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Atos dos Apóstolos: Chaves e Desafios

O documento fornece um resumo de três chaves para entender o livro de Atos dos Apóstolos: 1) um movimento animado pelo Espírito Santo, 2) um movimento missionário que se expandiu de Jerusalém para o mundo, 3) um movimento representado por pequenas comunidades domésticas.
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Atos dos Apóstolos: Chaves e Desafios

O documento fornece um resumo de três chaves para entender o livro de Atos dos Apóstolos: 1) um movimento animado pelo Espírito Santo, 2) um movimento missionário que se expandiu de Jerusalém para o mundo, 3) um movimento representado por pequenas comunidades domésticas.
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livro de Atos dos Apóstolos

O LIVRO DOS ATOS DEVE SER LIDO A PARTIR DE 3


CHAVES
1. Um movimento animado pelo Espírito Santo;
2. Movimento missionário (desde Jerusalém até os confins do
da Terra)
3. Movimento representado pelas comunidades domésticas
(momentos decisivos acontecem nas pe2quenas
comunidades. Todo o livro possui uma dinâmica que parte
do Templo e chega a casa. A formação de pequenas
comunidades é o que faz com que a Palavra se faça
presente nas cidades e nas culturas. A pequena comunidade
e o lugar onde se mantém vivo o ensinamento dos apóstolos
(a memória de Jesus) e onde se vive a Koinonia (eles
tinham tudo em comum), a diakonia (não havia pobres entre
eles) e a eucaristia (At2, 42-47).
O LIVRO DOS ATOS DEVE SER LIDO A PARTIR DE 3
CHAVES
O povo que compunha a sociedade da época era:
  Hebreus: cristãos de origem judaica (fiéis a Lei e ao Templo);
  Helenistas (viviam fora da Palestina e liam a Bíblia em grego
tinham problemas com a Lei)
  Prosélitos: pagãos de origem grega (simpatizantes da religião
judaica)
OS PRINCIPAIS PROLEMAS ENFRENTADOS NA
ÉPOCA
O desafio da comunidade de “mesa”: Nas comunidades cristãs
conviviam cristão-judeus e não-judeus (prosélitos e tementes a
Deus). Os judeus não podem aceitar que pagãos sentem com
eles à mesa para a refeição ou eucaristia. Até Pedro é vítima
deste preconceito (At. 10,16-28). Lc, para resolver este problema
que diminuía os pagãos, vendo ameaçado seu espírito
missionário, mostra que Paulo comia com os pagãos: Lídia (At.
16,14-15), carcereiro (16,34), Justo (18,6b), no navio (27,33-38).
Até Pedro comia com eles (10,16SS; 11,1SS e 15,7ss. Se Paulo
é acusado de ter introduzido pagãos no templo (21,29), Lc
defende dizendo que isto já Pedro e Tiago o permitiram antes
dele.
Lc faz com que a prática de Paulo seja legitimada por Pedro e
Tiago.
OS PRINCIPAIS PROLEMAS ENFRENTADOS NA
ÉPOCA
Judeus se distanciando de Israel:
Os cristãos vindos do judaísmo se sentem expulsos da
sinagoga. Não conseguem conciliar judaísmo e
cristianismo. Depois da tragédia de 70 os judeus (fariseus)
se reorganizam em Jãmnia, uma cidadezinha a 50km de
Jerusalém. O centro da vida religiosa será, de agora em
diante, não mais o templo nem as funções sacerdotais,
mas a Tora escrita e sua interpretação oral.
OS PRINCIPAIS PROLEMAS ENFRENTADOS NA
ÉPOCA
Acentua-se desta forma a ortodoxia e os judeus
pressionam os cristãos a voltarem ou seriam traidores.
Lucas quer encorajar estes cristãos judeus. Os traidores
do AT são os chefes de Israel, os doutores e sacerdotes e
não Jesus e seus seguidores. Ele pinta negativamente os
lideres judeus. Neste tempo a igreja esta em fase de
transição. Já não é bem judaísmo, mas também ainda não
tem estrutura de igreja.
OS PRINCIPAIS PROLEMAS ENFRENTADOS NA
ÉPOCA
Os gregos e sua fidelidade ao império: Muitos funcionários
do império aderiam à fé. Será possível ser fiel a Jesus e ao
império? Como aderir a Jesus e ter Paulo por missionário
importante se os dois foram eliminados pelo império? Lucas
é muito simpático ao império romano. Assim, ele sempre
empurra a culpa pela morte de Jesus e de Paulo aos chefes
dos judeus, enquanto os romanos são bons (Lc 23,22; AT
3,13), o centurião romano reconhece que Jesus é justo (Lc
23,47), os chefes romanos protegem a Paulo (13,13; 16,30-
34; 18,16). Paulo é perseguido pelos judeus e salvo pelos
romanos. Os culpados sempre são os judeus. Lc nem se
quer menciona o martírio de Pedro e Paulo em Roma, pois
quer atrair a benesses do império.
OS PRINCIPAIS PROLEMAS ENFRENTADOS NA
ÉPOCA
Convivência de Ricos e Pobres: Nas comunidades
lucanas convivem ricos e pobres. No mundo grego isto
era inimaginável. Havia os bem ricos e os quase
mendigos. Lc mostra a convivência, insiste em acabar
com a escravidão ao dinheiro (Lc 3,13; 12,33; 14,14).
Em atos o dinheiro é visto de forma negativa (Judas
1,18; Ananias e Safira 5,1-11; Simão, o mago 8,20; o
lucro dos ourives 19,24). Os apóstolos não têm dinheiro
(3,5), Paulo não quer prata (20,33).
OS PRINCIPAIS PROLEMAS ENFRENTADOS NA
ÉPOCA

