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Atividade 3 - Hermenêutica de Klaus Günther

O documento analisa a teoria de Klaus Günther sobre a distinção entre a justificação abstrata da norma e a legitimidade de sua aplicação concreta, destacando a importância de considerar os contextos e princípios constitucionais na aplicação da lei. A sanção aplicada aos jovens é questionada quanto à sua legitimidade, considerando critérios como a finalidade da norma, razoabilidade, proporcionalidade e liberdade de expressão artística. A conclusão é que a aplicação da sanção pode ser considerada ilegítima, pois desconsidera as particularidades do caso concreto.

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Atividade 3 - Hermenêutica de Klaus Günther

O documento analisa a teoria de Klaus Günther sobre a distinção entre a justificação abstrata da norma e a legitimidade de sua aplicação concreta, destacando a importância de considerar os contextos e princípios constitucionais na aplicação da lei. A sanção aplicada aos jovens é questionada quanto à sua legitimidade, considerando critérios como a finalidade da norma, razoabilidade, proporcionalidade e liberdade de expressão artística. A conclusão é que a aplicação da sanção pode ser considerada ilegítima, pois desconsidera as particularidades do caso concreto.

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Atividade 3 - Hermenêutica de Klaus Günther​

Vencimento 18 mai em 23:59 Pontos 5​


Aluno: Guilherme Hargreaves Carvalho de Godoy​
Questões:

1.​ Com base na teoria de Klaus Günther, como pode ser diferenciada, no caso
apresentado, a justificação abstrata da norma (discurso de justificação) e a
legitimidade da sua aplicação concreta (discurso de aplicação)?

Resposta:​

De acordo com a perspectiva de Günther, a dissonância entre o discurso que formula a norma,
por parte do legislador, criando leis que são gerais e abstratas e o discurso que aplica dentro
da razoabilidade da vida, de acordo com a realidade e todas as individualidades e
peculiaridades dos casos concretos, por parte dos juízes, é suficientemente problemática para
render teses entre a funcionalidade das perspectivas de macro e micro justiças.

Günther apresenta justamente a diferença entre os momentos de criar e aplicar a lei. Nesse
caso hipotético, como justificar a aplicação da lei criada? Indo além, como elaborar leis que
as pessoas queiram voluntariamente cumprir?​

Portanto, na teoria de Klaus Günther, o discurso de justificação diz respeito à validade geral
de uma norma jurídica, ou seja, se ela pode ser racionalmente aceita por todos os afetados
como uma norma válida e legítima dentro de um ordenamento jurídico. ​
No caso da Lei Municipal nº 456/2025, sua justificação abstrata se apoia na proteção de bens
jurídicos relevantes como o sossego público, a ordem urbana e a função social de hospitais e
escolas, o que pode ser considerado uma razão legítima para sua promulgação.

É exatamente por isso que diferencia-se do papel de aplicação, já que esta, ao ser criada, visa
a macrojustiça, sendo norma geral e abstrata.

Por outro lado, o discurso de aplicação trata da análise da legitimidade da aplicação concreta
da norma a um caso específico, considerando os princípios constitucionais, os fatos
singulares do caso, e a finalidade da norma.

Indagamos aí, pelo lado do juízo, que aplica a norma abstrata ao caso específico e concreto,
se a aplicação desta norma respeita os valores fundamentais como a liberdade de expressão
artística, o princípio da razoabilidade (escola desativada!) e a proporcionalidade entre a
conduta e a sanção (naquele caso).

Assim, segundo a defesa teórica do autor, mesmo que a norma seja válida em abstrato, sua
aplicação não é automaticamente legítima se desconsiderar os princípios e contextos do caso
concreto.

2.​ A sanção aplicada aos jovens pode ser considerada legítima do ponto de vista do
discurso de aplicação? Quais critérios seriam relevantes para essa análise?

Resposta:​

O discurso de aplicação é justamente aquele que se propõe a reintroduzir as particularidades
afastadas pelo legislador no momento de criação da lei/norma (aquele outro momento em que
cabem os juízos de justificação - aos quais se baseiam o legislador para criar as leis de forma
geral, genérica, ampla e abstratamente).​
Portanto, do ponto de vista deste discurso de aplicação, a sanção aplicada aos jovens não é
necessariamente legítima, ainda que a norma discutida seja válida. A análise deve considerar,
sobretudo, os seguintes critérios:

Finalidade da norma: a norma visa proteger o sossego de escolas e hospitais em


funcionamento, o que não se aplica integralmente ao caso, já que a escola estava desativada.

Razoabilidade e proporcionalidade: a apresentação foi feita sem amplificação de som, em um


domingo à tarde, e sem prejuízo real à função de silêncio que se busca proteger. A resposta
do Estado (multa) pode ser vista como desproporcional à conduta.

Liberdade de expressão artística: a apresentação teatral está protegida pela Constituição


Federal como manifestação cultural e artística. A restrição deve ser interpretada de forma
restrita e compatível com os direitos fundamentais.

Especificidade do caso concreto: o contexto, com uma escola desativada, que prova ausência
de perturbação, ainda mais em um domingo - dia e horário - tudo isso demonstra que não
houve violação efetiva do bem jurídico protegido pela norma.

Dessa forma, a aplicação da sanção, no caso concreto, viola o princípio da proporcionalidade


e não atende à finalidade da norma geral criada pelo legislador, podendo ser considerada
ilegítima a decisão do estado, do ponto de vista do discurso de aplicação, conforme a teoria
de Klaus Günther.

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