100% acharam este documento útil (2 votos)
252 visualizações66 páginas

2 História Da Histeria

1) O documento descreve a evolução histórica da compreensão da histeria, desde a Antiguidade até o século XIX. 2) Freud aprendeu com Charcot que os sintomas histéricos são causados por representações emocionais intensas e não por lesões orgânicas. 3) Nos Estudos sobre a Histeria, Freud e Breuer estabeleceram as bases da psicanálise ao demonstrar que a origem dos sintomas histéricos está em traumas psíquicos da infância.

Enviado por

RobertabrumC
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PPTX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
100% acharam este documento útil (2 votos)
252 visualizações66 páginas

2 História Da Histeria

1) O documento descreve a evolução histórica da compreensão da histeria, desde a Antiguidade até o século XIX. 2) Freud aprendeu com Charcot que os sintomas histéricos são causados por representações emocionais intensas e não por lesões orgânicas. 3) Nos Estudos sobre a Histeria, Freud e Breuer estabeleceram as bases da psicanálise ao demonstrar que a origem dos sintomas histéricos está em traumas psíquicos da infância.

Enviado por

RobertabrumC
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PPTX, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 66

Histeria e Psicanálise

Veridiana Canezin Guimarães


Histeria
•  Um termo que vem do grego hystero e significa útero.
• Nasce por volta do século 4 com Hipócrates em uma
tentativa de explicar que o útero era o responsável pela
loucura das mulheres.
• Para ele o útero revirava pelo corpo, passeava, fica de
ponta cabeça, subia, descia.
• O útero, ou a matriz, como era denominado por ele,
andava pelo corpo em busca de umidade, já que ele
supunha, entre outras coisas, que a histeria se desenvolvia
pela privação de relações sexuais e pelo útero ser seco.
NA IDADE MÉDIA
• Poder central da Igreja.
• A histeria sofre a influencia da religião, passando a ser objeto da
teologia.
• As convulsões e as sufocações são expressão de um prazer
sexual, portanto, de um pecado.
• Causalidade da histeria: possessão demoníaca ou punição divina;
• A caracterização das mulheres: só o homem tem alma e é filho de
deus, a mulher é a tentação.
• O homem é racional, íntegro e controla seus desejos.
• A mulher é demoníaca, afasta-se da perfeição e põe em risco a
castidade masculina.
• Sexualidade feminina é considerada demoníaca,
fazendo da mulher um alvo de desconfiança.
• Mulheres apaixonadas são suspeitas de
possessão satânica e correm o risco de acabar
na fogueira.
• Caça às bruxas. Mulheres se dividem entre as
virgens e castas e as demoníacas, tomadas pela
sensualidade
• Assim, toma lugar a ciência teológica, que permite
decidir se sua causa é divina ou demoníaca.
• Neste período, há registros da prática de exorcismo
ou de condenação à fogueira para mulheres que
apresentavam as ditas chagas (sintomas) da
possessão (histeria), devido o sintoma principal
desta enfermidade, ser relacionado por teólogos, à
prática demonológica.
• “Um dos atributos do diabo é enganar, e o
traço essencial da histeria é precisamente esse
poder de enganar o médico, de simular
doenças, de se mostrar como aquilo que ela
não é (TRILLAT,1991, p.44).
Renascença

