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Aula Diarreia Versão 3

1) A diarreia é definida como fezes amolecidas com frequência maior que o normal, podendo ser classificada como aguda, persistente ou crônica de acordo com a duração dos sintomas. 2) As principais causas de diarreia são infecções por vírus, bactérias ou protozoários, podendo ser também causadas por problemas de absorção, doenças inflamatórias intestinais ou uso de medicamentos laxantes. 3) A avaliação da diarreia envolve anamnese detalhada, ex

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Aula Diarreia Versão 3

1) A diarreia é definida como fezes amolecidas com frequência maior que o normal, podendo ser classificada como aguda, persistente ou crônica de acordo com a duração dos sintomas. 2) As principais causas de diarreia são infecções por vírus, bactérias ou protozoários, podendo ser também causadas por problemas de absorção, doenças inflamatórias intestinais ou uso de medicamentos laxantes. 3) A avaliação da diarreia envolve anamnese detalhada, ex

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Diarreia

Dr. Wagner Carlucci


Diarreia - Conceito

Frequência Volume Conteúdo


aquoso
2 a 3x/dia 150/200g/dia
1x 2/2 dias 60/85%

Fezes amolecidas com frequência maior que o normal


Diarreias secundarias:
Falsa diarreia (<200 g/dia)

• Diarreia paradoxal: impactação fecal


estenose de oostomias
obstrução intestinal parcial

• Pseudodiarreia: SII e proctite(RCU): urgência retal

• Incontinência fecal
DIARREIA
• Aguda: ate 2 semanas

• Persistente: 2 a 4 semanas

• Crônica: mais de 4 semanas


Diarreia aguda
• 90%: Infecção por vírus, bactéria, helmintos ou
protozoários

• 10%: Medicação ou alimento não absorvidos e


com efeito osmótico
Diarreias persistentes ou recorrentes

Manutenção da exposição
ao agente etiológico: Giardiase
 Diarreia do viajante Amebiase
 Agua ou alimento Estrongiloidíase
contaminado
Pacientes
imunodeprimidos:
 SIDA, cirróticos Clostridium difficilli
Agentes oportunistas: Diarreia após uso de
 Cryptosporidium
 Isospora belli antibiótico
 Microsporídeos
DIARREIA CRÔNICA

SINDROME
CROHN DOENÇA
INTESTINO
RCU IRRITÁVEL CELÍACA

SÍNDROMES
CANCER
DE VERMINOSES
MÁ ABSORÇÃO COLORETAL
Transito intestinal de agua

Saliva + ingestão = 3L Jejuno = 3-5L

Secreção gástrica= 2L Íleo = 2-4L

Secreção biliar = 1L 9
LITROS Colo = 1-2L

Secreção pancreática = 2L
98%
Secreção intestinal = 1L
Fezes = 130-200ml
DIARREIA – MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS
1- Osmótica: disabsortiva ou laxantes

2- Secretória: Infecções
Toxinas
Neuroendócrinas
Laxantes

3- Exsudadativa ou inflamatórias

4- Motoras: aumento do peristaltismo


Diarreia osmótica
AGUDA CRÔNICA

 Laxativos: lactulose Doenças disabsortivas:


manitol  Deficiência de lactase
sorbitol  Insuficiência pancreática
sais de Na ou Mg  Obstrução biliar
 Doença celíaca
 Abuso alimentar:  Doença de Crohn
carboidratos  Giardíase maciça
cerveja  Ressecções intestinais
gorduras  Gastrinoma
(Sd. De Zollinger Ellison)
Diarreia secretora
Aguda Crônica
 Infecções: virus
cólera
Tumores neuroendócrinos:
E. coli
 Vipoma (VIP)
S. aureus
Yercínia  Cacinóide (5HT, bradicinina, sub. P)
Campilobacter  Carcinoma medular da tireóide

 Toxinas: Clostridium botulinium Adenoma viloso


S. aureus  Muco
cogumelos  Prostaglandina
inseticidas
metais pesados

Laxantes: uso contínuo (abuso)


