2020 SamiraPinhoBezerraAndrade TCC
2020 SamiraPinhoBezerraAndrade TCC
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
BRASÍLIA/DF: DEZEMBRO/2020
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
APROVADA POR:
_________________________________________
WAGNER SANTOS DE ALMEIDA, DSc (UNB)
(ORIENTADOR)
________________________________________
ELEUDO ESTEVES DE ARAÚJO SILVA JUNIOR, Dr (UNB)
(EXAMINADOR INTERNO)
_________________________________________
RICARDO TEZINI MINOTI, Dr (UNB)
(EXAMINADOR INTERNO)
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
ANDRADE, SAMIRA PINHO BEZERRA DE
Escolha de Áreas Favoráveis para Implantação de Aterro Sanitário em Planaltina –
(GO).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CESSÃO DE DIREITOS
_____________________________
Samira Pinho Bezerra de Andrade
[email protected]
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter sido e ser o meu sustento em todos os momentos com sua infinita
misericórdia e amor, me fortalecendo, me guiando, me dando o equilíbrio necessário para
superar as dificuldades, oportunizando esse momento ímpar em minha vida e me permitindo
crescer cada vez mais. É e sempre será a minha maior prioridade, sem dúvidas, não chegaria
aqui sem Ele.
À minha família, em especial aos meus pais Sandy e Maria do Socorro que em todo
o tempo me apoiaram e ajudaram dando todo o suporte para que eu conseguisse e consiga
alcançar meus objetivos; também ao meu marido Wallace, que sempre paciente me ajudou,
me apoiou e contribuiu diretamente para que eu chegasse até aqui; e a minha irmã Sarah que
com sua parceria me auxiliou em muitos momentos e dedicou esforços para que eu pudesse
alcançar esse tão desejado sonho.
Ao meu orientador Wagner que com sua vasta experiência e grande conhecimento,
me orientou a escolher os melhores caminhos e me deu as dicas necessárias para o sucesso
de meu trabalho. Ao meu coorientador Francisco pois sua ajuda foi de grande valia,
determinante para a realização deste trabalho de conclusão de curso.
Aos professores e colegas da UnB e da UFCG, foram sem dúvidas importantíssimos
para a superação dos desafios, das provas, dos trabalhos, dos projetos. O companheirismo, a
solicitude, elementos determinantes para amenizar a dor de todo o esforço empregado nesses
anos de trabalho e dedicação para o alcance desse objetivo. Levarei para toda minha vida
essa incrível experiência e sem dúvidas será motivo de saudade e muito orgulho.
iv
RESUMO
v
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 3
vi
5 METODOLOGIA........................................................................................................ 40
5.3.1 Definição dos Critérios e Restrições para escolha das áreas ............... 44
5.3.2 Padronização dos Critérios e Exclusão das Restrições ........................ 46
7 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 75
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 Disposição final de resíduos urbanos no Brasil por tipo de destinação (t/ano) em
2018. .................................................................................................................................... 10
Figura 3.2 Esquema dos Planos de RS. ............................................................................... 14
Figura 3.3 Relação entre o Geoprocessamento e as Geotecnologias .................................. 20
Figura 4.1. Mapa de localização do município de Planaltina (GO). .................................. 30
Figura 4.2. Municípios do Goiás integrantes da RIDE/DF. ................................................ 31
Figura 4.3 Mapa Hidrográfico das principais Sub-Bacias que integram o município de
Planaltina – GO. .................................................................................................................. 33
Figura 4.4 Mapas de geologia e pedologia da área de estudo. ............................................ 34
Figura 4.5 Mapa de Localização da APA Planalto Central com foco em Planaltina – GO. 35
Figura 4.6 Vias de acesso de Planaltina - GO ..................................................................... 35
Figura 4.7 e 4.8 Células do Aterro sem cobertura diária e chorume fora das lagoas de
percolação. ........................................................................................................................... 38
Figura 4.9 Localização do Aterro Sanitário Norte. ............................................................. 39
Figura 5.1. Metodologia utilizada........................................................................................ 40
Figura 5.2. Etapas para elaboração do mapa de uso e cobertura do solo (Adaptado Almeida
et al, 2012). .......................................................................................................................... 42
Figura 5.3. Classes da cobertura e do uso da terra (adaptado). Fonte: (IBGE, 2013). ........ 43
Figura 5.4. Fluxograma com as categorias para localização de locais para aterros sanitários.
............................................................................................................................................. 44
Figura 5.5 Layers dos critérios utilizados............................................................................ 45
Figura 5.6. Critérios: (C1) Área Urbana; (C2) Vias Principais; (C3) Cursos D’água; (C4)
APA Planalto Central; (C5) Uso e Cobertura do Solo; (C6) Declividade %; (C7) Pedologia
e (C8) Geologia e Restrições. .............................................................................................. 47
Figura 6.1 Mapas de Uso e Cobertura do solo. ................................................................... 57
Figura 6.2 Gráficos da evolução temporal do uso e cobertura do solo e representação em %
para 2020. ............................................................................................................................ 58
Figura 6.3 Mapa de Aptidão Final para implantação do aterro sanitário. ........................... 61
Figura 6.4 Fatores da EUPS ................................................................................................ 62
Figura 6.5 Mapa de suscetibilidade a erosão laminar. ......................................................... 63
viii
Figura 6.6 Mapas de geopedologia e declividade classificados quanto ao grau de
suscetibilidade a erosão. ...................................................................................................... 64
Figura 6.7 Mapa de suscetibilidade a erosão linear. ............................................................ 64
Figura 6.8 Mapa de suscetibilidade a inundação. ................................................................ 65
Figura 6.9 Mapa de Suscetibilidade a ações antrópicas. ..................................................... 66
Figura 6.10 Mapa de Vulnerabilidade Ambiental ............................................................... 68
Figura 6.11 Gráfico dos métodos de projeção populacional para Planaltina – GO............. 69
Figura 6.12 Áreas de alta aptidão que possuem 50 hectares. .............................................. 70
Figura 6.13 Mapa de comparação entre as áreas favoráveis e o grau de vulnerabilidade. .. 71
ix
LISTA DE TABELAS
x
LISTA DE EQUAÇÕES
xi
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURAS E ABREVIAÇÕES
xii
1 INTRODUÇÃO
1
Ainda neste âmbito, a escolha de áreas para ordenação final de resíduos sólidos, é
capaz de servir-se de modernas ferramentas computacionais, como por exemplo os
algoritmos de geoprocessamento, por onde é possível observar a melhoria na qualidade dos
resultados e a simplificação em todo o processo operacional. Buscando coletar, armazenar e
processar dados geocodificados, o Geoprocessamento, no manejo da informação
georreferenciada, se utiliza de diferentes técnicas, instrumentos, hardware e software (Born,
2013).
A vulnerabilidade ambiental é o resultado da integração de fatores que correspondem
a dados como declividade, pedologia, uso do solo, dados esses que correspondem a maioria
dos critérios técnicos exigidos pelas normas brasileiras para instalação de aterros sanitários
(Ross, 2011). Em resumo, a integração de dados obtidos dos sistemas de informação
geográfica e a utilização de ferramentas que agilizem essa integração compõem a avaliação
de vulnerabilidade ambiental, permitindo ao pesquisador e observação do dinamismo destes
sistemas e os reais riscos a que estes estão susceptíveis (Aquino, et al., 2017).
De tal modo, caracterizadas pela aptidão em analisar complicados problemas, têm-se
as ferramentas de apoio à decisão, que se baseiam em critérios aos quais conforme a teoria
da decisão, representam um suporte mensurável e avaliável para uma decisão, constituindo
assim um fator ou restrição, onde as variáveis são classificadas numa “pontuação” de aptidão
que mantém a área primária de análise, não eliminando nenhuma porção (Lupatini, 2002).
Para superar esses desafios, muitos estudos de seleção de aterros têm usado Sistemas
de Informação geográfica (SIG) e análises multicritério. O AHP (Analytic Hierarchy
Process) é uma ferramenta de análise multicritério para a tomada de decisão, que pode ser
usada para resolver problemas complexos e contraditórios (Saaty, 1991). O SIG pode
facilmente armazenar, recuperar, processar e analisar grandes quantidades de dados em
formato digital, espacial ou geográfico, e resumir suas informações em um mapa. O uso das
ferramentas SIG e AHP tem a capacidade de gerenciar e processar uma grande quantidade
de informações, resolvendo assim o complexo problema de impacto dos critérios definidos
(Islam, et al., 2020).
2
2 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo geral a identificação de áreas favoráveis para
implantação de aterro sanitário do Município de Planaltina, no Estado de Goiás, com a
utilização de algoritmos de geoprocessamento existentes em Sistemas de Informações
Geográficas (SIG) e análise multicritério.
2.3 HIPÓTESE
3
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4
Em 1967 o Decreto Federal n° 248, uma das primeiras diretrizes no Brasil que
instituiu normas sobre o saneamento básico, assentia apenas os serviços de água e
esgotamento sanitário como saneamento básico, enquanto os serviços de drenagem urbana
e de manejo de resíduos sólidos urbanos (RSU) foram ignorados (BRASIL, 1967). Quando
comparadas as frentes de abastecimento de água e o esgotamento sanitário, é justificável
considerar e perceber que o manejo de resíduos sólidos ocuparam um posicionamento
secundário em relação ao saneamento (Nagashima, et al., 2011).
Pode-se afirmar que a limpeza urbana é o conjunto de atividades de coletas
domiciliares de lixo, coleta de material reciclável, resíduos especiais, como por exemplo o
resíduo hospitalar. Do mesmo modo, recolhendo os resíduos de origem pública, que são
descartes de lixo inadequado e ainda de capina pública e varrição. A manutenção e pintura
de meios-fios, roçadas, manutenção em taludes e beira de estradas, a higienização de
monumentos e logradouros públicos e limpeza de praias, além da manutenção dos sanitários
públicos da cidade também estão incluídos (Furstenau & Fofonka, 2012).
