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2020 SamiraPinhoBezerraAndrade TCC

A monografia analisa a escolha de áreas adequadas para a implantação de um aterro sanitário em Planaltina - GO, utilizando algoritmos de geoprocessamento e a metodologia AHP para uma análise multicritério. A pesquisa identificou 31 locais com alta adequação, considerando critérios ambientais, socioeconômicos e físicos, e excluiu 87% da área do município devido a restrições normativas. Os resultados destacam a importância de ensaios geotécnicos complementares para validar as condições dos locais propostos.

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A monografia analisa a escolha de áreas adequadas para a implantação de um aterro sanitário em Planaltina - GO, utilizando algoritmos de geoprocessamento e a metodologia AHP para uma análise multicritério. A pesquisa identificou 31 locais com alta adequação, considerando critérios ambientais, socioeconômicos e físicos, e excluiu 87% da área do município devido a restrições normativas. Os resultados destacam a importância de ensaios geotécnicos complementares para validar as condições dos locais propostos.

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

ESCOLHA DE ÁREAS FAVORÁVEIS PARA IMPLANTAÇÃO


DE ATERRO SANITÁRIO EM PLANALTINA - GO

SAMIRA PINHO BEZERRA DE ANDRADE

ORIENTADOR: WAGNER SANTOS DE ALMEIDA


COORIENTADOR: FRANCISCO JAVIER C. PINEDA

MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL EM ENGENHARIA


AMBIENTAL

BRASÍLIA/DF: DEZEMBRO/2020
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL

ESCOLHA DE ÁREAS FAVORÁVEIS PARA IMPLANTAÇÃO


DE ATERRO SANITÁRIO EM PLANALTINA - GO

SAMIRA PINHO BEZERRA DE ANDRADE

MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA


CIVIL E AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENGENHARIA
AMBIENTAL.

APROVADA POR:

_________________________________________
WAGNER SANTOS DE ALMEIDA, DSc (UNB)
(ORIENTADOR)

________________________________________
ELEUDO ESTEVES DE ARAÚJO SILVA JUNIOR, Dr (UNB)
(EXAMINADOR INTERNO)

_________________________________________
RICARDO TEZINI MINOTI, Dr (UNB)
(EXAMINADOR INTERNO)

DATA: BRASÍLIA/DF, 08 de Dezembro de 2020.

ii
FICHA CATALOGRÁFICA
ANDRADE, SAMIRA PINHO BEZERRA DE
Escolha de Áreas Favoráveis para Implantação de Aterro Sanitário em Planaltina –
(GO).

xi/i, 93 p., 297 mm (ENC/FT/UnB, Bacharel, Engenharia Ambiental, 2020)


Monografia de Projeto Final - Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia.
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental.
1. Aterro Sanitário 2. Vulnerabilidade Ambiental
3. Análise Multicritério 4. SIG
I. ENC/FT/UnB II. Título (série)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ANDRADE, S. P. B. (2020). ESCOLHA DE ÁREAS FAVORÁVEIS PARA


IMPLANTAÇÃO DE ATERRO SANITÁRIO EM PLANALTINA – (GO). Monografia de
Projeto Final, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília,
Brasília, DF, 93 p.

CESSÃO DE DIREITOS

NOME DO AUTOR: Samira Pinho Bezerra de Andrade


TÍTULO DA MONOGRAFIA DE PROJETO FINAL: Escolha de Áreas Favoráveis para
Implantação de Aterro Sanitário em Planaltina – (GO).
GRAU/ANO: Bacharel em Engenharia Ambiental / 2020

É concedida à Universidade de Brasília a permissão para reproduzir cópias desta monografia


de Projeto Final e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos
e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta monografia
de Projeto Final pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.

_____________________________
Samira Pinho Bezerra de Andrade
[email protected]

iii
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter sido e ser o meu sustento em todos os momentos com sua infinita
misericórdia e amor, me fortalecendo, me guiando, me dando o equilíbrio necessário para
superar as dificuldades, oportunizando esse momento ímpar em minha vida e me permitindo
crescer cada vez mais. É e sempre será a minha maior prioridade, sem dúvidas, não chegaria
aqui sem Ele.
À minha família, em especial aos meus pais Sandy e Maria do Socorro que em todo
o tempo me apoiaram e ajudaram dando todo o suporte para que eu conseguisse e consiga
alcançar meus objetivos; também ao meu marido Wallace, que sempre paciente me ajudou,
me apoiou e contribuiu diretamente para que eu chegasse até aqui; e a minha irmã Sarah que
com sua parceria me auxiliou em muitos momentos e dedicou esforços para que eu pudesse
alcançar esse tão desejado sonho.
Ao meu orientador Wagner que com sua vasta experiência e grande conhecimento,
me orientou a escolher os melhores caminhos e me deu as dicas necessárias para o sucesso
de meu trabalho. Ao meu coorientador Francisco pois sua ajuda foi de grande valia,
determinante para a realização deste trabalho de conclusão de curso.
Aos professores e colegas da UnB e da UFCG, foram sem dúvidas importantíssimos
para a superação dos desafios, das provas, dos trabalhos, dos projetos. O companheirismo, a
solicitude, elementos determinantes para amenizar a dor de todo o esforço empregado nesses
anos de trabalho e dedicação para o alcance desse objetivo. Levarei para toda minha vida
essa incrível experiência e sem dúvidas será motivo de saudade e muito orgulho.

iv
RESUMO

ESCOLHA DE ÁREAS FAVORÁVEIS PARA IMPLANTAÇÃO DE ATERRO


SANITÁRIO EM PLANALTINA – GO
A escolha de local favorável para implantação de um aterro sanitário que receba
adequadamente os resíduos sólidos é tarefa de elevada complexidade, seja para um ou para
um consórcio de municípios, em um processo que envolve a análise de diversos fatores
físicos, antrópicos e indicadores socioeconômicos que necessitam ser ponderados. Neste
trabalho de conclusão de curso de graduação em Engenharia Ambiental, foram utilizados
algoritmos de geoprocessamento inseridos em um ambiente computacional de Sistemas de
Informações Geográficas (SIG) para realização de uma análise multicritério, a AHP
(Analytic Hierarchy Process), na identificação de áreas com aptidão para receber um aterro
sanitário no município Planaltina – GO. A seleção do local do aterro obedeceu a uma
hierarquia estrutural com diferentes critérios divididos em três categorias: ambiental,
socioeconômico e fatores físicos. A importância relativa dos critérios foi determinada por
uma comparação pareada pelo método AHP, na produção de mapas cartográficos da área
estudada, um para aptidão na implantação de aterros sanitários e outro para a vulnerabilidade
ambiental, esta com suas respectivas suscetibilidades a processos erosivos, à expansão
antrópica e à inundação. A partir desses mapas foram consideradas as restrições
estabelecidas pelas Normas Técnicas que resultaram na exclusão de 87% da área do
município. Os resultados obtidos mostraram a existência de 31 locais possíveis na área de
estudo com elevada adequação para recebimento de um futuro aterro sanitário, enquanto o
mapa de vulnerabilidade ambiental apresentou um grau moderado em suas suscetibilidades,
para essas possíveis áreas. Ambas as análises fornecem subsídios para escolha de locais
favoráveis para implantação de aterro sanitário, ressaltando a necessidade de ensaios
geotécnicos complementares in loco para a avaliação das condições reais desses possíveis
locais apontados pela pesquisa em pauta. A metodologia proposta e aplicada neste trabalho
para escolha de locais para a implantação de aterros sanitários pode ser replicada para outras
áreas de interesse no País, o que proporcionará a minimização de possíveis medidas de
mitigação e de segurança para população de seu entorno, com redução de riscos ambientais
na operacionalização dos mesmos.
Palavras chave: Aterro sanitário, análise multicritério, SIG, AHP e vulnerabilidade
ambiental.

v
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 3

2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................. 3


2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 3
2.3 HIPÓTESE ................................................................................................ 3

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 4

3.1 SANEAMENTO BÁSICO ........................................................................ 4


3.2 RESÍDUOS SÓLIDOS .............................................................................. 6

3.2.1 Conceitos, Classificação e Gestão ......................................................... 6


3.2.2 Disposição Final dos Resíduos Sólidos ................................................. 8
3.2.3 Caracterização do Aterro Sanitário ...................................................... 11

3.3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS RESÍDUOS SÓLIDOS ................. 13


3.4 IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS COM APTIDÃO PARA IMPLANTAR
O ATERRO SANITÁRIO ....................................................................................... 15

3.4.1 Critérios legais, técnicos e ambientais na escolha de áreas para


implantação de um aterro sanitário ................................................................... 15
3.4.2 Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e suas aplicações ........... 19
3.4.3 Análise Hierárquica de Processos (AHP) aplicada ao SIG .................. 22

3.5 VULNERABILIDADE AMBIENTAL................................................... 25

3.5.1 Suscetibilidade aos Processos Erosivos ............................................... 27


3.5.2 Suscetibilidade a Inundação ................................................................. 29
3.5.3 Suscetibilidade a Ação Antrópica ........................................................ 29

4 ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................... 30

4.1 LOCALIZAÇÃO ..................................................................................... 30


4.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................... 31

4.2.1 Região de Desenvolvimento Integrado do Distrito Federal e Entorno 31


4.2.2 Aspectos Físicos ................................................................................... 32
4.2.3 Breve contextualização da disposição final de RSU do município ..... 36

vi
5 METODOLOGIA........................................................................................................ 40

5.1 BANCO DE DADOS .............................................................................. 41


5.2 MAPAS DE USO E COBERTURA DO SOLO ..................................... 41
5.3 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS ADEQUADAS PARA ATERROS
SANITÁRIOS.......................................................................................................... 44

5.3.1 Definição dos Critérios e Restrições para escolha das áreas ............... 44
5.3.2 Padronização dos Critérios e Exclusão das Restrições ........................ 46

5.4 VULNERABILIDADE AMBIENTAL................................................... 48

5.4.1 Suscetibilidade aos Processos Erosivos ............................................... 49


5.4.2 Suscetibilidade à Inundação ................................................................. 52
5.4.3 Suscetibilidade a Ações Antrópicas ..................................................... 53

5.5 ANALYTIC HIERARCHY PROCESS (AHP) E ÁLGEBRA DE MAPAS


54
5.6 EXCLUSÃO DE ÁREAS MENORES AS MÍNIMAS NECESSÁRIAS
PARA O ATERRO .................................................................................................. 55

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 57

6.1 MAPA DE USO E COBERTURA DO SOLO ....................................... 57


6.2 MAPA DE APTIDÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE ATERRO
SANITÁRIO ............................................................................................................ 59
6.3 VULNERABILIDADE AMBIENTAL................................................... 62

6.3.1 Mapa de Suscetibilidade a Erosão Laminar ......................................... 62


6.3.2 Mapa de Suscetibilidade a Erosão Linear ............................................ 63
6.3.3 Mapa de Suscetibilidade à Inundação .................................................. 65
6.3.4 Mapa de Suscetibilidade a Ações Antrópicas ...................................... 66
6.3.5 Mapa de Vulnerabilidade Ambiental ................................................... 66

6.4 ÁREAS FAVORÁVEIS PARA IMPLANTAÇÃO DE ATERRO


SANITÁRIO ............................................................................................................ 68

7 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 75

vii
LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1 Disposição final de resíduos urbanos no Brasil por tipo de destinação (t/ano) em
2018. .................................................................................................................................... 10
Figura 3.2 Esquema dos Planos de RS. ............................................................................... 14
Figura 3.3 Relação entre o Geoprocessamento e as Geotecnologias .................................. 20
Figura 4.1. Mapa de localização do município de Planaltina (GO). .................................. 30
Figura 4.2. Municípios do Goiás integrantes da RIDE/DF. ................................................ 31
Figura 4.3 Mapa Hidrográfico das principais Sub-Bacias que integram o município de
Planaltina – GO. .................................................................................................................. 33
Figura 4.4 Mapas de geologia e pedologia da área de estudo. ............................................ 34
Figura 4.5 Mapa de Localização da APA Planalto Central com foco em Planaltina – GO. 35
Figura 4.6 Vias de acesso de Planaltina - GO ..................................................................... 35
Figura 4.7 e 4.8 Células do Aterro sem cobertura diária e chorume fora das lagoas de
percolação. ........................................................................................................................... 38
Figura 4.9 Localização do Aterro Sanitário Norte. ............................................................. 39
Figura 5.1. Metodologia utilizada........................................................................................ 40
Figura 5.2. Etapas para elaboração do mapa de uso e cobertura do solo (Adaptado Almeida
et al, 2012). .......................................................................................................................... 42
Figura 5.3. Classes da cobertura e do uso da terra (adaptado). Fonte: (IBGE, 2013). ........ 43
Figura 5.4. Fluxograma com as categorias para localização de locais para aterros sanitários.
............................................................................................................................................. 44
Figura 5.5 Layers dos critérios utilizados............................................................................ 45
Figura 5.6. Critérios: (C1) Área Urbana; (C2) Vias Principais; (C3) Cursos D’água; (C4)
APA Planalto Central; (C5) Uso e Cobertura do Solo; (C6) Declividade %; (C7) Pedologia
e (C8) Geologia e Restrições. .............................................................................................. 47
Figura 6.1 Mapas de Uso e Cobertura do solo. ................................................................... 57
Figura 6.2 Gráficos da evolução temporal do uso e cobertura do solo e representação em %
para 2020. ............................................................................................................................ 58
Figura 6.3 Mapa de Aptidão Final para implantação do aterro sanitário. ........................... 61
Figura 6.4 Fatores da EUPS ................................................................................................ 62
Figura 6.5 Mapa de suscetibilidade a erosão laminar. ......................................................... 63

viii
Figura 6.6 Mapas de geopedologia e declividade classificados quanto ao grau de
suscetibilidade a erosão. ...................................................................................................... 64
Figura 6.7 Mapa de suscetibilidade a erosão linear. ............................................................ 64
Figura 6.8 Mapa de suscetibilidade a inundação. ................................................................ 65
Figura 6.9 Mapa de Suscetibilidade a ações antrópicas. ..................................................... 66
Figura 6.10 Mapa de Vulnerabilidade Ambiental ............................................................... 68
Figura 6.11 Gráfico dos métodos de projeção populacional para Planaltina – GO............. 69
Figura 6.12 Áreas de alta aptidão que possuem 50 hectares. .............................................. 70
Figura 6.13 Mapa de comparação entre as áreas favoráveis e o grau de vulnerabilidade. .. 71

ix
LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 As principais fases do ciclo de vida de um aterro sanitário. .............................. 13


Tabela 3.2 Categorias e critérios considerados. ................................................................. 16
Tabela 3.3. Escala básica proposta por Thomas Saaty (1977) para AHP. .......................... 24
Tabela 5.1. Banco de Dados utilizados para a realização do Estudo................................... 41
Tabela 5.2 Lista de critérios, restrições, classes utilizadas e níveis de aptidão. .................. 46
Tabela 5.3 Classificação e valores de aptidão utilizados na AHP para o mapa de
Vulnerabilidade Ambiental.................................................................................................. 48
Tabela 5.4 Estações Pluviométricas utilizadas. ................................................................... 49
Tabela 5.5 Valores de Erodibilidade do solo. Fonte: Costa (2014)..................................... 50
Tabela 5.6 Valores do Fator P. Fonte: Costa (2014). .......................................................... 51
Tabela 5.7 Classificação das Unidades Pedológicas conforme o grau de suscetibilidade a
erosão. Fonte: Macedo (2009). ............................................................................................ 51
Tabela 5.8 Classificação das Unidades Geológicas conforme o grau de suscetibilidade a
erosão. Fonte: Macedo (2009). ............................................................................................ 52
Tabela 5.9 Cruzamento matricial considerando a vulnerabilidade das classes geopedológicas
e declividade em % (Macedo,2009). ................................................................................... 52
Tabela 5.10 Graus de vulnerabilidade referentes as classes do mapa de suscetibilidade a
ações antrópicas. .................................................................................................................. 53
Tabela 6.1 Quantitativo das classes de uso e cobertura do solo em km². ............................ 57
Tabela 6.2 e 6.3 Matriz de julgamentos e matriz normalizada. ........................................... 59
Tabela 6.4 Tabela dos parâmetros calculados da AHP. ...................................................... 59
Tabela 6.5 Pesos finais dos critérios analisados pelo método AHP. ................................... 60
Tabela 6.6 e 6.7 Matriz de julgamentos e matriz normalizada. ........................................... 67
Tabela 6.8 Tabela dos parâmetros calculados da AHP. ...................................................... 67
Tabela 6.9 Pesos calculados pelo método AHP. ................................................................. 67
Tabela 6.10 Calculo da geração de RSU para os próximos 20 anos. .................................. 69
Tabela 6.11 Calculo da área mínima necessária para o aterro sanitário. ............................. 70

x
LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 3.1 ......................................................................................................................... 28


Equação 5.1 ......................................................................................................................... 42
Equação 5.2 ......................................................................................................................... 49
Equação 5.3 ......................................................................................................................... 49
Equação 5.4 ......................................................................................................................... 50
Equação 5.5 ......................................................................................................................... 50
Equação 5.6 ......................................................................................................................... 50
Equação 5.7 ......................................................................................................................... 54
Equação 5.8 ......................................................................................................................... 54
Equação 5.9 ......................................................................................................................... 54
Equação 5.10 ....................................................................................................................... 55
Equação 5.11 ....................................................................................................................... 55
Equação 5.12 ....................................................................................................................... 56
Equação 5.13 ....................................................................................................................... 56

xi
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURAS E ABREVIAÇÕES

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABRELPE Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais
AHP Analytic Hierarchy Process
AIJ Agregação Individual de Julgamentos
CLP Combinação Linear Ponderada
CNM Confederação Nacional de Municípios
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CORSAP Consórcio de Manejo dos Resíduos Sólidos e das Águas Pluviais da
Região Integrada do Distrito Federal e de Goiás
EIA/RIMA Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental
GIRS Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPE Instituto de Pesquisas Espaciais
IPT/CEMPRE Instituto de Pesquisas Tecnológicas/Compromisso Empresarial para
Reciclagem
MINTER Ministério de Estado do Interior
PMGIRS Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNSB Plano Nacional de Saneamento Básico
RIDE/DF Região Integrada do Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno.
RS Resíduos Sólidos
RSU Resíduos Sólidos Urbanos
SIEG Sistema Estadual de Geoinformação
SIG Sistema de Informação Geográfica
SLU/DF Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal
SPRING Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas

xii
1 INTRODUÇÃO

A problemática sobre a geração dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) e sua


disposição final, vem crescendo gradativamente e ganhando cada vez mais espaço nas
pesquisas e discussões técnicas relacionadas a área de saneamento. O crescimento
populacional e as mudanças nos padrões de consumo são as principais causas na contribuição
para o aumento da geração dos RSU e a disposição final destes resíduos constitui como um
dos problemas mais sérios da atualidade, uma vez que está conectada de forma direta à
qualidade ambiental e à saúde pública. Nesse contexto, países ainda em desenvolvimento e
também subdesenvolvidos, apresentam situação mais crítica, porque neles ainda
predominam formas inadequadas de disposição, como por exemplo lixões e aterros
controlados (Islam, et al., 2020).
Aterros controlados, segundo Nascimento (2001), seriam uma espécie de “lixões
maquiados”, devido apresentarem de forma muito semelhante, os mesmos problemas dos
lixões no que tange ao meio ambiente, como por exemplo a contaminação do solo, da água
e também a poluição do ar. A prática de dispor de forma inadequada, provém de um passado
onde não havia planejamento ambiental, que foi responsável por muitas áreas degradadas.
As áreas degradadas, que em geral são abandonadas, tornam-se passivos ambientais para as
gerações futuras e claro para a geração presente, seja decorrente da ignorância quanto a
nocividade dos efeitos de substâncias químicas na saúde e também no ambiente ou seja por
negligência propriamente dita (Rahmat, et al., 2016).
A maneira correta para disposição dos resíduos sólidos urbanos está sendo feita em
aterros sanitários, onde desde a construção até a operacionalização e encerramento, são
usadas bases norteadas por meio de normas operacionais específicas e critérios de
engenharia. Entretanto, no Brasil atualmente somente 39,8% dos municípios detêm a
possibilidade de dispor seus resíduos em aterros sanitários, em contrapartida aos 28,9% que
dispõem em lixões e os 31,3% que se utilizam de aterros controlados (ABRELPE, 2019).
A falta de locais adequados para aterros sanitários é um dos maiores desafios na
maioria das zonas urbanas, o que torna encontrar um local adequado para o aterro sanitário
uma etapa importante no processo de gestão de RSU. Etapa esta, que aliada aos crescentes
números de critérios intensifica sua complexidade na tomada de decisões, mas também
aumenta a probabilidade de sucesso dessa decisão. Para avaliar localizações adequadas de
aterros, vários métodos e técnicas de SIG são identificados na literatura (Chang, et al., 2008).