Em meio a todos estes problemas Lc quer mostrar que


a palavra de Jesus, movida pelo espírito santo, avança.
O numero de fieis aumenta. Se o evangelho de Lc é o
livro de Jesus, o dos atos é o livro do espírito santo. O
espírito produz a palavra. Existem muitos obstáculos,
mas a palavra vence.
Características de Atos dos Apóstolos

O livro bíblico de Atos  é um livro que combina


uma multiplicidade de intenções, todas elas
envolvidos com aspectos característicos da
narrativa. Podemos dizer que existem três
grandes pilares em Atos: Didático, Teológico e
Apologético.
Atos é um livro Didático:

Atos é o segundo volume de uma obra com intenções


claramente didáticas (cf. Lc 1.1-4). Lucas intenta
fortalecer e edificar Teófilo em sua fé por meio de um
relato ordenado. No evangelho Lucas narra o ensino e
a obra de Jesus, o Messias; em Atos, ele narra as
obras do Cristo ressurreto por meio de Seus apóstolos,
no poder do Espírito.
Atos é um livro Teológico:

Além disso, Lucas tem intenções claramente teológicas. O tema do reino de


Deus permeia os dois livros. Assim é que Atos começa com uma pergunta
escatológica (1.6) e termina com vocabulário escatológico (28.31).
Outra ênfase teológica é o relacionamento da Igreja com o reino de Deus, ou
seja, como a mensagem do reino, soberanamente, deixou de ser um
fenômeno predominantemente judeu e se tornou um movimento
predominantemente gentílico, com seu centro se deslocando de Jerusalém
para Roma. Ele demonstrou ao(s) seu(s) leitor(es) como Deus tencionava
incluir em Seu reino um povo formado por judeus e gentios durante esta era.
[4]
Atos é um livro Teológico:

Assim, a historiografia de Lucas é teologicamente baseada e


orientada. Enquanto registrava acuradamente a disseminação do
evangelho de Jerusalém para Judéia e Samaria e até os confins da
terra, Lucas ligou a história com o propósito divino para o povo de
Israel e para o mundo, que o acesso ao reino e o desfrute de suas
bênçãos espirituais fosse partilhado por judeus e gentios em pé de
igualdade até o tempo da restauração de Israel (cf. 1.6).
Atos é um Livro Apologético

A última, mas não menos importante, das intenções de Lucas era a


apologética. Ele tencionava defender o apostolado e a missão de
Paulo, complementando assim, com base histórica, as defesas que o
próprio Paulo fizera nas cartas de Gálatas e 2 Coríntios.

