POR: LUIZ FERNANDO E SÍNDEA BOTÊLHO
Barroco
A ARTE DA INDISCIPLINA
IDADE MÉDIA
TEOCENTRISMO
RENASCIMENTO
ANTROPOCENTRISMO
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Religiosidade conflituosa: RAZÃO X EMOÇÃO
PAGANISMO X CRISTIANISMO
PECADO X ARREPENDIMENTO
Confusão de sentidos: TEXTOS DIFÍCEIS (conflito/oposição)
Abuso formal de figuras de linguagem: METÁFORA
HIPÉRBOLE
SINESTESIA
PARADOXO
Niilismo temático: CONTEÚDO VAZIO
Pessimismo: O MUNDO ERA UM VALE DE LÁGRIMAS
Feismo: PREDILEÇÃO POR ASPECTOS FEIOS
Transitoriedade da vida: TUDO É EFÊMERO (“Carpe diem” “ Epicurismo”)
A LINGUAGEM BARROCA
Linguagem Rebuscada (Cultismo)
Jogos de Conceitos (Conceptismo)
Fragilidade da Matéria
Divino-Humano
Religiosidade
Preocupação com a morte
Tensão e angústia existencial
AUTORES
BENTO TEIXEIRA
Prosopopéia, em 1601, esta obra deu início ao
movimento Barroco.
GREGÓRIO DE MATOS
GREGÓRIO DE MATOS
O Boca do Inferno
IRREVERENTE: afrontou os valores e a falsa moral sociedade
baiana do seu tempo.
POETA LÍRICO: A amorosa, a filosófica e a religiosa
POETA SATÍRICO: Denuncia as contradições da sociedade baiana
do século XVII; Usa a língua portuguesa com vocábulos indígenas
e africanos, e palavras de baixo calão.
MULHER ANJO X MULHER DEMÔNIO
ETERNO X EFÊMERO
Sonetos a D. Angela de Sousa Paredes
Não vi em minha vida a formosura, Me matem (disse então vendo abrasar-
Ouvia falar nela cada dia, me)
E ouvida me incitava, e me movia Se esta a cousa não é, que encarecer-
me.
A querer ver tão bela arquitetura.
Sabia o mundo, e tanto exagerar-me.
Ontem a vi por minha desventura
Na cara, no bom ar, na galhardia Olhos meus (disse então por defender-
me)
De uma Mulher, que em Anjo se mentia,
Se a beleza h'ei de ver para matar-me,
De um Sol, que se trajava em criatura.
Antes, olhos, cegueis, do que eu
perder-me
POEMA LÍRICO AMOROSA
A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado
Da vossa alta clemência me despido,
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história,
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a, e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória
POEMA LÍRICO RELIGIOSA
Que falta nesta cidade?................Verdade
Que mais por sua desonra?...........Honra
Falta mais que se lhe
ponha..........Vergonha.
E que justiça a resguarda?.............Bastarda
O demo a viver se exponha,
É grátis distribuída?......................Vendida
Por mais que a fama a exalta,
numa cidade, onde falta Que tem, que a todos assusta?.......Injusta.
Verdade, Honra, Vergonha.
(...) Valha-nos Deus, o que custa,
o que El-Rei nos dá de graça,
que anda a justiça na praça
Bastarda, Vendida, Injusta.
Que vai pela clerezia?..................Simonia
E pelos membros da Igreja?..........Inveja
Cuidei, que mais se lhe punha?.....Unha.
POEMA SATÍCO
A OUTRA FREIRA, QUE SATIRIZANDO A DELGADA
FIZIONOMIA DO POETA LHE CHAMOU PICAFLOR.
Se Pica-flor me chamais,
Pica-flor aceito ser,
mas resta agora saber,
se no nome, que me dais,
meteis a flor, que guardais
no passarinho melhor!
se me dais este favor,
sendo só de mim o Pica,
e o mais vosso, claro fica,
que fico então Pica-flor.
