Norma
Regulamentador
a NR 34
CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO
NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, REPARAÇÃO E
DESMONTE NAVAL
Objetivo e Campo de Aplicação
Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos mínimos e as
medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas
atividades da indústria de construção, reparação e desmonte naval.
Consideram-se atividades da indústria da construção e reparação naval todas
aquelas desenvolvidas no âmbito das instalações empregadas para este fim ou
nas próprias embarcações e estruturas, tais como navios, barcos, lanchas,
plataformas fixas ou flutuantes, dentre outras.
Responsabilidades
Cabe ao empregador garantir a efetiva implementação das medidas de proteção estabelecidas nesta Norma,
devendo:
a. Designar formalmente um responsável pela implementação desta Norma;
b. Garantir a adoção das medidas de proteção definidas nesta Norma antes do início de qualquer trabalho;
c. Assegurar que os trabalhos sejam imediatamente interrompidos quando houver mudanças nas condições
ambientais que os tornem potencialmente perigosos à integridade física e psíquica dos trabalhadores;
d. Providenciar a realização da Análise Preliminar de Risco - APR e, quando aplicável, a emissão da Permissão de
Trabalho - PT;
e. Realizar, antes do início das atividades operacionais, Diálogo Diário de Segurança - DDS, contemplando as
atividades que serão desenvolvidas, o processo de trabalho, os riscos e as medidas de proteção, consignando o
tema tratado em um documento, rubricado pelos participantes e arquivado, juntamente com a lista de presença;
f. Garantir aos trabalhadores informações atualizadas acerca dos riscos da atividade e as medidas de controle que
são e devem ser adotadas;
g. Adotar as providências necessárias para acompanhar o cumprimento das medidas de proteção estabelecidas
nesta Norma pelas empresas contratadas.
Capacitação e Treinamento
É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico para sua
atividade em instituição reconhecida pelo sistema oficial de ensino.
É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado e com registro no
competente conselho de classe.
É considerado trabalhador capacitado aquele que receba capacitação sob orientação e responsabilidade de
profissional legalmente habilitado.
O treinamento admissional deve ter carga horária mínima de seis horas, constando de informações sobre:
a) os riscos inerentes à atividade;
b) as condições e meio ambiente de trabalho;
c) os Equipamentos de Proteção Coletiva - EPC existentes no estabelecimento;
d) o uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual - EPI.
O treinamento periódico deve ter carga horária mínima de quatro horas e ser realizado anualmente ou
quando do retorno de afastamento ao trabalho por período superior a noventa dias.
A capacitação deve ser realizada durante o horário normal de trabalho.
Trabalho a Quente
Para fins desta Norma, considera-se trabalho a quente as atividades de soldagem, goivagem,
esmerilhamento, corte ou outras que possam gerar fontes de ignição tais como aquecimento, centelha ou
chama.
As medidas de proteção contemplam as de ordem geral e as específicas, aplicáveis, respectivamente, a todas
as atividades inerentes ao trabalho a quente e aos trabalhos em áreas não previamente destinadas a esse
fim.
Trabalho a Quente – Medidas de Ordem Geral
Inspeção Preliminar
Nos locais onde se realizam trabalhos a quente deve
ser efetuada inspeção preliminar, de modo a assegurar
que:
a. O local de trabalho e áreas adjacentes estejam
limpos, secos e isentos de agentes combustíveis,
inflamáveis, tóxicos e contaminantes;
b. A área somente seja liberada após constatação da
ausência de atividades incompatíveis com o
trabalho a quente;
c. O trabalho a quente seja executado por trabalhador
capacitado, conforme item 4 do Anexo I
Trabalho a Quente – Medidas de Ordem Geral
Proteção contra Incêndio
Cabe aos empregadores tomar as seguintes medidas de proteção
contra incêndio nos locais onde se realizam trabalhos a quente:
a. Providenciar a eliminação ou manter sob controle possíveis riscos
de incêndios;
b. Instalar proteção física adequada contra fogo, respingos, calor,
fagulhas ou borras, de modo a evitar o contato com materiais
combustíveis ou inflamáveis, bem como interferir em atividades
paralelas ou na circulação de pessoas;
c. Manter desimpedido e próximo à área de trabalho sistema de
combate a incêndio, especificado conforme tipo e quantidade de
inflamáveis e/ou combustíveis presentes;
d. Inspecionar o local e as áreas adjacentes ao término do trabalho,
a fim de evitar princípios de incêndio.
Trabalho a Quente – Medidas de Ordem Geral
Controle de fumos e contaminantes
Para o controle de fumos e contaminantes decorrentes dos trabalhos a quente devem ser implementadas as
seguintes medidas:
a. Limpar adequadamente a superfície e remover os produtos de limpeza utilizados, antes de realizar
qualquer operação;
b. Providenciar renovação de ar a fim de eliminar gases, vapores e fumos empregados e/ou gerados durante
os trabalhos a quente.
Sempre que ocorrer mudança nas condições ambientais estabelecidas as atividades devem ser
interrompidas, avaliando-se as condições ambientais e adotando-se as medidas necessárias para adequar a
renovação de ar.