Lucas retrata o poder e a autoridade de Paulo como plenamente


comparáveis aos de Pedro, conforme sintetiza o quadro abaixo:
Atos é um Livro Apologético

As obras poderosas de Pedro  


  As obras poderosas de Paulo

3.1-11  Curou um paralítico 14.8-18  Curou um paralítico


de nascença de nascença

5.15-16  Cria-se que sua 19.11-12  Cria-se que seus


sombra curava pes­soas. lenços e aventais curavam
pessoas.

8.9-24  Repreendeu Simão, 13.6-11  Repreendeu Elimas,


um ilusionista um feiticeiro

9.32-35  Curou Enéias de 28.7-9  Curou o pai de Públio


paralisia e outros (Malta)

9.36-41  Ressuscitou a Dorcas 20.9-12  Ressuscitou a Êutico


Atos é um Livro Apologético

A conversão de Paulo é narrada três vezes (caps. 9, 22, 26), e


em cada uma delas se enfatiza sua condição de “caso
escolhido”, o que dá a nítida impressão de que Lucas
considerava tal evento como crucial no desenvolvimento da
mensagem do reino. Esta defesa de Paulo, todavia, não pode
ser o único ângulo da intenção apologética de Lucas, pois muito
material em Atos em nada contribui para ela (e.g. relatos sobre
outros líderes como Estêvão e Filipe).
A possibilidade de que Lucas tenha escrito para demonstrar que
o cristianismo não era religião nociva à pax romana pode-se
depreender da afirmação dos judeus romanos sobre a fé cristã
de que “em toda parte se fala contra ela” (28.22). O cristianismo
já havia sido difamado em Roma antes de Paulo ali chegar.
Atos é um Livro Apologético

Assim, Lucas indica cuidadosamente que as


perseguições em Atos eram de origem
religiosa, não política. Que haviam nascido
da intolerância e incredulidade dos judeus,
exceto em Éfeso e Filipos, onde os motivos
foram puramente econômicos, embora
relacionados a práticas religiosas.
Ênfases Teológicas em Atos

Não é difícil de ser perceber uma continuidade na


ênfase teológica central do Evangelho de Lucas no
Livro de Atos. Em Atos, Lucas mantêm seu
interesse no tema da Salvação ainda que que sua
abordagem seja, obviamente, distinta da
abordagem de seu primeiro livro. Em Atos, Lucas
procura demonstrar como a Igreja, constituída de
Judeus e gentios, formam uma comunidade com
o Judaísmo, ao mesmo tempo em que é no
propósito de Deus uma entidade nova e distinta
(mesma idéia de “novo mandamento vos dou“).
Destaques do livro de Atos dos Apóstolos

O livro bíblico de Atos contém uma história


abrangente do estabelecimento da congregação
cristã e sua posterior expansão. Escrito pelo
médico Lucas, ele apresenta um relato dinâmico
das atividades cristãs durante um período de 28
anos: de 33 EC a 68 EC.
Destaques do livro de Atos dos Apóstolos

A primeira parte de Atos relata principalmente as


atividades do apóstolo Pedro, e a última parte, as
atividades do apóstolo Paulo. O uso dos
pronomes “nós” e “nos” indica que Lucas
participou de certos eventos relatados. Prestar
atenção à mensagem do livro de Atos aumentará
nosso apreço pelo poder da Palavra escrita de
Deus e de seu Espírito Santo. (Heb. 4:12) Também
nos moverá a ser abnegados e fortalecerá nossa
fé na esperança do Reino Messiânco.
Atos dos Apóstolos — Plano Histórico e Teológico

Lucas, ao escrever uma história da Igreja


primitiva, usou um plano que foi não só correto
historicamente, mas também teologicamente
importante. Em seu propósito de demonstrar o
poder do evangelho em reconciliar as pessoas
com Deus e umas com as outras, Lucas partiu sua
narrativa em segmentos. Cada segmento tem a
ver com algum problema que separa as pessoas
que são conquistadas pelo Espírito Santo através
da proclamação do evangelho. Ele também fez
uso de uma expressão recorrente para denotar o
movimento de um segmento para outro.
Atos dos Apóstolos — Plano Histórico e Teológico