• Confronto entre teólogos e médicos: possessão


ou simulação?
• Embora estivesse presente essas discussões, a
medicina era impregnada do discurso religioso,
mas aos poucos vai se tornando mais laica.
• Mulher – Virgem Maria – veneração – castidade –
culto à virgem é equivalente à rejeição da
sexualidade. Mulher – valor – como possível mãe.
Idade moderna
• O primeiro grande tratado sobre histeria – Paul
Briquet (1796-1881)
• Causas da histeria: emoções violentas, o amor
frustrado e os conflitos familiares. A histeria não
poderia continuar sendo considerada uma doença
vergonhosa, reveladora dos baixos impulsos;
• Para ele, as mulheres são mais vulneráveis à
histeria porque a essência feminina é sentir. Seu
corpo é só a sede do seu espírito sensível.
Idade moderna
• JEAN CHARCOT
• Em 1882 abre um serviço de neurologia na Salpêtrière, o
maior hospital da Europa – A cidade dos loucos.
Apresentação dos doentes. Histeria transformada em
espetáculo.
• Charcot hipnotizando os pacientes, fabricava sintomas
histéricos e os suprimia de imediato, demostrando o
caráter neurótico da doença.
• Histeria como uma doença produzida por uma
representação carregada intensamente de afeto – que se
transpunha para o corpo – sintoma.
• Charcot dá a histeria definitivamente um
estatuto científico, fazendo dela uma neurose,
devolvendo dignidade às histéricas.
• Fazendo da histeria uma doença mental libera
as histéricas da acusação de simulação, o
grande fantasma da psiquiatria do século XIX.
• A ideia de que os sintomas histéricos são
causados por lesões orgânicas é descartado por
Charcot.
• Mérito: Ter defendido a ideia de que não há uma
correlação entre a dor psíquica e um órgão
supostamente lesionada.
• Teorizador da neurose, Charcot carece de
instrumentos para trata-la.
• É neste panorama que encontra-se Freud
quando, em 1885, por um semestre, mora em
Paris a fim de aprender com o mestre Charcot.
• Freud estava interessado nas histéricas,
hipnotizadas – elas foram escutadas por Freud
no seu sofrimento.
• Nesse momento, o instrumento usado para a
investigação dos quadros de histeria: hipnose.
Idade Moderna
• Com a evolução histórica, a histeria é assumida
como patologia, demonstrando que as chagas,
estigmas vindos de possessões demoníacas
são, na verdade, sintomas de uma doença
histérica.
• Esta nova visão é gerada em decorrência do
desenvolvimento da Psiquiatria, que através de
inúmeros estudos classificou a histeria como
neurose.
• Apenas no século XIX, esta enfermidade foi
considerada própria de ambos os sexos
(JULIEN, 2002, p.165).
• Com esta classificação, surgem duas (02)
correntes teóricas que se contradizem sobre a
significação desta patologia:
• 1) Organicista: neurose seja consequência de
uma lesão orgânica no cérebro.
• 2) Psicogênese, acredita que tal enfermidade
seja ocasionada por uma “força” geradora de
um impulso funcional.
Freud aprendeu na Salpêtrière que:

“A crise [histérica] é eminentemente afetiva: é um


drama pessoal que ali é encenado, que se exprime,
que se exterioriza e se mostra: esse conteúdo
emocional era evidente para Charcot. É esse conteúdo
que falta à crise epilética e que o faz dizer que aí: ‘tudo
é histérico’”
(TRILLAT,1991, p.144).
Antecedentes
• Freud e Breuer (1878)
• Tratamento de Anna O. (1880-1882)
• Breuer fala acerca do caso para Freud (1882)
• Estágio com Charcot - 1885
• Hipnose – 1887
• Método catártico – 1890
• Instala seu consultório na Berggasse -1891
• 1892 - Freud elabora o método das associação livre.
• 1893 - - Início da correspondência entre Freud e
Wilhelm Fliess, seu amigo íntimo e médico voltado
a estudos relacionados à sexualidade.
• Redação, com Breuer, a “Comunicação reliminar”
aos “Estudos sobre a histeria”.
- Descoberta dos conceitos de defesa e
recalcamento ou repressão.
• 1894 - Publica “As psiconeuroses de defesa” e
sua tradução das “leçons du mardi”, de
Charcot.
- Rompimento com Breuer.
- Descoberta do conceito de transferência.
Estudos sobre a histeria (1893-1895)

