PESQUISA-INTERVENÇÃO PARTICIPATIVA NA PRODUÇÃO DE ANÁLISES SOBRE O FRACASSO ESCOLAR EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO INTERIOR DO TOCANTINS
PESQUISA-INTERVENÇÃO PARTICIPATIVA NA PRODUÇÃO DE ANÁLISES SOBRE O FRACASSO ESCOLAR EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO INTERIOR DO TOCANTINS
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PESQUISA-INTERVENÇÃO PARTICIPATIVA NA
PRODUÇÃO DE ANÁLISES SOBRE O FRACASSO
ESCOLAR EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO INTERIOR
DO TOCANTINS
PARTICIPATORY INTERVENTION RESEARCH IN THE PRODUCTION OF ANALYSIS ON SCHOOL FAILURE IN A
PUBLIC SCHOOL IN THE INTERIOR OF TOCANTINS
Ladislau Nascimentoa*
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo produzir análises sobre o fracasso escolar em uma perspectiva interventiva, inventiva e
participativa. Elegemos como participantes membros do corpo docente e uma turma de estudantes de uma escola pública situada
em uma cidade do interior do estado do Tocantins. Utilizamos como estratégia metodológica a Pesquisa-Intervenção em articulação
com ferramentas da Análise Institucional, com apoio em pistas teóricas provenientes da filosofia da diferença e de formulações
feitas por Michel Foucault. Ao longo do percurso de pesquisa, fizemos levantamentos bibliográficos e promovemos intervenções
em articulação com atividades de ensino e de extensão. Na intervenção com o corpo docente, questionamos a lógica medicalizante
e a culpabilização presentes em discursos científicos e midiáticos, que distorcem a realidade ao ignorar a complexidade e a
multiplicidade de fatores envolvidos na produção do fracasso escolar. A abordagem foi pautada pelo respeito e pelo cuidado
necessários para não incorrermos no erro de culpabilizar professores pelos problemas que desafiam a comunidade escolar. Nos
encontros com os estudantes, promovemos a participação por meio de atividades interativas e criativas. Na ocasião, constatamos
mobilizações afetivas com potencial para impulsionar o desenvolvimento dos participantes. Todavia, registramos a circulação de
afetos paralisantes que denunciam angústia, medo, opressão e violência no contexto escolar. Futuras pesquisas interventivas serão
realizadas para intensificarmos processos de produção de conhecimento em articulação com o desenvolvimento de ações
participativas, criativas e inventivas em Psicologia Escolar e Educacional.
ABSTRACT
This study aimed to analyze school failure from an interventional, inventive, and participatory perspective. The participants included
faculty members and a class of students from a public school located in a small town in the state of Tocantins, Brazil. The
methodological approach was based on Intervention Research, combined with tools from Institutional Analysis and supported by
theoretical insights from the philosophy of difference and the work of Michel Foucault. Throughout the research process,
bibliographic reviews were conducted, and interventions were carried out in connection with teaching and extension activities. In
the intervention with faculty members, we questioned the medicalizing logic and the tendency to blame individuals, which are
reinforced by scientific and media discourses that distort reality by neglecting the complexity and multiplicity of factors contributing
to school failure. Our approach was guided by respect and care to avoid the mistake of holding teachers accountable for the
challenges faced by the school community. During the sessions with students, we encouraged participation through interactive and
creative activities. This process revealed affective mobilizations with the potential to foster participants’ development. However,
we also observed the circulation of paralyzing emotions, indicating distress, fear, oppression, and violence within the school
context. Future intervention studies will be conducted to further develop knowledge production processes while fostering
participatory, creative, and inventive actions in School and Educational Psychology.
