Frase, Período e Parágrafo

“ Não tão a respeitar o nível que se

encontram…”
“ Por causa do ambiente que o mesmo se
encontra…”
“Eu disse aos meus colegas daqui do trabalho
vamos dar uma volta pela cidade.”
“… lá fomos, fomos andando…”
“… o pessoal girou a cidade…”
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- As regras nos ajudam a saber como devemos se dirigir
com várias pessoas.

- É importante a adequação da linguagem para ter uma

boa comunicação.

- Para cada momento de comunicação a sempre a

necessidade de se usar um determinado nível de língua.
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Frase: A frase é a unidade mínima do discurso;
unidade porque, em si mesma, contém um
sentido completo. (Nascimento, 2006)
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Extensão da frase
 Palavra-frase – uma palavra só; suficiente, portanto, para
transmitir um sentido completo.
Exemplos: Acidente, Olá! Anoiteceu, Socorro!
 Frase simples ou mono-oracional – a que tem uma só oração,

um só predicado verbal.

Exemplo: O “Vírus do amor” gera pânico mundial!

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 frase complexa ou plurioracional – a que contém mais de um
predicado verbal; e, por isso, apresenta duas ou mais orações.

Exemplo: Merece o interesse e a atenção os cidadãos que, querendo

resistir à viagem do efémero, a voragem do superficial, à amnésia sobre
a história e às suas reescritas de convivência, queiram compreender
melhor de quantos fios se faz o fio da nossa história recente. (Vitor
Dias, in “Prefácio” de 1969)
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Frase padrão (ou básica) do Português
A frase padrão do Português é a simples declarativa formada por dois
constituintes nucleares expressos: sujeito – aquilo de que se fala
(Sublinhado nos exemplos) – e predicado – tudo aquilo que se diz
sobre o sujeito (verbo e os complementos que o verbo selecciona).

Exemplos: O Rui ofereceu, um relógio à namorada, com muita satisfação, no

dia de S. Valentim.
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A ordem sintáctica básica ou padrão
As frases produzidas na língua portuguesa obedecem a seguinte ordem:
1o Sujeito 2o Verbo 3o Complementos

Exemplo:

Sujeito (O Rui) + Verbo (oferecer) + Complemento directo (um relógio) +

Complemento indirecto (à namorada) + Complemento circunstancial de modo (com
muita satisfação) + Complemento circunstancial de tempo (no dia de S. Valentim).
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Reflexão sobre a frase padrão
A obediência à ordem lógica ou directa da frase, permite ao falante saber que:
o sentido de uma frase não decorre só das palavras nela utilizadas, mas também da
ordem por que as palavras são apresentadas;
garante uma fácil compreensão da frase;
é um dos meios para repensarmos na frase que sentimos ter sido escrita de modo
embrulhado, confuso e que necessita de ser melhorada.
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Qualidade da frase

Unidade – quando a frase apresenta uma só ideia principal como força
organizadora.
Exemplo:
O livro “Cultura Científica e Participação Pública” reúne vários estudantes que
analisam as relações e tensões entre ciência, o público e o poder.
N.B: A ideia organizadora da frase é: O que faz o livro?
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Defeitos contra a unidade
A frase perde a sua unidade quando apresenta injustificadamente vários sujeitos agramaticais.

Exemplo: Este final de século apresenta vários problemas e contradições na cena da ordem
política e a própria ONU tem mostrado incapacidade para resolver os conflitos que nós
vemos, por exemplo, no continente africano onde os portugueses são particularmente
sensíveis ao que acontece em Angola, um país cheio de riquezas, como o petróleo e os
diamantes, recursos a servirem principalmente a compra de armas que enriquecem os seus
fabricantes e matam ou deformam as pessoas que aspiram à saúde e à cultura que são bases
do desenvolvimento.
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 Clareza – quando a frase veicula de forma transparente o que o
autor pretende comunicar.

