Estágio II
Carla Ribeirinho
Conteúdos
A construção de um projecto social (vertente de intervenção)
O Projecto
ACTIVIDADE
• MEIO DE INTERVENÇÃO SOBRE A REALIDADE
• REALIZAÇÃO SEQUENCIAL E INTEGRADA DE DIVERSAS ACÇÕES INTEGRADAS PARA
ALCANÇAR AS METAS E OBJECTIVOS DE UM PROJECTO
TAREFA
• ACÇÃO QUE OPERACIONALIZA UMA ACTIVIDADE
• GRAU MÁXIMO DE CONCRETIZAÇÃO E ESPECIFICIDADE
• UMA ENTRE MUITAS PARA REALIZAR UM PROJECTO
Formulação do Projecto
O quê?
Para
Porquê?
quê?
Com
Como?
quê?
Projecto
Quanto? Quando?
Para
Quem?
quem?
Onde?
Formulação do Projecto
• A resposta a estas questões proporciona-nos
os dados e a informação mínima para
podermos tomar uma série de decisões que
permitam introduzir organização,
racionalidade, compatibilidade e coerência à
acção.
Guia para a elaboração de
Projectos
1 - DENOMINAÇÃO DO PROJECTO
CARACTERIZAR O PROJECTO IDENTIFICAR O PROJECTO
MARCO INSTITUCIONAL - A INSTITUIÇÃO OU ORGANISMO
ONDE SE INTEGRA; RESPONSÁVEL PELA SUA EXECUÇÃO
NATUREZA DA INSTITUIÇÃO OBJECTIVOS QUE
PROSSEGUE SITUAÇÃO JURÍDICA E ADMINISTRATIVA
INSTALAÇÕES SERVIÇOS ESTRUTURA ORGÂNICA E
FUNCIONAL PESSOAL ETC.
INTEGRAR O PROJECTO NO PROGRAMA DE QUE FAZ
PARTE
2 - NATUREZA DO PROJECTO
ESSÊNCIA DO PROJECTO: DESCREVÊ-LO,
JUSTIFICÁ-LO
DESCRIÇÃO DO PROJECTO - CARACTERIZAR
A IDEIA CENTRAL DO QUE SE VAI REALIZAR
SUA CONTEXTUALIZAÇÃO
INFORMAR SOBRE O PROJECTO: DE QUE TIPO,
ABRANGÊNCIA
INSERÇÃO NA INSTITUIÇÃO
3 - FUNDAMENTAÇÃO OU JUSTIFICAÇÃO
CRITÉRIOS E RAZÕES QUE JUSTIFICAM O PROJECTO
PRIORIDADE E URGÊNCIA DO PROBLEMA O PORQUÊ DAQUELA SOLUÇÃO A
VIABILIDADE DO PROJECTO PARA A RESOLUÇÃO DO PROBLEMA ETC.
PARTE DE UM DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO
PROBLEMA A SOLUCIONAR E DA NECESSIDADE DE INVERTER A SITUAÇÃO ATRAVÉS
DA INTERVENÇÃO.
EXPLICITA A NATUREZA E A URGÊNCIA DO PROBLEMA OS SEUS ASPECTOS
CRÍTICOS E OS RESULTADOS ESPERADOS
INCLUI UMA AVALIAÇÃO JUSTIFICANDO AQUELE PROJECTO COMO O MELHOR PARA
A RESOLUÇÃO DO PROBLEMA
FUNDAMENTA A PRIORIDADE DA SOLUÇÃO.
4 - OBJECTIVOS
OS EFEITOS QUE SE PRETENDEM ALCANÇAR COM A SUA REALIZAÇÃO
A MUDANÇA ESPERADA
TÊM COERÊNCIA COM O CONJUNTO DAS ACTIVIDADES, ESTRATÉGIAS, TEMPOS ETC.
SÃO EXPRESSOS EM TERMOS SIMPLES, GERAIS, IDEAIS, VAGOS E ABSTRACTOS.
GERAIS OU PRINCIPAIS OU MEDIATOS O PROPÓSITO CENTRAL DO PROJECTO ( Por vezes está
no programa integrador do projecto)
ESPECÍFICOS OU COMPLEMENTARES OU IMEDIATOS SÃO OS PASSOS INTERMÉDIOS PARA
ALCANÇAR O OBJECTIVO GERAL
(Atenção: quando se diz: “promover”. “coordenar”, “realizar” são meios, e não objectivos. Mas...
“reforçar o serviço de educação de adultos” é um objectivo, ou “diminuir o analfabetismo na
comunidade”... É um objectivo.)
Finalidades
• Indicam a razão de ser de um projecto, bem como a
contribuição que podem trazer aos problemas e às
situações que se tornam necessárias transformar;
• Há vantagens em ser muito preciso na orientação
principal de um projecto, sendo preferível escolher
uma única finalidade.