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FILHO; XAVIER, 2022; MIRANDA et al., 2024). Neste 71834223.0.0000.5519, tendo sido aprovado, de acordo
arranjo estratégico-metodológico, o ato de pesquisar não com o Parecer n. 6.262.307.
se dissocia das práticas destinadas à criação de
“dispositivos de análise coletiva” (LOURAU, 1993, p. Participantes
30). De acordo com Rocha e Aguiar (2003), por meio da
Pesquisa-Intervenção - abordagem questionadora, A pesquisa considerou a participação de
dedicada à desnaturalização de concepções, práticas e de professores, gestores educacionais e estudantes de uma
relações instituídas -, escola pública estadual localizada no interior do estado do
Tocantins, que atuaram com o coordenador da pesquisa ao
[...] as estratégias de intervenção terão como alvo lado de estudantes extensionistas ou estagiários em fase de
a rede de poder e o jogo de interesses que se fazem estágio curricular supervisionado.
presentes no campo da investigação, colocando
em análise os efeitos das práticas no cotidiano Fases e atividades de pesquisa
institucional, desconstruindo territórios e
facultando a criação de novas práticas (ROCHA;
AGUIAR, 2003, p. 71). a) Revisão de Literatura
escolarização, mas sim no reforço de percepções negativas fracasso escolar, as abordagens não críticas e
sobre si mesmos, intensificando o sofrimento e a exclusão. patologizantes fortalecem as práticas excludentes e
Em ambos os estudos constatou-se culpabilização e medicalizantes no contexto educacional ao passo que
responsabilização dos alunos pela ocorrência dos fragilizam ações voltadas para a abordagem crítica do
problemas que motivaram os encaminhamentos. fenômeno. Esses achados reiteram nosso posicionamento
Outros estudos trazem resultados que se associam frente à necessidade de abordarmos o fracasso escolar sob
aos expostos acima. Em Pinheiro et al. (2020) verificou- um enfoque crítico e sensível à sua complexidade.
se que a responsabilidade pelo fracasso ainda recai sobre Outros dados da revisão de literatura apontam para
os alunos, sendo este fenômeno frequentemente associado possibilidades de enfrentamento das práticas e dos
a fatores biológicos e naturalizados, o que leva à sua discursos patologizantes em face ao fracasso escolar.
medicalização. Ao analisar prontuários de crianças Bittencourt, Lima e Gesser (2017) relataram um estudo em
encaminhadas a um ambulatório em um município do Rio um programa de atenção e ressignificação da queixa
de Janeiro, Paula (2015) identificou que as queixas escolar em uma universidade federal do sul do Brasil. A
relacionadas a possíveis sinais de desatenção, pesquisa incluiu entrevistas semiestruturadas, conversas
hiperatividade e impulsividade não eram acompanhadas informais com professores, observações em sala de aula e
de reflexões sobre os diversos fatores que poderiam atividades em grupo. Na ocasião, estudantes de psicologia,
influenciar essas manifestações. O autor ressalta que os no âmbito do estágio curricular, conduziram intervenções
procedimentos utilizados nos encaminhamentos e na para estimular novas formas de perceber e significar os
recepção das demandas relacionadas à suspeita de alunos, especialmente aqueles com dificuldades escolares.
transtornos dessa natureza são guiados por concepções As ações permitiram reconhecer esses estudantes como
medicalizantes, concentrando as intervenções na criança indivíduos singulares, com modos distintos de aprender e
sem considerar os aspectos socioculturais que influenciam interagir. Através de um dispositivo grupal focado na
a aprendizagem. criatividade, promoveu-se um ambiente mais participativo
Schweitzer e Souza (2018) analisaram os sentidos e colaborativo. A construção coletiva de princípios de
atribuídos por professores, diretores e assistentes técnico- convivência demonstrou que os alunos assimilam melhor
pedagógicos de escolas públicas de um município da o conhecimento quando participam ativamente desse
Grande Florianópolis, aos encaminhamentos e às processo. O trabalho transformou as práticas pedagógicas
estratégias utilizadas no atendimento aos estudantes com de uma professora participante, tornando-a protagonista
queixa escolar. Os resultados apontaram para a no uso de novas estratégias mais dialógicas e inclusivas no
culpabilização dos estudantes e de seus familiares pelos ambiente escolar.
