Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
Disciplina: Análise de Líquidos Corporais
Análise dos líquidos corporais
Dra Camila de Campos Velho Gewehr
Lajeado, Julho de 2019
Análise dos líquidos corporais
Existem diversos liquidos corporais que podem ser analisados, além do sangue.
Podem ser testados para fornecer resultados
DIRETAMENTE RELACIONADOS com o que ocorre no
corpo humano.
Alguns testes incluem analise de urina, sêmen (Espermograma), cloretos no suor,
liquido cefalorraquidiano (LCR), liquido sinovial, liquido pleural, liquido pericardico,
liquido peritonial e fibronectina fetal.
Análise dos líquidos corporais
Análise de urina
Detecção de doenças renais, hepaticas e diabetes mellitus
Sêmen (Espermograma)
Função reprodutiva masculina. Serve para avaliação das glândulas
seminais, fertilidade e monitoramento após procedimento de
vasectomia.
LCR (Liquido cefalorraquidiano)
As principais indicações para a realização do exame envolve:
• processos infecciosos do SN e seus envoltórios;
• processos granulomatosos com imagem inespecífica;
• processos desmielinizantes;
• leucemias e linfomas (estadiamento e tratamento);
• imunodeficiências;
• processos infecciosos com foco não identificado;
• hemorragia subaracnoidea.
Análise dos líquidos corporais
Liquido sinovial
Diagnóstico de doenças articulares: artrite infecciosa,
doença articular degenerativa, osteocondrite dissecante,
artropatia inicial ou em regressão...
Doenças Reumatológicas: espondilite anquilosante, febre
reumática, lúpus eritematoso,
Liquido pleural
Liquido pericardico
Liquido peritonial
Fibronectina fetal.
Identificar a mulher que tem maior risco de dar à luz
prematuramente..
Uroanálise
Um dos exames laboratoriais mais requisitados pelos médicos para avaliação
do paciente
RÁPIDA PARA ANÁLISE, DE FÁCIL COLETA E BAIXO CUSTO
Processos patológicos intrínsecos funcionais (fisiológicos) e estruturais
(anatômicos) do sistema urinário
Bem como o monitoramento do avanço ou retrocesso de
lesões durante terapias.
Além disso, DOENÇAS PATOLÓGICAS
SISTÊMICAS podem ser detectadas por meio da
confirmação de quantidades anormais de
metabólitos específicos excretados na urina.
Grupos de risco
• Os pacientes pertencentes ao grupo de
risco para o desenvolvimento de
insuficiência renal crônica devem ser
submetidos ANUALMENTE a exames
para avaliar a presença de lesão renal.
• Os exames utilizados para tal finalidade
são: uréia, creatinina, potássio,
clearance de creatinina e proteinúria.
SISTEMA URINÁRIO
• Rins
• Ureteres
• Bexiga urinária
• Uretra
• Função:
– elaboram e removem o
principal fluido
excretório (urina);
rina)
– regulam a
concentração hídrica e
salina do corpo;
– e removem substâncias
estranhas do sangue.
RIM
FUNÇÃO DOS RINS:
•Manter a homeostasia;
•Filtrar resíduos metabólitos;
•Recuperar substâncias filtradas requeridas pelo organismo
(água, proteínas, glicose);
•Reconhecer o excesso de água e eletrólitos regulando a
reabsorção e secreção.
•Regular e liberar hormônios responsáveis pela regulação da
pressão arterial e eritropoese.
NÉFRON
Unidade funcionais dos rins
= Região responsável pela formação
da urina.
FASES DA FORMAÇÃO
DA URINA
• ENVOLVE TRÊS PROCESSOS:
• Filtração glomerular;
• Reabsorção tubular;
• Secreção tubular.
Manipulação renal de substâncias
Parcialmente filtrada Parcialmente filtrada Parcialmente filtrada
Substância X
Substância Y Substância Z
totalmente totalmente
parcialmente
secretada reabsorvida
reabsorvida
Total/te excretada Parcial/te excretada Não excretada
Ex: catabólitos Ex.: água e íons Ex: Glicose e AAs
TÚBULO PROXIMAL
Secreção tubular
• Consiste na transferência de substâncias dos capilares
para o líquido intersticial e para o lúmen tubular (resíduos
metabólitos, drogas ou toxinas endógenas).
Tem papel importante na depuração dessas substâncias
do sangue.
Parcialmente filtrada
Sais biliares, antibióticos (penicilina), diuréticos
(clorotiazida e furosemida), analgésico (morfina).
A secreção de certas drogas determina sua
taxa de excreção e afeta na dosagem adequada.
Total/te excretada
REABSORÇÃO TUBULAR
• Reabsorção = passar através das células
epiteliais tubulares, difundir pelo líquido
intersticial e penetrar nos capilares.