Quando a composição do revestimento da peça ou dos gases liberados no processo de solda/aquecimento
não for conhecida, deve ser utilizado equipamento autônomo de proteção respiratória ou proteção
respiratória de adução por linha de ar comprimido, de acordo com o previsto no Programa de Proteção
Respiratória - PPR.
Trabalho a Quente – Medidas de Ordem Geral
Utilização de gases
Nos trabalhos a quente que utilizem gases devem ser adotadas as seguintes medidas:
a. Utilizar somente gases adequados à aplicação, de acordo com as informações do fabricante;
b. Seguir as determinações indicadas na Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ;
c. Usar reguladores de pressão calibrados e em conformidade com o gás empregado.
É proibida a instalação de adaptadores entre o cilindro e o regulador de pressão.
No caso de equipamento de oxiacetileno, deve ser utilizado dispositivo contra retrocesso de chama nas
alimentações da mangueira e do maçarico.
Quanto ao circuito de gás, devem ser observadas:
a. A inspeção antes do início do trabalho, de modo a assegurar a ausência de vazamentos e o seu perfeito
estado de funcionamento;
b. Manutenção com a periodicidade estabelecida no procedimento da empresa, conforme especificações
técnicas do fabricante/fornecedor.
Somente é permitido emendar mangueiras por meio do uso de conector, em conformidade com as
especificações técnicas do fornecedor/fabricante.
Trabalho a Quente – Medidas de Ordem Geral
Os cilindros de gás devem ser:
a. Mantidos em posição vertical, fixados e distantes de chamas, fontes de centelhamento, calor ou de
produtos inflamáveis;
b. Instalados de forma a não se tornar parte de circuito elétrico, mesmo que acidentalmente;
c. Transportados na posição vertical, com capacete rosqueado, por meio de equipamentos apropriados,
devidamente fixados, evitando-se colisões;
d. Quando inoperantes e/ou vazios, mantidos com as válvulas fechadas e guardados com o protetor de
válvulas (capacete rosqueado).
É proibida a instalação de cilindros de gases em ambientes confinados.
Sempre que o serviço for interrompido, devem ser fechadas as válvulas dos cilindros, dos maçaricos e dos
distribuidores de gases.
Ao término do serviço, as mangueiras de alimentação devem ser desconectadas.
Os equipamentos inoperantes e as mangueiras de gases devem ser mantidos fora dos espaços confinados.
Trabalho a Quente – Medidas de Ordem Geral
Equipamentos elétricos
Os equipamentos elétricos e seus acessórios devem ser aterrados a um ponto seguro de aterramento e
instalados de acordo com as instruções do fabricante.
Devem ser utilizados cabos elétricos de bitola adequada às aplicações previstas, e com a isolação em perfeito
estado.
Os terminais de saída devem ser mantidos em bom estado, sem partes quebradas ou isolação trincada,
principalmente aquele ligado à peça a ser soldada.
Deve ser assegurado que as conexões elétricas estejam bem ajustadas, limpas e secas.
Medidas Específicas
Devem ser empregadas técnicas de APR para:
a. Determinar as medidas de controle;
b. Definir o raio de abrangência;
c. Sinalizar e isolar a área;
d. Avaliar a necessidade de vigilância especial contra incêndios (observador) e de sistema de alarme;
e. Outras providências, sempre que necessário.
Trabalho a Quente – Medidas de Ordem Geral
Equipamentos elétricos
Os equipamentos elétricos e seus acessórios devem ser aterrados a um ponto seguro de aterramento e
instalados de acordo com as instruções do fabricante.
Devem ser utilizados cabos elétricos de bitola adequada às aplicações previstas, e com a isolação em perfeito
estado.
Os terminais de saída devem ser mantidos em bom estado, sem partes quebradas ou isolação trincada,
principalmente aquele ligado à peça a ser soldada.
Deve ser assegurado que as conexões elétricas estejam bem ajustadas, limpas e secas.
Medidas Específicas
Devem ser empregadas técnicas de APR para:
a. Determinar as medidas de controle;
b. Definir o raio de abrangência;
c. Sinalizar e isolar a área;
d. Avaliar a necessidade de vigilância especial contra incêndios (observador) e de sistema de alarme;
e. Outras providências, sempre que necessário.
Trabalho a Quente – Medidas de Ordem Geral
Antes do início dos trabalhos a quente, o local deve ser inspecionado, e o resultado da inspeção ser
registrado na Permissão de Trabalho.
As aberturas e canaletas devem ser fechadas ou protegidas, para evitar projeção de fagulhas, combustão ou
interferência em outras atividades.
Quando definido na APR, o observador deve permanecer no local, em contato permanente com as frentes
de trabalho, até a conclusão do serviço.
O observador deve receber treinamento ministrado por trabalhador capacitado em prevenção e combate a
incêndio, com conteúdo programático e carga horária mínima conforme o item 1 do Anexo I desta Norma.
Nos trabalhos a quente, é vedada a utilização de escadas de madeira.