Princpios do Tratamento de Tecidos
Moles
1.Introduo
Uso apropriado do exerccio fisioteraputico no tratamento
de disturbios osteomioarticulares depende:
Identificao da estrutura envolvida
Reconhecimento de seu estgio de recuperao
Determinao das limitaes funcionais ou das incapacidades
Exame da regio envolvida pr-requisito identificar as
estruturas comprometimentos e limitao da funo
determinar os estgios de recuperao do tecidos
Tratamento conservador no regridem tt cirrgico
2. Gravidade da Leso Tecidual
a)Grau I
Dor leve no momento da leso ou
nas 1s 24 hs
Edema leve, sensibilidade local
Dor tecido sobrecarregado
b) Grau II
Dor moderada interrupo das
atividades
Dor sobrecarga e palpao do
tecido
Leso ligamentar fibras
rompidas aumento de mobilidade
c) Grau III
Ruptura ou avulso completa ou
quase que completa do tecido
Dor intensa
Sobrecarga geralmente indolor
Palpao revela falha
Ligamento rompido instabilidade
da articulao
3. Microestrutura do Tecido
Conjuntivos
Tecidos conjuntivos 3
componentes:
Fibras
(colgeno e
elastina)
Substncia
Basal
em
liquido tecidual associado
(glicoaminoglicanos
proteoglicanos)
Substncias
celulares
(fibroblastos, fibrcitos e
clulas especfica para
cada tecido conjuntivo)
Funo
dos
tecidos
propores
relativas
componentes
intra
e
extracelulares colgeno,
elastina, proteoglicanos, H2O e
protenas contrteis
Ligamentos: 2/3 H2O; 80% colgeno;
pequena quantidade de elastina e
proteoglicanos 1%
Tendo: fibras colgenas que conectam
msculo ao osso; 30% colgeno; 2% elastina
e 68% H2O; baixa elastina baixa
elasticidade do tendo
Cartilagem articular: 80% H2O; colgeno;
proteoglicanos (reter a H2O da cartilagem
articular perda menor contedo hdrico e
desaparecimento das propriedades mecnicas
5. Irritabilidade do Tecido
Agresso ao tecido conjuntivo leso mecnica,
irritante qumico resposta vascular e celular
semelhante irritabilidade ou sensibilidade
dividida em 3 estgios:
5.a Estgio Agudo (Reao Inflamatria)
Sinais de Inflamao edema, rubor, calor, dor em
repouso e perda da funo;
Movimento doloroso ADM proteo do
paciente antes da amplitude completa
Dor e comprometimento dos movimentos estado
qumico alterado (irritao das terminaes nervosas);
da tenso dos tecidos (edema) e defesa muscular
Estgio 4 a 6 dias perpetuao da agresso
5.a.1 Resposta do Tecido Inflamao
Envolve respostas celulares, vasculares e
qumicas tecido
1 48hs alteraes vasculares exsudao
de clulas e dos solutos (vasos sanguneos e
cogulos) nesse perodo neutralizao
dos irritantes qumicos ou estmulos nocivos ,
fagocitose (limpeza dos tecido morto),
atividade fibroblstica inicial e formar novos
capilares mecanismo proteo
5.a.2 Diretrizes para o tratamento na Fase de
Proteo
Papel do Fisioterapeuta
Controlar os efeitos da inflamao; facilitar a regenerao
da ferida e manter a funo normal nos tecidos e regies
do corpo que no foram afetados
Educao do Paciente
Informar o paciente sobre a durao esperada dos
sintomas, curta durao
O que ele pode fazer durante o estgio
Precaues e Contra-indicaes apropriadas
Proteo dos Tecidos Lesados
dor musculoesqueltica e promover
regenerao proteo da parte afetada nas 1s
24 a 48 hs repouso (splints, faixa, gesso);
Frio; Compresso e Elevao
Dependendo do tipo da leso e da gravidade
benefcios mtodos manuais controle da
dor e edema massagem e oscilaes
articulares suaves
Dispositivos auxiliares marcha
Intervenes e Dosagens Especficas
ADM passiva dentro do limite da dor manter a
mobilidade articular; melhorar a dinmica dos fluidos e
manter a nutrio dentro das articulaes; inicialmente
muito pequena
Tcnicas de mobilizao articular com dosagem baixa
