Clase de
Vacinas
Curso Emfermagem.
Vacina
• São substâncias, como proteínas, toxinas,
partes de bactérias ou vírus, ou vírus e
bactérias inteiros, atenuados ou mortos, que
ao serem introduzidas no organismo de um
animal, suscitam uma reação do sistema
imunológico semelhante à que ocorreria no
caso de uma infecção por um determinado
agente patogênico,
• Desencadean a produção de anticorpos que
acabam por tornar o organismo imune ou, ao
menos mais resistente, a esse agente (e às
doenças por ele provocadas).
Vacina
• São produzidas a partir de agentes patogênicos (vírus ou
bactérias), ou ainda de toxinas, previamente enfraquecidos.
• Ao inserir no organismo esse tipo de substâncias, fazemos
com que o corpo combata o agente estimulando a síntese
de anticorpos, além de desenvolver a chamada memória
imunológica, tornando mais fácil o reconhecimento do
agente patogênico em futuras infecções e aumentando a
eficiência do sistema imune em combatê-lo.
• Quando o corpo é atacado por algum agente patogênico não
chega a desenvolver a doença porque o organismo encontra-
se protegido.
• Louis Pasteur celebrizou-se pela formalização científica da
vacina.
Exemplo da resposta imune primaria
e secundaria
Por que vacinar?
As vacinas provavelmente salvaram muito mais vidas da
que qualquer outro tipo de medicamento na história.
• Estima-se que poupam muitos milhões de vidas a cada
ano, e poderiam poupar muitas milhões a mais se todos
tomassem as vacinas adequadas.
Ao prevenir doenças graves:
• As vacinas protegem milhões de pessoas contra a dor,
sofrimento e mesmo incapacitação permanente.
• As vacinas poupam dinheiro para os indivíduos e para a
sociedade, ao reduzir os custos com doença, por
exemplo, medicamentos, cuidados hospitalares e perda
de tempo de trabalho.
Por que vacinar?
• • As vacinas reduzem a velocidade de disseminação
das doenças.
Graças às vacinas, algumas das doenças são hoje bastante
raras na maioria dos países (como a pólio), ou mesmo
foram eliminadas (como a varíola).
• • As vacinas ajudam a prevenir a resistência aos
antibióticos.
Ao prevenir as doenças, as vacinas reduzem a
necessidade de drogas que combatam os
microrganismos.
Isto ajuda a manter a eficácia dos antibióticos, porque
quando um antibiótico é usado de forma inadequada, ele
pode perder a sua eficácia
História
• O criador da primeira vacina, foi Edward Jenner.
Em 1796 observou que as vacas tinham nas tetas
algumas feridas iguais às provocadas pela varíola
no corpo de humanos. Os animais tinham uma
versão mais leve da doença, a varíola bovina.
• Ao observar que as moças responsáveis pela
ordenha, que comumente acabavam infectadas
pela doença bovina tinham uma versão mais
suave da doença, ficando imunizadas ao vírus
humano , ele recolheu o líquido que saía destas
feridas e o passou em cima de arranhões que ele
provocou no braço de seu filho. O menino teve
um pouco de febre e algumas lesões leves, e uma
recuperação rápida.
História
• O cientista pegou o líquido da ferida de outro
paciente com varíola e novamente expôs o
garoto ao material.
• Semanas depois, ao entrar em contato com o
vírus da varíola, o pequeno passou incólume à
doença.
• Estava descoberta assim a propriedade de
imunização.
• Jenner ficou mundialmente conhecido como
sendo o inventor da vacina, mas parece não
ter sido o primeiro.
História
• Afirma-se que os chineses tenham desenvolvido
uma técnica de imunização anteriormente à
Jenner.
• Eles trituravam as cascas das feridas produzidas
pela varíola, onde o vírus estava presente,
porém morto, e sopravam o pó através de um
cano de bambu nas narinas das crianças.
• O sistema imunológico delas produzia uma
reação contra o vírus morto e, quando expostas
ao vírus vivo, o organismo já sabia como reagir,
livrando os pequenos da doença.
Vacinas
• A vacina é produzida por exemplo com o
germen atenuado ou morto.
• Este produto é injetado em pequena
quantidade na pessoa.
• O corpo reage ao vírus, criando novos
anticorpos adaptados ao vírus.
• Quando a doença chega , determinada a
atacar , o corpo já tem sua defesa.
• O problema é que as vezes o germen sofre
mutações genéticas e novas vacinas devem ser
criadas nos dias de hoje.
Classificação geral das vacinas
A) Vacinas inactivadas ou inertes.
1-Inteiras – o agente bacteriano ou viral é
inactivado (por explo por formaldeído) e fica
incapaz de se multiplicar, mas mantém todas as
suas componentes e preserva a capacidade de
estimular o sistema imunitário.
