“Não sei quantas almas
tenho” de Fernando Pessoa
Ortónimo
Luana Franco, nº16
Fernando Pessoa
Nasceu em 1888 no dia 13
de junho em Lisboa e
01 faleceu no dia 30 de
novembro de 1935.
Reflete sobre
questões que o
03 inquietam.
“Não sei quantas almas tenho”
Tema Título
É a inquietação existencial e a busca Estabelece uma conexão direta com a temática
incessante de uma compreensão do eu. central do poema, enfatizando a busca pela
compreensão que o sujeito poeta tenta ter.
Estado de espírito do sujeito poético
Não sei quantas almas tenho. 1
Não sei sentir-me onde estou. 16
Perdido, confuso, inquieto
e incerto.
Releio e digo «Fui eu?». 23
01
Fragmentação do
“eu”
O poeta é múltiplo: dentro dele encerram-se vários
“eus” e ele não se consegue encontrar nem definir
nenhum deles, é incapaz de se reconhecer a si
próprio.
1º. Estrofe
Não sei quantas almas tenho. 1
Cada momento mudei. 2
Tornou-se, consequentemente um
Continuamente me estranho. 3 estranho para si mesmo.
Nunca me vi nem achei. 4
Não sente ter vida, apenas alma, uma vez que
De tanto ser, só tenho alma. 5 a sua vida foi racionalizada.
Quem tem alma não tem calma. 6 Quem pensa não tem paz, pois é incociliável
pensar e viver..
Quem vê é só o que vê. 7 .
Quem sente não é quem é. 8
2º. Estrofe
Atento ao que sou e vejo. 9 O eu lírico esconde-se da realidade
nos heterónimos, escondendo os seus
desejos e sonhos, dizendo que
Torno-me eles e não eu. 10 pertencem aos heterónimos.
Cada meu sonho ou desejo 11
É do que nasce e não meu. 12
Sou minha própria paisagem, 13
Assisto à minha passagem, 14
Diverso, móbil e só, 15 O sujeito poético menos se reconhece e mais
se sente perdido.
Não sei sentir-me onde estou. 16 .
3º. Estrofe
Reforço da ideia principal: o sujeito
Por isso, alheio, vou lendo. 17 poético é múltiplo.
Como páginas, meu ser. 18
O que segue não prevendo. 19
O que passou a esquecer. 20
Noto à margem do que li. 21
O que julguei que senti. 22
Releio e digo: «Fui eu?». 23 Termina com a confusão da mente do eu
lírico, que não reconhece a própria escrita.
Deus sabe, porque o escreveu. 24
Recursos expressivos
Anáfora, repetição da palavra
Quem tem alma não tem calma. 6 “Quem”, para realçar a
incompatibilidade entre viver e
Quem vê é só o que vê. 7 pensar.
Quem sente não é quem é. 8 Metáfora, reforça a ideia de que a
vida de Fernando Pessoa foi
racionalidade, isto é, reduzida a
Por isso, alheio, vou lendo. 17 linguagem escrita..
Como páginas, meu ser. 18
Pergunta Retórica, enfatiza a mente
do sujeito poético que se encontra
Releio e digo: «Fui eu?». 23 confusa, relativamente a sua pessoa.
Conclusão