Entre textos
Componente: Língua Portuguesa
Prof.ª Ma. Andréa Paulon
Prof.ª Danielly de Souza Duarte
Profª Lucifrance Elias Carvalhar
Prof.ª Mônica Cardoso Pereira
Equipe Curricular de Língua Portuguesa
CEFAF – COPED/SEDUC-SP
Apresentação da aula
Tema da aula: Intertextualidade.
Etapa de ensino: 8º ano do Ensino Fundamental.
Habilidade do Currículo Paulista:
(EF67LP30) Criar narrativas ficcionais (contos, narrativas de
enigma, crônicas, entre outros) que utilizem cenários e
personagens realistas ou de fantasia, observando os
elementos da estrutura narrativa próprios ao gênero
pretendido, tais como enredo, personagens, tempo, espaço e
narrador, utilizando tempos verbais adequados à narração de
fatos passados, empregando conhecimentos sobre diferentes
modos de se iniciar uma história e de inserir os discursos
direto e indireto.
Objetivos da aula
• Compreender a intertextualidade.
• Analisar canções.
• Criar a partir da intertextualidade.
Acolhida
Na aula passada, estudamos paráfrases.
Escreva no chat o que você entendeu por paráfrase.
Acolhida
Na aula passada, estudamos paráfrases.
Escreva no chat o que você entendeu por paráfrase.
É a forma como um texto busca dizer o mesmo
que foi dito em outro texto, porém com outras
palavras, um tipo de intertextualidade.
Fonte: ANDREWS, B.; BERNSTEIN C. A intertextualidade. Carbondale: Southwestern Illinois University Press, 1984.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Intertextualidade. Acesso em: 30 set. 2020 (Adaptado).
Podcast
Você conhece a música “Eduardo e Mônica”, de Renato Russo?
Vamos ver o vídeo?
@Pixabay
https://drive.google.com/file/d/1o79BS10zRHi5xD28nzLPHSmqBB6-oH9R/view
Letra da música
Eduardo e Mônica
Quem um dia irá dizer
Que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar:
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque,
Noutro canto da cidade,
Como eles disseram.
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer.
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse:
— Tem uma festa legal e a gente quer se divertir.
Aprender Sempre, 2020. 8º ano, v. 1, p. 4-5.
Letra da música
Festa estranha, com gente esquisita:
— Eu não estou legal. Não aguento mais birita.
E a Mônica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa:
— É quase duas, eu vou me ferrar.
Eduardo e Mônica trocaram telefones
Depois telefonaram e decidiram se encontrar.
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard.
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo.
Aprender Sempre, 2020. 8º ano, v. 1, p. 4-5.
Letra da música
O Eduardo achou estranho e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo.
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis.
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês.
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus,
De Van Gogh e do Mutantes,
De Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol de botão com seu avô.
Aprender Sempre, 2020. 8º ano, v. 1, p. 4-5.
Letra da música
Ela falava coisas sobre o Planalto Central,
Também magia e meditação.
E o Eduardo ainda estava
No esquema “escola – cinema – clube – televisão”
E, mesmo com tudo diferente,
Veio mesmo, de repente,
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia,
Como tinha de ser. Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia,
Teatro e artesanato e foram viajar.
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar:
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
Aprender Sempre, 2020. 8º ano, v. 1, p. 4-5.
Letra da música
E decidiu trabalhar;
E ela se formou no mesmo mês
Em que ele passou no vestibular.
E os dois comemoram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois.
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa,
Que nem feijão com arroz.
Construíram uma casa uns dois anos atrás,
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram.
Aprender Sempre, 2020. 8º ano, v. 1, p. 4-5.
Letra da música
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão.
Só que nessas férias não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo
Tá de recuperação.
E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Aprender Sempre, 2020. 8º ano, v. 1, p. 4-5.
Texto
Agora, vamos ler o seguinte texto:
Eduardo e Mônica
O que dizer das coisas feitas pelo coração?
Década de 1980, o pop rock nacional tocava em todas as
rádios. Nas festas, só Legião Urbana, RPM, Paralamas do
Sucesso, Kid Abelha, Capital Inicial e muitos outros.
Foi em uma dessas festas que conheci Eduardo e ganhei
uma música do meu amigo Renato: “Eduardo e Mônica”. A
música começa assim: “Quem um dia irá dizer que existe
razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que
não existe razão?”.
Texto
E tudo começou assim...
