FEMINICÍDIO
Adv. Jéssica Marques Menezes Jardim
GÊNERO
Construções sociais dos atributos femininos e
masculinos definidos como papéis de gênero.
comportamentos aprendidos em uma sociedade, comunidade ou
grupo social, nos quais seus membros são condicionados a
considerar certas atividades, tarefas e responsabilidades como
sendo masculinas ou femininas
Estereótipos
Hierarquia
Discriminação
O QUE É FEMINICÍDIO?
“O feminicídio é a instância última de controle da mulher
pelo homem: o controle da vida e da morte. Ele se
expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando
a mulher a um objeto, quando cometido por parceiro ou
ex-parceiro; como subjugação da intimidade e da
sexualidade da mulher, por meio da violência
sexual associada ao assassinato; como destruição da
identidade da mulher, pela mutilação ou desfiguração de
seu corpo; como aviltamento da dignidade da mulher,
submetendo-a a tortura ou a tratamento cruel ou
degradante”.
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre Violência
contra a Mulher (Relatório Final, CPMI-VCM, 2013)
O QUE É FEMINICÍDIO?
CONCEITO:
• É o assassinato de mulheres por razões da condição de
sexo feminino, ou seja, por ser mulher.
• Crime de Ódio.
Feminicídio íntimo: vínculo com o agressor (Violência
doméstica e familiar).
Feminicídio não-íntimo: Misoginia (Menosprezo ou
discriminação contra a condição da mulher).
O Caso de Castelo do Piauí
TIPOS:
• Infantil
• Familiar
• Por prostituição ou ocupações estigmatizadas
• Transfóbico
• Lesbo e bifóbico
• Por mutilação genital feminina
• Entre outros.
LEGISLAÇÃO
Lei nº 13.104/20152015 – Crime hediondo
Art. 121. Matar alguém:
[...]
Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
[...]
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo
feminino quando o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
[...]
LEGISLAÇÃO
Feminicídio
[...]
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até
a metade se o crime for praticado:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao
parto;
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60
(sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças
degenerativas que acarretem condição limitante ou de
vulnerabilidade física ou mental;
III - na presença física ou virtual de descendente ou de
ascendente da vítima;
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº
11.340, de 7 de agosto de 2006.
LEGISLAÇÃO
Visibilidade
Dimensão e Características
Aprimoramento das Políticas Públicas – Prevenção
“O feminicídio é a ponta do iceberg. Não podemos achar que
a criminalização do feminicídio vai dar conta da complexidade
do tema. Temos que trabalhar para evitar que se chegue ao
feminicídio, olhar para baixo do iceberg e entender que ali há
uma série de violências. E compreender que quando o
feminicídio acontece é porque diversas outras medidas
falharam. Precisamos ter um olhar muito mais cuidadoso e
muito mais atento para o que falhou.”
Carmen Hein de Campos, doutora em Ciências Criminais.
FEMINICÍDIO NO BRASIL
FEMINICÍDIO NO BRASIL
FEMINICÍDIO NO BRASIL
FEMINICÍDIO NO BRASIL
Em 2017, 40% dos casos de Feminicídio da América Latina
foram concentrados no Brasil (Relatório da Comissão
Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal),
vinculada à Organização das Nações Unidas);
O Mapa da Violência 2015 mostra que a taxa de
assassinatos de mulheres negras aumentou 54% em dez
anos (2003 – 2013), enquanto que, no mesmo período, o
número de homicídios de mulheres brancas tenha diminuído
9,8%.
Segundo o Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP), entre março de 2015 a março de 2017, o Brasil
abre um novo inquérito policial a cada três horas para apurar
possíveis casos de feminicídio.
FEMINICÍDIO NO BRASIL
FEMINICÍDIO NO BRASIL
No Brasil, diferente de outros países da América Latina,
uma parcela significativa desses homicídios é praticada por
alguém que manteve ou mantém uma relação de afeto com
a vítima
O Mapa da Violência (2015) aponta ainda que a residência
da vítima como local do assassinato aparece em 27,1% dos
casos, o que indica que a casa é um local de alto risco de
homicídio para as mulheres.
Levantamento organizado por Jefferson Nascimento, doutor
em Direito Internacional pela USP, com base no noticiário
nacional, o país ultrapassou a marca de 200 mortes por
feminicídio, no ano de 2019, na data de 07/03/2019. Em
40% das vezes foi utilizado armas brancas.
FEMINICÍDIO NO BRASIL
Omissão do Estado.
“Mortes Anunciadas” – Tolerância à violência contra às
mulheres
“O feminicídio íntimo é um contínuo de violência. Antes de ser
assassinada a mulher já passou por todo o ciclo de violência,
na maior parte das vezes, e já vinha sofrendo muito tempo
antes. A maioria dos crimes ocorre quando a mulher quer
deixar o relacionamento e o homem não aceita a sua não
subserviência. Este é um problema muito sério.”
Adriana Ramos de Mello, juíza titular do 1º Juizado de
Violência Doméstica contra a Mulher do Tribunal de Justiça do
Rio de Janeiro.
SOCIEDADE, IMPRENSA E SISTEMA DE JUSTIÇA
BRASILEIRO
Revitimização da mulher
Vítima provocadora
Crime passional
Denúncia contra casos de violência
contra mulher
• Disque 180, a Central de Atendimento à Mulher, de
qualquer lugar do Brasil;
• Procure uma Delegacia da Mulher ou a Delegacia de Polícia
mais próxima;
• Registre um Boletim de Ocorrência;
• Na delegacia, solicite medidas de proteção de urgência, em
qualquer caso de violência doméstica;
• Caso conheça uma vítima ou presencie uma agressão,
ligue também para o 180 e solicite orientações.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA PATRÍCIA GALVÃO. Dossiê Feminicídio. Disponível em:
https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/feminicidio/capitulos/o-que-e-
feminicidio/#feminicidio-intimo-quem-ama-nao-mata. Acesso em: 06/02/2019.
______________________. Dossiê Violência Contra as Mulheres. Disponível
em: https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/violencias/feminicidio/#.
Acesso em: 06/02/2019.
ALICE. Porque usar a palavra “feminicídio” é tão importante. 2017. Disponível
em: https://medium.com/@alicequintao/porque-registrar-um-crime-como-
feminic%C3%ADdio-%C3%A9-t%C3%A3o-importante-bff0b2fe25b9. Acesso em:
06/02/2019.
BRANDINO, Géssica. Estupros coletivos e feminicídio: O Caso de Castelo do
Piauí. 2015. Disponível em: http://www.compromissoeatitude.org.br/estupros-
coletivos-e-feminicidio-o-caso-de-castelo-do-piaui/. Acesso em: 06/02/2019.
REFERÊNCIAS
CALCAGNO, Victor. Mais de 200 feminicídios ocorreram no país em 2019,
segundo pesquisador. 2019. Disponível em:
https://oglobo.globo.com/sociedade/mais-de-200-feminicidios-ocorreram-no-pais-
em-2019-segundo-pesquisador-23505351. Acesso em: 07/02/2019.
GAZETA DO POVO. Feminicídio: por que ainda matamos mulheres no
Brasil?. 2019. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/viver-
bem/comportamento/feminicidio-por-que-ainda-matamos-mulheres-no-brasil/.
Acesso em: 06/02/2019.
MOTA, Joanne. Feminicídio: em 2017, Brasil concentrou 40% dos casos na
América Latina. 2017. Disponível em:
http://portalctb.org.br/site/noticias/brasil/feminicidio-em-2017-brasil-concentrou-40-
dos-casos-na-america-latina. Acesso em: 06/02/2019.
Obrigada!