UCM-FCS
Reino Protista
Marina Barbosa Coulon
30.05.2022
Reino Protista ou Proctotista
O reino Protista ou Protoctista é um reino onde estão
agrupados organismos eucariontes que não apresentam as
características necessárias para que sejam classificados nos
reinos Plantae, Animalia ou Fungi. Nesse grupo temos,
portanto, uma grande variedade de organismos, incluindo,
por exemplo, seres unicelulares, pluricelulares,
autotróficos e heterotróficos.
Os representantes dos protistas costumam ser divididos em
dois grupos principais: protozoários e algas.
Protozoários
Os protozoários são seres eucariontes, unicelulares e heterótrofos.
A maioria deles é aquático de vida livre, mas alguns são parasitas e
vivem dentro do corpo de outros seres vivos, inclusive dos humanos.
O termo protozoário deriva das palavras em latim proto "primitivo" e
zoon "animal", ou seja, animal primitivo. Isso porque já foram
considerados animais por serem heterótrofos.
Características Gerais
Por serem eucariontes, apresentam núcleo individualizado e sua única
célula exerce todas as funções que normalmente são executadas em
seres multicelulares: respiração, excreção e reprodução.
Protozoarios
Os protozoários possuem uma classificação bastante controversa e
complexa. Atualmente, alguns pesquisadores classificam esses seres em
dezenas de filos diferentes dentro do Reino Protoctista. Como esses
sistemas de classificação são inviáveis para estudo por leigos, muitos
livros didáticos consideram apenas quarto (4) filos principais. Costuma-se
dividir tradicionalmente os protozoários com base na sua forma de
locomoção.São eles:
Filo Rhizopoda: refere-se aos protozoários rizópodos, ou seja, que se
locomovem por pseudópodes.
Filo Aplicomplexa: refere-se aos protozoários esporozoários, ou seja,
que não possuem meios de locomoção.
Filo Zoomastigophora: Engloba os protozoários que apresentam
flagelos como estrutura locomotora.
Filo Ciliophora: Engloba os protozoários ciliados, ou seja, que
possuem cílios como meio de locomoção.
Alimentação
Para a alimentação, os protozoários capturam o alimento por fagocitose,
dando origem aos fagossomos, que se fundem aos lisossomos, formando os
vacúolos digestivos.
Após a digestão, dentro dos vacúolos, os restos são eliminados por
clasmocitose.
Reprodução
A reprodução pode ser de forma assexuada ou sexuada. A reprodução
assexuada é a mais comum. Ela ocorre por:
Divisão binária: a célula-mãe se divide e origina duas células-filhas identicas;
Divisão múltipla: a célula faz muitas mitoses, forma muitos núcleos que se
dividem em células pequenas.
Enquanto isso, existem outros protozoarios que realizam reprodução sexuada (Paramecio),
através de um processo chamado conjugação. Esse processo ocorre quando dois indivíduos se
unem e trocam material genético, dando origem a novos protozoários.
Cada indivíduo realiza mitose e produz micronúcleos, que contêm o material genético.
Um macho e uma fêmea ficam lado-a-lado e fazem entre si uma ponte citoplasmática, através da
qual trocam micronúcleos.
Após a troca, eles se separam e dentro de cada um, os micronúcleos se multiplicam. Em
seguida, acontece a fusão dos micronúcleos originais com os recebidos do parceiro.
Cada paramécio se divide duas vezes originando um total de 8 novos indivíduos.
Isso ocorre, por exemplo, no ciclo de vida do protozoário causador da malária. No caso, a
reprodução sexuada ocorre dentro do mosquito.
Classificaçao
Um tipo bastante comum de classificação dos protozoários usa como
critério o modo de locomoção desses seres no meio aquático dando
origem aos variados tipos de protozoários.
Eles são divididos em: sarcodíneos, ciliados, flagelados e
esporozoários.
Ciliados
Os protozoários ciliados pertencem ao filo Ciliophora e se locomovem por
meio de filamentos curtos e numerosos, os cílios.