1
Ainda neste âmbito, a escolha de áreas para ordenação final de resíduos sólidos, é
capaz de servir-se de modernas ferramentas computacionais, como por exemplo os
algoritmos de geoprocessamento, por onde é possível observar a melhoria na qualidade dos
resultados e a simplificação em todo o processo operacional. Buscando coletar, armazenar e
processar dados geocodificados, o Geoprocessamento, no manejo da informação
georreferenciada, se utiliza de diferentes técnicas, instrumentos, hardware e software (Born,
2013).
A vulnerabilidade ambiental é o resultado da integração de fatores que correspondem
a dados como declividade, pedologia, uso do solo, dados esses que correspondem a maioria
dos critérios técnicos exigidos pelas normas brasileiras para instalação de aterros sanitários
(Ross, 2011). Em resumo, a integração de dados obtidos dos sistemas de informação
geográfica e a utilização de ferramentas que agilizem essa integração compõem a avaliação
de vulnerabilidade ambiental, permitindo ao pesquisador e observação do dinamismo destes
sistemas e os reais riscos a que estes estão susceptíveis (Aquino, et al., 2017).
De tal modo, caracterizadas pela aptidão em analisar complicados problemas, têm-se
as ferramentas de apoio à decisão, que se baseiam em critérios aos quais conforme a teoria
da decisão, representam um suporte mensurável e avaliável para uma decisão, constituindo
assim um fator ou restrição, onde as variáveis são classificadas numa “pontuação” de aptidão
que mantém a área primária de análise, não eliminando nenhuma porção (Lupatini, 2002).
Para superar esses desafios, muitos estudos de seleção de aterros têm usado Sistemas
de Informação geográfica (SIG) e análises multicritério. O AHP (Analytic Hierarchy
Process) é uma ferramenta de análise multicritério para a tomada de decisão, que pode ser
usada para resolver problemas complexos e contraditórios (Saaty, 1991). O SIG pode
facilmente armazenar, recuperar, processar e analisar grandes quantidades de dados em
formato digital, espacial ou geográfico, e resumir suas informações em um mapa. O uso das
ferramentas SIG e AHP tem a capacidade de gerenciar e processar uma grande quantidade
de informações, resolvendo assim o complexo problema de impacto dos critérios definidos
(Islam, et al., 2020).

2
2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho tem como objetivo geral a identificação de áreas favoráveis para
implantação de aterro sanitário do Município de Planaltina, no Estado de Goiás, com a
utilização de algoritmos de geoprocessamento existentes em Sistemas de Informações
Geográficas (SIG) e análise multicritério.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Tendo em vista desenvolver e alcançar o objetivo geral estabelecido, foram definidos


os seguintes objetivos específicos em relação à área de estudo:
 Utilizar critérios técnicos e legais a fim de identificar áreas favoráveis para a implantação
de aterros sanitários em Planaltina – GO com utilização de analise multicritério;

 Verificar a vulnerabilidade ambiental da área de estudo, inclusive sua suscetibilidade aos


processos erosivos laminares e lineares, às áreas de inundação e às ações antrópicas;

 Comparar as áreas identificadas como favoráveis com o grau de vulnerabilidade


ambiental gerado;

 Avaliar se o Aterro Sanitário Norte, já instalado em Planaltina – GO, encontra-se em área


apta ou inapta segundo os resultados alcançados.

2.3 HIPÓTESE

A fim de cumprir os objetivos gerais e específicos estipulados, delimitou-se a


seguinte hipótese:
 Identificação de áreas favoráveis para implantação de aterro sanitário em locais físicos
que atendam aos critérios legais e técnicos mostrou-se viável a partir da utilização de
SIG e análise multicritério.

3
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 SANEAMENTO BÁSICO

Saneamento é definido como o conjunto de ações que objetiva conservar ou alterar


as condições do meio ambiente com o intuito de precaver doenças e favorecer a saúde,
melhorar a qualidade de vida da população e à produtividade do indivíduo e facilitar a
atividade econômica. No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela
Constituição e definido pela Lei Federal Nº 14.026/2020 que atualiza o marco legal do
saneamento básico e altera a Lei nº 11.445/2007, como o conjunto dos serviços,
infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário,
limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais (Instituto
Trata Brasil, 2012).
O Saneamento ambiental compreende aspectos que vão além do saneamento básico,
englobando o abastecimento de água potável, a coleta, o tratamento e a disposição final dos
esgotos e dos resíduos sólidos e gasosos, os demais serviços de limpeza urbana, a drenagem
urbana, o controle ambiental de vetores e reservatórios de doenças, a disciplina da ocupação
e de uso da terra e obras especializadas para proteção e melhoria das condições de vida
(Kronemberger, et al., 2011).
Embora seja comum se usar no Brasil o entendimento de Saneamento Básico como
sendo os quatro serviços citados acima, o mais comum é que o saneamento seja visto como
sendo os serviços de acesso à água potável, à coleta e ao tratamento dos esgotos. O Art. 3 da
Lei n° 11.445/2007 descreve o Saneamento Básico da seguinte maneira:
(...) conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:
a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e
instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a
captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações
operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos
esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio
ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e
limpeza de logradouros e vias públicas;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades,
infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais,
de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias,
tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas;
(BRASIL, 2007).

4
Em 1967 o Decreto Federal n° 248, uma das primeiras diretrizes no Brasil que
instituiu normas sobre o saneamento básico, assentia apenas os serviços de água e
esgotamento sanitário como saneamento básico, enquanto os serviços de drenagem urbana
e de manejo de resíduos sólidos urbanos (RSU) foram ignorados (BRASIL, 1967). Quando
comparadas as frentes de abastecimento de água e o esgotamento sanitário, é justificável
considerar e perceber que o manejo de resíduos sólidos ocuparam um posicionamento
secundário em relação ao saneamento (Nagashima, et al., 2011).
Pode-se afirmar que a limpeza urbana é o conjunto de atividades de coletas
domiciliares de lixo, coleta de material reciclável, resíduos especiais, como por exemplo o
resíduo hospitalar. Do mesmo modo, recolhendo os resíduos de origem pública, que são
descartes de lixo inadequado e ainda de capina pública e varrição. A manutenção e pintura
de meios-fios, roçadas, manutenção em taludes e beira de estradas, a higienização de
monumentos e logradouros públicos e limpeza de praias, além da manutenção dos sanitários
públicos da cidade também estão incluídos (Furstenau & Fofonka, 2012).
Historicamente, o investimento em saneamento aconteceu de modo pontual no
Brasil, sendo predominantemente realizado pelo setor público. Além disso, soma-se o fato
de que a ausência de uma definição clara das responsabilidades peculiares à União, Estados,
Distrito Federal e Municípios tornou difusa a aplicação dos recursos em saneamento, não
respeitando uma visão de planejamento global dos investimentos. O setor também foi
marcado pela baixa capacidade de endividamento das organizações estatais e a pequena
participação do setor privado (Leoneti, et al., 2011).
De acordo com a ABRELPE (2019), relacionado aos serviços de limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos, o Brasil manteve uma cobertura um pouco acima de 90% de
abrangência de coleta de RSU. Contudo, os índices de disposição final ambientalmente
adequada ainda são baixos, de forma que 40,9% da geração de RSU, ainda são dispostos em
lixões ou aterros controlados. A disposição inadequada de RSU pode gerar custos sociais e
custos privados. No Brasil, alagamentos causados pela conjunção mudanças
climáticas/disposição inadequada de resíduos que afetam tanto consumidores quanto
empresas, quando os danos em infraestrutura são capazes de comprometer o escoamento
(Vital, et al., 2014).
O plano de saneamento básico é a ferramenta fundamental da política pública de
saneamento e obrigatório para a contratação ou concessão desses serviços. A política e o
plano devem ser elaborados pelos municípios individualmente ou organizados em consórcio,
e essa responsabilidade não pode ser delegada. O compromisso coletivo da sociedade em

5
relação à forma de construir o saneamento deve ser expresso no documento. Deve-se então,
partir da análise da realidade e traçar os objetivos e estratégias para transformá-la
positivamente e, assim, atingir as metas traçadas (Instituto Trata Brasil, 2012).

3.2 RESÍDUOS SÓLIDOS

3.2.1 Conceitos, Classificação e Gestão

A definição de Resíduos Sólidos (RS) é esclarecida pela norma técnica NBR 10.004
da ABNT (2004) como resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades
de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Abrangendo os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, os gerados em
controle de poluição, além de líquidos que exijam, em face à melhor tecnologia disponível,
soluções de tratamento técnica e economicamente inviáveis.
No âmbito da Lei N° 12.305 de 2010, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos
(PNRS) acresce na definição de RS, os gases contidos em recipientes (BRASIL, 2010). Essa
definição torna notório o enredamento e a variedade que tange o assunto de RS. Assim, a
referida Lei classifica em seu artigo 13 os RS quanto a sua origem e periculosidade da
seguinte maneira:
Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classificação:
I - Quanto à origem:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências
urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros
e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados
nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e
do SNVS;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
escavação de terrenos para obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios;
II - Quanto à periculosidade:

6
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo
risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou
norma técnica;
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”. (BRASIL,
2010).

Entre outras classificações e definições a PNRS conceitua o termo rejeito como os


resíduos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por
processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra
possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada. A norma técnica NBR
10.004 (ABNT, 2004) classifica os resíduos sólidos quanto aos seus potenciais ao meio
ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente.
Portanto, entende-se que a PNRS define resíduo sólido como todo o material, bem,
substância ou objeto descartado (sólido ou não) resultante de atividades humanas. E que, se
qualifica como rejeito, somente quando esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação, não apresentando outra alternativa senão a disposição final ambientalmente
adequada, tendo em vista o fim dos lixões no Brasil.
Desde a origem do ser humano os resíduos sólidos são produzidos, contudo, com as
consequências da Revolução Industrial obteve-se um aumento quantitativo e alterações
quanto as suas características. Aliado ao contínuo crescimento populacional e ao
consumismo de larga escala, essa referida produção continuou impulsionada, refreada
apenas, pela capacidade de degradação da natureza que é limitada (Albertin, et al., 2010).
É sabida a grande preocupação dos diversos âmbitos e esferas da sociedade quanto a
constante geração de RS e que esse fato acarreta um envolvimento para constituir um ciclo
de produção-disposição final apropriado. Assim, somente mediante fundamentação técnica
e cientifica as soluções políticas para seu correto descarte podem ser estabelecidas (Dalmas,
et al., 2011). Fato que torna indispensável uma boa gestão e um gerenciamento adequado
quando se trata desse assunto.
Segundo Schalch et al. (2002), o conceito de gestão de resíduos sólidos abrange
atividades referentes à tomada de decisões estratégicas e à organização do setor para esse
fim, envolvendo instituições, políticas, instrumentos e meios. Já o termo gerenciamento de
resíduos sólidos refere-se aos aspectos tecnológicos e operacionais da questão, envolvendo
fatores administrativos, gerenciais, econômicos, ambientais e de desempenho: produtividade
e qualidade, por exemplo, e relaciona-se à prevenção, redução, segregação, reutilização,

7
acondicionamento, coleta, transporte, tratamento, recuperação de energia e destinação final
de resíduos sólidos.
Por meio de técnicas e metodologias mais compatíveis com a dinâmica local, a gestão
integrada de resíduos significa articular ações operacionais, normativas, econômicas e de
planejamento que um município desenvolve, baseada em critérios sanitários, ambientais e
financeiros, no que tange à coleta, ao tratamento e à disposição do lixo em uma cidade, isto
é, acompanhar de maneira criteriosa todo o ciclo dos resíduos, da geração até a disposição
final (Jacobi & Besen, 2011).
A gestão de resíduos é altamente inspirada na “hierarquia de resíduos sólidos”,
conforme preconiza a PNRS, uma filosofia que prioriza práticas que incluem desde a
prevenção de resíduos até a sua disposição final no aterro. No entanto, a hierarquia de
resíduos sólidos não fornece uma base suficiente para a elaboração de políticas de resíduos
e recursos em relação à redução absoluta na produção de material, ou seja, o desperdício
zero (Gharfalkar, et al., 2015).

3.2.2 Disposição Final dos Resíduos Sólidos

Para melhor compreensão do assunto, é necessário, primeiramente, considerar o


entendimento jurídico dos seguintes termos. Elencados nos incisos VII e VIII, do art. 3º, da
Lei 12.305/2010, onde a norma preceitua o seguinte:
Art. 3°. Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
(...)
VII - destinação final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui
a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento
energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama,
do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas
operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
VIII - disposição final ambientalmente adequada: distribuição ordenada de rejeitos
em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos
ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais
adversos.
(BRASIL, 2010)

Assim, a destinação ambientalmente adequada compreende a reutilização, a


reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético além de demais
destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sistema Nacional de Meio Ambiente
(SISNAMA), do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e do Sistema Único de
Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), entre elas se inclui a disposição final, que

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observando normas operacionais específicas, deve, evitar danos ou riscos à saúde pública,
a segurança e minimizar os impactos ambientais adversos.
Desta forma, é atribuição da esfera pública a limpeza urbana e o manejo dos resíduos
sólidos, sob a responsabilidade dos municípios. Porém, a realidade brasileira é outra e
preocupante, particularmente em zonas urbanas onde as opções para a destinação final de
rejeitos tornam-se cada vez mais difíceis, contribuindo para descarregamentos ilícitos para
todo tipo de categoria de resíduos. Refletindo negativamente em consequências ambientais,
algumas até irreversíveis. E como resultado a maioria dessas áreas afetadas vão ter a
necessidade de recuperação, com elevados custos operacionais e impasses técnicos
(Sánchez, 2013).
A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008 realizada pelo IBGE,
considerou como unidades de destinação final: aterros controlados, aterros sanitários,
unidades de compostagem, unidades de tratamento por incineração, unidades de triagem para
reciclagem, vazadouros a céu aberto, vazadouros em áreas alagáveis, entre outras unidades
de destinação. Os aterros sanitários, os aterros controlados e os lixões são utilizados no Brasil
para a disposição final de RSU. A relação custo-benefício na escolha do tipo de depósito de
lixo para os municípios envolve dois componentes com alto potencial poluidor, o lixiviado
e o biogás (Mendonça, et al., 2017). O procedimento de disposição dos resíduos sólidos
exige estudos e ações que se embasem na correta disposição final em aterros sanitários
(Dalmas, et al., 2011).
A ausência ou a inconformidade do sistema de gerenciamento de resíduos termina
sendo um reflexo de alguns fatores, tais como a baixa capacidade orçamentária municipal,
insuficiência de pessoal especializado, falha das instituições relacionadas as questões
municipais e também a distância da população quanto aos problemas ambientais devido a
carência de conscientização, resultando na formas incorretas de destinação final (Barros,
2012).
Apesar de anos após o estabelecimento da PNRS com o intuito de encerramento de
lixões, ainda é uma realidade a existência desse tipo de disposição. O lixão, ou também
comumente chamado de vazadouro a céu aberto, é uma forma inadequada de disposição final
de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o solo, sem
medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública (IPT, 2018). Não existe nenhum
controle quanto aos tipos de resíduos depositados e quanto ao local de disposição dos
mesmos. Pode haver outros problemas associados, como vetores de veiculação de doenças,
a presença de catadores, além de riscos inerentes às características do local.

9
Já o aterro controlado, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, é
uma área empregada para a descarga dos RSUs, em que os resíduos são posteriormente
cobertos com uma camada de terra, de maneira a evitar danos à saúde pública e minimizar
os impactos ambientais, porém sem a devida impermeabilização do solo e ausência de
sistemas de captação para percolado e biogás (IBGE, 2010). A condição de um aterro
controlado precisa ser tida como provisória, pois pode poluir o ar, águas superficiais e
subterrâneas (BRASIL, 2010).
De acordo com Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil realizado pela ABRELPE
(2019), apenas 92% dos 79 milhões de toneladas de RSU gerados no Brasil em 2018 foram
coletados. Desses resíduos coletados, apenas 59,5% receberam destinação adequada nos
aterros sanitários, enquanto cerca de 17,5% ainda vai para lixões como disposição final e 23
% ainda é destinado para aterros controlados. Os dados mostram a disposição final de RSU
coletados no Brasil (toneladas/dia), por tipo de destinação, conforme mostra a Figura 3.1.