POEMA LÍRICA ERÓTICA-RELIGIOSA
PADRE ANTÔNIO VIEIRA
PADRE ANTÔNIO VIEIRA
ORADOR SACRO
MAIS DE 200 SERMÕES
TEMAS: Religião;
Preocupação com o social, o político e o econômico
SERMÃO DA SEXAGÉSIMA
Fazer pouco fruto a palavra de Deus no Mundo, pode
proceder de um de três princípios: ou da parte do pregador, ou da
parte do ouvinte, ou da parte de Deus. Para uma alma se converter
por meio de um sermão, há-de haver três concursos: há-de
concorrer o pregador com a doutrina, persuadindo; há-de concorrer
o ouvinte com o entendimento, percebendo; há-de concorrer Deus
com a graça, alumiando. Para um homem se ver a si mesmo, são
necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é
cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e
é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há
mister espelho e há mister olhos. Que coisa é a conversão de uma
alma, senão entrar um homem dentro em si e ver-se a si mesmo?
Para esta vista são necessários olhos, é necessária luz e é
necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a
doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça; o homem
concorre com os olhos, que é o conhecimento. Ora suposto que a
conversão das almas por meio da pregação depende destes três
concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte, por qual deles
devemos entender que falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do
pregador, ou por parte de Deus?
SERMÃO DO MANDATO
…sobre as palavras que tomei, tratarei
quatro coisas, e uma só. Os remédios do
amor e o amor sem remédio…
PRIMEIRO REMÉDIO: O TEMPO
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta,
tudo digere, tudo acaba. (...) Gasta-se o ferro com o
uso, quanto mais o amor? O mesmo amar é causa de
não amar, e o ter amado muito, de amar menos.
SEGUNDO REMÉDIO: AUSÊNCIA
(…) se tomardes depois destes ofícios de corpo
presente, que achareis? Os olhos enxutos, a boca
muda, o coração sossegado: tudo esquecimento, tudo
frieza. Fez a ausência seu ofício, como a morte:
apartou, e depois de apartar, esfriou.
TERCEIRO REMÉDIO: INGRATIDÃO
(…) Diminuir o amor o tempo, esfriar o amor a ausência, é
sem-razão de que todos se queixam; mas que a ingratidão
mude o amor e o converta em aborrecimento, a mesma razão o
aprova, o persuade, e parece que o manda. Que sentença mais
justa que privar do amor a um ingrato? O tempo é natureza, a
ausência pode ser força, a ingratidão sempre é delito. (...)
QUARTO REMÉDIO: O MELHORAR DE OBJETO
Dizem que um amor com outro se paga, e mais certo é que um
amor com outro se apaga. Assim como dois contrários em
grau intenso não podem estar juntos em um sujeito, assim no
mesmo coração não podem caber dois amores, porque o amor
que não é intenso não é amor. Ora, grande coisa deve de ser o
amor, pois, sendo assim, que não bastam a encher um
coração mil mundos, não cabem em um coração dois amores.
Daqui vem que, se acaso se encontram e pleiteiam sobre o
lugar, sempre fica a vitória pelo melhor objeto.
AMOR SEM REMÉDIO
Se quando se rendem ao mesmo amor todos os
contrários, será justo que lhe resistam os seus, e se
na hora em que morre de amor sem remédio o mesmo
amante, será bem que lhe faltem os corações
daqueles por quem morre? Amemos a quem tanto nos
amou, e não haja contrário tão poderoso que nos
vença, para que não perseveremos em seu amor.
ARCADISMO
(SÉCULO XVIII)
CONTEXTUALIZAÇÃO
Revolução Industrial (Inglaterra, 1760);
Independência dos EUA (1776);
Revolução Francesa (1789);
Progressivo descrédito das monarquias absolutas;
Decadência da aristocracia feudal;
Crescimento do poder da burguesia;
Iluminismo: O uso da razão como meio para satisfazer as
necessidades do homem
Liberalismo: Ideologia política que defende os sistemas
representativos, os direitos civis e a igualdade de oportunidades para os
cidadãos.
Empirismo: Corrente filosófica que atribui à experiência sensível a
origem de todo conhecimento humano.
NO BRASIL – TEMOS A INCONFIDÊNCIA MINEIRA (1789)
Minas Gerais como centro econômico e político
CARACTERÍSTICAS
EXPRESSÃO ARTÍSTICA DA BURGUESIA
SIMPLICIDADE
FUGARE URBAN – FUGA DA CIDADE
LINGUAGEM SIMPLES E DIRETA
LIGADA à TRADIÇÃO CLÁSSICA
BUCOLISMO: adequação do homem à harmonia e serenidade da
natureza.
PASTORALISMO: celebração da vida pastoril, vista como um eterno
idílio entre pastores e pastoras.
AMOR GALANTE: O amor é entendido como um conjunto de fórmulas
convencionais.
