Conceitos de gênero, etnia e raça:
reflexões sobre a diversidade
cultural na educação escolar
Profª Michélle Barreto Justus
Ciências Biológicas – 1 NA e 1 NB
Texto-base:
NOGUEIRA, Juliana Keller; FELIPE, Delton Aparecido;
TERUYA, Teresa Kazuko. Conceitos de gênero, etnia e raça:
reflexõ es sobre a diversidade cultural na educaçã o escolar.
Fazendo Gênero, v. 8, 2008.
Profª Michélle Barreto Justus
Ciências Biológicas – 1 NA e 1 NB
Diversidade cultural
• Brasileiro: mestiços/miscigenação x práticas preconceituosas
• Contradição: conteúdos programáticos dos livros didáticos e dos
currículos escolares apresentam ainda como padrão o homem,
branco e heterossexual.
• Como trabalhar os conceitos de gênero, raça, e etnia na sala de
aula, com o propósito de valorizar as múltiplas identidades
constituintes no ambiente escolar?
Diversidade cultural
• Conceito: diversidade pode significar variedade, diferença e
multiplicidade. A diferença é qualidade do que é diferente; o
que distingue uma coisa de outra, a falta de igualdade ou de
semelhança”. Anete Abramowicz (2006, p. 12).
• A diferença não é uma marca do sujeito, mas sim uma marca
que o constitui socialmente, e se estabeleceu como uma
forma de exclusão; ser diferente na educação ainda significa
ser excluído e/ou ser subrepresentado nas instâncias sociais.
Marisa Vorraber Costa (2008).
Diversidade cultural
• É preciso desconstruir, pluralizar, ressignificar, reinventar identidades
e subjetividades, saberes, valores, convicções, horizonte de sentidos.
Somos obrigados a assumir o múltiplo, o plural, o diferente, o
híbrido, na sociedade como um todo (CANDAU, 2005).
• Diversidade biológica diversidade cultural
• A diversidade cultural não é um ponto de origem, ela é em vez disso
um processo conduzido pelas relações de poderes constitutivos da
sociedade que estabelece “outro” diferente do “eu” e “eu” diferente
do “outro” como uma forma de exclusão e marginalização.
Diversidade cultural na açã o pedagó gica
• Deve ter como princípio uma política curricular da identidade e
da diferença – DISCURSO
• Os professores e as professoras que percebem em sua ação
pedagógica como os conceitos de gênero, raça e etnia são
socialmente construídos e discursivamente usados para
marginalizar o “outro” estarão, de fato, contribuindo para a
constituição de uma diversidade cultural que não seja apenas
tolerante, mas que perceba que “eu” e o “outro” temos os
mesmos direitos e devemos ter a mesma representatividade,
tanto nos conteúdos escolares quanto nas instituições sociais.
Tolerâ ncia x Respeito
• Eu tolero x eu respeito
• https://www.youtube.com/watch?v=ADvRI12Fys8
Conceitos de gênero, raça e etnia na
formaçã o de professores
• O conceito de gênero surgiu entre as estudiosas feministas
para se contrapor à ideia da essência, recusando qualquer
explicação pautada no determinismo biológico, que pudessem
explicitar comportamento de homens e mulheres,
empreendendo, dessa forma, uma visão naturalista, universal
e imutável do comportamento.
• Ex.: Homem não presta mesmo!
• Mulher é assim mesmo... Fofoqueira, rival da outra, etc...
Gênero
• No dicionário: pode ser usado como sinônimo de “sexo”, referindo-se ao que é
próprio do sexo masculino, assim como do sexo feminino.
• No entanto, a partir do ponto de vista das ciências sociais e da psicologia,
principalmente, o gênero é entendido como aquilo que diferencia socialmente
as pessoas, levando em consideração os padrões histórico-culturais atribuídos
para os homens e mulheres.
• Por ser um papel social, o gênero pode ser construído e desconstruído, ou seja,
pode ser entendido como algo mutável e não limitado, como define as ciências
biológicas.
• Nos estudos biológicos, o conceito de gênero é um termo utilizado na
classificação científica e agrupamento de organismos vivos, que formam um
conjunto de espécies com características morfológicas e funcionais, refletindo a
existência de ancestrais comuns e próximos.
Gênero
• A expressão gênero começou a ser utilizado justamente
para marcar as diferenças entre homens e mulheres não
são apenas de ordem física e biológica. Como não existe
natureza humana da cultura, para as autoras, a diferença
sexual anatômica não pode mais ser pensada isolada das
construções socioculturais em que estão imersas.