Figura 3.1 Disposição final de resíduos urbanos no Brasil por tipo de destinação (t/ano) em 2018.
Fonte: (ABRELPE, 2019)

Nessa perspectiva, a procura de escolhas tecnológicas de disposição final apropriadas


que atendam as demandas e esferas ambiental, sociocultural, política e econômica é algo a
ser priorizado. Assim, adequam-se para essas condições os aterros sanitários, aceitos
atualmente como preferência técnica para a disposição final dos resíduos, atendendo também
aos princípios e objetivos da PNRS.
O conteúdo técnico para aterro sanitário é apresentado pela NBR 8.419 (ABNT,
1992) como uma obra de engenharia que tem como finalidade dispor no solo resíduos na
menor área possível, reduzindo ao máximo os impactos ao meio ambiente e sem causar
danos à saúde pública e à segurança. Esse procedimento compreende-se sobretudo na

10
compactação dos resíduos no solo em forma de células, e envolve a impermeabilização do
solo por meio de geossintéticos para evitar a propagação do chorume, a compactação e
cobertura diária das células, a coleta e o tratamento de gases e do chorume, como as
principais técnicas sanitárias responsáveis por evitar os aspectos negativos da disposição
final dos rejeitos (Portella & Ribeiro, 2014).
Entretanto, apesar de ser uma opção legalmente elencada, os aterros sanitários
apresentam algumas desvantagens, como a geração de odores característicos, a possibilidade
riscos aos trabalhadores, a necessidade de grandes áreas para o empreendimento e ainda a
possibilidade de resistência por parte da população circunvizinha, a expressão internacional
conhecida como “Not in My Back Yard” (NINBY), que significa, “Não no Meu Quintal”
(Silva, 2018).
É importante salientar que a disposição final dos rejeitos é necessária e devida,
mesmo ocorrendo o tratamento dos RSU, ressaltando que essas etapas integram o processo
como um todo e por isso não são excludentes, visto que devem ser conduzidos para a
disposição final, nesse caso o aterramento, os rejeitos pós sistema de tratamento, de
reciclagem e de reaproveitamento, somente após esgotadas essas possibilidades (BRASIL,
2010).
Portella (2014) afirma que a destinação para o aterro sanitário precisa ser associado
à coleta seletiva de lixo para reciclagem, o que permite que sua vida útil seja dilatada, além
do aspecto altamente positivo de se implantar uma Educação Ambiental, desenvolvendo
coletivamente uma consciência ecológica da comunidade. Segundo Barros (2012), é de
responsabilidade do setor público o incentivo, o desenvolvimento e a difusão de ações em
busca de alternativas para redução, reciclagem e reaproveitamento de RS junto às fontes
geradoras, reavaliando as possibilidades, promovendo a diminuição de volumes e garantindo
o tratamento antes da disposição final, de modo que sejam aterrados apenas os rejeitos.

3.2.3 Caracterização do Aterro Sanitário

Segundo a NBR 13.896 (ABNT, 1997), a avaliação da adequabilidade de um local a


ser utilizado para implantação de um aterro sanitário deve ser tal que os impactos ambientais
gerados na sua implantação e operação sejam mínimos. Diante dessa informação e com a
finalidade de apresentar algumas informações e termos pertinentes ao assunto, são retratados
de maneira básica os seguintes elementos de um aterro sanitário:

11
a) Unidades operacionais:
 Células de lixo domiciliar: é constituída pelos resíduos aterrados e a camada de
cobertura;
 Células de lixo hospitalar (caso o Município não disponha de processo mais efetivo
para dar destino final a esse tipo de lixo);
 Impermeabilização de fundo (obrigatória) e superior (opcional);
 Camada de cobertura e cobertura final: compõe-se de material inerte formando as
células;
 Sistema de coleta e tratamento dos líquidos percolados (chorume): destina-se ao a
coleta do chorume e ao encaminhamento para o tratamento adequado do lixiviado;
 Sistema de coleta e queima (ou beneficiamento) do biogás: construído para coletar
os gases produzidos no aterro, resultantes dos processos de decomposição da matéria
orgânica, além de garantir a queima ou o aproveitamento para geração de energia;
 Sistema de drenagem e afastamento das águas pluviais: garante o escoamento
superficial de toda a extensão do aterro;
 Sistemas de monitoramento ambiental, topográfico e geotécnico: o monitoramento
visa garantir se o aterro está cumprindo as exigências técnicas e ambientais. É
importante em todas as fases do empreendimento;
 Pátio de estocagem de materiais: parte da infraestrutura necessária para o
desenvolvimento das atividades operacionais.

b) Unidades de apoio:
 Cerca e barreira vegetal;
 Estradas de acesso e de serviço;
 Balança rodoviária e sistema de controle de resíduos;
 Guarita de entrada e prédio administrativo;
 Oficina e borracharia.

Segundo a NBR 13.896 (1997) um aterro sanitário deve possuir um ciclo de vida útil
de no mínimo 10 anos. O entendimento das múltiplas fases do ciclo de vida fornece uma
melhor percepção dos diferentes aspectos relacionados a esse tipo empreendimento
(Stegmann, 1989). As fases centrais que compõe o ciclo de vida de um aterro sanitário são
descritas na Tabela 3.1:

12
Tabela 3.1 As principais fases do ciclo de vida de um aterro sanitário.
FASE DESCRIÇÃO
Elenca os estudos e investigações preliminares necessárias para o
desenvolvimento do projeto. Águas subterrâneas, qualidade do ar, zona
insaturada, gerenciamento dos lixiviados, monitoramento ambiental, coleta,
Planejamento tratamento, operações, pesagem, inspeção, projeto, camada final de cobertura,
drenagem do escoamento superficial, coleta de gases, sistema de
impermeabilização, controle do escoamento superficial, manutenção da
paisagem e cobertura, conclusão do aterro sanitário, gerenciamento dos gases,
possibilidade de conversão em eletricidade, queima entre outras aplicações.
Etapa dos trabalhos pertinentes a movimentação de solo, constituição de acessos
Construção e instalações e preparo de drenos e impermeabilizações da área a ser preenchida
com resíduos.
Compreende o período entre o aterramento da primeira carga de resíduos até o
Operação aterramento da última carga anos depois. Esta fase é caracterizada pela maior
intensidade de tráfego, pelos trabalhos nas frentes de aterramento e operação das
instalações de controle ambiental.
Referente ao período de tempo entre o esgotamento da capacidade volumétrica
Conclusão do local até o dia em que as instalações de controle ambiental não forem mais
necessárias em virtude do decaimento do nível das emissões do aterro.
Corresponde ao estágio em que as emissões decaíram a níveis aceitáveis (na
mesma ordem de magnitude dos fluxos encontrados no entorno do aterro). A
Armazenamento composição da área aterrada pode ainda diferenciar da composição do ambiente
Final vizinho, entretanto a área não causa impactos sobre o mesmo. Neste estágio, a
exemplo de outros locais, a área pode não ser adequada a todos os tipos de uso,
entretanto já pode ser utilizada para diversos fins.

3.3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS RESÍDUOS SÓLIDOS

A partir da década de 1970 a jurisprudência nacional passou a desempenhar funções


como instrumentos para a contribuição na dinâmica relacional entre a comunidade e o meio
ambiente, requerendo a execução de modelos e condutas socioambientais adequadas e
regulares que fortaleçam o desenvolvimento de culturas e sociedades sustentáveis.
A Constituição Federal, promulgada em 1988, estabelece em seu artigo 23, inciso
VI, que “compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer das suas formas”. No artigo 24, estabelece a
competência da União, dos Estados e do Distrito Federal em legislar concorrentemente sobre
“(...) proteção do meio ambiente e controle da poluição” (inciso VI) e, no artigo 30, incisos
I e II, afirma que cabe ao poder público municipal “legislar sobre os assuntos de interesse
local e suplementar a legislação federal e a estadual no que couber” (BRASIL, 1988).
Na atualidade, além da Constituição Federal, o Brasil já possui uma legislação ampla
(leis, decretos, portarias, etc.) que, por si só, não tem atingido o problema do gerenciamento

13
integrado de resíduos sólidos. A falta de diretrizes claras, de inter-relação entre as fases que
compõem o sistema de gerenciamento e de integração dos diversos órgãos envolvidos com
a elaboração e aplicação das leis possibilitam a existência de algumas lacunas e
ambiguidades, dificultando o seu cumprimento.
Conforme citado anteriormente, o regulamento brasileiro que trata sobre os RS é a
Lei 12.305 de 2010, a PNRS. Esta lei trata com relação aos princípios, objetivos e
instrumentos, assim como também as diretrizes referentes à gestão integrada e ao
gerenciamento de resíduos sólidos, compreendendo, inclusive, uma classificação para os
resíduos quanto a sua origem e periculosidade. Também, estabelece e decreta as atribuições
ao Poder Público, ao Setor Empresarial, a Coletividade, e os instrumentos econômicos
cabíveis.
Integra a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Política Nacional do Meio
Ambiente e articula-se com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei
nº 9.795 (2000), com a Política Federal de Saneamento Básico, regulada pela Lei Federal nº
14.026 (2020), e com a Lei nº 11.107 (2005). As regras em relação aos resíduos sólidos
devem ser observadas tanto pelas pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado,
responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam
ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Os Governos Federal, estaduais e municipais são responsáveis pela elaboração e
implementação dos Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), um dos
principais e mais importantes instrumentos para a gestão de resíduos sólidos, conforme
apresentado no fluxograma ilustrado na Figura 3.2.

Figura 3.2 Esquema dos Planos de RS.


Fonte: (BRASIL, 2010)

14
3.4 IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS COM APTIDÃO PARA
IMPLANTAR O ATERRO SANITÁRIO

3.4.1 Critérios legais, técnicos e ambientais na escolha de áreas para


implantação de um aterro sanitário

Além de atender as necessidades dos municípios de atender a legislação, a seleção


de áreas para implantação de um aterro sanitário deve levar em consideração outros fatores,
tais como os critérios técnicos das normas, como a NBR 13.896, e as legislações das três
instâncias governamentais, planos diretores dos municípios envolvidos, fatores políticos e
sociais envolvidos. Também, os fatores econômicos não podem ser deixados em segundo
plano, uma vez que é necessário investimento e ocorre a dependência dos recursos
municipais que serão usados. Portanto, a escolha dos critérios é rigorosa, exigindo uma
cautelosa priorização dos mesmos.
Em seu Art. 23 e inciso VI, a Constituição Federal (1988), estabelece ser de
responsabilidade comum da União, dos Estados e Municípios, a proteção do ambiente e o
combate à poluição em qualquer de suas formas. Já no Art.30, define que é competência
municipal organizar e prestar, diretamente ou sob forma de concessão ou permissão, os
serviços públicos de interesse local, o que engloba o manejo dos RSU.
Como critério legal, por exemplo, baseado no Art.19 e inciso II da PNRS o qual
esclarece:
Art. 19. O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos tem o seguinte
conteúdo mínimo:
II - Identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente
adequada de rejeitos, observado o plano diretor de que trata o § 1o do art. 182 da
Constituição Federal e o zoneamento ambiental, se houver; (BRASIL, 2010).

A NBR 13.896 (ABNT, 1997), determina os parâmetros mínimos para o projeto,


instalação e operação de aterros sanitários no âmbito federal. A nível estadual, o Governo
do Estado do Goiás possui a Instrução Normativa (IN) n° 011 (GOIÁS, 2013) que dispõe
sobre os procedimentos de Licenciamento Ambiental dos projetos de disposição final dos
resíduos sólidos urbanos, na modalidade Aterro Sanitário, nos municípios do Estado de
Goiás.
Quanto aos aspectos técnicos, permitem principalmente a identificação de
informações físicas da área, o que elenca a necessidade de alguns estudos a serem realizados
na região a ser escolhida para a análise de áreas adequadas, que vão desde levantamentos de

15
dados ambientais, passando pelos estudos de viabilização das áreas mais adequadas até a
elaboração do projeto e dos planos de execução do aterro (Carvalho, 2017).
É importante realizar, para estudos nesta área temática, um levantamento do
gerenciamento dos resíduos sólidos existente na área analisada, englobando todas as etapas
que vão da geração até a destinação final, a fim de se obter um diagnóstico da gestão. Para
isso, é fundamental a realização de levantamento de dados qualitativo e quantitativo sobre
as atividades de gestão, para o adequado planejamento de melhorias no sistema. É
indispensável, também, as informações sobre a geração per capita de resíduos sólidos
domésticos, composição gravimétrica dos resíduos, serviços públicos de limpeza executados
e informações sobre o crescimento populacional (Barros, 2012).
Por sua vez, os critérios ambientais, deveriam ser considerados como fundamentais
na gestão municipal, pois abrangem, em primeiro plano, preocupações relacionadas ao
desempenho ambiental do empreendimento, especialmente quanto aos impactos ambientais
potenciais (meios físico, biológico e antrópico) relacionados, considerando-se o risco
associado às suas diferentes fases (implementação, operação e desativação), sobretudo pela
possibilidade de falhas nas medidas de proteção adotadas (Montaño, et al., 2012).
Montano et al., (2012) concluiu que “os estudos para localização de aterros sanitários
têm se concentrado essencialmente em aspectos técnicos, quando comparados aos demais
fatores (sociais e ambientais) que compõem o quadro decisório”. Por conseguinte, visando
atender, no mínimo, aos critérios técnicos impostos pelas normas da ABNT (NBR 13.896)
todos os condicionantes e restrições relativos às normas da ABNT, assim como os aspectos
da legislação atualmente em vigor, estão considerados e classificados em três categorias:
socioeconômicos, ambientais e físicos, conforme apresenta a Tabela 3.2.

Tabela 3.2 Categorias e critérios considerados.


Categoria Critérios
Distância de Áreas Urbanas
Socioeconômico
Distância das Vias Principais
Distância dos cursos D’água
Ambiental Distância de Unidades de Conservação
Distância de Aeródromos
Uso e Ocupação do Solo
Declividade
Físico
Pedologia
Geologia

16
3.4.1.1 Critérios Socioeconômicos

A NBR 13.896 (1997) recomenda o distanciamento mínimo de 500 metros das zonas
urbanas e centros populacionais, essa indicação está fundamentada nos possíveis impactos
as comunidades. Os aterros sanitários devem estar localizados a uma distância significativa
de áreas urbanas e áreas de assentamento rural para reduzir o impacto ambiental relacionado
às questões como água, ar e contaminação visual, insetos e vermes, queimadas, e barulho
(Islam, et al., 2020).
Outro fator importante desse critério é a distância que a zona urbana representa como
centro produtor de resíduos, por isso, distâncias acima de 15 km entre um polo gerador de
resíduos e o aterro, tornam os custos de operação elevados. Esses aspectos refletem além da
viabilidade econômica da implantação do empreendimento, a preocupação em mitigar os
impactos as populações vizinhas. Pois, o odor, poeira e ruído, gerado pela proximidade de
locais de aterramento com centros urbanos podem causar impactos na população e a
paisagem (Tchobanoglous, et al., 1993).
O acesso a estradas e ligações de transporte é fundamental para reduzir os custos de
transporte. Portanto, a proximidade de estradas e ligações de transporte torna-se um fator
econômico na localização de aterros. Dessa forma, além de reduzir o custo de entrega e
transporte de RSU, também são evitados os custos adicionais de construção de novas
estradas. Assim, a norma também reforça que os acessos consistem em fator de evidente
importância, uma vez que são utilizados durante toda a sua operação (ABNT, 1997).

3.4.1.2 Critérios Ambientais

Uma vez que o impacto ambiental a ser causado pela instalação do aterro deve ser
minimizado, as distâncias dos cursos de água são levadas em consideração. A NBR 13.896
estabelece que “o aterro deve ser localizado a uma distância mínima de 200 m de qualquer
coleção hídrica ou curso de água”. Pois a proximidade de um local de aterro para uma fonte
de água superficial é assumida ser uma desvantagem porque as atividades de aterro têm o
potencial de alterar a quantidade e qualidade de água superficial nas áreas circundantes,
através do lixiviado movimento e erosão de resíduos (Islam, et al., 2020).
As Unidades de Conservação (UCs) são espaços territoriais que possuem restrições
quanto ao uso. Com isso, essas áreas se tornam inviáveis para a implantação de aterros
sanitários conforme estabelecido por Lei Federal (BRASIL, 2000). Em seu Art. 25, a Lei

17
dispõe que “As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva
Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento”. Além disso,
um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é necessário e os padrões ambientais adequados
devem ser preservados em todos aspectos da construção e manutenção do aterro próximos a
esses locais considerados como áreas sensíveis pela NBR 13.896.
Regulamentada pela Resolução CONAMA n° 4/95, a distância de aeródromos deve
ser considera. São consideradas “Área de Segurança Aeroportuária - ASA” as áreas
abrangidas por um determinado raio a partir do “centro geométrico do aeródromo “, por isso,
um raio mínimo de 13 km é determinado, visando evitar acidentes ou colisões entre
aeronaves e pássaros. Uma vez que o aterro sanitário pode atrair aves ou outros tipos de
animais a procura de alimentos (Lourenço, et al., 2015).

3.4.1.3 Critérios Físicos

Tais critérios são importantes na determinação da capacidade de depuração do solo


e da velocidade de infiltração (ABNT, 1997). O solo deve apresentar coeficiente de
permeabilidade suficientemente baixo para garantir um movimento prolongado de lixiviado
do local os aquíferos de águas subterrâneas. Mesmo se construído em um solo de baixa
permeabilidade, é apropriado (e exigido de acordo com a NBR 8.419) que o aterro deve
possuir camada impermeável para coletar o lixiviado periodicamente.
Assim, áreas com baixa permeabilidade, como argila devem ser preferidos, tornando
a pedologia um critério de suma importância. A geologia, por sua vez, deve ser considerada,
pois um aterro sanitário construído sobre uma formação de camada permeável, como
cascalho, areia ou rocha fraturada pode ser uma séria ameaça à qualidade da água subterrânea
Considera-se desejável a existência, no local, de um depósito natural extenso e homogêneo
de materiais com coeficiente de permeabilidade inferior a 10-6 cm/s e uma zona não saturada
com espessura superior a 3,0 m (ABNT, 1997).
A topografia influencia processos significativos da paisagem, como o solo, qualidade
da água, a potencialidade de erosão, taxas de escoamento, entre outros, sendo importante
para definir a melhor área para instalação de um aterro. De tal modo, a declividade do terreno
deve ser levada em consideração, onde recomendam-se locais com declividade superior a
1% e inferior a 30% (ABNT, 1997). Pois, a área escolhida deve ter um relevo suave, de
modo a minimizar a erosão do solo e reduzir os gastos com a limpeza e manutenção dos
componentes do sistema de drenagem.

