Câmara e Pilares
Prof: Dr. Leandro de Vilhena Costa
1° semestre de 2024
Lavra Subterrânea
Método de Câmaras e Pilares
o Método no qual um conjunto de câmaras é desenvolvido, deixando pilares de
rocha, usualmente de tamanho uniforme, para suportar o teto. Os pilares podem
ser ou não removidos posteriormente à retirada do minério.
Lavra Subterrânea
Método de Câmaras e Pilares
o Importância prática do Método de Câmaras e Pilares:
o Método muito usado em minas de carvão e não-carvão em todo o
mundo;
o Na década de 70 nos EUA, 90% da produção de carvão vinha deste
método. Atualmente, boa parte (+/- 20%) da produção é ainda feita por
Câmaras e Pilares.
o É o método de lavra usado na mineração subterrânea de carvão no sul do
Brasil.
Lavra Subterrânea
Método de Câmaras e Pilares
o De forma geral, o método de Câmaras e Pilares é usado nas seguintes
condições:
o Minério e rocha encaixante relativamente competentes, uma vez que o próprio
minério funciona como pilar;
o Depósito tabular e horizontal a sub horizontal (inferior a 30º, preferencialmente
plano);
o Minério uniforme, e profundidades de até 600m;
o Grande extensão de jazida, mas espessura limitada (menor que 4,5m);
o Muito usado em depósitos de carvão, evaporitos (gipsita, sal-gema, silvinita),
manganês, chumbo, zinco, esmeralda, ouro, wolfrâmio e rochas ornamentais.
Lavra Subterrânea
Método de Câmaras e Pilares
o O método pode ter aplicabilidades diferentes de acordo com o tipo de rocha:
o Em rochas duras/competentes (hard rock);
o Em rochas moles (soft rock);
Carvão; e,
Não-Carvão (sal, por exemplo).
Lavra Subterrânea
Método de Câmaras e Pilares
o Condições do depósito para aplicação do Câmaras e Pilares em Rochas Duras:
o resistência do minério: moderada a alta;
o resistência da encaixante: moderada a alta;
o forma: tabular, lenticular (variável);
o mergulho: geralmente < 30° com a horizontal;
o teor do minério: baixo a moderado;
o uniformidade: variável;
o profundidade do depósito: rasa a moderada.
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Método de Câmaras e Pilares
o Condições do depósito para aplicação do Câmaras e Pilares em Rochas Moles:
o resistência do minério: fraca a moderada;
o resistência da encaixante: moderada a alta;
o forma: tabular (em camadas), grande extensão lateral;
o mergulho: geralmente horizontal ou < 15° com a horizontal;
o boa uniformidade de teores e espessuras de minério;
o profundidade do depósito: preferencialmente inferior a 600 metros para carvão.
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Método de Câmaras e Pilares
Vantagens do Método:
o Moderada e alta produtividade – 30-70 t/(homem-turno) de acordo com Hartman
(1987);
o Moderado custo de lavra (operacional);
o Moderada a alta taxa de produção;
o Alto grau de flexibilidade; método facilmente modificável; pode operar em múltiplos
níveis simultaneamente;
o Permite alto grau de mecanização;
o Permite lavra seletiva; baixa diluição;
o Não requer muito desenvolvimento antecipado;
o Pode ser operado em múltiplas frentes/painéis;
Lavra Subterrânea
Método de Câmaras e Pilares
Desvantagens do Método:
o Requer contínua manutenção do teto e, eventualmente, dos pilares. A tensão nos
espaços abertos aumenta com a profundidade;
o Significativo investimento de capital para mecanização extensiva.
o Perda de minério nos pilares.
o No caso do Câmaras e Pilares em rochas duras, pode haver dificuldade de conseguir
boa ventilação para diluição de contaminantes no painel em razão da baixa
velocidade de ar nos grandes espaços abertos.
o Requer bom suporte técnico e de engenharia.
o Riscos potenciais de saúde (minas de carvão).
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Método de Câmaras e Pilares
Informações necessárias para o planejamento de mina subterrânea de carvão por
Câmaras e Pilares:
o mapa de espessura de camada;
o mapa de espessura e cota da cobertura;
o mapas de qualidade (teor de cinzas, poder calorífico, enxofre, voláteis);
o dados geomecânicos do minério, piso e teto;
o mapa estrutural (falhas, diques,...).
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Método de Câmaras e Pilares
Preparação/Desenvolvimento
o Nos sistema mecanizado e em mineração sem carris e na lavra de multicamadas
(vários pisos), é preciso preparar o acesso da rampa principal aos desmontes.
o Neste caso a própria jazida precisa de muita pouca preparação, por que os acessos
às frentes de trabalho, operações de carregamento e transporte são realizadas
mediante as câmaras de produção.
Lavra Subterrânea
Método de Câmaras e Pilares
Preparação/Desenvolvimento
o No caso de lavra semi-mecanizada (LHDs e transporte com locomotivas (vagões)
combinados com içagem por poços verticais de jazidas multicamadas, é preciso
preparar um sistema de chaminés de minério (chutes) que comunique a um sistema
de galerias inferiores (transporte) para cada nível de lavra.