problemas enfrentados nos processos de escolarização. Em uma pesquisa interventiva com alunos de
Além disso, constataram discursos com potencial para escolas públicas encaminhados ao serviço-escola de um
promover a estigmatização desse público. curso de Psicologia, foram realizados atendimentos em
As concepções reducionistas, psicologizantes e grupo, orientações para pais e cuidadores, além de
medicalizantes sobre as manifestações do fracasso escolar atividades que integravam alunos e professores
não advêm exclusivamente dos contextos escolares. (OLIVEIRA; BRAGAGNOLO; SOUZA, 2014). O estudo
Temos uma parcela considerável de responsabilidade na teve como principais objetivos compreender a construção
propagação do discurso médico-biologizante. Em uma dos saberes sobre crianças com queixas escolares, criar
revisão de literatura realizada por meio do acesso a artigos espaços para que expressassem suas demandas, oferecer
nacionais e internacionais, publicados em periódicos suporte a familiares e cuidadores e estimular reflexões
indexados, Leonardo, Leal e Rossato (2015) constataram entre professores e outros profissionais da educação sobre
o predomínio de concepções biologizantes e centradas no a complexidade das dificuldades escolares. As autoras
indivíduo em análises e reflexões sobre o fracasso escolar. concluem que a abordagem utilizada se mostra eficaz para
Um percentual ínfimo de artigos (9%) abordou o tema sob enfrentar e superar a visão patologizante dessas questões.
um enfoque crítico-institucional. Assim, além de não Esta revisão apontou para a necessidade de
contribuir para a desconstrução de naturalizações sobre o fortalecermos as práticas interventivas com potencial para
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problematizar os jogos de verdade instituídos e quantitativo de alunos por turma dificulta a realização de
propagados em espaços acadêmicos e escolares, conforme atividades diversificadas, com potencial para engajar os
exposto adiante, na subseção sobre as intervenções com os estudantes.
professores da escola em que a pesquisa-intervenção foi Em relação ao perfil sócio-econômico dos
realizada. Antes de discorrermos sobre estas ações, estudantes, uma parte considerável vive em situação de
todavia, expomos elementos extraídos da caracterização vulnerabilidade social e faz uso de benefícios de
institucional. programas de transferências de renda. Muitos convivem
com os problemas da violência doméstica e social. Além
Uma escola que emerge em tempos de crise: dados da destes fatores, em alguns casos, a gravidez na adolescência
caracterização se interpõe às trajetórias escolares de meninas com idades
entre 14 e 17 anos, conforme o relato de professores. Esta
A instituição-alvo de nossas intervenções tem informação é corroborada por estudos que apontam para a
funcionamento matutino, vespertino e noturno. Atende aos gravidez na adolescência como parte da realidade de
públicos do Ensino Fundamental II - Anos Finais - de 6º milhares de meninas, sobretudo nas classes populares
ao 9º ano, ensino médio, na modalidade regular e por meio (RATUSNIAK; SILVA, 2023).
da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além disso, A caracterização trouxe, portanto, dados sobre o
oferece Curso Técnico em Enfermagem integrado ao funcionamento de uma instituição em que as
ensino na modalidade da EJA. São aproximadamente 900 consequências das desigualdades sociais se interpõem às
alunos matriculados. trajetórias escolares de boa parte do alunado. A escola
A escola foi construída nos anos 80, em um reflete as tensões e contradições presentes na sociedade
contexto emergencial. Naquela época, a cidade foi (BOURDIEU, 2012), funcionando como um ambiente
duramente atingida por uma enchente causada pela cheia onde ocorrem manifestações de racismo, machismo
do Rio Tocantins. Este incidente contribuiu para a estrutural, intolerância e diferentes formas de violência
construção de um bairro em uma parte alta da cidade, (CHARLOT, 2002; GOMES, 2023; NASCIMENTO,
distante dos perigos das enchentes. Este registro histórico 2019). Neste mesmo contexto, métodos pedagógicos
se faz importante, pois, desde a sua construção, a escola pouco dialógicos e a falta de espaços para expressão e
parece cumprir o papel de acolher casos emergenciais. acolhimento (SOUZA et al., 2024) contribuem para que a
Trata-se de uma instituição que ao longo do tempo serviu escola se torne um ambiente hostil e propício ao fracasso.
