HISTÓRIA E ÉTICA EM
ENFERMAGEM
ENFERMAGEM
MODERNA: MODELO
NIGHTINGALE
Profa. Geandra Quirino
ENFERMAGEM MODERNA
No século XIX, a população esteve sob péssimas condições de
higiene e saúde, devido a predominância de doenças infecto -
contagiosas e a falta de pessoas preparadas para cuidar dos doentes.
Os ricos continuavam a ser tratados em suas próprias casas,
enquanto os pobres, além de não terem esta alternativa, tornavam-se
objeto de instrução e experiências que resultariam num maior
conhecimento sobre as doenças em benefício da classe abastada.
ENFERMAGEM MODERNA
A enfermagem foi se profissionalizando com o passar dos
tempos, porém sua prática sempre foi subjulgada aos
mandos dos profissionais médicos;
Com a Reforma, os hospitais necessitavam de pessoal para
prestar os “cuidados” aos doentes, principalmente
naqueles de onde monges e religiosos católicos tinham
sido expulsos. Foi um longo período (1550-1850) na
história, conhecido na enfermagem como o período
negro.
ENFERMAGEM MODERNA
Após esse evento histórico, as mulheres que se
propunham a desenvolver a enfermagem não eram bem
vistas, devido à associação da profissão com o tmabém
chamado “Período de decadência da Enfermagem”;
É neste cenário que a Enfermagem passa a atuar, quando
Florence Nightingale é convidada pelo Ministro da
Guerra da Inglaterra para trabalhar junto aos soldados
feridos em combate na Guerra da Criméia (1854).
ENFERMAGEM MODERNA
Nasceu em 12 de maio de 1820 na cidade de
Florença na Itália e é considerada a precursora
da Enfermagem Moderna.
Adquiriu vários conhecimentos, o que não era
comum para uma mulher do século XIX: latim,
grego, história, matemática, estatística, artes,
filosofia e religião.
ENFERMAGEM MODERNA
Em 1837, aos 16 anos, Florence diz ter recebido o 1º chamado
para cuidar dos enfermos, registrando em seu diário: “Deus me
chamou a seu serviço”. Este chamado se repetiu em 1853, 1854
e 1861.
Apreciava viajar e graças a sua riqueza isso lhe era possível. Em
suas viagens observava como era o trabalho de enfermagem
nos diferentes lugares. Estagiou com as diaconisas de
Kaiserswerth na Alemanha (protestantes) e com as irmãs
vicentinas (católicas) em Paris.
ENFERMAGEM MODERNA
O desejo de dedicar-se a enfermagem causou grande tensão, por
estar abdicando do casamento.
Aos 33 anos iniciou sua carreira como superintendente de um
asilo para idosos em Londres (1853);
Atuou como voluntária na epidemia de cólera em Londres (1854).
Em 1854 foi para a guerra da Criméia como voluntária, levando
um grupo de 38 mulheres por ela selecionadas e lá ficou por 21
meses.
GUERRA DA CRIMÉIA
Conflito que ocorreu de 1853 a 1856 envolvendo o
Império Russo e uma Coligação integrada por: Reino
Unido, França, Reino da Sardenha → Coligação
Anglo-Franco-Sarda + Império Otomano e Austríaco.
ENFERMAGEM MODERNA
Nos hospitais de guerra ficou conhecida como “A DAMA DA
LÂMPADA”, e destacou-se por seus serviços como
administradora e sanitarista, reduzindo a mortalidade de 42%
para 2%.
Durante a guerra contraiu tifo e ao retornar, em 1856,
dedicou-se com ardor a trabalhos intelectuais. Pelos trabalhos
na Criméia, recebeu um prêmio do Governo Inglês e, graças a
este prêmio, conseguiu iniciar o que para ela era a única
maneira de mudar os destinos da Enfermagem - uma Escola
de Enfermagem (1859).
Em 1860 inaugura uma escola de enfermagem em Londres -
Saint Tomas
ENFERMAGEM MODERNA
A escola de Enfermagem no Hospital Saint Thomas
passou a servir de MODELO para as demais escolas que
foram fundadas posteriormente.
A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das
características da Escola Nightingaleana, bem como a
exigência de qualidades morais das candidatas.
ENFERMAGEM MODERNA
A escola de Miss Florence recebia dois tipos de alunas
com propostas distintas de formação, já que a origem
social das alunas não era a mesma.
Às ladies caberia o comando, o poder e o saber da
profissão e às nurses, o fazer.
ENFERMAGEM MODERNA
Sua bandeira tinha versos antagônicos, de um lado, ela se
mostrou preocupada com a desmoralização do enfermeiro da
época, instituindo a disciplina, a ordem e a moral como metas
para a mudança do perfil.