tcnicas de separao e deslizamento graus I ou II
(melhora a dinmica dos fluidos
Isomtricos: suaves, intermitentes e muito baixa
s/causar dor ou compresso articular
Leso muscular tcnicas isomtricas msculos na posio
encurtada
Massagem: movimentar fluidos; aplicado com cuidado e
suavidade serve para ajudar prevenir aderncias
Intervenes em reas Associadas
manter o estado mais fisiolgico possvel das
reas relacionadas
ADM: ativo ou passivas depende da
proximidade e do efeito sobre o tecido lesado
Fora Muscular: resistncia apropriada nos
msculos relacionados com o tecido lesado;
preparar para dispositivos auxiliares
Circulao: atividades funcionais e uso de faixas
elsticas de suporte
Preveno de Efeitos Adversos da Imobilidade
Evitar a imobilizao completa ou contnua aderncia de fibrilas
em desenvolvimento nos tecidos vizinhos; enfraquecimento do tecido
conjuntivo e alteraes na cartilagem articular
Objetivo a longo prazo formar cicatriz forte e mvel no local da
leso
Incio rede de formao de fibrilas aleatrias arranjo organizado
foras mecnicas movimentos passivos (quando tolerado)
Movimentos especficos com intensidade suave
OBS:
Movimento em excesso doloroso e leso do tecido
Dosagem do movimento passivo gravidade da leso
Movimento tolerado benfico sem inflamao
Movimento ativo contra-indicado no local da inflamao
benficos em regies vizinhas manter a integridade, auxiliar a
circulao e fluxo linftico
5. b Estgio Subagudo (Reparo e
Regenerao)
Sinais de inflamao diminudos progressiva e
ficam ausentes
Ao testar a ADM dor resistncia dos tecidos
no final d ADM disponvel
Dor novo tecido sobrecarregado tolerncia
Msculos fracos ao teste
Estgio dura 10 a 17 dias (14-21 dias aps o
surgimento da leso) 6 semanas (circulao
limitada tendo)
5.b.1 Resposta do Tecido Reparao e Regenerao
Do 2 ao 4 dia inflamao comea a diminuir
Inicio resoluo do cogulo e reparo do local lesado (10 a
17 dias)
Sntese e deposio de colgeno caracterizam esse estgio
remoo dos estmulos nocivos crescimento de leitos
capilares da atividade fibroblstica; formao de
colgeno e desenvolvimento de tecido de granulao
fibroblastos em grande nmero (4 dia aps a leso)
produo de novo colgeno colgeno imaturo
Atividade miofibroblstica comea por volata do 5 dia
retrao da cicatriz
Fechamento da ferida msculos e pele (5 a 8 dias)
tendes e ligamentos (3 a 6 semanas)
Tecido conjuntivo fino e desorganizado crescimento e
alinhamento corretos cargas tensivas
5.b.2 Diretrizes para o tratamento Fase de
Movimento Controlado
Papel do fisioterapeuta decisivo
Paciente sente-se muito melhor dor no mais
constante e movimento ativo pode ser iniciado
iniciar e progredir com exerccios e atividades
no destrutivas exerccios e atividades que
fiquem dentro da tolerncia dos tecidos em
regenerao, para que reajam a eles sem que
ocorra nova leso
Educao do paciente
Informar o paciente sobre o que se espera nessa
fase; tempo de regenerao
Encoraj-lo a retornar as atividades normais que
no exacerbem os sintomas
Ensinar ao paciente um programa de exerccios
domiciliares e ajud-lo a adaptar atividades de
trabalho e recreativas
Inicio dos Exerccios Ativos
Uso restrito da regio lesada fraqueza muscular
Perodo de Transio iniciar os exerccios ativos dentro da
amplitude de livre de dor progredir exerccios de
resistncia a fadiga e de fortalecimento intensidade e
frequncia seguras
OBS: sinais de inflamao a intensidade dos
exerccios inflamao crnica
Exerccios Isomtricos em Mltiplos ngulos
Objetivo: introduzir o controle e o fortalecimento do
msculos sem sobrecarga intensidade e os ngulos
ausncia da dor