Historicamente, o investimento em saneamento aconteceu de modo pontual no
Brasil, sendo predominantemente realizado pelo setor público. Além disso, soma-se o fato
de que a ausência de uma definição clara das responsabilidades peculiares à União, Estados,
Distrito Federal e Municípios tornou difusa a aplicação dos recursos em saneamento, não
respeitando uma visão de planejamento global dos investimentos. O setor também foi
marcado pela baixa capacidade de endividamento das organizações estatais e a pequena
participação do setor privado (Leoneti, et al., 2011).
De acordo com a ABRELPE (2019), relacionado aos serviços de limpeza urbana e
manejo de resíduos sólidos, o Brasil manteve uma cobertura um pouco acima de 90% de
abrangência de coleta de RSU. Contudo, os índices de disposição final ambientalmente
adequada ainda são baixos, de forma que 40,9% da geração de RSU, ainda são dispostos em
lixões ou aterros controlados. A disposição inadequada de RSU pode gerar custos sociais e
custos privados. No Brasil, alagamentos causados pela conjunção mudanças
climáticas/disposição inadequada de resíduos que afetam tanto consumidores quanto
empresas, quando os danos em infraestrutura são capazes de comprometer o escoamento
(Vital, et al., 2014).
O plano de saneamento básico é a ferramenta fundamental da política pública de
saneamento e obrigatório para a contratação ou concessão desses serviços. A política e o
plano devem ser elaborados pelos municípios individualmente ou organizados em consórcio,
e essa responsabilidade não pode ser delegada. O compromisso coletivo da sociedade em
5
relação à forma de construir o saneamento deve ser expresso no documento. Deve-se então,
partir da análise da realidade e traçar os objetivos e estratégias para transformá-la
positivamente e, assim, atingir as metas traçadas (Instituto Trata Brasil, 2012).
A definição de Resíduos Sólidos (RS) é esclarecida pela norma técnica NBR 10.004
da ABNT (2004) como resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades
de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Abrangendo os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, os gerados em
controle de poluição, além de líquidos que exijam, em face à melhor tecnologia disponível,
soluções de tratamento técnica e economicamente inviáveis.
No âmbito da Lei N° 12.305 de 2010, a Política Nacional dos Resíduos Sólidos
(PNRS) acresce na definição de RS, os gases contidos em recipientes (BRASIL, 2010). Essa
definição torna notório o enredamento e a variedade que tange o assunto de RS. Assim, a
referida Lei classifica em seu artigo 13 os RS quanto a sua origem e periculosidade da
seguinte maneira:
Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classificação:
I - Quanto à origem:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências
urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros
e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados
nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais;
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme
definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e
do SNVS;
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e
demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e
escavação de terrenos para obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios;
II - Quanto à periculosidade:
6
a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo
risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou
norma técnica;
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”. (BRASIL,
2010).
7
acondicionamento, coleta, transporte, tratamento, recuperação de energia e destinação final
de resíduos sólidos.
Por meio de técnicas e metodologias mais compatíveis com a dinâmica local, a gestão
integrada de resíduos significa articular ações operacionais, normativas, econômicas e de
planejamento que um município desenvolve, baseada em critérios sanitários, ambientais e
financeiros, no que tange à coleta, ao tratamento e à disposição do lixo em uma cidade, isto
é, acompanhar de maneira criteriosa todo o ciclo dos resíduos, da geração até a disposição
final (Jacobi & Besen, 2011).
A gestão de resíduos é altamente inspirada na “hierarquia de resíduos sólidos”,
conforme preconiza a PNRS, uma filosofia que prioriza práticas que incluem desde a
prevenção de resíduos até a sua disposição final no aterro. No entanto, a hierarquia de
resíduos sólidos não fornece uma base suficiente para a elaboração de políticas de resíduos
e recursos em relação à redução absoluta na produção de material, ou seja, o desperdício
zero (Gharfalkar, et al., 2015).
8
observando normas operacionais específicas, deve, evitar danos ou riscos à saúde pública,
a segurança e minimizar os impactos ambientais adversos.
Desta forma, é atribuição da esfera pública a limpeza urbana e o manejo dos resíduos
sólidos, sob a responsabilidade dos municípios. Porém, a realidade brasileira é outra e
preocupante, particularmente em zonas urbanas onde as opções para a destinação final de
rejeitos tornam-se cada vez mais difíceis, contribuindo para descarregamentos ilícitos para
todo tipo de categoria de resíduos. Refletindo negativamente em consequências ambientais,
algumas até irreversíveis. E como resultado a maioria dessas áreas afetadas vão ter a
necessidade de recuperação, com elevados custos operacionais e impasses técnicos
(Sánchez, 2013).
A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico de 2008 realizada pelo IBGE,
considerou como unidades de destinação final: aterros controlados, aterros sanitários,
unidades de compostagem, unidades de tratamento por incineração, unidades de triagem para
reciclagem, vazadouros a céu aberto, vazadouros em áreas alagáveis, entre outras unidades
de destinação. Os aterros sanitários, os aterros controlados e os lixões são utilizados no Brasil
para a disposição final de RSU. A relação custo-benefício na escolha do tipo de depósito de
lixo para os municípios envolve dois componentes com alto potencial poluidor, o lixiviado
e o biogás (Mendonça, et al., 2017). O procedimento de disposição dos resíduos sólidos
exige estudos e ações que se embasem na correta disposição final em aterros sanitários
(Dalmas, et al., 2011).
A ausência ou a inconformidade do sistema de gerenciamento de resíduos termina
sendo um reflexo de alguns fatores, tais como a baixa capacidade orçamentária municipal,
insuficiência de pessoal especializado, falha das instituições relacionadas as questões
municipais e também a distância da população quanto aos problemas ambientais devido a
carência de conscientização, resultando na formas incorretas de destinação final (Barros,
2012).
Apesar de anos após o estabelecimento da PNRS com o intuito de encerramento de
lixões, ainda é uma realidade a existência desse tipo de disposição. O lixão, ou também
comumente chamado de vazadouro a céu aberto, é uma forma inadequada de disposição final
de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o solo, sem
medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública (IPT, 2018). Não existe nenhum
controle quanto aos tipos de resíduos depositados e quanto ao local de disposição dos
mesmos. Pode haver outros problemas associados, como vetores de veiculação de doenças,
a presença de catadores, além de riscos inerentes às características do local.
9
Já o aterro controlado, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, é
uma área empregada para a descarga dos RSUs, em que os resíduos são posteriormente
cobertos com uma camada de terra, de maneira a evitar danos à saúde pública e minimizar
os impactos ambientais, porém sem a devida impermeabilização do solo e ausência de
sistemas de captação para percolado e biogás (IBGE, 2010). A condição de um aterro
controlado precisa ser tida como provisória, pois pode poluir o ar, águas superficiais e
subterrâneas (BRASIL, 2010).
De acordo com Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil realizado pela ABRELPE
(2019), apenas 92% dos 79 milhões de toneladas de RSU gerados no Brasil em 2018 foram
coletados. Desses resíduos coletados, apenas 59,5% receberam destinação adequada nos
aterros sanitários, enquanto cerca de 17,5% ainda vai para lixões como disposição final e 23
% ainda é destinado para aterros controlados. Os dados mostram a disposição final de RSU
coletados no Brasil (toneladas/dia), por tipo de destinação, conforme mostra a Figura 3.1.
Figura 3.1 Disposição final de resíduos urbanos no Brasil por tipo de destinação (t/ano) em 2018.
Fonte: (ABRELPE, 2019)
10
compactação dos resíduos no solo em forma de células, e envolve a impermeabilização do
solo por meio de geossintéticos para evitar a propagação do chorume, a compactação e
cobertura diária das células, a coleta e o tratamento de gases e do chorume, como as
principais técnicas sanitárias responsáveis por evitar os aspectos negativos da disposição
final dos rejeitos (Portella & Ribeiro, 2014).
Entretanto, apesar de ser uma opção legalmente elencada, os aterros sanitários
apresentam algumas desvantagens, como a geração de odores característicos, a possibilidade
riscos aos trabalhadores, a necessidade de grandes áreas para o empreendimento e ainda a
possibilidade de resistência por parte da população circunvizinha, a expressão internacional
conhecida como “Not in My Back Yard” (NINBY), que significa, “Não no Meu Quintal”
(Silva, 2018).
É importante salientar que a disposição final dos rejeitos é necessária e devida,
mesmo ocorrendo o tratamento dos RSU, ressaltando que essas etapas integram o processo
como um todo e por isso não são excludentes, visto que devem ser conduzidos para a
disposição final, nesse caso o aterramento, os rejeitos pós sistema de tratamento, de
reciclagem e de reaproveitamento, somente após esgotadas essas possibilidades (BRASIL,
2010).
Portella (2014) afirma que a destinação para o aterro sanitário precisa ser associado
à coleta seletiva de lixo para reciclagem, o que permite que sua vida útil seja dilatada, além
do aspecto altamente positivo de se implantar uma Educação Ambiental, desenvolvendo
coletivamente uma consciência ecológica da comunidade. Segundo Barros (2012), é de
responsabilidade do setor público o incentivo, o desenvolvimento e a difusão de ações em
busca de alternativas para redução, reciclagem e reaproveitamento de RS junto às fontes
geradoras, reavaliando as possibilidades, promovendo a diminuição de volumes e garantindo
o tratamento antes da disposição final, de modo que sejam aterrados apenas os rejeitos.