• Substâncias importantes para a função corpórea
como glicose e aminoácidos atingem o líquido
tubular pela filtração glomerular e são eliminados
pela urina ou retornam para a corrente
sanguínea.
TÚBULO DISTAL e ALÇA DE HENLE
• Imediatamente após a porção reta do túbulo proximal está o ramo
fino da alça de Henle.
Parcialmente filtrada
• Os segmentos do túbulo distal (que incluem
o ramo ascendente grosso da alça de Henle e
o túbulo distal) reabsorvem Na, K, Cl, Ca e Mg
e diluem o líquido tubular (impermeáveis à H2O).
parcialmente
reabsorvida
Parcial/te excretada
Ex.: água e íons
TÚBULO PROXIMAL
• É responsável pela reabsorção de peptídeos e
proteínas de baixo peso molecular (glicose e aa)
e secreção de outras substâncias.
• Reabsorve a maior parte dos solutos filtrados –
60%.
• Tem ligação anatômica com os capilares
facilitando o movimento dos elementos do líquido
tubular – líquido intersticial – capilares Parcialmente filtrada
peritubulares – corrente sanguínea.
totalmente
reabsorvida
Urina - Composição
Condições normais
Ureia e outros produtos químicos dissolvidos na
água, que podem ser orgânicos e inorgânicos.
95% DE ÁGUA E 5% DE SOLUTOS
UREIA, CREATININA, ÁCIDO ÚRICO,
SÓDIO, POTÁSSIO, CLORETO, CÁLCIO,
MAGNÉSIO, FOSFATOS, SULFATOS E
AMÔNIA
Hormônios, vitaminas e medicamentos.
Urina - Composição
Variações na concentração desses solutos podem ocorrer
de acordo com fatores como:
Atividade física
Ingestão alimentar
Metabolismo corporal
Funções endócrinas
Em um dia, o organismo saudável excreta cerca de 60 g de produtos dissolvidos,
dos quais 50% correspondem à ureia.
Urina - Composição
Situações patológicas ou determinadas situações
DIETAS RADICAIS
Corpos cetônicos, glicose, proteínas,
porfirinas e bilirrubinas
Cristais, cilindros, células sanguíneas e epiteliais
APARECEM EM DEMASIA NA URINA
Urina - Volume
Diariamente é de 1.200 a 1.500 ml
Valores normais entre 600 e 2.000 ml por dia
O volume urinário formado em 24h varia de acordo
com a idade:
• 1 a 2 dias de vida = 30 a 60 ml/24h;
• 3 a 10 dias de vida = 100 a 300 ml/24h;
• 10 a 60 dias de vida = 250 a 450 ml/24h;
• 60 a 360 dias = 400 a 500 ml/24h;
• 1 a 3 anos = 500 a 600 ml/24h;
• 3 a 5 anos = 600 a 700 ml/24h;
• 5 a 8 anos = 650 a 1400 ml/24h;
• 8 a 14 anos = 800 a 1400 ml/24h.
Urina - Volume
Denominada OLIGÚRIA
Casos de choque e nefrite aguda, desidratação corporal,
por vômito, diarreia, suor e queimaduras graves.
A OLIGÚRIA PODE LEVAR À ANÚRIA
Refere-se à <100 ml / 24h durante 2 a 3
dias consecutivos
Aumento do volume urinário é denominado por POLIÚRIA
Superior a 2,5 L/dia em adultos e 2,5 a 3
ml/kg/dia em crianças.
Avaliação da Função Renal
As dosagens de UREIA E CREATININA, que são
usualmente utilizados para uma primeira avaliação da
função renal.
São produtos do metabolism e excretados pelo RIM
Aumento dos níveis séricos dessas substâncias indica
COMPROMETIMENTO RENAL
Avaliação da Função Renal
Através da estimativa da filtração glomerular
(FG) pela medida da
DEPURAÇÃO DE CREATININA (+ USADO)
Bom índice da função renal
Utilizada para o diagnóstico de INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA.
TAXA DE FILTRAÇÃO
GLOMERULAR - TFG
• Proporcional ao tamanho corporal, variando
conforme o sexo e a idade, e é importante
indicador da função renal;
• Calculada através de testes como o
clearance (utilizando a urina de 24 horas)
ou pelo cálculo de taxa de filtração
glomerular estimada (TFGe)
Procedimento
É recomendável orientar o paciente com relação ao preparo pré-analítico,
principalmente com referência a ingesta de água e retirada de
medicamentos.
1.Manter o paciente bem hidratado durante o período de colheita da urina,
com pelo menos 600 mL de água/dia, além da ingesta habitual, para
assegurar um fluxo de urina de 1 a 2 mL/minuto ou maior.
