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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
http://www.dlight.com.br/area-atuacao/linhas-de-transmissao
NBR 6939
Tópicos especiais de
Sobretensões em Sistemas de
Potência
http://www.inpe.br/webelat/homepage/menu/i NBR 6939 NBR 6939
nfor/relampagos.e.efeitos/sistema.eletrico.php
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PLANO DE DISCIPLINAS
Sobretensões Temporárias ou à Frequência Industrial
1. Fenômenos de ressonância e ferro-ressonância;
2. Tensões induzidas em circuitos paralelos;
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SOBRETENSÕES EM SISTEMAS ELÉTRICOS DE
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância
Onde ocorrem?
Porque ocorrem?
Qual o seu impacto no sistema?
Acontece em sistemas DC e AC?
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância
O efeito da ressonância, como em objetos sólidos que
vibram em uma frequência natural, também acontece em
circuitos elétricos alternados onde a frequência da rede de
alimentação interage com os componentes reativos do
circuito.
Ressonância é o fenômeno no qual a energia de um sistema,
capaz de armazenar energia em duas ou mais formas
distintas oscila entre essas formas com amplitude máxima;
Nos circuitos elétricos, energia pode ser armazenada na
forma de campo elétrico nos capacitores e na forma de
campo magnético nos indutores;
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância
Para compreender o efeito da ressonância em circuitos de
corrente alternada, utiliza o conceito de reatância.
Circuitos LC ressonam quando suas reatâncias são iguais.
A velocidade angular é dada por:
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância
Indutores, dispositivos que armazenam energia no campo
magnético, possuem reatância:
Capacitores, dispositivos que armazenam energia no campo
elétrico, possuem reatância igual a:
Essas equações representam a oposição que a corrente
elétrica encontra no circuito LC. Estes componentes quando
ligados em conjunto tendem a responder a uma determinada
frequência tornando assim um circuito ressonante.
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância
Na frequência natural deste circuito, a impedância indutiva
torna-se igual ao valor, em módulo, da impedância capacitiva.
Após substituir, obtém-se:
Ao rearranjar a frequência:
Assim:
Frequência de ressonância
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância – Compreensão
física
Considere um circuito LC paralelo, na condição inicial de que
o capacitor esteja totalmente carregado.
Ao fecharmos o circuito, surge uma corrente de descarga no
sentido do indutor, criando assim um campo magnético até
cessar a corrente de descarga, armazenando a energia em
forma de campo magnético.
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância – Compreensão
física
Com a total descarga do capacitor começa a retrair o campo
magnético do indutor induzindo uma corrente de carga no
capacitor, de sentido contrário ao da condição inicial.
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância – Compreensão
física
Se desconsiderarmos as perdas este ciclo geraria um sinal
senoidal de tempo infinito.
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância – Compreensão
física
Como ocorrem perdas nos condutores do indutor e no
processo de carga e descarga do capacitor, no final do ciclo
teremos um sinal com amortecimento tendendo a zero.
A frequência com que este sinal oscila
depende das características do indutor
e do capacitor.
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância
Quando o amortecimento é pequeno, a frequência de
ressonância do sistema é aproximadamente igual à
frequência natural do sistema.
Exemplos de ressonância em sistemas de potência:
Ressonância entre cabos de elevada capacitância e
reatores limitadores de corrente;
Ressonância entre a indutância linear e a capacitância de
um sistema com carga leve;
Ressonância causada por harmônicos;
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância – Circuito série
Considere o circuito série simplificado abaixo:
𝐸
√𝑅
𝐼= 2
+( 𝑋 𝐿 − 𝑋 𝐶 )
2
√
2 2
𝑍 = 𝑅 +( 𝑋 𝐿 − 𝑋 𝐶 )
Quando as reatâncias forem iguais, o circuito se torna
ressonante, sendo que a corrente será limitada apenas pela
resistência do circuito.
Há apenas um
Como em geral R é baixo comparado ponto de
ressonância
com as reatâncias, a corrente
extremamente elevada, causará o
aparecimento de tensões elevadas
através do reator e capacitor.
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância – Circuito Série
Na frequência de ressonância, 𝑍 possui apenas parte real;
A frequência de ressonância independe do valor de 𝑅;
Para um valor fixo de capacitância, aumentar a indutância
diminui a frequência de ressonância;
Para um valor fixo de indutância, aumentar a capacitância
diminui a frequência de ressonância;
Quanto maior o valor de 𝑅 em relação a 𝜔𝐿 e 1/𝜔𝐶 mais
suave é a transição de 𝑍 entre os estados de
predominantemente capacitivo/indutivo.