11
a) Unidades operacionais:
Células de lixo domiciliar: é constituída pelos resíduos aterrados e a camada de
cobertura;
Células de lixo hospitalar (caso o Município não disponha de processo mais efetivo
para dar destino final a esse tipo de lixo);
Impermeabilização de fundo (obrigatória) e superior (opcional);
Camada de cobertura e cobertura final: compõe-se de material inerte formando as
células;
Sistema de coleta e tratamento dos líquidos percolados (chorume): destina-se ao a
coleta do chorume e ao encaminhamento para o tratamento adequado do lixiviado;
Sistema de coleta e queima (ou beneficiamento) do biogás: construído para coletar
os gases produzidos no aterro, resultantes dos processos de decomposição da matéria
orgânica, além de garantir a queima ou o aproveitamento para geração de energia;
Sistema de drenagem e afastamento das águas pluviais: garante o escoamento
superficial de toda a extensão do aterro;
Sistemas de monitoramento ambiental, topográfico e geotécnico: o monitoramento
visa garantir se o aterro está cumprindo as exigências técnicas e ambientais. É
importante em todas as fases do empreendimento;
Pátio de estocagem de materiais: parte da infraestrutura necessária para o
desenvolvimento das atividades operacionais.
b) Unidades de apoio:
Cerca e barreira vegetal;
Estradas de acesso e de serviço;
Balança rodoviária e sistema de controle de resíduos;
Guarita de entrada e prédio administrativo;
Oficina e borracharia.
Segundo a NBR 13.896 (1997) um aterro sanitário deve possuir um ciclo de vida útil
de no mínimo 10 anos. O entendimento das múltiplas fases do ciclo de vida fornece uma
melhor percepção dos diferentes aspectos relacionados a esse tipo empreendimento
(Stegmann, 1989). As fases centrais que compõe o ciclo de vida de um aterro sanitário são
descritas na Tabela 3.1:
12
Tabela 3.1 As principais fases do ciclo de vida de um aterro sanitário.
FASE DESCRIÇÃO
Elenca os estudos e investigações preliminares necessárias para o
desenvolvimento do projeto. Águas subterrâneas, qualidade do ar, zona
insaturada, gerenciamento dos lixiviados, monitoramento ambiental, coleta,
Planejamento tratamento, operações, pesagem, inspeção, projeto, camada final de cobertura,
drenagem do escoamento superficial, coleta de gases, sistema de
impermeabilização, controle do escoamento superficial, manutenção da
paisagem e cobertura, conclusão do aterro sanitário, gerenciamento dos gases,
possibilidade de conversão em eletricidade, queima entre outras aplicações.
Etapa dos trabalhos pertinentes a movimentação de solo, constituição de acessos
Construção e instalações e preparo de drenos e impermeabilizações da área a ser preenchida
com resíduos.
Compreende o período entre o aterramento da primeira carga de resíduos até o
Operação aterramento da última carga anos depois. Esta fase é caracterizada pela maior
intensidade de tráfego, pelos trabalhos nas frentes de aterramento e operação das
instalações de controle ambiental.
Referente ao período de tempo entre o esgotamento da capacidade volumétrica
Conclusão do local até o dia em que as instalações de controle ambiental não forem mais
necessárias em virtude do decaimento do nível das emissões do aterro.
Corresponde ao estágio em que as emissões decaíram a níveis aceitáveis (na
mesma ordem de magnitude dos fluxos encontrados no entorno do aterro). A
Armazenamento composição da área aterrada pode ainda diferenciar da composição do ambiente
Final vizinho, entretanto a área não causa impactos sobre o mesmo. Neste estágio, a
exemplo de outros locais, a área pode não ser adequada a todos os tipos de uso,
entretanto já pode ser utilizada para diversos fins.
13
integrado de resíduos sólidos. A falta de diretrizes claras, de inter-relação entre as fases que
compõem o sistema de gerenciamento e de integração dos diversos órgãos envolvidos com
a elaboração e aplicação das leis possibilitam a existência de algumas lacunas e
ambiguidades, dificultando o seu cumprimento.
Conforme citado anteriormente, o regulamento brasileiro que trata sobre os RS é a
Lei 12.305 de 2010, a PNRS. Esta lei trata com relação aos princípios, objetivos e
instrumentos, assim como também as diretrizes referentes à gestão integrada e ao
gerenciamento de resíduos sólidos, compreendendo, inclusive, uma classificação para os
resíduos quanto a sua origem e periculosidade. Também, estabelece e decreta as atribuições
ao Poder Público, ao Setor Empresarial, a Coletividade, e os instrumentos econômicos
cabíveis.
Integra a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a Política Nacional do Meio
Ambiente e articula-se com a Política Nacional de Educação Ambiental, regulada pela Lei
nº 9.795 (2000), com a Política Federal de Saneamento Básico, regulada pela Lei Federal nº
14.026 (2020), e com a Lei nº 11.107 (2005). As regras em relação aos resíduos sólidos
devem ser observadas tanto pelas pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado,
responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam
ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Os Governos Federal, estaduais e municipais são responsáveis pela elaboração e
implementação dos Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), um dos
principais e mais importantes instrumentos para a gestão de resíduos sólidos, conforme
apresentado no fluxograma ilustrado na Figura 3.2.
14
3.4 IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS COM APTIDÃO PARA
IMPLANTAR O ATERRO SANITÁRIO
15
dados ambientais, passando pelos estudos de viabilização das áreas mais adequadas até a
elaboração do projeto e dos planos de execução do aterro (Carvalho, 2017).
É importante realizar, para estudos nesta área temática, um levantamento do
gerenciamento dos resíduos sólidos existente na área analisada, englobando todas as etapas
que vão da geração até a destinação final, a fim de se obter um diagnóstico da gestão. Para
isso, é fundamental a realização de levantamento de dados qualitativo e quantitativo sobre
as atividades de gestão, para o adequado planejamento de melhorias no sistema. É
indispensável, também, as informações sobre a geração per capita de resíduos sólidos
domésticos, composição gravimétrica dos resíduos, serviços públicos de limpeza executados
e informações sobre o crescimento populacional (Barros, 2012).
Por sua vez, os critérios ambientais, deveriam ser considerados como fundamentais
na gestão municipal, pois abrangem, em primeiro plano, preocupações relacionadas ao
desempenho ambiental do empreendimento, especialmente quanto aos impactos ambientais
potenciais (meios físico, biológico e antrópico) relacionados, considerando-se o risco
associado às suas diferentes fases (implementação, operação e desativação), sobretudo pela
possibilidade de falhas nas medidas de proteção adotadas (Montaño, et al., 2012).
Montano et al., (2012) concluiu que “os estudos para localização de aterros sanitários
têm se concentrado essencialmente em aspectos técnicos, quando comparados aos demais
fatores (sociais e ambientais) que compõem o quadro decisório”. Por conseguinte, visando
atender, no mínimo, aos critérios técnicos impostos pelas normas da ABNT (NBR 13.896)
todos os condicionantes e restrições relativos às normas da ABNT, assim como os aspectos
da legislação atualmente em vigor, estão considerados e classificados em três categorias:
socioeconômicos, ambientais e físicos, conforme apresenta a Tabela 3.2.
16
3.4.1.1 Critérios Socioeconômicos
A NBR 13.896 (1997) recomenda o distanciamento mínimo de 500 metros das zonas
urbanas e centros populacionais, essa indicação está fundamentada nos possíveis impactos
as comunidades. Os aterros sanitários devem estar localizados a uma distância significativa
de áreas urbanas e áreas de assentamento rural para reduzir o impacto ambiental relacionado
às questões como água, ar e contaminação visual, insetos e vermes, queimadas, e barulho
(Islam, et al., 2020).
Outro fator importante desse critério é a distância que a zona urbana representa como
centro produtor de resíduos, por isso, distâncias acima de 15 km entre um polo gerador de
resíduos e o aterro, tornam os custos de operação elevados. Esses aspectos refletem além da
viabilidade econômica da implantação do empreendimento, a preocupação em mitigar os
impactos as populações vizinhas. Pois, o odor, poeira e ruído, gerado pela proximidade de
locais de aterramento com centros urbanos podem causar impactos na população e a
paisagem (Tchobanoglous, et al., 1993).
O acesso a estradas e ligações de transporte é fundamental para reduzir os custos de
transporte. Portanto, a proximidade de estradas e ligações de transporte torna-se um fator
econômico na localização de aterros. Dessa forma, além de reduzir o custo de entrega e
transporte de RSU, também são evitados os custos adicionais de construção de novas
estradas. Assim, a norma também reforça que os acessos consistem em fator de evidente
importância, uma vez que são utilizados durante toda a sua operação (ABNT, 1997).
Uma vez que o impacto ambiental a ser causado pela instalação do aterro deve ser
minimizado, as distâncias dos cursos de água são levadas em consideração. A NBR 13.896
estabelece que “o aterro deve ser localizado a uma distância mínima de 200 m de qualquer
coleção hídrica ou curso de água”. Pois a proximidade de um local de aterro para uma fonte
de água superficial é assumida ser uma desvantagem porque as atividades de aterro têm o
potencial de alterar a quantidade e qualidade de água superficial nas áreas circundantes,
através do lixiviado movimento e erosão de resíduos (Islam, et al., 2020).
As Unidades de Conservação (UCs) são espaços territoriais que possuem restrições
quanto ao uso. Com isso, essas áreas se tornam inviáveis para a implantação de aterros
sanitários conforme estabelecido por Lei Federal (BRASIL, 2000). Em seu Art. 25, a Lei
17
dispõe que “As unidades de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva
Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de amortecimento”. Além disso,
um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é necessário e os padrões ambientais adequados
devem ser preservados em todos aspectos da construção e manutenção do aterro próximos a
esses locais considerados como áreas sensíveis pela NBR 13.896.
Regulamentada pela Resolução CONAMA n° 4/95, a distância de aeródromos deve
ser considera. São consideradas “Área de Segurança Aeroportuária - ASA” as áreas
abrangidas por um determinado raio a partir do “centro geométrico do aeródromo “, por isso,
um raio mínimo de 13 km é determinado, visando evitar acidentes ou colisões entre
aeronaves e pássaros. Uma vez que o aterro sanitário pode atrair aves ou outros tipos de
animais a procura de alimentos (Lourenço, et al., 2015).