A locução (colophon) que Lucas usou é: “E a palavra de


Deus crescia e se multiplicava...” Pode-se notar que esta
expressão (ou uma ligeira variação) é encontrada em 6:7
(após a crise na igreja em Jerusalém e antes da
expansão, a partir de Jerusalém); 9:31 (após a inclusão
dos samaritanos e do eunuco etíope); 12:24 (após a
inclusão dos gentios tementes a Deus, de Cesaréia, e a
morte de Herodes Agripa I)
Atos dos Apóstolos — Plano Histórico e Teológico

16:5 (após a controvérsia com os judaizantes e a


conferência de Jerusalém); 19:20 (após a inclusão dos
gentios). Então segue-se a viagem de Paulo a Roma, via
Jerusalém. Lucas usou o plano da expansão geográfica
para mostrar o desenvolvimento teológico da Igreja, de um
conceito nacionalístico estreito para uma religião que não
tem nenhuma barreira artificial estabelecida pelo homem
pecador.
Atos dos Apóstolos — Plano Histórico e Teológico

Os princípios que Jesus ensinou, e pelos quais ele morreu,


são mostrados àqueles que podem vencer qualquer
preconceito que ocasione separação. Qualquer esboço de
Atos deve considerar seriamente o método que Lucas
usou para indicar as principais divisões de sua obra.
Fontes de Informação de Atos dos Apóstolos

Quais, então, foram as fontes de informação a que Lucas


recorreu, ao traçar acuradamente o curso de todos os
acontecimentos, desde o princípio? Naturalmente ele
presenciou alguns fatos narrados em Atos. Isto ele indica,
sutil mas inequivocamente, quando passa de repente da
terceira pessoa para a primeira do plural, em At 16.10; At
20.5; At 27.1, três versículos que assinalam o começo do
que chamamos seções do “pronome nós”. E como a maior
parte da segunda metade de Atos, fora mesmo as ditas
seções, é dedicada à atividade de Paulo, o médico amado
do apóstolo teve muitas oportunidades de colher
informações de primeira mão acerca dos supra-referidos
acontecimentos. 
Fontes de Informação de Atos dos Apóstolos

Teve possivelmente muitos outros informantes sobre os


primeiros dias de vida da Igreja, antes da conversão de Paulo,
tanto quanto acerca de fatos narrados no seu Evangelho. Sendo
natural de Antioquia, devia ter entrado em contato com muitos
que lhe puderam contar a respeito desses primórdios, como
Barnabé e possivelmente Pedro (cf. Gl 2.11); e teve
oportunidades especiais de ampliar seus conhecimentos durante
os dois anos que Paulo esteve detento em Cesaréia (At 24.27). Aí
vivia Filipe, o evangelista, com suas quatro filhas profetisas,
mencionadas, por escritores que vieram depois, como
informantes acerca de pessoas e fatos da novel Igreja. Em
Jerusalém, Lucas hospedou-se em casa de Mnasom, um dos
primeiros discípulos (At 21.16), avistou-se com Tiago, irmão do
Senhor, e alguns supõem que ele entrou em contato até com
Maria, mãe de Jesus, dela ouvindo a história da natividade, por
ele narrada no início do seu Evangelho.
Missão da Igreja em Atos dos Apóstolos

Enquanto que Lucas dedica não mais de sete capítulos à igreja em


Jerusalém, o restante (outros vinte e um capítulos) relata a expansão do
Cristianismo até a cidade mais importante da época, Roma. A ênfase,
portanto, é na missão aos Gentios – ainda que Paulo procure sempre os
judeus em primeiro lugar (Rm.1.16). Lucas narra a conversão de Paulo
três vezes (9.1ss; 22.3ss; 26.2ss); como o evangelho chegou aos gentios
duas vezes (10.1ss; 11.4ss); o decreto de Jerusalém sobre os Gentios três
vezes (15.20, 29; 21.25). É interessante observar também que a missão
da igreja foi essencialmente urbana (Jerusalém, Éfeso, Antioquia, Roma)
A inclusão dos gentios no povo de Deus