2.Recomendar não ingerir café, chá e medicamentos no dia do teste;
3.Orientar para se obter uma colheita correta do volume urinário,
preferentemente de 24 horas. A urina não deve receber preservativos e deve
ser mantida refrigerada durante o período de colheita e depois de recebida
no laboratório.
4.Colher a amostra de sangue. Como a concentração de creatinina
plasmática é relativamente constante, a amostra de sangue pode ser obtida
em qualquer momento do período de colheita da urina. Idealmente, a
amostra deve ser obtida na metade deste período, porém, visando maior
conforto do paciente, pode-se obter a amostra de sangue ao final do período
de colheita.
5.Medir o volume total da urina e calcular o volume/minuto dividindo o
volume pelo número de minutos em que a amostra de urina foi colhida. Em
uma colheita de 24 horas dividir por 1440 (24 horas x 60 minutos).
TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR - TFG
• Depuração da Creatinina ou Clearence de creatinina
Dosagem sérica Creatinina
Dosagem da creatinina na urina de 24 h e VM
Relação do volume coletado em 24 h
Volume coletado em 24 h/1440
(quantidade de minutos em 24 horas)
TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR - TFG
Nomograma para calculo da superfície
corpórea em adultos
Doenças Renais – Insuficiência
Renal Crônica
Causas de IRC
• Glomerulonefrite crônica (24%)
• Hipertensão arterial (22%)
• Diabetes mellitus (15%) – Nefropatia Diabética
• Outras causas incluem a
nefrite túbulo-intersticial, necrose cortical,
processos obstrutivos, amiloidose, lupus,
rins policísticos, síndrome de Alport, etc.
Quadro clínico
Reduções de até 50% na
função renal
Não provocam sinais e
sintomas evidentes.
Quadro clínico IRC
Reduções maiores causam:
• Hipervolemia: conseqüência da expansão do volume extracelular
devido a maior retenção de sódio e água, levando a repercussões
cárdio-pulmonares, além de contribuir para o aparecimento de HAS.
• Edema: causado pela retenção de sal e água, insuficiência cardíaca
e hipoalbuminemia.
• Hiperpotassemia: ocorre devido a menor excreção renal, alta
ngestão de potássio, acidose e uso de drogas que interferem na
excreção de potássio (IECA, espironolactona, etc.)
• Hiperfosfatemia: menor excreção renal e dieta rica em fósforo.
• Acidose: conseqüência da incapacidade renal de gerar bicarbonato
e outros tampões, além da excreção deficiente de ácidos.
• Anemia: produção deficiente de eritropoietina.
Doenças Renais – Insuficiência
Renal Aguda
• Insuficiência Renal Aguda (IRA) é a perda rápida de
função renal devido a dano aos rins,
Retenção de produtos de degradação
nitrogenados (uréia e creatinina) e não-
nitrogenados, que são normalmente
excretados pelo rim.
Acúmulo PODE SER acompanhado por distúrbios
metabólicos, tais como ACIDOSE METABÓLICA E
HIPERCALEMIA
PODE SER CARACTERIZADA POR OLIGÚRIA OU POR ANÚRIA
Diagnóstico: IRA
• Testes de CREATININA e de URÉIA SANGUÍNEA estão
marcadamente elevados ------- especialmente quando
OLIGÚRIA estiver presente.
SE A CAUSA NÃO FOR APARENTE, uma bateria de
exames de sangue e a análise de uma amostra de urina
são tipicamente realizadas para se elucidar a causa de
falência renal aguda.
Os exames de sangue geralmente incluem:
Provas de função hepática,
Eletrólitos, cálcio, magnésio,
Desidrogenase láctica (DHL),
Creatinoquinase (CK ou CPK),
Estudos de coagulação e um perfil imunológico básico.
Radiografia de tórax (RX de Tórax) é geralmente solicitada e um
estudo ultrassonográfico do trato urinário é essencial, para se afastar causa
obstrutiva.
Tratamento
• A Insuficiência Renal Aguda é usualmente reversível, se
tratada pronta e adequadamente.
As principais intervenções são a MONITORIZAÇÃO DO
BALANÇO HÍDRICO (INGESTA E ELIMINAÇÃO), o
mais estritamente possível;
A inserção de um cateter urinário
Útil para a monitorização do débito urinário, bem como
para aliviar a possível obstrução à via de saída da bexiga
urinária, tal como em um aumento da próstata.
Pode ser necessário terapia suportiva artificial na forma de diálise
ou hemofiltração.
Tratamento
• Dopamina ou outros inotrópicos podem ser empregados
para melhorar o débito cardíaco, perfusão renal, e
diuréticos (em particular furosemida) podem ser
administrados.
TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR – TFG
TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR – TFG