Exerccios Ativos de Amplitude de Movimento
Atividades ADM livres da dor desenvolver controle
mobilidade planos simples e isolados (incio)
Controle de Movimento exerccios concntricos com
resistncia leve
No forar alm da habilidade dos msculos
Resistncia Muscular a Fadiga
Enfatizados fibras de contrao lenta edema articular,
trauma ou imobilizao atrofiar
Inicio exerccio de ADM ativa perodo de regenerao
exerccios de baixa intensidade e alta repetio com leve
resistncia
Exerccios protegidos em Cadeia Fechada
Tecidos em Regenerao precocemente apoio de peso parcial
controlado estimular as contraes estabilizadores nos
msculos e percepo da contraes musculares
Incio e Progresso do Alongamento
Movimento restrito na fase aguda e aderncia da cicatriz
da flexibilidade (regenerao)
mobilidade e estimular o alinhamento apropriado
tcnicas de alongamento:
Aquecer os tecidos: modalidades fisioteraputicas ou
exerccios de ADM a temperatura do tecido e relaxlo
Tcnicas de Inibio: musculos que no relaxam
interfere na mobilidade contrair-relaxar (final da
amplitude)
Mobilizao Articular: da mobilidade intra-articular
tcnicas grau III ou de oscilao grau III ou IV
Tcnicas de Alongamento: passivo, auto-alongamento
Massagem: massagem de frico transversas
mobilizar locais de inciso
Uso da Nova Amplitude: o paciente precisa usar a nova
amplitude extensibilidade ganha
5. c. Estgio Crnico Maturao e
Remodelamento
No h sinais de inflamao
Contraturas e retrao a amplitude; Fraqueza
muscular funo normal
Tecido conjuntivo continua a fortalecer e
remodelar
Dor de alongamento sentida ao testar
estruturas retradas no final da ADM
Estgio dura de 6 meses a 1 ano depende o
envolvimento e quantidade de dano tecidual
5.c.1 Resposta do Tecido Maturao e
Remodelamento
Retrao da cicatriz devido atividade dos
miofibroblastos completa ao 21 dia e a cicatriz pra
de aumentar de tamanho
21 ao 60 predominncia de fibroblastos facilmente
remodelados
Processo de maturao estgio subagudo avanado
Maturao e remodelamento as fibras de colgeno se
tornam mais espessas e se reorientam em respostas s
sobrecargas colocadas sobre o tecido conjuntivo
Tempo de remodelamento fatores que afetam a
densidade e o nvel de atividade dos fibroblastos
(tempo de imobilizao, sobrecarga no tecido,
localizao da leso e suprimento vascular)
5.c.1.2 Remodelamento do Tecido
Molculas de colgeno imaturo unidas e se
aderem ao tecido ao redor facilmente
remodeladas com tratamento suave e persistente
s possvel por 10 semanas
Se no forem sobrecarregadas devidamente as
fibras se aderem ao redor do tecido formando
cicatriz que produz restries. `a medida que o
colgeno se transforma em pontes covalentes e
espessas mais forte e resistente ao
remodelamento.
14 semanas no respondem ao
remodelamento conseqentemente, cicatriz
antiga resposta ruim ao alongamento
5. c.2 Diretrizes para o tratamento
Papel do Fisioterapeuta
Elaborar uma progresso de exerccios que
sobrecarreguem com segurana o tecido
conjuntivo que est amadurecendo
flexibilidade quanto de fora paciente
retornar as atividades funcionais e
profissionais
Remodelamento do colgeno
amadurecendo respostas s cargas usar
foras controladas simulem sobrecargas
normais que o tecido receberia.
5.c.2.1 Educao do Paciente
Paciente torna-se responsvel por realizar os
exerccios do plano de tratamento
Instruir
o paciente sobre as progresses
biomecnicas seguras da resistncia e do autoalongamento e como monitorar efeitos e sinais
prejudiciais de sobrecarga excessiva
Estabelecer diretrizes do que precisa ser atingido
para o retorno seguro s atividades recreativas,
esportivas ou profissionais.