 Laxantes: acido ricinoleico
sene
Diarreia motora
Aguda Crônica

Síndrome do intestino
Ansiedade
irritável

Laxativos Hipertireoidismo
estimulantes do plexo
mioentérico Diabete
Diarreia exsudativa (Inflamatória)
Aguda Crônica

Disenteria bacteriana: Doenças inflamatórias


Salmonela intestinais:
Shigella Doença de Crohn
Campilobacter Retocolite ulcerativa
Yercínia
E. coli Infecção bacteriana em
imunodeprimidos ou
Amebíase: após uso de antibióticos
(Clostridium difficili)
Entamoeba hystolítica
Giardíase:
Verminoses
Giárdia lamblia
Diarreia Infecciosa
1. Gastro enterite por vírus
• Norwalk(Norovírus)
• Rotavírus
2. Infecção bacteriana
• E. coli
• S. aureus
• Vibrião da cólera
• C. Perfringens
• Yersinia
• Shigella
• Salmonella
3. Protozoários
• Giardia
• Ameba
Infecção bacteriana
Sem lesão de enterócito Com lesão de mucosa

Toxina Shigella
: da cólera
 Vibrião  Salmonela
 E. coli(d. viajante) Campylobacter
 S. Aureos Yercinia
 Clost. Perfringes E. coli

SECRETORA INFLAMATÓRIA
Diarreia inflamatória Diarreia não inflamatória

Características das fezes Sangue e muco Aquosa


Baixo volume Alto volume

Febre e toxemia Presente Ausente

Leucócitos fecais Presente Ausente

Área afetada + no colo + no delgado

Investigação diagnóstica Sempre Só quando grave

Agente etiológico Shigella, Salmonella, Vírus, Vibrião colérico, E. coli


Ameba, C. Difficile, toxigênica, Giárdia,
Campylobacter, Yersinia, Intoxicação alimenta
E. coli
Anamnese

• Medicação em uso:
Antibióticos Estatinas 5-ASA
Laxativos Fibratos Litio
Metformina Furosemida IECA
Quimioterapia Metil-dopa Digital
Ac. mefenâmico Levedopa Naproxeno
Procainamida Aprazolan Quinidina
Ac. Ursodeoxicólico Fluoxetina Ibuprofeno
Beta bloqueadores Colchicina
Hidroclorotiazida Levotiroxina
Anamnese
• Alimentação atípica

• Contactantes: família, local de trabalho, animais

• Água ou alimento contaminado

• Cirurgia prévia: colecistectomia, vagotomia,


gastrectomia, enterectomia, alça cega, intestino curto

• Viagem recente: diarreia do viajante( E.coli)

• Fatores psicológicos
ANAMNESE
• Características das fezes:
Volumosa e aquosa= diarreia osmótica ou secretória
Ma-absorção: Fétida e amarelada= esteatorréia
Com restos alimentares
Relação com ingestão
Com muco, pus e sangue= diarreia inflamatória

• Febre?
SIM= salmonela, shiguella, campylobacter, yercinia
NÃO= E.coli enterotoxigênica(d. viajante), S.aureus
Clostridium perfrigens(produtoras de toxina)
Exame Físico
• Febre
• Sinais de desidratação: turgor pastoso, mucosas secas,
taquicardia, hipotensão postural, etc
• RHA hiperativos
• Dor à palpação do abdome
• Abdome tenso com DB dolorosa=peritonite
( sinal de alarme)
• Toque retal: impactação fecal (fecaloma):
Diarreia paradoxal= idosos, constipados, acamados
Diagnostico cínico
BENIGNA E AUTO-LIMITADA OU GRAVE?

Indicadores de gravidade:
• Aquosa e intensa, com grande perda HE, desidratação
grave e sinais de hipovolemia
• Muco e sangue nas fezes com febre alta e toxemia
• Enterorragia que leva a anemia
• Dor abdominal intensa e peritonite
• Pacientes em mal estado geral, idosos ou
imunodeprimidos
• Diarreia por + de 4-5 dias ou + de 6X/24h
• Paciente hospitalizado ou em uso de antibiótico
Diagnostico
• Há necessidade de exames complementares?

• Hidratação oral ou endovenosa?

• Usar antibiótico?

• Hospitalização?