A clareza é produto da reflexão e do trabalho. Os maiores escritores

também confessam que a sua escrita é mais fruto da “transpiração”
do que da chamada “inspiração”. Assim, uma frase clara é o espelho
de um pensamento igualmente claro (Nascimento, 2006)
 
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Defeitos contra a clareza
A frase perde a clareza, quando surge a obscuridade e a
ambiguidade, por exemplo:

 Pela falta de pontuação adequada;

 Pela ordem incorrecta das palavras na frase;

 etc.
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
Concisão – quando a frase, de uma maneira clara e eficaz, consegue
dizer o máximo no menor número possível de palavras.
A concisão elimina as palavras desnecessárias, supérfluas.

Defeitos contra a concisão:

 repetição descuidada de ideias;
 alguns pleonasmos ou redundâncias.
 

 
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Período
O período é a frase organizada em oração ou orações. Pode ser:

- simples – quando apresenta uma só oração.

- composto – quando formado por duas ou mais orações.

O período é encerrado sempre por uma pausa forte, que, na escrita, é

assinalada por ponto final, ponto de exclamação, ponto de interrogação,
reticências e, por vezes, por dois pontos.
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Parágrafo
É uma ampla parcela lógica do texto e uma unidade visual, isto é, são processos de organização lógica
do texto e, simultaneamente, processos que facilitam a sua leitura.

Qualidades do parágrafo:
 coerência (ligação lógica entre todo o material do parágrafo);

 unidade (uma só ideia principal; tudo o que se apresenta no parágrafo deve estar relacionado com
essa ideia);
 Clareza

 Concisão
 Regras de pontuação
Ponto final
O ponto final indica uma pausa grande. Emprega-se no final para
encerrar um enunciado escrito ou para marcar o fim de uma ideia ou
tópico frasal e a passagem à frase ou período seguinte.
Exemplo: Lá em baixo era um mar. Começava a chuviscar um pouco. E o carro
subia mais para o alto, com destino à casa de Amâncio, que era a melhor da
redondeza. O povo olhava feito besta para o carro com o Dr. Juca Deitado.
(José Lins do Rego)
 Regras de pontuação
O ponto pode ser usado para indicar abreviaturas e siglas.
Exemplos:
 D. Maria (abreviatura de Dona);
 D. João (abreviatura de Dom);
 Sr. (abreviatura de senhor);
 Pg. (abreviatura de página);
 Exmo. (abreviatura de Excelentíssimo);
 O.N.U. (sigla de Organização das Nações Unidas);
 Regras de pontuação
Vírgula
Indica a pausa mais pequena da pontuação.
Encontra-se no interior da frase, para separar
orações ou elementos que as constituem.
 Regras de pontuação
Regras do uso da vírgula:
1. Emprega-se para separar o vocativo
Exemplos:
- Ó avô, como é o mar?
- Nossa filha está grávida, Manuel!
2. Emprega-se para isolar o aposto

Exemplos:
Maputo, Capital da República de Moçambique, é o principal centro financeiro, corporativo e
mercantil do país.
 Regras de pontuação
3. Emprega-se na enumeração de palavras que desempenham a mesma
função na frase, quando não estão ligadas pelas conjunções e, nem ou:
Exemplos:
 A beleza, o espírito, a graça, os dotes da alma e do corpo geram a
admiração.
 A mãe foi inaugurar a loja com o primeiro carregamento da quinta:
couves, alface, tomate, galinhas, ovos e frutas.
 Regras de pontuação
N.B. A conjunção e não pode levar vírgula antes, a não ser quando se quer dar destaque ou
fazer separação em relação ao que vem a seguir:
Exemplo:
 De desabafo em desabafo, o banheiro descai naturalmente na autobiografia, e eu oiço.