A maioria desses organismos tem vida livre. Um caso interessante é a
Vorticella, um ciliado imovel em formato de sino invertido com uma haste
para se fixar a um substrato.
Os ciliados locomovem-se pelo movimento dos cílios, que são filamentos
menores e mais numerosos do que os flagelos. Além de permitir o
deslocamento, os cílios também conduzem os alimentos para o interior do
protozoário. O protozoário mais conhecido é o paramécio.
O Balantidium coli é a única espécie ciliada parasita do homem (intestino).
Flagelados ou Mastigóforos
Os protozoários flagelados pertencem ao filo Zoomastigophora. Eles se
movimentam através de flagelos em forma de chicote.
Alguns flagelados são sésseis e usam o flagelo para capturar moléculas de
alimento.
Eles podem viver sozinhos ou associados formando colônias. Algumas espécies
são parasitas, como:
Trichomonas vaginalis que se aloja na mucosa vaginal provocando doenças
na genitália feminina;
Trypanosoma cruzi que causa a doença de Chagas;
Trypanosoma brucei que causa a doença do sono.
Algumas espécies de protozoários flagelados, como os tripanossomos, são
parasitas e podem ser encontrados no sangue de certos animais
Esporozoários
Os protozoários esporozoários pertencem ao filo Apicomplexa, eles não possuem
estrutura locomotora.
São exclusivamente espécies parasitas de seres humanos e de animais vertebrados e
invertebrados.
A reprodução ocorre através da alternância de gerações sexuada e assexuada e produção
de esporos. Isso faz com que muitos esporozoários tenham ciclos de vida mais complexos.
Um dos exemplos mais conhecidos desse grupo são os plasmódios causadores da malária.
Eles passam por algumas fases dentro do corpo, sendo uma delas chamados de merozoítos,
quando se multiplicam dentro dos glóbulos vermelhos, que se rompem liberando parasitos
infectando novas células.
Todos os apicomplexos são endoparasitas (do grego endon – interno), ou seja, vivem à
custa de outros animais, dentro de seus corpos ou de suas células.
Os protozoários apicomplexos não apresentam estruturas de locomoção. Por outro lado,
apresentam uma estrutura em seu ápice que auxilia a sua entrada na célula hospedeira,
chamada “complexo apical”, de onde vem o nome do grupo. Esses organismos
movimentam-se quando são arrastados pelo fluxo de líquidos no ambiente em que vivem.
Sarcodíneos ou Rizópodos
São os protozoários que usam prolongamentos do citoplasma, chamados
pseudópodes (do grego pseudo=falso; podos = pés), para locomoção. Eles
fazem parte do filo Rhizopoda.
Entre os ameboides, os exemplos mais conhecidos são as amebas, que podem
ser encontradas em sua maioria de vida livre e habitando em água doce e
sobre a folhagem húmida em decomposição.
Também existem espécies de amebas que vivem em água salgada e espécies
que vivem dentro de outros animais,espécies comensais que vivem dentro do
corpo humano sem causar prejuízos.
São exemplos a Entamoeba coli que habita o intestino grosso e a Entamoeba
gengivalis que vive na boca.
E também existem as parasitas, como a Entamoeba histolytica que vive no
intestino grosso do ser humano e provoca a amebíase.
Filo Zoomastigophora
Filo Zoomastigophora
A família Trichomonadidae caracteriza-se por possuírem um número
variável de flagelos; um citóstoma ou boca e uma estrutura peculiar em
forma de bastonete.
No gênero Trichomonas verifica-se a existência de 3 a 6 flagelos, órgãos
de locomoção e de captura de alimento, sendo que um dos flagelos se
dirige para trás, formando uma típica membrana ondulante quando se
locomove.
Complexo cinético do flagelo: grânulo basal ou blefaroplasto (situado no
citoplasma, do qual se origina o flagelo);
Citoplasma: sem diferenciação entre ecto e endoplasma, rico em
glicogênio, pode ter pequenos vacúolos, sendo capaz, em algumas
espécies, de fagocitar bactérias e eritrócitos
Trichomonas
As espécies comumente encontradas no homem são:
Trichomonas vaginalis, Trichomonas tenax e Pentatrichomonas hominis.