• Antidiarreicos?
Quando investigar?
• Diarreia aguda: hipovolemia, desidratação grave
disenteria
GRAVE
febre alta, calafrios
dor abdominal intensa
imunodeprimidos
duração>3 dias, sem melhora

• Diarreia crônica: SEMPRE


Exames complementares
• Hemograma (+ VHS e PCR)
• Eletrólitos: sódio, potássio, magnésio, cálcio
• Ureia e creatinina

• Parasitológico de fezes : ameba e giárdia


• Coprocultura e antibiograma

• Pesquisa de leucócitos nas fezes


• Lactoferrina (LFLA) e Calprotectina fecais:
marcador de leucócitos fecais. ( dd entreDII e SII
e entre disenteria amebiana e bacilar)
Quando pedir cultura?
• Diarreia grave: febre alta,toxemia, enterorragia,
muco, sangue e pus nas fezes
• Trabalhadores em restaurante ou creches
• Imunodeprimidos e comorbidades(HIV)
• Suspeita de DII
• Diarreia persistente
• Sexo anal (DST)

Rotina: salmonela, shiguella, Campilobacter, E. coli


Para outras bacterias solicitar cultura especial
Retossigmoidoscopia e colonoscopia
Indicações:

1-Diferenciar DII de diarreia infecciosa e amebiase


2-Suspeita de enterocolite pseudomembranosa
( Clostridium. diffícili)
3- Diagnostico de adenoma viloso e CCR
4- Colite isquêmica
5- Imunodeprimidos
6- Diagnostico duvidoso em caso grave ou persistente
Exames complementares
• Enema opaco

• Endoscopia digestiva alta

• Transito intestinal
• Capsula endoscópica
• Enteroscopía Avaliação do delgado
• Enterografia-TC
• Enterografia-RM
Diarreia - Diagnóstico

1-Diarreia + doença ulcerosa recidivante ou


refrataria = Síndrome de Zollinger- Ellison
(gastrinoma)

2-Diarreia aquosa(3 a 20l/dia) +


hipocloridria = Síndrome de Werner-
Morrison
(vipoma,cólera pancreática)
Diarreia - Diagnóstico
3-Diarreia na infância com retardo do
crescimento e dor e/ou distensão abdominal
= D. Crohn ou D. celíaca

4-Relação com ingestão de leite = Def. de lactase

5-Evacuações que interrompem o sono costumam


ter causa orgânica e tem maior gravidade
Diarreia - Diagnóstico
6- Diarreia recorrente, alternada com
constipação e com dor abdominal= SII

7- Má-absorção e esteatorreia evidentes=


Investigar insuficiência pancreática ou
doença celíaca

8- Resposta ao jejum= diarreia osmótica


Diarreia - Diagnóstico
9- Diarreia + Artrite= DII
( disenteria por Yersinia ou shigella)

10- Diarreia prolongada(+ de 10 dias):


Pesquisar parasitoses: Giardia, Entamoeba (
e Cryptosporidium)

11- Diarreia em vários contactantes(alta


contagiosidade): Shiguela, Giardia,
Rotavirus ou Campylobacter
DIARREIA AGUDA

REPOSIÇÃO HIDROELETROLÍTICA

LEVE MODERADA GRAVE

FEBRE>38,5º
CURA PERSISTENTE SANGUE DESIDRATAÇÃO
IMUNODEPRIMIDO GRAVE
IDOSOS

ANTIDIARREICOS NÃO SIM

PERSISTENTE COPROCULTURA + PARASITOLÓGICO


DIARREIA

TRATAMENTO
1º) Dieta
• Evitar lactose , cafeína, álcool, condimentos e
alimentos gordurosos
• Porções menores e mais frequentes.
• Aumentar a ingestão de líquidos (agua, cha)

• Suco de frutas(diluído). Maçã. Banana


• Legumes cozidos e em sopa
• Massas, pães , batata e arroz
• Carne branca grelhada
Dieta específicas

• Diminuição de carboidratos na diarreia osmótica


• Retirar lactose na deficiência de lactase
• Retirar o glúten na doença celíaca
• Substituir gordura por ácidos graxos de cadeia
curta se houver esteatorréia
2º) Reposição hidroeletrolítica