Diferentes níveis de objectivos
FINALIDADE
Objectivo geral Objectivo geral Objectivo geral
Objectivo Objectivo Objectivo Objectivo Objectivo Objectivo Objectivo Objectivo
Objectivo
específico específico específico específico específico específico específico específico
específico
Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades
Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades
Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades Actividades
Actividades Actividades
Actividades
Objectivos gerais
• Descrevem as grandes orientações para que serão
orientadas as acções;
• São elaborados em função das finalidades do projecto;
• São, geralmente, expressos em termos não
operacionais, donde não há possibilidade de saber se
foram ou não atingidos. Deste modo, não são datados
nem localizados com precisão;
• São formulados em termos de verbos de acção.
Objectivos específicos
• Exprimem os resultados que se esperam atingir e que
desmontam os objectivos gerais;
• São formulados em termos operacionais, quantitativos ou
qualitativos de forma a tornar possível a análise da sua
concretização. Por isso, podem, também, ser designados
por objectivos operacionais ou metas;
• Distinguem-se dos objectivos gerais, porque não indicam
direcções a seguir, mas estádios a conseguir e assim, são,
geralmente, expressos em termos mais descritivos se
situações a concretizar;
• São a operacionalização dos objectivos gerais.
Os objectivos específicos devem ser formulados:
• Sem ambiguidade
• Com precisão
• Sempre que possível quantificados
• Podem ser qualitativos ou quantitativos
(desde que se encontrem indicadores de
avaliação).
Alcance:
Englobantes e totalizantes,
indicando as grandes intenções do
Objectivos gerais projecto
Temporalidade:
Longo prazo. São geralmente mais
imprecisos
Alcance:
Precisos para cada sector de
Objectivos actividade previsto
específicos Temporalidade:
Imediatos. São mais concretos,
claros e acessíveis.
Exemplo de aplicação
Finalidades Objectivos gerais Objectivos
específicos
Favorecer o nível cultural de uma Promover os níveis de Alfabetizar 30 mulheres e atingir
população alfabetização 50% de sucesso na concretização
do 1º ciclo;
Promover o desenvolvimento Desenvolver a capacidade local de Apoiar a criação de 15 postos de
económico e social criação de emprego trabalho artesanais
Promover o bem-estar geral e Promover melhores formas de -Reabilitar
50 fogos degradados e
habitacional de uma população apropriação da casa e do bairro zonas envolventes do bairro X
- Promover actividades que
promovam formas de socialização
positiva.
5 - METAS
DEFINIR NO TEMPO E COM PRAZOS A
REALIZAÇÃO DO PROJECTO.
É A OPERACIONALIZAÇÃO DOS OBJECTIVOS
ESTABELECENDO O QUE FAZER - Actividades e
Tarefas, Quando, e Onde.
6 - LOCALIZAÇÃO
QUAL A ÁREA GEOGRÁFICA A ABRANGER
IDENTIFICAÇÃO DO LOCAL, BAIRRO, LUGAR,
FREGUESIA(S) ETC. COMPLEMENTAR EM
ANEXO COM MAPAS OU COMPLEMENTOS
GEOGRÁFICOS.
7 - ACTIVIDADES E TAREFAS
ESTABELECIMENTO DAS ACTIVIDADES E DISTRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
QUAL O INSTRUMENTAL METODOLÓGICO E TÉCNICO A UTILIZAR PARA A REALIZAÇÃO
DAS DIFERENTES ACTIVIDADES.
SELECÇÃO DOS MÉTODOS E DAS TÉCNICAS MAIS INDICADAS AO CONTEXTO SÓCIO-
CULTURAL, SUA COMBINAÇÃO PARA UMA MAIOR RENTABILIDADE. TER EM CONTA
SEMPRE A PARTICIPAÇÃO E IMPLICAÇÃO DA POPULAÇÃO NO DESENROLAR DAS ACÇÕES
INVENTARIAR AS ACTIVIDADES, ORDENÁ-LAS E DISTRIBUI-LAS NO TEMPO NUMA
SEQUÊNCIA OPERATIVA E SINCRONIZADA.
PODEM DESDOBRAR-SE EM ACÇÕES E TAREFAS.
INDICAR OS RECURSOS NECESSÁRIOS (Humanos, Materiais, Equipamento Etc.). (prever
problemas possíveis com o material ou com as condições de trabalho e estar prevenido
para as resolver).