O T. tenax é um flagelado comensal, que vive no tártaro em volta dos dentes, nas cáries dentárias
e nas bolsas de pus, na cavidade bucal humana e também de chipanzés e macacos. É de todos os
tricomonas do homem o menor, medindo em média cerca de 6,5 micra. Morfologicamente é muito
parecido com o T. vaginalis, apresenta membrana ondulante menor que o comprimento do corpo,
costa estreita, posteriormente, o flagelo recorrente não se exterioriza. Presume-se que a
transmissão se dê pelo contato direto, como por exemplo pelo beijo. Não é patogênico.
O P. hominis, comensal, habita o trato intestinal humano. É um organismo em forma de pêra,
medindo de 7 a 15 micra de comprimento por 4 a 7 micra de largura. A maioria apresenta 5
flagelos. Uma característica especial é que possui em todo o seu comprimento, uma membrana
ondulate com flagelo livre na extremidade distal, ao contrário do que se observa com as outras
duas espécies, nas quais a membrana ondulante não atinge a extremidade do corpo. São organismos
pequenos, de difícil fixação e coloração. Embora encontrado tanto no intestino delgado como no
grosso, é mais freqüente na última porção do íleo e no ceco, onde se multiplica abundantemente.
Não determinam, em geral, nenhum dano ao organismo que os albergam.
O Trichomitus fecalis, só foi encontrado em um único paciente e não existe certeza se o homem
seria o seu hospedeiro primário.
A espécie parasita e patogênica do homem é o Trichomonas vaginalis.
Morfologia do
T. Vaginalis
A forma do protozoário Trichomonas vaginalis modifica-se facilmente, pois não existe sob a
membrana, estruturas de sustentação que lhe confirmem rigidez. A forma típica é alongada,
ovóide ou piriforme.
Mede de 10 a 30 micra de comprimento (media-15 micra), sendo o maior Trichomonas encontrado
no homem. Apresenta 4 flagelos na parte anterior, membrana ondulada menor que o comprimento
do corpo, acompanhada pela estrutura chamada costa, muito estreita. O flagelo recorrente não se
exterioriza posteriormente, como acontece com o do P. hominis.
O núcleo é bem típico: alongado e contendo cromatina constituída por grânulos pequenos ou finos,
uniformemente distribuídos no seu interior. Os grânulos citoplasmáticos são muito aparentes no T.
vaginalis, observando-se ao longo do axóstilo, da costa e também da fibrila parabasal.
CICLO EVOLUTIVO: O protozoário ao atingir o novo hospedeiro, encontrando condições favoráveis,
passa a multiplicar-se por divisões binárias sucessivas, colonizando-se. Reproduz-se com mais
intensidade na vagina com pH menos ácido, mas reproduz-se também na uretra masculina.
Tricomoniase
Tricomoníase é a infecção da vagina ou do trato genital masculino causada por
Trichomonas vaginalis. Pode ser assintomática ou produzir uretrite, vaginite ou,
ocasionalmente, cistite, epididimite ou prostatite.
Infecta homens com menos frequência do que mulheres (aproximadamente 20% das
mulheres em idade fértil). A infecção pode ser assintomática em ambos os sexos,
mas assintomática é a regra para homens. Em homens, o organismo pode persistir
por longos períodos no trato geniturinário sem provocar sintomas e pode ser
transmitido involuntariamente a parceiros sexuais. Tricomoníase pode responder por
5% das uretrites masculinas não gonocócicas e não clamídicas em algumas áreas.
Coinfecção com gonorreia e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) é
comum.
A tricomoníase faz parte das infeções que ocorrem na mulher, denominadas de
vulvovaginites, onde se inclui também a vaginose bacteriana e a candidíase.