Terapia de reidratação oral

• Via oral: soro caseiro=1 c. sopa açúcar + 1c.cha sal + 1


litro de água
• Solução de reidratação oral(SRO)

OMS=3,5 NaCl + 2,5 Bic.Na +1,5 KCl + 20g de glicose

• Evitar hipertônicos , isotônicos e refrigerantes

• Endovenosa em casos graves: SF ou Ringer(+K e HCO3)


• Zinco: 10 mg/dia(<6 meses) a 20 mg/dia(>6 meses)
Diarreia - tratamento
3º) Agentes anti diarreicos
1- Caolim , pectina e carbonato de cálcio: adsorventes
Tanino: chá preto e chá de goiabeira

2- Subsalicilato de bismuto (Pepto-bismol)


• Bactericida
• Antisecretor e estimula absorção
• 30ml ou 2cp de 30/30min ou h/h até 8 doses
• Combate azia e náusea (protetor gástrico)
• Útil na diarreia do viajante
Diarreia - Tratamento
3- Derivados do ópio:Inibidores da peristalse
(também aumentam absorção de agua e eletrólitos e
diminuem a secreção intestinal)
• Loperamida(IMOSEC): 4mg(2cp). Repetir 1 cp após
cada evacuação, no máximo 16mg/dia e por 2 dias
• Difenoxilato(LOMOTIL) 5mg(2cp) .Repetir até 4x
por dia, no máximo 20 mg/dia, por 2 dias
 Evitar em crianças(p/e<2a) e na gastroenterite ou
disenteria grave(sinais de diarreia invasora)
 Pode ser útil na diarreia do viajante leve/moderada
 DII e colostomia/jejunostomia com alto débito
Diarreia - Tratamento
4- Antiespasmódicos: Escopulamina(Buscopan)
Pinavério(Dicitel)
Codeína(Belacodid)

5- Probióticos: Floratil e Lactobacilos


Saccharomyces bouladii-17

 Compete pelos nutrientes disponíveis


 Compete por receptores
 Acidificação das fezes
 Aumento da resposta imunológica
Diarreia - Tratamento

6- Colestiramina: Sequestra sais biliares. Útil


na ressecção ileal e na diarreia pós-
colecistectomia
e diabética
7- Clonidina: 1º escolha na diarreia diabética
8- Racecadotril (Tiorfan): anti-secretor
Inibe a Encefalinase
Diarreia infantil
4º)Antibióticos –Quando prescrever?
• Diarreia grave: alto volume e frequência, persistente
(+ de 1 semana), com desidratação intensa
• Indicação reforçada pela presença de febre, toxemia e
presença de sangue, muco, pus ou leucócitos nas fezes
• Indicação mais precoce em idosos,imunodeprimidos,
pacientes em mal estado geral, hospitalizados, com
doenças concomitantes ou com próteses valvares,
vasculares ou ortopédicas
• Colera, enterocolite pseudomembranosa, diarreia do
viajante, shigelose e DST (proctite)
Qual Antibiótico?

Úso empirico: SMZ + TMP (Bactrin)


Norfloxacina ou Ciprofloxacino
CIPROFLOXACINO: 500 mg 2x/dia 3 a 5 dias

Úso específico: Cultura e antibiograma

 C. dificille= metronidazol, vancomicina ou bacitracina


 Anaeróbios, Giardia, Ameba = metronidazol
 V. colérico= tetraciclina ou doxicilina
 Campylobacter jejunii= Eritromicina ou quinolona
Diarreia do viajante
• 85% dos casos causados pela E. coli enterotóxica

• Tratamento: subssalicilato de bismuto


Loperamida (Imosec): não na disenteria
Ciprofloxacino= 500 mg VO, 2x/dia,3 d
Azitromicina= 500 mg no 1º dia
250 mg do 2º ao 4º dia
Diarreias específicas
• Diarreia pós antibiótico
• Síndrome do supercrescimento bacteriano
• Doença celíaca
• Diarreia do diabete
• Diarreia relacionada a sais biliares
• Adenoma viloso
Diarreia pós antibiótico
• Atinge 20% dos que usam antibiótico de largo
espectro
• 30% dos casos é causada pelo Clostridium difficili
• Pode evoluir para diarreia grave e persistente, para
colite pseudomenbranosa, para colite fulminante e
ate para megacolo tóxico
• Tratamento: metronidazol ou vancomicina......pode
haver recidiva
Síndrome do supercrescimento bacteriano

Perturbação anatômica ou fisiológica do aparelho


digestivo que leva a proliferação de uma flora
bacteriana do tipo colônica no intestino delgado,
(microorganismos endógenos).