• Estudos sobre a Histeria - artigos e casos clínicos publicados em


parceria com Josef Breuer.
• Formulações iniciais acerca da invenção do método psicanalítico.
• Considerado o livro inaugural da invenção da psicanálise.
• Foi pela escuta das histéricas que Freud inaugurou um modo
inteiramente novo de relação humana.
• Discordâncias – Breuer não aceitava a ideia de Freud acerca da
etiologia sexual da histeria.
• Concordavam que a origem do sintoma histérico era encontrada
em um trauma psíquico ocorrido na infância.
Primeiro capítulo
• 1) Sobre o mecanismo psíquico dos
fenômenos histéricos - Comunicação
preliminar
• Falam do método catártico
• O caráter psíquico e traumático da histeria.
• Histeria não estaria relacionada, de fato, à
distúrbios orgânicos.
• Terapêutica da fala.
Segundo capítulo
• 2) Casos clínicos
• Srta.Anna O, Sra Emmy Von N, Srta. Lucy R,
Katharina e Srta. Elisabeth Von R.
• Três pequenas histórias:
• Srta. Rosalia H
• Sra Cacilie M
• Todas pacientes tratadas pelo Freud, menos
Anna O.
• Terceiro capítulo dos Estudos é um ensaio de Breuer –
Considerações teóricas.
• Quarto capítulo: A psicoterapia da histeria, uma reflexão de
Freud onde se expressam, ao mesmo tempo, comentários
teóricos sobre os casos e divergências de Breuer.
• Foi em torno das questões da defesa e da sexualidade, do
problema do estado hipnóide como causa da histeria
(Breuer) e de uma concepção geral da ciência que se
manifestaram as divergências mais graves entre Freud e
Breuer.
• Rompimento
• Estudos sobre a histeria receberam uma
acolhida favorável do meio científico.

• Contribuição preciosa para a elucidação da


vida psíquica.
Estudos sobre a Histeria (1893-1895)

• HISTERIA -Uma representação atrelada a um


afeto aflitivo teria sido isolada do circuito
consciente de ideias, sendo o afeto dissociado
desta e descarregado no corpo.
• Através da hipnose, os pacientes
reencontravam a lembrança traumática,
reagindo a esta por suas palavras, aliviando os
sintomas.
• Uma doença de origem emocional (psicológica), a neurose
de conversão, cujos sintomas físicos são resultados de um
processo de recalcamento de conflitos da história infantil
das pessoas.
• O corpo encontra uma solução simbólica para expressar
seus conflitos emocionais. A dor mental converte-se em
dor física para ser usada, aumentada e mantida para
comunicar algo, uma história de vida, a ser decifrada,
compreendida numa relação analítica (o paciente e seu
psicanalista).
• A alma sofre. O corpo clama e adoece.
• Através da conversão, fenômeno típico da
histeria, o corpo aparece como o lugar em que
se expressa aquilo que a censura impede que
seja pronunciado através das palavras.

• "Quando um indivíduo se cala, ele fala pela


ponta dos dedos." S. Freud
• “Eu afirmo que a lesão das paralisias histéricas deve ser
inteiramente independente da anatomia do sistema nervoso, já
que a histeria se comporta nas suas paralisias e noutras
manifestações como se a anatomia não existisse, ou como se
ela não tivesse qualquer conhecimento sobre isso” (FREUD,
1893)

• Ou seja, a causa da histeria não podia ser explicada baseando-se


somente no funcional, haveria a importância dos afetos - causa
esta que viria estabelecer uma nova teoria da neurose histérica.
Casos clínicos
Estudos sobre a histeria

• Freud - histeria - rememoração dos fatos traumáticos que


remetem à experiências sexuais infantis recalcadas
• Os sintomas que se manifestam no corpo.
• “Se é verdade que as causas das perturbações histéricas
devem ser encontradas nas intimidades da vida
psicossexual dos pacientes, e que os sintomas histéricos
são a expressão de seus desejos mais secretos e
reprimidos, então a elucidação completa de um caso de
histeria implica certamente a revelação dessas
intimidades e a divulgação desses segredos.” (Freud)
Caso I
• Anna O. , 21 anos.
• Jovem inteligente, com talento poético, enérgica, obstinada,
poliglota, sensível aos pobres e doentes.
• Alucinações, contraturas, acessos de tosse, distúrbios da visão, da
linguagem, motricidade.
• Dedicou toda sua energia para cuidar do pai que veio a falecer
• Misturava diversas línguas.
• Personalidade dividida.
• Talking cure
• Chimney sweeping – tratamento catártico.
• Hipnose.
Caso II
• Srta. Emmy von N., 40 anos, os sintomas
descritos são: depressão; insônia; dores por
todo corpo; sensação de frio e dor na perna.
• De sua história, diz ter sido perseguida pelos
parentes do marido; e as expectativas de
infortúnios que não paravam de atormentá-la.
Caso III
• Srta Lucy – uma governanta inglesa contratada
por uma família vienense, consultou Freud em
1892, aos 30 anos.
• Alucinação olfativa - sentia-se perseguida por um
cheiro de pudim queimado.
• Crises depressivas
• Para Freud, os sintomas de sua paciente
provinham do amor inconsciente que ela nutria
pelo patrão.
Caso IV