Causas da Tricomoniase
O agente etiológico da tricomoníase é o protozoário unicelular flagelado
Trichomonas vaginalis, sendo uma infeção não-bacteriana. Este é um parasita
com metabolismo anaeróbio (decompõe os glícidos em dióxido de carbono e
ácido lático) e que cresce em pH entre 5 e 7,5 (mais alcalino). Pelas suas
características, este agente infeta predominantemente o epitélio escamoso do
trato urogenital (vagina e uretra), sendo raro haver outras áreas do corpo
afetadas, como a boca, a garganta, as mãos ou o ânus. Após a infeção do
hospedeiro, o período de incubação pode ser de 4 a 28 dias, sendo frequente o
aparecimento de sintomas nos 6 dias após a infeção.
Assim, são fatores de risco para a infeção tricomoníase ou para a tricomoníase
de repetição: promiscuidade sexual (vários parceiros sexuais), relações sexuais
sem utilização de preservativo, história de outras infeções de transmissão
sexual, infeção prévia de tricomoníase, imunidade diminuída (causada por
outras doenças ou tratamentos específicos).
Transmissão
A tricomoníase é contagiosa?
No adulto, esta infeção é transmitida através do contato sexual, ou seja, o contágio
ocorre através das relações sexuais (passa ou “pega-se” com as relações sexuais),
acometendo a zona urogenital da mulher (tricomoníase feminina) e o pénis e uretra do
homem (tricomoníase masculina).
Este protozoário não possui forma cística, é susceptível à dessecação e às altas
temperaturas, mas pode viver, surpreendentemente, fora do seu habitat por algumas
horas sob altas condições de humidade, conservando por algum tempo após sua
expulsão do organismo, sua vitalidade e infecciosidade.
Pode viver por mais de 48 horas no exudato vaginal; durante 3 horas na urina coletada;
seis horas no sêmen ejaculado e 24 horas em toalhas molhadas com água a 35°C, assim
como roupas pessoais, roupas de cama,artigos de quartos de banho, assentos de
sanitas, instrumentos ginecológicos tambem podem veicular o parasito. Admite-se
ainda que as meninas se contaminem no momento do nascimento, de mães infectadas.
O flagelado pode viver muitos anos no canal genital das meninas, em estado de vida
latente, determinando o aparecimento de sintomas quando variam as condições
fisiológicas da vagina infantil, como por exemplo, modificação da flora, alterando o pH
vaginal.
Patogenia e Sintomatologia
O principal habitat do T. vaginalis é a vagina, mas tem sido encontrado em outras
porções do sistema geniturinário da mulher, bem como nos órgãos geniturinários do
homem. A tricomoniase masculina é de grande importância na transmissão do
protozoário. Difere da feminina exclusivamente na sua evolução. No homem a
infecção é em geral latente ou apresenta forma subclínica, enquanto que na mulher a
infecção decorre com sintomas externos.
Como o aparecimento de uma forma peculiar de vaginite, caracterizada por
leucorréia, edema, irritação e prurido vulvar. Sempre que há queixa de leucorréia e
de prurido vaginal deve-se suspeitar de infecção por T. vaginalis. Para vários
autores, a infecção pelo T. vaginalis estaria associada a uma diminuição da acidez
vaginal, com diminuição do glicogênio e enfraquecimento da camada epitelial.
Resumindo, as alterações vaginais que predispõem ao aparecimento da
Tricomonose são: diminuição do glicogênio contido nas células epiteliais;
modificação da flora (diminuição dos bacilos de Doderlein que se nutrem de
glicogênio armazenando nas células epiteliais da vagina e produzem grande
quantidade de ácido láctico); diminuição da acidez e descamação epitelial.
Sinais e sintomas da tricomoníase
Mulheres podem apresentar sintomas da tricomoníase que variam de nenhuma
secreção vaginal à secreção vaginal volumosa, amarelo-esverdeada e espumosa
e odor de peixe, com sensibilidade na vulva e no períneo, dispareunia e disúria.