Causa distúrbios metabólicos, esteatorréia,


deficiência de vitaminas (B12) e má absorção de
carboidratos.
Síndrome do supercrescimento bacteriano
Etiologia
1- Acloridria:
Gastrite atrofica (anemia perniciosa)
Uso de IBP
Gastrectomia a BI (aeróbicos)
Gastrectomia a BII (anaeróbicos)
Síndrome do Supercrescimento bacteriano
Etiologia

2-Estase:
Estenose intestinal parcial
Inflamação (Crohn)
Diminuição do peristaltismo
3 – Síndrome da alça cega 4 – Fístula enterocólica
Sindrome do supercrescimento bacteriano
Etiologia
5- Diverticulose jejunal
Supercrescimento bacteriano
Fisiopatologia
• Desconjugação de sais biliares....deficiência na
formação de micelas......má absorção de gorduras
e vitaminas lipossolúveis.

• Deficiência de vitamina B12 com Folato normal

• Má absorção de carboidratos: anaeróbios liberam


proteases que degradam dissacaridases da borda
em escova da mucosa jejunal
Supercrescimento bacteriano
Manifestações clinicas
• Diarreia aquosa (osmótica):
 dissacarídeos não absorvidos
Esteatorréia
Acidos graxos não absorvidos ....... secreção colônica

• Cólica abdominal, gases e distensão


• Perda de peso e deficiência de vit. Lipossolúveis:
vit. A=cegueira noturna vit. K=elevação do TP
vit. D=osteomalacia e osteoporose
Supercrescimento bacteriano
Tratamento
• Correção da causa: parar IBP,
procinéticos(metoclopramida, eritromicina)
• Erradicação das bactérias agressoras:
Tetraciclina 250-500 mg VO 4x/dia
Ciprofloxacina 500 mg VO 2x/dia
Amoxilina/ac.clavulânico 250-500 mg VO 3x/dia
Cefalexina(250mg 4x/d) +
metronidazol(250mg3x/d)
• Suporte nutricional: vit. ADEK, triglicerides de
cadeia média.
DOENÇA CELÍACA
Doença celíaca
1. Má absorção de quase todos os nutrientes

2. Lesão característica da mucosa do delgado

3. Melhora clínica rápida com a retirada do


glúten da dieta

Glúten = trigo, cevada, centeio (aveia)


Doença celíaca
Incidência

Estimada em 1% da população branca (EUA),


0,4%(Ribeirão Preto) e 0,47% (SP)

Subestimada por ser às vezes assintomática e por


erro diagnóstico: 20% dos pacientes diagnosticados
com SII e “colite” tem doença celíaca
Doença celíaca
Grupos de risco

• Parentes de primeiro grau(15%)


• Diabetes melito tipo 1
• Doença autoimune da tireoide
• Cirrose biliar primaria
• Síndrome de Turner Pesquisar
D. celiaca
• Síndrome de Down
Doença celíaca
Fisiopatologia

Gliadinas e outras prolaminas(fração proteica


solúvel em alcool do glutem) deflagram reação
inflamatória intestinal em indivíduos geneticamente
suscetíveis causando lesão do epitélio
Doença Celíaca
Forma clínica clássica
• Inicio nos primeiros anos de vida(trigo)
• Irritabilidade
• Diarreia crônica
• Náuseas e vômitos
• Distensão abdominal
• Retardo do crescimento
• Diminuição do TSC
• Atrofia da musculatura glútea
Doença Celíaca
Manifestações clínicas no adulto