18
O uso e cobertura do solo, refletem diretamente nas exigências da norma, onde as
áreas têm que se localizar numa região onde o uso do solo seja preferencialmente de uso
rural (agrícola). O Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos considera que
“Se o terreno não for de propriedade da prefeitura, deverá estar, preferencialmente, em área
rural, uma vez que o seu custo de aquisição será menor do que o de terrenos situados em
áreas industriais”.
19
Figura 3.3 Relação entre o Geoprocessamento e as Geotecnologias
Fonte: (Medeiros, 2012)
20
produzi-los ou gerá-los o que exigirá tempo, prazos e até custos necessários para elaboração
(Born, 2013).
Os dados utilizados em SIG compreendem dois elementos, um banco de dados
espacial que descreve a forma e a posição das feições e um banco de dados de atributos
(descritivo), descrevendo as características ou qualidades dessas feições (Eastman, 2001).
Ou seja, em SIG existem duas estruturas principais de armazenamento de dados em mapas
no formato digital, o Vetorial e o Raster (Moraes, et al., 2010).
Quando comparado à realidade, o formato vetorial é uma tentativa de reprodução
exata de um elemento ou objeto, por meio de um ou mais vetores. Elementos gráficos que
podem ser apresentados por pontos, linhas ou polígonos são pertencentes a sistemas de
coordenadas bidimensionais (X,Y) ou tridimensional (X,Y,Z). Os três elementos
geométricos básicos (pontos, linhas e polígonos) utilizados, os pontos são um parte
coordenadas, enquanto as linhas são o conjunto de pelo menos dois pontos e os polígonos
são pontos agrupados que possuem a primeira e última coordenada em comum (Nascimento,
2012). Esses elementos geométricos formam arquivos chamados de shapefiles.
No formato raster a reprodução do espaço é por meio de uma matriz A (i,j) composto
de i colunas e j linhas, onde cada fator possui um número de linha, um número de coluna e
um valor referente ao atributo estudado, sendo que cada célula é individualmente acessada
pelas suas coordenas da matriz (Câmara, et al., 2001). As células podem ser chamadas de
pixels “Picture element”, ou seja, elemento da imagem. A representação matricial considera
que a superfície da área analisada é plana e a resolução espacial depende da área abrangida
no terreno por cada célula individualmente. Consequentemente, quanto mais células se
utilizar para representar uma área, melhor será a sua resolução espacial, porém, será
necessário um maior espaço de armazenamento (Born, 2013).
As imagens de satélite são um exemplo de estrutura tipo raster. As resoluções das
imagens produzidas pelos diferentes sensores dos satélites apresentam características
distintas, podendo ser um dos fatores determinantes da sua aplicação. Assim, essas imagens
representam grande utilidade nos estudos de diferentes escalas relativas a identificação,
analise e interpretação de aspectos do meio físico. As diferentes bandas espectrais dos
sensores têm aplicações distintas em estudos de sensoriamento remoto, como por exemplo a
classificação de imagens. As zonas de espectro que têm sido mais utilizadas em detecção
remota são: o visível, que inclui o azul, verde e vermelho, o infravermelho próximo e o
infravermelho médio (Born, 2013).
21
Nas análises espaciais conduzida por meio das técnicas de geoprocessamento, os
mapas de interesse são georreferenciados e sobrepostos em camadas (layers ou planos de
informação), de modo que a análise espacial resultante produza as possíveis áreas candidatas
e/ou inadequadas, que podem ser separadas por fronteiras nítidas. Essas atividades, exigem
a compatibilização de vários critérios e fatores, os quais devem manter o equilíbrio entre os
aspectos ambientais, operacionais e sociais inerentes ao empreendimento (Carvalho, 2017).
Como já aludido, o método de escolha de locais favoráveis para a disposição final de
RS envolve múltiplos processos e instrumentos. Sendo, ultimamente, mais utilizado o SIG
para diagnóstico espacial integrado com métodos de análise multicritério. Para a decisão de
áreas potenciais para aterros sanitários neste trabalho, devem ser aplicadas as ferramentas
do SIG integrado ao método de análise multicritério, conhecido como Análise Hierárquica
de Processos (AHP). O SIG pode ser aplicado, pois os critérios envolvidos podem ser
representados como planos de dados geográficos.
22
estabelecidos e resultando na resolução de um problema de caráter válido ou não (Binder,
1994).
Um modelo de apoio à decisão refere-se a um procedimento, e não a um simples
período de escolha de uma opção. Além disso, leva em consideração os sistemas de
importâncias dos decisores na avaliação de suas ações, ou seja, consideram mais de um
aspecto e, portanto, avaliam as ações segundo um conjunto de critérios (Ensslin, et al., 2001).
Deste modo, cada critério é uma função matemática que mede o desempenho das ações
potenciais com relação a um determinado aspecto.
Diante das diversas estruturas existentes de sistemas de apoio a decisão, Westmacott
(2001) e Shim, et al. (2002) identificam uma estrutura básica comumente utilizada. Essa
estrutura tradicional é constituída em termos de base de dados, interface com o usuário e
base de modelos.
Interface com usuário: é a única parte do sistema de apoio à decisão com a qual o
usuário irá ter contato, exercendo uma importante função na utilização do sistema. A
interação entre o usuário e o sistema, constitui um aspecto de grande importância
tendo em vista a própria definição dos sistemas de apoio à decisão.
Base de dados: a base de dados é utilizada nas operações de gerenciamento de dados
(armazenamento, atualização, recuperação e processamento), nela estão contidos
todos os dados e informações que irão alimentar o modelo.
Base de modelos: atualmente existe uma grande diversidade de modelos (estruturais,
matriciais, numéricos, matemáticos, espaciais, etc.) e técnicas de modelagem, a
definição destes depende sobretudo das necessidades do usuário, dos objetivos do
sistema e ainda dos recursos financeiros e tempo disponível.
O método da Análise Hierárquica de Processos (AHP), proposto por Thomas Saaty
(1980) é um importante instrumento de sustentação à tomada de decisões, pois, é uma
modelagem matemática análoga a realizada pela mente humana, uma vez que incorpora
informações de uma circunstância complexa de acordo com características comuns que
concorrem para uma finalidade decisória constituindo decisões de ordem em comparações
formadas por pares (pairwise comparison) de elementos.
A AHP incide numa metodologia de alternativa fundamentada na lógica de
comparação pareada. Nesse processo, os distintos critérios que influenciam a tomada de
decisão são checados dois a dois, sendo atribuído um valor de julgamento à relação entre
eles, de acordo com uma escala pré-definida (Moreira, et al., 2001).
23
A AHP, conforme Saaty descreve, exibe como dados básicos: os critérios que são
conjuntos finitos de opções para análise do objetivo principal, a hierarquia que é o
ordenamento a nível hierárquico do conjunto de critérios, as comparações par a par que são
a comparação de alternativas usando determinado critério indicativo da preferência de uma
alternativa a outra e, por último a escala fundamental que permite associar as alternativas em
grau de importância.
A Tabela 3.3, representa a escala fundamental para comparação pareada (Saaty,
1991) utilizada como pesos em uma AHP, onde o valor 1 indica o mesmo nível de igualdade,
em que o valor “9” indica uma extrema importância ou superioridade e seu valor
proporcionalmente inverso “1/9” indica uma extrema inferioridade. E assim respectivamente
para os valores 3,5 e 7. Os valores 2, 4, 6, 8 são valores intermediários nessa escala.
Tabela 3.3. Escala básica proposta por Thomas Saaty (1977) para AHP.
Intensidade de
Importância de
Definição Explicação
uma escala
absoluta
A associação do SIG com o AHP ocorre quando se empregam os pesos dos critérios
determinados pelo método multicritério que são representados, nesse caso, como planos de
24
dados geográficos ou planos de informações. Para a integração dos critérios com base na
abordagem multicritério, vários métodos vêm sendo utilizados e, dentre esses, estão os
métodos da Combinação Linear Ponderada (CLP) e da Média Ponderada Ordenada (MPO)
(Malczewski, 2000).
Entre os métodos de avaliação multicritério, a CLP admite, após a padronização e
ponderação das variáveis, a compensação entre todos os fatores, conforme peso ou grau de
importância. Os critérios são agregados e combinados num processo de ponderação entre os
mesmos (Born, 2013). Os pesos (ou valoração) assumidos governam a compensação, de
acordo com Eastman (1998, p. 188) “o grau com que um fator pode compensar outro,
entretanto, é determinado pelo peso”.
“Os critérios são de dois tipos: os restritivos, que limitam absolutamente as
alternativas em análise e os fatores, que aumentam ou diminuem a potencialidade de uma
alternativa específica” (Eastman, 2001). Na CLP, os critérios são padronizados em uma
escala numérica comum, recebem pesos e são combinados por meio de uma média
ponderada, uma vez que os mapas de critérios (fatores e restrições) tenham sido gerados, é
uma simples questão de multiplicar cada mapa de critério (isto é, cada célula, ou pixel, de
cada mapa) pelo seu peso e, então, somar os resultados (Eastman, 2001).
Para este projeto, busca-se empregar, a tecnologia AHP como um instrumento de
atribuição dos pesos aos critérios, e, portanto, associar os pesos ao SIG para obter a
sobreposição ponderada dos layers, que irá fornecer um mapa com locais favoráveis para
implantação de aterro sanitário, e assim, identificar as áreas mais favoráveis diante dos níveis
de aptidão obtidos. É valido ressaltar que este estudo é para fase de planejamento do
empreendimento para sua possível implantação, os critérios são atribuídos visando garantir
as delimitações técnicas e legislacionais, porém são necessárias pesquisas complementares
para outras fases.
