Faculdade de Ciências Agrárias
Licenciatura em Engenharia Florestal
4° Ano - 1° Semestre
Cadeira: Maneio de Bacias Hidrográficas
VAZÃO DE CURSOS DE ÁGUA E O REGIME DE ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS SOB INFLUENCIA DE ECOSSISTEMAS
FLORESTAIS.
Discentes:
Abacar Atumane
Felizarda Rocha
Rosa Omar Jafar
Josela Viageiro
Yurissan Das Nuros A. Muachapeu
Docente:
Engo. MSC Alfredo Duvane
I.INTRODUÇÃO
Os recursos vegetação, solo e água mantêm estreita relação entre si. O ciclo da água contribui para a
dinâmica desse sistema. Pode-se afirmar que o ciclo hidrológico é composto pelas seguintes fases:
evapotranspiração; precipitação; acumulação da água precipitada no solo, em sua cobertura ou nas
massas de água; escoamento direto ou retardado para os cursos d'água e para o mar e reevaporação.
A vegetação funciona como defesa do terreno contra o impacto das gotas de chuva; efeito de retardo
no período da precipitação; retenção de volume apreciável de água nos diversos componentes do
edifício vegetal (PRANDINI et al, 1976; RIZZI, (1981) citam (GOLLEY et al, 1981).
1.1.OBJECTIVOS
1.1.1.Geral:
Abordar acerca de vazão dos cursos de aguas das águas e o regime de águas suterraneas
sub influencias de ecossistemas florestais;
1.1.2. Especificos:
Descrever a vazão e os métodos de determinação , e seus principais tipos;
Classificar o regime das águas subterrâneas;
Mencionar a relação da floresta com as águas subterrâneas
II. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Vazão dos cursos de águas
Vazão
A vazão é definida pelo volume de água que passa por uma área na unidade
de tempo, sendo o valor expresso em metros cúbicos por segundo (m³/s). A
quantidade de água que atinge os cursos d’água depende das características
físicas da bacia hidrográfica em estudo: área, forma, sistema de drenagem,
relevo, além da precipitação total e seu regime de perdas por evaporação,
transpiração e infiltração (TUCCI, 1997).
Curva de vazão
A curva de vazão constitui a relação biunívoca entre o caudal escoado numa
determinada secção e a correspondente altura de água (nível). A existência
de uma relação entre estas duas grandezas é um requisito fundamental para
a determinação do caudal escoado numa secção através da existência de um
registo contínuo de níveis na mesma secção (Rodrigues et al., 2011).
A curva de vazão obtém-se a partir do conjunto de pares de valores
resultantes da medição do caudal e da observação da altura de água. A
altura de água denomina-se altura hidrométrica e são determinadas por
leitura numa escala hidrométrica colocada na secção de medição (Rodrigues
et al., 2011).
Analiticamente, as curvas de vazão podem ser representadas por diversos tipos de
expressão, sendo uma das mais correntes, Q = a X (h+ ℎo ) b
onde Q é o caudal, ℎ a altura hidrométrica, ℎo a altura do zero da escala hidrométrica em
relação ao nível de água a que corresponde o caudal nulo, que em geral é a cota mais
baixa da secção, isto é o fundo do leito ( ℎ% é positiva se o zero da escala ficar acima do
nível do caudal nulo e é negativa no caso contrário - geralmente, o zero da escala e a cota
mais baixa da secção não coincidem, encontrando-se ora o zero da escala enterrada no
leito, ora suspensa na margem, respetivamente, por fenómenos de sedimentação ou
erosão), H e è parâmetros característicos da secção, a determinar experimentalmente
(Rodrigues et al., 2011).
Efetuando o logaritmo vem, log Q = log a + b X log (h+ ℎo ) que num gráfico com
coordenadas logarítmicas se traduz por uma reta. A partir desta última expressão e do
conjunto de pares de valores (Qi, ℎi¬ ), podem calcular-se os valores de H e è, através de
uma análise de regressão, pelo método dos mínimos quadrados, desde que se conheça ℎ%.
Arbitram-se, por isso, vários valores de ℎ0 (e calculam-se os correspondentes valores de
H e è), escolhendo-se em seguida o conjunto de valores de ℎ0, H e è para o qual tenha
resultado o melhor ajustamento
Gráfico aos pares de valores (Qi , ℎi¬ ) ou o maior coeficiente de correlação (Rodrigues et
al., 2011).