• Inicio ate na 2ª e ate na 4ª década


• Pode ter a primeira manifestação após cirurgia
abdominal ou após diarreia infecciosa
• Diarreia aquosa, distensão abdominal e fadiga
• Perda de peso
• Deficiência de vitaminas e sais biliares
• Fadiga persistente
Doença Celíaca
Manifestações extra-intestinais(carenciais)

• Anemia por defic. de ferro resistente ao tratamento


(defic. B12 Ac. Fólico: menos comum)
• Osteoporose e osteomalacia (Cálcio)
• Dermatite herpetiforme
• Distúrbios neurológicos: neuropatia periférica,
ataxia, epilepsia, parestesia, tetania
• Disturbios psiquiátricos: depressão, paranóia
• Infertilidade e abortamento
• Defeitos de esmalte dos dentes
Manifestações extra-intestinais

• Baixa estatura. Falta de crescimento


• Hipoplasia do esmalte dentario
• Artrite e artralgia
• Hepatite crônica
• Cardiomiopatia
• Insuficiência suprarrenal (D. de Addison)
• Cegueira noturna
• Pan-hipopituitarismo(hipoamenorreia)
Doença celíaca - Diagnóstico
• Quadro clínico muito variável, às vezes
assintomático, exacerbações e remissões comuns

• A diarreia pode estar ausente ou ser grave, ate


10x/dia, causando desidratação, depleção de
eletrólitos e acidose.

• A gravidade do quadro clínico vai depender da


intensidade e extensão da lesão epitelial

• Absorção da D-xilose e dosagem de gordura nas


fezes : Inespecíficos
Doença Celíaca – Diagnóstico
Marcadores sorológicos
• Anticorpo anti-gliadina
 Anticorpo anti-endomíseo(EMA)
 Anticorpo anti-transglutaminase(anti-tTG)

• Confirmar o diagnostico
• Rastreamento de parentes de 1º grau
• Monitoramento de resposta ao tratamento
Doença Celíaca
Diagnóstico de certeza

• Biópsia duodenal/jejunal: de preferência na


junção duodeno-jejunal. Capsula de sucção ou EDA

Histologia:

Encurtamento ou ausência de Vilosidades


Hiperplasia das criptas(alongadas)
Infiltração da lamina própria por células plasmáticas e
linfócitos
Deposição subepitelial de colágeno
Células absortivas colunares tornam-se cuboides
Doença Celíaca - Tratamento

• Dieta sem glúten para o resto da vida


• Grupos de apoio e internet
• Dieta sem lactose
• Densitometria óssea(70% osteoporose/penia)
• Acido fólico(mulheres em idade fértil)
• Rastreamento e reposição de deficiências
Diarreia do Diabetes Melito
• Supercrescimento bacteriano: gastroparesia
• Neuropatia autonômica
• Medicamentos: metformina, acarbose
• Doença celiaca
• Incontinência anal(neuropatia): melhora com
loperamida 4 mg VO 4x/dia

• Responde a clonidina 0,1-0,6 mg VO 2x/dia


Deficiência de sais biliares
• Ressecção cirúrgica do íleo
• Doença de Crohn
• Enterite por irradiação
• Sd. Do supercrescimento bacteriano
• Tuberculose intestinal
• Infecção por Yercinia
• Má absorção idiopática de sais biliares
• Insuficiência hepática (cirrose)
• Colestase (VB obstruída)
Má absorção de sais biliares
Consequências
1- Diarreia aquosa por estimulo da secreção de
liquido no colo pelos sais biliares: responde à
colestiramina, (2-4 g 3x/dia nas refeições)
2- Perda >3g/dia excede capacidade de síntese no
fígado, compromete formação de micelas e causa
esteatorreia (ácidos graxos não absorvidos
estimulam secreção no colo em sinergismo com SB)
Colestiramina aumenta a depleção de sais biliares
e pode piorar a diarreia
Adenoma viloso
• Diarreia secretora: ate 500 a 3000 ml/24h
• Hipocalemia
• Excesso de cloreto nas fezes
• Alcalose metabólica
( a maioria das diarreias causam acidose metabólica)
• Produz prostaglandina E2
(antagonizada pela indometacina)
OBRIGADO

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