• Srta. Katharina, 18 anos, os sintomas são:


“nervos ruins”; falta de ar; crises de angústia –
sensação de morte iminente; zumbido na
cabeça.
Caso V
• Srta. Elizabeth von R – Freud mais maduro em
sua prática e é considerado a primeira análise
integral de um caso de histeria.
• 1892, aos 24 anos, Elisabeth Von R foi se
consultar com Freud.
• Fortes dores nas pernas e dificuldade de
andar.
• Freud – causas sexuais.
• Ao pressionar a coxa da paciente, fê-la experimentar
um prazer erótico que ela rejeitava na vida
consciente.
• Quase não usando a hipnose, Freud aperfeiçoou
uma técnica de concentração e chamou o método
de análise psíquica – primeira mulher tratada e
curada pela psicanálise.
• Deitada e de olhos fechados, ela era solicitada a se
concentrar e dizer tudo que lhe passava pela cabeça.
• Passo para a técnica da associação livre
• Rebeldia – Resistência
• Freud percebeu que Elisabeth estava apaixonada
pelo cunhado e que rechaçava de sua
consciência os desejos de morte sentidos à
respeito de sua irmã, falecida em consequência
de uma enfermidade.
• O reconhecimento desse desejo marcou, para a
moça, a cessação de seu sofrimento.
Caso Rosalia H
• Jovem vienense de 23 anos, tomada por sensação
de sufocamento, quando queria tornar-se cantora.
• Cena de sedução
• Curou-se através da hipnose, quando recordou a
maneira brutal como seu tio, no passado,
maltratava em sua presença a mulher e os filhos,
enquanto manifestava preferências sexuais por
empregadas domésticas.
• O sintoma de constrição na garganta
transformou-se então numa sensação de
alfinetadas nos dedos.
• Cena antiga surgiu: o tio malvado, que sofria
de reumatismo, um dia exigira que a sobrinha
lhe fizesse massagens. No momento em que a
menina lhe obedecera, ela vida levantado as
cobertas e tentado abusar dela. Rosalia fugira.
Os pacientes ensinaram a Freud
• 1) Emmy von N., por exemplo, se aborrecia
quando Freud a questionava de onde veio isto
ou aquilo e pedia para ele que a deixasse falar
o que ela tinha a dizer. Assim, ouvir para Freud
ornou-se um método, uma via privilegiada
para o conhecimento
• Freud adota um novo modelo de tratamento:
a técnica da associação livre.
• 2) Elisabeth von R. mostrou-lhe a resistência, quando
se negava a responder o que estava se passando pela sua
mente nos momentos em que ele a interrogava. Ela foi a
paciente responsável pela descoberta da necessidade de
se elaborar os traumas recalcados com a ajuda
da interpretação de Freud.
• Apenas o relato raramente bastava; os traumas tinham de
ser elaborados. O ingrediente final na recuperação de Elisabeth
von R. foi a interpretação dos indícios que Freud lhe apresentou
e à qual ela resistiu veementemente por algum tempo: ela
amava seu cunhado, e havia reprimido desejos perversos pela
morte de sua irmã.
• Miss Lucy R. e a Katharina: observação atenta,
passividade alerta o que Freud chamaria
de atenção flutuante, interpretação hábil,
associação livre sem o recurso da hipnose e
elaboração.
• O esclarecimento da etiologia da histeria se dá
paralelo ao desenvolvimento da psicanálise.
• Os Estudos sobre a histeria (1895), conduziram a
dois resultados:
• 1) Os sintomas histéricos tem SENTIDO e
SIGNIFICADO, sendo substitutos de atos mentais.
• 2) Que a descoberta desse significado
DESCONHECIDO é acompanhada pela remoção
dos sintomas.
• Pesquisa científica e esforço terapêutico coicidem.
Breuer e Freud
• Qual a origem do sintoma? Qual o fato que provocou a primeira
ocorrência dos sintomas ?
• Pesquisa e tratamento.
• Deixar a pessoa se lembrar.
• Havia uma certa catarse – expressão dos conflitos sob hipnose ainda.
• A catarse eliminaria os fatores tóxicos (lembranças não ab-reagidas)
que estariam na origem do sintoma.
• O afeto ‘estrangulado’ era desviado por longos caminhos errados e
transbordava para a inervação somática – conversão.

