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Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar

O documento discute estratégias para o atendimento educacional de crianças, jovens e adultos que estão temporariamente impedidos de frequentar a escola devido a problemas de saúde, incluindo a classe hospitalar e o atendimento pedagógico domiciliar. Ele aborda os princípios, aspectos físicos, adaptação de recursos e integração com a escola para garantir o direito à educação durante o tratamento de saúde.
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Classe Hospitalar e Atendimento Pedagógico Domiciliar

O documento discute estratégias para o atendimento educacional de crianças, jovens e adultos que estão temporariamente impedidos de frequentar a escola devido a problemas de saúde, incluindo a classe hospitalar e o atendimento pedagógico domiciliar. Ele aborda os princípios, aspectos físicos, adaptação de recursos e integração com a escola para garantir o direito à educação durante o tratamento de saúde.
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Classe hospitalar e

atendimento pedagógico
domiciliar
Estratégias e orientações
Princípios e Fundamentos:
• A educação é direito de todos e dever do Estado e da família,
devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, tendo em vista o pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho segundo a Constituição Federal no art. 205.

• Conforme a lei, o não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder


Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da
autoridade competente.
• O artigo 214 da Constituição Federal afirma, ainda, que as ações do
Poder Público devem conduzir à universalização do atendimento
escolar.

• Entretanto, diversas circunstâncias podem interferir na permanência


escolar ou nas condições de construção do conhecimento ou, ainda,
impedir a frequência escolar, temporária ou permanentemente.
• A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional assevera que, para
garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder
Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de
ensino (art. 5o, § 5o ), podendo organizar-se de diferentes formas para
garantir o processo de aprendizagem (art. 23).
• Dentre as circunstâncias que exigem formas alternativas de acesso e
organização do ensino, estão aquelas que caracterizam a produção
intelectual no campo da educação especial. Para os educandos com
necessidades educacionais especiais, os sistemas de ensino deverão
assegurar currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e
organização específicos para atender às suas necessidades (art. 59).
• O Conselho Nacional de Educação, por meio da Resolução no 02, de
11/09/2001, define, entre os educandos com necessidades
educacionais especiais, aqueles que apresentam dificuldades de
acompanhamento das atividades curriculares por condições e
limitações específicas de saúde (art.13, §1o e 20o ).
• Por outro lado, o direito à saúde, segundo a Constituição Federal (art.
196), deve ser garantido mediante políticas econômicas e sociais que
visem ao acesso universal e igualitário às ações e serviços, tanto para
a sua promoção, quanto para a sua proteção e recuperação.
• Assim, a qualidade do cuidado em saúde está referida diretamente a
uma concepção ampliada, em que o atendimento às necessidades de
moradia, trabalho, e educação, entre outras, assumem relevância
para compor a atenção integral.

• A integralidade é, inclusive, uma das diretrizes de organização do


Sistema Único de Saúde, definido pela Lei (C.F., art. 197 e 198).
Condições e limitações específicas de
tratamentos de saúde física e mental:
• seja na circunstância de internação, como tradicionalmente
conhecida,
• seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-
semana,
• seja no próprio domicílio,
• ou em serviços ambulatoriais de atenção integral à saúde mental.
Outras condições específicas que dificultam o acompanhamento
das atividades curriculares no ambiente da escola:

• as casas de apoio,
• as casas de passagem,
• as casas-lar,
• as residências terapêuticas e outras semelhantes, quando limitam ou
impedem, por razões de proteção à saúde, proteção social ou
segurança à cidadania, o deslocamento livre e autônomo de seus
usuários pela cidade.
A experiência de adoecimento e hospitalização implica
• mudar rotinas;
• separar-se de familiares,
• amigos e objetos significativos;
• sujeitar-se a procedimentos invasivos e dolorosos e, ainda, sofrer
com a solidão e o medo da morte – uma realidade constante nos
hospitais.
• Reorganizar a assistência hospitalar, para que dê conta desse conjunto
de experiências, significa assegurar, entre outros cuidados, o acesso
ao lazer, ao convívio com o meio externo, às informações sobre seu
processo de adoecimento, cuidados terapêuticos e ao exercício
intelectual.
• Na impossibilidade de frequência à escola, durante o período sob
tratamento de saúde ou de assistência psicossocial, as pessoas
necessitam de formas alternativas de organização e oferta de ensino
de modo a cumprir com os direitos à educação e à saúde, tal como
definidos na Lei e demandados pelo direito à vida em sociedade.