Eu estava em uma festa e, quando vi Eduardo, fiquei um
tempão tentando impressioná-lo: cabelo pra cá, cabelo
pra lá, até que começamos a conversar. Nunca imaginei
que me interessaria por alguém tão esquisito! Mas,
mesmo assim, trocamos telefones e ele me ligou!
Nós nos encontramos no parque da cidade, eu fui de
moto e o Du, de camelo.
Texto
Ele queria comer em uma lanchonete, mas eu o levei para
ver o filme do cineasta Godard. O mais engraçado é que o
Du não parava de olhar para o meu cabelo, que, naquele
tempo, era cor-de-rosa! Sentindo-me estranha, falei para
ele que eu era do signo de leão, assim, ele poderia sair
correndo, só que ele nem se incomodou! Então, percebi
que o Du não entendia nada de horóscopo!
Eu e o Eduardo éramos muito diferentes! Ele tinha
dezesseis anos e eu já estava fazendo medicina, falava
alemão, e ele ainda estava nas aulinhas de inglês!
Texto
Eu gostava de Bauhaus, uma escola de arte vanguardista
da Alemanha, amava os poemas de Manuel Bandeira e
Rimbaud, da arte de Van Gogh, ouvia Caetano e Mutantes,
falava sobre o Planalto Central, pois sempre amei política,
fazia meditação e estudava magia. Já o Du gostava de
novela, jogava futebol de botão com seu avô e ainda
estava no esquema “escola-cinema-clube-televisão”!
Mas, mesmo com todas essas diferenças, veio uma
vontade imensa de nos vermos e saíamos todos os dias!
Eu explicava para o Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a
água e o ar. Fizemos teatro, artesanato, natação, fotografia
e, quando ele fez dezoito anos, fomos viajar.
Texto
Ele deixou o cabelo crescer, aprendeu a beber e decidiu trabalhar.
Eu me formei no mesmo mês em que ele passou no vestibular!
Já brigamos muitas vezes, mas somos feijão com arroz!
Batalhamos grana e seguramos legal a barra mais pesada
que tivemos. Voltamos para Brasília, construímos uma
casa e tivemos um casal de gêmeos, mas nunca podíamos
viajar porque o menino ficava sempre de recuperação!
Um amor que ninguém acreditava, mas que vai completar
quatro décadas e que deixou saudades nos amigos de
verão!
Agora, diz: existe razão nas coisas feitas pelo coração?
Lucy Carvalhar
Análise dos textos
Você acabou de ler dois textos.
1. Qual é o assunto dos textos?
2. O primeiro texto pertence a qual gênero textual?
3. E o segundo? Qual é o gênero?
Análise dos textos
Você acabou de ler dois textos.
1. Qual é o assunto dos textos?
A história de Eduardo e Mônica.
2. O primeiro texto pertence a qual gênero textual?
Ao gênero textual canção.
3. E o segundo? Qual é o gênero?
É uma crônica.
Intertextualidade
Como você observou, temos dois textos que
abordam o mesmo tema e dialogam, apesar de
pertencerem a gêneros textuais diferentes.
Isso se chama intertextualidade, que é a relação
que se estabelece entre dois textos, isto é, quando
um texto criado exerce influência na criação de um
novo texto.
Contextualização
Escreva no chat.
4. Que tipo de relação há entre os textos apresentados?
5. Podemos dizer que se trata de uma paráfrase?
Por quê?
Contextualização
Verificando respostas.
4. Que tipo de relação há entre os textos apresentados?
Os dois textos abordam o mesmo assunto e
contam a história de amor entre Eduardo e
Mônica.
5. Podemos dizer que se trata de uma paráfrase?
Por quê?
Sim, porque foram mantidos todos os aspectos
do texto original, sem alterar a sua essência.
Contextualização
7. O foco narrativo da crônica está em primeira ou
terceira pessoa? Justifique.
8. Sendo assim, o narrador é ______________________.
9. Em que trechos da canção o eu lírico expressa
seus sentimentos?
Contextualização
7. O foco narrativo da crônica está em primeira ou
terceira pessoa? Justifique.
O foco narrativo está em primeira pessoa.
8. Sendo assim, o narrador é personagem.
9. Em que trechos da canção o eu lírico expressa seus
sentimentos?
“Quem um dia irá dizer
Que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?”
“E a nossa amizade dá saudade no verão.”
Mão na massa
Pesquise uma música da sua preferência e faça a
intertextualidade dela.
Você pode redigir um conto, uma crônica, um artigo
de opinião, história em quadrinhos, charges e
outros gêneros textuais de sua preferência.
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Retomando conceitos da aula de hoje
• O que é intertextualidade.
• Análise de canção e crônica.
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