25
Assim sendo, as características e a magnitude das interações que um sistema enfrenta,
a suscetibilidade do sistema e sua adaptabilidade, com qualquer tipo de alteração, pode
indicar a vulnerabilidade ambiental deste sistema (Aquino, et al., 2017). A suscetibilidade
está relacionada ao nível de exposição do sistema natural às mudanças ambientais, à
sensibilidade (avaliada com base na avaliação do potencial impacto ambiental causado pela
exposição) e à capacidade da sociedade de responder ao meio ambiente com medidas de
ajuste a essas mudanças (Milanezi & Pereira, 2016).
Para a produção de mapas de vulnerabilidade ambiental, Ross (2011) sugeriu integrar
diferentes elementos territoriais (geografia, geologia, declividade, corpo d'água) e
influências antrópicas obtidas por meio de mapas de uso e cobertura do solo. A proposta de
Ross (2011) é baseada nos princípios da "Unidade de Energia Ecológica" de Tricart (1977),
para este autor, a dinâmica ecológica corresponde a uma avaliação abrangente das unidades
do território em que é feito um equilíbrio entre a formação, tipo e morfologia para que o
ambiente possa ser classificado de acordo com o grau de instabilidade. Nesse conceito, existe
a ideia de que a troca de energia e matéria na natureza ocorre por meio de uma relação de
equilíbrio dinâmico.
Em relação a aplicabilidade do termo, por representar o comportamento e as repostas
dos processos de uso do solo, os dados de vulnerabilidade natural dão subsídio à tomada de
decisão por parte de órgãos governamentais ou privados quando se trata da análise da área
estudada (Souza, et al., 2010). De tal modo, para o estudo de localização de áreas favoráveis
para aterro sanitário, a caracterização da vulnerabilidade ambiental é um fator a ser
considerado, pois, segundo Ross (2011), a vulnerabilidade ambiental é o resultado da
integração de fatores que correspondem a dados como declividade, pedologia, uso do solo,
dados esses que correspondem a maioria dos critérios técnicos exigidos pela NBR 13.896.
Para classificar a vulnerabilidade ambiental de uma área, é necessário o uso de
técnicas de análise multicritério, devido à complexidade dos fatores que a influenciam. O
método AHP acima citado atende a essa necessidade, pois permite avaliar a importância de
um fator sobre o outro, ou seja, compara critérios antrópicos ou naturais que interferem no
meio ambiente (Diniz, 2016). Em resumo, a integração de dados obtidos dos sistemas e a
utilização de ferramentas que agilizem essa integração compõem a avaliação de
vulnerabilidade ambiental, permitindo ao pesquisador e observação do dinamismo destes
sistemas e os reais riscos a que estes estão susceptíveis (Aquino, et al., 2017).
Na determinação da vulnerabilidade ambiental, neste estudo, têm-se à suscetibilidade
aos processos erosivos lineares e lineares que se iniciam quando as forças aplicadas à
26
superfície terrestre superam a resistência dos sistemas naturais, causando deformação do
terreno. Esses processos ocorrem naturalmente; entretanto, por meio de atividades
antrópicas, podem intensificar-se de tal forma que o solo não consegue se regenerar a partir
desses processos, aumentando assim sua vulnerabilidade ambiental (Camapum, et al., 2006).
Além dos processos erosivos será considerado áreas suscetíveis aos usos antrópicos baseado
na geração e análise a cada 10 anos dos mapas de uso e cobertura da região e a suscetibilidade
à inundação.
Os processos erosivos que serão objeto de estudo do presente trabalho são, a erosão
laminar que é determinada pelo escoamento superficial e sua magnitude está ligada à
capacidade de infiltração do solo, possibilitando determinar as perdas de solo por modelos
empíricos como a Equação Universal de Perdas de Solo (EUPS); e a erosão linear resultante
de anormalidades no solo, conhecidas como sulcos, ravinas ou voçorocas, associadas à
declividade e precipitação.
27
A equação é definida como:
A=R.K.L.S.C.P Equação 3.1
Onde,
“A” é a perda de solo por unidade de área, em ton/ha.ano;
“R” é o fator de erosividade da chuva, em (MJ.mm)/ (ha. h. ano);
“K” é o fator de erodibilidade do solo, em (ton. h) / MJ. mm);
“L” é o fator de comprimento do declive (adimensional);
“S” é o fator de grau do declive, em % de declividade;
“C” é o fator de uso e manejo do solo (adimensional);
“P” é o fator de prática conservacionista (adimensional).
Desta maneira, para estimar-se as perdas de solos, devem ser considerados fatores
como a erosividade causada pela chuva por intermédio da precipitação pluviométrica, a
erodibilidade dos tipos de solos, a declividade e o comprimento de rampa, o uso do solo e
práticas conservacionistas complementares.
No caso da erosão linear, foi realizada uma adaptação à metodologia proposta por
Macedo (2009), que se baseia nos principais mecanismos e condicionantes do relevo, tipos
de solo e substrato geológico, que levam às formas de erosão linear, empregada para o
mapeamento das áreas com produção de sedimentos. A adaptação da metodologia se deu na
consideração apenas do potencial da região à erosão linear, sem considerar os fatores
antrópicos, já que eles serão contabilizados posteriormente para a obtenção do mapa de
vulnerabilidade ambiental.
Os critérios de classificação para tipos de solo (unidades pedológicas) são baseados
na espessura e textura da camada do solo. Nesse sentido, solos rasos serão classificados
como áreas com baixo potencial de erosão linear, pois isso indica que a matriz rochosa está
próxima ao solo, evitando assim o desenvolvimento de processos de erosão linear. A
classificação das unidades geológicas será baseada na litologia e estrutura da rocha, quanto
maior a permeabilidade e o volume do espaço vazio na litologia, maior a possibilidade de
erosão, pois maior a chance de decomposição (Diniz, 2016).
28
3.5.2 Suscetibilidade a Inundação
29
4 ÁREA DE ESTUDO
4.1 LOCALIZAÇÃO
30
4.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
31
A RIDE/DF detém como objetivo a harmonização e articulação das ações
administrativas da União, dos Estados e dos Municípios para promover projetos que
busquem estimular a economia de territórios com baixo desenvolvimento, conseguindo
assim primar a destinação de recursos públicos para propiciar iniciativas e investimentos que
venham a reduzir as diferenças sociais e que estejam em consonância com o interesse local
acordados entre os entes participantes.
O CORSAP (Consórcio Público de Manejo dos Resíduos Sólidos e das Águas
Pluviais da Região Integrada do Distrito Federal e Goiás), foi criado com a proposta de
desenvolver a gestão associada e ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e das águas
pluviais na região, viabilizando também a coleta seletiva, a destinação final dos resíduos não
reciclados e a reciclagem. Trata-se de uma pessoa jurídica de direito público que possui
natureza de autarquia do tipo associação pública o que faz menção o art. 41, IV do Código
Civil Brasileiro, componente da administração indireta dos Entes Federados que a
constituem, com prazo indeterminado de duração. A chegada da Lei Distrital n. 4.948, de 11
de outubro de 2012, trouxe em sua disposição a confirmação do protocolo de intenções do
referido consórcio.
32
campo sujo - tem composição florística semelhante à do cerrado típico e a do cerrado ralo;
campo limpo; mata ciliar; veredas; e, campos rupestres (Lynch, 2009).
Planaltina, localizada na Bacia Hidrográfica do rio Maranhão, constitui um
importante corredor natural que liga a Estação Ecológica de Águas Emendadas ao Distrito
Federal e outras reservas naturais do Estado de Goiás. Apesar dos esforços para estabelecer
e manter áreas protegidas, a expansão do centro urbano ameaça à integridade da bacia
hidrográfica (Rocha, 2017). O sistema hidrológico da cidade é caracterizado por cursos
d'água e sistemas lacustres, apresentando características típicas de drenagem em áreas de
planalto, onde são comuns desníveis e vales recortados, conforme mostrado na Figura 4.3.
Figura 4.3 Mapa Hidrográfico das principais Sub-Bacias que integram o município de Planaltina – GO.
33
rochoso em profundidade que acarretam problemas de riscos geotécnicos, perda de solo fértil
e problemas de qualidade das águas subterrâneas (Rocha, 2017). A Figura 4.4 apresenta os
mapas de geologia e de pedologia da região.
34
Figura 4.5 Mapa de Localização da APA Planalto Central com foco em Planaltina – GO.
35
4.2.3 Breve contextualização da disposição final de RSU do município
36
finalização das atividades irregulares praticadas no Lixão do Jóquei bem como em relação
ao futuro Aterro Oeste, que aumentaria o prazo de sua vida útil e reduziria os custos do aterro
distrital. Na época, o DF ainda não possuía Plano de Gerenciamento de RS que foi elaborado
posteriormente em 2018.
Anos após o inicio do funcionamento do aterro em Planaltina, em 2017, foram
identificadas irregularidades junto a gestão. Solicitado pelo Ministério Público do Estado de
Goiás, o IBAMA realizou vistoria técnica ambiental no referido empreendimento pela
Informação Técnica nº 7/2017-NUBIO-DF/DITEC-DF/SUPES-DF. A visita revelou, dentre
as inconformidades que o aterro apresentava, que a área está inserida em Área de
Preservação Ambiental, na APA Planalto Central sob competência do ICMBio e que,
também, apresentava deposição dos resíduos das obras de construção civil em erosão
localizada na cidade, no início da erosão e próxima de casas condenadas (desocupadas).
Até que em 2018 o Ministério Público do Goiás solicitou a prefeitura municipal de
Planaltina esclarecimentos que se trata da situação do Consórcio Público de Manejo dos
Resíduos Sólidos e das Aguas Pluviais da Região Integrada do Distrito Federal e Goiás -
CORSAP, para conhecimento e providências com ênfase na atribuição na defesa do Meio
Ambiente.
Em resposta a solicitação jurídica, a prefeitura elencou em síntese as principais
informações pertinentes ao estudo (Oficio n° 69/2018 , 2018):
“No que tange as recomendações relacionadas ao CORSAP, imperioso destacar
que esta Prefeitura não firmou nenhuma parceria, convenio ou ajuste de
qualquer natureza junto ao consorcio, nem tampouco repassa valores, sob
qualquer natureza, ao Consorcio.
