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Homilia - Xviii DTC

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TEMPO COMUM

Domingo da XVIII Semana

Homilia
Amados irmãos e irmãs,

Iniciamos hoje o mês vocacional, tempo precioso para


refletirmos sobre os diversos chamados que Deus dirige a
seu povo. Neste primeiro domingo, a Igreja nos convida a
rezar de maneira especial pelos ministros ordenados –
diáconos, presbíteros e bispos, aqueles que, como o bom
pastor, colocam-se a serviço do povo santo de Deus.

E as leituras deste domingo nos oferecem um forte apelo:


onde está o nosso coração? No que colocamos nossa
confiança e segurança?

O livro do Eclesiastes, com sua linguagem marcadamente


sapiencial, nos apresenta a famosa expressão: "Vaidade das
vaidades! Tudo é vaidade!" (Ecl 1,2). O autor sagrado quer nos
lembrar que tudo neste mundo é transitório, e que aquele
que busca apenas acumular riquezas ou prazeres terrenos
viverá no fim um grande vazio.

O salmo ecoa esta reflexão, clamando: "Ensinai-nos a contar os


nossos dias, para que alcancemos um coração sábio!" (Sl 89). Sim,
a verdadeira sabedoria consiste em viver com os olhos
voltados para a eternidade, conscientes de que o tempo é
dom e a vida é missão.

1
Na segunda leitura, São Paulo exorta a comunidade de
Colossos a “buscar as coisas do alto” (Cl 3,1), isto é, a viver
com os olhos fixos em Cristo. O apóstolo mostra que, em
Cristo, somos chamados a uma nova existência, despindo-
nos do homem velho e revestindo-nos do homem novo, feito
à imagem do Criador.

E o Evangelho de hoje é uma advertência de Jesus sobre o


perigo da ganância. Alguém da multidão pede ao Senhor
que resolva uma partilha de herança. Jesus, porém, aproveita
a ocasião para ensinar que a vida de uma pessoa não
consiste na abundância de bens. Em seguida, narra a
parábola do homem rico, que acumula, planeja, projeta...
mas esquece do essencial: a alma. Deus o chama de
insensato, pois colocou sua segurança em si mesmo, e não
em Deus (Lc 12,13-21).

Essa mesma advertência ecoa na vida e missão dos ministros


ordenados, cuja vocação não é juntar, mas se gastar, não é
acumular, mas doar-se inteiramente ao serviço do Reino.

Lembro aqui as palavras do Santo Cura d’Ars, São João


Maria Vianney, patrono dos sacerdotes:

"O sacerdote não é sacerdote para si mesmo; é para vós. Um bom


pastor, um pastor segundo o coração de Deus, é o maior tesouro que
Deus pode conceder a uma paróquia.”

E também as palavras tão simples quanto provocantes de


Dom Helder Camara, homem de profunda espiritualidade e
vida profética:

2
“Se eu dou comida ao pobre, me chamam de santo. Se pergunto por
que o pobre não tem comida, me chamam de comunista.”

Estes homens nos recordam que o ministério ordenado é um


dom, mas também uma entrega constante – uma vocação
que exige coerência, oração e doação radical.

Que este início do mês vocacional reacenda em nosso meio o


amor pelas vocações, especialmente pela vocação sacerdotal.
Que cada comunidade reze, incentive e valorize seus
pastores, mas que também cobre santidade e zelo.

E que cada um de nós, ministros ou leigos, ricos ou pobres,


possamos ouvir hoje a voz do Senhor:

“Insensato, ainda nesta noite pedirão de volta a tua vida. E para


quem ficará o que acumulaste?”

Não coloquemos nossa esperança naquilo que passa. Antes,


busquemos as coisas do alto, onde está Cristo, e façamos de
nossas vidas uma oferta de amor. Amém.

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