de referência para a recepção de estudantes transferidos de
outras escolas da região, por motivos diversos, incluindo Partilhas, análises coletivas sobre as queixas escolares e
os casos de indisciplina, histórico de envolvimento com a fortalecimento subjetivo do corpo docente
prática de atos infracionais seguidos do cumprimento de
medidas socioeducativas, dentre outros. Este dado se Durante nosso percurso de pesquisa, realizamos
mostra importante para as nossas análises, uma vez que dois encontros com um grupo de 30 professores da escola.
aparece em relatos de professores e membros da equipe de Os encontros ocorreram nos horários reservados ao
gestão escolar. trabalho pedagógico coletivo. Para cada encontro
Segundo dados compartilhados pela equipe de preparamos duas dinâmicas, sendo a primeira voltada para
gestão, à época em que realizamos as intervenções, o estimular a interação por meio da ludicidade e a segunda
corpo docente contava com a participação de 35 para acolher os participantes e viabilizar a circulação da
professores. Aproximadamente 20 professores eram palavra sobre o cotidiano escolar.
concursados e possuíam estabilidade no emprego. O Cientes da relação direta entre a ausência de
restante mantinha vínculos através de contratos por tempo espaços para a discussão sobre a queixa escolar e a
determinado. Esta condição traz instabilidade, incerteza, perpetuação da culpabilização de alunos e de seus
ausência de autonomia de parte do corpo docente e familiares pelos problemas de escolarização
fragmentação (SANTOS, 2023). Vale observar que há (LABADESSA; LIMA, 2017), assim como da
cerca de 35 estudantes para cada sala de aula. Este necessidade de enfrentarmos os efeitos deletérios dessa
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lógica excludente e opressora, tomamos o cuidado de (CHASSOT, 2018) – pautada na troca de experiências e
partilhar responsabilidades durante as intervenções feitas na construção compartilhada de análises e reflexões
com o corpo docente, com ética e zelo, para caminharmos (AGUIAR; ROCHA, 2007).
na contramão da lógica culpabilizante muitas vezes Constatamos testemunhos e relatos de docentes
reiterada pelos discursos acadêmicos e midiáticos. que tiveram de lidar com situações de violência ou de
Sabendo que a presença de um psicólogo na humilhação no cotidiano escolar. Ao mesmo tempo,
escola, acompanhado de discentes do curso de Psicologia, deparamo-nos com relatos de professores que superaram
tende a suscitar encomendas e encaminhamentos de desafios e impasses na relação com alunos, por meio de
demandas inspiradas pelos discursos psicologizantes negociações e do estabelecimento de vínculos e laços
propagados, sobretudo por nós, agentes promotores de afetivos com aqueles estudantes muitas vezes
ações vinculadas à Psicologia (MACHADO, 2003), estigmatizados em decorrência de marcadores de
investimos em análises de implicação para refletirmos diferenças como raça, classe e gênero (NASCIMENTO,
coletivamente - durante as supervisões de estágio - sobre 2019).