• Catarse: quando se abre um caminho a consciência e havia uma


descarga normal do afeto.
• “O sintoma histérico desaparecia imediata e
permanentemente quando conseguíamos
EVOCAR, nitidamente, a LEMBRANÇA do fato
que o provocou e despertar a EMOÇÃO que o
acompanhava, e quando o paciente havia
descrito aquele fato com os maiores detalhes
possíveis e traduzira a emoção em PALAVRAS”
(Freud e Breuer, 1893, p.47)
• “As lembranças não se acham à disposição do
paciente. Pelo contrário, essas experiências estão
inteiramente ausentes da lembrança dos pacientes
quando num estado psíquico normal ou presentes
de forma bastante sumária. Somente quando o
paciente é inquirido sob hipnose, é que essas
lembranças emergem com vivacidade” (p.50)
• Pressuposição da existência de processos mentais
inconscientes.
• Tratamento: Hipnotizar o paciente,
despertando as lembranças da época em que
o sintoma surgiu.
• Traduzindo a emoção em palavras.
• A lembrança sem emoção quase não produz
resultados.
Diferenças entre Breuer e Freud acerca da
histeria.
• Para Breuer, a histeria se deve a um conflito
também emocional, mas não necessariamente
sexual.
• Mas, o que faz os sintomas histéricos serem
tão fortes e duradouros, é que eles seriam
adquiridos num estado mental semi hipnótico
dos devaneios ou susto – o sujeito estaria mais
vulnerável e as situações vivenciadas nesse
estado poderiam se tornar traumáticas.
• Para Freud, o sintoma histérico surge de um
conflito entre:
• Impulsos tidos como imorais, indesejáveis e
obscenos. Poderiam ser de outra natureza,
mas sempre condenáveis.
• E o desejo de fazer exatamente aquilo.
• Aqui já está presente a ideia de defesa em
Freud.
Teoria da sedução
• A criança fora vítima impotente de uma sedução
sexual efetuada por um adulto.
• Experiência traumática
• Acreditava que a etiologia da histeria devia-se a um
trauma sexual sob a forma de sedução por parte do
pai.
• Como afirma em sua Carta 52 (1896): “... a histeria
resulta em todos os casos da perversão por parte do
sedutor”. Acreditava, então, que o desejo do pai era
sempre o elemento patogênico.)
• Tal hipótese foi abandonada na medida em que se
deu conta de que não existe “índice de realidade”
no inconsciente, de que não se pode distinguir
entre a verdade e a ficção investida de afeto.
• Foi com a famosa frase dita na carta 69 a Fliess
“não acredito mais em minha neurótica” (Freud,
Carta 69, 1897)
• O papel da fantasia, da realidade psíquica na
formação dos sintomas histéricos.
• “O desejo do pai é sempre o elemento
patogênico” deu lugar à hipótese de que: “o
desejo pelo pai, recalcado que estaria na
origem da histeria” (Teoria do Édipo).
• Sintomas da histeria: estão estritamente
relacionados com o trauma desencadeante.
• “ É algum fato da infância que estabelece um
sintoma mais ou menos grave que persiste
durante os anos que se seguem”.(Freud,
1895,p.44)
• Aparece o início da noção de trauma para
Freud.
Trauma: Breuer e Freud
• 1) O trauma psíquico é compreendido, nesse
momento, como aquelas experiências
emocionais que se constituem como fator
etiológico para o aparecimento da Histeria, ou
seja, é toda impressão ou vivência que
provoque afetos penosos de medo, susto ou
vergonha e que o sistema psíquico tem
dificuldade para resolver por meio do
pensamento associativo ou por reação motora.
Trauma: Freud

