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1.1 Jardins de Monet

Os jardins de Claude Monet em Giverny, França, foram uma fonte de inspiração para mais de 272 de suas obras, refletindo sua paixão pela natureza e pela luz. O artista cultivou uma variedade de flores e plantas, criando um ambiente vibrante que se tornou um verdadeiro paraíso natural. Hoje, esses jardins são preservados como patrimônio e oferecem uma visão da relação íntima de Monet com a natureza e sua arte.
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1.1 Jardins de Monet

Os jardins de Claude Monet em Giverny, França, foram uma fonte de inspiração para mais de 272 de suas obras, refletindo sua paixão pela natureza e pela luz. O artista cultivou uma variedade de flores e plantas, criando um ambiente vibrante que se tornou um verdadeiro paraíso natural. Hoje, esses jardins são preservados como patrimônio e oferecem uma visão da relação íntima de Monet com a natureza e sua arte.
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PAISAGISMO

Jardins de Monet
Esta é a famosa ponte japonesa, retratada por Monet em 45 obras.
Os barcos eram utilizados como apoio na manutenção e limpeza das
águas. O artista sempre utilizou o lago como espelho e jogo de reflexões
Eles existem!
Os jardins retratados nas obras do pintor Claude Monet são reais
em suas criações e representações de cores, luzes e sombras e, acredite, ficam no "quintal" da casa dele, em Giverny, França
Texto Ricardo Fernandes Fotos Fernando Grilli
PAISAGISMO

A
paixonado pela natureza, o pintor impressio- aproveitava cada momento, cada diferença, cada contraste de luz,
nista francês Claude Monet (1840-1926) ini- cores e florações para retratar perfeitamente os seus jardins em
ciou o seu próprio jardim logo que se mudou suas obras”.
de Paris para Giverny, em 1883. Ele alugou Somente do Jardim d’Água, Monet pintou mais de 272 obras
uma casa num grande terreno, de 8.100 m², catalogadas, durante 20 anos de trabalho. A sua ponte japonesa
em que poderia criar suas oito crianças, ficando perto de uma foi retratada 45 vezes, com diversas luzes e cenários naturais.
boa escola infantil e de Paris, onde eram negociadas as suas Amante das cores do mar e das águas, o artista dizia que cada
obras. A pequena Giverny, um vilarejo bucólico, na época momento correspondia a uma relação da natureza com a
com 300 habitantes e a cerca de 70 km da capital francesa, im- luz, com as sombras e com os reflexos das plantas nas águas.
pressionou e muito Monet. A natureza, as flores e a luz brin- Naqueles jardins nunca houve espaço para monotonia.
cavam de revelar e esconder as cores e os aromas, fascinando "Mesmo sendo os jardins as principais áreas de sua mora-
o artista e criando o início de uma relação de cumplicidade, dia, Monet adorava a cozinha e a sala de jantar, onde recebia
emoção e arte. Arte ao ar livre. seus amigos, mantendo-os sempre por perto", explica Claire
Com o sucesso de suas vendas, Joyes. Clemanceau, Mebeau, Cézane,
em 1890, Monet comprou o terreno Rodin, Truffaut e diversos outros
e foi lentamente adquirindo algu- nomes das artes e da política eram
mas terras à volta de sua proprieda- alguns dos frequentadores assíduos
de, criando um paraíso natural com da residência, onde o artista prepa-
a ajuda de uma equipe de dez jar- rava, em sua grande e moderna cozi-
dineiros e três motoristas. O artista nha azul, pratos da culinária inglesa,
plantou inúmeras espécies de flores, que tanto amava. Após as refeições,
plantas ornamentais e árvores frutí- faziam passeio pelos jardins, que
feras. Criou espontaneamente dois davam aos visitantes a sensação de
jardins – Jardim d'Água e Jardim da estarem penetrando dentro das obras
Hulton Archive/Getty Images