o que podemos provocar a partir de nossa entrada na Em ambos os encontros com os docentes houve
escola. Durante nossas conversas em supervisão, bem envolvimento e participação efetiva de todos que se
como no contato direto com os professores em situações fizeram presentes. A possibilidade de refletir sobre as
de intervenção, consideramos a influência de produções e práticas escolares em um ambiente acolhedor, com o apoio
de discursos acadêmicos relacionados com as abordagens em dispositivos de intervenção dedicados à produção de
não críticas da psicologia, sustentadas, inclusive, por uma trocas e de análises coletivas, mostrou-se potente aos
parcela de psicólogos e pesquisadores inseridos no campo chamados processos de produção subjetiva. Além disso,
da Psicologia Escolar e Educacional. Por este motivo, contribuiu para a problematização de práticas escolares e
durante os dois encontros realizados com o corpo docente, de concepções muitas vezes influenciadas pela
fizemos uma crítica ao papel da psicologia e até mesmo de perversidade e pela força da discriminação e do racismo
sua cumplicidade ideológica (BOCK, 2003) na impregnados nas instituições escolares (PARREÃO,
reprodução de práticas excludentes, autoritárias e 2023).
estigmatizantes. Embora os encontros com os docentes tenham
Durante uma dinâmica em que os professores sido mobilizadores de cuidado, desejo, lembranças e
compartilhavam experiências do cotidiano, observamos a criatividade, houve apontamentos que denotaram uma
reprodução do discurso médico-patologizante. Ao compreensão enviesada sobre o fracasso escolar. Ao longo
promover uma reflexão sobre os impactos das abordagens dos dois encontros, emergiram temas como falta de
psicológicas individualizantes, que negligenciam a análise engajamento dos discentes, conflitos na relação entre o
das instituições em uma sociedade excludente e desigual, corpo docente e a equipe diretiva, incertezas associadas
percebemos uma maior aproximação do corpo docente com os contratos precários de trabalho, desafios
com nossa equipe (autor deste artigo e estagiários de enfrentados na relação professor-aluno, violência urbana e
Psicologia da UFT). Houve um reposicionamento suas influências no cotidiano escolar.
significativo. Nos primeiros momentos de nossa interação, Alguns relatos indicaram concepções sobre os
os professores buscavam respostas rápidas para problemas problemas de escolarização em que não se consideram
complexos da escolarização; após nossa fala sobre os funcionamentos escolares operados no nível
equívocos de certas abordagens da psicologia, muitos se microestrutural, igualmente produtores de fracasso
sentiram mais confiantes para compartilhar dilemas, escolar, tais como: carência de espaços para a reflexão,
dúvidas e práticas criativas no enfrentamento de desafios, ausência de infraestrutura de apoio, altas taxas de
como o desengajamento dos alunos, a falta de recursos e a absenteísmo e de rotatividade no corpo docente, falta de
sobrecarga de trabalho. Nossa postura crítica em relação recursos didático-pedagógicos e de dinamismo às aulas
às abordagens hegemônicas da psicologia fortaleceu a para o atendimento das múltiplas demandas associadas
atuação conjunta com o corpo docente, criando condições com a complexidade dos processos de ensino e
para uma pesquisa colaborativa – PesquisarCOM aprendizagem (SOUZA, 2007). Ainda assim, em muitos
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momentos, os próprios docentes sinalizaram uns aos prudência e do diálogo para a solução de conflitos e
outros o fato de problemas como indisciplina, evasão problemas cotidianos. O grupo abordou temas como
escolar e distorção idade-série, apenas para citar alguns racismo, violência policial e empatia.
exemplos, serem produções atravessadas por inúmeros No quinto encontro os estudantes extensionistas
fatores, incluindo a atuação docente. propuseram duas dinâmicas. A primeira consistiu na
identificação de objetos sem que pudessem enxergá-los.
Circulação da palavra e construção de novos possíveis Na segunda dinâmica, com o uso de um novelo de lã, cada
em meio à aridez da ausência de perspectivas participante entregava uma parte do novelo a um colega e
mencionava uma qualidade percebida na pessoa indicada.