• Pensar a histeria em função do conflito de


forças e da noção de defesa psíquica o que o
levou a substituir o método catártico pelo
método da associação livre.
• Qualquer evento nos marca e nos transforma só
na repetição ou melhor dito, num segundo
momento, em que ele é evocado, retomado,
revivido.
• É num segundo momento que dá destaque
(consciente ou inconsciente) ao primeiro.
• O caráter traumático: um evento, mais ou
menos difícil, que, num segundo momento, não
consegue ser integrado na história do sujeito.
• Nessa concepção, não é mais o evento que
age traumaticamente, mas a sua lembrança,
quando o sujeito é capaz de compreender o
evento, quando essas experiências se
reorganizam e adquirem uma significação
traumática por excelência.
Trauma a partir de 1920
• O trauma passa a ser entendido como
consequência do rompimento do escudo
defensivo pelo excesso de excitações que
põem em risco a dominância do princípio de
prazer e a estruturação do aparelho psíquico.
• O excesso de energia livre, não-ligada, invade
o órgão anímico sem que o sujeito esteja
preparado para se defender.
• Histeria agora é entendida dentro da dinâmica da
repressão, do conflito de forças, pois se trata de uma
representação sexual intolerável que desperta afetos
penosos e desprazerosos – o que leva o sujeito a expulsá-
los da consciência.
• Sendo sempre produto do conflito e da defesa, a histeria
deixa de ser uma doença nervosa e hereditária para
reafirmar-se como uma doença PSÍQUICA de etiologia
SEXUAL. Os sintomas, assim, são construídos na história
singular.
(...) a sexualidade parece desempenhar um
papel principal na patogênese da histeria como
fonte de traumas psíquicos e como motivo para
“defesa” – isto é, para reprimir ideias da
consciência (Freud, 1895).
Questão de fundamental importância na
histeria:
• O processo determinante continua a atuar durante
anos.

• “As histéricas sofrem principalmente de


reminiscências” (p.48)

• Os histéricos sofrem daquilo que se conserva na


memória.
• Os histéricos sofrem das fantasias.
• Ideias que apontam para o recalque:
• As lembranças (que determinam as
manifestações histéricas) não se acham à
disposição do paciente. Pelo contrário, essas
experiências estão inteiramente ausentes da
lembrança quando num estado psíquico normal
ou de forma bastante sumária.
• Pressuposição da existência de processos
mentais inconscientes.
• Na histeria acontece, assim, a divisão da
consciência.
• Dissociação: a lembrança do trauma psíquico
não se encontra na recordação normal do
paciente, mas em sua memória, quando ele é
hipnotizado.
• Passo para a psicanálise: permitir que a emoção
estrangulada encontre saída através da fala.
Limites da catarse
• Havia o desaparecimento do sintoma, mas o sucesso revelava
inteiramente dependente da relação do paciente com o médico –
assemelhando à sugestão.
• Poucas pessoas eram hipnotizadas profundamente.
• Freud era um mau hipnotizador.
• A teoria da catarse não tinha nada a dizer sobre o tema da
sexualidade.
• Assim, nota-se que nos Estudos sobre a histeria, não está presente
a teoria da sexualidade na etiologia da neurose.
• O que contribui decisivamente para a passagem da catarse para a
psicanálise era a teoria da sexualidade que Breuer achava
impossível reconciliar-se.
• Associação livre – regra técnica fundamental da psicanálise.
• Histeria – neurose de defesa.
• Tratamento: descobrir os fragmentos ausentes de uma
experiência infantil.
• Importante: o material dos traços de memória, a partir da
qual a lembrança foi construída, permanece desconhecido
em sua forma original.
• O inconsciente não tem nenhum sinal de realidade. Um
lembrança de algo efetivamente acontecido tem a mesma
validade que uma ficção investida de afeto.
• Freud formula sua teoria de neurose histérica,
afirmando que esta patologia está
caracterizada de sua estrutura inconsciente
pela fixação e pela regressão à fase edipiana.
• Toda neurose de transferência é originária do
Édipo.
Freud
• Os sintomas neuróticos são, em sua essência,
satisfações substitutivas para desejos sexuais
não realizados.
• A neurose é o resultado da frustração e da
interdição conferidas às pulsões no processo
civilizatório, o que permite entender a
neurose como um destino subjetivo e singular
do homem na cultura.

Você também pode gostar