2.1.1. Método para determinar vazões da água
Contudo, existem muitas técnicas e equipamentos para a realização das
medidas de vazão, entre eles estão o flutuador. Alguns são indicados para
trabalhos em cursos d’água de pequeno e médio porte, e outros para médio e
grande porte. A escolha entre as formas de medição de vazão está muitas vezes
ligada à disponibilidade dos equipamentos (custos) e ao tempo de coleta de
dados que estes necessitam (BONIFÁCIO E FREIRE, 2013)
A medição por meio do flutuador é recomendada para trabalhos que não
exigem tanta precisão, em cursos d’água pequenos,
, a medição direta é um dos mais simples e de fácil execução, principalmente
para pequenos agricultores, por ser aplicável a correntes de água de pequena
monta e que escoa por condutos livres. . O método se baseia na determinação
do tempo necessário para preencher um recipiente de volume conhecido. O
quociente do volume coletado por um determinado período tempo resulta na
vazão do fluído, como por exemplo, a água em um córrego.
2.1.2. Vazão Média Diária (Qmed)
É a média aritmética das vazões ocorridas durante o dia Qmed = (P op ∗ QP C)/T (3.1) Onde:
QPC = Consumo per capita; Pop = Número de habitantes; T = Tempo de bombeamento em
segundos.(Carantinga,MG, 2016)
2.1.3. Vazão De Captação (Qa)
Na ETA pela lavagem de filtros, decantadores, entre outros, gerando uma perda de 2% em filtros
e 2% nos decantadores e floculadores, calculando as perdas da seguinte forma: 0,02 + 0,02 * K1
* Qm Ou 0, 04 * K1 * Qm Para cálculo adotaremos a perda a 4%, o valor de K1 referente a 1,2 e
K2 1,5. Qa = Qmed ∗ K1 + Perdas no ETA Onde: Qmed = Vazão média diária; K1 = Coeficiente
do dia de maior consumo. É o dia mais quente do ano, quando o consumo de água é maior. 0, 02
∗ k1 ∗ Qmeda0, 04 ∗ k1 ∗ Qmed. (Carantinga,MG, 2016)
2.1.4. Vazão De Reservação (Qc)
Qc = Qmed ∗ K1 (3.4) Onde: Qmed = Vazão média diária; K1 = Coeficiente do dia de maior
consumo. É o dia mais quente do ano, quando o consumo de água é maior. VAZÃO DE
DISTRIBUIÇÃO (Qd) Qd = Qmed ∗ K1 ∗ K2 (3.5) Onde: Qmed = Vazão média diária; K1 =
Coeficiente do dia de maior consumo. É o dia mais quente do ano, quando o consumo de água é
maior; K2 = Coeficiente da hora de maior consumo. (Carantinga,MG, 2016)
2.1.5. Consumo Diário
CD = Pop ∗ Consumo PerCapta ∗ K1 (3.6) Onde: Pop = Número de habitantes; K1 = Coeficiente
do dia de maior consumo. É o dia mais quente do ano, quando o consumo de água é maior.
(Carantinga,MG, 2016)
2.1.6. Reservação Necessária
Para o cálculo do volume de reservação necessária, foi adotado 1/3 do consumo diário
total de saturação. Os critérios utilizados estão de acordo com as normas da ABNT
PNB 594/77 e pelas normas da Fundação Nacional de Saúde (FNS): R = CD/3 (3.7)
Onde: CD = Consumo diário. (Carantinga,MG, 2016)
2.1.7. Vazão Natural
A vazão natural é a que origina na bacia hidrográfica sem sofrer qualquer interferência
do homem, como usos de consumir, derivações, regularizações, importações e
exportações de água. Porém, esta condição não é observada na maior parte das bacias
em decorrência das atividades da ação humana, que vem alternado as condições de uso
e ocupação do solo e afetando diretamente as condições do escoamento superficial
(DISPONIBILIDADE E DEMANDA DE RECURSOS HÍDICOS NO BRASIL, 2005)
2.1.8. Vazão Regularizadora
Os reservatórios possuem capacidade de armazenar água nos períodos úmidos e liberar
parte do volume armazenado nos períodos de seca, deixando disponível uma maior
quantidade de água quando esta seria naturalmente menor. A vazão regularizada é a
quantidade de água que pode ser fornecida por um reservatório com uma determinada
segurança, considerado o período de dados da série histórica de vazões afluentes.
2.1.9. Importância da determinação dos cursos de água
A determinação da vazão em cursos de água é fundamental para o estudo de
inúmeras aplicações, sendo que em algumas se tem à necessidade de
conhecer a vazão máxima, enquanto que em outras se deve conhecer a vazão
mínima.
Das aplicações, onde se deve conhecer a vazão máxima, destacamos: projetos
de vazão de pontes; projetos de obras de drenagens; rectificação de cursos de
água; dimensionamento de vertedores de barragens; controle de enchentes;
Das aplicações, onde se deve conhecer a vazão mínima, destacamos:
navegação interior; abastecimento de água urbano; abastecimento de água
industrial; controle da poluição; geração de energia elétrica; .
Água Subterrânea
É toda água que ocupa espaços vazios em formações rochosas ou no regolito,
ou seja a fracção de água que sofre infiltração, acompanhando seu caminho
pelo subsolo, onde a força gravitacional e as características dos materiais
presentes irão controlar o armazenamento e o movimento das águas.