Normandia – e deixou que a nature- de Monet e, mais ainda, dentro da


za se encarregasse de ditar a beleza e intimidade do artista com a natureza.
a estética visual do lugar. O pintor muito discutia com seu
No final de sua vida, o artista ha- amigo Georges Truffaut, o famoso
via plantado mais de 1.800 espécies paisagista francês, a estrutura dos
de flores e plantas, que conviviam em Claude Monet descansa em seu Jardim d'Água jardins. Apesar de sempre dizer que
harmonia singular. Raros bambus não tinha espécies de sua preferên-
japoneses, macieiras, azaleias, framboesas, íris, tulipas, rosas, cia, consideram-se os lírios-d’água, as íris e as herbácias as suas
limoeiros, rosas chinesas, miosótis, dálias, girassóis e hortênsias preferidas, por serem as mais vistas em suas obras.
– para citar algumas – em suas cores variadas e cada qual com Hoje em dia, o jardim-patrimônio deixado por Monet,
floração em data específica e planejada, faziam com que o jar- preservado como na época do mestre, pode ser contemplado
dim se mantivesse belo e colorido durante todos os dias do ano. em Giverny, na França. Ele nos faz entender a relação do ar-
“Quando estava fora de casa, Monet sentia falta de sua com- tista com as suas obras e pensar na emoção de nossa própria
panheira (Camille Doncieux), de suas crianças, de seus ateliês, de relação com o verde, impondo-nos a necessidade de uma
seus dois jardins e principalmente de suas flores. Ele tomava sem- constante preservação da maior obra de arte doada à humani-
pre um banho gelado matinal e um café reforçado na companhia dade, a natureza.
de um de seus filhos, antes de começar o seu dia de trabalho. Em
seguida, abria a porta da cozinha e saía para trabalhar em seus
jardins, onde tudo respirava e tinha vida e onde o tempo parava”, Invadindo a casa de Monet com um festival de cores, logo na
diz Claire Joyes, esposa do bisneto de Claude Monet e escritora entrada, vê-se o canteiro de miosótis. À frente, vasto canteiro
das principais biografias do artista. de tulipas nos tons pink e salmão. A trepadeira falsa-vinha cobre
Gilbert Vahé, chefe do jardim de Monet desde a sua restaura- as paredes dianteiras. Essa espécie produz flores pequeninas na
ção, em 1977, conta que o pintor “sempre se sentiu um paisagista primavera e se torna bordô no outono. As paredes de cor salmão,
e gostava de apresentar-se como tal”. Vahé explica melhor: “Ele idêntica à das tulipas, acompanham a sinfonia verde do local

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PAISAGISMO

Acima, as ninfeias, ainda sem flor, espalham-se


pelo lago. Ao fundo, a casa do pintor, cercada
de um mundo de espécies catalogadas, mais de
1.800. As plantas enchem de cores e aromas o
imenso jardim. À esq., um dos caminhos externos
junto ao lago, com uma árvore de magnólia-branca
no início da floração da primavera europeia

Na página à direita: esta é uma das princi-


pais paisagens do Jardim d'Água, do outro
lado da estrada de ferro, no qual Monet apro-
veitava as mudanças de estação para retratar
em suas telas os jogos de luz e sombra. Só
nesse jardim foram pintadas 272 telas. O cho-
rão tomba com tudo em seu verde-claro sobre
o lago e as primeiras azaleias azuis surgem
nos canteiros às bordas da água. Abaixo, a
raiz do chorão fica à mostra junto ao lago,
dando sustentação à planta. No chão, violetas
multicoloridas formam um animado tapete
PAISAGISMO

Numa explosão de cores típica de uma pintura impressionista, hortênsias, sálvias, seringats e viburnos alegram o jardim às margens da água

A íris era uma das flores prediletas


de Monet, vista no Jardim
A tulipa-papagaio é uma das variações mais As Alliaceaes são herbáceas pertencentes Planta de pleno sol, a tulipa é uma espé- da Normandia. Seu florescimento
escuras da espécie, com flores em formato exótico à família de plantas Aspargales, composta de cie bulbífera que gosta de clima frio. Com é mais forte sob climas frios,
que lembra ave tropical. Ela complementa com 795 espécies e distribuídas em 20 gêneros. suas cores variadas, ajuda a criar o espe- embora se dê na primavera e no
personalidade forte o leve Jardim da Normandia Da mesma família vêm o alho e a cebola táculo primaveril no Jardim de Monet verão. Atinge até 60 cm de altura

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PAISAGISMO

Amor-perfeito ou violeta-borboleta, espécie que faz parte do grupo A Fritillaria imperial, de origem oriental,
de flores medicinais. Monet a plantava no Jardim da Normandia, não tem floração constante e é de
em diversas cores. Aprecia o frio e floresce na primavera e no inverno difícil manutenção. Atinge até 1 m de altura
t

t Vernon Rua Claude Monet Estacionamento


Entrada
Residência
Nynphéas

Segundo
ateliê Jardins de Claude Monet
Ateliê

Rue Claude Monet, 84, Giverny, França;


Beco de Amsicourt
Serras

Passagem da Normandia

www.fondation-monet.com.
Aberto ao público até 10/11/2009, das 9h30 às 18h.

Como chegar
De trem: pegar linha Paris-Rouen (estação Saint-
Passagem subterrânea
de ferro de Vernon para Gasny
Caminho do Rei e estrada de ferro, substituídos pela estrada -Lazare) e descer na estação de Vernon, a 1h15
de Paris. Tomar ônibus especial para Giverny, que
fica a dez minutos de Vernon.
Jardim d´Àgua De carro: autoestrada Paris A13, saída 14 para
Giverny (via Vernon), 87 km.

Veja mais imagens dos jardins de Monet no www.casaejardim.com.br


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