Uma infecção previamente assintomática pode se tornar sintomática a qualquer
momento, com inflamação da vulva e do períneo e edema de lábios. As paredes
vaginais e a superfície da cérvice podem apresentar lesões puntiformes, em
tom “vermelho-morango”. Uretrite e, possivelmente, cistite também podem
ocorrer.
Homens normalmente são assintomáticos; porém, algumas vezes, a uretrite
resulta em uma secreção que pode ser passageira, espumosa ou purulenta, ou
causar disúria e polaciúria, geralmente no início da manhã. Com frequência, a
uretrite é leve e causa apenas irritação uretral mínima e humidade ocasional no
meato uretral, sob o prepúcio, ou em ambos. Epididimite e prostatite são
complicações raras.
Diagnóstico da tricomoníase
Diagnóstico Cliníco: apesar dos sintomas auxiliarem muito no diagnóstico, outros agentes
como a Cândida, por exemplo, são também responsáveis pelos mesmos sintomas, entao
suspeita-se de tricomoníase em mulheres com vaginite, em homens com uretrite e em
seus parceiros. A suspeita é forte se os sintomas persistirem após avaliação e tratamento
para outras infecções como gonorreia e infecções por clamídia, micoplasma e Ureaplasma.
Em mulheres, o diagnóstico é baseado em critérios clínicos e testes. Os seguintes testes
são feitos em pontos de atendimento:
O exame microscópico convencional de preparações a fresco e de esfregaços fixados e
corados, testes de tira reagente ou testes de amplificação de ácido nucleico.
Cultura da urina ou swabs uretrais de homens.
Diagnóstico Laboratórial
Diagnóstico Laboratórial: inicialmente faz-se a colheita do material.
Colheita da amostra
Homem: deverão comparecer ao local da coleta pela manhã, sem terem urinado no dia
e sem terem tomado nenhum medicamento tricomonicida há mais de 15 dias.
A secreção prostática e o material subprepucial são coletados com uma alça de platina ou
com swab de algodão não absorvente ou de poliéster e colocados em uma solução salina
isotônica. Também pode ser examinado o sedimento centrifugado dos primeiros 20 ml da
urina matinal. O organismo é mais frequentemente encontrado no sêmen do que na urina
ou em esfregaços uretrais. Uma amostra fresca poderá ser obtida por masturbação em
recipiente limpo e estéril.
Mulher: não deverão realizar a higiene vaginal durante um período de 18 a 24h anterior
à coleta do material, e não devem ter feito uso de medicamentos tricomonicidas há
mais de 15 dias. A vagina é o local mais facilmente infectado, e os tricomonas são mais
abundantes durante os primeiros dias após a menstruação. O material é usualmente
coletado na vagina com swab de algodão não absorvente ou de poliéster, com o auxílio
de um especulo não lubrificado.
Preservação da Amostra
O T. vaginalis é susceptível a desidratação, o material colhido que não for examinado em
preparações a fresco, imediatamente após a coleta ou inoculado em meio de cultura,
deverá ser preservado em líquidos ou em meios de transporte.
Preservadores Temporários:
Líquidos de transporte: a solução salina isotônica (0,15M) glicosada a 0,2% mantém os
tricomonas viáveis por várias horas à temperatura de 37°C, não havendo nenhuma
alteração na morfologia e na mobilidade. As soluções de Ringer e de Locke também
podem ser usadas.
Meios de transporte: os meios de Stuart (1956) e de Amies (1967) modificados mantêm os
organismos por um período de 24 horas. Após esse tempo há um significante declínio no
número dos parasitos. Nas primeiras 24 horas de preservação, a temperatura não tem
influência nas culturas.
Preservadores permanentes:
A solução do fixador álcool polivinílico (fixador APV) mantém os microrganismos preservados
sem que haja alterações na sua morfologia, estando assim preparados para serem corados
pelos métodos de Leishman, Giemsa e pela Hematoxilina-férrica.
Exame microscópico é o método mais simples e permite que os médicos testem a tricomoníase
e a vaginose bacteriana ao mesmo tempo. Os testes para as duas infecções devem ser feitos
porque elas causam sintomas semelhantes e/ou podem coexistir.