Atos reflete as tremendas tensões que existiam na igreja primitiva no


que diz respeito à base da missão gentia. Embora os Evangelhos
registrem a comissão dada por Jesus, no sentido de Seus discípulos
levarem o evangelho a todas as nações, a igreja era originalmente
composta de ju­deus, e entre os judeus levava a efeito a
evangelização. Diferentemente do que geralmente se acredita, Lucas
não menciona a presença de gentios no dia do Pentecoste, a não ser
os prosélitos judeus (2:10). Dentro de poucos anos, porém, a igreja
acabou pregando o evangelho aos samarita­nos, aos tementes a Deus
que não eram circuncidados, e, finalmente, aos gentios pagãos.
Lucas considera que esta progressão foi a vontade de Deus,
profetizada de antemão; os eventos se desdobraram sem qualquer
plane­jamento da parte da igreja. A igreja tinha que se entender com
este fato.
A inclusão dos gentios no povo de Deus

A essência do problema era se a ascensão da igreja


produzira uma no­va sociedade que era diferente do
judaísmo. Visto que os primeiros cris­tãos eram judeus, era
natural que vivessem como judeus — circuncidassem os
seus filhos e vivessem de acordo com a Lei de Moisés,
embora, reconhe­cidamente, pudesse haver variadas
maneiras de interpretar a Lei, e o próprio Jesus
demonstrara bastante liberdade no que dizia respeito a
certos as­pectos dela. O mesmo modo de vida podia ser
esperado dos prosélitos judeus que se converteram ao
cristianismo. Assim, o cristianismo podia ser enca­rado
como sendo o cumprimento verdadeiro e apropriado do
judaísmo; o Messias prometido viera, e trouxera
renovação ao Seu povo.
A inclusão dos gentios no povo de Deus
Dois fatores perturbavam esta suposição fácil. De um lado, ficou
sen­do sempre mais óbvio que os líderes judaicos e muitos entre o
povo nato estavam dispostos a aceitar Jesus como o Messias, e
uma evolução fácil desde o judaísmo do século I até o
cristianismo, simplesmente mediante a incorporação da
mensagem cristã de Jesus como Messias foi excluída. Na
realidade, o judaísmo dos contemporâneos da igreja primitiva
desvia­ra-se da verdade. Foi Estêvão quem deu expressão à
crítica dos judeus do seu tempo, ao alegar que deixaram de seguir
fielmente à Lei de Moisés, e que o culto que prestavam a Deus no
templo desagradava a Ele. Não é de se estranhar que este ataque
provocasse forte oposição da parte dos líde­res dos judeus, e
talvez possamos suspeitar que o ponto de vista de Estê­vão não foi
imediatamente compartilhado por todos os membros da igre­ja.
Mesmo assim, haveria forçosamente de ficar sempre mais óbvio
que o judaísmo oficial se opunha à igreja, e considerava heréticas
as suas opi­niões.
A inclusão dos gentios no povo de Deus

Havia, do outro lado, o problema da entrada dos gentios na


igreja, que, além de intensificar a oposição contra a igreja
da parte do judaísmo, também levantava urgentes
perguntas dentro da igreja, quanto ao seu pró­prio caráter e
modo de vida. Já houve muito debate acerca do modo de
Lucas encarar a natureza da igreja. Um dos pontos de vista
é que a encara­va como instituição essencialmente judaica,
o povo de Deus, que consis­tia em judeus, e do qual os
judeus que se recusavam a arrepender-se ficavam cortados,
e ao qual os gentios que se convertem podem juntar-se.
A inclusão dos gentios no povo de Deus
O ou­tro ponto de vista é que Lucas encarava o propósito de
Deus como sendo o ajuntamento de um novo Israel,
composto de judeus e gentios, e que descre­ve a progressiva
separação entre a igreja e o judaísmo. A verdade prova­
velmente se acha nalgum lugar entre os dois extremos;
nosso ponto de vista é que Lucas ressalta as origens
judaicas da igreja e as suas raízes nas profecias do Antigo
Testamento, mas ao mesmo tempo demonstra que se trata
de um povo de Deus, composto de judeus
e gentios crentes, no qual os judeus podem achar o
cumprimento do judaísmo, e não se requer dos gentios que
se tornem judeus.
 A vida e a organização da igreja
Lucas se preocupa em oferecer um retrato da vida e da
adoração da igreja, sem dúvida como padrão para guiar e
orientar a igreja dos seus dias. Baseados nos breves
resumos nos primeiros capítulos de Atos (2:42-47; 4:32-37),
chegamos a ter um retrato de grupos pequenos que se
reuniam para a instrução, a comunhão, a oração e o partir
do pão. O ingresso na igre­ja como membro era através do
batismo nas água.
Lucas ressalta especialmente a importância do Espírito na
vida da igreja. O Espírito é a possessão que todo cristão tem
em comum, a fonte da alegria e do poder, e os líderes
cristãos são pessoas que estão especialmente cheias do
Espírito a fim de cumprirem suas várias funções. O Espírito
guia a igreja na sua escolha dos líderes e na sua atividade
evangelizadora, e isto de tal forma que Atos às vezes tem
sido descrito como o livro dos "Atos do Espírito Santo".
Os Discípulos em Jerusalém (Atos 1:12-14)