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância – Circuito paralelo
Considere o circuito paralelo simplificado abaixo:
= 𝑅 𝜔 𝐿 − 𝜔3 𝐿2 𝐶 − 𝜔 𝑅 2 𝐶
𝑍 2
+𝑗 2
( 1− 𝜔2 𝐿𝐶 ) + ( 𝜔 𝑅𝐶 )2 ( 1 − 𝜔2 𝐿𝐶 ) + ( 𝜔 𝑅𝐶 ) 2
A parte imaginária se anula, quando:
𝐿 − 𝜔3 𝐿2 𝐶 − 𝜔 𝑅 2 𝐶=0
𝜔
𝐿− 𝑅2 𝐶 1 𝑅2
𝐿− 𝜔 2 2
2 𝐿2 𝐶=𝐿− 𝑅2 𝐶
𝜔
2
𝐿 𝐶 − 𝑅 𝐶=0 𝜔=
√
2
𝐿𝐶
= − 2
𝐿𝐶 𝐿 √
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância – Circuito paralelo
A frequência de ressonância não coincide com a frequência
na qual 𝑍 possui apenas parte real 2
𝜔= 𝐿− 𝑅 𝐶 = 1 − 𝑅
2
√ 2
𝐿𝐶 √𝐿𝐶 𝐿
2
Para um valor fixo de 𝐶 e 𝐿, aumentar a resistência diminui a
frequência de ressonância;
Para um valor fixo de 𝑅 e 𝐶, aumentar a indutância diminui a
frequência de ressonância;
Para um valor fixo de 𝑅 e 𝐿, aumentar a capacitância diminui
a frequência de ressonância;
Quanto maior o valor de 𝑅 em relação a 𝜔𝐿 e 1/𝜔𝐶 mais
suave é a transição de 𝑍 𝜔 entre os estados de
predominantemente indutivo/capacitivo.
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância em LT – Modelo
LT sem carga
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância em LT – Modelo
LT sem carga
Parte imaginária se anula quando:
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ressonância em LT – Modelo
LT sem carga
Existem dois valores de 𝜔 que satisfazem a condição de anulação da
parte imaginária de 𝑍(𝜔), portanto, existem duas frequências de
ressonância;
Observa-se um comportamento de ressonância série seguido de um
comportamento de ressonância paralelo;
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ferro-Ressonância
Considere agora o circuito abaixo:
Como Xm é variável devido à saturação do núcleo do
transformador, há a possibilidade de vários pontos de
ressonância, ampliando a faixa de ocorrência do fenômeno.
O surgimento da ferro-ressonância
depende do valor da sobretensão
e do valor do fluxo no instante do
defeito, não ocorrendo em todos os
casos.
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ferro - Ressonância
Típico de sistemas isolados, que tenham a possibilidade de
operar de forma desbalanceada.
Exemplo de ferro-ressonâncias:
Ferro-ressonância entre a reatância de transformadores
de potencial e a capacitância entre enrolamentos de
um transformador de distribuição;
Ferro-ressonância em sistemas que contêm elementos
saturáveis e filtros harmônicos.
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ferro - Ressonância
Considere os serviços auxiliares de uma SE, onde os
transformadores são alimentados por cabos subterrâneos e
protegidos por chave fusível.
O cabo é representado
basicamente por sua capacitância
para a terra e está em série com
a reatância de magnetização do
Trafo, onde apenas 2 fases estão
energizadas devido a abertura de
1 chaves fusível.
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ferro - Ressonância
Assim, quando da introdução de uma nova reatância no
circuito (por exemplo, regulador de tensão), deve-se verificar
se esta reatância não provoca o deslocamento do ponto de
operação do sistema para a faixa de ferro-ressonância.
Tensão no regulador de tensão – Abertura de 2 fusíveis Tensão no regulador de tensão – Abertura de 3 fusíveis
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POTÊNCIA
Fenômenos de Ferro - Ressonância
Medidas que podem ser tomadas para evitar a ocorrência de
ferro-ressonância:
Trocar chaves fusíveis por disjuntores. Pq?
evitando assim operações desbalanceadas;
Alocação de carga resistiva no secundário de
transformadores. Pq?
Aumenta o amortecimento do circuito. Desvantagem?
Modificação do circuito, alterando o comprimento do cabo,
transformando alimentação em aérea, ou ainda em certos
casos, aumentando a resistência de aterramento.
Desvantagem?
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POTÊNCIA
Ressonância por Indução em LT Paralelas
Em linhas paralelas sob condições normais, as impedâncias
de acoplamento são elevadas e muito superiores às
impedâncias de conexão da linha com as fontes de
geração.