Exame direto a fresco: A secreção deve ser homogeneizada em um ou duas gotas de solução
fisiológica, colocadas em lâmina. A gota será coberta com uma lamínula e observada em
microscópio em aumento de 400X (oculares de 10X e objetiva de 40X).
A amostra deve ser observada o mais rápido possível para detectar tricomonas, que podem se
tornar imóveis e mais difíceis de reconhecer minutos após a preparação da lâmina. (Os
tricomonas tem a forma de pera com flagelos, muitas vezes móveis, e em média têm 7 a 10
micrômetros — aproximadamente o tamanho dos leucócitos, mas ocasionalmente alcançam 25
micrômetros.)
Tricomoniase aguda: Grande número de parasitos aparece na secreção vaginal e o número de
células epiteliais decresce, os bacilos de Doderlein ainda permanecem e o processo inflamatório
se manifesta pelo aumento considerável do número de leucócitos. Esta fase geralmente é de
curta duração e raramente é vista pelo clínico, pois as mulheres não o procuram, até que se
transforme na segunda fase.
Tricomoniase crônica: não são mais encontrados os bacilos de Doderlein; os protozoários podem
ser encontrados mas seu número varia muito. Juntamente observa-se a presença de leucócitos,
células epiteliais e uma mistura de bactérias diversas e de fungos.
O pH deve medido.
Alternativamente, testes rápidos de fluxo immunocromográfico ou NAAT,
que estão disponíveis a partir de alguns laboratórios, podem ser feitos. Em
mulheres, esses testes são mais sensíveis do que microscopia ou cultura. Além
disso, NAAT pode ser configurado para detectar simultaneamente outros
organismos ou outras doenças sexualmente transmissíveis como gonorreia ou
infecção por clamídia.
Cultura da urina ou swabs uretrais é o único teste validado para detectar T.
vaginalis em homens. Em homens, a microscopia da urina é insensível,
Culturas e testes rápidos não foram rigorosamente validados; mas estudos
epidemiológicos sugerem que, para Culturas as swabs uretrais são melhores
do que urina.
Assim como no diagnóstico de qualquer doença sexualmente transmissíveis,
pacientes com tricomoníase devem realizar testes a fim de excluir outras
doenças sexualmente transmissíveis comuns, como gonorreia e infecção por
clamídia.
Tratamento da tricomoníase
Tratamento dos parceiros sexuais com Metronidazol ou tinidazol oral
Parceiros sexuais devem ser vistos e tratados para tricomoníase com tinidazol 2 g em dose única ou metronidazol
500 mg duas vezes/dia por 5 a 7 dias e devem ser examinados para outras doenças sexualmente transmissíveis.
Se a infecção persistir nas mulheres e a reinfecção por parceiros sexuais foi excluída, as mulheres são novamente
tratadas primeiro com metronidazol ou tinidazol 2 g por via oral uma vez ou metronidazol 500 mg duas vezes/dia,
por 7 dias. Se o esquema inicial de retratamento falhar, metronidazol ou tinidazol 2 g uma vez ao dia durante 5
dias pode ser eficaz.
Tratamento da tricomoníase na gravidez
O metronidazol é relativamente contraindicado no início da gestação, embora possa não apresentar risco ao feto
após o 1º trimestre. A segurança do tinidazol na gestação não foi comprovada e, portanto, este não é utilizado.
o tratamento evita novos episódios de transmissão sexual e, também, de transmissão vertical, pois a infecção do
bebê ocorre durante a passagem pelo canal do parto. Dessa maneira, previne que o recém-nascido desenvolva
problemas como:
infecção genital (ainda que essa, geralmente, seja autolimitada); baixo desenvolvimento intelectual; infecção
das vias respiratórias; endometrite pós-parto; baixo peso ao nascer.
Mas é importante considerar que, após a infecção pela tricomoníase, o tratamento não diminui os riscos do parto
prematuro. Ainda assim, é fundamental para evitar complicações mais severas, como as citadas.