis por derecho", Quitapesares, Guacharaca, entre outros. Alguns
pasajes famosos son "Fiesta en Elorza", "Traigo polvo del camino", "Romance
na distância", "Apure em uma viagem", etc.
• Joropo central ou Tuyero. Joropo característico dos estados de Aragua
y Miranda, y de la zona oriental de Carabobo y norte de Guárico (Venezuela).
Enquanto o joropo llanero é entoado com harpa ou bandola llanera, quatro e
as maracas, o Joropo central ou Tuyero é cantado com arpa, maracas e buche. Ao
mesmo tempo, enquanto a harpa tuyera usa cordas metálicas e de nylon, no
Na arpa do joropo llanero, todas as cordas são de nylon. Outro ponto distintivo
entre o Joropo tuyero e o llanero é o fato de que no primeiro, quem canta
é o mesmo que executa as maracas. A peça mais característica do folclore
tuyero, "A revolta tuyera", consta de quatro seções: A exposição
(Pasaje), o desenvolvimento (Yaguaso e Guabina), a coda instrumental (chamada
"Marisela") e um final conhecido como "A chamada do macaco". Os trechos
Os tuyeros mais famosos são "O eremita" de Mario Díaz, "Amanhecer tuyero" de
Cipriano Moreno e Pablo Hidalgo e "O gato emmochilado" de Fulgencio Aquino.
• Joropo oriental. Joropo característico da região nor-oriental de
Venezuela, especificamente dos estados Sucre, Nova Esparta e Norte de
Anzoátegui e Monagas. Neste tipo particular de joropo, o instrumento
melódico por excelência é a mandolina ou bandolim. No entanto, a bandola
oriental (oito cordas de nylon), o violino, a harmônica e um pequeno acordeão
chamada "cuereta" também desempenha um papel primordial no folclore musical
oriental. O chamado "Joropo com refrão" é composto por duas seções: a
a primeira seção ou "golpe" é tradicionalmente uma melodia fixa em ritmo 3/4 que
é repetida duas ou mais vezes; a segunda seção ou "refrão" é uma melodia
improvisada sobre um ciclo harmônico fixo que está no ritmo 6/8. Cabe destacar
que no no Joropo oriental, o quatro e as maracas são executados de uma
maneira muito mais livre e complexa do que no resto dos joropos
venezuelanos. Da mesma maneira, é importante mencionar que a tradição
musical da região oriental da Venezuela possui muitas outras formas além
do joropo oriental.
• Joropo guayanés. Joropo resultado da interação de llaneros e
orientais no estado de Bolívar, especificamente em Ciudad Bolívar, a antiga
Angostura. É executado com bandola guayanesa (oito cordas metálicas),
quatro e maracas. "O seis guayanense", "a Josa" e "o rompe luto" se destacam entre
os joropos guayaneses mais famosos.
• "Golpe Tocuyano" ou Joropo larense. Joropo oriundo da região centro-
ocidental da Venezuela, majoritariamente dos estados Lara e Yaracuy. É
interpretado por uma variedade de cordófonos (quatro, meio cinco, cinco e seis),
que junto com tambor e maracas produzem uma sonoridade única entre os
joropos venezuelanos. Famosos golpes tocuyanos são "Amalia Rosa", "Gavilán"
tocuyano", "A mundo Barquisimeto" e "Ramoncito em Cimarrona".
Merengue Venezuelano
Na Venezuela existe uma enorme gama de merengues - desprendidas, em
sua origem rítmica, da simplificação das variadas fulias negras da costa
central do país - que podem ser agrupados em três grandes grupos: o caraquenho,
o oriental e o larense.
Sendo um gênero dançante, o merengue venezuelano - e acima de tudo o
caraqueño - tem letras de corte costumbrista e picaresco, algumas delas muito
subidas de tom, que são o reflexo das tradições, dos personagens e das
histórias da época. Quatro instrumentos solistas conformam a orquestra que
executa o merengue rucaneao: trompete, trombone, saxofone e clarinete; os quais
são acompanhados pelo quatro, o contrabaixo, o redobrante e a charrasca de
tapara. A rítmica foi variando e do compasso regulamentar de 2/4, organizado
em duas colcheias e um trio de negra, à força de dança e acima de tudo de
rucaneo, chegou ao singular compasso de 5/8 (5 colcheias), medida estranha que
dá essa cadência característica que o diferencia de seus primos caribenhos.