Por outro lado, ela dividiu a prática bem ao gosto do modelo
burguês, dando margem para a exploração médica que se
fortaleceu, quando algumas ladies, as que detinham o
conhecimento em Enfermagem, se tornaram esposas dos médicos
e se acomodaram com a relação de dominação-subordinação da
mulher.
PRIMEIRAS ESCOLAS DE ENFERMAGEM
As escolas deveriam funcionar de acordo com a filosofia da
Escola Florence Nightingale, baseada em quatro idéias-chave:
1.O treinamento de enfermeiras deveria ser considerado tão
importante quanto qualquer outra forma de ensino e ser mantido
pelo financiamento público.
2.Asescolas de treinamento deveriam ter uma estreita associação
com os hospitais, mas manter sua independência financeira e
administrativa.
PRIMEIRAS ESCOLAS DE ENFERMAGEM
CONTINUAÇÃO:.
3. Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis pelo ensino
no lugar de pessoas não envolvidas em Enfermagem.
4. As estudantes deveriam, durante o período de treinamento, ter
residência à disposição, que lhes oferecesse ambiente confortável e
agradável, próximo ao hospital.
SISTEMA NIGHTINGALEANO DE ENSINO
As escolas conseguiram sobreviver graças aos pontos
essenciais estabelecidos:
1. Direção da escola por uma Enfermeira.
2. Mais ensino metódico, em vez de apenas ocasional.
3. Seleção de candidatos do ponto de vista físico, moral,
intelectual e aptidão profissional.
FEITOS DE FLORENCE NIGHTINGALE
(1820-1910)
Enfermeira inglesa, precursora
dos conhecimentos que hoje
detemos na Administração
Hospitalar, na Enfermagem
como profissão, implantando as
medidas de higiene e limpeza no
hospital que assistia os militares
feridos na Guerra da Criméia.
Postulou sobre a importância de
pequenas enfermarias, ligadas
por corredores abertos.
Orientou a construção de
hospitais de maneira a
possibilitar maior separação
entre os pacientes.
FEITOS DE FLORENCE NIGHTINGALE
(1820-1910)
O hospital apresentava péssimas condições: não existiam
sanitários, os leitos e roupas de cama eram insuficientes,
não havia bacia, sabão ou toalhas, as pessoas comiam com
as mãos e a taxa de mortalidade era de 42%.
FEITOS DE FLORENCE NIGHTINGALE
(1820-1910)
É valido referir, que no século XIX os hospitais eram desprovidos de
água corrente e a de que dispunham era contaminada. Lixos e
dejetos eram jogados em poços nos fundos dos terrenos, os
cirurgiões limpavam suas mãos e instrumentos nos seus aventais
e as roupas de cama não eram trocadas com freqüência,
facilitando a transmissão de doenças.
Pregou a necessidade de ambientes assépticos e muito limpos bem
como explicitou a transmissão da infecção especialmente por
contato com substâncias orgânicas.
FEITOS DE FLORENCE NIGHTINGALE
(1820-1910)
Florence solicitava que as enfermeiras mantivessem um sistema
de relato dos óbitos hospitalares com o objetivo de avaliar o
serviço.
Essa atitude provavelmente constituiu-se na primeira referência
à vigilância epidemiológica, tão usada atualmente nos
Programas de Controle de Infecção Hospitalar. Seu colaborador,
William Farr fazia a interpretação estatística dos dados.
FEITOS DE FLORENCE NIGHTINGALE
(1820-1910)
Em 1863, a enfermeira
Florence Nightingale
descreveu procedimentos de
cuidados relacionados aos
pacientes e ao ambiente, com
a finalidade de diminuir os
riscos da infecção hospitalar.
FEITOS DE FLORENCE NIGHTINGALE
(1820-1910)
Publicou mais de 100
trabalhos, sendo “Notes on
Nursing” o mais valioso.
Após suas observações,
valorizaram-se pacientes e
condições ambientais como:
limpeza, iluminação natural,
ventilação, odores, calor,
ruídos, sistema de esgoto,
mais do que simplesmente a
estética.
"A Enfermagem é uma arte; e para
realizá-la como arte, requer uma
devoção tão exclusiva, um preparo tão
rigoroso, como a obra de qualquer
pintor ou escultor; pois o que é tratar
da tela morta ou do frio mármore
comparado ao tratar do corpo vivo, o
templo do espírito de Deus?
É uma das artes, poder-se-ia dizer, a
mais bela das artes".
(Florence Nightingale)
REFERÊNCIAS
GEOVANINI, T., MOREIRA, A. et all. História da Enfermagem –
versões e interpretações. Rio de Janeiro: Revinter, 2002.
LIRA, Nazareth Freire de.; BOMFIM, Maria Eliza de Souza. História
da Enfermagem e Legislação. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1989.
PAIXÃO, Walesca. História da Enfermagem. 4ª edição. Rio de
Janeiro: Bruno Buccini Editora, 1969.