Depois que eles ouviram Cristo dar as ordens e depois


de ser testemunhas oculares da ascensão de Cristo
aos Céus espirituais, eles obedeceram a ordem dada
por Jesus Cristo em Atos 1:4, onde Cristo pede para
que eles não se afastassem de Jerusalém, mas
que persistissem em esperar o E.S que Deus havia
prometido e que eles tinham ouvido Cristo falar durante
Seu ministério terrestre. Do monte chamado Monte das
Oliveiras,... Lugar onde ocorreu a ascensão que está
perto de Jerusalém, à distância da jornada de um
sábado. — Segundo fontes rabínicas, baseadas em
Jos. 3:4, esta era de cerca de 2.000 côvados (890 m)
Os Discípulos em Jerusalém (Atos 1:12-14)

Depois que eles ouviram Cristo dar as ordens e depois


de ser testemunhas oculares da ascensão de Cristo
aos Céus espirituais, eles obedeceram a ordem dada
por Jesus Cristo em Atos 1:4, onde Cristo pede para
que eles não se afastassem de Jerusalém, mas
que persistissem em esperar o E.S que Deus havia
prometido e que eles tinham ouvido Cristo falar durante
Seu ministério terrestre. Do monte chamado Monte das
Oliveiras,... Lugar onde ocorreu a ascensão que está
perto de Jerusalém, à distância da jornada de um
sábado. — Segundo fontes rabínicas, baseadas em
Jos. 3:4, esta era de cerca de 2.000 côvados (890 m)
Os Discípulos em Jerusalém (Atos 1:12-14)

De comum acordo,... “De comum


acordo” (Gr.: homothumadon) - “com uma só mente”.
A palavra aqui denota a inteira harmonia de seus
sentimentos e pensamentos. Não havia lutas, nem divisões
por interesses diferentes, nenhum desacordo de
propósitos, todos eles tinham a mesma mentalidade e
estavam interessados na mesma coisa, que era fazer a
vontade de Deus. Cristo mesmo havia orado para que
houvesse esta unidade; orou para que seus seguidores
fossem um assim como Ele e Deus estavam perfeitamente
unidos na mesma mente e na mesma maneira de pensar.
Nós aprendemos assim que:
Os Discípulos em Jerusalém (Atos 1:12-14)

Junto com algumas mulheres e Maria, a mãe de Jesus, ... As


mulheres que tinham seguido Jesus da Galileia. (Lc 8:2-3, 23, 49, 55;
24:10; Mat 27:55). Muitas mulheres faziam parte destas reunião,
muitas delas era parentes dos discípulos e apóstolos como também
suas esposas. Pedro, por exemplo, é descrito como um homem
casado, assim como também outros apóstolos. (Mat 8:14; 1Co 9:5;
1Co 9:5). Maria Mãe de Jesus é mencionada aqui, mostrando que
João de fato cumprira aquilo que seu o Senhor tinha pedido a ele no
dia em que sua execução tinha sido feita. (João 19:26-27) Esta é
última vez que Maria é mencionada nas Escrituras Gregas Cristãs. E
com os irmãos dele. — Veja Mateus 12:46. A princípio eles tinham
sido incrédulos quanto a identidade de Jesus como sendo o tão
aguardado Messias, mas parece que eles depois aceitaram a
verdade. — João 7:5.
PEDRO USOU “AS CHAVES DO REINO”
(Atos 1:1-11:18)