Explos: VIP (polio), Pw (pertussis whole cell).
2- Fracções ou sub-unidades do agente infeccioso
– podem ser partículas virais fraccionadas, toxinas
naturais cuja actividade foi anulada, antigénios
capsulares de bactérias ou de vírus, ou antigénios
membranares de bactérias.
Explo: DTPa (difteria, tétano, pertussis acelular)
Classificação geral das vacinas
B) Vacinas “vivas” atenuadas.
O agente patogénico, obtido a partir de um indivíduo
infectado ou por cultivo, é enfraquecido por meio de
passagens por um hospedeiro não natural, ou por um meio
que lhe seja desfavorável.
• O resultado é um agente que, quando inoculado num
indivíduo, multiplica-se sem causar doença, mas estimulando
o sistema imunológico.
• Normalmente estas vacinas são eficazes apenas com uma
dose (excepto as orais).
Explos: VAP (polio); VAS, VAR, VASPR (sarampo, papeira ,
rubéola), BCG (tuberculose).
• Estas vacinas têm a vantagem de estar muito próximas do
agente natural e de serem relativamente fáceis de produzir.
• Existe um pequeno risco de que o agente atenuado possa
reverter para formas infecciosas perigosas.
Classificação geral das vacinas
C) Vacinas produzidas por recombinação genética
Através de técnicas modernas de biologia molecular e
engenharia genética.
D) Combinadas ou polivalentes
• Os progressos no fabrico de vacinas e a necessidade de
simplificar os programas de vacinação, tem conduzido
à combinação de vacinas contra agentes diferentes.
• Estas vacinas dizem-se combinadas ou polivalentes e
são designadas em função do número de
componentes. Por exemplo, a DTP é trivalente, a DTP-
Hib é tetravalente e a DTP-Hib-VIP é pentavalente
Contra-indicações de vacinas
Algumas contra-indicações gerais que merecem
atenção:
a) Doença aguda (febre >38.5ºC, sintomas clínicos
acentuados...) actual ou muito recente
b) Reacção clínica séria contra dose anterior da vacina
c) Alergia grave à gema do ovo (atenção à VASPR, VAS
e VAR)
d) Alergia a certos antibióticos (ver casos particulares
de vacinas)
e) Deficiência imunitária congénita, causada por uma
doença, ou causada por terapia (corticóides,
citoestáticos, radioterapia) contra-indica as vacinas
vivas
f) Infecção avanzada por HIV (ver casos particulares de
vacinas)
Algumas FALSAS contra-indicações:
a) Doenças benignas, como pequenas
infecções respiratórias, com temperatura
inferior a 38.5ºC
b) Asma, renite alérgica ou febre dos fenos.
c) Tratamento com antibióticos
d)Antecedentes familiares de convulsões
e) Doenças cardíacas, renais, pulmonares ou
hepáticas
f) Baixo peso no recém-nascido.
g) Dermatoses, eczemas ou doenças da pele
localizadas
h) Malnutrição
i) Aleitamento materno
Vacinação de soropositivos
O soropositivo deve ser avaliado por um médico antes de
tomar qualquer vacina para se prevenir de doenças.
• Se estiverem com a imunidade muito baixa, não devem
receber vacinas compostas por bactérias ou vírus vivos.
• Diversos estudos mostram que a resposta aos organismos
invasores é menor em soropositivos com pouca
concentração de linfócitos T CD4+, células de defesa do
organismo.
• Por isso, normalmente os doentes de AIDS não têm boa
resposta às vacinas.
• Portanto, na tentativa de obter uma resposta imunológica
ideal, todas as vacinas devem ser dadas no curso da
infecção pelo HIV, o mais precocemente possível.
Orientações para crianças
As crianças menores de um ano, com suspeita
de infecção pelo HIV ou com diagnóstico
definitivo de infecção pelo HIV devem seguir
orientação médica especializada.
Imunodeficiência na Infecção por
VIH
Anormalidades Laboratoriais
VIH/SIDA
• A sindrome de imunodeficiencia adquirida
(AIDS) foi descrita em 1981, apos uma
sucessao de casos de pessoas com infecções e
cancros pouco comues, so encontradas em
doentes com imunosupreção avanzada.
• Posteriormente descubrio-se que ocorre nos
estadios avançados da infecção por o hiv, um
retrovirus que tem como celulas albo principal
os linfocitos T com receptores CD4
Prevalencia do HIV
A situação do HIV e SIDA em Moçambique (INSIDA
2009)
• Prevalência adultos (15 - 49 anos): 11.5 %
(10.9 % á 14.7 %)
• Pessoas vivendo com HIV: 1, 500, 000 (1, 300,
000 á 1, 700, 000 pessoas)
• Crianças (0 - 14 anos) com HIV: 100, 000 (87,
000 á 120, 000 crianças)
• Mulheres (> 15 anos) com HIV: 810, 000 (690,
000 á 960, 000 mulheres)
• Homens (> 15 anos) com HIV: 590, 000 (523,
000 á 728, 000 homens)
A situação do HIV e SIDA em Moçambique (INSIDA 2009)
• Cavo Delgado: 9.4%.