Por outro lado, quando se repetem as conjunções e, nem, ou, deve usar-se a vírgula:
Exemplo:
 Não enxerga a paisagem coruscante, nem as rosas e as margaridas, nem o céu, nem o
rio, nem as árvores…
 Regras de pontuação
4. Empregar-se para isolar ou separar as conjunções adversativas, porém,
todavia, contudo e mas.
Exemplos:
 A verdade é que eu já me sentia um estrangeiro em minha casa,
desabituara-me, porém, de viver numa ilha tão pequena.

 O decurião não pareceu particularmente entusiasmado, mas agradeceu

e sentou-se a comer.
 Regras de pontuação
5. Emprega-se para isolar palavras ou expressões explicativas (isto é, ou seja, quer dizer, etc)
e expressões conclusivas (logo, portanto, pois (posposto ao verbo), por isso, etc) e certos
adjuntos adverbiais antecipados ou intercalados (com efeito, sem dúvida, na verdade, etc):
Exemplos:
 Sentia-me vingado. E ganhava dezasseis dólares, ou seja, duzentos por cento.
 Convenceram-no, por várias vezes, a integrar-se no grupo dos ativistas.
 Eu e a minha família vamos mudar de cidade, portanto terei de sair do colégio.
 Eu e a minha família vamos mudar de cidade, terei, pois, de sair do colégio..
 Educadamente, pediram-lhe que fizesse o favor de repetir.
 Regras de pontuação
N.B: No entanto, há palavras que, encontrando-se completamente integradas
na sequência da frase, dispensam em muitos casos a vírgula. É o que pode
acontecer com os advérbios de modo terminado em –mente e outras palavras,
como: então, assim, até, mesmo, talvez, também.
Exemplos:
• Não vais então comigo, vais com o Alfredo, com a Ana, com o Chico.

• Nuno Miguel recorda perfeitamente as letras incrustadas nos cascos

negríssimos e também pintados no dorso das grandes chaminés.
 Regras de pontuação
6. Deve empregar-se, na maioria dos casos, para separar a oração
subordinada que está antes da subordinante, porque a frase fique mais clara:
Exemplos:
• Quando isso acontecia, dentro do bar havia quem visse e batesse as
palmas de felicidade.
• Se os cálculos não me falharem, arranjamos a vida mais depressa do
que tu possas imaginar.
 Regras de pontuação
7. As orações gerundivais e participiais, ou as expressões equivalentes,
quando iniciam a frase também são separadas por vírgulas.
Exemplos:
 Derivando todas as liberdades da pessoa do rei, ele recalcou sempre
pelo terror todas as reivindicações de independência colectiva ou
pessoal. (oração gerundiva)
 Desconfiada, a mulher apreciou uma vez mais o aspecto suspeito do
Barbaças e não viu nele um comprador. (oração participial)
 Regras de pontuação
8. As orações relativas explicativas, porque não são necessárias para a compreensão da
frase, isolam-se e/ou separam-se por vírgulas:
Exemplos:
 O novo abade, que havia pouco tempo se estreara no pastoreio da freguesia, veio
à casa da Vessada fazer uma visita de identificação.

 O homem, que usava um chapéu coçado e um sobretudo castanho bastante

lustroso nas bandas, não se sentou propriamente.
 Era aí que tinham lugar as leituras quotidianas, que já tão necessárias lhe eram.
 Regras de pontuação
9. As orações intercaladas também costumam ficar entre vírgulas:
Exemplos:
 O notário explicou à senhora o perigo em que caía, quando lavrou a escritura.
 O notário, quando lavrou a escritura, explicou à senhora o perigo em que caía.

 Nacibo apressou o passo para alcançá-los, após um momento de indecisão.

 Nacibo, após um momento de indecisão, apressou o passo para alcançá-los.
 Regras de pontuação
10. As orações independentes ou coordenadas assindéticas são isoladas por vírgulas.
Exemplo:
 Eles chegaram cedo, falaram sobre o assunto, resolveram tudo.