• Esta atenção também diz respeito ao paradigma de inclusão e


contribui para com a humanização da assistência hospitalar.
Classe hospitalar
• Denomina-se o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em
ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de
internação, como tradicionalmente conhecida, seja na circunstância
do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de
atenção integral à saúde mental.
Atendimento pedagógico domiciliar
• Atendimento pedagógico domiciliar é o atendimento educacional que
ocorre em ambiente domiciliar, decorrente de problema de saúde que
impossibilite o educando de frequentar a escola ou esteja ele em
casas de passagem, casas de apoio, casas-lar e/ou outras estruturas
de apoio da sociedade.
• Cumpre às classes hospitalares e ao atendimento pedagógico
domiciliar elaborar estratégias e orientações para possibilitar o
acompanhamento pedagógico-educacional do processo de
desenvolvimento e construção do conhecimento de crianças, jovens e
adultos matriculados ou não nos sistemas de ensino regular, no
âmbito da educação básica e que encontram-se impossibilitados de
frequentar escola, temporária ou permanentemente e, garantir a
manutenção do vínculo com as escolas por meio de um currículo
flexibilizado e/ou adaptado, favorecendo seu ingresso, retorno ou
adequada integração ao seu grupo escolar correspondente, como
parte do direito de atenção integral.
• O atendimento educacional hospitalar e o atendimento pedagógico
domiciliar devem estar vinculados aos sistemas de educação como
uma unidade de trabalho pedagógico das Secretarias Estaduais, do
Distrito Federal e Municipais de Educação, como também às direções
clínicas dos sistemas e serviços de saúde em que se localizam.
• Compete às Secretarias de Educação, atender à solicitação dos
hospitais para o serviço de atendimento pedagógico hospitalar e
domiciliar, a contratação e capacitação dos professores, a provisão de
recursos financeiros e materiais para os referidos atendimentos.
Aspectos físicos do espaço, das instalações
e dos equipamentos

• Os ambientes serão projetados com o propósito de favorecer o


desenvolvimento e a construção do conhecimento para crianças,
jovens e adultos, no âmbito da educação básica, respeitando suas
capacidades e necessidades educacionais especiais individuais.
• Uma sala para desenvolvimento das atividades pedagógicas com
mobiliário adequado e uma bancada com pia são exigências mínimas.
Instalações sanitárias próprias, completas, suficientes e adaptadas são
altamente recomendáveis e espaço ao ar livre adequado para
atividades físicas e ludo-pedagógicas.
• Além de um espaço próprio para a classe hospitalar, o atendimento
propriamente dito poderá desenvolver-se na enfermaria, no leito ou
no quarto de isolamento, uma vez que restrições impostas ao
educando por sua condição clínica ou de tratamento assim requeiram.
• O atendimento pedagógico poderá também ser solicitado pelo
ambulatório do hospital onde poderá ser organizada uma sala
específica da classe hospitalar ou utilizar-se os espaços para
atendimento educacional.
Atendimento pedagógico domiciliar

• O alunado do atendimento pedagógico domiciliar compõe-se por


aqueles alunos matriculados nos sistemas de ensino, cuja condição
clínica ou exigência de atenção integral à saúde, considerados os
aspectos psicossociais, interfiram na permanência escolar ou nas
condições de construção do conhecimento, impedindo
temporariamente a frequência escolar.
Adaptação do ambiente domiciliar

• Providenciar em parceria com os serviços de saúde e de assistência


social, mobiliário e/ou equipamentos adaptados de acordo com as
necessidades do educando, como: cama especial, cadeira e mesa
adaptadas, cadeira de rodas, eliminação de barreiras para favorecer o
acesso a outros ambientes da casa e ao espaço externo, etc.
Adaptação de recursos e instrumentos
didático-pedagógicos
• Jogos e materiais de apoio pedagógico disponibilizados ao educando
pelo professor e que possam ser manuseados e transportados com
facilidade; utilização de pranchas com presilhas e suporte para lápis e
papel; teclados de computador adaptados; sofwares educativos;
pesquisas orientadas via internet; vídeos educativos, etc.
Adaptação do ambiente escolar

• Eliminação de barreiras arquitetônicas possibilitando o acesso a todos


os ambientes da escola, assim como a adaptação de mobiliário, de
recursos pedagógicos, de alimentação e cuidados pessoais de acordo
com as necessidades do educando.
Aspectos pedagógicos