• Niassa: 3.7%.
• Nampula: 4.6%.
• Zambezia 12.6%.
• Tete: 7.0%.
• Sofala: 15.5%.
• Manica: 15.3%.
• Inhambane: 8.6%.
• Gaza: 25.1%.
• Maputo Prov: 19.8%.
• Maputo Cidade: 16.8%
ANORMALIDADES IMUNOLÓGICAS INDUZIDAS PELA INFECÇÃO
DO HIV. Celular -
• Linfócitos: linfopenia T de CD4 / diminuição do
quantidade e sua linfoproliferação; • Diminuição da
sensibilidade em resposta ao reconhecimento de
antígenos (de novo).
• Monócitos: diminuição da fagocitose, da
quimiotaxia, da morte intracelular e da expressão
de citocinas.
• Neutrófilos: neutropenia / diminuição da
fagocitose e morte intracelular.
• Células NK: diminuição da citotoxicidade das NK.
ANORMALIDADES IMUNOLÓGICAS INDUZIDAS PELA INFECÇÃO
DO HIV. Humoral
• Diminuição do número de células B:
• Ativação policlonal da célula B; - Aumento da
produção de imunoglobulinas G, A e M não
específicas; -
• Perda da resposta específica dos anticorpos
CAUSAS DA ANEMIA EM PACIENTES INFECTADOS PELO HIV
• - Anemia de Doença Crônica; - Infecções Oportunistas
que afetam a Medula Óssea (ex.: Citomegalovírus,
Parvovírus B19, Mycobacterium avium, Cryptococcus
neoformans); -
• Má nutrição e Má absorção (ex.: B12, Ferro e
deficiência de Folato); -
• Insuficiência Eritropoiética ou Hematopoiese
ineficiente; -
• Mielossupressão por drogas (especialmente
antimicrobianos, TARV e agentes antineoplásicos);
• - Neoplasia (ex.: Linfoma não – Hodgkin’s); -
• Mielofibrosis ou mielodisplasia.
– VALORES DE GLÓBULOS VERMELHOS E ÍNDICES
HEMATIMÉTRICOS EM HOMENS E MULHERES.
Parâmetro Homens Mulheres
Glóbulos 4,5 – 6,5 3,9 – 5,6
Vermelhos
(x106 /uL)
Hemoglobina 14,0 – 17,5 12,3 – 15,3
(g/dL)
Hematócrito (%) 42 – 50 36 – 45
Leucograma
Alteracoes bioquimicas/metabolicas no
HIV/AIDS
Leucemias/ Linfomas
• Leucemias neoplasias malignas de células
hematológicas com população neoplásica
“major” no medulo do osso e sangue
periférico.
• Linfomas neoplasias malignas de células
linfóides. Com populacao maior nos texidos
solidos. S/ componente “major” no sangue
periférico – linfoma. C/ componente “major”
no sangue periférico – linfoma/leucemia.
Celulas do Medulo do osso
Imunoterapia tradicional no
combate ao câncer
• A indústria farmacêutica e os pesquisadores
têm procurado obter novas terapias para
também “armar uma cilada” contra as células
cancerosas.
• Entre essas novas terapias feitas com drogas
biotecnológicas destacam-se os anticorpos
monoclonais – anticorpos idênticos que são
capazes de atacar antígenos de células
cancerosas.
Os anticorpos monoclonais
• Os anticorpos monoclonais são classificados de
imunoterapia passiva porque são produzidos em
cultura de células ou em cobaias e depois de
conhecida sua estrutura química são sintetizadas em
laboratório, purificadas e injetadas no paciente.
• Esse processo induzido laboratorialmente é mais
rápido e eficiente em relação à reação imunológica
em que o próprio paciente produz o seu anticorpo
contra os antígenos das células cancerosas
Vacinas contra câncer
• As vacinas contra câncer – que até agora tem mostrado
resultados frustrantes – são classificados como imunoterapia
ativa.
• Nesse caso o paciente recebe a injeção de um antígeno,
geralmente extraído das células cancerosas, para induzir a reação
do seu próprio sistema imunológico.
• Os antígenos do câncer são mais difíceis para serem identificados
daqueles existentes em patógenos (ex.: vírus, bactérias) pois as
células cancerosas são formas mutantes das próprias células da
pessoa afetada pelo câncer.
• Assim, o sistema imune adaptativo nem sempre as vê como
células estranhas e o tumor pode enganar o organismo,
induzindo-o a desligar a resposta imunológica