11. Os advérbios sim e não, quando estão independentes da frase, ficam separados por
vírgula:
Exemplos:
 Há muito tempo, sim, que não te escrevo.

 Não, mal não lhe havemos de fazer: mandámo-lo governador para Bissau.
 Regras de pontuação
12. O verbo do predicado, quando está subentendido ou omisso, costuma ser
assinalado por vírgula.
Exemplo:
 Os anos são degraus, a vida, a escada.

Observação final: salvo em casos muito especiais, não se deve colocar vírgula
entre o sujeito e o predicado, ou entre o predicado e o complemento directo, para
não dificultar a compreensão da frase ou quebrar a sua sequência.
 Regras de pontuação
O ponto e vírgula
O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a da vírgula, mas menor que a do ponto
final.
Emprega-se para separar orações da mesma natureza, que sejam longas e já
contenham vírgulas dentro de si.
Exemplo:
 Os médicos eram ajudados por freiras; os homens chegavam com colchões,
cobertores, lençóis, toalhas; as mulheres acendiam fogueiras nas praças ao ar
livre, e faziam comida em grandes panelas para acudir a toda a gente.
 Regras de pontuação
Os dois pontos <:>
1. Empregam-se para introduzir as falas do discurso directo.
Exemplo:
 O conselheiro, mortificado como estava, disse sorrindo:
– Não posso convencer-me de que o meu amigo seja capaz de fazer isso por qualquer causa que
possa dar-se.

2. Empregam-se também para indicar citações de outros textos ou palavras que foram ditas.
Exemplo:
Levou a mão à testa. Lembrou-se de uma frase de Olívia: «A bondade é uma virtude passiva.»
 Regras de pontuação
3. Podem ainda introduzir uma enumeração.
Exemplo:
As manifestações culminantes da mentalidade colectiva de um povo são: a Religião, a
Política, a Moral, a Arte.

4. Podem introduzir ou sugerir a explicação, a causa, etc.

Exemplos:
 Não esqueça, patrão. A riqueza é como o sal: só serve para temperar.

 Gostei daquele homem: ele sabia uma porção de coisas que eu também sabia.
 Regras de pontuação
O ponto de exclamação
Emprega-se nas frases ou palavras exclamativas. Pode exprimir
sentimentos variados, como admiração, entusiasmo, incitamento, ironia,
dúvida, dor:
Exemplo:

 Que trevas, meu Deus! – exclamava ele, e arrancava a mãos cheias de

cabelos. – dai-me lágrimas, Senhor! Deixai-me chorar, ou matai-me,
que este sofrimento é insuportável!
 Regras de pontuação
O travessão
1. Emprega-se no discurso directo, para introduzir as falas e para separá-las das
palavras do discurso indirecto que se intercalam:
Exemplos:
 Ao voltar ao corredor, as veias do pescoço tinham-se-lhe esticado como cordas
molhadas, e a indignação quase o sufocava:
– Se foi para assistir a isto que eles me chamaram a ministro, estão muito bem
enganados! – reagiu, o colérico – comigo, vão é todos de carrinho!
 Regras de pontuação
2. Emprega-se para separar determinada oração, expressão ou palavra que se quer colocar em
destaque ou à parte:
Exemplos:
 E teve uma surpresa vendo no papel – que cheirava a verbena como a condessa de
Gouvarinho – um convite do conde para jantar no sábado seguinte, feito em termos de
simpatia tão escolhidos que eram quase poéticos (…)
 O que eu soube – ou melhor, o que alguns souberam, e entre eles eu – foi que Perpena
não veio oferecer-se por vontade sua.
 Sentia-se triste, quase tão triste como no dia em que partira para o Brasil – há tantos anos
já.
 Regras de pontuação
As aspas «»
Colocam-se no princípio e no final das frases ou
palavras que são citações de outros contextos:
Exemplo:

Inácio Lucas dizia: «Ela é luz feita de gelo – ilumina

sem aquecer.» E era verdade.