Quando uma das linhas é aberta, a impedância que conecta
ao solo passa a ser da ordem de grandeza da impedância de
acoplamento. Essa situação é ainda mais agravada, se a
linha em aberto tiver compensação (dependendo do valor da
compensação a tensão induzida atingirá valores inaceitáveis).
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POTÊNCIA
Ressonância por Indução em LT Paralelas
Essa situação pode prolongar o tempo de extinção de um
arco residual, no caso de um curto fase-terra;
Restrições quanto à proteção, devido ao alto valor da
corrente de 2º harmônico, durante a energização da LT
compensada.
Aparecimento de perigosos arcos durante a aplicação ou
remoção de aterramento na linha, para fins de
manutenção.
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POTÊNCIA
Ressonância por Indução em LT Paralelas
Análise simplificada utilizando apenas os parâmetros
transversais das linhas:
Circuito duplo com 1 condutor por fase:
Reescrevendo a matriz anterior de forma sintética:
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POTÊNCIA
Ressonância por Indução em LT Paralelas
A corrente drenada pelo reator, em função da tensão em
todas as fases e admitância do reator por fase, pode ser
calculada como:
Onde:
Somando +
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POTÊNCIA
Ressonância por Indução em LT Paralelas
Como o circuito 2 está aberto em ambos os terminais, a
somatória entre I2 e IR tem que ser zero. Assim, pode-se
encontrar V2 na equação anterior.
Os pontos de ressonância, são encontrados através dos
autovalores da matriz [Y22]
Uma das formas de se reduzir os pontos de ressonância em
circuitos duplos, é realizar a transposição da linha.
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POTÊNCIA
Ressonância por Indução em LT Paralelas
A transposição é um método utilizado para diminuir o
desequilíbrio à freqüência fundamental entre as tensões e
correntes de fase vistas dos terminais da linha, supondo
balanceamento no início da linha.
Consiste na mudança nas posições das fases, ou seja,
mudam-se as posições físicas dos condutores de fase. Desta
forma é possível minimizar o desequilíbrio causado pela linha.
Mesma sequência no início e no final da LT
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POTÊNCIA
Ressonância por Indução em LT Paralelas
Considere as LTs de 500 kV paralelas do circuito abaixo, com
comprimento total de 170 km:
É feita uma análise da tensão induzida na linha em aberto em
função do valor de compensação reativa devido o
acoplamento com a linha paralela para duas situações:
- Sem transposição;
- Ambas as Linhas transpostas;
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POTÊNCIA
Ressonância por Indução em LT Paralelas
Linhas sem transposição Linhas com transposição
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POTÊNCIA
Ressonância por Indução em LT Paralelas
Nos estudos de ressonância por acoplamento em linhas
compensadas, deve-se atentar para 2 fatores básicos:
Ressonância de sequência positiva – pois é a condição
de operação normal da rede. Para sair de uma condição
ressonante em sequência positiva, deve-se alterar a
potência nominal dos reatores;
Ressonância de sequência zero - Para sair de uma
condição ressonante em sequência zero, instalar reatores
ou resistores de neutro.
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POTÊNCIA
Componentes Simétricas
Um sistema desequilibrado de “n” fasores correlacionados
pode ser decomposto em “n” sistemas equilibrados
denominados componentes simétricos (ou simétricas) dos
fasores originais (Teorema de Fortescue – 1918);
Sequência positiva: Três Sequência negativa: Três Sequência zero: Três
fasores equilibrados, fasores equilibrados, fasores equilibrados, com
defasados em 120º, com defasados em 120º, com mesmo ângulo de fase
sequência de fase igual à sequência de fase inversa (isto é, a defasagem entre
do sistema original. à do sistema original. eles é nula).
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POTÊNCIA
Componentes Simétricas
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POTÊNCIA
Componentes Simétricas
Dada uma sequência de fasores, representada por:
Esse sistema, pode ser decomposto em componentes
simétricas da seguinte forma:
Introduzindo o operador
𝛼=1
∠120 °
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POTÊNCIA
Componentes Simétricas
Podemos reescrever:
Assim:
matriz de transformação de componentes simétricas;
Seqüência de fasores de componentes simétricas.
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POTÊNCIA
Componentes Simétricas
Componentes simétricas em função das componentes de
fase:
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POTÊNCIA
Exercício - Componentes Simétricas
Exercício 1. Considere a sequência fasorial a seguir:
a) Encontre as componentes simétricas
das tensões.
Exercício 2. : Certo sistema trifásico apresenta seqüência
de fases A, B e C, e tem as seguintes componentes
simétricas de correntes de linha:
a) Obtenha os fasores das correntes
de linha