18
O uso e cobertura do solo, refletem diretamente nas exigências da norma, onde as
áreas têm que se localizar numa região onde o uso do solo seja preferencialmente de uso
rural (agrícola). O Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos considera que
“Se o terreno não for de propriedade da prefeitura, deverá estar, preferencialmente, em área
rural, uma vez que o seu custo de aquisição será menor do que o de terrenos situados em
áreas industriais”.

3.4.2 Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e suas aplicações

As Geotecnologias empregadas para estudos ambientais consistem num importante


grupo de instrumentos que auxiliam distintas demandas do planejamento e da gestão
territorial. A capacidade de análise espacial de ambientes urbanos permite um bom
conhecimento do uso do solo e proporciona uma maior capacidade de avaliar, planejar e
gerenciar a dinâmica dos municípios. Dessa maneira, as geotecnologias mostraram-se ao
decorrer do tempo como uma ferramenta eficaz também na análise, planejamento e
implantação de soluções com relação à destinação final dos resíduos sólidos urbanos
(Moraes et al, 2010 apud Born, 2013).
Contextualizando o termo Geoprocessamento em geo (terra, superfície, espaço) e
processamento (de informações), pode–se definir como o tratamento das informações
geográficas, ou de dados georreferenciados, por meio de softwares específicos, normalmente
SIG, e cálculos. Ou, ainda, o conjunto de técnicas relacionadas ao tratamento da informação
espacial. Este conjunto de atribuições deve fornecer a manipulação, avaliação e geração de
produtos (geralmente cartográficos), relacionados à localização de informações sobre a
superfície da terra (Piroli, 2010).
O Geoprocessamento é um ramo da área do conhecimento denominada oficialmente
de Geomática. Ele engloba o total conjunto de técnicas (ou tecnologias) ligadas à informação
espacial, quer seja no tocante a coleta, tratamento e análise desses dados, conforme ilustra o
diagrama na Figura 3.3. O uso de algoritmos de geoprocessamento implantados em SIG é
amplamente utilizado, principalmente por ser um sistema digital de gerenciamento de dados
criado para processar volumes consideráveis de informações espacialmente distribuídas,
proveniente de diversas fontes (Medeiros, 2012).

19
Figura 3.3 Relação entre o Geoprocessamento e as Geotecnologias
Fonte: (Medeiros, 2012)

Um SIG, é formado não apenas de softwares, mas também por metodologias


aplicadas, dados a serem coletados e tratados, hardwares específicos de bom desempenho,
como por exemplo periféricos com tecnologia de dados como o Global Positioning System
(GPS) e recursos humanos (que serão responsáveis por operar os programas, manipular os
equipamentos e dados e, definir metodologias adequadas). O SIG apresenta como algumas
de suas funcionalidades, processar e guardar informações espaciais derivadas de diferentes
fontes, tais como mapas com informações técnicas, dados de sensoriamento remoto e
fotogrametria, dados de levantamento a partir do uso de GPS, entre outros (Salazar, 2015).
A partir da evolução do SIG, o procedimento de escolha para locais pré-adequados
para implantação de aterros sanitários ocorre basicamente baseado em análise espacial e
modelagem matemática. As análises espaciais, por sua vez, utilizam a ampla aplicabilidade
do SIG com o uso de algoritmos existentes em geoprocessamento para a pré-seleção de áreas
favoráveis. Essas seleções são feitas comumente por meio de classificação temática com a
utilização de imagens tipo raster, baseadas em critérios escolhidos para classes temáticas ou
por meio da exclusão de zonas a serem protegidas (Chang, et al., 2008).
É indispensável um banco de dados para que se desempenhe a funcionalidade do
SIG, cuja criação e formação está sujeito ao projeto que vai ser realizado e dos aspectos,
apontadores e variáveis que serão utilizados. Os dados necessários são acessíveis e podem
ser adquiridos em órgãos governamentais, Secretarias, Prefeituras, Concessionárias e outros,
todavia, pode-se encontrar dificuldades para encontrar alguns dados sendo necessário

20
produzi-los ou gerá-los o que exigirá tempo, prazos e até custos necessários para elaboração
(Born, 2013).
Os dados utilizados em SIG compreendem dois elementos, um banco de dados
espacial que descreve a forma e a posição das feições e um banco de dados de atributos
(descritivo), descrevendo as características ou qualidades dessas feições (Eastman, 2001).
Ou seja, em SIG existem duas estruturas principais de armazenamento de dados em mapas
no formato digital, o Vetorial e o Raster (Moraes, et al., 2010).
Quando comparado à realidade, o formato vetorial é uma tentativa de reprodução
exata de um elemento ou objeto, por meio de um ou mais vetores. Elementos gráficos que
podem ser apresentados por pontos, linhas ou polígonos são pertencentes a sistemas de
coordenadas bidimensionais (X,Y) ou tridimensional (X,Y,Z). Os três elementos
geométricos básicos (pontos, linhas e polígonos) utilizados, os pontos são um parte
coordenadas, enquanto as linhas são o conjunto de pelo menos dois pontos e os polígonos
são pontos agrupados que possuem a primeira e última coordenada em comum (Nascimento,
2012). Esses elementos geométricos formam arquivos chamados de shapefiles.
No formato raster a reprodução do espaço é por meio de uma matriz A (i,j) composto
de i colunas e j linhas, onde cada fator possui um número de linha, um número de coluna e
um valor referente ao atributo estudado, sendo que cada célula é individualmente acessada
pelas suas coordenas da matriz (Câmara, et al., 2001). As células podem ser chamadas de
pixels “Picture element”, ou seja, elemento da imagem. A representação matricial considera
que a superfície da área analisada é plana e a resolução espacial depende da área abrangida
no terreno por cada célula individualmente. Consequentemente, quanto mais células se
utilizar para representar uma área, melhor será a sua resolução espacial, porém, será
necessário um maior espaço de armazenamento (Born, 2013).
As imagens de satélite são um exemplo de estrutura tipo raster. As resoluções das
imagens produzidas pelos diferentes sensores dos satélites apresentam características
distintas, podendo ser um dos fatores determinantes da sua aplicação. Assim, essas imagens
representam grande utilidade nos estudos de diferentes escalas relativas a identificação,
analise e interpretação de aspectos do meio físico. As diferentes bandas espectrais dos
sensores têm aplicações distintas em estudos de sensoriamento remoto, como por exemplo a
classificação de imagens. As zonas de espectro que têm sido mais utilizadas em detecção
remota são: o visível, que inclui o azul, verde e vermelho, o infravermelho próximo e o
infravermelho médio (Born, 2013).

21
Nas análises espaciais conduzida por meio das técnicas de geoprocessamento, os
mapas de interesse são georreferenciados e sobrepostos em camadas (layers ou planos de
informação), de modo que a análise espacial resultante produza as possíveis áreas candidatas
e/ou inadequadas, que podem ser separadas por fronteiras nítidas. Essas atividades, exigem
a compatibilização de vários critérios e fatores, os quais devem manter o equilíbrio entre os
aspectos ambientais, operacionais e sociais inerentes ao empreendimento (Carvalho, 2017).
Como já aludido, o método de escolha de locais favoráveis para a disposição final de
RS envolve múltiplos processos e instrumentos. Sendo, ultimamente, mais utilizado o SIG
para diagnóstico espacial integrado com métodos de análise multicritério. Para a decisão de
áreas potenciais para aterros sanitários neste trabalho, devem ser aplicadas as ferramentas
do SIG integrado ao método de análise multicritério, conhecido como Análise Hierárquica
de Processos (AHP). O SIG pode ser aplicado, pois os critérios envolvidos podem ser
representados como planos de dados geográficos.

3.4.3 Análise Hierárquica de Processos (AHP) aplicada ao SIG

O sistema de apoio a decisão é uma das funcionalidades mais importantes de um SIG,


amparando na constituição de mapas de aptidão por meio de múltiplos critérios, além de
atender decisões sobre escolha de localização quando há diversos objetivos envolvidos. A
relação do SIG e de métodos de apoio a decisão permitem a tomada de decisão de um modo
mais fundamentado, uma vez que o usuário tem a sua disposição dados/informações mais
acessíveis e com maior flexibilidade (Lourenço, et al., 2015).
Segundo Lupatini (2002) “Atualmente as decisões relacionadas às questões
ambientais, exigem cada vez mais uma tomada de decisão racional comprometida com o
atendimento de diversos aspectos, que muitas vezes apresentam interesses divergentes”,
como sociais e econômicos, por exemplo. Para Saaty (1980), a vida de cada um é a totalidade
de suas decisões, seja no segmento profissional ou individual, o que transforma, como se
decide tão expressivo como o que se decide, podendo decisões tomadas ligeiramente se
refletirem desastrosamente, enquanto a morosidade na decisão pode resultar em
oportunidades perdidas. Porém, como decidir é fundamental, uma abordagem sistemática e
compreensiva para a tomada de decisão deve ser utilizada.
A tomada de decisão versa essencialmente na escolha de uma alternativa entre
diferentes opções existentes, acompanhando determinadas etapas antecipadamente

22
estabelecidos e resultando na resolução de um problema de caráter válido ou não (Binder,
1994).
Um modelo de apoio à decisão refere-se a um procedimento, e não a um simples
período de escolha de uma opção. Além disso, leva em consideração os sistemas de
importâncias dos decisores na avaliação de suas ações, ou seja, consideram mais de um
aspecto e, portanto, avaliam as ações segundo um conjunto de critérios (Ensslin, et al., 2001).
Deste modo, cada critério é uma função matemática que mede o desempenho das ações
potenciais com relação a um determinado aspecto.
Diante das diversas estruturas existentes de sistemas de apoio a decisão, Westmacott
(2001) e Shim, et al. (2002) identificam uma estrutura básica comumente utilizada. Essa
estrutura tradicional é constituída em termos de base de dados, interface com o usuário e
base de modelos.
 Interface com usuário: é a única parte do sistema de apoio à decisão com a qual o
usuário irá ter contato, exercendo uma importante função na utilização do sistema. A
interação entre o usuário e o sistema, constitui um aspecto de grande importância
tendo em vista a própria definição dos sistemas de apoio à decisão.
 Base de dados: a base de dados é utilizada nas operações de gerenciamento de dados
(armazenamento, atualização, recuperação e processamento), nela estão contidos
todos os dados e informações que irão alimentar o modelo.
 Base de modelos: atualmente existe uma grande diversidade de modelos (estruturais,
matriciais, numéricos, matemáticos, espaciais, etc.) e técnicas de modelagem, a
definição destes depende sobretudo das necessidades do usuário, dos objetivos do
sistema e ainda dos recursos financeiros e tempo disponível.
O método da Análise Hierárquica de Processos (AHP), proposto por Thomas Saaty
(1980) é um importante instrumento de sustentação à tomada de decisões, pois, é uma
modelagem matemática análoga a realizada pela mente humana, uma vez que incorpora
informações de uma circunstância complexa de acordo com características comuns que
concorrem para uma finalidade decisória constituindo decisões de ordem em comparações
formadas por pares (pairwise comparison) de elementos.
A AHP incide numa metodologia de alternativa fundamentada na lógica de
comparação pareada. Nesse processo, os distintos critérios que influenciam a tomada de
decisão são checados dois a dois, sendo atribuído um valor de julgamento à relação entre
eles, de acordo com uma escala pré-definida (Moreira, et al., 2001).

23
A AHP, conforme Saaty descreve, exibe como dados básicos: os critérios que são
conjuntos finitos de opções para análise do objetivo principal, a hierarquia que é o
ordenamento a nível hierárquico do conjunto de critérios, as comparações par a par que são
a comparação de alternativas usando determinado critério indicativo da preferência de uma
alternativa a outra e, por último a escala fundamental que permite associar as alternativas em
grau de importância.
A Tabela 3.3, representa a escala fundamental para comparação pareada (Saaty,
1991) utilizada como pesos em uma AHP, onde o valor 1 indica o mesmo nível de igualdade,
em que o valor “9” indica uma extrema importância ou superioridade e seu valor
proporcionalmente inverso “1/9” indica uma extrema inferioridade. E assim respectivamente
para os valores 3,5 e 7. Os valores 2, 4, 6, 8 são valores intermediários nessa escala.

Tabela 3.3. Escala básica proposta por Thomas Saaty (1977) para AHP.

Intensidade de
Importância de
Definição Explicação
uma escala
absoluta

Duas atividades contribuem igualmente para o


1 Igual Importância
objetivo

Importância moderada de uma Experiência e julgamento favorecem fortemente


3
opção sobre a outra uma atividade em detrimento de outra

Experiência e julgamento favorecem fortemente


5 Importância essencial ou forte
uma atividade em detrimento de outra

Uma atividade é fortemente favorecida e sua


7 Importância muito forte
dominância é demonstrada na prática.

A evidência favorecendo uma atividade sobre


9 Extrema importância
outra é a ordem mais alta possível de afirmação.

Valores intermediários entre


2,4,6,8 Usada apenas quando necessário.
dois julgamentos adjacentes
Se a atividade “i’ recebe a atribuição de um dos números acima quando
Recíprocos comparado com a atividade “j”, então “j” tem o valor recíproco quando
comparado com “i”.

A associação do SIG com o AHP ocorre quando se empregam os pesos dos critérios
determinados pelo método multicritério que são representados, nesse caso, como planos de

24
dados geográficos ou planos de informações. Para a integração dos critérios com base na
abordagem multicritério, vários métodos vêm sendo utilizados e, dentre esses, estão os
métodos da Combinação Linear Ponderada (CLP) e da Média Ponderada Ordenada (MPO)
(Malczewski, 2000).
Entre os métodos de avaliação multicritério, a CLP admite, após a padronização e
ponderação das variáveis, a compensação entre todos os fatores, conforme peso ou grau de
importância. Os critérios são agregados e combinados num processo de ponderação entre os
mesmos (Born, 2013). Os pesos (ou valoração) assumidos governam a compensação, de
acordo com Eastman (1998, p. 188) “o grau com que um fator pode compensar outro,
entretanto, é determinado pelo peso”.
“Os critérios são de dois tipos: os restritivos, que limitam absolutamente as
alternativas em análise e os fatores, que aumentam ou diminuem a potencialidade de uma
alternativa específica” (Eastman, 2001). Na CLP, os critérios são padronizados em uma
escala numérica comum, recebem pesos e são combinados por meio de uma média
ponderada, uma vez que os mapas de critérios (fatores e restrições) tenham sido gerados, é
uma simples questão de multiplicar cada mapa de critério (isto é, cada célula, ou pixel, de
cada mapa) pelo seu peso e, então, somar os resultados (Eastman, 2001).
Para este projeto, busca-se empregar, a tecnologia AHP como um instrumento de
atribuição dos pesos aos critérios, e, portanto, associar os pesos ao SIG para obter a
sobreposição ponderada dos layers, que irá fornecer um mapa com locais favoráveis para
implantação de aterro sanitário, e assim, identificar as áreas mais favoráveis diante dos níveis
de aptidão obtidos. É valido ressaltar que este estudo é para fase de planejamento do
empreendimento para sua possível implantação, os critérios são atribuídos visando garantir
as delimitações técnicas e legislacionais, porém são necessárias pesquisas complementares
para outras fases.

3.5 VULNERABILIDADE AMBIENTAL

O termo "vulnerabilidade ambiental" pode ser entendido como o grau em que os


sistemas naturais são suscetíveis ou incapazes de lidar com as reações das interações
externas. Isso pode ser devido às características do ambiente natural, ou também, os
impactos causados pelas atividades humanas, ou ao frágil sistema com pouca resiliência, ou
seja, a capacidade específica do ambiente de superar impactos momentâneos ou contínuos,
ou até mesmo desastres naturais e retornar a um estado natural (Aquino, et al., 2017).

25
Assim sendo, as características e a magnitude das interações que um sistema enfrenta,
a suscetibilidade do sistema e sua adaptabilidade, com qualquer tipo de alteração, pode
indicar a vulnerabilidade ambiental deste sistema (Aquino, et al., 2017). A suscetibilidade
está relacionada ao nível de exposição do sistema natural às mudanças ambientais, à
sensibilidade (avaliada com base na avaliação do potencial impacto ambiental causado pela
exposição) e à capacidade da sociedade de responder ao meio ambiente com medidas de
ajuste a essas mudanças (Milanezi & Pereira, 2016).
Para a produção de mapas de vulnerabilidade ambiental, Ross (2011) sugeriu integrar
diferentes elementos territoriais (geografia, geologia, declividade, corpo d'água) e
influências antrópicas obtidas por meio de mapas de uso e cobertura do solo. A proposta de
Ross (2011) é baseada nos princípios da "Unidade de Energia Ecológica" de Tricart (1977),
para este autor, a dinâmica ecológica corresponde a uma avaliação abrangente das unidades
do território em que é feito um equilíbrio entre a formação, tipo e morfologia para que o
ambiente possa ser classificado de acordo com o grau de instabilidade. Nesse conceito, existe
a ideia de que a troca de energia e matéria na natureza ocorre por meio de uma relação de
equilíbrio dinâmico.
Em relação a aplicabilidade do termo, por representar o comportamento e as repostas
dos processos de uso do solo, os dados de vulnerabilidade natural dão subsídio à tomada de
decisão por parte de órgãos governamentais ou privados quando se trata da análise da área
estudada (Souza, et al., 2010). De tal modo, para o estudo de localização de áreas favoráveis
para aterro sanitário, a caracterização da vulnerabilidade ambiental é um fator a ser
considerado, pois, segundo Ross (2011), a vulnerabilidade ambiental é o resultado da
integração de fatores que correspondem a dados como declividade, pedologia, uso do solo,
dados esses que correspondem a maioria dos critérios técnicos exigidos pela NBR 13.896.
Para classificar a vulnerabilidade ambiental de uma área, é necessário o uso de
técnicas de análise multicritério, devido à complexidade dos fatores que a influenciam. O
método AHP acima citado atende a essa necessidade, pois permite avaliar a importância de
um fator sobre o outro, ou seja, compara critérios antrópicos ou naturais que interferem no
meio ambiente (Diniz, 2016). Em resumo, a integração de dados obtidos dos sistemas e a
utilização de ferramentas que agilizem essa integração compõem a avaliação de
vulnerabilidade ambiental, permitindo ao pesquisador e observação do dinamismo destes
sistemas e os reais riscos a que estes estão susceptíveis (Aquino, et al., 2017).
Na determinação da vulnerabilidade ambiental, neste estudo, têm-se à suscetibilidade
aos processos erosivos lineares e lineares que se iniciam quando as forças aplicadas à

26
superfície terrestre superam a resistência dos sistemas naturais, causando deformação do
terreno. Esses processos ocorrem naturalmente; entretanto, por meio de atividades
antrópicas, podem intensificar-se de tal forma que o solo não consegue se regenerar a partir
desses processos, aumentando assim sua vulnerabilidade ambiental (Camapum, et al., 2006).
Além dos processos erosivos será considerado áreas suscetíveis aos usos antrópicos baseado
na geração e análise a cada 10 anos dos mapas de uso e cobertura da região e a suscetibilidade
à inundação.