O aterro municipal era administrado por empresa vencedora de PPP ocorrido em
2012. Ocorre que foram identificados vícios no processo licitatório, bem como
violações contratuais, motivando a rescisão unilateral do contrato e o ajuizamento
de ação de reintegração de posse, objetivando a retomada da posse pelo Município.
(...)
Retomada a posse pelo Município, vislumbrou-se que o então parceiro privado
não estava realizando a gestão do aterro a contento, uma vez que o imóvel
apresentava características de lixão. ” (Ofício n° 69/2018).
37
Ausência de cobertura diária dos resíduos sólidos, circunstância que resulta em
proliferação de macro e micro vetores de doenças infecciosas (Figura 4.7);
Extrapolação do limite das lagoas de percolação do chorume, tendo sido observada
a presença de percolado na rede água pluvial (Figura 4.8);
Espalhamento de resíduos nas áreas adjacentes;
Recebimento de lixo hospitalar e de empreendimentos particulares do DF.
Figura 4.7 e 4.8 Células do Aterro sem cobertura diária e chorume fora das lagoas de percolação.
38
Figura 4.9 Localização do Aterro Sanitário Norte.
39
5 METODOLOGIA
O estudo foi organizado em duas etapas metodológicas, sendo que a primeira versa
sobre a delimitação dos critérios e aquisição de dados, a segunda trata sobre a identificação
de áreas potenciais para aterros sanitários. A Figura 5.1 exibe o fluxograma das atividades
que foram desenvolvidas ao longo desta pesquisa.
Grau de Decisão
4. Definição do Istalação Aterro
Vulnerabilidade Multicritério
Escopo Sanitário
Ambiental (AHP)
dados
Ambiental
5. Definição dos
Socioeconômico Área de Estudo
Critérios
Físico
6. Construção do Dados
Imagens Satélite Shapefiles e MDE
Banco de Dados Pluviométricos
2ª Fase: Tratamento e geração de mapas para análise de áreas favoraveis para implantação
7. Mapas de Uso e
SPRING
Cobertura do Solo
NÃO
Julgamento Julgamento AHP
Consiste ? Consiste ? NÃO
SIM SIM
15. Mapa de Áreas Calculo para geração de Estimativa da área mínima e
14. Mapa de Favoráveis para
Vulnerabilidade RSU nos próximos 20 exclusão daquelas menores à
implantação de Aterro anos mínima necessária ao aterro
Ambiental Sanitário
40
5.1 BANCO DE DADOS
IMAGENS RASTER
DADO RESOLUÇÃO FONTE
Imagens multiespectrais do satélite Landsat 5 do ano de 2009. 30 m INPE
Imagens multiespectrais do satélite Landsat 7 do ano de 2000. 30 m USGS
Imagens multiespectrais do satélite Landsat 8 do ano de 2020. 30 m INPE
Imagem raster do Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) – MDE. 90 m EMBRAPA
SHAPEFILES e MAPAS TEMÁTICOS
DADO ESCALA FONTE
Limites Municipais 1:100.000
Hidrografia 1:100.000
Unidades de Conservação 1:250.000
SIEG/GO
Malha Viária 1:100.000
Pedologia 1:250.000
Geologia 1:250.000
DADOS NUMÉRICOS
DADO FONTE
Pluviometria ANA
Geração per capta de RSU ABRELPE e PERS/GO
População do Município IBGE (2018)
Os mapas de uso e cobertura do solo dos anos 2000, 2010 e 2020 foram elaborados
de acordo com a metodologia proposta por (Almeida, et al., 2012) conforme está apresentado
na Figura 5.2, as técnicas utilizadas estão descritas a seguir, esta etapa foi realizada em
ambiente do software SPRING:
41
Dados de
Entrada
Imagens Bandas Banda
Landsat RGB Pancromática
FUSÃO
Realce de
Processamento
IVDN
Contrastes
Componentes
Pincipais
Classificação
Segmentação Treinamento
Temática
Mapa
Mapa de Uso e
Final
Cobertura do Solo
Figura 5.2. Etapas para elaboração do mapa de uso e cobertura do solo (Adaptado Almeida et al, 2012).
42
um processo que separa a imagem em conjuntos de pixels contíguos distribuídos
bidireccionalmente e uniformes, permitindo a criação de fronteiras de pixels que serão
utilizadas na fase de treinamento da classificação temática. A segmentação foi realizada
utilizando a imagem do IVDN, as imagens dos componentes principais, as imagens com as
bandas fusionadas e realçadas.
Na classificação temática das imagens serão utilizadas as três primeiras bandas de
componentes principais, por possuírem mais de 85% das informações espectrais das bandas
originais, a imagem produto do IVDN e a imagem segmentada. O algoritmo usado para a
classificação foi o classificador Bhattacharya, um classificador supervisionado em que foram
delimitadas amostras do uso e cobertura do solo para treinar o classificador, calculando a
média e a matiz de covariância de cada classe temática, posteriormente, cada segmento ficou
classificado como uma classe de uso e cobertura do solo.
As imagens do satélite Landsat 5 necessitaram ser georreferênciadas por meio da
técnica de registro de imagens por pontos de controle do SPRING, utilizando como
referência as coordenadas da imagem do Landsat 8. As classes temáticas adotadas para
elaboração dos mapas de uso e cobertura do solo foram: Florestal, campestre, corpo d’água,
solo exposto, área agrícola, pastagem e área urbanizada. As classes são representadas
segundo a classificação de cores do sistema nacional sugerido pelo Manual Técnico de Uso
da Terra (IBGE, 2013) conforme mostra a Figura 5.3.
NÍVEL I NÍVEL II
1. Áreas Antrópicas
Área Urbanizada
Não Agricolas 1.1
Florestal
3. Áreas de 3.1
Vegetação Natural
Campestre
3.2
Figura 5.3. Classes da cobertura e do uso da terra (adaptado). Fonte: (IBGE, 2013).
43
5.3 IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS ADEQUADAS PARA ATERROS
SANITÁRIOS
Nesta etapa metodológica foi realizado a definição dos critérios para o levantamento
dos locais favoráveis para a instalação de aterro sanitários. Após o levantamento
bibliográfico, os critérios foram subdivididos em categorias, as quais possuem restrições. As
restrições têm como finalidade cumprir os parâmetros técnicos, legais e ambientais,
restringindo o espaço de solução do problema, excluindo as áreas restritivas correspondentes
a cada critério, enquanto as categorias definem, a partir dos critérios, o grau de
adequabilidade dos locais analisados. A Figura 5.4 apresenta o fluxograma com os critérios
utilizados.
Figura 5.4. Fluxograma com as categorias para localização de locais para aterros sanitários.
44
nacional e o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, segundo elencado no
item 3.4.1. Para cada critério foi criado um layer em ambiente SIG, para a utilização nas
próximas etapas, conforme pode ser visualizado na Figura 5.5.
45
5.3.2 Padronização dos Critérios e Exclusão das Restrições
46
Figura 5.6. Critérios: (C1) Área Urbana; (C2) Vias Principais; (C3) Cursos D’água; (C4) APA Planalto
Central; (C5) Uso e Cobertura do Solo; (C6) Declividade %; (C7) Pedologia e (C8) Geologia e Restrições.
47
com uma distância de 17 km, o que ultrapassa o valor exigido pela Resolução CONAMA n°
4/95, o que resultaria em um layer com valor único de aptidão. Por conseguinte, os critérios
utilizados foram ponderados conforme a comparação pareada pelo método AHP descrito no
item 5.5.
Tabela 5.3 Classificação e valores de aptidão utilizados na AHP para o mapa de Vulnerabilidade Ambiental.
VALOR
MAPAS GRAU PIXEL
I 1
II 2
EROSÃO
EA III 3
LAMINAR
IV 4
V 5
I 1
II 2
EROSÃO
EI III 3
LINEAR
IV 4
V 5
I 1
II 2
IN INUNDAÇÃO III 3
IV 4
V 5
I 1
II 2
AÇÃO
AA III 3
ANTRÓPICA
IV 4
V 5
48
5.4.1 Suscetibilidade aos Processos Erosivos
O mapa de erosão laminar foi gerado utilizando a equação EUPS descrita no item
3.5.1.1, com a utilização da ferramenta Álgebra dos Mapas em ambiente SIG. Para tal, o
mapa do fator R da equação foi construído baseado na Equação 5.2, que considera o índice
de erosão média mensal.
𝐸𝐼 = 67,3655 ∗ (𝑟 𝑃) ,
Equação 5.2
𝑅= ∑ 𝐸𝐼 𝑖 Equação 5.3
Em que i equivale aos meses do ano, logo i=1 (janeiro) e i=12 (dezembro) para o
cálculo do índice de erosão médio mensal. Para tanto, foram utilizados os valores de
precipitação média anual e mensais de 10 estações pluviométricas, conforme descritas na
Tabela 5.4. Após quantificados e georreferenciados, tais valores de precipitação foram
interpolados por meio da ferramenta de Krigagem no ArcGIS obtendo-se assim os índices
de erosividade (R) para a área de estudo.
49
Tabela 5.5 Valores de Erodibilidade do solo. Fonte: Costa (2014).
SIGLA CLASSE PEDOLOGICA FATOR K
CXbd Cambissolo Haplico Tb distrofico 0,024
FFc Plintossolo Petrico concrecionario 0,004
LVd Latossolo Vermelho distrofico 0,006
LVw Latossolo Vermelho acrico 0,009
PVAe Argissolo Vermelho-Amarelo eutrofico 0,033
RLd Neossolo Litolico distrofico 0,057
∗ , ( ) ,
𝐿𝑆 = ,
∗ ,
Equação 5.4
Sendo,
FA = Fluxo Acumulado;
C = CellSize que corresponde ao tamanho da célula do MDE;
Slope = Declividade em radianos, calculada para cada pixel.