Recomendar modificaes nas atividades da casa, do
trabalho ou no esporte contribuindo para os
comprometimentos do paciente e impedindo o
retorno s atividades desejadas
5.c.2.2 Consideraes sobre a Progresso dos
Exerccios
necessrio haver mobilidade intra-articular
livre dentro da ADM til restrita tcnicas
de mobilizao
Mobilidade articular sem suporte muscular
adequado trauma articulao ou padres
anormais de movimento
fora perda de mobilidade intra-articular
exerccios isomtricos em mltiplos ngulos
Mobilidade intra-articular restaurada ADM
disponvel exerccios dinmicos resistidos
ADM disponvel
5.c.2.3 Progresso do Alongamento
Alongamento contratura ou aderncia
tcnicas especficas mobilizao articular,
massagem miofascial e alongamento passivo;
auto-alongamento.
Progresso da intensidade e a durao da
manobras sem que haja nenhum sinal de
aumento de irritao alm de 24 hs
5.c.2.4 Progresso dos Exerccios de Desempenho Muscular:
Desenvolvendo Controle Neuromuscular, Fora e
Resistncia Fadiga
medida que os tecidos se regeneram, o tratamento:
estimular a manuteno e o remodelamento apropriados do
tecido em regenerao; enfatizar os exerccios progressivos
controlados, para alcanar as atividades funcionais.
Paciente com fraqueza muscular de determinados msculos
isolar a ao do msculo desejado ou usar movimentos
unidirecionais para percepo de atividade muscular e
controle do movimento.
Progredir os exerccios de movimentos simples, isolados e
unidirecionais movimentos com padres complexos e
multidirecionais coordenao de todos os msculos
funcionando para a atividade desejada
Progredir os exerccios de fortalecimento para
simular demandas especficas, cadeia cintica
aberta e fechada, contraes excntricas e
concntricas
Progredir os exerccios de estabilizao de
tronco, controle postural e equilbrio e
coorden-los com movimentos dos membros
para produzir padres de movimentos
corporais totais efetivos
Desenvolver a resistncia muscular fadiga
nos msculos movimentadores primrios e
estabilizadores
5.d. Estgio de Inflamao Crnica
Estado de Inflamao Prolongada
Sintomas de aumento de dor, edema e defesa
muscular durando vrias horas aps a
atividade
Aumento da sensao de rigidez aps o
repouso,
Perda de ADM 24 horas aps a atividade e
rigidez cada vez maior do tecido medida
que a irritao persiste.
5.d.2 Etiologia da Inflamao Crnica que Leva
Dor Prolongada ou Recorrente
Uso excessivo, trauma cumulativo, esforo
repetitivo microtraumas repetitivos ou
sobrecarga
por
esforo
repetitivo
enfraquecimento estrutural ou ruptura por
fadiga quebra das ligaes transversas das fibras
de colgeno e inflamao
Nova Leso de uma cicatriz antiga tecido
cicatricial no to malevel cicatriz se adere ao
tecido ao redor alterao na transmisso de
foras e absoro de energia regio mais
suscetvel leso com sobrecarga
5.d.3 Diretrizes para o Tratamento Inflamao
Crnica
Paciente com sintomas de inflamao crnica
comear o tratamento controlando a inflamao
aps controle progresso comprometimentos e
limitaes funcionais.
a) Inflamao crnica Estgio Agudo
Resposta inflamatria perpetuada constante
irritao dos tecidos inflamao controladas
evitar efeitos negativos continua quebra do tecido
e excessiva formao de cicatriz.
Uso de modalidade fisioteraputicas e repouso
identificar e modificar o mecanismo causador da
irritao crnica
Descrever ao paciente como o tecido reage e se
quebra sob a inflamao contnua e explicar a
estratgia de interveno
Inicialmente atividades que no
sobrecarreguem os tecidos
Comear com exerccios com intensidade que no
sobrecarreguem os tecidos envolvidos com
intensidade corretivas apropriadas nas regies
relacionadas, sem sobrecarregar os tecidos
envolvidos.
b) Estgios Subagudo e Crnico de
Regenerao aps a Inflamao Crnica
Dor progredir o paciente programa
de exerccios com sobrecargas controladas
tecido conjuntivo na regio suportar as
cargas impostas.