3.5.1 Suscetibilidade aos Processos Erosivos

Os processos erosivos que serão objeto de estudo do presente trabalho são, a erosão
laminar que é determinada pelo escoamento superficial e sua magnitude está ligada à
capacidade de infiltração do solo, possibilitando determinar as perdas de solo por modelos
empíricos como a Equação Universal de Perdas de Solo (EUPS); e a erosão linear resultante
de anormalidades no solo, conhecidas como sulcos, ravinas ou voçorocas, associadas à
declividade e precipitação.

3.5.1.1 Erosão Laminar

O uso de modelos empíricas para estimar a perda de solo é uma prática


imprescindível, especialmente abrangendo o mercado da agricultura. As equações de perda
de solo foram desenvolvidas desde 1915 com o início dos estudos de quantificação de perda
de solo desenvolvidos pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos. Em 1940 foi desenvolvido
o primeiro modelo que usa parâmetros topográficos para estimativa da perda de solo, a
equação de Zingg, que relaciona o grau de declividade e os comprimentos de encostas com
a perda de solo, e foi base para o desenvolvimento das EUPS por Wischmeier & Smith.
(Durigon, et al., 2014)
De acordo com Bertoni e Lombardi Neto (2012), a Equação Universal de Perda de
Solo (EUPS) foi desenvolvida suprindo a problemática ligada aos modelos previamente
desenvolvidos, em que a falta de parâmetros básicos para replicar o modelo em outras bacias
hidrográficas não era possível. A EUPS foi posteriormente atualizada para a previsão da
média anual de erosão laminar, permitindo auxiliar no planejamento do uso e ocupação do
solo e até mesmo no Zoneamento Ecológico-Econômico (Crepani, et al., 2020).

27
A equação é definida como:
A=R.K.L.S.C.P Equação 3.1

Onde,
“A” é a perda de solo por unidade de área, em ton/ha.ano;
“R” é o fator de erosividade da chuva, em (MJ.mm)/ (ha. h. ano);
“K” é o fator de erodibilidade do solo, em (ton. h) / MJ. mm);
“L” é o fator de comprimento do declive (adimensional);
“S” é o fator de grau do declive, em % de declividade;
“C” é o fator de uso e manejo do solo (adimensional);
“P” é o fator de prática conservacionista (adimensional).
Desta maneira, para estimar-se as perdas de solos, devem ser considerados fatores
como a erosividade causada pela chuva por intermédio da precipitação pluviométrica, a
erodibilidade dos tipos de solos, a declividade e o comprimento de rampa, o uso do solo e
práticas conservacionistas complementares.

3.5.1.2 Erosão Linear

No caso da erosão linear, foi realizada uma adaptação à metodologia proposta por
Macedo (2009), que se baseia nos principais mecanismos e condicionantes do relevo, tipos
de solo e substrato geológico, que levam às formas de erosão linear, empregada para o
mapeamento das áreas com produção de sedimentos. A adaptação da metodologia se deu na
consideração apenas do potencial da região à erosão linear, sem considerar os fatores
antrópicos, já que eles serão contabilizados posteriormente para a obtenção do mapa de
vulnerabilidade ambiental.
Os critérios de classificação para tipos de solo (unidades pedológicas) são baseados
na espessura e textura da camada do solo. Nesse sentido, solos rasos serão classificados
como áreas com baixo potencial de erosão linear, pois isso indica que a matriz rochosa está
próxima ao solo, evitando assim o desenvolvimento de processos de erosão linear. A
classificação das unidades geológicas será baseada na litologia e estrutura da rocha, quanto
maior a permeabilidade e o volume do espaço vazio na litologia, maior a possibilidade de
erosão, pois maior a chance de decomposição (Diniz, 2016).

28
3.5.2 Suscetibilidade a Inundação

Segundo Tucci (2007), as inundações são um problema frequente no Brasil, pois a


maioria das cidades não possui um Plano Diretor claro quando as restrições, o que não limita
o parcelamento das áreas que podem ser inundadas. Com o desenvolvimento da urbanização,
o solo tornou-se impermeável, aumentando o escoamento superficial da água que outrora se
infiltrava no solo, exigindo maior capacidade de drenagem do trecho de drenagem, e órgãos
governamentais geralmente não exigem a eficiência do sistema de drenagem. Se o processo
de urbanização não puder ser controlado ou a capacidade de drenagem aumentada, ocorrerão
enchentes, causando enormes prejuízos sociais, naturais e econômicos.
Para analisar a vulnerabilidade ambiental deste estudo, a suscetibilidade a inundações
é uma variável a ser analisada, existindo alguns métodos que podem utilizar os parâmetros
do terreno do terreno e a reserva de drenagem para avaliar esta sensibilidade, como o trabalho
de Almeida et al. (2017) avaliaram a vulnerabilidade ambiental da Bacia do Ribeirão
Sarandi. Para a presente pesquisa foi usado o método proposto por Andrade et al. (2014).Tal
metodologia utiliza a declividade, a impermeabilização causada ou não pelo uso e cobertura
do solo e a hipsometria do local, gerando um mapa final com índices de risco a inundação.

3.5.3 Suscetibilidade a Ação Antrópica

A urbanização muitas vezes ocorre sem formulação prévia de diretrizes de


implantação, sem planejamento e com irregularidades, principalmente em áreas que
costumam ser adversamente afetadas pelo relevo, como encostas e áreas de proteção
permanente. Aliado a essas condições, as atividades humanas são realizadas em áreas
inadequadas e, sem as devidas condições de planejamento, o meio ambiente será mais
propício às mudanças e degradação da paisagem (Almeida, et al., 2012). Este estudo irá
analisar a combinação de áreas onde existe atividades de uso humano e áreas que apresentam
vulnerabilidade ambiental para analisar a vulnerabilidade de exposição ao uso antrópico do
solo de acordo com a evolução temporal apresentada.

29
4 ÁREA DE ESTUDO

4.1 LOCALIZAÇÃO

A área de estudo, objeto da presente pesquisa, é o município de Planaltina de Goiás


que se localiza na região Leste do Estado de Goiás e está inserida entre os 242 municípios
do presente Estado. De acordo com estimativa dos dados do IBGE (2020) a população do
município encontra-se atualmente com 90.640 habitantes com uma densidade demográfica
de 32,06 habitantes por Km². O Município goiano de Planaltina foi criado pela Lei nº 52 de
19 de março de 1981, constituído por 3 distritos: Planaltina, Córrego Rico e São Gabriel de
Goiás, e está inserido na região do Entorno do Distrito Federal (DF) estando situada à apenas
20 km do DF e a 63 km da Capital Federal (Brasília), conforme pode ser visualizado na
Figura 4.1.

Figura 4.1. Mapa de localização do município de Planaltina (GO).

30
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

4.2.1 Região de Desenvolvimento Integrado do Distrito Federal e Entorno

Com o intuito de atenuar as diferenças existentes nos serviços de saneamento básico


ofertados pelo Distrito Federal e também pela Área Metropolitana de Brasília (AMB), a
Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE/DF, foi criada
com o advento da Lei Complementar n. 94/88, sendo regulamentada pelo Decreto n.
2.710/99, e posteriormente alterada pelo Decreto n. 3.445/2000. Além disso, tem objetivos
claros como por exemplo a proteção ao meio ambiente, uso, parcelamento e ocupação do
solo, educação e cultura, controle da poluição ambiental, dentre outros.
Sua composição é estabelecida com a presença do Distrito Federal, 3 municípios de
Minas Gerais e mais 19 de Goiás. Tais municípios possuem semelhanças, assim como
apresentam relações de reciprocidade com o Distrito Federal. No ano de 2018, a Lei
Complementar n° 163, de 14 de junho de 2018, foi sancionada e com isso houve a inclusão
de mais 10 municípios de Goiás, a Figura 4.2 mostra os municípios do Goiás integrantes da
RIDE/DF com destaque para Planaltina.

Figura 4.2. Municípios do Goiás integrantes da RIDE/DF.

31
A RIDE/DF detém como objetivo a harmonização e articulação das ações
administrativas da União, dos Estados e dos Municípios para promover projetos que
busquem estimular a economia de territórios com baixo desenvolvimento, conseguindo
assim primar a destinação de recursos públicos para propiciar iniciativas e investimentos que
venham a reduzir as diferenças sociais e que estejam em consonância com o interesse local
acordados entre os entes participantes.
O CORSAP (Consórcio Público de Manejo dos Resíduos Sólidos e das Águas
Pluviais da Região Integrada do Distrito Federal e Goiás), foi criado com a proposta de
desenvolver a gestão associada e ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e das águas
pluviais na região, viabilizando também a coleta seletiva, a destinação final dos resíduos não
reciclados e a reciclagem. Trata-se de uma pessoa jurídica de direito público que possui
natureza de autarquia do tipo associação pública o que faz menção o art. 41, IV do Código
Civil Brasileiro, componente da administração indireta dos Entes Federados que a
constituem, com prazo indeterminado de duração. A chegada da Lei Distrital n. 4.948, de 11
de outubro de 2012, trouxe em sua disposição a confirmação do protocolo de intenções do
referido consórcio.

4.2.2 Aspectos Físicos

O clima da região, segundo a classificação climática de Koeppen (1990),


compreende: clima tropical de savanas, clima tropical de altitudes entre 1.000 e 1.200 metros
com temperatura do mês mais frio inferior a 18°C e meses mais quentes com média superior
a 22°C, chuva de verão e seca no inverno, e o clima tropical. A precipitação anual média é
da ordem de 1.600 mm. Em outubro inicia-se a estação chuvosa, em que a ação mecânica
das gotas de chuva sobre a superfície do solo ressecado pela prolongada estação seca pode
provocar erosão com maior intensidade nas áreas mais inclinadas. Nos meses que se seguem,
o escoamento pluvial passa a atuar mais intensamente até o mês de maio, quando as chuvas
já são escassas (EMBRAPA, 2001) .
De acordo com EMBRAPA (2013), “O Cerrado é um bioma do tipo biócoro savana.
Em outros termos, é a expressão brasileira de uma complexa formação vegetal tropical”. O
bioma cerrado abrange toda a área do município, do Distrito Federal, assim como os Estados
de Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, parte do Mato Grosso, Oeste da Bahia e Oeste de
Minas Gerais, Paraná, Piauí e São Paulo. Nesse bioma são registradas as ocorrências de
vários tipos de vegetação como: cerradão; cerrado típico; cerrado ralo ou campo cerrado;

32
campo sujo - tem composição florística semelhante à do cerrado típico e a do cerrado ralo;
campo limpo; mata ciliar; veredas; e, campos rupestres (Lynch, 2009).
Planaltina, localizada na Bacia Hidrográfica do rio Maranhão, constitui um
importante corredor natural que liga a Estação Ecológica de Águas Emendadas ao Distrito
Federal e outras reservas naturais do Estado de Goiás. Apesar dos esforços para estabelecer
e manter áreas protegidas, a expansão do centro urbano ameaça à integridade da bacia
hidrográfica (Rocha, 2017). O sistema hidrológico da cidade é caracterizado por cursos
d'água e sistemas lacustres, apresentando características típicas de drenagem em áreas de
planalto, onde são comuns desníveis e vales recortados, conforme mostrado na Figura 4.3.

Figura 4.3 Mapa Hidrográfico das principais Sub-Bacias que integram o município de Planaltina – GO.

Existem três importantes unidades litoestratigráficas que ocorrem no âmbito da Faixa


de Dobramento Brasília a Planaltina, os grupos Canastra, Paranoá e Bambuí. Do conjunto
de rochas presentes, ocorre, por toda a área municipal, o surgimento de rochas carbonáticas
associadas que, do ponto de vista geológico, o aspecto mais importante é a presença de
processos cársticos. A carstificação é decorrente da dissolução das rochas carbonáticas pelas
águas de infiltração de chuvas, o que é responsável pela formação de vazios no maciço

33
rochoso em profundidade que acarretam problemas de riscos geotécnicos, perda de solo fértil
e problemas de qualidade das águas subterrâneas (Rocha, 2017). A Figura 4.4 apresenta os
mapas de geologia e de pedologia da região.

Figura 4.4 Mapas de geologia e pedologia da área de estudo.

O município está inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central,


que visa refletir as diretrizes de proteção ambiental e evidenciar as características de proteção
do solo e da vegetação da área. A APA do Planalto Central foi inserida em território de
relevante interesse nacional e regional, pois além de abrigar a capital federal, as nascentes
de diversos cursos d'água constituem as três principais bacias hidrológicas do país - São
Francisco, Araguaia Tocantins e Paraná (ICMBIO, 2015).
A área da APA é de 504.160 hectares, sendo o Distrito Federal de 375.480 hectares
e o Estado de Goiás de 128.680 hectares. Esses valores equivalem a 65,72% da área do DF
e 0,37% do território do GO, incluindo os municípios de Padre Bernardo e Planaltina. Desde
o seu Plano de manejo em 2015, a APA possui zoneamento ambiental, “O zoneamento
justifica-se pela necessidade de controle de cada espaço para preservação ou para o uso
sustentável de parcelas do território” (ICMBIO, 2015). A Figura 4.5 ilustra a localização e
o zoneamento da APA.

34
Figura 4.5 Mapa de Localização da APA Planalto Central com foco em Planaltina – GO.

Em relação a infraestrutura, o município se encontra em estado precário com relação


ao Distrito Federal que é limítrofe à região (Rocha, 2017). Conforme pode ser visualizado
na Figura 4.6, existem apenas duas vias principais pavimentadas com ajuste aos demais
caminhos carroçáveis e ao arruamento urbano.

Figura 4.6 Vias de acesso de Planaltina - GO

35
4.2.3 Breve contextualização da disposição final de RSU do município

Em relação a disposição final dos RSU do município, é interessante elencar algumas


informações históricas pertinentes para uma melhor visualização da atual situação municipal
nesse aspecto. Em 2009, começou a se discutir no âmbito da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente a implantação de um complexo industrial de RS, em que foi discutida a
possibilidade de um consórcio onde facilitaria a implantação de uma usina de RS em
Planaltina.
No dia 12 de março de 2012, após o processo licitatório, o Município celebrou o
contrato de Parceria Público-Privada (PPP) com a empresa Hannover Tecnologia e Gestão
Ambiental Ltda, firmado em 28/06/2012, com vigência de 30 (trinta) anos, e tendo por objeto
à implantação de usina de gasificação dos resíduos sólidos urbanos, industriais, industriais
tóxicos, hospitalares, os resíduos da construção civil e de demolição gerados diariamente,
bem como o processamento de todo os rejeitos já depositados no lixão do Município.
Já em 2015 foi lançada a elaboração de estudos jurídicos visando viabilizar à
disposição final de resíduos sólidos urbanos gerados na região abrangida pelo CORSAP-
DF/GO, em especial no aterro sanitário situado no Município de Planaltina de Goiás. Em
seu texto, foram elencados e contextualizados a dinâmica de um consórcio e as
especificações quantitativas e qualitativas dos resíduos do DF que seriam destinados ao
aterro sanitário de Planaltina, na época, gerido pela empresa Hannover (PROJETO
914BRZ2016 – ELABORAÇÃO DE ESTUDOS EM REGULAÇÃO DE, 2015).
Em seu texto, que foi enviado para análise jurídica, pode-se citar o seguinte trecho:
Síntese dos pareceres jurídicos constantes do processo nº 094.00045/2015
Foi instaurado no âmbito do Distrito Federal, o processo nº 094.00045/2015, sendo
interessado o Serviço de Limpeza Urbana – SLU, tendo por objeto a possibilidade
jurídica da celebração de ajuste com o Município de Planaltina de Goiás, para o
envio de parte dos rejeitos da coleta dos resíduos sólidos domiciliares do Distrito
Federal. Todos os resíduos sólidos do referido Município são destinados a uma
empresa concessionária, em razão da celebração de um Contrato de Parceria
Público-Privada, na modalidade concessão administrativa, visando o
processamento na Usina de gaseificação dos resíduos para a cogeração de energia
elétrica (PROJETO 914BRZ2016 – ELABORAÇÃO DE ESTUDOS EM
REGULAÇÃO DE, 2015).

A finalidade era a possibilidade de dispor parte dos resíduos sólidos domiciliares


gerados no DF, conforme previsto no Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do DF,
“está prevista a disposição de rejeitos gerados no Distrito Federal, em aterros sanitários
instalados fora do DF, localizados nas regiões sul e norte”. Pois assim, além de atender a
legislação e orientações da Lei 12.305 (2010), essa iniciativa deu início ao processo de

36
finalização das atividades irregulares praticadas no Lixão do Jóquei bem como em relação
ao futuro Aterro Oeste, que aumentaria o prazo de sua vida útil e reduziria os custos do aterro
distrital. Na época, o DF ainda não possuía Plano de Gerenciamento de RS que foi elaborado
posteriormente em 2018.
Anos após o inicio do funcionamento do aterro em Planaltina, em 2017, foram
identificadas irregularidades junto a gestão. Solicitado pelo Ministério Público do Estado de
Goiás, o IBAMA realizou vistoria técnica ambiental no referido empreendimento pela
Informação Técnica nº 7/2017-NUBIO-DF/DITEC-DF/SUPES-DF. A visita revelou, dentre
as inconformidades que o aterro apresentava, que a área está inserida em Área de
Preservação Ambiental, na APA Planalto Central sob competência do ICMBio e que,
também, apresentava deposição dos resíduos das obras de construção civil em erosão
localizada na cidade, no início da erosão e próxima de casas condenadas (desocupadas).
Até que em 2018 o Ministério Público do Goiás solicitou a prefeitura municipal de
Planaltina esclarecimentos que se trata da situação do Consórcio Público de Manejo dos
Resíduos Sólidos e das Aguas Pluviais da Região Integrada do Distrito Federal e Goiás -
CORSAP, para conhecimento e providências com ênfase na atribuição na defesa do Meio
Ambiente.
Em resposta a solicitação jurídica, a prefeitura elencou em síntese as principais
informações pertinentes ao estudo (Oficio n° 69/2018 , 2018):
“No que tange as recomendações relacionadas ao CORSAP, imperioso destacar
que esta Prefeitura não firmou nenhuma parceria, convenio ou ajuste de
qualquer natureza junto ao consorcio, nem tampouco repassa valores, sob
qualquer natureza, ao Consorcio.
O aterro municipal era administrado por empresa vencedora de PPP ocorrido em
2012. Ocorre que foram identificados vícios no processo licitatório, bem como
violações contratuais, motivando a rescisão unilateral do contrato e o ajuizamento
de ação de reintegração de posse, objetivando a retomada da posse pelo Município.
(...)
Retomada a posse pelo Município, vislumbrou-se que o então parceiro privado
não estava realizando a gestão do aterro a contento, uma vez que o imóvel
apresentava características de lixão. ” (Ofício n° 69/2018).