Para o fator C, foi utilizado a metodologia proposta por Durigon et al. (2014), onde
os valores de C são calculados a partir do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada
(NDVI) que permitiu diferenciar a vegetação de outros tipos de cobertura do solo gerando
valores de acordo com a cobertura vegetal. O cálculo foi realizado utilizando-se a bandas 3
(Vermelho, R) e 4 (Infravermelho Próximo, NIR) do satélite LandSat 8 pela Equação 5.5,
enquanto a Equação 5.6 fornece os valores de C.
( )
𝑁𝐷𝑉𝐼 = ( )
Equação 5.5
𝐶= Equação 5.6
Por fim, para os valores de P, foram utilizados os valores propostos por Costa (2014),
pela reclassificação do Mapa de Uso e Cobertura do Solo, conforme mostra a Tabela 5.6.
50
Tabela 5.6 Valores do Fator P. Fonte: Costa (2014).
Classe Uso e Cobertura do Solo FATOR P
Corpo Hidrico 1
Área Urbana 0,7
Solo Exposto 0,08
Pastagem 0,3
Agricultura 0,4
Florestal 0,9
Campestre 0,8
Tabela 5.7 Classificação das Unidades Pedológicas conforme o grau de suscetibilidade a erosão. Fonte:
Macedo (2009).
51
Tabela 5.8 Classificação das Unidades Geológicas conforme o grau de suscetibilidade a erosão. Fonte:
Macedo (2009).
SIGLA GRUPO GEOLÓGICO GRAU
Mpci Canastra Indiviso III
Mpcicc Canastra Calcário IV
Mpcimm Canastra Mámore III
MPp Paracatu III
MPpa1 Conclomeráttica Ritmica IV
MPpa2 Paranoá 2 III
MPpa3 Paranoá 3 III
MPpa3qt Paranoá 3 I
MPpa4 Paranoá 4 III
MPpa4cc Paranoá 4 IV
MPpa4ct Paranoá 4 III
NQdl Coberturas Dentricas IV
Q2a Depositos Alunianares V
Qdi Coberturas Dentricas IV
Tabela 5.9 Cruzamento matricial considerando a vulnerabilidade das classes geopedológicas e declividade
em % (Macedo,2009).
CLASSES GEOLÓGICAS
GRAU I II III IV V
PEDOLÓGICAS
I I I III II III
CLASSES
II I II III II III
III I II III III III
IV II III III IV IV
V III III IV IV V
DECLIVIDADE
GRAU I (0-6) II(6-12) III(12-20) IV(20-30) V(>30)
GEOPEDOLÓGICAS
I I I III II III
CLASSES
II I II III II III
III I II III III III
IV II III III IV IV
V III III IV IV V
52
O mapa de suscetibilidade à inundação foi realizado mediante o cruzamento dos
mapas de declividade, uso e cobertura do solo e hipsométrico. O layer hipsométrico foi
gerado pela ferramenta Hillshade, por meio do MDE. O mapa de uso e cobertura foi
escalonado de acordo com o nível de impermeabilização do solo com valores de 1 a 5 (menos
impermeável a mais impermeável), para o de declividade e hipsométrico foram usados os
valores reais de declive (%) e elevação do terreno, respectivamente. Assim, os mapas foram
cruzados pelo Álgebra de Mapas com pesos equivalentes para cada um gerando o mapa final
de suscetibilidade a inundações, que por sua vez foi dividido em cinco categorias,
classificando as áreas em graus de probabilidade de risco.
Tabela 5.10 Graus de vulnerabilidade referentes as classes do mapa de suscetibilidade a ações antrópicas.
CLASSES GRAU
Áreas antropizadas entre 2000 e 2010 III
Áreas Antropizadas entre 2010 e 2020 V
Agricultura III
Pastagem IV
Campestre II
Florestal I
Para as áreas de atividade humana entre 2010 e 2020, foi atribuído um peso maior
pois são áreas que ainda estão em processo de consolidação e são mais afetadas pelo processo
de antropogenicidade. Áreas de pastagem e agricultura têm maior probabilidade de serem
afetadas pelo processo de erosão e tendem a ocorrer em áreas com pouca declividade. Para
áreas modificadas antes de 2010, levando em consideração o processo de urbanização já
consolidado, o peso atribuído foi menor. Já para a categoria solo exposto, não foi considerada
devido aos baixos valores de modificação durante os anos.
53
5.5 ANALYTIC HIERARCHY PROCESS (AHP) E ÁLGEBRA DE MAPAS
Esta etapa foi realizada para o cálculo dos pesos dos critérios para o mapa de aptidão
das áreas para implantação de aterro sanitário e para o peso dos mapas que compuseram o
mapa de vulnerabilidade ambiental. Após a definição das classes e níveis de aptidão e de
vulnerabilidade dentro de cada mapa e reclassificação dos valores, ponderou-se as variáveis
de acordo com o grau de importância relativa entre os critérios.
Foi utilizada a técnica baseada na lógica da comparação pareada, no qual os critérios
que influenciam a tomada de decisão são comparados dois-a-dois. A matriz quadrada (n x
n) de comparação entre os “n” critérios (fatores) foi construída para cada caso, na qual as
linhas e as colunas corresponderam aos critérios avaliados (na mesma ordem ao longo das
linhas e das colunas). O preenchimento considerou o grau de importância relativo entre os
pares de critérios.
O autovetor fornece a ordem de prioridade e o autovalor é a medida de consistência
do julgamento. O método da análise hierárquica busca o autovalor máximo, 𝜆 , que pode
foi calculado pela multiplicação da matriz de julgamentos pelo vetor coluna de prioridades
computado w, seguido da divisão desse novo vetor encontrado, Aw, pelo primeiro vetor w,
chegando-se ao valor de 𝜆 , segundo a Equação 5.7.
∗
M ∗w= ʎ ∗w ⃪ ʎ = valor médio do vetor Equação 5.7
Onde,
Mp, é a matriz de comparação inicial (não normalizada) e w é o vetor de prioridades
dos critérios.
Após o agrupamento da matriz global de julgamentos, foi calculada a matriz
normalizada aplicando a Equação 5.8, que consiste em dividir cada valor da coluna da matriz
pela soma dos pesos dessa coluna. A partir da matriz normalizada, o peso final de cada
critério é calculado pela média aritmética de cada linha da matriz normalizada utilizando a
Equação 5.9.
𝑤 𝐶 =∑ 𝑖 = 1, … , 𝑚 Equação 5.8
∑ ( )
𝑤 (𝐶) = Equação 5.9
54
Após a comparação pareada, foi necessário calcular o índice de consistência (IC) da
avaliação e a razão de consistência (RC), conforme mostra a Equação 5.10 e 5.11. Como
regra geral, se a razão de consistência for menor do que 0.1, então há consistência para
prosseguir com os cálculos do AHP. Se for maior do que 0.1 recomenda-se que julgamentos
sejam refeitos até que o valor da consistência aumente.
𝐼. 𝐶. = Equação 5.10
𝑅𝐶 = Equação 5.11
55
.( )
𝑃𝑡 = 𝑃 . 𝑒 Equação 5.12
Onde:
𝑃𝑡: População estimada no tempo t.
𝑃 : População no penúltimo censo demográfico.
𝐾 : Taxa de crescimento anual (%).
t: Ano para o qual se deseja estimar a população.
𝑡 : Ano do penúltimo censo demográfico.
( ) ( )
𝑘 = Equação 5.13
Onde:
P1: População no último censo demográfico.
t1: Ano do último censo demográfico.
56
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As classificações temáticas geradas pelas imagens de satélite dos anos 2000, 2010 e
2020, resultou nos mapas de uso e cobertura do solo para cada ano, os quais podem ser
visualizados na Figura 6.1. Os valores obtidos das áreas nas diferentes classes temáticas dos
mapas possibilitaram a avaliação quantitativa da área em estudo. A Tabela 6.1 indica os
valores em quilômetros quadrados (km²) de acordo com a classe temática.
57
Era esperado, para esta análise, o aumento significativo para a expansão urbana e
áreas agrícolas (agricultura e pastagem) e a perda decrescente de cobertura natural (florestal
e campestre) diante dos dados de crescimento populacional, tendência à urbanização e pelo
aumento da busca de áreas cultiváveis. É importante considerar a influência nos resultados
pelo uso de diferentes satélites para cada ano e a sazonalidade que a região apresenta,
podendo apresentar algumas variações entre os anos estudados devido à diferença da
resolução espacial e do período de registro das imagens de satélite.
Contudo, observou –se que a expansão urbana não sofreu um grande avanço em áreas
circundantes a já existentes e nem a ocupação de outras áreas além da sua zona adjacente,
mantendo a característica da região. Enquanto as áreas agrícolas, com a maior
representatividade, somando mais de 40 % da área do município, apresentou um grande
avanço. Com destaque para a pastagem, que apresentou um significativo crescimento
seguido da categoria de agricultura, conforme ilustra os gráficos na Figura 6.2.
2020
3%
11% 19%
22%
26%
19%
Figura 6.2 Gráficos da evolução temporal do uso e cobertura do solo e representação em % para 2020.
58
6.2 MAPA DE APTIDÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE ATERRO
SANITÁRIO
A partir dos layers classificados de distância de área urbana (C1), distância das vias
principais (C2), distância dos cursos de água (C3), distância de Unidades de Conservação
(C4), uso e cobertura do solo (C5), declividade (C6), pedologia (C7) e geologia (C8),
incluindo as restrições, a análise multicritério foi realizada. Para integrar todos os parâmetros
do método AHP, a tabela de comparação pareada foi construída o julgamento realizado de
acordo com a metodologia apresentada no item 5.5, conforme pode ser visto nas Tabelas 6.2
e 6.3.