• A diferença biológica é apenas o ponto de partida para a
construção social do que é ser homem ou ser mulher. O
sexo é atribuído ao biológico enquanto gênero é uma
construção social e histórica. A noção de gênero aponta
para a dimensão das relações sociais do feminino e do
masculino (BRAGA, 2007).
Gênero
• Estereotipias:
• Meninas são caprichosas e meigas
• Meninos são agitados e mais bagunceiros
• Meninas são bem comportadas e não falam palavrão
• Meninos são “pegadores”
Gênero
• Construção social:
• Meninos: piloto, cientista, engenheiro
• Meninas: vassourinha, fogãozinho, panelinha
• * Ideologia de Gênero
Raça
• A raça (do italiano razza) é um conceito que obedece a
diversos parâmetros para classificar diferentes populações de
uma mesma espécie biológica de acordo com suas
características genéticas ou fenotípicas.
• Em termos biológicos, não existem “raças” com contorno
definido, apenas um grande número de variações físicas entre
os seres humanos.
Raça
• O conceito de raça é altamente complexo e objeto de grandes estudos sociológicos.
O uso por parte do senso comum dessa forma de categorização perpetuou a ideia
de que os grupos humanos são divididos de acordo com características biológicas.
• As teorias sobre as diferentes raças humanas surgiram inicialmente no final do
século XVIII e início do século XIX, tendo como autor principal Joseph Arthur de
Gobineau (1816-1882) – o “pai do racismo moderno” –, filósofo francês e principal
defensor da ideia de superioridade da raça branca.
• Desde então, vários trabalhos derivados da ideia de raças diferentes entre a
espécie humana foram concebidos, de modo que, enquanto alguns autores
distinguiram quatro ou cinco raças, outros chegaram a especificar mais de 20.
Raça
• As teorias raciais surgiram como forma de
tentar justificar a ordem social que surgia à
medida que países europeus tornavam-se
nações imperialistas, submetendo outros
territórios e suas populações ao seu domínio.
• O conceito foi amplamente adotado em todo o
mundo até o período da Segunda Guerra
Mundial, quando o surgimento da ameaça
nazista elevou a proporções astronômicas o
preconceito e o ódio em relação a grupos
humanos específicos.
Raça
• Polêmicas: porque a área biológica comprovou que as diferenças
genéticas entre os seres humanos são mínimas, por isso não se
admite mais que a humanidade é constituída por raças.
• Tem uma conotação política e é utilizado com frequência nas
relações sociais brasileiras, para informar como determinadas
características físicas, como cor da pele, tipo de cabelo, entre
outras, influenciam, interferem e até mesmo determina o
destino e o lugar social dos sujeitos no interior da sociedade
brasileira.
Etnia
• A palavra etnia vem do grego ethnos, que deriva da palavra ethos, que
significa costume. Ou seja, representa uma população que possui uma
origem em comum, as mesmas tradições, língua, cultura, religião. Neste
sentido, pessoas que compõem um grupo sociologicamente homogêneo.
• Etnia compreende fatores culturais, como a nacionalidade, afiliação tribal,
religião, língua e as tradições de um determinado grupo.
• O termo étnico é fundamental para demarcar que indivíduo pode ter a
mesma cor da pele que o outro, a mesmo tipo de cabelo e traços culturais
e sociais que os distingue, caracterizando assim etnias diferentes.
Comparativo entre raça e etnia
Comparativo entre raça e etnia
Comparativo entre raça e etnia
• A diferença entre raça e etnia é que “etnia” determina as características de
um grupo por seus aspectos socioculturais. Já a “raça” seria definida por
critérios físicos ou biológicos para diferenciar os indivíduos.
• Neste sentido, a raça se referiria às características físicas de uma pessoa,
como estrutura óssea, cor da pele, do cabelo ou dos olhos. Enquanto isso, a
etnia refere-se à fatores sociais e culturais, como tradições e linguagem.
• Apesar de o termo raça ser utilizado no senso comum, é incorreto afirmar
que a espécie humana possui diferentes raças. Isto porque o DNA entre
pessoas com diferentes características físicas varia em menos de 0,1%. Para
a Ciência, isto não justifica a criação de subespécies ou subcategorias de
seres humanos.
Conceitos de Gênero, raça e etnia e a açã o
dos professores
• Mobilizar uma ação contra os padrões e os processos de exclusões
instituídos é um grande passo para implantação de uma diversidade
cultural, pois as diferenças são socialmente construídas e estão
envolvidas com as relações de poder.
• Ensinar que a diferença pode ser bela, que a diversidade é
enriquecedora e não pode ser sinônimo de desigualdade, pode
evitar ações como o vídeo “Dudu e o lápis cor da pele”. Com isso,
rompermos com as verdades socialmente construídas de que para
ser belo, tenho que ser branco e ser magro, por exemplo.