Assim, confirmando a não parceria ou qualquer tipo de convênio e identificando


ilícitos por parte da empresa Hannover o município retomou a gestão do aterro no municio.
Com efeito, segundo laudo elaborado pelos técnicos da Secretaria de Cidades, Infraestrutura
e Meio Ambiente do Estado de Goiás - SECIMA-GO, atual Secretaria Estadual de Meio
Ambiente, a gestora anterior do aterro, Hannover Ltda, deixou de cumprir diversas
determinações da Prefeitura constantes no Termo de Compromisso Ambiental, dentre as
quais destaca-se algumas inconformidades:

37
 Ausência de cobertura diária dos resíduos sólidos, circunstância que resulta em
proliferação de macro e micro vetores de doenças infecciosas (Figura 4.7);
 Extrapolação do limite das lagoas de percolação do chorume, tendo sido observada
a presença de percolado na rede água pluvial (Figura 4.8);
 Espalhamento de resíduos nas áreas adjacentes;
 Recebimento de lixo hospitalar e de empreendimentos particulares do DF.

Figura 4.7 e 4.8 Células do Aterro sem cobertura diária e chorume fora das lagoas de percolação.

A prefeitura afirma que atualmente o serviço é terceirizado mediante contrato


emergencial que vigora até a apresentação de solução que contemple as necessidades da
municipalidade, sempre respeitando as questões ambientais. Então, diante destas
circunstancias foi aberto o chamamento público para solicitar a apresentação de estudos
técnicos, ambientais, econômico-financeiros e jurídicos, relativos ao tratamento e destinação
final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos urbanos, de responsabilidade do
Município, na modalidade de PPP ou outro legalmente admitido (Oficio n° 69/2018 , 2018).
A Figura 4.9 mostra a atual situação do aterro bem como a sua localização.

38
Figura 4.9 Localização do Aterro Sanitário Norte.

39
5 METODOLOGIA

O estudo foi organizado em duas etapas metodológicas, sendo que a primeira versa
sobre a delimitação dos critérios e aquisição de dados, a segunda trata sobre a identificação
de áreas potenciais para aterros sanitários. A Figura 5.1 exibe o fluxograma das atividades
que foram desenvolvidas ao longo desta pesquisa.

METODOLOGIA APLICADA AO PROJETO FINAL


1ª Fase: Delimitação de critérios e aquisição de

Ações Etapas de Apoio e Ferramentas

2. Caracterização 3. Definição dos Revisão


1. Observação
do Problema Objetivos Bibliográfica

Grau de Decisão
4. Definição do Istalação Aterro
Vulnerabilidade Multicritério
Escopo Sanitário
Ambiental (AHP)
dados

Ambiental
5. Definição dos
Socioeconômico Área de Estudo
Critérios
Físico

6. Construção do Dados
Imagens Satélite Shapefiles e MDE
Banco de Dados Pluviométricos
2ª Fase: Tratamento e geração de mapas para análise de áreas favoraveis para implantação

7. Mapas de Uso e
SPRING
Cobertura do Solo

8. Mapa 9. Mapa 10. Mapa de 11. Mapa de


de Erosão de Erosão Suscetibilidade Suscetibilidade a ArcGIS
Linear Laminar a Inundação Ação Antropica

12. Mapas de Reclassificação e


Vulnerabilidade Ponderação dos
Ambiental Mapas
de aterro sanitário

13. Mapas dos Exclusão de zonas a


Critérios partir das restrições

NÃO
Julgamento Julgamento AHP
Consiste ? Consiste ? NÃO

SIM SIM
15. Mapa de Áreas Calculo para geração de Estimativa da área mínima e
14. Mapa de Favoráveis para
Vulnerabilidade RSU nos próximos 20 exclusão daquelas menores à
implantação de Aterro anos mínima necessária ao aterro
Ambiental Sanitário

16. Comparação das áreas de


alta aptidão com o grau de
vulnerabilidade

Figura 5.1. Metodologia utilizada.

40
5.1 BANCO DE DADOS

Em prol do desenvolvimento deste estudo, foi necessário estabelecer um banco de


dados digitais georreferenciados para a execução das atividades conforme mostrado na
Figura 5.1. Estes dados, já listados, estão descritos na Tabela 5.1. Sendo necessário para
manipulação e execução, os softwares ArcGIS (Geographic Information System – GIS)
versão 10.6 (licença estudante UnB) e o Sistema de Processamento de Imagens
Georreferenciadas (SPRING), desenvolvido pela Divisão de Processamento de Dados (DPI)
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), versão 5.5.6.

Tabela 5.1. Banco de Dados utilizados para a realização do Estudo.

IMAGENS RASTER
DADO RESOLUÇÃO FONTE
Imagens multiespectrais do satélite Landsat 5 do ano de 2009. 30 m INPE
Imagens multiespectrais do satélite Landsat 7 do ano de 2000. 30 m USGS
Imagens multiespectrais do satélite Landsat 8 do ano de 2020. 30 m INPE
Imagem raster do Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) – MDE. 90 m EMBRAPA
SHAPEFILES e MAPAS TEMÁTICOS
DADO ESCALA FONTE
Limites Municipais 1:100.000
Hidrografia 1:100.000
Unidades de Conservação 1:250.000
SIEG/GO
Malha Viária 1:100.000
Pedologia 1:250.000
Geologia 1:250.000
DADOS NUMÉRICOS
DADO FONTE
Pluviometria ANA
Geração per capta de RSU ABRELPE e PERS/GO
População do Município IBGE (2018)

5.2 MAPAS DE USO E COBERTURA DO SOLO

Os mapas de uso e cobertura do solo dos anos 2000, 2010 e 2020 foram elaborados
de acordo com a metodologia proposta por (Almeida, et al., 2012) conforme está apresentado
na Figura 5.2, as técnicas utilizadas estão descritas a seguir, esta etapa foi realizada em
ambiente do software SPRING:

41
Dados de
Entrada
Imagens Bandas Banda
Landsat RGB Pancromática

FUSÃO

Realce de
Processamento
IVDN
Contrastes

Componentes
Pincipais

Classificação
Segmentação Treinamento
Temática
Mapa

Mapa de Uso e
Final

Cobertura do Solo

Figura 5.2. Etapas para elaboração do mapa de uso e cobertura do solo (Adaptado Almeida et al, 2012).

A fusão de imagens corresponde a fusão da banda pancromática de resolução espacial


de 15 metros com as bandas multiespectrais do satélite Landsat 8. O realce de contrastes tem
como objetivo melhorar o aspecto visual de certas feições estruturais da imagem que
apresentam critérios subjetivos ao olho humano, consiste em uma modificação radiométrica
em cada pixel para aumentar a discriminação visual dos objetos na imagem. O realce de
contraste foi realizado por transformação linear do histograma.
Já, o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (IVDN) é um a operação
aritmética, expressa pela Equação 5.1 disponibilizada pela ferramenta no SPRING,
utilizando as bandas espectrais do vermelho (R) e do infravermelho próximo (IR), obtendo
uma melhor descrição das áreas de vegetação conforme explicitado na Equação 4.1 (INPE,
2010).
𝐼𝑉𝐷𝑁 = Equação 5.1

Em que, R é a banda correspondente à região do espectro eletromagnético da faixa


do vermelho e IR a banda correspondente à região do espectro eletromagnético da faixa do
infravermelho próximo. As componentes principais são um processamento digital baseado
em algoritmos estatísticos, em que são usadas as bandas espectrais originais dos satélites
para gerar um novo conjunto de imagens por meio de uma matriz de covariância entre as
bandas, o que reduz a redundância espectral, ou seja, produz um novo conjunto de imagens
com informações concentradas em três únicas imagens para a fase seguinte no processo de
produção de mapas temáticos, a segmentação (INPE, 2010). A segmentação da imagem é

42
um processo que separa a imagem em conjuntos de pixels contíguos distribuídos
bidireccionalmente e uniformes, permitindo a criação de fronteiras de pixels que serão
utilizadas na fase de treinamento da classificação temática. A segmentação foi realizada
utilizando a imagem do IVDN, as imagens dos componentes principais, as imagens com as
bandas fusionadas e realçadas.
Na classificação temática das imagens serão utilizadas as três primeiras bandas de
componentes principais, por possuírem mais de 85% das informações espectrais das bandas
originais, a imagem produto do IVDN e a imagem segmentada. O algoritmo usado para a
classificação foi o classificador Bhattacharya, um classificador supervisionado em que foram
delimitadas amostras do uso e cobertura do solo para treinar o classificador, calculando a
média e a matiz de covariância de cada classe temática, posteriormente, cada segmento ficou
classificado como uma classe de uso e cobertura do solo.
As imagens do satélite Landsat 5 necessitaram ser georreferênciadas por meio da
técnica de registro de imagens por pontos de controle do SPRING, utilizando como
referência as coordenadas da imagem do Landsat 8. As classes temáticas adotadas para
elaboração dos mapas de uso e cobertura do solo foram: Florestal, campestre, corpo d’água,
solo exposto, área agrícola, pastagem e área urbanizada. As classes são representadas
segundo a classificação de cores do sistema nacional sugerido pelo Manual Técnico de Uso
da Terra (IBGE, 2013) conforme mostra a Figura 5.3.

NÍVEL I NÍVEL II
1. Áreas Antrópicas
Área Urbanizada
Não Agricolas 1.1

Cultura Temporaria e Permamnete


2. Áreas Antrópicas 2.1 e 2.2
Agricolas
Pastagem
2.3

Florestal
3. Áreas de 3.1
Vegetação Natural
Campestre
3.2

4. Água Corpo d'Água Continental


4.1

5. Outras Áreas Solo Exposto


5.1

Figura 5.3. Classes da cobertura e do uso da terra (adaptado). Fonte: (IBGE, 2013).

43
5.3 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS ADEQUADAS PARA ATERROS
SANITÁRIOS

5.3.1 Definição dos Critérios e Restrições para escolha das áreas

Nesta etapa metodológica foi realizado a definição dos critérios para o levantamento
dos locais favoráveis para a instalação de aterro sanitários. Após o levantamento
bibliográfico, os critérios foram subdivididos em categorias, as quais possuem restrições. As
restrições têm como finalidade cumprir os parâmetros técnicos, legais e ambientais,
restringindo o espaço de solução do problema, excluindo as áreas restritivas correspondentes
a cada critério, enquanto as categorias definem, a partir dos critérios, o grau de
adequabilidade dos locais analisados. A Figura 5.4 apresenta o fluxograma com os critérios
utilizados.

Figura 5.4. Fluxograma com as categorias para localização de locais para aterros sanitários.

Tais escolhas foram baseadas nos aspectos legais, ambientais e socioeconômicos,


conforme estabelece os parâmetros técnicos na NBR 13.896/97, a Lei n° 9.985 de âmbito

44
nacional e o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, segundo elencado no
item 3.4.1. Para cada critério foi criado um layer em ambiente SIG, para a utilização nas
próximas etapas, conforme pode ser visualizado na Figura 5.5.

Figura 5.5 Layers dos critérios utilizados.

45
5.3.2 Padronização dos Critérios e Exclusão das Restrições

Geralmente, os diferentes critérios possuem unidades de representação diferentes o


que não permite a agregação de informações, tornando-os incompatíveis, sendo necessária a
padronização (Born, 2013). Por meio da reclassificação dos mapas que estão em formato
matricial (tipo raster), utilizando a ferramenta Reclassify do ArcGIS, foram aplicadas notas
de uma escala de 0 a 5. Os critérios foram classificados utilizando os valores mínimos
exigidos nas normas e escalonados de menos apto a mais apto dentro do intervalo de valores.
Após classificados, os grupos de critérios e as variáveis que os compõem foram
pontuados em cinco categorias de adequação: (1) muito baixa, (2) baixa, (3) media, (4) alta
e (5) muito alta, seguindo o escalonamento com um grau de adequação a partir da restrição
até a sua última classe. A Tabela 5.2 lista os critérios e os seus níveis de aptidão considerados
na escolha de áreas para locação de um aterro sanitário, em seguida a Figura 5.6 apresenta o
mapa gerado para cada critério e suas respectivas restrições.

Tabela 5.2 Lista de critérios, restrições, classes utilizadas e níveis de aptidão.

46
Figura 5.6. Critérios: (C1) Área Urbana; (C2) Vias Principais; (C3) Cursos D’água; (C4) APA Planalto
Central; (C5) Uso e Cobertura do Solo; (C6) Declividade %; (C7) Pedologia e (C8) Geologia e Restrições.

O critério de distância de aeródromos não foi utilizado nesta pesquisa, pois o


aeródromo mais próximo do município está localizado no munícipio vizinho de Formosa

47
com uma distância de 17 km, o que ultrapassa o valor exigido pela Resolução CONAMA n°
4/95, o que resultaria em um layer com valor único de aptidão. Por conseguinte, os critérios
utilizados foram ponderados conforme a comparação pareada pelo método AHP descrito no
item 5.5.

5.4 VULNERABILIDADE AMBIENTAL

O mapa de vulnerabilidade ambiental foi produzido com base na utilização do


método AHP, integralizando o mapa de suscetibilidade à erosão laminar, o mapa de
suscetibilidade à erosão linear e o mapa de suscetibilidade à inundação e o mapa de
suscetibilidade às ações antrópicas, por meio da ferramenta álgebra de mapas do ArcGIS.
Os mapas foram classificados com grau de suscetibilidade de I a V conforme
proposto por Crepani et al (2001), em: I - Muito baixa; II – Baixa; III – Moderada; IV –
Alta e V - Muito alta, para assim, gerando o mapa final de vulnerabilidade ambiental de
acordo com a ponderação atribuída pelo método de análise multicritério do item 5.5 desta
pesquisa. A classificação e os valores atribuídos a cada critério estão descritos na Tabela 5.3.

Tabela 5.3 Classificação e valores de aptidão utilizados na AHP para o mapa de Vulnerabilidade Ambiental.
VALOR
MAPAS GRAU PIXEL
I 1
II 2
EROSÃO
EA III 3
LAMINAR
IV 4
V 5
I 1
II 2
EROSÃO
EI III 3
LINEAR
IV 4
V 5
I 1
II 2
IN INUNDAÇÃO III 3
IV 4
V 5
I 1
II 2
AÇÃO
AA III 3
ANTRÓPICA
IV 4
V 5

48
5.4.1 Suscetibilidade aos Processos Erosivos

5.4.1.1 Mapa de Erosão Laminar

O mapa de erosão laminar foi gerado utilizando a equação EUPS descrita no item
3.5.1.1, com a utilização da ferramenta Álgebra dos Mapas em ambiente SIG. Para tal, o
mapa do fator R da equação foi construído baseado na Equação 5.2, que considera o índice
de erosão média mensal.

𝐸𝐼 = 67,3655 ∗ (𝑟 𝑃) ,
Equação 5.2

Onde 𝐸𝐼 é a média mensal do índice de erosividade em (MJ.mm)/(ha.h), r é a média


do total mensal de precipitação em (mm) e P é a média do total anual de precipitação em
(mm). Logo o fator R é calculado utilizando a Equação 5.3.

𝑅= ∑ 𝐸𝐼 𝑖 Equação 5.3

Em que i equivale aos meses do ano, logo i=1 (janeiro) e i=12 (dezembro) para o
cálculo do índice de erosão médio mensal. Para tanto, foram utilizados os valores de
precipitação média anual e mensais de 10 estações pluviométricas, conforme descritas na
Tabela 5.4. Após quantificados e georreferenciados, tais valores de precipitação foram
interpolados por meio da ferramenta de Krigagem no ArcGIS obtendo-se assim os índices
de erosividade (R) para a área de estudo.

Tabela 5.4 Estações Pluviométricas utilizadas.


COD ESTACAO SÉRIE Latitude (Sul) Longitude (Oeste)
1547003 Formosa 1998 - 1964 -15,55 -47,34
1547016 CPAC - PRINCIPAL 2015 - 1973 -15,58 -47,7
1547027 São Gabriel 2013 - 1995 -15,2328 -47,5739
1547030 Faz. Rio de Janeiro 2007 -1999 -15,23 -47,6964
1547049 Rio Maranhao 2019-2009 -15,49 -47,6858
1547050 Ribeirao Palmeiras 2019-2009 -15,53 -47,74
1547051 Sonhem 2019-2009 -15,5231 -47,8158
1548001 Mimoso 2019-1973 -15,06 -48,17
1548036 Rio do Sal 2019-2000 -15,5 -48,14
1549011 Goianesia (USINA) 1998-1984 -15,2167 -48

O fator k, erodibilidade do solo, foi obtido de acordo com dados da bibliografia de


Costa (2014) , para as classes de solo mostrados na Tabela 5.5.

49
Tabela 5.5 Valores de Erodibilidade do solo. Fonte: Costa (2014).
SIGLA CLASSE PEDOLOGICA FATOR K
CXbd Cambissolo Haplico Tb distrofico 0,024
FFc Plintossolo Petrico concrecionario 0,004
LVd Latossolo Vermelho distrofico 0,006
LVw Latossolo Vermelho acrico 0,009
PVAe Argissolo Vermelho-Amarelo eutrofico 0,033
RLd Neossolo Litolico distrofico 0,057

O fator LS foi calculado utilizando o mapa de declividade em porcentagem e com o


mapa de fluxo acumulado, ambos gerados a partir do Modelo Digital de Elevação (MDE)
do SRTM. A declividade foi gerada mediante a utilização da ferramenta Slope e o fluxo
acumulado com a combinação das ferramentas Flow Direction que determina a direção de
fluxo e, em seguida, a Flow Accumulation. A Equação 5.4 foi utilizada para tal cálculo.

∗ , ( ) ,
𝐿𝑆 = ,
∗ ,
Equação 5.4

Sendo,
FA = Fluxo Acumulado;
C = CellSize que corresponde ao tamanho da célula do MDE;
Slope = Declividade em radianos, calculada para cada pixel.