Especificação das actividades e tarefas
Acções Actividades Tarefas Recursos
Humanos
Ex. (para o 1º Objectivo) - Leitura dos vários - Elaborar sínteses,
-Recolher de documentos transcrições, Equipa técnica
informação: - Formalização das resumos
Estatutos, várias entrevistas - Marcar as
Regulamento,
Ideário, boletins
- Acordar com a Entrevistas Materiais
informativos e outros
Instituição a nossa - Elaborar os guiões
documentos. acção nas festas das entrevistas
- Leitura, selecção,
- Participar nas festas - Realizar as Livros Folhetos
tratamento da - Entrevistar os vários entrevistas Revistas
Informação. interlocutores - Análise das
Internet
- Realizar Entrevistas seleccionados Entrevistas
- etc…
- Participar nas
Reuniões (de
Equipa) de Avaliação
Mensal.
Cf. ANDER-EGG, Ezequiel & IDAÑEZ, Maria José Aguilar, (1999), Como elaborar um projecto, 1ª Ed. portuguesa, Lisboa, CPIHTS. pp 29-62.
8 - CRONOGRAMA / CALENDARIZAÇÃO DO
PROJECTO
CALENDARIZAÇÃO DO PROJECTO. DISTRIBUIÇÃO DO
TRABALHO DE MODO UNIFORME, COM PRAZOS REALISTAS,
TEMPO PARA REALIZAR CADA ACTIVIDADE.
FAZER O DIAGRAMA OU CRONOGRAMA (Gantt) DO PROJECTO
DESCREVENDO OS PASSOS E CUMPRINDO COMO ESTÁ
PREVISTO.
9 - DESTINATÁRIOS / BENEFICIÁRIOS
IDENTIFICAR QUEM SÃO OS BENEFICIÁRIOS
DIRECTOS PELA REALIZAÇÃO DO PROJECTO - O
GRUPO ALVO - DESCREVENDO A SUA SITUAÇÃO
GERAL ATRAVÉS DE INDICADORES.
QUEM SÃO TAMBÉM OS BENEFICIÁRIOS
INDIRECTOS, ISTO É OS QUE USUFRUEM DO
IMPACTO DO PROJECTO.
10 - RECURSOS HUMANOS
QUAIS AS PESSOAS ADEQUADAS/FORMADAS
E CAPACITADAS PARA DESENVOLVER AS
ACTIVIDADES PREVISTAS. QUE
QUALIFICAÇÕES, QUE FUNÇÕES
COMO SE DISTRIBUI O TRABALHO
GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO DO PROJECTO
11 - RECURSOS MATERIAIS / TÉCNICOS/
RECURSOS FINANCEIROS
QUE ESTRUTURAS FÍSICAS, QUE EQUIPAMENTO TÉCNICO, QUE
INSTRUMENTOS, QUE FERRAMENTAS NECESSÁRIAS PARA A REALIZAÇÃO DO
PROJECTO
ESTIMATIVA FINANCEIRA. ORIGEM DOS FINANCIAMENTOS, CRÉDITOS,
SERVIÇOS PRESTADOS. ESTABELECER O CALENDÁRIO FINANCEIRO PARA CADA
ACTIVIDADE E CADA MOMENTO
ESPECIFICAR AS RUBRICAS: PESSOAL: Remuneração Deslocações Transporte,
Alimentação, Alojamento Etc. INSTALAÇÕES E SEU FUNCIONAMENTO
EQUIPAMENTO DE DESGASTE RÁPIDO E DURADOURO ALUGUER
(Habitação Equipamento Etc.)
IMPREVISTOS (BASE 5% DO TOTAL)
ESTRUTURA DE GESTÃO E ORGANIZAÇÃO
DO PROJECTO
O DESENHO DO PROJECTO DEVE CONTER A ESTRUTURA DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO.
É A COLUNA VERTEBRAL QUE SUPORTA O DESENROLAR DAS ACTIVIDADES.
– REALIZAR O ORGANIGRAMA PARA CLARIFICAR.
– MANUAL DE PROCEDIMENTOS: NORMAS DE DESEMPENHO DE ACTIVIDADES,
PROCEDIMENTOS TÉCNICOS E ADMINISTRATIVOS ETC.
– FUNÇÕES DA EQUIPA (Quem é o responsável e de que parte do trabalho)
– SISTEMA HIERÁRQUICO E DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO
– MODALIDADE E MECANISMOS DE COORDENAÇÃO (Interna ou Externa)
– SISTEMA DE AVALIAÇÃO INTERNA, CONTROLE OPERACIONAL, SUPERVISÃO DO PESSOAL
– CANAIS DE INFORMAÇÃO: A QUEM INFORMAR, QUE INFORMAR, COMO. QUAL O
OBJECTIVO QUAL A FREQUÊNCIA
Carla Ribeirinho
Professora Auxiliar Convidada
Licenciatura em Serviço Social
Gab. 10 | Piso 2 | Telf.: (+351) 213 619 430 | Ext.: 453118
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