• O atendimento pedagógico deverá ser orientado pelo processo de


desenvolvimento e construção do conhecimento correspondentes à
educação básica, exercido numa ação integrada com os serviços de
saúde. A oferta curricular ou didático-pedagógica deverá ser
flexibilizada, de forma que contribua com a promoção de saúde e ao
melhor retorno e/ou continuidade dos estudos pelos educandos
envolvidos.
Processo de integração com a escola
• o desenvolvimento da acessibilidade e da adaptabilidade;
• a manutenção do vínculo com a escola durante o período de afastamento, por meio
da participação em espaços específicos de convivência escolar previamente
planejados (sempre que houver possibilidade de deslocamento);
• momentos de contato com a escola por meio da visita dos professores ou colegas do
grupo escolar correspondente e dos serviços escolares de apoio pedagógico (sempre
que houver a impossibilidade de locomoção mesmo que esporádica);
• garantia e promoção de espaços para acolhimento, escuta e interlocução com os
familiares do educando durante o período de afastamento;
• preparação ou sensibilização dos professores, funcionários e demais alunos para o
retorno do educando com vistas à convivência escolar gradativa aos espaços de
estudos sistematizados.
Processo de integração com o sistema de
saúde
• As condições clínicas que exigem educação em classe hospitalar ou em
atendimento pedagógico domiciliar são, principalmente,:
• as dificuldades de locomoção;
• a imobilização parcial ou total;
• a imposição de horários para administração de medicamentos; os efeitos
colaterais de determinados fármacos;
• as restrições alimentares;
• os procedimentos invasivos;
• o efeito de dores localizadas ou generalizadas e a indisposição geral
decorrente de determinado quadro de adoecimento.
• As condições individuais que exigem educação em classe hospitalar
ou em atendimento pedagógico domiciliar são, principalmente, o
repouso relativo ou absoluto; a necessidade de estar acamado ou
requerer a utilização constante de equipamentos de suporte à vida.
• Considerando estas condições e limitações especiais, compete ao
sistema educacional e serviços de saúde, oferecerem assessoramento
permanente ao professor, bem como inserí-lo na equipe de saúde que
coordena o projeto terapêutico individual.
• O professor deve ter acesso aos prontuários dos usuários das ações e
serviços de saúde sob atendimento pedagógico, seja para obter
informações, seja para prestá-las do ponto de vista de sua
intervenção e avaliação educacional.
• Deve ser assegurado ao professor de classe hospitalar o direito ao
adicional de periculosidade e de insalubridade assim como ocorre
com os profissionais de saúde conforme previsto na CLT ( título II,
capítulo V, seção XIII) e a Lei 6.514 (22/12/1977).
Coordenação das classes hospitalares e do atendimento pedagógico
domiciliar

• A definição e implementação de procedimentos de coordenação,


avaliação e controle educacional devem ocorrer na perspectiva do
aprimoramento da qualidade do processo pedagógico.
• Compete às Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, e do
Distrito Federal, o acompanhamento das classes hospitalares e do
atendimento pedagógico domiciliar.
• O acompanhamento deve considerar o cumprimento da legislação
educacional, a execução da proposta pedagógica, o processo de
melhoria da qualidade dos serviços prestados, as ações previstas na
proposta pedagógica, a qualidade dos espaços físicos, instalações, os
equipamentos e a adequação às suas finalidades, a articulação da
educação com a família e a comunidade.
• As irregularidades serão apuradas e as penalidades, serão aplicadas
de acordo com a legislação específica do sistema de ensino.
Professor coordenador

• O professor que irá coordenar a proposta pedagógica em classe


hospitalar ou em atendimento pedagógico domiciliar deve conhecer a
dinâmica e o funcionamento peculiar dessas modalidades, assim
como conhecer as técnicas e terapêuticas que dela fazem parte ou as
rotinas da enfermaria ou dos serviços ambulatoriais e das estruturas
de assistência social citadas anteriormente, quando for o caso.
Professor

• O professor que irá atuar em classe hospitalar ou no atendimento


pedagógico domiciliar deverá estar capacitado para trabalhar com a
diversidade humana e diferentes vivências culturais, identificando as
necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de
frequentar a escola, definindo e implantando estratégias de
flexibilização e adaptação curriculares. Deverá, ainda, propor os
procedimentos didático-pedagógicos e as práticas alternativas
necessárias ao processo ensino-aprendizagem dos alunos, bem como
ter disponibilidade para o trabalho em equipe e o assessoramento às
escolas quanto à inclusão dos educandos que estiverem afastados do
sistema educacional, seja no seu retorno, seja para o seu ingresso.
Profissional de apoio

• Nas classes hospitalares, o professor deve contar com um assistente de


apoio, podendo o mesmo pertencer ao quadro de pessoal do serviço de
saúde ou do sistema de educação. Outros profissionais de apoio, podem ser
absorvidos pela criação de bolsas de pesquisa, bolsas trabalho, bolsas de
extensão universitária ou convênios privados, municipais ou estaduais. Esses
apoios podem ser profissionais de nível médio ou estudantes universitários
das áreas da saúde e educação. A função desses, será a de auxiliar o
professor na organização do espaço e controle da frequência dos
educandos; contribuir com a adequada higiene do ambiente e dos materiais,
a desinfecção concorrente e terminal dos mesmos e o acompanhamento
dos educandos para uso do banheiro e na alimentação em classe.
• O Poder Público deve identificar todos os estabelecimentos
hospitalares ou instituições similares que ofereçam atendimento
educacional para crianças, jovens e adultos, visando orientá-los
quanto às determinações legais.
• As classes hospitalares existentes ou que venham a ser criadas
deverão estar em conformidade com o preconizado pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação e pelas Diretrizes Nacionais da
Educação Especial na Educação Básica.
• Os sistemas de ensino deverão criar oportunidades para formação
continuada dos professores que atuam nas classes hospitalares e no
atendimento pedagógico domiciliar para que funcionem segundo os
princípios e orientações próprios da educação básica.
• Os sistemas de ensino deverão prever medidas legais para que as
classes hospitalares e o atendimento pedagógico domiciliar atendam
progressivamente as exigências da lei, demonstrando
comprometimento com o sucesso do educando e a proposta de
atenção integral.
Referências Bibliográficas:
- BRASIL. Ministério da Educação. Classe hospitalar e atendimento
pedagógico domiciliar: estratégias e orientações./ Secretaria de
Educação Especial: Brasília: MEC/SEESP, 2002.

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