CARPE DIEM: Aproveite o dia
VERSOS DECASSÍLABOS
Razão = Verdade = Simplicidade e clareza.
AUTORES
CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
TRANSIÇÃO DO BARROCO AO
ARCADISMO
POESIA LÍRICA
PSEUDÔNIMO GLAUCESTE SATÚRNIO
PARTICIPOU DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA
SONETO XVIII
Aquela cinta azul, que o céu estende
A nossa mão esquerda, aquele grito,
Com que está toda a noite o corvo aflito
Dizendo um não sei quê, que não se entende;
Levantar me de um sonho, quando atende
O meu ouvido um mísero conflito,
A tempo, que o voraz lobo maldito
A minha ovelha mais mimosa ofende;
Encontrar a dormir tão preguiçoso
Melampo, o meu fiel, que na manada
Sempre desperto está, sempre ansioso;
Ah! queira Deus, que minta a sorte irada:
Mas de tão triste agouro cuidadoso
Só me lembro de Nise, e de mais nada.
SONETO XCVIII
Destes penhascos fez a natureza
O berço, em que nasci! oh quem cuidara,
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os tigre por empresa
Tomou logo render-me; ele declara
Contra o meu coração guerra tão rara,
Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano,
A que dava ocasião minha brandura,
Nunca pude fugir ao cego engano:
Vós, que ostentais a condição mais dura,
Temei, penhas, temei; que Amor tirano,
Onde há mais resistência, mais se apura.
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
POESIA LÍRICA E SATÍRICA
PSEUDÔNIMO DIRCEU
COMINICAÇÃO COM O PÚBLICO
MUSICALIDADE E LINGUAGEM SIMPLES
PRINCIPAIS OBRAS:
LIRAS DE MARÍLIA DE DIRCEU
CARTAS CHILENAS
(...)
Porém se os justos céus, por fins
ocultos,
em tão tirano mal me não socorrem;
verás então, que os sábios,
bem como vivem, morrem.
Eu tenho um coração maior que o
mundo,
tu, formosa Marília, bem o sabes:
um coração..., e basta,
onde tu mesma cabes.
(...)
Fragmento
AS CARTAS CHILENAS – TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Única obra satírica do Arcadismo brasileiro.
Critilo – Tomás Antônio Gonzaga
Doroteu – Cláudio Manuel da Costa
Fanfarrão Minésio – Luís da Cunha Meneses, Governador
de Minas Gerais
Chile – Minas Gerais
Santiago – Vila Rica , Ouro Preto
Espanha – Portugal
Versos decassílabos brancos
Envia, Doroteu, vizinho chefe
Ao nosso grande chefe outro soldado,
Por vários crimes convencido e preso.
Lança-se o tal soldado de joelhos
Aos pés do seu herói, suspira e treme:
Não nega que ferira e que matara,
Mas pede que lhe valha a mão piedosa
Que tudo pode, que ele aperta e beija.
Pergunta-lhe o bom chefe se os seus crimes
Divulgados estão, e o camarada,
Com semblante já leve, lhe responde
Que suas graves culpas foram feitas
Em sítios mui distantes desta praça.
Então, então o chefe, compassivo,
Manda tirar os ferros dos seus braços,
Dá-lhe um salvo-conduto, com que possa,
Contanto que na terra não se saiba,
fazer impunemente insultos novos.
Fragmento
Os sábios generais reprimir devem
Do atrevido vassalo as insolências;
Tu metes homens livres no teu tronco,
Tu mandas castigá-los, como negros;
Tu zombas da justiça, tu a prendes;
Tu passas portarias ordenando
Que com certas pessoas não se entenda.
Por que, por que razão o nosso chefe
Consente que tu faças tanto insulto,
Sendo um touro, que parte ao leve aceno?
Por que, meu Silverino? Porque largas,
Porque mandas presentes, mais dinheiro.
POEMINHA DO CONTRA (Mário
Quintana)
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
CÁLICE (Chico Buarque)
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
JOSÉ BASÍLIO DA GAMA
POESIA ÉPICA
POEMA: O ARAGUAI
PSEUDÔNIMO TERMINDO SIPÍLIO
FREI JOSÉ DE SANTA RITA DURÃO
POESIA ÉPICA
OBRA: O CARAMURU
Casinha Branca
Gilson
MUITO OBRIGADO A TODOS!!!