(TOLENTO, et al, 2000)
Infiltração
Em áreas vegetadas a infiltração é favorecida pelas raízes que abrem caminho para a água
descendente no solo. A cobertura florestal também exerce importante função no retardamento
de parte da água que atinge o solo, através da interceptação, sendo o excesso lentamente
liberado para a superfície do solo por gotejamento.
Topografia
De modo geral declives acentuados favorecem o escoamento superficial direto, diminuindo a
infiltração. Superfícies suavemente onduladas permitem o escoamento superficial menos
veloz, aumentando a possibilidade de infiltração.( TOLENTO, et al, 2000)
Precipitação
O modo como o total da precipitação é distribuído ao longo do ano é um fator decisivo no
volume de recarga da água subterrânea, em qualquer tipo de terreno.
Ocupação do solo
. Nas áreas urbanas, as construções e pavimentação impedem a infiltração, causando efeitos
catastróficos devido ao aumento do escoamento superficial e redução na recarga da água
subterrânea.( TOLENTO, et al, 2000)
2.2.8. Distribuição e movimento da água no subsolo
O conceito de superfície freática ou nível dágua Além da força gravitacional e das características
dos solos, sedimentos e rochas, o movimento da água no subsolo é controlado também pela força
de atração molecular e tensão superficial.( TOLENTO, et al, 2000)
2.2.8.1. Permeabilidade
O principal fator que determina a disponibilidade de água subterrânea não é a
quantidade de água que os materiais armazenam, mas a sua capacidade em
permitir o fluxo de água através dos poros. Esta propriedade dos materiais
conduzirem água é chamada de permeabilidade, que depende do tamanho dos
poros e da conexão entre eles.
2.8.2. Aquíferos: reservatórios da água subterrânea
Unidades rochosas ou de sedimentos, porosas e permeáveis, que armazenam e
transmitem volumes significativos de água subterrânea passível de ser
explorada pela sociedade são chamadas de aqüíferos (do latim “carregar
água”).
2.3. Regime das águas sub nfluencias de ecossistemas florestais
O papel da floresta no equilíbrio dos ecossistemas sempre ocupou um lugar de
destaque. No entanto, a floresta também exerce influencia importante na vida
urbana e rural, embora somente nas ˙ultimas décadas tenham sido dada a
devida atenção sobre a influência que promovem sobre o clima, solo e água,
motivada provavelmente pela crescente industrialização e urbanização, pelo
aumento da população e da complexidade urbana, e das necessidades de
melhoria na qualidade de vida da população.
2.3.1. As florestas e a dinâmica da •água no solo
A manta de material intemperizado que se encontra na superfície da crosta terrestre è
classificada em duas zonas: zona de aeração e zona de saturação. A água subsuperficial,
ou seja, água do solo e água subterrânea se encontram nos espaços da crosta terrestre. A
floresta, interceptando a chuva, permite que uma parte dessa precipitação seja evaporada
das copas e outra parte infiltre
2.3.2. A floresta e a infiltração da água
,
No interior de uma floresta qualquer, a camada de matéria orgânica que se encontra
depositada sobre o solo, também chamada de serapilheira, desempenha papel
fundamental na manutenção das condíeis ideais para que ocorra o processo de infiltração
da água.
2.3.3. A floresta e água subterrânea
Os solos sob florestas possuem boas condições de infiltração de água. logo, as florestas
podem ser consideradas como fontes importantes para o suprimento de água para os
aquíferos. Em habitats diferentes onde o lençol freático se encontra bem superficial,
como areas alagadas e encostas de rios, sagas, lagos,a floresta, pela sua
evapotranspiração, auxilia no rebaixamento do lençol freático.
2.3.4. A floresta e a qualidade da água
A qualidade da Água depende principalmente da geologia e do solo da bacia
hidrográfica, bem como do regime de chuvas da régio e da entearão dos processos
hidrológicos envolvidos no deflúvio de uma determinada bacia hidrográfica. Alguns
produtos tem apontado que a qualidade da água È mais influenciada pela geologia e
pelo tipo de solo do que pelo tipo de cobertura vegetal. Um dos indicadores da
qualidade da •água das bacias hidrográficas cobertas de vegetação è o teor e a
quantidade de nutrientes que se encontram no deflúvio. (AFUBRA, 1993)
III. CONCLUSÃO
Hidrologia de Água Subterrânea é uma subdivisão da hidrologia
que trata da ocorrência, do movimento e da qualidade da água sob a
superfície da terra , Enquanto as águas superficiais se renovam em
períodos muito curtos, as águas subterrâneas são águas
armazenadas que se acumularam ao longo de milhares de anos esse
encontram, em condições naturais, numa situação de quase
equilíbrio, o seu movimento é muito lento, implicando em tempo de
trânsito muito longo.