Elegemos como público-alvo uma turma do Na ocasião, a equipe identificou uma aparente resistência
terceiro ano do ensino médio, composta por 25 estudantes. do grupo. Parecia difícil atribuir uma qualidade ao colega
Esta atividade foi facilitada por um grupo de três indicado. A consigna para cada participante escolher um
estudantes do Curso de Psicologia, sob a supervisão do colega e atribuir-lhe uma qualidade pareceu ter mobilizado
autor deste artigo. No primeiro encontro, a equipe se afetos que se desdobraram em silenciamento e resistência.
apresentou e desenvolveu uma dinâmica apoiada no uso Olhar para si e para o outro, naquele contexto, parece
de crachás confeccionados em cartões feitos de cartolina. envolver a circulação de afetos que suscitam temores,
Criou-se um ambiente de escuta e de acolhimento. Alguns medo e resistência.
estudantes participaram e mostraram-se motivados com a No sexto encontro realizamos uma atividade
proposta das oficinas. Outros, no entanto, mantiveram-se interativa apoiada no uso de músicas em que as letras
em silêncio e não participaram da atividade. abordam temas como: preconceito, luta de classes, dentre
O segundo encontro foi dedicado para a realização outros. Com trechos de músicas escritos em papéis
de uma dinâmica sobre desejos e sonhos para o futuro. Os distribuídos entre o grupo, os participantes foram
participantes mostraram-se apreensivos no início. orientados a ler um determinado trecho, escutar a música
Contudo, engajaram-se na atividade e puderam falar sobre em destaque e iniciar uma conversa com o grupo sobre o
suas expectativas quanto ao futuro. Observou-se, em tema do respectivo trecho. Embora a participação de todo
muitos momentos, um distanciamento dos participantes o grupo tenha sido registrada, observou-se ausência de
em relação aos processos envolvidos na preparação para conversação e diálogos sobre os temas. Os participantes
vestibulares ou concursos públicos. Ao que pudemos ficaram restritos à leitura do trecho indicado sem, contudo,
notar, as propostas pedagógicas não incluem temas e ações engajarem-se em conversas sobre as temáticas presentes
diretamente voltadas para a preparação para vestibulares e nas letras. Mais uma vez, observou-se uma aparente
outros exames. No terceiro encontro houve a continuidade dificuldade para aquele público dialogar sobre a própria
da conversa iniciada no encontro anterior. Na ocasião, o realidade. A abordagem de assuntos sensíveis e caros
grupo mostrou-se mais envolvido com as ações. Pareciam àquela população vem sempre acompanhada de
mais entusiasmados com a proposta. manifestações afetivas que denotam sofrimento, medo e
No quarto encontro, realizou-se uma dinâmica angústia.
denominada Cidade Dorme. A atividade consistiu em uma Nos dois últimos encontros - sétimo e oitavo - os
brincadeira onde três participantes desempenharam um facilitadores aplicaram instrumentos dedicados à
papel entre os papéis de assassino, curandeiro e cidadão. identificação de habilidades, preferências e inclinações
Os demais desempenharam o papel de detetive e tiveram para determinadas áreas e profissões. Utilizaram dois
como incumbência descobrir quem era o assassino, a fim inventários muito utilizados em processos de Orientação
de retirá-lo da brincadeira em um ato simbólico com Profissional. Esta atividade foi a que abordou o tema da
denotação de punição. A atividade transcorreu em meio a escolha profissional de modo mais direto e objetivo. Os
brincadeiras e risos. Em um segundo momento, em uma participantes mostraram-se inquietos e resistentes diante
roda de conversa, facilitadores e participantes refletiram das consignas para a execução da proposta. Pareceu-nos
sobre temas como preconceito, estigma, violência, assim que a abordagem mais direta do tema “escolha
como versaram e refletiram sobre a importância da profissional” suscitou afetos paralisantes. Abordamos os
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afetos no sentido proposto por Spinoza (2009), para quem CONSIDERAÇÕES FINAIS
os afetos são compreendidos como “as afecções do corpo,
pelas quais sua potência de agir é aumentada ou A realização de uma pesquisa interventiva,
diminuída, estimulada ou refreada [...].” (SPINOZA, dedicada a conhecer e a promover transformações em uma
2009, p. 98). escola onde são engendrados modos de subjetividade
Em meio a movimentos de participação e de postos como alvo de crítica, sobretudo por uma
resistência, facilitadores e participantes produziram perspectiva epistêmico-ontológica que aposta na liberdade
encontros, conexões e experiências. Partilharam saberes e como condição primordial de existência, demandou
construíram conhecimento. Experimentaram criatividade e compromisso ético-político de todas as
estranhamentos, inquietações e afetos. O dispositivo pessoas envolvidas com o trabalho.