Para o fator C, foi utilizado a metodologia proposta por Durigon et al. (2014), onde
os valores de C são calculados a partir do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada
(NDVI) que permitiu diferenciar a vegetação de outros tipos de cobertura do solo gerando
valores de acordo com a cobertura vegetal. O cálculo foi realizado utilizando-se a bandas 3
(Vermelho, R) e 4 (Infravermelho Próximo, NIR) do satélite LandSat 8 pela Equação 5.5,
enquanto a Equação 5.6 fornece os valores de C.

( )
𝑁𝐷𝑉𝐼 = ( )
Equação 5.5

𝐶= Equação 5.6

Por fim, para os valores de P, foram utilizados os valores propostos por Costa (2014),
pela reclassificação do Mapa de Uso e Cobertura do Solo, conforme mostra a Tabela 5.6.

50
Tabela 5.6 Valores do Fator P. Fonte: Costa (2014).
Classe Uso e Cobertura do Solo FATOR P
Corpo Hidrico 1
Área Urbana 0,7
Solo Exposto 0,08
Pastagem 0,3
Agricultura 0,4
Florestal 0,9
Campestre 0,8

5.4.1.2 Mapa de Erosão Linear

O mapa de suscetibilidade à erosão linear foi criado a partir da metodologia de


Macedo (2009) com a utilização dos mapas de pedologia, geologia e declividade.
Inicialmente, foi realizada a classificação dos mapas de pedologia e geologia de acordo com
as características de textura e espessura do solo. De modo que, os solos que apresentam
pouco suscetibilidade a erosão, como a argila, foram classificados em grau I, enquanto solos
profundos e arenosos, receberam classificação intermediária a alta. A classificação seguiu
os valores atribuídos por Macedo (2009), conforme pode ser visualizado na Tabela
3.1Tabela 5.7:

Tabela 5.7 Classificação das Unidades Pedológicas conforme o grau de suscetibilidade a erosão. Fonte:
Macedo (2009).

SIGLA CLASSE PEDOLOGICA GRAU


CXbd Cambissolo Haplico Tb distrofico III
FFc Plintossolo Petrico concrecionario IV
LVd Latossolo Vermelho distrofico II
LVw Latossolo Vermelho acrico II
PVAe Argissolo Vermelho-Amarelo eutrofico I
RLd Neossolo Litolico distrofico V

A Tabela 5.8 fornece os valores de classificação da suscetibilidade a processos


erosivos para as unidades geológicas seguindo a mesma metodologia de Macedo (2009).

51
Tabela 5.8 Classificação das Unidades Geológicas conforme o grau de suscetibilidade a erosão. Fonte:
Macedo (2009).
SIGLA GRUPO GEOLÓGICO GRAU
Mpci Canastra Indiviso III
Mpcicc Canastra Calcário IV
Mpcimm Canastra Mámore III
MPp Paracatu III
MPpa1 Conclomeráttica Ritmica IV
MPpa2 Paranoá 2 III
MPpa3 Paranoá 3 III
MPpa3qt Paranoá 3 I
MPpa4 Paranoá 4 III
MPpa4cc Paranoá 4 IV
MPpa4ct Paranoá 4 III
NQdl Coberturas Dentricas IV
Q2a Depositos Alunianares V
Qdi Coberturas Dentricas IV

Após a classificação e reclassificação com a utilização da ferramenta Reclassify, os


mapas foram cruzados gerando o mapa geopedológico, o qual foi posteriormente cruzado
com o mapa de declividade, a metodologia se baseou no cruzamento matricial utilizado por
Macedo (2009). As classes resultantes do mapa de suscetibilidade a erosão linear estão
descritas na Tabela 5.9.

Tabela 5.9 Cruzamento matricial considerando a vulnerabilidade das classes geopedológicas e declividade
em % (Macedo,2009).
CLASSES GEOLÓGICAS
GRAU I II III IV V
PEDOLÓGICAS

I I I III II III
CLASSES

II I II III II III
III I II III III III
IV II III III IV IV
V III III IV IV V
DECLIVIDADE
GRAU I (0-6) II(6-12) III(12-20) IV(20-30) V(>30)
GEOPEDOLÓGICAS

I I I III II III
CLASSES

II I II III II III
III I II III III III
IV II III III IV IV
V III III IV IV V

5.4.2 Suscetibilidade à Inundação

52
O mapa de suscetibilidade à inundação foi realizado mediante o cruzamento dos
mapas de declividade, uso e cobertura do solo e hipsométrico. O layer hipsométrico foi
gerado pela ferramenta Hillshade, por meio do MDE. O mapa de uso e cobertura foi
escalonado de acordo com o nível de impermeabilização do solo com valores de 1 a 5 (menos
impermeável a mais impermeável), para o de declividade e hipsométrico foram usados os
valores reais de declive (%) e elevação do terreno, respectivamente. Assim, os mapas foram
cruzados pelo Álgebra de Mapas com pesos equivalentes para cada um gerando o mapa final
de suscetibilidade a inundações, que por sua vez foi dividido em cinco categorias,
classificando as áreas em graus de probabilidade de risco.

5.4.3 Suscetibilidade a Ações Antrópicas

O mapa de suscetibilidade a ações antrópicas foi produzido a partir dos mapas


gerados de uso e cobertura do solo dos anos 2000, 2009 e 2020. Os graus de vulnerabilidade
foram estabelecidos seguindo as modificações antrópicas causadas no decorrer do tempo
pela a análise dos referidos mapas, para as classes de área urbana, agricultura e pastagem.
Essa progressão temporal foi entendida em transformações que antes eram naturais, como
florestal e campestre, e transformadas ou modificadas pelo ser humano. Tal atribuição pode
ser visualizada na Tabela 5.10.

Tabela 5.10 Graus de vulnerabilidade referentes as classes do mapa de suscetibilidade a ações antrópicas.

CLASSES GRAU
Áreas antropizadas entre 2000 e 2010 III
Áreas Antropizadas entre 2010 e 2020 V
Agricultura III
Pastagem IV
Campestre II
Florestal I

Para as áreas de atividade humana entre 2010 e 2020, foi atribuído um peso maior
pois são áreas que ainda estão em processo de consolidação e são mais afetadas pelo processo
de antropogenicidade. Áreas de pastagem e agricultura têm maior probabilidade de serem
afetadas pelo processo de erosão e tendem a ocorrer em áreas com pouca declividade. Para
áreas modificadas antes de 2010, levando em consideração o processo de urbanização já
consolidado, o peso atribuído foi menor. Já para a categoria solo exposto, não foi considerada
devido aos baixos valores de modificação durante os anos.

53
5.5 ANALYTIC HIERARCHY PROCESS (AHP) E ÁLGEBRA DE MAPAS

Esta etapa foi realizada para o cálculo dos pesos dos critérios para o mapa de aptidão
das áreas para implantação de aterro sanitário e para o peso dos mapas que compuseram o
mapa de vulnerabilidade ambiental. Após a definição das classes e níveis de aptidão e de
vulnerabilidade dentro de cada mapa e reclassificação dos valores, ponderou-se as variáveis
de acordo com o grau de importância relativa entre os critérios.
Foi utilizada a técnica baseada na lógica da comparação pareada, no qual os critérios
que influenciam a tomada de decisão são comparados dois-a-dois. A matriz quadrada (n x
n) de comparação entre os “n” critérios (fatores) foi construída para cada caso, na qual as
linhas e as colunas corresponderam aos critérios avaliados (na mesma ordem ao longo das
linhas e das colunas). O preenchimento considerou o grau de importância relativo entre os
pares de critérios.
O autovetor fornece a ordem de prioridade e o autovalor é a medida de consistência
do julgamento. O método da análise hierárquica busca o autovalor máximo, 𝜆 , que pode
foi calculado pela multiplicação da matriz de julgamentos pelo vetor coluna de prioridades
computado w, seguido da divisão desse novo vetor encontrado, Aw, pelo primeiro vetor w,
chegando-se ao valor de 𝜆 , segundo a Equação 5.7.


M ∗w= ʎ ∗w ⃪ ʎ = valor médio do vetor Equação 5.7

Onde,
Mp, é a matriz de comparação inicial (não normalizada) e w é o vetor de prioridades
dos critérios.
Após o agrupamento da matriz global de julgamentos, foi calculada a matriz
normalizada aplicando a Equação 5.8, que consiste em dividir cada valor da coluna da matriz
pela soma dos pesos dessa coluna. A partir da matriz normalizada, o peso final de cada
critério é calculado pela média aritmética de cada linha da matriz normalizada utilizando a
Equação 5.9.

𝑤 𝐶 =∑ 𝑖 = 1, … , 𝑚 Equação 5.8

∑ ( )
𝑤 (𝐶) = Equação 5.9

Onde C é o peso atribuído na comparação pareada dos critérios.

54
Após a comparação pareada, foi necessário calcular o índice de consistência (IC) da
avaliação e a razão de consistência (RC), conforme mostra a Equação 5.10 e 5.11. Como
regra geral, se a razão de consistência for menor do que 0.1, então há consistência para
prosseguir com os cálculos do AHP. Se for maior do que 0.1 recomenda-se que julgamentos
sejam refeitos até que o valor da consistência aumente.

𝐼. 𝐶. = Equação 5.10

𝑅𝐶 = Equação 5.11

Em que, IA é o índice aleatório tabelado que varia de acordo com a quantidade de


critérios utilizados.
Por fim, após os pesos gerados para cada critério, a soma ponderada é realizada com
o auxílio da ferramenta de Álgebra de Mapas em ambiente SIG, gerando o mapa de aptidão
geral da região, os resultados forneceram um mapa raster com células variando entre valores
mínimo e máximo de aptidão (1 a 5), e o mapa de vulnerabilidade ambiental variando em
valores de baixa a intensa (1 a 5) para o grau de vulnerabilidade.

5.6 EXCLUSÃO DE ÁREAS MENORES AS MÍNIMAS NECESSÁRIAS


PARA O ATERRO

Objetivando uma vida útil de 20 anos, foi necessário estimar o crescimento


populacional e a contínua geração de RSU (volume) durante o período para calcular a área
mínima do aterro sanitário. Para estimar a população do município em 2040, utilizou-se os
dados dos Censos Demográficos do IBGE dos anos 1991, 2000 e 2010. São considerados os
seguintes métodos, para projeção populacional: método aritmético, método da projeção
geométrica, método da taxa decrescente de crescimento e o logístico. Porém, o método
utilizado foi o de taxa decrescente de crescimento.
Na projeção aritmética, o crescimento populacional ocorre segundo uma taxa
constante. Enquanto na projeção geométrica o crescimento populacional é função da
população existente a cada instante. Utilizado para estimativas de menor prazo. O ajuste da
curva pode ser também feito por análise da regressão, calculada de acordo com a Equação
5.12 e 5.13.

55
.( )
𝑃𝑡 = 𝑃 . 𝑒 Equação 5.12

Onde:
𝑃𝑡: População estimada no tempo t.
𝑃 : População no penúltimo censo demográfico.
𝐾 : Taxa de crescimento anual (%).
t: Ano para o qual se deseja estimar a população.
𝑡 : Ano do penúltimo censo demográfico.

( ) ( )
𝑘 = Equação 5.13

Onde:
P1: População no último censo demográfico.
t1: Ano do último censo demográfico.

Com o objetivo de estimar a geração de resíduos sólidos nos próximos 20 anos


multiplicou-se a população projetada (hab.) de cada ano, obtida pela Equação 5.13, pelo
índice de geração per capita de resíduos sólidos urbanos (kg/hab/dia) disponível pela
ABRELPE (2019), obtendo a quantidade estimada de RSU que o aterro sanitário vai
suportar, com o somatório dos resíduos gerados nos 20 anos de vida útil do mesmo.
Com o objetivo de estimar a área necessária para o aterro sanitário, considerou-se a
adição de 20% na quantidade estimada de resíduos, devido ao volume de resíduos utilizados
como cobertura diária no aterro sanitário, obtendo a quantidade total de resíduos. Além, das
camadas de fundo e impermeabilização.
O cálculo do volume total de resíduos obtido foi realizado dividindo a quantidade
dos resíduos pela massa específica dos resíduos compactados e a obtenção da área útil, que
corresponde a área de disposição final dos resíduos, por meio da divisão do volume total de
resíduos pela altura útil. Esse cálculo vai permitiu a eliminação dos locais que não atendem
a área mínima necessária. Foram considerados um valor 30 % para a área operacional e uma
zona de segurança de 500 metros recomendada pela EPA (2016), que funciona como um
buffer ou uma zona tampão para minimizar possíveis impactos adversos.

56
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 MAPA DE USO E COBERTURA DO SOLO

As classificações temáticas geradas pelas imagens de satélite dos anos 2000, 2010 e
2020, resultou nos mapas de uso e cobertura do solo para cada ano, os quais podem ser
visualizados na Figura 6.1. Os valores obtidos das áreas nas diferentes classes temáticas dos
mapas possibilitaram a avaliação quantitativa da área em estudo. A Tabela 6.1 indica os
valores em quilômetros quadrados (km²) de acordo com a classe temática.

Figura 6.1 Mapas de Uso e Cobertura do solo.

Tabela 6.1 Quantitativo das classes de uso e cobertura do solo em km².


Uso e Cobertura do Área (km²)
Solo 2000 2010 2020
Florestal 696,18 595,82 510,07
Campestre 844,96 777,47 701,80
Agricultura 266,62 453,50 500,92
Pastagem 399,93 453,50 601,10
Área Ubana 264,52 272,49 291,73
Corpos D'água 107,08 92,24 68,68

57
Era esperado, para esta análise, o aumento significativo para a expansão urbana e
áreas agrícolas (agricultura e pastagem) e a perda decrescente de cobertura natural (florestal
e campestre) diante dos dados de crescimento populacional, tendência à urbanização e pelo
aumento da busca de áreas cultiváveis. É importante considerar a influência nos resultados
pelo uso de diferentes satélites para cada ano e a sazonalidade que a região apresenta,
podendo apresentar algumas variações entre os anos estudados devido à diferença da
resolução espacial e do período de registro das imagens de satélite.
Contudo, observou –se que a expansão urbana não sofreu um grande avanço em áreas
circundantes a já existentes e nem a ocupação de outras áreas além da sua zona adjacente,
mantendo a característica da região. Enquanto as áreas agrícolas, com a maior
representatividade, somando mais de 40 % da área do município, apresentou um grande
avanço. Com destaque para a pastagem, que apresentou um significativo crescimento
seguido da categoria de agricultura, conforme ilustra os gráficos na Figura 6.2.

2020
3%

11% 19%

22%
26%
19%

Figura 6.2 Gráficos da evolução temporal do uso e cobertura do solo e representação em % para 2020.

É possível observar graficamente a tendência do crescimento das áreas de agricultura


e pastagem na região em detrimento de outras áreas. Tal avanço antrópico foi muito
significativo nesse período de 20 anos, principalmente entre os anos de 2010 a 2020 em que
as áreas de pastagem ultrapassaram as áreas do tipo florestal.
Os corpos de água obtiveram uma perda da sua área que pode ser explicada pelo
aumento das zonas agrícolas ao decorrer dos anos. Já as áreas de cobertura natural,
apresentaram perca expressiva das suas áreas, com destaque para a campestre que representa
o cerrado da região. A área florestal também, teve diminuição ao decorrer dos anos
representando atualmente 19% da área total, o que indica a necessidade de preservação e
recuperação dessas áreas.

58
6.2 MAPA DE APTIDÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE ATERRO
SANITÁRIO

A partir dos layers classificados de distância de área urbana (C1), distância das vias
principais (C2), distância dos cursos de água (C3), distância de Unidades de Conservação
(C4), uso e cobertura do solo (C5), declividade (C6), pedologia (C7) e geologia (C8),
incluindo as restrições, a análise multicritério foi realizada. Para integrar todos os parâmetros
do método AHP, a tabela de comparação pareada foi construída o julgamento realizado de
acordo com a metodologia apresentada no item 5.5, conforme pode ser visto nas Tabelas 6.2
e 6.3.
Tabela 6.2 e 6.3 Matriz de julgamentos e matriz normalizada.
PAR A PAR - SUBCRITÉRIOS NORMALIZAÇÃO

C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8

C1 1 1/2 1/7 1/5 1/2 1/7 2 3 C1 0,04 0,04 0,03 0,02 0,02 0,06 0,06 0,08

C2 2 1 1/5 2 3 1/5 4 5 C2 0,08 0,08 0,05 0,23 0,12 0,08 0,13 0,13

C3 7 5 1 2 7 1/2 7 8 C3 0,28 0,39 0,24 0,23 0,29 0,19 0,22 0,21


C4 5 1/2 1/2 1 6 1/3 6 7 C4 0,20 0,04 0,12 0,12 0,25 0,13 0,19 0,18

C5 2 1/3 1/7 1/6 1 1/6 3 4 C5 0,08 0,03 0,03 0,02 0,04 0,06 0,10 0,10

C6 7 5 2 3 6 1 8 9 C6 0,28 0,39 0,47 0,35 0,25 0,39 0,25 0,23

C7 1/2 1/4 1/7 1/6 1/3 1/8 1 2 C7 0,02 0,02 0,03 0,02 0,01 0,05 0,03 0,05
C8 1/3 1/5 1/8 1/7 1/4 1/9 1/2 1 C8 0,01 0,02 0,03 0,02 0,01 0,04 0,02 0,03

Após o julgamento dos critérios de acordo com a importância relativa e a


normalização da matriz, foram calculados os parâmetros do método AHP, seguido do Índice
de Consistência (IC) e Razão de Consistência (RC), objetivando um valor menor que 0,1
para o RC. Conforme pode ser visto na Tabela 6.4, o valor de 0,0667 foi alcançado indicando
que o julgamento foi satisfatório.

Tabela 6.4 Tabela dos parâmetros calculados da AHP.

MÉDIA RESULTADO ʎ ʎmax IC RA RC


0,044 0,3658 8,3004
0,112 1,0206 9,1372
0,256 2,3753 9,2673
0,153 1,3404 8,7779
8,6579 0,0940 1,41 0,0667
0,058 0,4739 8,1818
0,326 2,9406 9,0111
0,030 0,2443 8,2188
0,021 0,1777 8,3685

59
Assim, o conjunto de pesos dos critérios foi alcançado por meio da comparação
pareada. Sabendo-se que a atribuição de valores foi realizada de maneira subjetiva, após
consultar as normativas sobre o assunto. Os valores obtidos revelaram a importância da
declividade em 32 %, seguido da distância dos cursos de água em 25 % e da distância das
unidades de conservação em 15 %, revelando um maior peso para os fatores ambientais
quando somados, conforme mostra a Tabela 6.5.

Tabela 6.5 Pesos finais dos critérios analisados pelo método AHP.