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Método de Câmaras e Pilares
Configuração do Método
o A unidade básica de mineração é o painel, que define a área de ser trabalhada e
ventilada;
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Método de Câmaras e Pilares
Procedimento de Lavra
o O método consiste na recuperação do minério mediante a escavação das câmaras,
deixando os pilares como elementos de suporte.
o O critério consiste na máxima recuperação possível do minério deixando os pilares
com a mínima secção necessária. A recuperação dos pilares significa grandes
custos.
o Como sistema de suporte de reforço aos pilares, quando necessário, é amplamente
utilizado o sistema de atirantamento no teto.
o As câmaras e pilares normalmente tem forma regular, podendo ser circular, quadrada
ou com hasteais das câmaras alongados.
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Método de Câmaras e Pilares
Procedimento de Lavra
o O ciclo de lavra consiste em:
o Perfuração (Jumbos elétricos/hidráulicos);
o Carregamento de explosivos e detonação;
o Ventilação,
o Suporte do maciço (quando necessário) – tirantes (rock bolts) e telas;
o Carregamento (LHDs) e transporte (Caminhões ou correias transportadoras);
o Em minas de carvão e sal, por exemplo, podem ser usados métodos de escavação
mecânicos (mineradores contínuos);
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Método de Câmaras e Pilares
Lavra com Equipamentos Convencionais – Perfuração e Desmonte:
o Perfuração com martelos pneumáticos;
o Detonação pode ser com ANFO, Emulsão, dinamites e com acessórios elétricos
ou não elétricos;
o A exploração é em sentido ascendente, ou seja, do nível inferior ao superior.
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Método de Câmaras e Pilares
Lavra com Equipamentos Convencionais – Carga e Transporte:
o Carga realizada por rastelos (scraper);
o Transporte feito por locomotivas (trens) diesel ou elétricas;
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Método de Câmaras e Pilares
Lavra com Equipamentos Convencionais – Carga e Transporte:
o Operação em Câmaras e Pilares usando rastelo (scraper):
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Método de Câmaras e Pilares
Lavra Mecanizada – Perfuração e Desmonte:
o Perfuração com Jumbos com 1 ou mais braços;
o Desmonte com ANFO, Emulsão e uso de acessórios elétricos ou não-elétricos;
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Método de Câmaras e Pilares
Lavra Mecanizada – Carregamento e Transporte:
o Carregamento por meio de LHDs;
o Transporte por caminhões articulados e/ou correia transportadoras;
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Método de Câmaras e Pilares
Lavra Mecanizada – Operação Mecanizada Cíclica:
Lavra Subterrânea
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Lavra com Operação Contínua - Desmonte:
o Desmonte usualmente com uso de Mineradores Contínuos;
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Método de Câmaras e Pilares
Lavra com Operação Contínua – Carregamento e Transporte:
o Carregamento e Transporte com Shuttle Cars e/ou Correias Transportadoras;
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Método de Câmaras e Pilares
Lavra com Operação Contínua – Processo:
Lavra Subterrânea
Método de Câmaras e Pilares
Lavra com Operação Contínua – Processo:
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Lavra com Operação Contínua – Equipamentos Usados:
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Operações de apoio à Lavra – Escoramento do Teto (Hanging Wall):
o Após o desmonte e carregamento do material é feito o atirantamento do teto
para garantir estabilidade das galerias – feito com o uso de Roof Bolters;
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Operações na Lavra com equipamentos cíclicos:
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Lavra Mecanizada de Carvão – Ciclo de Operação:
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Método de Câmaras e Pilares
Lavra Mecanizada de Carvão com Minerador Contínuo:
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Método de Câmaras e Pilares
Lavra Mecanizada de Carvão com Minerador Contínuo:
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Método de Câmaras e Pilares
Influência dos Pilares na Lavra:
o Os pilares vão influenciar drasticamente na recuperação da lavra;
o Exemplo de cálculo de recuperação com pilares:
o Caso 1: Pilar quadrado com 14m de lado e galerias de 6m de largura;
o Caso 2: Pilar quadrado com 11m de lado e galerias de 6m de largura;
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Método de Câmaras e Pilares
Influência dos Pilares na Lavra:
o A recuperação será dada por:
Recuperação = (1 − Área do Pilar (Ap) )
Área Total (At)
o Caso 1: Ap = 14² = 196 ; At = 20² = 400
Rec = (1 – (196/400)) = 51%
o Caso 2: Ap = 11² = 121 ; At = 17² = 289
Rec = (1 – (121/289)) = 58%
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Método de Câmaras e Pilares
Influência dos Pilares na Lavra:
o Utilizando o exemplo abaixo (caso 1), modifique como caso 3 diminuindo somente o
tamanho do pilar de 14 para 12, mantendo a mesma área total.
o A recuperação será dada por:
Recuperação = (1 − Área do Pilar (Ap) )
Área Total (At)
o Caso 1: Ap = 14² = 196 ; At = 20² = 400
Rec = (1 – (196/400)) = 51%
o Caso 2: Ap = 11² = 121 ; At = 17² = 289
Rec = (1 – (121/289)) = 58%