grupal instituído viabilizou processos de produção As atividades engendraram processos de produção
subjetiva naquela instituição marcada pela repetição da subjetiva em movimentos de resistência diante de práticas
rotina escolar, com suas práticas disciplinares voltadas ao de assujeitamento e de exclusão perpetradas no contexto
controle e ao assujeitamento (NASCIMENTO, 2019). A institucional. Neste sentido, por meio dos encontros e das
circulação da palavra, ainda que de modo tímido e ações, reafirmamos o compromisso ético-político da
atravessado pela força do silenciamento resultante de Psicologia Escolar e Educacional em contribuir para a
processos de opressão, exclusão e dominação engendrados melhoria das condições escolares e fortalecer alianças
no cotidiano escolar (NASCIMENTO, 2017), mostrou-se necessárias para o desenvolvimento de práticas
uma importante ferramenta para a emergência de novos interventivas no encontro da psicologia com a educação.
possíveis aos estudantes. A proposta também manteve coerência com o
A pesquisa-intervenção mostra-se potente ao projeto de desenvolvimento local e regional vinculado à
fomentar a construção coletiva do conhecimento interiorização do ensino superior, com a consequente
(AGUIAR; ROCHA, 2007; LAVOR FILHO; SOUZA ampliação de acesso aos serviços ofertados pelas
FILHO; XAVIER, 2022; MIRANDA et al., 2024). A universidades públicas federais. Ao articular educação
partir da realização das oficinas de orientação profissional, superior e educação básica, a pesquisa também contribuiu
conseguimos promover diálogos, estimular o uso da para aproximar universidade e comunidade em um
criatividade e da imaginação, questionar práticas do movimento contrário às práticas de pesquisa em geral
cotidiano escolar, refletir sobre as nossas desenvolvidas no âmbito universitário.
responsabilidades e possibilidades em relação ao cuidado Além disso, a pesquisa manteve articulação com o
e ao conhecimento de si, bem como no que se refere ao Projeto Pedagógico do Curso de Psicologia da UFT (PPC,
cuidado em relação aos outros com os quais produzimos 2014), que se propõe a fomentar conhecimento crítico,
nossos modos de existir. construído sob perspectivas que levem em consideração o
Neste percurso de pesquisa-intervenção, tivemos papel da história e dos atravessamentos sociais e culturais
a oportunidade de confrontar os modos de subjetividade na produção do conhecimento e na elaboração de
engendrados por meio de relações de poder e discursos que estratégias de análise, reflexão e de intervenção nos
se recusam a conceber e posicionar os alunos como campos de atuação em que a Psicologia se faz presente.
sujeitos. Resistimos ao assujeitamento através da incitação Temos a expectativa de promover novas
à imaginação, às memórias e à circulação de afetos pesquisas-interventivas para intensificar os processos de
(GUATTARI; ROLNIK, 1996). produção de conhecimento em articulação com o
desenvolvimento de ações participativas, criativas e
inventivas em Psicologia Escolar e Educacional.
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