CÓD. Preferência Critério:

C1 0,0441 Distância da área urbana

C2 0,1117 Distância das vias principais


C3 0,2563 Distância dos cursos dágua
C4 0,1527 Distância de Unidades de Conservação
C5 0,0579 Uso e Ocupação do Solo
C6 0,3263 Declividade

C7 0,0297 Pedologia
C8 0,0212 Geologia

O critério de distância das vias principais obteve 11 % de importância, uma vez que
os custos com transporte e a infraestrutura das vias é um aspecto importante diante da
logística de um aterro sanitário. Uso e cobertura do solo, pedologia e geologia se mostraram
os quatros critérios com menor peso no processo de identificação de áreas adequadas,
revelando uma importância menor para os fatores físicos. Tal importância pode ser
justificada pela possibilidade de obras de engenharia e tecnologia que possibilitam
modificações e/ou construções que podem melhorar tais critérios.
Já a distância da área urbana, apresentou apenas 4,4 % de importância, um valor
relativamente baixo quando comparado com o de distância das vias principais. Porém, pode
ser explicado pelo fato do município ser em sua maioria de uso agrícola com apenas um
núcleo urbano, o que centraliza de qualquer maneira as atividades para essa região.
As restrições dos critérios utilizados resultaram na eliminação de 87 % da área do
município, refletindo como áreas proibidas para a implantação de aterro sanitário. Esse valor,
significativamente alto confirma a importância de estudos de localização de
empreendimentos de médio de grande porte como um local para disposição de RSU. Com a
utilização dos pesos dos critérios, obteve-se o mapa de aptidão final conforme mostra a
Figura 6.3.

60
Figura 6.3 Mapa de Aptidão Final para implantação do aterro sanitário.

Os valores de aptidão foram escalonados em (1) muito baixa, (2) baixa, (3) média,
(4) alta e (5) muito alta, o mapa de aptidão forneceu níveis de adequação com valores entre
1,48 (muito baixa) a 4,61 (alta). O que demonstra que nenhum local no município se
enquadra como muito alta aptidão, enquanto concentra os valores de alta aptidão na região
sudeste do mapa próximo a extensão da BR-010 e do limite do município com a região de
Formosa – GO.
Foram consideradas como resultados satisfatórios, apenas as áreas classificadas em
alta aptidão (com valores maiores ou igual a 4). Pode- se perceber que estão em zonas que
apresentam baixa declividade, próximo a via principal, com uma considerável distância da
APA Planalto Central e obedecendo as distâncias dos cursos de água. Em sua maioria, a
localização se deu em áreas agrícolas o que favorece a preservação das áreas campestres, ou
seja, do cerrado.
Os valores entre muito baixa e média aptidão, estão configurados principalmente em
áreas distantes da zona urbana o que torna uma vantagem em relação ao impacto que o
empreendimento causaria no ambiente social e uma desvantagem na questão logística.
Outros critérios que pesaram, para tais resultados, foram a distância de unidades de
conservação e uso e cobertura do solo.

61
6.3 VULNERABILIDADE AMBIENTAL

6.3.1 Mapa de Suscetibilidade a Erosão Laminar

Os fatores calculados para a composição do mapa erosão laminar estão ilustrados na


Figura 6.4, estes fatores compõem a Equação Universal de Perda do Solo (EUPS) conforme
explicitado no item 3.5.1.1.
.

Figura 6.4 Fatores da EUPS

Os valores do fator R variaram de 7133 a 9468 MJ.mm/ha.ano, bem próximos aos


calculados por Aquino et al. (2012), com os maiores valores concentrados na região norte
do município. Já o mapa de erodibilidade do solo, reflete os valores atribuídos na literatura
para o fator K. Sendo valores tipicamente baixos, por isso, entende-se que o município
apresenta, predominantemente baixa suscetibilidade à erosão pelo fator K.
O fator LS é de suma importância no comportamento da erosão hídrica, pois reflete
a velocidade de escoamento superficial. Cerca de mais de 50 % da região analisada apresenta
valores abaixo de 13, o que sugere níveis de baixo a moderado quanto a suscetibilidade. No

62
entanto, os outros 50 % da área apresentam valores de LS superiores a 13, representando os
locais onde o fluxo superficial é mais elevado. O fator C reflete diretamente o nível de
cobertura vegetal da região, também estando ligado aos valores do fator P que apresenta
valores altos de suscetibilidade.
A distribuição espacial da perda de solo, mediante o cruzamento de todos os fatores,
pela álgebra de mapas, pode ser visualizado como o mapa de suscetibilidade a erosão laminar
na Figura 6.5. Seus valores são avaliados de maneira qualitativa, devido às limitações da
EUPS quanto ao seu potencial erosivo, adotando-se a classificação por meio dos intervalos
utilizados por Diniz (2016). No município estudado, há o predomínio para suscetibilidade
grau I em torno de 50% da área, e de grau III a V nos outros 50%, confirmando as
características dos fatores utilizados como LS, K e R.

Figura 6.5 Mapa de suscetibilidade a erosão laminar.

6.3.2 Mapa de Suscetibilidade a Erosão Linear

O mapa de suscetibilidade a erosão linear foi obtido a partir do cruzamento matricial


dos mapas de geopedologia e de declividade, expressos na Figura 6.6. Ambos os mapas
apresentam grau III a V na região oeste do município, enquanto na região leste os valores de
suscetibilidade variam de I a II. Tais atributos, levam em consideração as características do

63
solo da região apresentando um valor considerável de suscetibilidade a erosão. O cruzamento
dos mapas pode ser visualizado na Figura 6.7.

Figura 6.6 Mapas de geopedologia e declividade classificados quanto ao grau de suscetibilidade a erosão.

Figura 6.7 Mapa de suscetibilidade a erosão linear.

64
Percebe-se que as áreas de maior abrangência com valores de moderada a intensa
suscetibilidade a erosão linear refletem a forte influência da declividade, combinadas com
as características de pedologia e geologia da região. Tais regiões abrangem as áreas de
deflexão topográfica e cursos de água que podem ser agentes influenciadores no processo de
erosão linear.

6.3.3 Mapa de Suscetibilidade à Inundação

O mapa de suscetibilidade a inundação, foi gerado a partir da hipsometria,


declividade e impermeabilização do uso e cobertura do solo. O resultado pode ser
visualizado na Figura 6.8, refletindo o risco de inundação próximo ao corpo hídrico da região
combinado com a impermeabilização gerada pela área urbana. O que ocasiona um grau IV
nessas regiões, e de muito baixo a baixo nas demais áreas, sendo um reflexo das bordas das
zonas de uso muito impermeável como as áreas urbanas. Porém, recomenda-se estudos
hidrológicos e hidráulicos para melhores resultados.

Figura 6.8 Mapa de suscetibilidade a inundação.

65
6.3.4 Mapa de Suscetibilidade a Ações Antrópicas

A partir da reclassificação dos mapas de uso e cobertura do solo e das variações


ocorridas entre os anos de 2000, 2010 e 2020, obteve-se o mapa de suscetibilidade a ações
antrópicas apresentado pela Figura 6.9.

Figura 6.9 Mapa de Suscetibilidade a ações antrópicas.

Observa-se que o ambiente foi antropizado, principalmente, devido a modificação da


paisagem pelo avanço do uso do solo para pastagem e agricultura, sendo áreas com graus de
moderado a intensa suscetibilidade. O quantitativo de crescimento urbano não foi muito
significativo entre os anos analisados, apresentando moderada suscetibilidade antrópica.

6.3.5 Mapa de Vulnerabilidade Ambiental

A partir dos layers classificados de suscetibilidade a erosão laminar (EA), a erosão


linear (EI), a ações antrópicas (AA) e a inundação (IN), a análise multicritério foi realizada.
Para integrar todos os parâmetros do método AHP, a tabela de comparação pareada foi
construída o julgamento realizado de acordo com a metodologia apresentada no item 5.5,
conforme pode ser visto nas Tabelas 6.6 e 6.7.
66
Tabela 6.6 e 6.7 Matriz de julgamentos e matriz normalizada.
PAR A PAR - CRITÉRIOS NORMALIZAÇÃO

EA EI IN AA EA EI IN AA

EA 1 7 3 2 EA 0,51 0,44 0,41 0,57


EI 1/7 1 1/3 1/5 EI 0,07 0,06 0,05 0,06
IN 1/3 3 1 1/3 IN 0,17 0,19 0,14 0,09
AA 1/2 5 3 1 AA 0,25 0,31 0,41 0,28

Após o julgamento dos critérios de acordo com a importância relativa e a


normalização da matriz, foram calculados os parâmetros do método AHP, seguido do Índice
de Consistência (IC) e Razão de Consistência (RC), objetivando um valor menor que 0,1
para o RC. Conforme pode ser visto na Tabela 6.8, o valor de 0,0228 foi alcançado indicando
que o julgamento foi satisfatório.
Tabela 6.8 Tabela dos parâmetros calculados da AHP.
MÉDIA RESULTADO ʎ ʎmax IC RA RC

0,480 1,963 4,093

0,059 0,240 4,045 4,064 0,0214 0,9000 0,0238


0,147 0,589 4,015
0,314 1,290 4,104

Assim, o conjunto de pesos dos critérios foi alcançado por meio da comparação
pareada. Os pesos obtidos para os 4 parâmetros, segundo a matriz de julgamentos, e usados,
em seguida, pela ferramenta de álgebra de mapas do constam na Tabela 6.9.

Tabela 6.9 Pesos calculados pelo método AHP.


COD Preferência Critério:
EA 0,4800 Suscetibilidade a Erosão Lainar
EI 0,0590 Suscetibilidade a Erosão Linear
IN 0,1470 Suscetibilidade a Inundação
AA 0,3140 Suscetibilidade a Ações Antrópicas

Os valores obtidos revelaram a importância EA em 48 %, seguido da AA em 31,4


% e da IN em 15 %, e o menor peso para EI com 5,9% de importância, a soma ponderada
dos fatores resultou no mapa de vulnerabilidade ambiental, conforme mostra a Figura 6.10.

67
Figura 6.10 Mapa de Vulnerabilidade Ambiental

De acordo com a Figura 6.10, o grau de vulnerabilidade predominante é o moderado


(II), representado por áreas correspondentes ao tipo campestre e florestal. As áreas com o
grau de vulnerabilidade alto (IV) referem-se às áreas de elevada declividade e características
de solo erosivo, enquanto que o grau de vulnerabilidade baixo (I) e muito baixo (II) estão
relacionados, com as áreas agrícolas, principalmente de agricultura.
Observa-se que a região apresenta, majoritariamente, grau de muito baixa a moderada
suscetibilidade a vulnerabilidade ambiental sendo um bom parâmetro para subsidiar estudos
e pesquisas. No entanto, esses valores são entendidos como possíveis causas da degradação
que justificam-se pelo crescimento populacional e pelo aumento da densidade demográfica,
considerando o manejo inadequado dos solos, desmatamentos, falta de infraestrutura para
habitação, e pela erosão laminar (Aquino, et al., 2017).

6.4 ÁREAS FAVORÁVEIS PARA IMPLANTAÇÃO DE ATERRO


SANITÁRIO

A projeção populacional utilizada pelo método decrescente, forneceu um quantitativo


de 120.265,74 habitantes para o município de Planaltina no ano de 2040, que considera uma

68
população de saturação de 175.797,1 habitantes. A Figura 6.11 mostra os valores calculados
por diferentes métodos populacionais, o método decrescente foi escolhido por estimar
igualmente ao IBGE para o ano de 2020, além de apresentar valores mais aproximados do
verdadeiro.

Figura 6.11 Gráfico dos métodos de projeção populacional para Planaltina – GO.

Após a estimativa da população para os próximos 20 anos, obteve-se uma geração


acumulada de 634 mil toneladas de RSU para o período, o que permitiu calcular a área
mínima necessária para o aterro, conforme mostra os valores nas Tabelas 6.10 e 6.11.

Tabela 6.10 Calculo da geração de RSU para os próximos 20 anos.

69
Tabela 6.11 Calculo da área mínima necessária para o aterro sanitário.
DIMENSIONAMENTO CÉLULA PARA 20 ANOS
DADOS
Camadas de
Altura camada de
Fator compactação Inclinação talude Altura camada [m] cobertura
cobertura [m]
necessárias
1 t/m³ 1 5 1 4,0
CÉLULA INFERIOR (DE FUNDO)
a b h A B
100 100 10 200 200
CÉLULA SUPERIOR
a b h A B
100 100 20 200 200
CAMADAS DE COBERTURA (Cc) E IMPERMEABILIZANTE (Ci)
Volume Cc [m³] Volume Ci [m³]
93.333,33 46.666,67
ÁREA NECESSARIA CÉLULA [m²] 40.000
ÁREA UNIDADE DE APOIO [m²] - 30% 12.000

BUFFER ZONE (m) = 500

COMPRIMENTO/LADO (m) = 228,04

ÁREA TOTAL (m²) = 504100

ÁREA TOTAL (m²) = 50,41

Portanto, a área mínima necessária para o aterro com vida útil de 20 anos é de 50 ha.
A partir do mapa de aptidão final, foi gerado um grid que compreendeu polígonos de área
equivalente a fim de excluir as áreas que não atendessem essa demanda. As áreas utilizadas
foram a de valor acima de 4 (alta aptidão) que forneceram um total de 31 áreas favoráveis
para implantação de aterro sanitário, conforme mostra a Figura 6.12

Figura 6.12 Áreas de alta aptidão que possuem 50 hectares.

70
Enumeradas de 1 a 31, as áreas identificadas como favoráveis estão localizadas
próximas a via BR-010, com baixa declividade e em áreas do tipo agricultura e pastagem, o
que revela que atendeu as principais normas técnicas, além de cumprir as restrições
estabelecidas. Totalizando uma área de 1.550 hectares identificados como alta aptidão,
confirmando que as características e propriedades dos locais apresentados corroboram com
a metodologia utilizada nesta pesquisa.
A Figura 6.13 apresenta as 31 áreas identificadas como favoráveis e a comparação
com o grau de vulnerabilidade gerado para a mesma região, servindo como um parâmetro
auxiliar no processo de escolha das áreas.

Figura 6.13 Mapa de comparação entre as áreas favoráveis e o grau de vulnerabilidade.

A comparação permite identificar que a maioria das áreas enumeradas de 1 a 31,


enquadram-se no grau de baixa vulnerabilidade ambiental, com exceção das áreas 8, 14, 16,
21, 27 e 1 que apresentam moderada vulnerabilidade. Os resultados demonstram que é
necessária e fundamental a realização de visitas, experimentos e atividades in loco que
analisem as reais condições das áreas identificadas, uma vez que os dados utilizados podem
possuir variações como permeabilidade do solo.
Do ponto de vista da gestão territorial, a localização da melhor área para deposição
de RSU é decisiva. Os resultados obtidos apresentam a integração de aspectos ambientais,

71
socioeconômicos e físicos, além da utilização de um parâmetro extra como auxiliador no
processo decisivo que é o mapa de vulnerabilidade ambiental.
Para o Aterro Sanitário Norte, foi identificado que o mesmo se encontra dentro da
área da APA Planalto Central, ou seja, uma área restritiva à implantação de aterros sanitários.
Utilizando o mapa de aptidão e de vulnerabilidade ambiental gerados, verifica-se a existência
de possibilidades de áreas que poderiam ser utilizadas para a disposição final de resíduos no
município. Verifica-se, também, a necessidade de fechamento do atual aterro, com medidas
de recuperação da área indevidamente utilizada.

72
7 CONCLUSÃO

Os resultados mostram que, apesar das limitações quantitativas, o uso de modelos


empíricos, como a equação EUPS, relacionados ao SIG podem ser usados como uma
ferramenta eficaz para avaliar a vulnerabilidade à erosão do solo, a fim de determinar a taxa
de erosão hídrica causada pelo uso atual do solo. Assim como os mapas de susceptibilidade
à erosão linear, mapas de susceptibilidade a inundações e de ações antrópicas, como
ferramentas que visam subsidiar análises ambientais.
A análise confirmou que o estudo da vulnerabilidade ambiental é um método eficaz
para auxiliar no planejamento territorial ambiental, podendo analisar as potencialidades e
limitações do meio ambiente. Por meio da análise de variáveis físicas e dados obtidos em
estudo de campo, também é possível entender melhor os processos que podem levar à
degradação da área, bem como as áreas mais favoráveis e menos favoráveis para sua
ocupação.
Conforme indicado pelas características da região a área de estudo é considerada de
alto valor ambiental por estar localizada na APA Planalto Central, por também possuir vasta
paisagem natural, características típicas do Cerrado, e grande biodiversidade.
Os resultados mostraram que a análise multicritério, mais especificamente o método
AHP, fornece uma abordagem flexível para lidar com questões quantitativas, qualitativas e
contraditórias complexas e, combinada com o SIG, fornece uma ferramenta poderosa para
localizar áreas favoráveis para aterros sanitários de RSU. Assim, diferentes critérios podem
ser usados com sucesso para determinar a adequação do terreno para selecionar o local do
aterro sanitário de RSU. Multiplicar a camada de restrição com base na exclusão das áreas
restritivas elimina a fraqueza do método AHP em ignorar áreas não exploráveis na
determinação do local apropriado para o aterro.
O mapa final de adequação de terrenos para aterro em Planaltina - GO apresentou 31
locais identificados como de alta aptidão, nos quais o melhor local pode ser selecionado por
estudos aprofundados e observação de campo. Apesar de subjetivo, a vantagem desse
método é que, como o valor do julgamento da comparação de paridade é baseado na
experiência, intuição e dados físicos, a AHP pode lidar com os aspectos qualitativos e
quantitativos dos problemas de tomada de decisão. Portanto, a aplicação do processo de
hierarquia analítica incorpora e mede todos os fatores importantes, sejam tangíveis ou

73
intangíveis, qualitativos ou quantitativos, e podem ser usados para se aproximar de modelos
realistas.
Em relação à aplicabilidade, ao uso das ferramentas e do auxílio do mapa de
vulnerabilidade ambiental no processo de seleção de um aterro favorável, concluiu-se que
os parâmetros utilizados foram válidos e suficientes para garantir que o objetivo final fosse
alcançado. Considerando as áreas vulneráveis aos impactos ambientais, os métodos aqui
utilizados são úteis para o apoio a tomada de decisões, a até a replicação em outras áreas de
estudo com o objetivo de evitar elevadas degradações ambientais e minimizar possíveis
ações de mitigação e compensação. Recomenda –se, um estudo para verificar os impactos
causados pela locação do Aterro Sanitário Norte em Área de Proteção Ambiental.

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