Depois de receber Espírito Santo, os apóstolos


deram um corajoso testemunho. Pedro usou a
primeira das “chaves do reino dos céus” para
abrir, a judeus e prosélitos que “abraçaram . . . a
sua palavra”, a porta do conhecimento e da
oportunidade de entrar no Reino. (Mat. 16:19;
Atos 2:5, 41) Uma onda de perseguição dispersou
os discípulos, resultando na expansão da obra de
pregação.
PEDRO USOU “AS CHAVES DO REINO”
(Atos 1:1-11:18)

Ao ouvirem que habitantes de Samaria haviam


aceitado a palavra de Deus, os apóstolos em
Jerusalém enviaram Pedro e João para visitá-los.
Por abrir a oportunidade do Reino aos
samaritanos, Pedro usou a segunda chave. (Atos
8:14-17) Provavelmente dentro de um ano depois
da ressurreição de Jesus, aconteceu uma
transformação surpreendente com Saulo de
Tarso. Em 36 EC Pedro usou a terceira chave, e a
dádiva gratuita do Espírito Santo, foi derramado
sobre incircuncisos das nações. — Atos 10:45.
Auxílio na compreensão bíblia: 

2:44-47; 4:34, 35 — Por que alguns cristãos


venderam seus bens e distribuíram o dinheiro
arrecadado? Muitos que aceitaram a verdade
sobre Jesus tinham vindo de longe. Eles
desejavam ficar em Jerusalém por mais tempo a
fim de aumentar seu conhecimento sobre a nova
fé e dar testemunho a outros, mas não tinham
provisões suficientes para isso. Com o objetivo de
ajudá-los, alguns cristãos venderam seus bens, e
os recursos foram distribuídos aos necessitados.
Auxílio na compreensão bíblia: 

4:13 — Pedro e João eram analfabetos,


incultos? Não. Eles foram chamados de “indoutos
e comuns” porque não receberam treinamento
religioso nas escolas rabínicas.
5:34-39 — Como Lucas sabia o que Gamaliel
tinha falado numa sessão fechada do
Sinédrio? Há pelo menos três possibilidades: (1)
Paulo, ex-aluno de Gamaliel, informou Lucas; (2)
Lucas consultou algum solidário membro do
Sinédrio, como Nicodemos; (3) Lucas recebeu a
informação por inspiração divina.
Auxílio na compreensão bíblia: 

14:8-13 — Por que o povo em Listra chamou


“Barnabé de Zeus e Paulo de Hermes”? Zeus era o
governante dos deuses na mitologia grega, e seu filho
Hermes era conhecido por sua eloquência. Visto que
Paulo tomou a dianteira em falar, o povo de Listra o
chamou de Hermes e a Barnabé, de Zeus.

16:6, 7 — Por que o Espírito Santo não permitiu que


Paulo e seus companheiros pregassem no distrito da
Ásia e na Bitínia? Havia poucos trabalhadores. Por
isso, o Espírito Santo os direcionou para campos mais
frutíferos.
COMENTÁRIO SOBRE DEMÉTRIO
Exatamente como pensar em Diotrefes levou João a
escrever a carta acerca de quem pratica o mal, a menção
da prática do bem parece fazer-lhe lembrar de Demétrio,
pois dele todos dão bom testemunho. De acordo com as
tradições apostólicas, anos depois João nomeou Demétrio
bispo de Filadélfia.
CONCLUSÃO
João diz que ainda tem muito o que escrever, mas
prefere falar pessoalmente. “A paz seja contigo”, é
uma apropriada oração para Gaio, que tinha a difícil
missão de exercer liderança em uma igreja em que
Diotrefes estava provocando discórdia.
Atos é um livro Teológico:

Além disso, Lucas tem intenções claramente teológicas. O tema do reino de


Deus permeia os dois livros. Assim é que Atos começa com uma pergunta
escatológica (1.6) e termina com vocabulário escatológico (28.31).
Outra ênfase teológica é o relacionamento da Igreja com o reino de Deus, ou
seja, como a mensagem do reino, soberanamente, deixou de ser um
fenômeno predominantemente judeu e se tornou um movimento
predominantemente gentílico, com seu centro se deslocando de Jerusalém
para Roma. Ele demonstrou ao(s) seu(s) leitor(es) como Deus tencionava
incluir em Seu reino um povo formado por judeus e gentios durante esta era.
[4]

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