Tabela 6.2 e 6.3 Matriz de julgamentos e matriz normalizada.
PAR A PAR - SUBCRITÉRIOS NORMALIZAÇÃO
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8
C1 1 1/2 1/7 1/5 1/2 1/7 2 3 C1 0,04 0,04 0,03 0,02 0,02 0,06 0,06 0,08
C2 2 1 1/5 2 3 1/5 4 5 C2 0,08 0,08 0,05 0,23 0,12 0,08 0,13 0,13
C5 2 1/3 1/7 1/6 1 1/6 3 4 C5 0,08 0,03 0,03 0,02 0,04 0,06 0,10 0,10
C7 1/2 1/4 1/7 1/6 1/3 1/8 1 2 C7 0,02 0,02 0,03 0,02 0,01 0,05 0,03 0,05
C8 1/3 1/5 1/8 1/7 1/4 1/9 1/2 1 C8 0,01 0,02 0,03 0,02 0,01 0,04 0,02 0,03
59
Assim, o conjunto de pesos dos critérios foi alcançado por meio da comparação
pareada. Sabendo-se que a atribuição de valores foi realizada de maneira subjetiva, após
consultar as normativas sobre o assunto. Os valores obtidos revelaram a importância da
declividade em 32 %, seguido da distância dos cursos de água em 25 % e da distância das
unidades de conservação em 15 %, revelando um maior peso para os fatores ambientais
quando somados, conforme mostra a Tabela 6.5.
Tabela 6.5 Pesos finais dos critérios analisados pelo método AHP.
C7 0,0297 Pedologia
C8 0,0212 Geologia
O critério de distância das vias principais obteve 11 % de importância, uma vez que
os custos com transporte e a infraestrutura das vias é um aspecto importante diante da
logística de um aterro sanitário. Uso e cobertura do solo, pedologia e geologia se mostraram
os quatros critérios com menor peso no processo de identificação de áreas adequadas,
revelando uma importância menor para os fatores físicos. Tal importância pode ser
justificada pela possibilidade de obras de engenharia e tecnologia que possibilitam
modificações e/ou construções que podem melhorar tais critérios.
Já a distância da área urbana, apresentou apenas 4,4 % de importância, um valor
relativamente baixo quando comparado com o de distância das vias principais. Porém, pode
ser explicado pelo fato do município ser em sua maioria de uso agrícola com apenas um
núcleo urbano, o que centraliza de qualquer maneira as atividades para essa região.
As restrições dos critérios utilizados resultaram na eliminação de 87 % da área do
município, refletindo como áreas proibidas para a implantação de aterro sanitário. Esse valor,
significativamente alto confirma a importância de estudos de localização de
empreendimentos de médio de grande porte como um local para disposição de RSU. Com a
utilização dos pesos dos critérios, obteve-se o mapa de aptidão final conforme mostra a
Figura 6.3.
60
Figura 6.3 Mapa de Aptidão Final para implantação do aterro sanitário.
Os valores de aptidão foram escalonados em (1) muito baixa, (2) baixa, (3) média,
(4) alta e (5) muito alta, o mapa de aptidão forneceu níveis de adequação com valores entre
1,48 (muito baixa) a 4,61 (alta). O que demonstra que nenhum local no município se
enquadra como muito alta aptidão, enquanto concentra os valores de alta aptidão na região
sudeste do mapa próximo a extensão da BR-010 e do limite do município com a região de
Formosa – GO.
Foram consideradas como resultados satisfatórios, apenas as áreas classificadas em
alta aptidão (com valores maiores ou igual a 4). Pode- se perceber que estão em zonas que
apresentam baixa declividade, próximo a via principal, com uma considerável distância da
APA Planalto Central e obedecendo as distâncias dos cursos de água. Em sua maioria, a
localização se deu em áreas agrícolas o que favorece a preservação das áreas campestres, ou
seja, do cerrado.
Os valores entre muito baixa e média aptidão, estão configurados principalmente em
áreas distantes da zona urbana o que torna uma vantagem em relação ao impacto que o
empreendimento causaria no ambiente social e uma desvantagem na questão logística.
Outros critérios que pesaram, para tais resultados, foram a distância de unidades de
conservação e uso e cobertura do solo.
61
6.3 VULNERABILIDADE AMBIENTAL
62
entanto, os outros 50 % da área apresentam valores de LS superiores a 13, representando os
locais onde o fluxo superficial é mais elevado. O fator C reflete diretamente o nível de
cobertura vegetal da região, também estando ligado aos valores do fator P que apresenta
valores altos de suscetibilidade.
A distribuição espacial da perda de solo, mediante o cruzamento de todos os fatores,
pela álgebra de mapas, pode ser visualizado como o mapa de suscetibilidade a erosão laminar
na Figura 6.5. Seus valores são avaliados de maneira qualitativa, devido às limitações da
EUPS quanto ao seu potencial erosivo, adotando-se a classificação por meio dos intervalos
utilizados por Diniz (2016). No município estudado, há o predomínio para suscetibilidade
grau I em torno de 50% da área, e de grau III a V nos outros 50%, confirmando as
características dos fatores utilizados como LS, K e R.
63
solo da região apresentando um valor considerável de suscetibilidade a erosão. O cruzamento
dos mapas pode ser visualizado na Figura 6.7.
Figura 6.6 Mapas de geopedologia e declividade classificados quanto ao grau de suscetibilidade a erosão.
64
Percebe-se que as áreas de maior abrangência com valores de moderada a intensa
suscetibilidade a erosão linear refletem a forte influência da declividade, combinadas com
as características de pedologia e geologia da região. Tais regiões abrangem as áreas de
deflexão topográfica e cursos de água que podem ser agentes influenciadores no processo de
erosão linear.
65
6.3.4 Mapa de Suscetibilidade a Ações Antrópicas
EA EI IN AA EA EI IN AA
Assim, o conjunto de pesos dos critérios foi alcançado por meio da comparação
pareada. Os pesos obtidos para os 4 parâmetros, segundo a matriz de julgamentos, e usados,
em seguida, pela ferramenta de álgebra de mapas do constam na Tabela 6.9.
67
Figura 6.10 Mapa de Vulnerabilidade Ambiental
68
população de saturação de 175.797,1 habitantes. A Figura 6.11 mostra os valores calculados
por diferentes métodos populacionais, o método decrescente foi escolhido por estimar
igualmente ao IBGE para o ano de 2020, além de apresentar valores mais aproximados do
verdadeiro.
Figura 6.11 Gráfico dos métodos de projeção populacional para Planaltina – GO.
69
Tabela 6.11 Calculo da área mínima necessária para o aterro sanitário.
DIMENSIONAMENTO CÉLULA PARA 20 ANOS
DADOS
Camadas de
Altura camada de
Fator compactação Inclinação talude Altura camada [m] cobertura
cobertura [m]
necessárias
1 t/m³ 1 5 1 4,0
CÉLULA INFERIOR (DE FUNDO)
a b h A B
100 100 10 200 200
CÉLULA SUPERIOR
a b h A B
100 100 20 200 200
CAMADAS DE COBERTURA (Cc) E IMPERMEABILIZANTE (Ci)
Volume Cc [m³] Volume Ci [m³]
93.333,33 46.666,67
ÁREA NECESSARIA CÉLULA [m²] 40.000
ÁREA UNIDADE DE APOIO [m²] - 30% 12.000
Portanto, a área mínima necessária para o aterro com vida útil de 20 anos é de 50 ha.
A partir do mapa de aptidão final, foi gerado um grid que compreendeu polígonos de área
equivalente a fim de excluir as áreas que não atendessem essa demanda. As áreas utilizadas
foram a de valor acima de 4 (alta aptidão) que forneceram um total de 31 áreas favoráveis
para implantação de aterro sanitário, conforme mostra a Figura 6.12
70
Enumeradas de 1 a 31, as áreas identificadas como favoráveis estão localizadas
próximas a via BR-010, com baixa declividade e em áreas do tipo agricultura e pastagem, o
que revela que atendeu as principais normas técnicas, além de cumprir as restrições
estabelecidas. Totalizando uma área de 1.550 hectares identificados como alta aptidão,
confirmando que as características e propriedades dos locais apresentados corroboram com
a metodologia utilizada nesta pesquisa.
A Figura 6.13 apresenta as 31 áreas identificadas como favoráveis e a comparação
com o grau de vulnerabilidade gerado para a mesma região, servindo como um parâmetro
auxiliar no processo de escolha das áreas.
71
socioeconômicos e físicos, além da utilização de um parâmetro extra como auxiliador no
processo decisivo que é o mapa de vulnerabilidade ambiental.
Para o Aterro Sanitário Norte, foi identificado que o mesmo se encontra dentro da
área da APA Planalto Central, ou seja, uma área restritiva à implantação de aterros sanitários.
Utilizando o mapa de aptidão e de vulnerabilidade ambiental gerados, verifica-se a existência
de possibilidades de áreas que poderiam ser utilizadas para a disposição final de resíduos no
município. Verifica-se, também, a necessidade de fechamento do atual aterro, com medidas
de recuperação da área indevidamente utilizada.
72
7 CONCLUSÃO
73
intangíveis, qualitativos ou quantitativos, e podem ser usados para se aproximar de modelos
realistas.
Em relação à aplicabilidade, ao uso das ferramentas e do auxílio do mapa de
vulnerabilidade ambiental no processo de seleção de um aterro favorável, concluiu-se que
os parâmetros utilizados foram válidos e suficientes para garantir que o objetivo final fosse
alcançado. Considerando as áreas vulneráveis aos impactos ambientais, os métodos aqui
utilizados são úteis para o apoio a tomada de decisões, a até a replicação em outras áreas de
estudo com o objetivo de evitar elevadas degradações ambientais e minimizar possíveis
ações de mitigação e compensação. Recomenda –se, um estudo para verificar os impactos
causados pela locação do Aterro Sanitário Norte em Área de Proteção Ambiental.
74
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