PLANO MESTRE DE PRODUÇÃO
Aula 04
O Programa Mestre de Produção (PMP), Plano
Mestre de Produção ou Planejamento Mestre da
Produção (do inglês Master Production Schedule MPS
– é um documento que diz quais itens serão
produzidos e quando cada um será produzido, em
determinado período. Geralmente este período cobre
algumas poucas semanas, podendo chegar de seis
meses a um ano.
O planejamento e controle da produção é a àrea
resposável pela elaboração de um Plano Mestre de
Produção. Algumas empresas chamam tal
departamento de PPCO (Planejamento, Programação
e Controle da Produção), ou apenas PCP
(Programação e Controle da Produção).
Geralmente essa denominação depende do
desenvolvimento estratégico do departamento, pois
planejar a produção é estratégico, enquanto que
programá-la é uma atividade operacional.
Longo prazo → é necessário a elaboração de
um planejamento estratégico da produção
(plano de produção) que deve avaliar questões
de longo prazo a cerca da gestão da produção,
por um determinado período. Este período pode
ser de um ano, dois, ou as vezes até cinco
anos.
O Planejamento Estratégico da Produção deve
se antecipar aos imprevistos estratégicos de
longo prazo que surgirão, antevendo as
decisões que deverão ser tomadas. Entre tais
decisões podemos citar: a aquisição de
equipamentos, dobrar ou não o turno de
trabalho, usar ou não horas extras, contratar ou
demitir funcionários, entre outras decisões que
afetam o dia a dia da organização no longo
prazo.
Médio prazo → Plano Mestre de Produção lida
com períodos de médio prazo, que variam de
bimestres há seis meses. Atua dentro do contexto
estabelecido pelas decisões tomadas a nível
estratégico, no Planejamento Estratégico da
Produção, de maneira a agir no nível tático. Em
outras palavras, o Plano Mestre de Produção, com
as informações de capacidade de produção
disponível, demanda prevista, e registros de
estoque, irá determinar o que será produzido, em
que quantidade será produzida, e quando será
produzido, no horizonte de médio prazo.
Curto prazo → a programação da produção
preocupa-se em operacionalizar as
determinações do Plano Mestre de Produção,
tendo de lidar com a demanda já confirmada. A
Programação da Produção lida com períodos de
curto prazo, lidando com as rotinas diárias da
organização, desde as prioridades de venda até
as perdas imprevistas de capacidade de
produção.
A Programação da Produção é composta pela
justaposição de duas atividades: o
sequenciamento e o carregamento.
O sequenciamento determina a sequencia em
que as ordens de produção entram no processo,
enquanto que o carregamento aloca as cargas
nos centros de trabalho. A justaposição dessas
duas atividades gera a Programação da
Produção.
Antes de compreender como é montado um
Plano Mestre de Produção, devemos conhecer
suas duas variáveis:
● Previsão de demanda
● Gestão de estoques
PREVISÃO DE DEMANDA
A previsão de demanda é a base para o
planejamento estratégico de todas as
organizações, no que tange não apenas a área
de produção, mas também a área financeira,
comercial e de recursos humanos. Através da
previsão de demanda é possível montarmos
planos de longo prazo para as quatro áreas da
organização.
No que tange a gestão da produção, é com as
informações da previsão de demanda que o
Plano Mestre será elaborado. Além de ser um
insumo para o Plano Mestre, através da
previsão de demanda também é elaborado o
Planejamento Estratégico da Produção. A
elaboração de previsão de demanda não
costuma ser uma função dos departamentos de
PCP, sendo geralmente é uma responsabilidade
do departamento de Vendas.
GESTÃO DE ESTOQUES
As organizações precisam manter estoques por
vários motivos. Estoques de matérias primas, ou
de componentes adquiridos, costumam ser
mantidos como amortizadores de custos no
momento da compra, adquirindo-se grandes
quantidades para realização de economias de
escala frente aos fornecedores.
Os estoques de itens componentes produzidos
internamente, por sua vez, são mantidos como
garantia da independência entre etapas de
produção.
Já os estoques de produtos acabados
geralmente são administrados como um fator de
segurança, frente às imprevisibilidades de
demanda.
Na realidade, os estoques são a causa, ou o
efeito, de problemas do sistema de produção.
Estoques não são um fator de agregação de
valor ao produto, mas sim materiais adquiridos
que ainda não se pagaram, o que reflete, no
setor de Finanças, em um fluxo de caixa
negativo.
Para montagem do Plano Mestre de Produção
se fazem necessárias às informações das
quantidades em estoque tanto de materiais
brutos, quanto de produtos componentes e
produtos acabados. Enquanto a análise de
demanda mostra o que, em quais quantidades,
e quando, os produtos serão requeridos pelo
mercado, os registros de estoques são bancos
de dados que alimentam o Plano Mestre
indicando as quantidades já disponíveis.
Os dados sobre estoques são utilizados para
calcular as necessidades líquidas de produção,
ou seja, aquelas que, complementadas pela
quantidade em estoque, compõem as
necessidades brutas.
Necessidade líquida de produção = necessidade bruta – estoque
Os dados de estoques devem estar sempre
atualizados!
O Plano Mestre de Produção
(PMP), agrega as informações
da previsão de demanda e os
registros de estoque, além da
capacidade de produção, de
forma a projetar a produção
para o futuro.
Plano Mestre de Produção é
um planejamento de médio
prazo da produção e lida com
decisões no nível tático
As organizações, no que tange o PMP,
costumam trabalhar com três táticas básicas de
produção:
“produzir para estocar”
“produzir apenas sob encomenda”
“montar sob encomenda”
Quando a tática é “produzir para estocar”, o
PMP trabalha com estoques de segurança,
baseados nas previsões de demanda.
Na tática “produzir apenas sob encomenda”
o PMP determina que as ordens de produção
trabalhem apenas com as quantidades
necessárias para suprir a demanda, evitando a
estocagem.
E a tática “montar sob encomenda”, é uma
estratégia mista entre as táticas anteriores:
“produzir para estocar” e “produzir apenas sob
encomenda”
Ou seja, a ordem de produção para os itens
componentes é fazer estoques, entretanto as
ordens de montagem dos produtos acabados
são estabelecidas visando apenas o necessário
para atender a demanda.
O PMP é constituído de registros com escala de
tempo que contém, para cada produto final, as
informações de demanda e estoque disponível
atual. Usando esta informação, o estoque
disponível é projetado à frente no tempo.
Quando não há estoque suficiente para
satisfazer à demanda futura, quantidades de
pedido são inseridas na linha do PMP
Conforme o quadro acima, temos 30 unidades em estoque.
Na primeira semana como tivemos uma demanda de 10
unidades, ficamos com um estoque disponível de 20.
Na segunda semana, tivemos uma demanda também de 10
unidades e ficamos com estoque disponível de 10.
Na terceira semana, com a demanda também de 10 unidades,
ficamos com o estoque 0.
Como agora não temos mais estoque para suprir nossa
demanda que segue normal nas demais semanas, a partir da
terceira semana o PMP começa ser operacionalizado.
O PMP tem como atividade gestão de pedidos,
que através da uma verificação da capacidade
durante o processo de entrada de pedido e da
disponibilidade de materiais, possibilita saber se
a empresa é capaz ou não de cumprir o prazo
estipulado pelo cliente, visando garantir o
atendimento do pedido desde o processo de
vendas.
A figura abaixo é um exemplo de PMP que
trabalha com a tática de produzir para estocar.
Refere-se ao item UMPI 8 x M16, a ser
manufaturado no equipamento 11 A25.
A primeira linha indica a capacidade produtiva. É uma informação
retirada do Planejamento Estratégico da Produção.
A segunda linha refere-se à demanda prevista, e podemos
observar que ela aumenta ao longo do período analisado.
Na terceira linha estão indicadas as quantidades planejadas a
serem produzidas.
A quarta linha, por sua vez, mostra a quantidade inicial em
estoque antes da aplicação do PMP, bem como durante o PMP.
A quinta linha indica as quantidades planejadas em estoque.
Estoque planejado = (demanda prevista) – (produção planejada
+ estoque inicial)
Como podemos ver, este PMP trabalha com estoques de
segurança, sempre procurando manter um nível aproximado de
462 peças em estoque, caso ocorra uma grande variação de
demanda, ou perdas imprevistas de capacidade de produção,
como falta de operador, manutenção corretiva no equipamento,
entre outros motivos.
A figura acima a tática de produzir sob
encomenda. Como podemos ver, os níveis de
estoques planejados são bem pequenos. Isso
pode reduzir custos, entretanto pode levar a
perdas em vendas, caso as previsões de
demanda, ou a capacidade de produção, sofram
alguma alteração muito grande.
Exercício
1.1. Programação para Sistemas de Volume Intermediário
Consideremos o caso onde diversos produtos são feitos na
mesma linha de produção, tal como acontece com bebidas
cigarros, refrigeradores, aparelhos de som etc. A cada vez
que um novo produto é programado, são necessárias
mudanças nas linhas (ajuste e preparação de máquinas).
Desta forma, existem duas perguntas que devem ser
respondidas:
a) quanto produzir de cada produto?
b) em que ordem devem ser produzidos os produtos?
A resposta à pergunta quanto produzir pode ser dada de muitas
maneiras, onde não faltam os critérios específicos de cada
empresa, baseados no bom senso ou em razões de ordem
histórica.
A teoria elementar dos custos associados aos estoques, fornece
uma quantidade a fabricar que leva em conta, de um lado, os
custos de preparar as máquinas para uma rodada de produção
e, de outro, os custos de manter o produto em estoque.
Essa quantidade é chamada de Lote Econômico de Fabricação
(LEF) e se constitui numa possível resposta à pergunta de
quanto produzir de cada produto que utiliza a linha.
A outra questão, em que ordem produzir, é a questão
do seqüenciamento. Uma técnica usada para o
seqüenciamento é o chamado Tempo de Esgotamento
(TE). Dado um produto candidato ao seqüenciamento,
o seu Tempo de Esgotamento é definido por:
estoque disponível
TE
taxa de consumo
Onde a taxa de consumo é a quantidade média
consumida no intervalo de tempo (dia, semana, mês).
Se tivermos 3.000 unidades de um produto em estoque,
por exemplo, e a sua taxa de consumo for de 800
unidades por semana, seu Tempo de Esgotamento será
de:
3.000
TE 3,75 semanas
800
O Tempo de Esgotamento é a medida de urgência com
que o produto deve ser fabricado: quanto menor o TE,
mais cedo o produto estará em falta.
Portanto, dado vários produtos aguardando
processamento na mesma linha, programa-se primeiro o
produto com menor TE.
Tão logo termine o processamento do produto
escolhido, os cálculos devem ser refeitos para que se
determine o novo produto a ser seqüenciado.
Exemplo: dado os cinco produtos apresentados na
tabela seguinte, programa-los para processamento de
acordo com a técnica do Tempo de Esgotamento
(efetuar as 2 primeiras rodadas).
Solução:
O primeiro passo é o cálculo do Tempo de
Esgotamento: estoque disponível
TE
taxa de consumo
Exercício